TEXTO ÁUREO
“E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições” (2 Tm 3.12)
Esmiuçando o Texto Áureo:
- Os cristãos fiéis devem esperar a perseguição e o
sofrimento nas mãos de um mundo que rejeita Cristo (Jo 15.18-21; At 14.22). Considerando
que Satanás domina o sistema ímpio do mundo em rebelião contra Deus (Jo 14.30),
o resultado é que o mundo odeia a Jesus bem como aos que o seguem (2Tm 3.12).
Ódio a Jesus significa também ódio ao Pai que o enviou (Jo 15.23). Os
verdadeiros discípulos de Jesus devem esperar o mesmo tratamento que foi dado
ao Mestre, porque os que odiavam a Jesus não conheciam a Deus (Jo 15.21),
odiaram também os discípulos; por outro lado, aqueles que ouviam com fé a
Jesus, também dariam ouvidos aos discípulos.
VERDADE
PRÁTICA
Precisamos aprender com os cristãos
perseguidos aspectos da fé cristã que só eles conhecem devido à natureza da
opressão que eles experimentam.
Esmiuçando a Verdade Prática:
- Jesus nunca escondeu que seus seguidores seriam
perseguidos por causa da sua fé. Diante dessa certeza é importante estudarmos
sobre a Igreja Perseguida e o desafio de seguir a Jesus aonde Ele é rejeitado.
Momento oportuno para voltamos nossos pensamentos para estes nossos irmãos que
padecem por servirem ao reino e ao Rei.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Atos 6.8,9,13,14; 8.1-4
Esmiuçando a Leitura Bíblica em Classe:
- 6.8 prodígios e grandes sinais. prodígios...
sinais. (At 4.30; 5.12; 14.3; 15.12). "Prodígios" refere-se à
perplexidade que as pessoas sentem quando testemunham obras sobrenaturais
(milagres). "Sinais" apontam para o poder de Deus por trás dos
milagres — maravilhas não têm valor a não ser que apontem para Deus e sua
verdade. Tais obras muitas vezes foram realizadas pelo Espírito Santo por
intermédio dos apóstolos (At 5.12-16) e seus companheiros (At 6.8) para
autenticá-los como mensageiros da verdade de Deus (2Co 12.12; Hb 2.3-4
6.9 Parece que esse versículo descreve três sinagogas: a
sinagoga dos Libertos, outra composta de cireneus e alexandrinos, e uma terceira
composta de pessoas da Cilícia e da Ásia. Diferenças culturais e linguísticas entre
os três grupos tornam pouco provável que eles frequentassem a mesma sinagoga;
As sinagogas eram lugares de reunião, que começaram a existir no período intertestamentário
onde os judeus dispersos (geralmente helenistas), que não tinham acesso ao
templo, podiam reunir-se na sua comunidade para culto e leitura do Antigo Testamento.
Os Libertos eram descendentes de escravos judeus capturados por Pompeu (63
a.C.) e levados para Roma. Mais tarde foram libertados e formaram uma
comunidade judaica ali; Cireneus eram homens de Cirene, cidade no norte da
África. Simão, o homem que foi obrigado a carregar a cruz de Jesus, era natural
de Cirene (Lc 23.26), e Alexandrinos, oriundos de Alexandria, outra cidade importante
no norte da África, localizava-se perto da boca do rio Nilo. O poderoso
pregador Apolo era de Alexandria (At 18.24). Cilícia e Ásia, províncias romanas
na Ásia Menor (atual Turquia). Pelo fato de a cidade natal de Paulo (Tarso) se
localizar na Cilícia, ele provavelmente frequentava essa sinagoga. discutiam
com Estevão. A palavra traduzida por "discutiam" significa
debate formal. Sem dúvida, eles centravam-se em temas como a morte e ressurreição
de Jesus e a evidência do Antigo Testamento de que ele era o Messias.
6.11 blasfêmias contra Moisés e contra Deus.
Incapazes de vencer o debate com Estêvão, seus inimigos recorreram à fraude e à
conspiração. Assim como fizeram com Jesus (Mt 26.59-61), eles recrutaram
secretamente falsas testemunhas para espalhar mentiras a respeito de Estevão.
As acusações foram sérias, pois a blasfêmia era punível com a morte (Lv 24.16).
6.14 Jesus, o nazareno, destruirá este lugar.
Outra mentira, pois as palavras de Jesus (Jo 2.19) referem-se ao seu próprio
corpo (Jo 2.21).
8.1 consentia. A ira assassina de Paulo
contra os crentes foi manifestada aqui na sua atitude em relação a Estêvão (1Tm
1.13-15). exceto os apóstolos. Eles permaneceram por
causa de sua devoção a Cristo para cuidar dos crentes de Jerusalém e para
continuarem a evangelizar a região (At 9.20-27). foram dispersos. Liderada
por um judeu chamado Saulo de Tarso, a perseguição espalhou a comunidade de
Jerusalém e gerou a primeira ação missionária da igreja. Nem todos os membros
da igreja de Jerusalém foram forçados a fugir; os helenistas, pelo fato de
Estêvão ser provavelmente um deles, suportaram o impacto da perseguição (At
11.19-20).
8.2 homens piedosos. Provavelmente
judeus piedosos (At 2.5; Lc 2.25) que protestaram publicamente contra a morte
de Estêvão.
8.3 assolava a igreja. O verbo
"assolar" foi usado em escritos extra bíblicos para referir-se à
destruição de uma cidade ou ser estraçalhado por um animal feroz.
8.4 iam por toda parte. O verbo grego é
usado frequentemente em Atos para expressar esforços missionários (At 8.40;
9.32; 13.6; 14.24; 15.3,41; 16.6; 18.23; 19.1,21; 20,2).
A perseguição contra cristãos é uma
realidade. Aproximadamente mais de 360 milhões de cristãos no mundo sofrem
algum tipo de perseguição por expressarem a sua fé em Jesus. Muitas vezes, a
obra missionária é realizada num contexto de perseguição religiosa, política e
cultural. Por isso, o tema desta semana é muito importante. Veremos como a
igreja do Novo Testamento lidou com esse desafio, faremos um panorama da
perseguição na atualidade e refletiremos a respeito do que podemos fazer para
ajudar os cristãos e os missionários perseguidos que labutam na causa do
Evangelho.
- Quando falamos de perseguição religiosa logo vem à
nossa mente países como Coréia do Norte, China, Irã, entre outros, e esquecemos
que aqui mesmo no Brasil temos a nossa “Janela 10/40” que permanece inalcançada
e por vezes, se mostra uma perseguidora da fé. Perseguição aos cristãos é o
conjunto de atos de maus tratos físicos ou psicológicos, incluindo agressões e
assassínios exercidos por não cristãos sobre cristãos, motivados os primeiros
pela diferente identidade e manifestações religiosas e étnicas dos segundos.
O site do noticias.uol.com.br trouxe a
seguinte manchete: “Mais de 360 milhões
de cristãos foram perseguidos em 2022; veja os países que oferecem maior
risco...” a reportagem traz a Coréia do Norte como “o pior país para cristãos”.
- A missão Portas Abertas (https://portasabertas.org.br/) publica
anualmente um "índice global" da perseguição aos cristãos, listando
todos os ataques, desde a "discreta opressão diária" até a
"violência mais extrema". Os registros preocupantes de martírios e
ataques a igrejas são uma amostra de quanto é difícil ser cristão em boa parte
do mundo moderno, algo que não passa em nossas mentes ocidentais e nem nos
preocupa. Esta lição deverá ser o “start” que precisamos nesse momento para
lembrarmos da igreja sofredora, nos preocuparmos com eles, orarmos por essa
igreja subterrânea e investimos em obras evangelizadoras que arriscam tudo
levando Jesus em terras avessas ao evangelho.
I.
A IGREJA NASCEU EM UM CONTEXTO DE PERSEGUIÇÃO
1. A
perseguição contra Estêvão, o primeiro mártir. Estevão foi um servo de Deus que se
comportou com muita sabedoria diante de um levante contra ele na sinagoga
chamada dos Libertos (At 6.9). O texto de Atos 6 nos mostra que ele passou a
ser vítima de mentiras, subornos e de falsas testemunhas, fazendo com que
Estevão disputasse com eles a respeito das Escrituras (At 7.1-53). O discurso
de Estêvão foi tão assertivo que os judeus se enfureceram ao ponto de o
expulsarem da cidade e o apedrejarem. Assim, esse discípulo de Jesus foi feito
o primeiro mártir da Igreja (At 7.59,60).
- Estêvão foi o um dos sete homens escolhidos por ordem
dos apóstolos para serem diáconos da Igreja Primitiva de Jerusalém. Ele cuidava
da distribuição da assistência às viúvas e aos necessitados. O ministério de
Estêvão foi muito além da diaconia das mesas. Além de cumprir suas
responsabilidades perante a Igreja Primitiva, Estêvão se empenhou em proclamar
o Evangelho, ficando marcado na História da Igreja. O texto bíblico nos informa
que Estêvão, tomado de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o
povo. Estêvão e Filipe são citados no Novo Testamento realizando milagres
semelhantes aos realizados pelos apóstolos. Após ser acusado de blasfêmia,
Estêvão foi levado perante o Sinédrio. Ali, falsas testemunhas depuseram contra
ele, o acusando de pregar contra a adoração no Templo e contra a Lei (At 6.13).
A pregação de Estevão não caiu bem nos ouvidos do Sinédrio e eles ficaram
irados com Estêvão. Mas Estêvão não estava preocupado com isso. Ele estava
recebendo uma visão de Jesus no Céu (At 7.55-56).
2. A
igreja foi dispersada. Como
consequência do episódio ocorrido com Estêvão, uma grande perseguição aconteceu
em Jerusalém e resultou na dispersão dos primeiros cristãos para a Judéia e
Samaria (At 8.1). Todavia, à medida que os cristãos dispersos iam por todos os
lugares, eles anunciavam a Palavra de Deus (At 8.4). Podemos notar, portanto,
que a perseguição se mistura com a origem da Igreja de Cristo. Os primeiros
cristãos viveram uma realidade que não é distante de muitos outros em pleno
século XXI.
- Liderada por um judeu chamado Saulo de Tarso, a
perseguição espalhou a comunidade de Jerusalém e gerou a primeira ação missionária
da igreja. Nem todos os membros da igreja de Jerusalém foram forçados a fugir. A
morte de Estêvão foi um momento de grande tristeza e marcou o início da
primeira perseguição feroz aos cristãos. Mas, ao mesmo tempo, esse
acontecimento fez com que o evangelho fosse pregado em muitos lugares novos,
fazendo a igreja crescer ainda mais! O exemplo de Estêvão deu (e ainda dá)
coragem a muitos outros cristãos que enfrentaram grandes perigos por sua fé. Mas
Deus, em Sua soberania e governança, e que sabe como conter as crescentes
paixões dos homens, anulou a posição dos perseguidores para o cumprimento de
Sua própria vontade – a expansão do Evangelho. Hoje não é diferente, Deus não
deixou de ser Soberano sobre sua criação, Ele governa e certamente, onde ainda
há resistência ao Evangelho, aí há um propósito divino, ainda que encoberto
para nós. Nisso é verdadeira a frase cunhada por Tertuliano (150 – 220 d.C.): “o sangue dos mártires é a semente da igreja.”
Diferentemente da igreja primitiva, que pagava com sofrimentos e com a própria
vida por sua fé, a igreja de hoje é desafiada a assumir o seu mandato e seu sentido
de estar contida no mundo.
3. A
perseguição cristã é uma realidade. De forma geral, podemos conceituar a perseguição como o ato de assediar,
oprimir, dificultar ou negar os direitos fundamentais de ir e vir, torturar
e/ou executar pessoas com bases em diferenças étnicas, políticas e religiosas.
De acordo com os dados do portal Missão Portas Abertas, a perseguição aos
cristãos está aumentando em muitas esferas do mundo. São aproximadamente mais
de 360 milhões de cristãos no mundo que enfrentam algum tipo de oposição por
expressar a sua fé em Jesus Cristo. Isso significa que os cristãos são
discriminados em alguns lugares, presos em outros e, até mesmo, torturados e
mortos em alguns países.
- O primeiro caso documentado de perseguição aos cristãos
pelo Império Romano direciona-se a Nero. Em 64 d.C. houve o grande incêndio de
Roma, destruindo grandes partes da cidade e devastando economicamente a
população romana. Nero, cuja sanidade já há muito tempo havia sido posta em
questão, era o suspeito de ter ateado fogo. Em seus Anais, Tácito afirma que:
“Para se ver livre do boato, Nero prendeu os “culpados” e infligiu as mais
requintadas torturas em uma classe odiada por suas abominações, chamada
cristãos pelo populacho”. No período da conversão de Tertuliano, se deu a
perseguição sob o governo de Setímio Severo (193-211). Durante algum tempo ele
favoreceu os cristãos, mas perto do ano 202 sua benevolência chegou ao fim. Os
cristãos do norte da África foram os que mais sofreram com a crueldade das
perseguições sob seu governo. De nada adiantaram as defesas jurídicas do
advogado e apologista cristão Tertuliano. O número de mártires era grande. Um
exemplo disto foi o martírio de duas cristãs, Perpétua e Felicidade, que foram
estraçalhadas pelas feras. Não obstante, o número de conversões era ainda muito
maior a ponto de Tertuliano exclamar: o sangue dos mártires é semente da
igreja. Penso ser necessário, a igreja repensar sua trajetória, olhar para o
passado, para o seu nascedouro e o testemunho daquela tão espessa “nuvem de
testemunhas”, Cf. Heb 12: 1. Sua fé não sucumbiu em meio às perseguições. Eles
testemunharam na história da igreja de forma MAIÚSCULA, embora muitos de forma
anônima. Certamente o mais importante para eles era o legado e não seus nomes.
Vivemos hoje em um mundo em que o homem deseja ser visto, notado. Há uma febril
e frenética busca por deixar o nome e não um legado para a história. Precisamos
vencer a tentação de sermos aceitos pelo “mundo” e fazer a diferença para ele. Nós temos uma
missão, e esta não consiste em querer ser aprovado pelo mundo, mas mostrar ao
mundo, o desejo de Deus para ele. Que possamos continuar sendo a semente de
Deus neste mundo. "O
SANGUE DOS MÁRTIRES É A SEMENTE DA IGREJA" - Um desafio ao Testemunho
Cristão, pelo Pr. Edmar Leonardo da Silva, disponível em: http://www.metodistavilaisabel.org.br/artigosepublicacoes/descricaocolunas.asp?Numero=3513.
II.
A PERSEGUIÇÃO CRISTÃ NA ATUALIDADE
1. Em
muitos lugares ser cristão é perigoso. Para muitas pessoas no mundo atual, se converter e proclamar a fé em
Jesus significa receber uma oposição sistemática, serem obrigados a abandonar a
família, perder o emprego, perder os bens, bem como os direitos básicos.
Infelizmente, em muitos lugares, o exílio, a prisão, a tortura, a mutilação e a
morte fazem parte do contexto de vida de muitos cristãos e missionários. Por
isso, deveríamos ser gratos a Deus pela liberdade que desfrutamos ainda em
nosso país e, ao mesmo tempo, estar vigilantes com algumas ideologias e
movimentos políticos que buscam sorrateiramente enfraquecer a influência da
igreja em nome de um verniz de neutralidade religiosa. É importante deixarmos
claro que a Constituição Brasileira ainda garante o seguinte: “É inviolável a
liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto
e suas liturgias” (artigo 5º, inciso VI da Constituição Federal de 1988). Como
o apóstolo Paulo, não devemos nos furtar de fazer uso da lei quando necessário
(At 22.25-29).
- O Artigo 5º da
nossa Constituição nivela todos os cidadãos perante a lei, sem distinção de
qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade. O inciso VI diz que “é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o
livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção
aos locais de culto e a suas liturgias”. É emblemático para nós cristãos em
especial, porquê buscamos esse direito mas, por vezes, corremos o risco de
sermos intolerantes com outras crenças.
- É interessante
o Artigo 5º porquê, enquanto nos protege em relação à crença e culto, também
pode ser um elemento restringidor à evangelização. Veja estas duas situações
emblemáticas:
(1)
Ação direta de inconstitucionalidade – designação de pastor evangélico para
atuar nas corporações militares – ofensa à liberdade religiosa
"1.
A regra de neutralidade do Estado não se confunde com a imposição de uma visão
secular, mas consubstancia o respeito e a igual consideração que o Estado deve
assegurar a todos dentro de uma realidade multicultural. Precedentes. 2. O direito à liberdade de
religião, como expectativa normativa de um princípio da laicidade, obsta que
razões religiosas sejam utilizadas como fonte de justificação de práticas
institucionais e exige de todos os cidadãos, os que professam crenças teístas,
os não teístas e os ateístas, processos complementares de aprendizado a partir da
diferença. 3. O direito dos militares à assistência religiosa
exige que o Estado abstenha-se de qualquer predileção, sob pena de ofensa ao
art. 19, I, da CRFB. Norma estadual que demonstra predileção por determinada
orientação religiosa em detrimento daquelas inerentes aos demais grupos é
incompatível com a regra constitucional de neutralidade e com o direito à
liberdade de religião." (grifamos) ADI 3478/RJ
(2)
Ação direta de inconstitucionalidade – manutenção obrigatória de exemplares da
Bíblia Sagrada nas unidades escolares da rede estadual de ensino e nos acervos
das bibliotecas públicas – violação dos princípios da liberdade religiosa
e da laicidade estatal
"2.
A laicidade estatal, longe de impedir a relação do Estado com as religiões,
impõe a observância, pelo Estado, do postulado da imparcialidade (ou
neutralidade) frente à pluralidade de crenças e orientações religiosas e não
religiosas da população brasileira. 3. Viola os princípios da isonomia, da
liberdade religiosa e da laicidade estatal dispositivos legais que tornam
obrigatória a manutenção de exemplares da Bíblia Sagrada nas unidades escolares
da rede estadual de ensino e nos acervos das bibliotecas públicas, às custas
dos cofres públicos.” ADI 5256/MS (Disponível em: https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-temas/direito-constitucional/fundamentos-da-liberdade-de-religiao.)
- Como todos
sabem, o apóstolo Paulo era judeu, nascido em Tarso, Capital da Cilícia,
Província Romana situada na Ásia Menor e possuía cidadania romana. Naquela
época, possuir a cidadania romana era muito importante e assegurava aos que a
possuíam direitos e privilégios especiais. Cidadãos romanos eram isentos (pelas
leis de Valério e Pórcio) desses métodos brutais de interrogação. A afirmação
de Paulo não seria questionada, porque a penalidade para uma pessoa que
falsamente dizia ler cidadania romana era a morte. O centurião informou ao
comandante sobre a Cidadania de Paulo, alertando-o contra um ato que podia pôr um
fim na carreira militar de Lísias — ou até mesmo custar-lhe a vida. A cidadania
romana não estava oficialmente à venda, mas às vezes podia ser obtida mediante
o suborno de oficiais corruptos. Como
citado no texto da lição, Paulo não usurpou-se de fazer uso do direito que a
lei lhe garantia.
2.
Coreia do Norte: a nação mais fechada ao Evangelho. Segundo a classificação do portal
Missão Portas Abertas, em primeiro lugar em perseguição mundial, a Coreia do
Norte é apontada como a nação mais fechada para o Evangelho desde o início
deste século. Nestes últimos anos, o país norte-coreano teve três milhões de
pessoas mortas pela fome. É um quadro desastroso. E, ao mesmo tempo, a
perseguição religiosa é extrema. Infelizmente, a Coreia do Norte é uma vítima
de uma tirania que arruinou a nação, tendo os cristãos sob intensa e horrorosa
tortura. Por esse e muitos outros motivos, a igreja mundial deve orar e se
interessar pela Coreia do Norte. Imagine o que é fazer a obra missionária num
país como a Coreia do Norte? Há muitos missionários que se arriscam para levar
o Evangelho para os norte-coreanos.
- O portal https://exame.com/mundo
traz a seguinte reportagem: “Os 10 piores
países para ser cristão - Religião mais globalizada, o cristianismo é minoria
nos países desta lista, onde seus seguidores são perseguidos, hostilizados e
até assassinados (...)Um em cada 12 cristãos no mundo vive em países onde a
prática da sua religião é proibida. Nesses lugares, quem segue Jesus sofre
perseguições, hostilidade e violência. Só no ano passado, ao menos 3 mil
praticantes do cristianismo foram mortos e mais de 700 igrejas foram
depredadas, aponta a mais nova edição do relatório "World Watch
List".” A Coreia do Norte tem uma população estimada em 25.405.000,
destes, o número de cristãos é de apenas 300.000. O regime ditatorial norte-coreano
é o principal opressor do cristianismo. No país que idolatra líderes supremos
da família Kim, os cristãos são vistos como elementos hostis na sociedade e,
por isso, devem ser erradicados. Segundo o relatório, devido à constante
doutrinação que permeia todo o país, vizinhos e até membros da família são
vigilantes e denunciam qualquer atividade religiosa suspeita para as
autoridades. Portas Abertas disse que a Coreia do Norte é o país número 1 na
Lista Mundial da Perseguição desde 2002. Isso classifica a nação como o país
mais fechado do mundo ao evangelho e onde é mais difícil viver como cristão. Leia mais aqui.
III.
COMO AJUDAR A IGREJA PERSEGUIDA
1.
Conhecer a gravidade da situação. Infelizmente, não é tão fácil ter acesso a informações de qualidade em
relação ao contexto de perseguição cristã no mundo. Lamentavelmente, parece que
há má vontade das mídias internacionais em divulgar esse quadro de violação aos
direitos fundamentais do ser humano. Por isso, precisamos tomar consciência do
terror religioso que a perseguição cristã nos revela. Nesse sentido, devemos
ter acesso a dados e informações sérias e objetivas. Por exemplo, sites como
SENAMI, Missão Portas Abertas e Voz dos Mártires prestam um excelente serviço
de informação e apoio aos cristãos perseguidos. Portanto, procure conhecer a
dimensão do problema e se sensibilize com ele (Hb 13.3).
- Na verdade experimentamos em nossa nação
uma espécie silenciosa de “cristofobia”. Os cristãos são o grupo religioso mais
perseguido mundialmente, um em cada oito cristãos sofre com isso, de acordo com
relatório da Open Doors. Essa perseguição, e também a omissão da mídia e poder
público no nosso país, parece fazer vistas grossas a perseguição que surge aos
poucos no Brasil. Ainda que seja uma nação majoritariamente cristã, entre
católicos e evangélicos, a cristandade é maioria, mas isso parece não dizer
nada à mídia e ao poder público. É bem recente episódios de invasão de templos
católicos durante a missa, a pichação de templos evangélicos; acusação de
outras crenças, e tudo isso não sai uma nota na mídia, ao contrário, quando
sai, é nesse teor, por exemplo, o portal Carta Capital trouxe a seguinte
reportagem: “‘Cristofobia’ no Brasil, a
mentira que não quer calar - Existem, sim, registros de casos pontuais de
intolerância contra cristãos, especialmente evangélicos. Porém, são situações
isoladas, que não representam uma ação coletiva ou mesmo política”. Leia mais em cartacapital.
2. Ore
pela igreja perseguida. Devemos
orar pelos cristãos perseguidos e pelos missionários desse contexto. Ora, a
Bíblia nos ensina que a oração feita por um justo pode muito em seus efeitos
(Tg 5.16). Por isso, ore para que os cristãos perseguidos e os missionários que
atuam nesse contexto tenham coragem e não desanimem diante das perseguições (Ef
6.19,20). Ore por proteção de suas vidas, de suas famílias e suas comunidades.
Ore também pelos perseguidores, pois eles também precisam de Jesus. Ore para
que se arrependam e se convertam ao Evangelho, como ocorreu com o apóstolo
Paulo.
- Os cristãos
devem ser capazes de se identificar com o sofrimento de outros porque eles
também sofrem dor física ("em pessoa") e passam por dificuldades. Para
nós, que vivemos em contexto de “não-perseguição”, ou pelo menos uma
perseguição voraz como estas nações da Janela 10/40, não é muito fácil
interceder de forma correta pelos cristãos perseguidos. A realidade parece ser
tão distante da nossa e nem mesmo sabemos qual é exatamente o pedido de oração
deles. Não devemos, repito, não devemos orar com extrema compaixão, com pena, ou
mesmo pedir a Deus que os livre de tanto sofrimento e perseguição. Interceda pelos
cristãos perseguidos não como se eles fossem “coitadinhos”, mas como pessoas
dignas, que se sentem honradas por participar dos sofrimentos de Cristo. Há
muitas passagens bíblicas que mostram isso, como a Primeira Carta de Pedro,
escrita em contexto de intensa perseguição ao evangelho (1Pe 4.12-16).
- Devemos orar pedindo
por intrepidez, coragem, sinais e poder – não necessariamente por livramento,
segurança e tranquilidade (At 4.29-31); Devemos interceder crendo na soberania
de Deus, que usa o sofrimento e a perseguição para os seus desígnios de
alcançar mais pessoas com a sua maravilhosa graça. Paulo compartilha com
Timóteo que, apesar de estar preso, a palavra de Deus não está algemada (2Tm
2.8-10).
3. Se
envolva com a causa da igreja perseguida. Quando nos dispomos a orar pelos cristãos perseguidos já
começamos a nos envolver com a causa da igreja perseguida. Naturalmente,
ficamos mais sensíveis a obedecer à voz do Espírito Santo. Pode ser que Ele nos
chame a atuar de maneira mais efetiva e diretiva com a causa dos crentes
perseguidos. Sem dúvida, o contato com os testemunhos de cristãos que resistem
em fé diante de um governo opressor é muito poderoso para nos tirar da zona de
conforto e nos desafiar a viver um Evangelho de maneira mais empenhada e
compromissada. As histórias dos cristãos perseguidos revelam uma dimensão da fé
que muitos cristãos atuais, principalmente no Ocidente, desconhecem (2 Co
11.22-28).
- Devemos interceder de forma inclusiva. É interessante
que na área de perseguição, os cristãos estão todos no “mesmo balaio”:
ortodoxos, católicos e protestantes. Eles são igualmente perseguidos em locais
em que radicais de outra religião são a maioria e a presença cristã os incomoda
de variadas formas. Por isso, devemos incluir todos eles em nossa intercessão.
O relatório de 2010 sobre ações anticristãs, produzido
pela Associação Evangélica da Índia, descreve de forma cronológica as ações
contra protestantes (de diferentes matizes) e católicos no país. (Trata-se de
um impressionante relatório de 27 páginas, contendo dados de ações de violência
e intimidação aos cristãos em 18 estados)
A Agência Fides revelou que em 2010 foram assassinados 23
agentes pastorais católicos no mundo. O dado surpreendente é que o continente
americano foi o campeão, com a morte de 15 destes agentes: 10 sacerdotes, 1
religioso, 1 seminarista e 3 leigos.
Devemos transformar a intercessão em ações práticas.
A maior necessidade dos cristãos perseguidos é de
encorajamento – por meio de orações, sim, mas também por meio de ações simples,
como:
- Escrever cartas de encorajamento;
- Assinar listas e abaixo-assinados, destinados a
autoridades responsáveis pela integridade física dos cristãos e cidadãos de um
modo geral (há outros grupos religiosos no mundo, não-cristãos, perseguidos por
radicais de religiões majoritárias);
- Prestar advocacia mais ampla, na defesa dos direitos
humanos também na área religiosa;
- Contribuir financeiramente com a igreja sofredora;
- Ir viver no meio deles, para encorajá-los e servir à
igreja nacional.
Há várias organizações que podem ser procuradas para nos
ajudar a ajudar5. Que Deus nos ensine a orar e a agir como convém em favor dos
nossos irmãos da igreja sofredora.
CONCLUSÃO
Infelizmente, há lugares em que
cristãos são mortos por causa de sua fé em Jesus. Isso mesmo, em pleno século
XXI, pessoas são mortas por causa de Jesus em nome de ideologias satânicas que
se sentem ameaçadas com os fundamentos da fé cristã. Oremos pelos nossos irmãos
perseguidos! Que Deus nos conceda a graça de ser uma igreja que se alegra em
estar na presença dEle, intercedendo dia após dia pela obra missionária,
principalmente, pela igreja perseguida!
- De
acordo com o Irmão André,
fundador da Portas Abertas, a perseguição acontece quando um sistema político
ou religioso não permite que cristãos tenham acesso à Bíblia, proíbe ou limita
o evangelismo, não permite que cristãos se reúnam em igrejas ou ensinem sobre
missões. Falando de perseguição em contexto brasileiro, nós podemos
expressar nossa fé livremente, ninguém é expulso de algum local por ser
cristão, nenhuma pessoa morre ou é presa no Brasil por ser cristã, no entanto,
ela se mostra por outro viés, o da omissão e do preconceito.
Precisamos
com urgência lutar em jejum e oração pelos cristãos perseguidos mundo a fora,
sem esquecer da nossa Janela 10/40! Sim, prezados. Nesta faixa marrom do mapa
abaixo é quase proibido falar do Evangelho. É o Sertão brasileiro! Em alguns
lugares se perde o emprego. Em outros se perde a família. A hegemonia católica
“popular” se impõe e desafia o evangelismo. Pior, algumas igrejas brasileiras
afeitas à região fecham os olhos. A alegria que existe, por vezes, para enviar
um missionário em missões transnacionais não é a mesma para enviar alguém ao
Sertão Nordestino ou aos povos ribeirinhos e ciganos.
FRANCISCO DE ASSIS BARBOSA
Pastor da Igreja de Cristo no
Brasil em Campina Grande/PB
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REVISANDO
O CONTEÚDO
1. Quem foi o primeiro mártir da
Igreja?
Estêvão foi feito o primeiro
mártir da Igreja
2. Como podemos conceituar a
perseguição?
(At 7.59,60). De forma geral,
podemos conceituar a perseguição como o ato de assediar, oprimir, dificultar ou
negar os direitos fundamentos de ir e vir, torturar e/ou executar pessoas com
bases em diferenças étnicas, políticas e religiosas
3. O que a Constituição Federal nos
garante sobre a liberdade de culto?
A Constituição Brasileira ainda
garante o seguinte: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da
lei, a proteção aos locais de culto e suas liturgias” (artigo 5º, inciso VI da
Constituição Federal de 1988).
4. Qual é o país mais fechado para o
Evangelho?
Coreia do Norte.
5. Cite pelo menos uma forma de ajudar
a igreja perseguida.
Conhecer a gravidade da
situação.