ANO
10 | Nr 1.335 | 2019
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
3º Trimestre de 2019
Título: Tempo, Bens e Talentos — Sendo mordomo fiel e prudente com as
coisas que Deus nos tem dado
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Plano de Aula preparado por Pb Francisco Barbosa. As citações de outros
autores estão destacadas e com as fontes.
LIÇÃO 11
15 de Setembro de 2019
A MORDOMIA DAS OBRAS DE MISERICÓRDIA
TEXTO
ÁUREO
“Porque o juízo será sem misericórdia
sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa sobre o juízo.”
(Tg 2.13)
VERDADE
PRÁTICA
O cristão tem o privilégio de exercer a
misericórdia junto aos necessitados como expressão do amor de Deus.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Atos 4.32-35; Lucas 10.30,36,37
INTRODUÇÃO
“Nesta
lição, veremos que Deus requer de seus filhos obras de misericórdias como o
fruto do amor cristão. Os servos de Deus, portanto, devem expressar a virtude
da misericórdia divina. Esse sentimento é o que deve dominar o coração dos
cristãos: “Misericordioso e piedoso é o Senhor; longânimo e grande em
benignidade” (Sl 103.8)” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 11, 15
Setembro, 2019]
- “O dicionário nos dá a seguinte definição: “Misericórdia é
tratar com compaixão um inimigo”. Roberto Haldane diz que misericórdia é uma
perfeição adorável de Deus, pela qual Ele Se compadece e alivia os miseráveis.
O homem está numa condição de miséria por causa de sua rebelião contra Deus e
merece punição. A misericórdia implica que o pecador não tem nada a dizer em
sua defesa própria. Entendemos o significado de misericórdia quando o acusado
joga-se à misericórdia do juiz. Isto significa que ele é culpado e não tem
mérito com que apelar à lei. Esta é a condição exata em que nós nos achamos
diante do tribunal de Deus. A misericórdia é a nossa única esperança. Podemos
rogar por justiça diante dos homens, mas rogarmos por justiça a Deus (rogarmos
que nos dê o que merecemos) é o mesmo que pedirmos uma vaga na região dos
condenados ao inferno.” (PALAVRAPRUDENTE).
- Misericórdia é um atributo moral e
um importante aspecto da bondade e amor de Deus (Ef 2.3-5). “Se a graça de Deus vê o homem como
culpado diante de Deus e, portanto, necessitado de perdão, a misericórdia de
Deus o vê como um ser que está suportando as conseqüências do pecado, que se
acha em lastimável condição, e que, portanto, necessita do socorro divino.
Pode-se definir a misericórdia divina como a bondade ou amor de Deus demonstrado
para com os que se acham na miséria ou na desgraça, independentemente dos seus
méritos. Em Sua misericórdia Deus se revela um Deus compassivo, que tem pena
dos que se acham na miséria e está sempre pronto a aliviar a sua desgraça.” (Louis Berkhof,
Teologia Sistemática, Editora Cultura Cristã). É um atributo moral de Deus que
pode ser repetido pelo homem, e deve ser expressado por todo aquele que
experimentou o novo nascimento! Ter misericórdia por alguém, desejar amenizar
seu sofrimento, sentir-se triste com a miséria de outra pessoa e querer ajudar,
é o sentimento natural para a nova criação. Um cristão que não mostra
misericórdia nem compaixão pelos necessitados demonstra que nunca respondeu à
grande misericórdia de Deus e, como uma pessoa não redimida, somente receberá o
castigo rigoroso e total no inferno (Mt 5.7). A misericórdia triunfa sobre o
juízo. A pessoa cuja vida é caracterizada pela misericórdia está preparada para
o dia do juízo e escapará de todas as acusações que: a justiça rigorosa poderá
apresentar contra ela porque, ao mostrar misericórdia para com os outros, ela
dá prova genuína de que recebeu a misericórdia dc Deus. Vamos pensar
maduramente nossa fé?
I
- SIGNIFICADO DE MISERICÓRDIA
“1. Definição. A palavra “misericórdia” vem do latim
(misericordia) e significa “compaixão suscitada pela miséria alheia”;
“indulgência, graça, perdão”. No Antigo Testamento, o termo está presente em
textos como: “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os
dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor por longos dias” (Sl 23.6)”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 11, 15 Setembro, 2019]
- A palavra hebraica
mais geralmente empregada para esta perfeição divina é “chesed”; “racham” é outro
termo hebraico, às vezes traduzida por “terna
misericórdia”. No Novo Testamento temos o termo grego “eleos”. “Quando
Moisés viu Deus de costas, ele também ouviu uma proclamação que definia o Deus
de Israel como Misericordioso: “Senhor, o Senhor Deus, misericordioso e
piedoso, tardio em irar-se e grande em beneficência e verdade; Que guarda a
beneficência em milhares; que perdoa a iniquidade, e a transgressão e o
pecado…” (Ex. 34:6). No entanto, sempre que observamos as raízes das palavras
em Hebraico, podemos encontrar conexões incríveis! Por exemplo, o verbo
LeRachem (לרחם), que significa ter misericórdia ou pena, está conectado
com outras palavras, como “querido” ou “amado” (Rachim – רחים), que claro significa que para o povo
semita alguém que você ama é caracterizado pela misericórdia. Você não pode
amar sem ser misericordioso. O mais intrigante é que a raiz da palavra
misericórdia também está conectada com a gravidez. Em Hebraico, o útero, órgão
que abriga o embrião desde a sua concepção até o nascimento, é chamado de
Rechem (רחם). Então o milagre da concepção e proteção do embrião é
definido em termos de misericórdia. - Eli Lizorkin-Eyzenberg” (CACP.ORG). “A expressão misericórdia tem origem
latina, é formada pela junção de miserere (ter compaixão), e cordis (coração).
"Ter compaixão do coração", significa ter capacidade de sentir aquilo
que a outra pessoa sente, aproximar seus sentimentos dos sentimentos de alguém,
ser solidário com as pessoas.” (SIGNIFICADOS).
“2. Misericordioso. A palavra “misericordioso”, no grego,
tem o sentido de “entranhas de misericórdia ou de bondade”. A expressão indica
o sentimento que vem do íntimo, “das entranhas”, do “coração”. Ela mostra que
servimos a um Deus de misericórdia, longanimidade e benignidade (Sl 103.8).
Essas são qualidades morais de Deus. Quem se identifica com Ele, por meio do
Espírito Santo, deve manifestar tais qualidades morais (Gl 5.22)”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 11, 15 Setembro, 2019]
- O Novo Testamento
apresenta uma maneira de viver que é inseparável da misericórdia de Deus - “Sede misericordiosos como o Pai é
misericordioso” (Lc 6.36). Os filhos de Deus devem portar a indelével marca
do caráter moral divino. Uma vez que Deus é amoroso, gracioso e generoso - até
mesmo para com aqueles que são seus inimigos — devemos ser como ele (Mt 5.44-45;
Ef 5.1-2). Gálatas 5.22-23 traças as atitudes piedosas que caracterizam a vida
somente daqueles que pertencem a Deus pela fé em Cristo e possuem o Espírito de
Deus. O Espírito produz o fruto que consiste de nove características ou
atitudes as quais estão, de modo insolúvel, ligadas umas às outras e são
ordenadas aos cristãos ao longo de todo o Novo Testamento. Assim, ser
misericordioso, aos moldes de Deus, é característica única daquele que já
experimentou o novo nascimento. Se você é insensível à dor e sofrimento alheio,
reavalie a sua salvação. Ser misericordioso é a marca do cristão! No antigo
oriente, quando as pessoas queriam se referir ao ‘coração’, ao centro das
emoções, usavam o termo ‘entranhas’;
órgãos que ficam na barriga e no peito, como os intestinos, o fígado, o coração
(2Sm 20.10; At 1.18; Sl 71.6; Jn 1.17; Gn 43.30; Sl 5.9; 62.4; Is 16.11; Cl
3.12).
II
- A MORDOMIA DA MISERICÓRDIA CRISTÃ
A misericórdia é como o
amor, pois ela só tem valor se for praticada. As obras de misericórdia estão
inseridas no contexto das “boas obras” inerentes à vida de todos os salvos em
Cristo Jesus.
“1. Obras de misericórdia na prática. Na parábola do Bom Samaritano (Lc
10.25-37), Jesus respondeu a um “um doutor da lei” acerca da vida eterna. Ele
diz que, diante de um homem assaltado, caído à beira do caminho, três
personagens se destacam: primeiro, um sacerdote, que, vendo o homem caído,
“passou de largo” (Lc 10.31); depois, um levita, que ignorou o enfermo; por
fim, um samaritano, que cuidou do homem, e o levou a uma hospedaria. Veja a
pergunta de Jesus ao doutor da Lei: “Qual, pois, destes três te parece que foi
o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?”. O doutor da lei
respondeu: “O que usou de misericórdia para com ele. Disse, pois, Jesus: Vai e
faze da mesma maneira” (Lc 10.36,37). Nosso Senhor mostrou que a misericórdia
não deve ser apenas um “sentimento”, mas uma ação diretiva: “Vai e faze da
mesma maneira””. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 11, 15
Setembro, 2019]
- No texto citado de
Lucas 10.25-37, Jesus responde a um questionamento de um intérprete da Lei, um
escriba que supostamente era um especialista na lei de Deus. Ele havia
perguntado ao Mestre: “que farei para
herdar a vida eterna?” (v. 25); Esta mesma pergunta é feita por vários
outros inquiridores (Lc 18.18-23; Mt 19.16-22; Jo 3.1-15). Naqueles dias, com
base no SI 139.21-22, a opinião prevalecente entre os escribas e fariseus era
que os próximos de urna pessoa eram apenas os justos. O pensamento comum era de
que, os ímpios, os gentios e especialmente os samaritanos, deveriam ser odiados
porque eram inimigos de Deus. Jesus ensina ao escriba, que a misericórdia é
temperada com um amor genuíno (Lc 6.27-36; Mt 5.44-48). Note aqui que, um
entendimento equivocado de um texto bíblico (Sl 139.21-22), levou aqueles
doutores a entenderem que a hostilidade para com os ímpios era uma virtude, e de
fato, anularam o segundo grande mandamento. Na parábola contada por Jesus,
temos um sacerdote, um levita e um samaritano; Os levitas eram da tribo de Levi,
mas não descendentes de Arão. Eles ajudavam os sacerdotes nos trabalhos do templo.
O samaritano levava em seu alforje óleo e vinho (10.34), levado pela maioria
dos viajantes, em pequenas quantidades, como um tipo de estojo de primeiros
socorros. O vinho era anticéptico; o óleo era calmante e curativo. Este homem
desprezado pelos judeus, dispensou a quantia equivalente ao salário de dois
dias de trabalho, que era mais do que suficiente para que o homem ficasse
hospedado até se recuperar. Um Denário era o valor de um dia de salário do
soldado romano (O Denário da época de Jesus foi cunhado por Tibério. Em um lado
havia uma imagem de seu rosto; do outro lado, havia a imagem dele sentado no
seu trono em vestes sacerdotais. Os judeus consideravam tais imagens como
idolatria, proibida pelo segundo mandamento (Êx 20.4), o que tornava essa
taxação e essas moedas duplamente ofensivas). Com esta narrativa, Jesus inverte
a pergunta do escriba, que achava que deveria ser iniciativa dos outros
mostrarem-se próximos dele. A resposta de Jesus deixa claro que cada um tem a responsabilidade
de ser um próximo, especialmente daqueles que estão em necessidade.
“2. Somos criados para as boas obras. O apóstolo Paulo ensinou aos crentes de
Éfeso que a salvação não vem pelas obras, “porque pela graça sois salvos, por
meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. [...] Porque somos [...]
criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que
andássemos nelas” (Ef 2.8,10). Assim, devemos praticar as boas obras porque
somos salvos, e fomos alcançados pela graça de Deus: “[...] os que creem em
Deus procurem aplicar-se às boas obras; estas coisas são boas e proveitosas aos
homens” (Tt 3.8). Dentre as boas obras, podemos listar algumas obras de
misericórdia:” [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 11, 15 Setembro, 2019]
- As boas obras não
podem gerar a salvação, mas seguem imediatamente a salvação e são o resultado
dos frutos concedidos por Deus e evidências deles (Jo 15.8; Fp 2.12-13; 2Tm
3.17; Tt 2.14; Tg 2.16-26). Como a salvação, a santificação do cristão e as
boas obras foram ordenadas antes que o tempo tivesse início, para que andemos
nelas, ou seja, coloquemos em prática.
“2.1. Na área das necessidades humanas. Quem faz obras de misericórdia em prol
dos carentes, necessitados e vulneráveis sociais está fazendo ao próprio Cristo
(Mt 25.35,36), pois assim as Escrituras afirmam: “E, respondendo o Rei, lhes
dirá: Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos
irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 11, 15
Setembro, 2019]
- Em Mateus 25.40, “um destes meus pequeninos irmãos”, refere-se
em particular a outros discípulos. Alguns aplicariam isso à nação de Israel; outros
às pessoas necessitadas em geral. Mas note que este texto é a seqüência do que
está no versículo 34, Jesus está elogiando especificamente os "que estiverem à sua direita" pela
maneira como receberam seus emissários. Em Gálatas 6.10, Paulo diz que toda a
vida do cristão fornece o privilégio único por meio do qual ele pode servir a
outros em nome de Cristo, principalmente
aos da família da fé - nosso amor pelos irmãos na fé é a prova principal de
nosso amor por Deus. “A Bíblia diz
que cada crente deve ter misericórdia de outras pessoas, porque Deus tem misericórdia
dele (Mateus
5:7). Para isso, precisamos ver os outros como pessoas iguais a
nós, com problemas e dificuldades mas com valor. Peça a Deus para tornar seu
coração sensível a outras pessoas, sentindo misericórdia de seu sofrimento. Se
você se sentir zangado, irritado ou ameaçado por alguém, lembre-se que essa
pessoa é humana como você e que também precisa de misericórdia (Oséias
6:6).” (RESPOSTAS )
“2.2. Na área das necessidades espirituais. As necessidades espirituais do homem
são tão urgentes, que Deus enviou o seu Filho para salvá-lo de sua miséria (Jo
3.16). Esse ato nos lembra quando o profeta Jonas entristeceu-se por causa da
compaixão de Deus pelo povo de Nínive. Eis, porém, o que o Senhor lhe
respondeu: “[...] e não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em
que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua
mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?” (Jn 4.11). Isso
prova, conforme as palavras de Tiago, que “a misericórdia triunfa no juízo” (Tg
2.13)”. [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 11, 15 Setembro, 2019]
- Uma pessoa que não
mostra misericórdia nem compaixão pelos necessitados demonstra que nunca
respondeu à grande misericórdia de Deus e, como uma pessoa não redimida,
somente receberá o castigo rigoroso e total no inferno (Mt 5.7). A pessoa cuja
vida é caracterizada pela misericórdia está prepararia para o dia do juízo e
escapará de todas as acusações que a justiça rigorosa poderá apresentar contra ela
porque, ao mostrar misericórdia para com os outros, ela dá prova genuína de que
recebeu a misericórdia de Deus.
“2.3. Na área da evangelização e das missões.
As Escrituras
Sagradas mostram que a obra de evangelização e missões é central no Evangelho:
“Não dizeis vós que ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos
digo: levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas para a
ceifa” (Jo 4.35; cf Mc 6.34). É muito clara a necessidade espiritual do mundo.
Infelizmente, o investimento na obra missionária ainda é muito pequeno. De um
modo geral, gastamos mais com outros empreendimentos e objetos pessoais do que
investimos em missões e na evangelização das almas perdidas”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 11, 15 Setembro, 2019]
- “O centro das boas novas
anunciadas por Jesus Cristo, que é a suma da esperança e da fé dos crentes do
Antigo Testamento, é a apresentação do Deus das misericórdias. Deus se compraz
em mostrar misericórdia para com os pecadores arrependidos. Deus revela-se
misericordioso sempre que invocado, pela fé, por homens e mulheres ruborizados
pelo pecado, impotentes frente ao mal e incapazes de fiados em justiça própria,
consertar a própria vida. A misericórdia da parte de Deus é uma ação criadora,
que transforma a realidade, que cria nova oportunidade, nova vida, novas
energias para continuarmos seguindo em frente.” (ULTIMATO).
A única maneira que o mundo tem para enxergar a salvação e ter acesso às
infinitas misericórdias de Deus é através da Igreja. Cientes disto, o cristão
deve exercer misericórdia também com a obra missionária. Quantos missionários
estão ‘gastando’ suas vidas e sacrificando a vida de seus familiares no Campo,
e em sua imensa maioria, padecendo necessidades? A misericórdia é um santo
antídoto contra as mais variadas enfermidades que grassam em nosso mundo, e ela
deve ser manifestada no amor por Missões, por aqueles que estão na ponta da
linha levando o Evangelho.
“2.4. A falta de misericórdia pelos
pecadores. Há
uma negligência flagrante, por parte de muitas igrejas, na pregação do
Evangelho. Isso é falta de misericórdia. A Bíblia mostra que Deus “amou o
mundo”, e não um grupo seleto e privilegiado. Ele quer salvar a todos em Jesus
Cristo. O nosso Deus é amor, longânimo e misericordioso. Ele não tem “prazer na
morte do ímpio” (Ez 33.11). A ordem do Senhor Jesus é muito clara: “Ide por
todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15; cf. Pv 24.11)”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 11, 15 Setembro, 2019]
- O ensino das
Escrituras é que Deus não tem nenhum prazer em ver o pecador sendo entregue à
morte por causa de seus pecados, mas seu desejo era que ele se arrependa e viva
(2Pe 3.9). A resposta divina para os questionamentos humanos é "arrependa-se e seja salvo". Aqui
temos uma mistura de compaixão e de exigência da santidade de Deus. O
arrependimento e o perdão são oferecidos a todos.
III
- CUIDADOS NA PRÁTICA DAS BOAS OBRAS
“1. As boas obras devem glorificar a Deus. No Sermão do Monte, Jesus disse: “Assim
resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus” (Mt 5.16 – grifo meu). Por isso,
as obras de misericórdia devem ser feitas com humildade e sem buscar a glória
para quem as pratica. Assim, o Senhor ensinou como devemos ajudar o
necessitado: “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de
ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados
pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão” (Mt 6.2)”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 11, 15 Setembro, 2019]
- Uma vida piedosa dá
um testemunho convincente do poder salvador de Deus e isso lhe traz glória (1Pe
2.12). Jesus mostra como a justiça dos fariseus era deficiente ao expor a
hipocrisia deles nas questões de atos de caridade (Mt 6 1-4). A palavra ‘hipócrita’
tem sua origem no teatro grego, descrevendo um personagem que usava uma
máscara. O termo, conforme usado no Novo Testamento, normalmente descreve uma
pessoa não regenerada que engana a si mesma, eles já receberam a recompensa. Sua
recompensa é que eles eram vistos pelos homens, e nada mais. Deus não
recompensa a hipocrisia, mas a pune (Mt 23.13-23).
“2. As obras de misericórdia são obras de
amor. Elas
são parte da prática do amor cristão, que, segundo Jesus, deve ser estendido
até mesmo ao inimigo (Mt 5.44). Nesse sentido, o apóstolo expressa esse ensino:
“Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe
de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre a sua cabeça”
(Rm 12.20). Somente com a graça de Deus, e na força do Espírito Santo, o
cristão pode cumprir o mandamento de amar o inimigo”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 11, 15 Setembro, 2019]
- Quando no sermão do
monte, Jesus ensina - “amai os vossos inimigos... para que vos tomeis filhos do
vosso Pai celeste” - claramente que o amor de Deus se estende até mesmo aos
seus inimigos. Podemos ver esse amor universal de Deus manifesto em bênçãos concedidas
a todos de maneira indiscriminada. Os teólogos chamam isso de graça comum, o
que não é a mesma coisa que o amor eterno de Deus pelos seus eleitos (Jr 31.3),
mas trata-se, de qualquer maneira, de boa vontade sincera (cf. SI 145.9).
Quando fazemos o bem aos nossos inimigos, amontoaremos “brasas vivas sobre a
sua cabeça”. ‘Amontoar brasas’ refere-se a um costume antigo dos egípcios no
qual uma pessoa que quisesse demonstrar público arrependimento carregava uma
panela de brasas vivas sobre a cabeça. As brasas simbolizavam a dor ardente de
sua vergonha e culpa. Quando os cristãos ajudam seus inimigos com amabilidade,
esse procedimento causa vergonha para essas pessoas pelo seu ódio e animosidade
(Pv 25.21-22).
“3. Obras de quem é salvo. Tiago diz que as obras dos salvos devem
ser a expressão da fé, a qual, sem elas, de nada aproveita. Ele exemplifica
esse ensino referindo-se ao caso de um irmão ou irmã, carentes, sendo
despedidos de mãos vazias. Neste caso, nenhum proveito se materializa. E
conclui: “Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma” (Tg
2.17; cf. 2.14-20; Mt 5.16). Segundo Tiago, as boas obras é o testemunho da fé
perante os homens”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 11, 15
Setembro, 2019]
- “Contemplar a misericórdia de
Deus enche a alma redimida de humildade e louvor, duas virtudes de grande valor
à vista de Deus. E o que Deus valoriza, certamente deve ser buscado por nós. Se
Deus despreza o orgulho, devo buscar a humildade. Se Deus apraz-Se com um
espírito de gratidão, devo buscar um espírito de gratidão. É natural buscarmos
as coisas estimadas pelos homens; é sobrenatural buscarmos as coisas aprovadas
por Deus. O mundo admira um espírito de orgulho e de auto-suficiência e,
portanto, são homens como Napoleão e outros valentes de guerra que são heróis
para o mundo. Mas é o espírito quieto e humilde que é de grande preço à vista
de Deus. 1 Pedro 3:4. E nada nos fará mais humildes e gratos que a contemplação
da misericórdia de Deus. A misericórdia nos faz relembrar nosso estado de
miséria como filhos da ira. Misericórdia explica nossa salvação. Sem
misericórdia seríamos consumidos pela ira da justiça divina.” (PALAVRAPRUDENTE).
Assim como a compaixão professada sem ações é falsa, o tipo de fé que carece de
obras é uma mera profissão vazia, e não a genuína fé que salva.
CONCLUSÃO
“Não
somos salvos pelas boas obras, mas as praticamos porque somos salvos (Mt 5.16).
Precisamos testemunhar nossa fé ao mundo por meio das boas obras. Logo, devemos
realizar as obras de misericórdias no âmbito material e espiritual. O nosso
Deus amou o ser humano por inteiro. Este tem necessidade no corpo e na alma. As
obras de misericórdias são o testemunho bíblico da nossa fé”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 11, 15 Setembro, 2019]
- Tiago escreve em 2.19:
“Crês, tu, que Deus é um só?” - uma referência clara à passagem mais conhecida
pelos seus leitores judeus: a Shemmah (Dt 6.4-5), a doutrina mais básica do Antigo
Testamento; e ele continua: “Fazes bem.
Até os demônios creem e tremem”. Até os anjos caídos afirmam a unicidade de
Deus e tremem diante das implicações dessa unicidade. Isso é importante para
nós porque esclarece que a ortodoxia somente, não é prova suficiente de que somos
salvos! Os demônios são, em essência, ortodoxos em sua doutrina (Mt 8.29-30; Mc
5.7; Lc 4.41; At 19.15). Eles conhecem a verdade acerca de Deus, de Cristo e do
Espírito, mas odeiam tanto a verdade como ao Deus Trino. Logo, a fé verdadeira
é demonstrada através da prática das boas obras, do exercício daquilo para o
que fomos preparados. É preciso exercitarmos o dom de misericórdia, o dom de
mostrar interesse por aqueles que sofrem dor e passam por dificuldades, como
também a capacidade de perdoar rapidamente (Mt ,5.7; Rm 12,8).
Àquele que é “âncora da alma, segura
e firme” (Hb 6.19),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Setembro de 2019