TEXTO ÁUREO
“Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1 Pe 2.9).
Entenda
o Texto Áureo:
- raça
eleita. Pedro usa conceitos do Antigo Testamento para enfatizar os
privilégios dos cristãos do Novo Testamento (Dt 7.6-8). Em forte contraste com
os desobedientes que são destinados por Deus à ira (v. 8), os cristãos são
escolhidos por Deus para a salvação (cf. 1.2). sacerdócio real. O conceito do sacerdócio real é extraído de Êxodo
19.6. Israel perdeu temporariamente esse privilégio por causa de sua apostasia
e porque seus líderes perversos executaram o Messias. No presente momento, a
igreja é um sacerdócio real que se mantém unido com o sacerdote real, jesus
Cristo. O sacerdócio real não é somente um sacerdócio que pertence e serve ao
rei, mas é também um sacerdócio que exerce domínio. Isso, por fim, se cumprirá
no reino futuro de Cristo (1Co 6.1-4; Ap 5.10; 20.6). nação santa. Outra alusão a Êxodo 19.6 (cf. Lv 19.2; 20.26; Dt
7.6; Is 62.12). De modo trágico, Israel perdeu temporariamente o grande
privilégio de ser o povo exclusivo de Deus por causa da incredulidade. Até que
aconteça a aceitação futura do Messias por parte de Israel, Deus substituiu a nação
pela igreja (Rm 11.1-2,25-29). Essa expressão combina com a fraseologia
encontrada em Êx 19.5; Is 43.21; Ml 3.17. proclamardes as virtudes. "Proclamardes", uma palavra
incomum que não ocorre em nenhuma outra passagem do Novo Testamento, significa
declarar publicamente, tornar conhecido algo que antes não era sabido.
"Virtudes" são excelências, méritos, qualidades eminentes. trevas... luz. Confira os textos
paralelos de At 26.18; Ef 5.8; Cl 1.13.
VERDADE PRÁTICA
Por meio de
cada imagem que retrata a Igreja, o Espírito Santo revela-nos o quão gloriosa
ela é.
Entenda
a Verdade Prática:
- As Escrituras nos mostram que a Igreja de
Cristo é gloriosa. Não somente lhe atribui a história um passado que é em
muitos aspectos glorioso, e prediz a profecia um futuro glorioso para ela, mas
a Igreja é essencialmente gloriosa. A Igreja Cristã é gloriosa em sua própria
natureza.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Efésios
5.25-32; 1 Pedro 2.9,10
Entenda
a Leitura Bíblica em Classe:
Efésios 5.25-32:
- 5.25 amai vossa mulher. Embora a autoridade do marido tenha sido
estabelecida (vs. 22.24), a ênfase muda para a suprema responsabilidade do
marido em relação à sua esposa, a qual é amá-la com o mesmo amor irrestrito,
abnegado e sacrifical que Cristo tem pela sua igreja. Cristo entregou tudo o
que tinha, incluindo a sua própria vida, em favor de sua igreja, e esse é o
padrão de sacrifício para o amor de um marido para com sua mulher (Cl 3.19).
5.26-27 santificasse...
purificado... santa... sem defeito. Diz respeito
ao amor de Cristo pela sua igreja, A graça salvadora torna os cristãos santos
por meio da ação da Palavra de Deus (Tt 2.1-9; 3.5); desse modo, eles podem ser
a noiva pura. Para os maridos amarem suas mulheres como Cristo amou a igreja,
exige-se um amor purificador. Posto que o amor divino busca limpar por completo
aqueles que são amados de todo tipo de pecado e mal, o marido cristão não deve
tolerar o pensamento de qualquer tipo de pecaminosidade na vida de sua mulher
que desagrade a Deus. Seu maior desejo para ela deve ser o de que ela esteja
perfeitamente em conformidade com Cristo, de modo que ele a conduz à pureza (2Co
11.28).
5.28 como ao próprio corpo. Aqui está a mais pungente e convincente descrição
da unidade que deve caracterizar o casamento cristão. Um marido cristão deve
cuidar de sua mulher com a mesma devoção manifestada quando cuida dele mesmo
(v. 29) — deve cuidar dela ainda mais, visto que o seu amor altruísta faz com
que ele a coloque em primeiro lugar (Fp 2.1-4). ama a sua esposa a si mesmo se ama. Por fim, o marido que ama
sua mulher dessa maneira traz grande bênção para si da parte dela e da parte do
Senhor.
5.29 a alimenta e dela cuida. Expressam as responsabilidades gêmeas de atender às
necessidades dela de modo a ajudá-la a amadurecer em Cristo e a demonstrar amor
fervoroso e terno para dar a ela conforto e segurança.
5.30 membros do seu corpo. O Senhor sustenta a sua Igreja porque ela está
intima e inseparavelmente ligada a ele. Se ele não cuidasse dela, estaria
minimizando a sua própria glória trazida a ele pela Igreja por meio do louvor e
da obediência. Então, no casamento, a vida do marido está unida tão intimamente
com a vida da mulher que eles são um. Quando ele cuida dela, está cuidando de
si mesmo (v. 29).
5.31 Citado de Gn 2.24. Paulo reforça o plano divino
para o casamento instituído por Deus na criação, salientando a sua permanência
e unidade. A união do casamento é íntima e indestrutível. "Unirá" é
uma palavra usada para expressar algo que tenha sido colado ou cimentado,
enfatizando a continuidade da união (Ml 2.16; Mt 19.5-9).
5.32 Grande é este mistério. No Novo Testamento, "mistério" identifica
alguma realidade escondida no passado e revelada na época do Novo Testamento
para ser escrita na Escritura. O casamento é um reflexo sagrado do magnificente
e belo mistério da união entre o Messias e sua igreja, totalmente desconhecida
até o Novo Testamento (Ef 3.4-5; Mt 13.11; 1Co 2.7).
1 Pedro 2.9,10:
- 2.9 Contraste nos privilégios e destino dos crentes.
Compare o contraste semelhante com o contexto anterior. escolhida. “eleita” de Deus, como Cristo é o seu Senhor. geração. Implicando a unidade de
origem espiritual e parentesco dos crentes, como uma classe distinta do mundo. real. Crentes, como Cristo, o
antitípo Melquisedeque, são ao mesmo tempo reis e sacerdotes. Israel, num
sentido espiritual, foi projetada para ser a mesma entre as nações da terra. A
plena realização disto na terra, tanto para o Israel literal como para o Israel
espiritual, é ainda futura. nação
santa. Antitípo para Israel. o
povo adquirido. Isto é, um povo a quem Deus escolheu para ser
peculiarmente Seu: At 20.28. O “tesouro peculiar” de Deus sobre os demais. anuncieis. Não os seus próprios
louvores, mas os Dele. Eles não têm nenhuma razão para se engrandecerem acima
dos outros, pois já estiveram na mesma escuridão, e apenas através da graça de
Deus foram trazidos à luz, a qual eles devem agora mostrar aos outros. virtudes. Grego,”excelências”: Sua
glória, misericórdia (1Pe 2.10), bondade (grego, 1Pe 2.3; Nm 14.17-18; Is 63.7).
O mesmo termo é aplicado aos crentes em 2Pe 1.5. aquele que vos chamou (2Pe 1.3). das trevas – dos pagãos e até de ignorância judaica, pecado e
miséria, e assim fora do domínio do príncipe das trevas. maravilhosa. Pedro ainda tem em
mente o Salmo 118.23. sua…luz.
De Deus. Somente a luz (espiritual) é criada por Deus, não a escuridão. Em
Isaías 45.7, é a escuridão física e o mal, não a moral, que se diz que Deus
cria, o castigo do pecado, não o pecado em si mesmo. Pedro, com ousadia
característica, marca como escuridão o que todo o mundo chama de luz; a razão,
sem o Espírito Santo, apesar de seu louvável poder, é escuridão espiritual. “Não pode apreender o que é a fé: ali é cega,
apalpa como uma pessoa sem visão, tropeça de uma coisa para outra, e não sabe o
que faz” (Lutero). [JFU, 1866]
2.10 povo de Deus. As ideias nesse versículo vêm de Os 1.6-10; 2.23. (Cf.
Rm 9.23-26, passagens nas quais são feitas referências explicitas ao chamamento
de um povo formado por judeus e gentios). agora, alcançastes misericórdia. Em geral, Deus tem uma
misericórdia temporária e a compaixão da graça comum de sua criação como um
todo (Sl 145.4; Lm 3.22). Paulo fez referência a isso ao dizer que Deus é o
"Salvador de todos os homens” (1Tm 4.10). Mas Deus tem misericórdia eterna
de sua igreja eleita ao perdoar seus pecados e dispensá-los do julgamento (Rm
9.15; Tt 3.5). No Antigo Testamento, o profeta Oseias prometeu que Israel, embora
estivesse excluída das bênçãos de Deus por um longo período de tempo, passaria,
no final, a estar sob a misericórdia de Deus. A maneira de Deus lidar com
Israel estabeleceu um padrão para a maneira como ele trata com os cristãos sob
a nova aliança, que antes estavam de fora da aliança de Deus, mas foram trazidos
para debaixo da misericórdia de Deus pela fé em Cristo (Ef 2.4-13).
INTRODUÇÃO
A Igreja de
Jesus Cristo é retratada por uma série de imagens por meio das páginas do Novo
Testamento. Cada uma delas revela um determinado aspecto da Igreja de Jesus
Cristo. Assim, podemos contemplar imagens ou figuras que retratam o
relacionamento; que descrevem a função ou mostram de que forma a Igreja é a
habitação de Deus. Por isso, nesta lição, estudaremos as principais imagens
bíblicas a respeito da Igreja de Cristo que comunicam o relacionamento, a
função e a habitação dessa instituição criada por Deus.
- Sugiro estudar essa lição separando a
Igreja Invisível ou Triunfante, da Igreja Visível ou Militante. Isto porque a
igreja Militante está composta por trigo e também pelo joio, sua glória é
necessariamente menor que a da Igreja Invisível. A Igreja Militante é gloriosa
à medida que reflete a Igreja Invisível. A Invisibilidade e a visibilidade são
dois aspectos da única Igreja de Jesus de Cristo, assim sendo, a Igreja Visível
deve ser uma manifestação da Igreja Invisível e jamais aceitarmos, apesar de
ser composta por ainda imperfeitos, deixarmos a Igreja visível ser apenas uma
caricatura da Igreja Triunfante.
- A igreja do Senhor Jesus Cristo não é
definida , da maneira como entendemos uma definição, no novo testamento. Talvez
porque seria difícil circunscrever tudo o que o Senhor desejava que ela fosse e
representasse para cada um de seus membros, em uma definição. Por isso os
autores do NT preferiram usar imagens para descreve-la. Algumas delas simples
metáforas, outras foram elaboradas teologicamente pelos apóstolos. O teólogo
Americano Paul Minear escreveu um clássico sobre este assunto e disse que existem
96 imagens diferentes da Igreja no Novo Testamento, sendo que algumas são as
principais e outras meras metáforas. Nesta lição, vamos olhar para algumas
destas imagens, e tentar aprender lições do significado de ser igreja revelado
nelas.
I. IMAGENS QUE DESCREVEM UM RELACIONAMENTO
1. A
Noiva de Cristo. Sem dúvida alguma, a imagem da Igreja como a
Noiva de Cristo é uma das mais belas das Escrituras. Na verdade, a Bíblia usa
tanto a figura da noiva como a da esposa para representar a Igreja.
Primeiramente, a Igreja é descrita como uma “virgem pura” (2 Co 11.2). Convém
destacar que a palavra grega parthenos, traduzida em 2 Coríntios 11.2 como
“virgem pura”, é usada em relação a uma donzela que ainda não contraiu núpcias.
É uma figura da Igreja como noiva trazendo uma ideia de castidade, pureza e
fidelidade.
- A “noiva de cristo” é uma metáfora eclesial
pela qual Jesus é apresentado como o noivo de seus seguidores (Mc 2.19-20), e a
festa de casamento aparece como uma imagem recorrente para a comunidade reunida
no fim dos tempos. A frase precisa “noiva de Cristo” para designar a Igreja
nunca ocorre. Paulo é o primeiro a descrever a Igreja como uma noiva: “Porque te prometi em casamento a um marido,
para te apresentar como uma casta virgem para Cristo”; (2 Co 11.2), e o
autor de Efésios usa essa mesma imagem para explicar a relação entre Cristo e a
Igreja (Ef 5.21-33). João refere-se em Apocalipse tanto à Igreja (Ap 19.7) como
à cidade celestial de Jerusalém (21.2, 9) como noiva. Imagens nupciais no Antigo
Testamento e Novo Testamento denotam a intimidade e a mútua fidelidade entre
Deus/Cristo e o povo de Deus. Também sinaliza o cuidado e a proteção exigidos
do noivo em relação à noiva. A metáfora nupcial ressalta sua dependência e
obrigação de mostrar reverência em relação ao seu cônjuge, de acordo com as exigências
das relações de gênero nas culturas de “honra e vergonha”. A infidelidade de
Israel, ou “prostituição” (Os 2), constitui a forma mais desenvolvida dessa
metáfora conjugal no Antigo Testamento. Os crentes em Jesus Cristo são a noiva
de Cristo, e esperamos com grande expectativa o dia em que estaremos unidos com
o nosso Noivo. Até então, permanecemos fiéis a Ele e dizemos com todos os
remidos do Senhor: "Vem, Senhor
Jesus!" (Ap 22.20).
2. A
Esposa de Cristo. Paulo retrata, também de forma vívida, a imagem
da Igreja como esposa (Ef 5.25,26). Assim como é destacada a pureza da noiva, é
também a da esposa. Mas devemos ressaltar que esse relacionamento de Cristo com
a Igreja é fundamentado no amor – “Cristo amou a igreja” (Ef 5.25). Não é como
em um relacionamento frio, fundamentado apenas no dever, mas retrata um
relacionamento fundamentado, sobretudo, na realidade do amor que se entrega e
se sacrifica. Cristo cuida da Igreja e zela por ela porque a ama. Essa imagem
de relacionamento amoroso entre Cristo e a sua Igreja deve ser o parâmetro
relacionamento de todos os casais cristãos.
- Esposa do Cordeiro. A igreja é assim
conhecida, em virtude da aliança que o Senhor Jesus com ela estabeleceu por
intermédio do sangue do Novo Testamento (Ap 21.9). Ressalto que, a doutrina da
Igreja Universal, Invisível e Triunfante
como Esposa de Cristo, foi a resposta Protestante para a Igreja Católica, que
afirma ser ela, Igreja Romana, a Esposa de Cristo. A analogia da igreja como a
noiva de Cristo não é algo inédito do Novo Testamento. No Antigo Testamento,
frequentemente a nação de Israel é apresentada como a esposa, e, YAHWEH, como o
Esposo. Por exemplo: no livro de Ezequiel lemos sobre como Deus se casou com a
nação quando não havia nenhum valor nela, e foi um marido amoroso e provedor
(Ez 16.8-14). No presente, a noiva de Cristo está experimentando o período de
intervalo entre o contrato e as bodas de casamento. O contrato já foi firmado,
Cristo pagou o dote por sua noiva com o seu próprio sangue, e a Igreja está
oficialmente comprometida com Ele. Agora, a noiva de Cristo deve viver como uma
virgem prometida ao seu esposo. Ela está sendo preparada, purificada e adornada
enquanto aguarda pacientemente pela chegada do Noivo. Quando o Noivo chegar,
Ele apresentará a noiva de forma esplendorosa e as bodas de casamento não
durarão apenas alguns dias, mas se estenderão por toda a eternidade futura.
3.
Rebanho de Deus. Quando reuniu os presbíteros na cidade de Éfeso,
o apóstolo Paulo os exortou (At 20.28). Aqui, a Igreja é retratada como um
rebanho de Deus. É uma metáfora que ilustra a relação existente entre a ovelha
e o pastor. Paulo deixa claro que esse rebanho custou um alto preço ao sangue
de Jesus Cristo. Tendo em mente essa imagem, o apóstolo Pedro também põe isso
em evidência (1 Pe 5.2,3). As palavras de Pedro devem servir de parâmetro para
todo pastor que cuida do rebanho de Deus. Na verdade, ele mostra o que o pastor
não pode fazer no seu trato com a igreja, pois ele deve ser um modelo para o
Rebanho de Deus.
- Observe aqui como os crentes são colocados
diante do cuidado pastoral. O termo enfatiza a responsabilidade dos líderes de
vigiarem e protegerem suas congregações - uso apropriado no contexto de advertência contra falsos
mestres. A Igreja é ainda comparada a um redil, um rebanho, uma grei, onde
Cristo é a porta das ovelhas. Desde o Antigo Testamento ovelha e rebanho são
empregados para descrever o povo de Deus. Conhecemos algumas de muitas
passagens que abordam assim, a mais forte, o Salmo 23. A alimentação do rebanho
também inclui protegê-lo (At 20.28-30). Em ambos os deveres – alimentar e
proteger, deve-se lembrar que o rebanho pertence a Deus, e não ao pastor. Deus
confia parte de seu rebanho ao pastor de uma igreja para que esse rebanho seja
orientado, cuidado e alimentado (1Pe 2.3)
II. IMAGENS QUE DESCREVEM FUNÇÃO
1.
Geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo adquirido. Assim como havia um povo de Deus debaixo do Antigo
Pacto (Êx 19-5,6; Is 43.3), da mesma forma Deus possui um povo debaixo do Novo
Pacto (1 Pe 2.9).
- Pedro inspirado por Deus encontrou uma
motivação forte, uma justificativa concreta pela qual devemos ser crentes e
viver debaixo do temor e da autoridade divina. Nós fomos eleitos, e quem é
eleito além de muita gratidão pelo favor recebido tem que exercer o seu
mandato. E este é uma eleição da qual não abrimos mão, tamanho os privilégios. O
privilégio da eleição é único. Ele poderia ter escolhido tantas outras pessoas
em nosso lugar, mas tivemos a sorte de sermos nós os escolhidos.
(a) Geração eleita. A palavra
grega genos, traduzida aqui como “geração” também possui o sentido de “raça”. O
Novo Testamento mostra que, em Cristo, tanto judeus quanto gentios fazem parte
de uma só geração ou raça por causa do que eles têm em comum. Não há distinção
de raça, cor, sexo ou status social. Em Cristo todos formam a geração eleita.
- É assim que Deus trabalha e separa para si
um povo ao longo de todas as gerações. Você, que antes não era povo, mas foi
chamado por Deus, agora faz parte deste povo. Essa é nossa identidade. Somos a
igreja de Cristo nesta geração, e devemos estar prontos para servir. O povo de
Deus possui uma imensa responsabilidade. Somos chamados para uma viva esperança
(1Pe 1.3), com a promessa de uma herança que está reservada nos céus (1.4),
única e real, inabalável. Essa esperança não pode ser roubada, pois ela está
garantida e afirmada pela ressurreição de Cristo. Esta é a única esperança que
pode e deve ser oferecida ao mundo.
(b)
Sacerdócio real.
Em sua Primeira Carta o apóstolo Pedro descreve os crentes que formam a Igreja
de Cristo como os que exercem um sacerdócio real (1 Pe 2.9). Essa imagem vem do
antigo sistema sacerdotal levítico. Na Antiga Aliança, Deus escolheu uma
família, a de Arão, para oficiar como sacerdotes, da mesma forma Ele fez na
Nova Aliança. Contudo, há uma diferença fundamental entre o sacerdócio exercido
debaixo da Antiga Aliança e aquele exercido na Nova Aliança. Ali, essa função
era reservada apenas para uma tribo, a de Levi. Dessa forma, a família
escolhida para essa missão foi a de Arão. Por outro lado, debaixo da Nova
Aliança todo cristão é um sacerdote. Agora todo cristão tem o privilégio de
“queimar o incenso”, isto é, de exercer um ministério de oração e intercessão
diante de Deus (SI 141.2).
- O texto de 1 Pedro 2.9-10, é possível
perceber que Pedro se utiliza de vários textos do Antigo Testamento como base
de seu argumento (Isaías 43.20). Isaías, por exemplo, falou ao povo de Israel
que peregrinava e aguardava sua volta; Pedro também fala a peregrinos, seja os
que estavam dispersos fisicamente, seja os que vivem como peregrinos aqui neste
mundo ainda hoje, e aguardam algo maior. Esse povo, como sacerdócio real, como
povo que cumpre o papel para o qual foi designado, está no mundo para servir. Não
escolha uma igreja para ser servido, e sim uma igreja bíblica na qual poderá
servir. Esse povo, como nação santa (Êx 19.6), sobrevive nos mais distintos
lugares, sob forte perseguição religiosa e política. Ela permanece santa em
todas essas circunstâncias, pois é povo de propriedade exclusiva de Deus.
(c) Nação santa e um povo adquirido (1
Pe 2.9).
Ambos os termos vêm adjetivados, mostrando o que essa nação e esse povo eram,
representavam e deveriam ser. Não era uma nação ou um povo qualquer. Era uma
nação santa e um povo adquirido para Deus. Essa é uma figura muito forte para
retratar uma Igreja consagrada a Cristo inteiramente.
- Também fomos feitos filhos da obediência
(1Pe 1.14), chamados para um amor obediente à verdade (1.22-23), ser qualquer
fingimento, fundamentados na rocha da palavra de Deus, que é viva e permanente.
Fomos chamados para negar a velha vida, a abandonar todo tipo de maldade
(2.1-2). Somos chamados a ser casa espiritual e sacerdócio santo, em uma vida
de sacrifício espiritual a Deus por meio de Jesus Cristo (2.4-5). Somos
chamados a crer (2.7-8). Por fim, o apóstolo Pedro encerra com uma missão:
citando o profeta Oséias, o qual ilustra uma situação em que Israel é chamado
de “Não-meu-povo”, agora Pedro ressalta que os crentes são chamados de povo de
Deus (1Pe 2.9-10). E esta história não terminou: cada vez que evangelizamos,
louvamos e glorificamos a Deus, somos instrumentos de Deus na construção dessa
história. Eis nossa identidade: geração eleita, sacerdócio real, nação santa,
povo de propriedade exclusiva de Deus.
2. Corpo
de Cristo. Essa é uma das imagens mais fortes e frequentes
no Novo Testamento para retratar a Igreja. A Igreja é o Corpo de Cristo! Mais
do que uma organização, a Igreja é um organismo. Um organismo vivo! A analogia
da Igreja como um corpo é muito significativa. Primeiramente, porque retrata a
harmonia e unidade que há no corpo. No corpo humano tudo está em seu devido
lugar (1 Co 12.12). Todos os membros cooperam para o bom funcionamento do corpo
(1 Co 12.21,22,25). Logo, nenhum membro faz menos parte do corpo que os demais:
todos são necessários. A variedade de órgãos, membros e funções constitui a
essência da vida física. Nenhum órgão pode estabelecer um monopólio no corpo,
assumindo as funções dos outros. Um corpo constituído por um só órgão seria uma
monstruosidade.
- “Porque,
assim como o corpo é um, e tem muitos membros, e todos os membros, sendo
muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1Co 12.12). “Há um só corpo” (Ef 4.4), “uma só noiva”
(Ef 5.22-33), “um só santuário” (Ef 2.21), “uma só família e povo de Deus” (Ef 2.19),
uma só Igreja universal. Todos aqueles que foram predestinados, chamados,
justificados e glorificados fazem parte desse corpo. Exatamente quando cremos
em Cristo, somos batizados pelo Espírito nesse corpo. Passamos, então, a fazer
parte da família de Deus. Tornamo-nos membros da igreja do Deus vivo.
Tornamo-nos filhos de Deus e ovelhas do seu pastoreio. O corpo é um só, mas
possui muitos membros. Os membros são diversos, mas todos pertencem ao mesmo
corpo. É Deus quem dispôs os membros no corpo como lhe aprouve. Por isso, no
corpo não pode existir competição. Não há espaço no corpo para complexo de
superioridade. Os olhos não podem dizer às mãos: Não preciso de vocês. Também,
no corpo não pode existir complexo de inferioridade. Os pés não podem dizer aos
olhos: Por que não sou olho, pé eu não quero ser. Cada membro tem sua função no
corpo e deve desempenhá-la para a edificação do corpo. É impensável um membro
do corpo atacar outro. Seria evidência de insanidade um membro do corpo deixar de
servir a outro membro ou mesmo feri-lo. A diversidade dos membros não é uma
negação da unidade do corpo, mas uma prova incontestável de sua funcionalidade
e beleza.
“A
mutualidade no corpo (1Co 12.24-31). Os membros estão no corpo não para
competirem uns com os outros, mas para servirem uns aos outros. Cada um é
colocado por Deus para uma atividade peculiar. Deixar de cumprir o seu papel é
prejudicar todo o corpo. Nenhum membro do corpo é autossuficiente. Precisamos
servir uns aos outros. Precisamos suprir as necessidades uns dos outros. Nenhum
crente possui todos os dons espirituais. O que nos falta é suprido por outro
membro do corpo e o que falta ao outro membro do corpo, deve ser suprido por
nós. Essa mutualidade traz comunhão na igreja na terra e promove a glória de
Deus no céu. Esse cuidado recíproco no corpo e esse amor prático na igreja
demonstra ao mundo a eficácia do evangelho. O amor, desta forma, é a apologética
final, a prova mais eloquente de que somos discípulos de Jesus. Agindo assim, o
mundo crerá que Deus enviou Jesus. Então, haverá a salvação dos perdidos, a
edificação dos salvos e a glorificação do nome de Deus” - Rev. Hernandes
Dias Lopes.
III. IMAGENS QUE DESCREVEM HABITAÇÃO
1.
Santuário de Deus. Muito embora seja comum identificar a Igreja a
partir de sua estrutura arquitetônica, não é isso que a Bíblia identifica como
sendo uma Igreja. Ela é o templo do Espírito Santo (1 Co 3.16). A Igreja é retratada
como sendo um santuário, a habitação de Deus. Individualmente, cada crente é um
templo do Espírito Santo (1 Co 6.19). Mas na sua forma corporativa, a Igreja é
retratada como sendo o santuário de Deus (1 Co 3.16,17). Isso também significa
que Deus habita a Igreja. Ela é seu templo. Nesse aspecto, o apóstolo Paulo
alerta sobre o perigo que há em se profanar o santuário de Deus (1 Co 3.17).
- A habitação de Deus e a do Espírito Santo
são uma; portanto, o Espírito Santo é Deus. Nenhum “templo” literal é
reconhecido pelo Novo Testamento na Igreja Cristã. O único é o templo
espiritual, todo o corpo de adoradores crentes em que o Espírito Santo habita
(1Co 6.19; Jo 4.23-24). A sinagoga, não o templo, era o modelo da casa de culto
cristã. O templo era a casa do sacrifício, e não da oração. Orações no templo
eram silenciosas e individuais (Lc 1.10; 18.10-13), não juntas e públicas, nem
com a leitura das Escrituras, como na sinagoga. O templo, como o nome significa
(de uma raiz grega “habitar”), era a morada terrena de Deus, onde sozinho
colocava Seu nome. A sinagoga (como o nome significa uma assembleia) era o
lugar para a reunião dos homens. Deus agora também tem o Seu templo terreno,
não um de madeira e pedra, mas a congregação de crentes, as “pedras vivas” na
“casa espiritual”. Os crentes são todos sacerdotes espirituais. Jesus Cristo,
nosso Sumo Sacerdote, tem o único sacerdócio literal (Ml 1.11; Mt 18.20; 1Pe 2.5).
Todos os cristãos formam juntos um grande templo. A expressão em 1Co 3.16 não
é: “sois templos”, mas “sois o templo” coletivamente e “pedras vivas” (1Pe 2.5)
individualmente.
2. Casa
de Deus. A Igreja é descrita como sendo a “Casa de Deus”
(1 Tm 3.15). Esse conceito da Igreja, como sendo a Casa de Deus, é derivado do
Antigo Testamento em que o povo de Deus é retratado como a casa ou família de
Deus. A nação de Israel floresceu a partir da família de Jacó. Isso nos faz ver
a importância da igreja como uma instituição social. Na base da sociedade está
a família. Uma igreja forte é formada por famílias igualmente fortes. O inverso
também é verdade: famílias fracas tornam-se igrejas fracas. Por trás de muitos
problemas sociais está a desestruturação familiar. A recomendação de Paulo em 1
Timóteo revela que a Igreja se orienta por um padrão moral que deve nortear o
comportamento na sociedade.
- A igreja – isto é, “a congregação”. “Casa
de Deus” teria uma tradução melhor como "família". Os cristãos são membros
da família de Deus (Cl 6.10; Ef 2.19; Hb 3.6:1Pe 4.17) e devem agir do acordo
com essa identidade. Essa não é uma referência a um edifício, mas às pessoas
que constituem a verdadeira igreja, igreja do Deus vivo. A igreja pertence a
Deus (At 20.28; Ef 1.14; Tt 2.14; IPe 2.9). O título "Deus vivo" tem
uma rica tradição no Antigo Testamento (Dt 5.26; Js 3.10; 1Sm 17.26,36; 2Rs
19.4,16; Sl 42.2; 84.2; Is 37.4,17; Jr 10.10; 23.26; Dn 6.20,26; Os 1.10). O
fato de que a esfera de suas funções é “a congregação do Deus vivo” (que é o
sempre vivo Mestre da casa, 2Tm 2,19-21), é o motivo mais forte para a
fidelidade neste comportamento como presidente de um departamento da casa. O
Deus vivo forma um contraste marcante com o ídolo sem vida, Diana dos Efésios
(1Ts 1.9). Ele é a fonte da “verdade” e o fundamento de nossa “confiança” (1Tm
4.10). O trabalho dirigido a uma Igreja particular é serviço à única grande
casa de Deus, da qual cada Igreja particular é uma parte, e cada cristão uma
pedra viva (1Pe 2.5).
3. O
privilégio de ser Igreja. À luz do que
estudamos nesta lição, podemos fazer algumas considerações. Primeira, a Igreja
de Cristo é uma instituição formada por salvos que se relacionam com Deus e,
por isso, eles fazem parte de seu rebanho. Segunda, a Igreja de Cristo é uma
instituição formada de salvos que exercem uma função sacerdotal diante de Deus perante
o mundo. E, finalmente, a Igreja de Cristo é uma instituição em que Deus habita
e vive. É um privilégio fazer parte da Igreja de Cristo!
- A Igreja é habitada e preenchida por
Cristo. Ela é o receptáculo, não de Sua inerente, mas de Sua plenitude
comunicada, de dons e graças. Como Sua é a “plenitude” (Jo 1.16; Cl 1.19; 2.9)
inerentemente, então ela é Sua “plenitude” por Sua comunicação a ela, em
virtude de sua união com Ele (Ef 5.18; Cl 2.10). A plena manifestação do seu
ser, porque penetrada pela sua vida. Ela é a revelação contínua de Sua vida
divina em forma humana; o mais completo representante de Sua plenitude. Cristo
como o Criador, Preservador e Governador do mundo, constituído por Deus (Cl 1.16-19),
preenche todo o universo das coisas com todas as coisas.
“A
Bíblia ensina que a igreja é o corpo de Cristo. Efésios 1.23, diz: “A Igreja é
o corpo de Cristo; ela completa Cristo, o qual completa todas as coisas em
todos os lugares”. Cada pessoa que aceita a Jesus como seu Salvador e Senhor de
sua vida torna-se membro deste corpo, que é a igreja: “Ora, vocês são o corpo
de Cristo, e cada um de vocês, individualmente, é membro desse corpo” (1
Coríntios 12:27). Cada membro tem uma função. “Assim como cada um de nós tem um
corpo com muitos membros e esses membros não exercem todos a mesma função”
(Romanos 12:4). O apóstolo Paulo está dizendo que cada membro da Igreja tem uma
função. Efésios 4.11-16 ensina que o objetivo é que cada um, com sua função,
ajude o outro e, assim, o corpo é edificado. Aqui tem-se um dos benefícios de
participar da igreja: você é ajudado por alguém, principalmente na questão da
fé e, também, você pode ajudar alguém.
Quando
a igreja se reúne para adorar e louvar a Deus, ou seja, cultuá-lo e quando cada
um vem para o culto com esse objetivo, cria-se um ambiente espiritual em que se
pode sentir a presença de Deus. Jesus disse: “... os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai
procura” (João 4:23). Esse ambiente espiritual no culto alimenta a fé e a
comunhão com Deus. Esse é outro benefício de se participar da igreja.
Pode-se,
também, trazer um argumento sociológico para fundamentar a tese do benefício de
participar de uma igreja: o sentimento de pertencimento. Abraham Maslow, psicólogo americano, define
cinco categorias de necessidades humanas: fisiológicas, segurança, social,
estima e as de autorrealização. O nível social é a necessidade da pessoa de ser
aceito e pertencer a um grupo social. Neste quesito a igreja proporciona esse
benefício, uma vez que a pessoa é aceita e passa a pertencer a esta comunidade
que é chamada de Corpo de Cristo. E não é apenas uma organização humana, é a
igreja de Jesus Cristo, pois Ele a chama de “minha igreja” (Mateus 16.18).
Mas,
também, é uma organização com uma missão: a de levar a mensagem de Jesus Cristo
a outras pessoas. Em suas últimas palavras, Jesus passou esta missão para a
igreja ali reunida e representativa a todas as demais: “Portanto, vão a todos
os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses
seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e ensinando-os a
obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com
vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mateus 28:19-20). Veja que
privilégio, fazer parte de uma igreja que recebeu esta missão de Jesus e ter o
benefício de ter esta promessa dele: “eu estou com vocês todos os dias, até o
fim dos tempos”.” Pr Carlos Ribeiro. OS BENEFÍCIOS DE PARTICIPAR DA IGREJA.
CONCLUSÃO
Nesta lição
aprendemos através de imagens bíblicas o que a Igreja é e que importância ela
tem. São figuras que nos ajudam a compreender a Igreja tanto em seu aspecto
institucional como funcional. Assim, essas imagens ajudam o crente a descobrir
qual o seu lugar na Igreja, o Corpo de Cristo. Dessa forma, ele pode melhor
cooperar para o perfeito funcionamento da igreja local.
- Precisamos voltar às origens e assumirmos o
que somos como igreja, caso contrário, Deus poderá levantar um outro reformador
como fez com Martinho Lutero no Século XVI. Nos interessamos muito em fazer
para Deus, mas antes de tudo devemos reconhecer nossa identidade de igreja. A
Bíblia diz que somos uma geração eleita, todos que fazem parte da igreja foram
escolhidos mediante a vontade soberana de Deus e por sua graça maravilhosa. Não
fomos nós que escolhemos a Deus, mas ele que nos escolheu. Devemos exercer
nosso sacerdócio e viver em santidade, pois somos o povo exclusivo de Deus. Só
assim poderemos anunciar as grandezas do Deus que nos chamou das trevas do pecado
para sua maravilhosa luz (1 Pe 2.9). Deus nos ajude, e que possamos nos
entusiasmar pelo privilégio de sermos Igreja de Jesus, povo de Deus. Tiremos os
olhos dos maus, não tenhamos inveja de quem “vai bem” sem Deus. Nosso bem maior
é Deus, aqui e no céu (Sl 73).
Pb Francisco Barbosa
@pbassis
REVISANDO O CONTEÚDO
1. De acordo
com a lição, como a Igreja é descrita primeiramente?
Primeiramente,
a Igreja é descrita como uma “virgem pura” (2 Co 11.2).
2. O que a
metáfora do “Rebanho de Deus” ilustra?
É uma metáfora
que ilustra a relação existente entre a ovelha e o pastor.
3. O que o
Novo Testamento mostra a respeito da “geração eleita”?
O Novo
Testamento mostra que, em Cristo, tanto judeus como gentios fazem parte de uma
só geração ou raça por causa do que eles têm em comum em Cristo.
4. O que a
expressão “Corpo de Cristo” retrata?
Retrata
a Igreja.
5. Como a
Igreja é retratada em sua forma corporativa?
Na sua
forma corporativa, a Igreja é retratada como sendo o santuário de Deus (1 Co
3.16,17).