Pb Francisco Barbosa
TEXTO ÁUREO
“Eu sou o pão da vida.” (Jo 6.48)
Entenda o Texto Áureo:
- (48–51) Há um estreito
paralelismo e contraste entre os versos 48–50 e 51. O “pão da vida” e o “pão
vivo” são apresentados em paralelo: “que desce … para que …” (vv. 48–50) e “que
desceu … se alguém … viverá para sempre” (v. 51). No primeiro caso, o resultado
é apresentado como parte do propósito divino (“que desce … que” [ἵνα]); no
segundo, como uma simples consequência histórica (“desceu … se alguém …”).
VERDADE PRÁTICA
Jesus é o Pão da Vida que sacia a fome espiritual
de todo ser humano.
Entenda a Verdade Prática:
- A expressão "Jesus
é o Pão da Vida" é uma metáfora que descreve Jesus como o alimento
essencial para a vida espiritual e eterna
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 6.1-14
1. Depois disso, partiu Jesus para o outro lado do
mar da Galiléia, que é o de Tiberíades.
- Depois disto. Veja 5:1. partiu,
ou seja, se afastou da cena de Seu ministério naquele momento, a qual não é
especificada, e não de Jerusalém, como se este versículo estivesse diretamente
conectado ao capítulo 5. A introdução abrupta desse relato é digna de atenção.
Tudo o que lemos é que a partida “para o outro lado do mar da Galileia” (ou
seja, para o lado leste) aconteceu algum tempo após a visita a Jerusalém, que,
como vimos, provavelmente ocorreu durante a festa do Ano Novo. A Páscoa também
estava próxima, se o texto atual em 6:4 estiver correto; mas não sabemos nada
com João sobre os fatos que imediatamente antecederam o incidente. Essa
informação deve ser buscada nos outros Evangelhos. É significativo que os
Sinóticos relacionem a partida do Senhor a dois eventos críticos. Todos
concordam em afirmar que essa retirada ocorreu após notícias vindas de fora.
Mateus liga o fato ao relato da morte de João Batista, trazido pelos discípulos
(14:13). Lucas posiciona o evento imediatamente após o retorno dos doze de sua
missão, embora sem combinar os dois acontecimentos de forma definida (Lucas
9:10). Marcos ressalta com mais clareza que um dos objetivos da retirada era o
descanso após um trabalho exaustivo (6:30–31). Esses indícios de uma
convergência de motivos correspondem perfeitamente à plenitude da vida. Lucas
preserva o elo que combina esses fatores: “Herodes”, ele diz, “buscava ver
[Jesus]”, perturbado pelo pensamento de um novo João que poderia ocupar o lugar
daquele que ele havia assassinado (9:9). As notícias da morte de João Batista,
dos planos de Herodes e do trabalho dos doze, chegando ao mesmo tempo, fizeram
com que um breve período de retiro tranquilo, fora dos domínios de Herodes,
fosse uma decisão natural de sabedoria e compaixão. Lucas é o único que
menciona o nome do local escolhido para esse propósito: “uma cidade chamada
Betsaida” (9:10), ou seja, o distrito de Betsaida Julias, em Gaulanítide, ao
nordeste do lago (Josefo, Antiguidades, 18.2.1). Essa segunda cidade com o
mesmo nome provavelmente estava na mente de João ao se referir a “Betsaida da
Galileia” (12:21; mas não 1:44) como a cidade natal de Filipe. Talvez possamos
acrescentar que essa retirada para uma devoção tranquila seria ainda mais
necessária se tivesse como objetivo cobrir o período da Páscoa, a qual o Senhor
não poderia celebrar em Jerusalém devido à hostilidade demonstrada contra Ele
pouco antes. Tiberíades. Este é o nome pelo qual o lago era conhecido pelos
escritores clássicos (Paus. 5:7, p. 391, λίμνη Τιβεριάς). O título aparece
apenas aqui e em 21:1 no Novo Testamento; e, em 21:1, nenhum segundo nome é
dado. O incidente posterior não está na base comum dos relatos Sinóticos e,
portanto, não está conectado ao título sinótico do lago. O nome Tiberíades, a
capital esplêndida mas profana que Herodes, o tetrarca, construiu para si
mesmo, não é mencionado no Novo Testamento, exceto nestes dois lugares e no
versículo 23. [Westcott, 1882]
2. E grande multidão o seguia, porque via os sinais
que operavam sobre os enfermos.
- o seguia – não apenas
nesta ocasião específica, mas em geral (ἠκολούθει). O versículo descreve de
forma vívida o trabalho habitual, o ambiente e a influência de Cristo. O
sentido aqui contrasta com o de Mateus 14:13 e Lucas 9:11. seus sinais…os sinais que Ele
realizava … O verbo (ἐποίει, traduzido na Vulgata como faciebat), assim
como os anteriores, indica um ministério contínuo. [Westcott, 1882]
3. E Jesus subiu ao monte e assentou-se ali com os
seus discípulos.
- E subiu Jesus ao monte. O
uso do artigo definido implica um senso instintivo do cenário familiar, a
cadeia de montanhas que circunda o lago. Esse uso também é encontrado na
narrativa sinóptica, em Mateus 5:1, 14:23, 15:29; Marcos 3:13, 6:46; Lucas
6:12, 9:28. Mateus acrescenta que era “um lugar deserto” (14:13). sentou-se.
Literalmente, estava sentado. A palavra ganha uma vivacidade distinta quando
considerada em conexão com o v. 5. Compare com Mateus 13:1, 15:29. [Westcott,
1882]
4. Ea Páscoa, a festa dos judeus, estava próxima.
- E já a Páscoa…estava perto
– Ou seja, “próxima” (João 2:13, 7:2, 11:55), e não como alguns, incluindo
Irineu (?), e alguns modernos interpretaram, como “recentemente passada.” A
menção da festa provavelmente tem o propósito de oferecer uma pista para
compreender as lições espirituais do milagre, que são desenvolvidas no discurso
que se segue (1Coríntios 5:7); ao mesmo tempo, serve para explicar como grupos
de peregrinos a caminho de Jerusalém podem ter sido atraídos a se desviar para
ouvir o novo Mestre, além da “multidão” que já estava ligada a Ele. a
festa dos judeus – Ou seja, “a festa bem conhecida.” A expressão,
quando usada sozinha, normalmente refere-se à Festa dos Tabernáculos, “a grande
festa nacional.” Compare com João 7:2 (onde a ordem é diferente) e 5:1, nota.
[Westcott, 1882]
5. Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma
grande multidão vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para
estes comerem?
- Jesus não viu a multidão
que se aproximava da montanha, mas depois de ter descido do monte até à margem
do lago, certamente para encontrar lá a multidão à qual Ele desejava mostrar-se
como o Salvador. Chegamos a esta conclusão pelo versículo 15, segundo o qual
Jesus, quando as pessoas tentaram fazê-Lo rei, partiu novamente para o monte;
assim, esse também foi um lugar de recolhimento na primeira ocasião. Jesus
estava lá sozinho com Seus discípulos. Isso já foi dito expressamente por
Mateus, de acordo com o qual Jesus, ἐξελθὼν – saindo de Sua solidão – viu uma
grande multidão. Conforme o versículo 22 no relato de Mateus, Jesus, após a
alimentação, estava na margem do lago com Seus discípulos e os constrangeu a
entrar em um barco; e quando Ele despediu as multidões, subiu a um monte para
orar. A narrativa aqui está resumida e deve ser complementada pelos primeiros
Evangelhos. João pôde fazer esse resumo porque contava com essa complementação;
e não é culpa dele se alguns encontram dificuldade nisso, porque não
compreendem sua relação com os três primeiros Evangelhos, apesar das pistas que
ele deu de maneira tão clara. A necessidade da complementação é evidente até
pelo fato de que a razão para a alimentação – “Este é um lugar deserto, e já é
tarde”, Mateus 14:15, Marcos 6:35 – está faltando aqui. Para as palavras “Quando
Ele viu uma grande multidão” aqui, correspondem as palavras “Ele viu uma grande
multidão” em Mateus 14:14. A isso deve ser adicionado primeiro: “Ele foi movido
de compaixão por eles” e “Ele começou a ensinar-lhes muitas coisas”, em Marcos
6:34, e “Ele lhes falava sobre o Reino de Deus”, em Lucas 9:11. Então segue:
“Ao cair da tarde, os discípulos se aproximaram de Jesus e disseram: — Este
lugar é deserto, e já é tarde. Mande as multidões embora, para que, indo pelas
aldeias, comprem para si o que comer”, Mateus 14:15 (NAA). Então, o relato nos
versículos 16 e 17 de Mateus é dado com mais detalhes aqui. Enquanto Jesus, em
Mateus, fala aos discípulos de maneira geral, aqui Ele tem trata com Filipe e
André; mas não devemos pensar em uma contradição com os primeiros Evangelhos. É
apenas o que ocorre entre ver e falar que é omitido; e o falar com os
discípulos, assim como o intervalo, foi provocado pela visão da multidão.
[Hengstenberg]
6. Mas dizia isso para o experimentar; porque ele bem
sabia o que havia de fazer.
- para o testar – para ver
se ele poderia lidar com a dificuldade. Compare com 2Coríntios 13:5; Apocalipse
2:2. A palavra não implica necessariamente (como esses textos mostram) a ideia
secundária de tentação (compare também Mateus 22:35; Marcos 12:15); mas, na
prática, no caso dos homens, tal prova geralmente assume essa forma, já que
leva ao fracasso, seja como intenção de quem aplica o teste (Mateus 16:1, 19:3,
22:18, etc.), ou como resultado da fraqueza de quem é testado (Hebreus 11:17;
1Coríntios 10:13). Compare com Deuteronômio 13:3. pois ele bem sabia o que havia de
fazer. Ao longo do Evangelho, o Evangelista escreve como alguém que
tinha um conhecimento íntimo da mente do Senhor. Ele revela tanto os
pensamentos que pertencem ao conhecimento interno e absoluto de Jesus (εἰδέναι,
vv. 61, 64, 13:3, 18:4, 19:28), quanto aqueles que refletem experiência e
percepção reais (γινώσκειν, v. 15, 4:1, 5:6, 16:19). [Westcott, 1882]
7. Filipe respondeu-lhe: Duzentos dinheiros de pão
não lhe bastaram, para que cada um deles tome um pouco.
- Duzentos dinheiros. Veja
Marcos 6:37. Não podemos determinar como esse valor exato foi calculado. A
referência pode estar relacionada a algum fato não registrado. cada
um deles. Omitir “deles”. [Westcott, 1882]
8. E um dos seus discípulos, André, irmão de Simão
Pedro, disse-lhe:
- André. Ele aparece em
outras ocasiões associado a Filipe, como em 1:44 e 12:22. [Westcott, 1882]
9. Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e
dois peixinhos, mas que é isso para tantos?
- pães de cevada – v. 13. Este detalhe é exclusivo de João.
Compare com 2Reis 4:42. O pão de cevada era o alimento dos pobres. Wetstein (ad
loc.) reuniu várias passagens para mostrar o pouco valor atribuído a ele. Veja
Juízes 7:13 e seguintes; Ezequiel 13:19. peixinhos. Mais precisamente,
“peixes.” É interessante notar que a palavra original (ὀψάρια) aparece no Novo
Testamento apenas nesta passagem e em João 21. Pode ter sido um termo comum na
Galileia. [Westcott, 1882]
10. E disse Jesus: Mandai assentar os homens. E havia
muita relva naquele lugar. Assentaram-se, pois, os homens em número de quase
cinco mil.
- Jesus. Omitir “E.” as
pessoas … os homens – “as pessoas” (τοὺς ἀνθρώπους) … “os homens” (οἱ ἄνδρες)
… cinco mil. A mudança de termo no segundo caso implica a observação adicionada
por Mateus (14:21): além de mulheres e crianças. muita erva. Veja a nota
em Marcos 6:39. A diferença na forma como esse detalhe é apresentado parece
indicar o testemunho de duas testemunhas oculares. Esse detalhe corresponde à
data fixada (João 6:4), que é no início da primavera. [Westcott, 1882]
11. E Jesus, tomou os pães e, havendo dado graças,
repartiu-os pelos discípulos, pelos que estavam assentados, e igualmente também
os peixes, quanto eles queriam.
- Jesus … Portanto, Jesus,
respondendo à obediência da fé. havendo dado graças (v. 23) Com este
ato, o Senhor assume o papel de cabeça da família (compare com Lucas 24:30). A
palavra em si aparece em João apenas em 11:41. Esta segunda passagem sugere que
a ação de graças foi feita em reconhecimento à revelação da vontade do Pai, em
conformidade com a qual o milagre foi realizado. Nos relatos paralelos, a
palavra usada é “abençoou” (ainda assim, compare Mateus 15:36; Marcos 8:6). As
duas palavras preservam os dois aspectos da ação: em relação à fonte e ao modo
de sua realização. Compare neste contexto Mateus 26:26 e seguintes; Marcos
14:22 e seguintes. repartiu-os aos… aos que … As palavras “aos discípulos … e os
discípulos” devem ser omitidas. São uma adição evidente introduzida a partir de
Mateus 14:19. [Westcott, 1882]
12. E quando estavam saciados, disse aos seus
discípulos: Recolhi os pedaços que sobejaram, para que nada se perca.
- pedaços. Ou seja, os
pedaços partidos para distribuição (Ezequiel 13:19). O comando para recolhê-los
é preservado apenas por João. [Westcott, 1882]
13. Recolheram-nos, pois, e encheram doze cestos de
pedaços dos cinco pães de cevada, que sobejaram aos que haviam comido.
- doze. O número implica
que o trabalho foi realizado pelos apóstolos, embora eles não tenham sido
mencionados especificamente. Compare com o v. 70. cestos. Os cestos
robustos de vime (κοφίνους), distintos dos “cestos frágeis” e flexíveis
(σφυρίδες, Mateus 15:37; Marcos 8:8). Compare com Juvenal, Sátira 3:14, 6:542.
[Westcott, 1882]
14. Vendo, pois, aqueles homens o milagre que Jesus
tinha feito, diziam: Este é verdadeiramente o profeta que devia vir ao mundo.
- (14, 15) Este incidente
é exclusivo de João, mas Lucas preserva um detalhe que o ilustra. Ele observa
que Cristo falou às multidões “acerca do reino de Deus” (Lucas 9:11); e é
natural supor que a agitação causada pela morte de João Batista, que em parte
levou ao retiro do Senhor, pode ter levado muitos a acreditar que Ele se
colocaria à frente de uma revolta popular para vingar o assassinato. o
Profeta que havia de vir ao mundo. Compare com João 1:21, 1:25, 7:40. A
frase é característica de João. No entanto, veja Mateus 21:11 e Atos 7:37.
[Westcott, 1882]
INTRODUÇÃO
O Senhor multiplicou pães e peixes
para saciar a fome de uma grande multidão. No entanto, Ele notou que as pessoas
estavam focadas apenas nas suas necessidades materiais, preocupando-se
unicamente em satisfazer a sua fome imediata. A lição desta semana visa
demonstrar que somos dependentes de Deus. Essa dependência não se limita às
necessidades materiais, mas, acima de tudo, refere-se à nossa necessidade
espiritual, que só o “Pão da Vida” pode satisfazer plenamente.
- O texto escolhido narra
fatos acontecidos na Galileia, perto do mar de Tiberíades. D. A. Carson, nos
informa no “O comentário de João”, p. 269: “Esse
nome foi dado por Herodes Antipas, por volta do ano 20 d.C., em homenagem ao
imperador romano Tibério César. Não tardou para que o nome da cidade fosse
também transferido para o lago. Daí o mar da Galileia ser conhecido também como
o lago de Tiberíades”. Na Galileia acontece o milagre da multiplicação dos
pães e dos peixes, obviamente, esse milagre atende perfeitamente ao propósito joanino
de enfatizar a divindade de Cristo. A grande lição deste texto é: O milagre de
Deus ocorre quando o homem decreta sua
falência.
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I. JESUS,
A MULTIDÃO E O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO
1. A multiplicação
de pães e peixes. O Evangelho de João relata um dos
mais impressionantes milagres de Jesus, quando Ele conseguiu alimentar quase
cinco mil homens com “cinco pães e dois peixinhos” (v.9). A narrativa do
milagre dos pães e peixes está presente nos quatro Evangelhos (Mt 14.13-21; Mc
6.32-44; Lc 9.10-17). No capítulo 6, versículo 1, João começa com a expressão:
“Depois disso”. Esta frase refere-se aos acontecimentos que se seguirão às
palavras de Jesus dirigidas aos judeus em Jerusalém, durante a provável Festa
da Páscoa mencionada no capítulo 5.
- A história da
alimentação dos 5.000 é o quarto sinal empregado por João para demonstrar que
Jesus é o Messias e o Filho de Deus. É o único milagre registrado nos quatro
Evangelhos (Mt 14.13-23; Mc 6.30-46; Lc 9.10-17). Já que João provavelmente
escreveu para suplementar e fornecer mais informações não registradas nos
sinóticos, o registro desse milagre enfatiza a sua importância estratégica de
duas maneiras:
1) demonstra o poder criador de Cristo mais claramente do que
qualquer outro milagre, e
2) o milagre apoia decisivamente os propósitos de João de
demonstrar a divindade de Jesus Cristo enquanto também serviu de preparo para o
sermão de Jesus sobre "o pão da vida" (vs. 22-40).
É interessante observar que os dois milagres criativos de Jesus,
a transformação da água em vinho (2.1-10) e a multiplicação dos pães (vs.
1-14), falam dos elementos principais da Ceia do Senhor ou comunhão (v. 53). Um
considerável espaço de tempo pode haver entre os capítulos 5 e 6. Se a primeira
festa de 5.1 é a dos Tabernáculos, então pelos menos seis meses haviam se
passado (outubro a abril). Se a festa de 5.1 é a Páscoa, então um ano se passou
entre esses capítulos, O capítulo 6 apresenta uma estrutura semelhante ao capítulo
5, pois ambos ocorrem em torno de urna festa judaica e ambos conduzem a um
sermão de Jesus sobre a sua divindade. Enquanto o capítulo 5 se desenrola no
sul ao redor da Judeia e de Jerusalém, o capítulo 6 se desenrola no norte da Galileia.
O resultado de ambos os capítulos é o mesmo: Jesus é rejeitado não apenas na
região sul, mas também na região norte.
2. O milagre. Como o único milagre mencionado nos quatro
Evangelhos, o evangelista procura mostrar a multiplicação de pães e peixes
neste capítulo como uma manifestação do poder ilimitado de Jesus. Por esta
razão, ele destaca a imagem de Jesus ao alimentar uma imensa multidão composta
por homens, mulheres, jovens e crianças que o seguiam. Na sua narrativa, João
revela o poder criador e divino que é capaz de trazer à existência aquilo que
anteriormente não existia (Jo 6.11-13). Assim, o milagre da multiplicação de
pães e peixes distingue-se dos milagres de cura e de outros tipos.
- Não, este não é o único
milagre registrado nos outros evangelhos. Os únicos milagres mencionados por João
registrados também nos outros evangelhos são esses narrados nesse capítulo: a
multiplicação dos pães e dos peixes, e Jesus andando sobre o mar. Jesus andando
sobre as águas é um milagre relatado nos Evangelhos de Mateus (14:22-33),
Marcos (6:45-52) e João (6:16-21). O milagre da multiplicação dos pães e dos
peixes é o mais documentado e o mais público dos milagres. Está registrado em
todos os evangelhos. Embora João omita vários detalhes do registro dos
Evangelhos Sinóticos, oferece outros pormenores que não estão contemplados
naqueles. Os Evangelhos Sinóticos, por exemplo, mencionam dois motivos pelos
quais Jesus e seus discípulos foram para o lado oriental do mar da Galileia.
Primeiro, eles andavam muito atarefados com as demandas variegadas das
multidões e nem sequer tinham tempo para comer. Segundo, estavam abatidos com a
notícia trágica da morte de João Batista, por ordem do rei Herodes.
3. Qual era o
interesse da multidão? Jesus percebeu que
a multidão o seguia devido aos milagres e curas que realizava, mas não para
escutar a sua mensagem. Em Jerusalém, os líderes religiosos judeus não apenas
rejeitavam-no como o Messias, como também procuravam a sua morte. Ao deixar
Jerusalém, o Senhor desejou afastar-se para estar a sós com os discípulos, mas
a presença da multidão frustrou este desejo (Jo 6.2). Ele notou que as pessoas
não estavam interessadas em ouvir a sua palavra como Filho de Deus. No dia
seguinte, encontrou novamente a multidão que queria mais pão e confrontou-a ao
mostrar que buscava apenas alimento material, ignorando o verdadeiro pão do céu
para as suas almas (Jo 6.27). A situação não é muito diferente hoje em dia,
quando muitos se apressam atrás de milagres, mas poucos demonstram interesse pela
Palavra de Deus. De fato, nosso Senhor compreende as necessidades humanas, mas
Ele sabe que não são os grandes milagres que resolverão os problemas das
pessoas, pois é preciso algo mais profundo para alimentar as almas.
- As multidões não
seguiam Jesus por causa da fé, mas por curiosidade em relação aos milagres que
ele realizava (v. 26). Entretanto, apesar das motivações equivocadas da multidão,
Jesus, tendo compaixão dela, curou seus enfermos e alimentou as pessoas (cf. Mt
13.14; Mc 6.34). A multidão que desabala de Cafarnaum e arredores para encontrar
Jesus naquela região deserta não o busca movida pela fé genuína. Ela o vê
apenas como um operador de milagres. Busca-o apenas como alguém que pode
ajudá-la em suas necessidades imediatas. Mesmo assim, os Evangelhos Sinóticos
dizem que Jesus sentiu compaixão dessa multidão, pois eram como ovelhas sem
pastor. Ele passou a ensiná-los e a curar seus enfermos. Dessa forma, Jesus nos
ensina que ele, como divino provedor, se importa com nossas necessidades e nos
atende segundo sua imensa bondade.
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SINOPSE I
No episódio do milagre da
Multiplicação, Jesus percebeu que a multidão o seguia por outros interesses.
AUXÍLIO BIBLIOLÓGICO
“SINAIS (OU MILAGRES)
(1) O que são milagres? (a) São obras
de origem e poder sobrenaturais (gr. dynamis; veja At 8.13; 19.11). (b) Eles
funcionam como um sinal ou uma marca (gr. sēmeion) da autoridade de Deus (veja
2.11, nota; Lc 23.8; At 4.16,30,33). O maior milagre, que é o milagre central
do Novo Testamento, é a ressurreição de Jesus Cristo (1Co 15).
(2) Os milagres servem, pelo menos, a
três propósitos no reino de Deus, (a) Honram a Jesus Cristo, comprovando a
veracidade de sua mensagem, e provam sua identidade como Filho de Deus e nosso
Salvador (2.23; 5.1-21; 10.25; 11.42). (b) Expressam o amor compassivo de
Cristo (Mc 8.2; Lc 7.12-15; At 10.38). (c) Significam a oportunidade da
salvação (Mt 11.2ss), a vinda do reino de Deus […].
(3) A Palavra de Deus indica que os
milagres devem continuar a ocorrer através de seus seguidores na igreja, (a)
Jesus enviou os seus seguidores para pregar e realizar milagres (Mt 10.7-8; Mc
3.14-15; veja Lc 9.2, nota), (b) Jesus declarou que aqueles que creram nEle
através da pregação de sua Palavra fariam as obras que Ele fez, e ainda mais
coisas (14.12; Mc 16.15-20). (c) O livro de Atos registra muitos milagres
feitos em, e através da vida de seus seguidores (At 3.1ss; 5.12; 6.8; 8.6ss;
9.32ss; 15.12; 20.7ss); em outros trechos do Novo Testamento, estes feitos são
chamados de “sinais” que confirmam a veracidade da mensagem de Cristo (At
4.29-30; 14.3; Rm 15.18-19; 200 12.12; Hb 2.3-4)” (Bíblia de Estudo
Pentecostal: Edição Global. Rio de Janeiro: CPAD, 2022, p.1857).
II. JESUS
DESAFIA A FÉ DOS DISCÍPULOS
1. “E Jesus subiu
ao monte”. Que monte seria este? Não existe uma
designação específica para a localidade deste monte. Tal como em toda a região
montanhosa, havia algumas elevações de terreno que, embora não fossem
particularmente altas, podiam servir como um local adequado para Jesus se
dirigir aos seus discípulos e à multidão. Assim, Ele subiu ao monte e sentou-se
com os seus discípulos. A partir dali, nosso Senhor avistou uma multidão que se
dirigia ao seu encontro. Por isso, decidiu testar um dos seus discípulos,
Filipe, perguntando-lhe: “Onde compraremos pão para que estes comam?” (Jo
6.5,6). Todo o relacionamento de Jesus com os seus discípulos estava sempre
fundamentado em um ensinamento.
- Antes mesmo de a grande
multidão chegar, Jesus já tinha visto suas necessidades e decidido supri-las.
Ele sabia que as pessoas estavam exaustas e sem rumo, como ovelhas sem pastor.
E sabia que precisavam ser alimentadas. O local do milagre da multiplicação dos
pães, segundo o Evangelho de João 6, é descrito como estando próximo de
Tiberíades. A multiplicação dos pães e peixes é referida como ocorrendo num
local próximo ao Mar da Galileia, que é também conhecido como o Lago de
Tiberíades. De acordo com a tradição cristã, os apóstolos Pedro, André e Felipe
moravam próximo onde aconteceu o milagre da multiplicação dos pães e peixes,
nos arredores do Mar da Galileia, em Betsaida.
2. O desafio para
os discípulos. O Senhor utilizou a situação de uma
multidão necessitada para transmitir aos seus discípulos uma valiosa lição.
Nesse momento, os discípulos compreenderam que muitos dos desafios da missão
evangélica não podem ser superados apenas com o esforço humano. O discípulo
Filipe foi colocado à prova por Jesus para enfrentar a dificuldade de alimentar
essa multidão faminta (Jo 6.7-10). Aqui, o Senhor estava demonstrando a
limitação humana em resolver problemas complexos. Naquele local, não havia
comida suficiente nem possibilidade de compra para satisfazer as necessidades
da multidão. O Senhor desafia assim a fé dos discípulos, sempre com o intuito
de promover o seu crescimento espiritual (Jo 6.6,14).
- Jesus aproveita a
ocasião para colocar Filipe em prova: “Onde
compraremos pães para que comam?” Filipe, com sua mente pragmática,
responde: “Senhor, o problema não é onde,
mas como. Para atender essa grande multidão, era preciso ter pelo menos 200 denários.
Esse dinheiro nós não temos”. Filipe era bom em economia. Sabia muito bem
calcular valores para constatar que havia um gritante abismo entre a receita e
as despesas. Mas no quesito fé ele estava reprovado, pois não tinha nenhuma
visão espiritual. Ele só viu o problema, mas não divisou a solução. Só viu a
limitação humana, mas não a onipotência divina. A resposta de Filipe revela o
fato de que ele pode pensar somente na esfera do mercado, o mundo natural. Um denarius era o pagamento de um dia para
um trabalhador comum; 200 denarii,
portanto, representavam oito meses de salário. Na mente pragmática de Filipe,
eles estavam lidando com um problema sem solução. Havia uma multidão faminta, num
lugar deserto, numa hora avançada, sem comida, sem dinheiro e sem lugar para
comprar alimento. Se Filipe acentua a falta de dinheiro para alimentar a multidão,
André destaca a pequena provisão disponível para alimentar tanta gente. Nenhum
dos dois conseguiu discernir a disposição de Jesus para resolver o problema. Quando
olhamos para a insignificância dos nossos recursos e a grandeza dos desafios,
ficamos desesperados. Jamais poderemos atender à demanda das multidões se nos
fiarmos em nossos próprios recursos.
3. Uma lição de
provisão. Os discípulos descobriram um menino
que trazia consigo o lanche da tarde, contendo em seu alforje “cinco pães
pequenos de cevada e dois peixinhos” (Jo 6.9). Jesus pegou esses pães e peixes,
deu graças ao Pai e, por meio das suas mãos, realizou um milagre de
multiplicação. A quantidade foi tão grande que precisaram buscar alguns cestos
para distribuir os pães e os peixes à multidão e guardar o que restou. Assim,
todos comeram até se saciar. A lição que tiramos deste episódio é que Deus nos
surpreende com soluções extraordinárias, Ele manifesta o seu poder de provisão
para aqueles que acreditam nEle.
- Nos outros relatos desse
milagre é usado o termo grego ichthys
para peixe, mas João os chama de opsaria,
indicando que eram peixes pequenos (talvez salgados) que davam um gosto
especial aos pães de cevada. Pelo tamanho da multidão, essa pequena refeição
dificilmente era digna de nota. André a mencionou apenas para mostrar que não havia
o suficiente para tantas pessoas famintas. Mas para o propósito do Senhor ela
era suficiente. O rapaz entregou seu lanche a André, que o levou a Jesus, e
Jesus então o multiplicou. Não podemos fazer o milagre, mas podemos levar o que
temos às mãos de Jesus. Deus não nos chama para prover para sua obra. Essa é a
responsabilidade dele. Deus nos chama para colocarmos em suas mãos o que nós
temos, ainda que sejam apenas alguns pães e peixes, e ele cuidará da
multiplicação.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“Se alguém sabia onde encontrar
comida, este era Filipe, porque era de Betsaida (1.44), uma cidade a cerca de
15km de distância de Cafarnaum. Jesus testou Filipe, a fim de fortalecer a sua
fé. Ao pedir do discípulo uma solução humana (sabendo que não havia), Jesus
enfatizou o poderoso milagre que estava prestes a realizar.” Amplie mais o seu
conhecimento, lendo a Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, editada pela CPAD,
p.1427.
SINOPSE II
No episódio do milagre da
Multiplicação, nosso Senhor desafiou a fé de seus discípulos.
AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO
A FÉ SUBMETIDA À PROVA
“Este é o único milagre de Jesus que
está registrado nos quatro Evangelhos (cf. Mt 14.13-21; Mc 6.30-44; Lc
9.10-17). Então, Jesus, levantando os olhos e vendo que uma grande multidão
vinha ter com ele, disse a Filipe: Onde compraremos pão, para estes comerem?
(5) O registro aqui não menciona o fato de que Jesus tivesse compaixão da multidão
(cf. Mt 14.14; Mc 6.34). Ao contrário, a sua vinda é a oportunidade para que
Felipe seja posto à prova. Mas dizia isso para o experimentar (6). A observação
de João porque ele bem sabia o que havia de fazer é típica. Em todo o seu
Evangelho, o evangelista fala como alguém que tem um íntimo conhecimento da
mente do Senhor” (Comentário Bíblico Beacon. Vol. 7. Rio de Janeiro: CPAD,
2022, p.69).
III. JESUS
– O PÃO QUE DESCEU DO CÉU
1. Qual é o real
interesse da multidão? No dia seguinte ao
milagre da multiplicação dos pães e peixes, a multidão que havia participado
buscava Jesus na região de Cafarnaum, conforme indicado em João 6.22 e 6.24. Ao
encontrá-la, Jesus transmitiu uma mensagem clara e disse-lhes: Na verdade, na
verdade vos digo que me buscais não pelos sinais que vistes, mas porque
comestes do pão e vos saciastes” (Jo 6.26). O Senhor compreendia que a
percepção daquela multidão sobre Ele era puramente social; desejavam um líder
que satisfizesse as suas necessidades materiais. No entanto, para além do pão
físico, nosso Senhor queria oferecer-lhes o pão que desceu do céu (Jo 6.32,33).
O povo não percebia que a multiplicação dos pães era apenas uma representação
do verdadeiro pão da vida que Jesus tinha para dar. Nosso Senhor é o pão que
realmente apazigua a fome do ser humano (Jo 6.27).
- Os versículos 22-23 indicam
que o povo que testemunhou as curas de Jesus e a alimentação ainda se
encontrava no lugar original em que esses milagres haviam acontecido (a leste
do lago), ou, movido pela curiosidade, o povo queria encontrar-se com Jesus
novamente. Pessoas de outros barcos vindos de Tiberíades (no literal noroeste do
lago) também tinham ouvido a respeito dos milagres e estavam procurando por
Jesus. No versículo 26 Jesus afirma que eles estavam ali porque comestes, enfatizando que as multidões que o seguiam eram
motivadas por desejos superficiais de alimento e não por algum entendimento do verdadeiro
significado espiritual da pessoa e da missão de Jesus (8.14-21; Mc 6.52). Jesus
repreendeu a multidão por causa das noções materialistas que tinham a respeito
do reino messiânico (cf. v. 26; 4.15). Embora um dia o reino do Messias será um
reino litoral e físico, o povo não percebia o seu caráter e as suas bênçãos
espirituais maiores de "vida eterna" dadas imediatamente àqueles que
creem no testemunho de Deus do seu Filho, comida... que subsiste para a vida
eterna. A continuação do sermão indica que isso é uma referência ao próprio
Jesus (v. 35).
2. O Pão do Céu. Não é preciso debater a respeito da identidade do
“pão do céu”, pois trata-se do próprio Jesus. Nosso Senhor confirma a sua
identidade divina quando diz: “Eu sou”. Há, pelo menos, sete declarações
somente no Evangelho de João que autenticam essa identidade divina:
1) “Eu sou o pão da vida” (6.35,48,51);
2) “Eu sou a luz do mundo” (8.12; 9.5);
3) “Eu sou a porta das ovelhas” (10.7.9);
4) “Eu sou o Bom Pastor” (10.11,14);
5) “Eu sou a ressurreição e a vida” (11.25);
6) “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (14.6);
7) “Eu sou a videira verdadeira” (15.1,5).
Há uma comparação, no versículo 32, entre “o maná”
na peregrinação de Israel, no deserto, sob a liderança de Moisés, com o
“verdadeiro pão que desce do céu”, ou seja, o próprio Cristo, nosso Senhor, que
afirma que quem se alimentar desse pão “viverá para sempre” (Jo 6.50,51).
- A lógica da multidão
parece ser que a alimentação milagrosa operada por Jesus fora um milagre
pequeno em comparação ao que Moisés fizera. Para crer nele, eles precisariam
vê-lo alimentar a nação de Israel na mesma escala que Deus fizera quando enviou
maná e alimentou toda a nação de Israel durante a peregrinação pelo deserto ao
longo de 40 anos (Êx 16.11-36). Exigiam que Jesus fizesse mais do que Moisés
para que pudessem crer nele. Citaram o SI 78.24. O maná dado por Deus era temporário
e pereceu; foi somente uma pequena sombra do que Deus lhes oferecia no
verdadeiro pão, Jesus Cristo, que dá vida espiritual e eterna à humanidade
("mundo" — v. 33). João escreveu seu evangelho para que crêssemos
“que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus e, crendo, [tivéssemos] vida em seu
nome” (Jo 20.31, NVI). É neste evangelho que vemos as grandes declarações “Eu
Sou” de Cristo. Este infográfico irá ajudá-lo a conhecer mais quem o Salvador
proclamou ser. Jesus disse que Ele é o Pão da Vida para explicar que ele é
essencial para nossas vidas. Jesus nos dá vida e sustento. Somente Ele pode
saciar a nossa fome espiritual e nos dar a Vida Eterna. O alimento que Jesus
nos oferece é completo. Ele nos alimenta espiritualmente, saciando nossa
necessidade de Deus. Quando cremos em Jesus, ele passa a viver dentro de nós.
Assim como o pão entra dentro de nós e nos sustenta, Jesus entra em nossas
vidas e nos dá uma vida nova. E o sustento que Jesus nos dá nunca acaba.
3. O que é “comer o
pão”? Observamos uma mudança nas palavras
de Jesus ao passar de “o pão vivo que desceu do céu” para “o pão que eu der é a
minha carne” (Jo 6.51). Mais tarde, o apóstolo Paulo fez uma associação
simbólica entre o pão da Ceia do Senhor e a carne de Jesus, afirmando: “Isto é
o meu corpo”; “isto é o meu sangue” (1 Co 11.24,25). De forma evidente, ao
mencionar a partilha da sua carne, o nosso Senhor refere-se à sua morte na
cruz, onde oferece a sua vida em prol dos pecadores que se arrependem e creem
no Evangelho, proporcionando-lhes salvação e vida eterna.
- Esse pronunciamento
reitera exatamente os vs. 33,35,47-48. o pão que eu darei pela vida do mundo é
a minha carne. Jesus sê refere aqui profeticamente ao seu iminente sacrifício
na cruz (cf. 2Co 5.21; 1 Pe 2.24). Jesus entregou voluntariamente a sua vida pela
humanidade má e pecadora (10.18; 1 Jo 2.2). Os judeus haviam apelado para a sua
religião tradicional como se esta fosse mais adequada do que a promessa de
Jesus (6.31). Agora Jesus, declarando-se como o pão da vida (48), com sutil
humor acrescentou: Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram (49). A
antiga aliança não satisfez a mais profunda necessidade do homem. Mas quanto ao
Pão novo e eterno, o que dele comer não morre (50). Além disso, o novo Pão está
aqui, disponível para todos os homens por meio da cruz. O pão que eu der é a
minha carne, que eu darei pela vida do mundo (51). A Comida e a Bebida
Verdadeiras (6:52-59). A promessa de Jesus de que Ele daria a sua carne... pela
vida do mundo (6,51) causou uma discussão ("um violento debate",
segundo a versão NEB em inglês) entre os judeus, e eles perguntaram: Como nos
pode dar este a sua carne a comer? (52) Naturalmente, Jesus falava
figuradamente da sua conciliação, mas eles vacilaram, e os homens ainda
vacilam, com respeito à ideia da cruz, e da sua elevada provisão. Eles não
perguntaram: "Como podemos comer?" E sim: "Deus consegue fazer
isso?"." Os homens ainda fazem a mesma pergunta, de uma forma ligeiramente
diferente: "Deus é capaz de santificar completamente um homem?" A
resposta de Jesus descreve a maneira exclusiva da santidade cristã e ao mesmo
tempo proclama a grande promessa da possibilidade da vida eterna, da vida de
santidade. Se não comerdes (ou seja, não existe alternativa) a carne do Filho
do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come
a minha carne e bebe o meu sangue tem [no presente] a vida eterna, e eu o
ressuscitarei no último Dia (53-54). Aquele que participa, pela fé, da sua
natureza, da vida de santidade, tem a vida eterna. A santidade de coração é a
essência do significado da Ceia do Senhor. Dois temas para posterior
desenvolvimento aparecem na resposta de Jesus. Quem come a minha carne e bebe o
meu sangue permanece em mim, e eu, nele (56). A mesma palavra aqui traduzida
como permanecer aparece como "estar em" no exemplo da videira e das
varas no capítulo 15. O tema da unidade do Pai, do Filho e do crente é evidente
no versículo 57. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai,
assim quem de mim se alimenta também viverá por mim (cf. Jo 17:21). O resumo
final da resposta de Jesus mostra a completa inadequação da antiga aliança e a
satisfação duradoura que há no novo Pão. Vossos pais...comeram o maná e
morreram; quem comer este pão viverá para sempre (58).
SINOPSE III
No dia seguinte ao milagre da
Multiplicação, nosso Senhor afirmou ser o verdadeiro alimento espiritual do ser
humano.
CONCLUSÃO
Nesta lição, compreendemos que Jesus
é o Pão da Vida e se ofereceu por nós. Assim, aqueles que se alimentam de sua
Palavra satisfazem a sua fome espiritual e recebem a vida eterna. O nosso
Senhor é o pão que veio do céu, um alimento inextinguível que nos nutre para
sempre. Por conseguinte, não devemos limitar-nos ao alimento material, que tem
uma função fisiológica relevante, porém, passageira; aspiremos, portanto, ao
alimento celestial que proporciona vida em abundância eternamente!
- Muitos, pois, dos seus
discípulos, ouvindo isso, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir?
(60) O discurso era duro, não por ser ininteligível, mas porque transmitia as
exigências completas e elevadas da cruz. "Ele reivindicava a completa submissão,
a autodevoção, e a autoentrega dos discípulos. Ele significativamente apontava
para a morte".' Quem o pode ouvir? significa "Quem pode aceitar
isso?" Ainda hoje, muitos estão
dizendo a mesma coisa! Apesar de as palavras de Jesus serem espírito e vida
(63), Ele sabia que alguns não estavam reagindo com fé: Bem sabia Jesus, desde
o princípio, quem eram os que não criam e quem era o que o havia de entregar
(64; cf. Jo 2:25). Nós cremos e por isso mesmo, recebemos desse pão que sacia a
alma e renova nossas esperanças! Desde então, muitos dos seus discípulos
tornaram para trás e já não andavam com ele. Alguns o haviam seguido por razões
erradas; outros tinham muita vontade de refugiar-se na religião tradicional;
outros acharam o chamado da santidade de coração e vida excessivamente exigente
— então tornaram para trás! Por que eles voltaram? Um desenvolvimento
intitulado "Discípulos nas Encruzilhadas" poderia ser estruturado em
torno de três ideias básicas:
1. Alguns estavam mais interessados em ganhos materiais (pães)
do que em permitir que Jesus dirigisse as suas vidas (26-27);
2. Alguns estavam completamente satisfeitos com uma forma de
religião isenta de comprometimento (30-31);
3. Alguns, particularmente Judas, enxergaram o custo do
verdadeiro discipulado, da santidade de coração (53,70-71).
Então
Jesus voltou-se para os doze e disse: Quereis
vós também retirar-vos?
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Em
quais dos Evangelhos se encontra o relato do episódio da multiplicação?
A narrativa do milagre dos pães e peixes está
presente nos quatro Evangelhos.
2. O que Jesus notou em relação à multidão?
Jesus percebeu que a multidão o seguia devido aos
milagres e curas que realizava, mas não para escutar a sua mensagem.
3. Que ensinamento podemos extrair do episódio da
multiplicação?
A lição que tiramos deste episódio é que Deus nos
surpreende com soluções extraordinárias. Ele manifesta o seu poder de provisão
para aqueles que acreditam nEle.
4. Qual foi a mensagem clara que Jesus transmitiu à
multidão?
Ao encontrá-la, Jesus transmitiu uma mensagem clara
e disse-lhes: Na verdade, na verdade vos digo que me buscais não pelos sinais
que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes” (Jo 6.26).
5. Que alteração é visível nas palavras de Jesus em
João 6.51?
Observamos uma mudança nas palavras de Jesus ao
passar de “o pão vivo que desceu do céu” para “o pão que eu der é a minha
carne” (Jo 6.51).