TEXTO ÁUREO
“Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo, assim é Cristo também” (1 Co 12.12)
Entenda
o Texto Áureo:
- corpo...
membros. Paulo usou o corpo humano como uma analogia (cf. 10.17) para
falar da unidade da igreja em Cristo. Desse ponto até o versículo 27, ele usou
"corpo" 18 vezes (Rm 12.5; Ef 1.23; 2.16; 4 .4,12,16; Cl 1.18).
VERDADE PRÁTICA
Conhecendo a
Igreja em sua natureza, nos conscientizamos da importância de fazer parte dela.
Entenda
a Verdade Prática:
- A Igreja é parte do plano de Deus para com
o homem, preestabelecido antes mesmo da fundação do mundo e possui uma natureza
divina e missão específica na terra, cujo propósito remete a Cristo. Uma das
coisas belíssimas que nos acontecem por pertencermos à igreja é o
reconhecimento de que somos escolhidos.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Coríntios
12.12-27
Entenda
a Leitura Bíblica em Classe:
- 12.12
corpo... membros. Paulo usou o corpo humano como uma analogia (cf.
10.17) para falar da unidade da igreja em Cristo. Desse ponto até o versículo
27, ele usou "corpo" 18 vezes (cf. Rm 12.5; Ef 1.23; 2.16; 4.4,12,16;
Cl 1.18).
- 12.13 batizados. A igreja, o corpo espiritual de Cristo, é formada quando
os cristãos são cheios do Espírito Santo por Cristo. Cristo é quem batiza (Mt
3.11) e coloca dentro de cada cristão o Espírito em unidade com todos os outros
cristãos. Paulo não está escrevendo sobre o batismo com água. Esse sinal
externo descreve a união do cristão com Cristo na sua morte e ressurreição (Rm
6.3-4). Do mesmo modo, todos os cristãos também são recebidos no corpo de
Cristo por meio do Espírito Santo. O objetivo de Paulo é ressaltar a unidade
dos cristãos. Não pode haver nenhum cristão que não tenha sido batizado no
Espírito nem pode haver mais de um batismo no Espírito, de outro modo todo o
propósito da unidade no corpo de Cristo é distorcido. Todos os cristãos foram batizados
no Espírito e, portanto, estão todos num só corpo (Ef 4.4-6). Essa não é uma
experiência a ser buscada, mas uma realidade a ser reconhecida. beber de um só Espírito. Na
salvação, todos os cristãos não somente se tornam membros plenos do corpo de
Cristo; a igreja, como também o Espírito Santo passa a habitar em cada um deles
(Rm 8.9; Cl 2.10; 2Pe 1.3-4). A provisão da salvação de Cristo é perfeita e ele
chama apenas para a obediência e para confiar no que já foi dado (Hb 10.14).
- 12.14-20 Por meio da ilustração que ele fez de como cada
parte do corpo humano é essencial para o seu funcionamento, Paulo mostrou que a
unidade; é uma necessidade indispensável da igreja; porém, a diversidade
concedida de maneira divina no interior dessa unidade também é necessária. Além
disso, suas palavras indicam que alguns membros egoístas estavam descontentes
com seus dons, almejando dons que não haviam recebido. Com essa atitude, eles,
na verdade, estavam questionando a sabedoria de Deus e insinuando que ele havia
cometido um erro nas distribuições (Rm 9.20-21). Ao buscar por habilidades e
poder mais visíveis, eles também se tornaram vulneráveis aos dons carnais
diabolicamente falsificados.
- 12.18
Aqui, novamente, como no versículo 11, Paulo tratou com os coríntios insensatos
e carnais que estavam descontentes com aquilo que, de modo soberano, havia sido
dado a eles para a edificação da ígreja e glória de seu Senhor.
- 12.21
não preciso. Enquanto alguns em Corinto estavam lamentando o fato de
não terem dons superiores, aqueles que os tinham estavam menosprezando aqueles
com dons mais discretos e menos proeminentes. O "olho" e a "cabeça",
que são muito visíveis e que são focalizados pelas pessoas quando elas se encontram,
representam aquelas com dons notórios. Eles superestimavam de tal modo a
própria importância que desdenhavam daqueles a quem percebiam como menos
dotados ou menos importantes. Aparentemente, eram indiferentes ("Não
precisamos de ti") e autossuficientes.
- 12.22-24
A resposta de Paulo ao orgulho dos mais visivelmente dotados, foi usar
novamente a sua analogia e lembrá-los de que quanto mais frágeis e menos
decorosos, na realidade, as partes não atraentes do corpo, as não apresentáveis
publicamente (v. 24) são mais respeitadas por serem mais necessárias. Ele
falava dos órgãos internos.
- 12.25
Deus projetou que os dons visíveis e públicos tivessem um lugar decisivo,
porém, igualmente projetados e ainda mais vitais para a vida são os órgãos
escondidos, desse modo mantendo a perspectiva da unidade — todos são essenciais
para o funcionamento do corpo de Cristo.
- 12.26-27
Esse é um chamado ao amor mútuo e uma preocupação com a comunhão dos cristãos
(Fp 2.1-4), o que mantém a unidade que honra ao Senhor. Há um corpo no qual
todos funcionam; no entanto, eles nunca perdem a sua identidade individual e a
necessidade essencial do ministério segundo Deus os designou para que fosse
cumprido.
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INTRODUÇÃO
O estudo
sobre a natureza da Igreja deve analisar aquilo que ela é em essência. O que
define uma igreja genuinamente cristã? Evidentemente que há muitas
características que mostram o que é uma verdadeira igreja. Contudo, para nosso
propósito aqui, trataremos apenas de algumas delas. Por isso, nesta lição,
veremos que uma igreja genuinamente cristã é confessional, ou seja, ela se
fundamenta na Palavra de Deus; tem uma dimensão local e universal, ou seja,
existe tanto na forma visível como invisível; e, finalmente, a igreja genuinamente
cristã é una, isto é, não é dividida, pois sem unidade não há Igreja.
- Qual a natureza da Igreja, a sua essência?
- Quais as características de uma Igreja
genuína?
- Em 1Pedro 2.9-10 o apóstolo vê a igreja
como grupo, como comunidade, dando uma descrição da “identidade corporativa”
dos cristãos. Ele vê a igreja como um corpo. As palavras usadas para descrever
essa identidade foram usadas no AT para o povo de Israel (Êx 19.5-6). Pedro diz
que a Igreja é Raça eleita. Sacerdócio real; Nação santa; Povo de propriedade
exclusiva de Deus (1Pe 2.9), e Povo de Deus pela misericórdia de Deus (1Pe
2.10).
- Como introdução, é importante que se diga,
que a verdadeira Igreja é única, como está indicado pelo uso singular da
palavra em Efésios e em várias outras passagens, quando se faz referência a
todos os fiéis (1Co 15.9; G1 1.13; Cl 1.18,24; 1Tm 3.15). Isso independe de
“placa”, onde quer que o povo de Deus se reúna, ali está a Igreja, ela é a
igreja naquele lugar. Pela definição do autor de Hebreus, no capítulo 12, a
igreja é a comunidade de todos os cristãos de todos os tempos. Essa definição
compreende que é feita de todos os verdadeiramente salvos, todos aqueles pelos
quais cristo morreu para redimir, todos os salvos pela morte de Cristo. Inclui
todos os verdadeiros cristãos de todos os tempos, os salvos do Novo como do
Antigo Testamento.
- A manifestação visível dessa Igreja
Universal, é o que chamamos de Igreja local, esta é a Igreja como os cristãos a
vêem na terra; inclui todos os que professam a fé em Cristo e dão prova de tal
fé na vida. Podemos perceber sinais externos de uma mudança espiritual
interior, mas não enxergamos o coração. Só Deus o pode. O senhor conhece os que
lhes pertence (2Tm 2.19).
- Paulo certamente sabia que havia descrentes
nas igrejas as quais escrevia, pareciam ser cristãos mas no fim iam desviar-se.
A igreja visível é o grupo de pessoas que se reúnem toda semana para cultuar a
Deus como Igreja e professar a fé em Cristo. Reconhecendo esta distinção entre
igreja visível e invisível, Agostinho disse, referindo-se à Igreja visível: “Muitas Ovelhas estão fora, muitos lobos
estão dentro”. Reconhecemos como membros da igreja todos os que pela
confissão de fé, pelo exemplo de vida e pela participação nas ordenanças
professam o mesmo Cristo conosco. Não devemos tentar excluir ninguém da
comunhão da igreja a não ser que este traga disciplina sobre si mesmo por causa
do pecado publicamente conhecido.
I. A NATUREZA DA IGREJA NA SUA DIMENSÃO CONFESSIONAL
1.
Fundamentada na Palavra. Uma igreja
verdadeiramente bíblica é firmada na Palavra de Deus. Nesse aspecto,
primeiramente, temos Cristo como a Palavra Encarnada, a Palavra Viva. No princípio
era a Palavra (Jo 1.1). Jesus é a Palavra que se humanizou, isto é, Deus feito
homem. A igreja bíblica possui Jesus Cristo como seu fundamento (Ef 2.20). Uma
igreja verdadeiramente bíblica é centrada em Jesus. Em segundo lugar, uma
igreja bíblica é fundamentada nas Escrituras Sagradas, a Palavra Inspirada. Se
não existe igreja verdadeira sem Jesus, da mesma forma não há igreja verdadeira
sem fundamentação bíblica (2 Tm 3.15). A heterodoxia, o desvio doutrinário e a
apostasia vêm pelo distanciamento e abandono da Palavra de Deus.
- Cristo é o centro de toda a história de
Deus com a humanidade, desde Gn até o fim do Apocalipse. Cristo precisa ser a
essência da igreja para que ela prevaleça. No Salmo 11.3, Davi faz a seguinte
pergunta: “Ora, destruídos os
fundamentos, que poderá fazer o justo?”. Davi extrai uma analogia do reino
físico para descrever uma preocupação espiritual particular que ele tinha. Se o
fracasso de um fundamento físico de um edifício implica no fim de todo o
edifício, o fracasso do povo de Deus em manter o fundamento da verdade indica
um desastre para sua saúde e bem-estar espiritual. Podemos aplicar essa ideia à
igreja. Se o fundamento da igreja for abalado, a igreja pode sobreviver? Não.
Mas qual é o fundamento da igreja? Responder corretamente essa pergunta nos
ajudará a proteger o fundamento e a preservar a verdade de Deus - “Porque ninguém pode lançar outro fundamento,
além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 3.11). Paulo diz em
Efésios 2.20 que Jesus é, na verdade, “a pedra angular”. Jesus é chamado de
fundamento porque ele é o elemento-chave de todo o fundamento. Mas há outras
pedras nessa fundação. Qual é, então, o restante do fundamento? O fundamento,
Paulo nos diz, consiste dos profetas e dos apóstolos (Efésios 2.18-21). Em
Apocalipse 21, lemos sobre a visão magnífica da Nova Jerusalém, a cidade
celestial que desce do alto. O versículo 14 nos diz que “A muralha da cidade
tinha doze fundamentos, e estavam sobre estes os doze nomes dos doze apóstolos
do Cordeiro”. Mesmo a Jerusalém celestial é baseada no fundamento dos
apóstolos. Historicamente, a igreja cristã é, em sua essência, apostólica. O
termo apóstolo vem da palavra grega apóstolos, que significa “aquele que é
enviado”. Na cultura grega antiga, um apóstolo era antes de tudo um mensageiro,
um embaixador ou um emissário. Mas ele não era apenas um mensageiro. Ele era um
emissário que estava autorizado pelo rei a representá-lo em sua ausência, e ele
carregava a autoridade do rei.
2. Habitada pelo Espírito. A Igreja é
habitada pelo Espírito, dirigida e capacitada por Ele. O Espírito Santo é a
força-motriz da Igreja. Na verdade, a obra do Espírito começa no seu trabalho
de convencimento do pecador. É o Espírito quem convence o ser humano do pecado
(Jo 16.8-11). É o Espírito Santo quem produz a obra da regeneração. Quando o
evangelista Lucas diz que o Senhor abriu o coração de Lídia (At 16.14), aí
vemos uma obra poderosa do Espírito Santo trazendo o convencimento para a
salvação.
- O Espírito Santo derramou-se sobre a Igreja
no dia de Pentecostes. Cento e vinte almas naquele dia receberam o selo do
Espírito Santo, que envolveu suas vidas de um poder celestial. Depois daquele
dia jamais seriam os mesmos. Jesus cumpriu a sua promessa (At 1.5). O propósito
do Espírito Santo não 6 condenar, mas convencer da necessidade do Salvador. O
Filho realiza o julgamento, juntamente com o Pai (Jo 5.22,27,30). O Espírito
revelará a glória de Cristo ao seu povo. Ele inspirou a redação do Novo Testamento,
guiou os apóstolos para escreverem o mesmo (Jo 16.13) e revela "as coisas que hão de vir" (v. 13).
Sem a Terceira Pessoa do Deus Triúno, não há Igreja genuína.
3. Quem faz parte da Igreja anda no
Espírito.
Quando alguém responde à mensagem da cruz, o Espírito de Deus produz nele a
certeza da salvação (Rm 8.16). Agora, regenerado, o cristão passa a andar ou
ser dirigido pelo Espírito (Rm 8.14). O fracasso na vida espiritual está no
fato de não andarmos na esfera do Espírito (Gl 5.16,17). O Espírito, portanto,
habita o crente; capacitando-o (At 1.8). Sem a capacitação do Espírito, a
igreja é inoperante e perde a sua essência.
- Na
cultura romana, para uma adoção ser legalmente concretizada, sete testemunhas respeitáveis
tinham de estar presentes para atestar a sua validade. Em Rm 8.16, Paulo
assegura que “O próprio Espírito
testifica com o nosso espírito”. O Espírito Santo de Deus confirma a
validade de nossa adoção, não por meio de uma voz interior mística, mas pelo
fruto que produz em nós (Gl 5.22-23) e pelo poder que ele fornece para o
serviço espiritual (At 1.8). A verdade sobre a certeza pode ser resumida assim:
nosso Pai celestial deseja que seus filhos conheçam o seu amor por eles e a
própria segurança de pertencerem a sua família. Ele não seria o Pai perfeito se
não desejasse isto e se não agisse para realizá-lo. A ação de Deus se manifesta
fazendo com que o duplo testemunho de seu Espírito e do nosso espírito seja
parte da experiência normal de seus filhos. Assim Deus faz com que seus filhos
se regozijem em seu amor. O duplo testemunho é, em si mesmo, um dom – o
elemento mais importante do complexo dom da fé por meio do qual os cristãos
adquirem “conhecimento emocional” de que a fé e a adoção, a esperança do céu e
o soberano e infinito amor de Deus por eles são “realmente reais”. Mesmo que
seja mais fácil sentir do que falar sobre essa dimensão da experiência de fé,
todos os cristãos desfrutam disso de alguma forma, porque, na verdade, essa
realidade faz parte de sua herança.
AUXÍLIO
TEOLÓGICO
DEFINIÇÃO
DE IGREJA
Jesus
assevera, em Mateus 16.18: ‘Edificarei a minha igreja’. Esta é a primeira entre
mais de cem referências no Novo Testamento que empregam a palavra grega
primária para ‘igreja’: ekklesia, composta com a preposição ek (‘fora de’) e o
verbo kaleõ (‘chamar’). Logo, ekklêsia denotava originalmente um grupo de
cidadãos chamados e reunidos, visando um propósito específico. O termo é
conhecido desde o século V a.C., nos escritos de Heródoto, Xenofontes, Platão e
Eurípedes. […] O uso secular do termo também aparece no Novo Testamento. […] Na
maioria das vezes, porém, o termo tem uma aplicação mais sagrada e refere-se
àqueles que Deus tem chamado para fora do pecado e para dentro da comunhão do seu
Filho, Jesus Cristo, e que se tornaram ‘concidadãos dos santos e da família de
Deus’ (Ef 2.19). Ekklêsia é sempre empregada às pessoas e também identifica as
reuniões destas para adorar servir ao Senhor” (HORTON, Stanley M. Teologia
Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p. 536).
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II. A NATUREZA DA IGREJA NAS SUAS DIMENSÕES LOCAL E UNIVERSAL
1. Local
e visível. Biblicamente, podemos falar da Igreja em relação
à sua dimensão espacial, isto é, em relação ao local ou ao espaço geográfico.
Ela pode ser vista e sentida. Nesse aspecto, a Igreja existe localmente. Assim,
vemos os apóstolos escrevendo suas cartas a determinadas igrejas, situadas em
diferentes locais: “à igreja de Deus que está em Corinto” (1 Co 1.2); “aos
estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia” (1 Pe
1.1). Nesses textos vemos as Escrituras se referindo à ekklesia, à comunidade
de crentes, situada em diferentes locais.
- A palavra “igreja” deriva do latim
ecclesia. Sua ideia original vem do grego ekklesia. Sua utilização original
designava uma “assembleia de cidadãos”. Era uma reunião de pessoas que visava
resolver questões comuns. Somente posteriormente passou a designar a
“assembleia de fiéis”. O conceito de Igreja está centrado na Igreja universal e
na Igreja local. A definição de Igreja local é um pouco mais complexa; conforme
já vimos, algumas vezes, “local” descreve a igreja em uma casa. Essa é a
unidade local retratada no Novo Testamento. Embora fosse “local”, a igreja de
Corinto (1Co 1.2) devia abranger várias igrejas nas casas. Isso porque ela se
limitava à cidade de Corinto e não incluía outras igrejas na Grécia, como a de
Tessalônica (1Ts 1.1). Assim, o conceito de igreja local pode incluir um grupo
reunido em uma única casa, vários grupos em uma cidade ou até mesmo muitos
grupos em uma região..
2. As
particularidades das igrejas locais. Pelo teor das
cartas neotestamentárias, observamos que essas igrejas locais possuíam suas
particularidades. Os problemas encontrados em uma não eram necessariamente os
mesmos da outra (Fp 4.2,3 cf. 2 Ts 3.11,12). De igual modo, as virtudes. Por
outro lado, embora estivessem todas sob a supervisão apostólica, observamos que
eram autônomas uma em relação às outras. Assim possuíam sua dinâmica própria.
Um método que funciona em determinada igreja pode ser inadequado em outra.
- Com a expansão da igreja e o surgimento de
vários grupos locais, surgiram também controvérsias. Uma das primeiras foi se
quem não é judeu podia se tornar cristão e se era preciso obedecer a todas as
regras do judaísmo. Essa questão dividiu as opiniões. A igreja dos apóstolos
também tinha os seus problemas, tinha divergências, contendas, e outras coisas
mais, ora por causa dos costumes dos povos, ora por causa das divergências de
pensamentos, ora por causa de rebeldes e até por aqueles que desejavam ser
crentes, mas sem abandonar o pecado.
- A Igreja Primitiva era liderada pelos
apóstolos de Jesus. Esses homens foram escolhidos especialmente por Deus para
junto dos profetas lançarem os fundamentos da Igreja (Ef 2.20). É verdade que
sabemos muito pouco sobre a maioria dos apóstolos depois da ascensão de Jesus
ao Céu. Mas o livro de Atos dos Apóstolos, que registra parte importante da
história da Igreja Primitiva, mostra de forma destacada a atuação de alguns
apóstolos na liderança da Igreja. O trabalho do apóstolo Pedro, por exemplo,
recebe grande ênfase na primeira metade do livro de Atos. Parece que ele foi o
principal porta-voz da Igreja Primitiva em seus primeiros anos. Pedro assumiu
um papel de líder na reunião em que se deu a escolha do novo membro do colégio
apostólico que deveria ocupar o lugar deixado por Judas Iscariotes (At 1.15).
Ele também foi o pregador no Pentecostes que, pela inspiração do Espírito
Santo, trouxe um sermão que resultou na conversão de três mil pessoas (At 2). No
episódio envolvendo Ananias e Safira, Pedro foi ainda o líder da Igreja Primitiva
que anunciou a disciplina àquele casal (At 5). Pedro também teve um papel
importante no Concílio de Jerusalém que foi reunido para resolver a primeira
controvérsia na Igreja Primitiva que dizia respeito à recepção dos crentes
gentios na comunidade cristã (At 15). Parece que seu trabalho na Igreja
Primitiva também incluiu obras missionárias em Antioquia e depois em Roma. Ao
lado de Pedro, o apóstolo João foi outro líder de destaque na Igreja Primitiva.
Ele era uma das colunas da igreja de Jerusalém (Gl 2.9). Já no período final de
sua vida, ele também teve alguma participação na igreja de Éfeso. O apóstolo
Paulo também foi uma das maiores lideranças da Igreja Primitiva. Natural da
cidade de Tarso, Paulo era um perseguidor implacável dos cristãos que foi
transformado por Cristo em um dos mais notáveis missionários da história da
Igreja. Em suas viagens missionárias, Paulo fundou várias comunidades cristãs
que fizeram a Igreja Primitiva crescer. Além dos apóstolos, outros nomes
influentes também foram muito ativos na Igreja Primitiva. Entre eles: Estevão,
Filipe, Tiago, Judas, Barnabé, Silas, Marcos, Lucas, Timóteo, Tito, Apolo, etc.
3.
Universal e invisível. Assim como a
Igreja existe em sua dimensão local, existe também na sua dimensão universal.
Somos conscientes da existência da igreja local, pois dela fazemos parte.
Contudo, nem sempre é fácil se dar conta do aspecto universal da Igreja porque
nesse sentido, a Igreja não está limitada ao espaço geográfico ou físico. Assim
a Igreja universal e invisível é formada por todos os cristãos regenerados que
estão em todos os lugares e por aqueles que já estão também na glória (Hb
12.23), não se limitando somente à dimensão terrena. Aqui, é importante se
diferenciar “Igreja” de “denominação”. Numa cidade, por exemplo, pode haver
várias denominações; contudo, somente há uma Igreja. A igreja é divina, as
denominações são humanas. As denominações podem ser temporárias, a Igreja não.
As denominações podem desparecer, mas a Igreja é indestrutível (Mt 16.18).
Convém dizer que nem todo grupo que se diz cristão pode ser visto como fazendo
parte da Igreja Cristã. Há grupos que se autodenominam “igrejas”, contudo, são
sinagoga de Satanás (Ap 3.9). Entretanto, o que fará com que uma igreja ou
denominação seja cristã, é a sua fidelidade a Cristo e às Escrituras Sagradas.
- A ideia da invisibilidade da igreja foi
primeiramente desenvolvida em profundidade por Santo Agostinho. Ele fez uma
distinção entre a igreja invisível e a igreja visível. Essa distinção de Agostinho
tem sido frequentemente mal compreendida. O que ele quis dizer por igreja
visível foi a igreja enquanto uma instituição que enxergamos visivelmente no
mundo. No plano eterno de Deus, a Igreja universal foi arquitetada por Ele
antes da fundação do mundo (Ef 1.4,9, 10), e, tem um caráter geral porque
inclui todos os cristãos remidos por Cristo, dentre todos os povos (At 20.28; 1
Co 12.28; Ef 1.22; 5.27; 1 Tm 3.15; Hb 12.23).Faço uma citação da Confissão de
Fé de Westminster: “A Igreja Católica ou Universal,
que é invisível, consta do número total dos eleitos que já foram, dos que agora
são e dos que ainda serão reunidos em um só corpo sob Cristo, seu cabeça; ela é
a esposa, o corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todas as coisas. Ef.
1: 10, 22-23; Col. 1: 18.” Deixo o link como sugestão de leitura: https://ipheliopolis.org.br/confissao-de-fe/25/.
III. A IGREJA NA SUA DIMENSÃO COMUNITÁRIA
1. A
igreja é una. Isso
significa que a igreja é indivisível. Na analogia onde compara a Igreja ao
corpo humano, Paulo deixa bem claro que uma igreja verdadeiramente cristã é
unida porque não pode haver divisão no corpo (1 Co 12.12). Jesus disse que um
reino dividido não subsistirá (Mt 12.25). Esse princípio se aplica à Igreja
também. O que o Diabo não consegue contra a Igreja por meio da perseguição, ele
consegue por intermédio da divisão. Devemos evitar, a todo custo, o
partidarismo, as preferências e os exclusivismos, se quisermos preservar a
unidade da igreja local (Ef 43).
- Antes de considerarmos a união do Corpo de
Cristo, deixe-me fazer uma pergunta: você precisa ir à igreja para ser um
cristão? A frequência na igreja, se você for fisicamente capaz, é um requisito
para ir ao céu? Em um sentido bastante técnico, a resposta é não. No entanto,
devemos nos lembrar de algumas coisas. Cristo ordena que seu povo não abandone
a comunhão na congregação (Hebreus 10.25). Quando Deus constituiu o povo de
Israel, ele os organizou em uma nação visível e colocou sobre eles uma
obrigação solene e sagrada de se congregarem na adoração pública diante dele.
Se uma pessoa está em Cristo, ela é chamada a participar da koinonia — a
comunhão com outros cristãos e a adoração a Deus de acordo com os preceitos de
Cristo.
- Em Efésios 4.4-6, o Apóstolo Paulo faz um
apelo à unidade, ele mostra a unidade divina e a unidade cristã. Mas a unidade
cristã não implica necessariamente em uniformidade, ação que só tem uma forma,
falta de variedade. O ensino das Escrituras é que vivenciemos a unidade na
diversidade e na pluralidade de dons e chamados. Reconhecer a importância da
diversidade, nos leva a uma obra mais excelente. As nossas diferentes
habilidades e capacidades cooperam para um melhor serviço. Elas somam e não
dividem quando há unidade espiritual. A unidade é do Espírito, mas também, é
algo que não se realiza sem a nossa cooperação. Todos os salvos formam “um
corpo”, o corpo místico de Cristo. Somos “um só corpo” independente das
diferentes denominações evangélicas, com exceção das falsas igrejas, pois temos
uma só cabeça espiritual – Cristo.
- As igrejas mais puras debaixo do céu estão
sujeitas à mistura e ao erro; algumas têm degenerado ao ponto de não serem mais
igrejas de Cristo, mas sinagogas de Satanás; não obstante, haverá sempre sobre
a terra uma igreja para adorar a Deus segundo a vontade dele mesmo (1Co 1.2, e
13.12; Mt 13.24-30, 47; Rm 11.20-22; Ap 2.9; Mt 16.18).
2. Unidade na Igreja. Paulo
escreveu à igreja de Filipos: “completai o meu gozo, para que sintais o mesmo,
tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa” (Fp 2.2). Esse
texto mostra o anseio do apóstolo pela unidade da igreja que, como Corpo de
Cristo em sua forma coletiva, deve zelar pela unidade e, da mesma forma, cada
crente deve buscar isso.
- “A
Igreja como Corpo é uma unidade espiritual – onde todos os nascidos de novo
estão unidos em Cristo. Mas esta unidade tem que se manifestar na horizontal,
numa união onde judeus e gentios, homens e mulheres, escravos e livres, são um
“em Cristo”. Nossa posição “em Cristo” presente nos escritos Paulinos indica
nossa união espiritual com Jesus, nos dá poder para ser mais “santos” e “fiéis”
a Ele neste mundo. É por esta razão que uma das armas principais de Satanás – e
das mais utilizadas contra a Igreja é a divisão e a desunião entre os cristãos.
Mas se somos “santos” e “fiéis” a Cristo, podemos superar as sutilezas do
tentador. Comumente gostamos muito de estar com aqueles que gostam das mesmas
coisas que nós, mas nos afastamos daqueles que são contrários aos nossos
gostos. Supervalorizamos nossas habilidades e desvalorizamos as dos outros.
Quando não há entendimento de que somos um corpo, a diversidade gerará divisão
e não cooperação mútua. Um corpo saudável é constituído por vários membros e
órgãos que trabalham em harmonia. Cada membro desempenhando sua função com
excelência, coopera para o crescimento do corpo. Se algo não está bem em algum
órgão, isto provocará uma má disposição em todo o organismo. As minhas atitudes
e desempenhos individuais refletirão no coletivo. O meu relacionamento com os
demais membros do corpo definirá a saúde dele. Conta-se uma história de uma
reunião que houve entre as ferramentas de uma marcenaria: a lixa solicitou a
exclusão do martelo, pois o mesmo ficava batendo em tudo e fazia muito barulho.
O martelo concordou, mas disse que a lixa era muito áspera e grossa. O parafuso
foi acusado de ficar dando muitas volta para chegar ao seu propósito. Logo
então falaram da régua que se achava certinha e se julgava no direito de medir
tudo. No meio desta discussão apareceu o Senhor Marceneiro que reuniu todas as
ferramentas e com habilidade utilizou cada uma e fez um móvel maravilhoso e
perfeito”. Fundamentos
da Unidade Cristã, disponível em: https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/series/serie-unidade/fundamentos-da-unidade-crista/.
3.
Diversidade na unidade. Isso
reverbera o anseio de Jesus pela unidade dos seus discípulos (Jo 17). Ali há o
que os teólogos chamam de “unidade de essência”. Na Trindade, O Pai, O Filho e
O Espírito Santo são pessoas diferentes, com uma mesma essência, possuindo a
mesma substância e um só propósito. Da mesma forma, os cristãos devem buscar
esse tipo de unidade. Nesse aspecto, unidade não é uniformidade. Somos
diferentes, diversos, temos temperamentos distintos e maneiras diferentes para
fazer as coisas; mas, mesmo assim, somos um em Cristo Jesus para perseverar no
mesmo alvo.
- “O
partidarismo era um dos piores problemas da igreja local em Corinto. Em defesa
da unidade, Paulo não poupa os partidos existentes dentro daquela comunidade.
Ele deixa bem claro o fato de que Cristo é tudo em todos e deve ser o único a
ser honrado de forma unânime. “A unidade da igreja parecia aos imaturos
coríntios muito menos importante do que as manifestações espirituais. Paulo
discordava disso totalmente: “Vocês não sabem que são santuário de Deus e que o
Espírito de Deus habita em vocês? Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus
o destruirá; pois o santuário de Deus, que são vocês, é sagrado” (1 Co
3.16-17). O apóstolo condenou as divisões em Corinto como manifestações de
carnalidade e pecado, não santidade e consagração esperadas de um avivamento. [...]A
maior evidência da diversidade na Igreja está na questão dos dons espirituais,
mostrada em 1 Coríntios 12. O Espírito Santo equipa cada cristão com dons
distintos e capacidades diversas, indicando, assim, que há na Igreja, pessoas
que atuam brilhantemente em determinada área, enquanto outras realizam mais em
outra completamente diferente. Ou seja: há diversidade de dons, ministérios e
serviços, operando na Igreja, mas todos são concedidos pelo Espírito Santo,
segundo a Sua vontade. Não é por méritos pessoais.” Construindo a Unidade na Diversidade,
disponível em: https://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/series/serie-unidade/construindo-a-unidade-na-diversidade/.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
A IGREJA
“A palavra
ekklesia se refere a uma reunião ou congregação de pessoas que são chamadas ou
convocadas e se reúnem com um propósito. No Novo Testamento, a palavra designa
basicamente uma congregação ou comunidade do povo de Deus – as pessoas que
aceitam a mensagem de Cristo, confiam a Ele suas vidas e se reúnem como
cidadãos do Reino de Deus (Ef 2.19) com o propósito de adorar e honrar a Deus.
A palavra ‘igreja’ pode se referir a uma congregação na igreja local (Mt 18.17;
At 15.4) (…) ou à igreja universal.” Amplie mais o seu conhecimento, lendo a
Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, p.1650.
AUXÍLIO DEVOCIONAL
“ENTENDENDO O TEXTO:
‘Amai-vos
cordialmente uns aos outros com amor fraternal’. Há três temas que sempre sãos
encontrados juntos em passagens do Novo Testamento. O Corpo de Cristo, os dons
espirituais e o amor. Há razões importantes por que esses três temas são
inseparáveis. O nosso relacionamento com outros cristãos é definido pela
participação conjunta em um único Corpo. O nosso serviço aos outros cristãos é definido
com o uso de nossos dons e capacidades para servi-los. Nossa postura para com
outros cristãos deve ser de amor ativo e cuidado. Unidade, serviço e amor nunca
estão separados na Escritura. Sem unidade, não pode haver qualquer experiência
de amor. Sem amor, não pode haver qualquer experiência de unidade. Cada um
depende do outro. Se você amar e servir os outros, começará a experimentar a
unidade do Corpo de Cristo” (RICHARS, Lawrence O. Comentário Devocional da
Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, p.787).
CONCLUSÃO
Chegamos ao
final de mais uma lição bíblica, a qual aborda a natureza da Igreja. Vimos que
não é possível nos referirmos a uma igreja como sendo cristã se determinadas
marcas ou características não estão presentes nela. Destacamos aqui que a
igreja local deve estar fundamentada na Palavra e habitada pelo Espírito Santo.
A Igreja também existe tanto local como universalmente. Não está limitada nem
pelo tempo nem pelo espaço. Ela existe para a eternidade!
- A importância da Igreja dificilmente poderá
ser superestimada. Deus comprou-a com o sangue de seu próprio Filho (At 20.28).
Cristo ama sua Igreja, cuida dela e a valoriza (Ef 5.25,29), e um dia ela se
apresentará diante dele sem mácula, em toda sua glória (v. 27). A principal
atividade de Jesus Cristo na Terra, atualmente, é edificar sua Igreja (Mt
16.18). Ele faz isso por meio da distribuição de dons espirituais (Ef 4.12).
Assim, os cristãos participam do que Cristo faz em seu Corpo hoje em dia pelo
exercício desses dons.
- Somente Cristo é a Cabeça da Igreja. Na
Igreja há somente uma estrela: Jesus. Ninguém, portanto, deve ser colocado
nesta posição. Esse lugar é exclusivamente de Jesus Cristo; A igreja é um corpo
que consiste de muitos membros, cada um tendo uma função que é desempenhada sob
o comando da Cabeça, e é da Cabeça que vem instrução e direção aos membros do
Corpo (Ef 4.15). Quem dirige a igreja não é um clero bem intencionado, mas o
próprio Cristo! É certo que há uma cadeia de comando na igreja, Jesus
estabelece líderes humanos, os quais são escolhidos por Ele, para facilitar a
coordenação na igreja (Ef 4.11). Mas Ele é “tudo em todos”. Jesus tem a
preeminência (Cl 1.18).
Pb
Francisco Barbosa
@Pbassis
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REVISANDO O CONTEÚDO
1. Qual é a
principal característica de uma igreja verdadeiramente bíblica?
Uma igreja verdadeiramente bíblica é firmada na
Palavra de Deus.
2. O que
caracteriza uma igreja habitada pelo Espírito?
A Igreja habitada pelo Espírito, dirigida e
capacitada por Ele.
3. Como
podemos falar da dimensão espacial da Igreja?
A dimensão espacial da igreja diz respeito ao seu
local ou ao espaço geográfico.
4. Como a
Igreja universal e invisível é formada?
Assim a Igreja universal e invisível é formada por
todos os cristãos regenerados que estão em todos os lugares e por aqueles que
já estão também na glória (Hb 12.23).
5. Explique a
expressão “unidade de essência” em relação à Trindade.
Na Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são
pessoas diferentes, contudo, com uma mesma essência. Possuem a mesma substância
e um só propósito.