ANO 10|Nr 1.338|2019
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS - 4º Trimestre de 2019
Título: O Governo
divino em mãos humanas - Comentário das lições: Osiel Gomes
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L I Ç Ã O 1
6 DE OUTUBRO DE 2019
CONHECENDO OS DOIS LIVROS DE SAMUEL
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"E
disse ela: Ache a tua serva graça em teus olhos. Assim, a mulher se foi seu
caminho e comeu, e o seu semblante já não era triste." (1Sm 1.18)
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VERDADE PRÁTICA
Nos
livros de Samuel, aprendemos a servir, a adorar e a amar a Deus de todo o
coração, apesar das circunstâncias adversas.
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LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
1 Samuel 1.1-8
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INTRODUÇÃO
||Neste trimestre, estudaremos os
livros históricos de 1 e 2 Samuel. Veremos que eles mostram como Deus escolhia
homens para reinar sobre Israel. A partir de seus personagens principais -
Samuel, Saul e Davi-, perceberemos que os líderes do passado não eram
infalíveis||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- Iniciamos o 4º trimestre com o estudo destes livros bíblicos que nos
legam conteúdo histórico, profético, pedagógico, edificador e consolador.
Começando com uma nação desunida e entregue à idolatria, terminando com uma nação
unida pela monarquia e serviente ao Deus Verdadeiro. O papel desempenhado por
Samuel, o último juiz, não foi fácil, mas foi decisivo para a grande mudança
nacional, no campo espiritual seguido pelo campo material. Encontraremos as
figuras de Saul e Davi antagonizadas em torno da figura de Samuel. Nessa tríade,
os eleitos para o bem do povo, caberia não ab-rogar para si poder, títulos ou
direito à realeza, mas reconhecer em Deus o verdadeiro Rei - 1 e 2 Samuel
aponta para as condições do reinado de Deus com o seu povo. Ao final deste
trimestre, veremos que a iniciativa de pedir um rei, que parecia ter origem no
desejo do povo, pela lógica interna partiu do próprio Deus. Bom estudo e
crescimento maduro na fé cristã!
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I – CONTEXTO
HISTÓRICO DE 1 E 2 SAMUEL
||1. A originalidade de Samuel. Originalmente,
os livros de 1 e 2 Samuel formavam uma só obra, assim como 1 e 2 Reis e 1 e 2
Crônicas. Os livros de 1 e 2 Samuel formam uma narrativa que trata da história
de Israel, a partir de sua entrada em Canaã (XII a.C.) até ao cativeiro na
Babilônia (587-586 a.C.). Eles não são apenas registros de fatos e de pessoas
do passado, mas são a Palavra de Deus indispensável ao nosso ensino, edificação
e consolação (2 Tm 3.16)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- Nos manuscritos hebraicos mais antigos, os dois Livros de Samuel formavam
apenas um só livro; mais tarde, eles foram divididos em dois pelos tradutores
da Septuaginta; essa
divisão foi seguida pela Vulgata e pelas
traduções modernas na nossa língua e no hebraico. Os primeiros manuscritos hebraicos
classificam o Livro nos Nevi'im (Profetas), com o primeiro livro chamado Shmû’ēl
(שְׁמוּאֵל / Samuel), homenageando assim, o
Profeta que Deus usou para estabelecer o reino de Israel. Os textos hebraicos subseqüentes
e as versões em português chamaram o livro dividido de "1º e 2º Samuel",
Na Septuaginta eles aparecem como "O Primeiro e o Segundo Livros dos
Reinos" e na Vulgata, "Primeiro e Segundo Reis", diferentemente
das nossas versões protestantes, e os Livros de 1º e 2º Reis são chamados de
"Terceiro e Quarto fieis". Os acontecimentos dos Livros ocorreram no
período compreendido entre o ano 1105 a.C., com o nascimento de Samuel (1Sm
1.1-28), até aproximadamente o ano de 971 a.C., com as últimas palavras de Davi
(2Sm 23.1-7). Temos um período de aproximadamente 135 anos de História Judaica,
com sua transformação de um grupo de tribos unidas sob os Juízes a uma nação unida,
governada por uma monarquia centralizada.
||2. Os personagens principais do
livro. Há vários personagens importantes nesses livros, mas dentre eles, três se
destacam: Samuel, o profeta; Saul, o primeiro rei de Israel; e Davi, o homem
segundo o coração de Deus. A partir desses homens, os livros de Samuel, como os
demais da Bíblia, evidenciam o cuidado especial de Deus, bem como suas
disciplinas, justiça e misericórdia, a fim de polir a vida dos reis e do povo
hebreu, conforme seus propósitos (Tt 2.14; Hb 12.10)||. [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- Os livros contemplam Samuel (1105-1030 a.C.), Saul, que reinou no período
de 1052-1011 a.C., e Davi, que foi rei da monarquia unificada no período de
1011-971 a.C. Foi nesse período que Deus tratou com Israel para lhe dar ‘cara’
de Reino. No início do primeiro Livro, Israel encontrava-se espiritualmente deficiente.
Os sacerdotes eram corruptos (1Sm 2.12-17,22-26), a arca da Aliança não estava no
tabernáculo (1Sm 4.3—7.2), havia prática de idolatria (1Sm 7.3-4) e os juízes
eram desonestos (1Sm 8.2-3). Mediante a influência piedosa de Samuel (1Sm
12.23) e Davi (1Sm 13.14), essas condições foram revertidas. O segundo livro
termina com a ira do Senhor sendo afastada de Israel (2Sm 24.25).
||3. O propósito de 1 e 2 Samuel. O propósito de
1 e 2 Samuel é relatar a história do reinado de Israel, partindo do estado de
anarquia' para a monarquia teocrática (Jz 21.25; cf. 1 Sm 10.1). Uma das lições
mais preciosas que esses livros nos ensinam é que o "obedecer é melhor do
que o sacrificar" (1 Sm 15.22)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- Os livros de Samuel demonstram as conseqüências pessoais e nacionais do
pecado. Tomemos os casos dos pecados de Eli e de seus filhos, que resultaram na
morte deles (1Sm 2.12-17,22-25; 3.10-14; 4.17-18); A falta de reverência pela
arca da Aliança levou à morte muitos israelitas (1Sm 6.19; 2Sm 6.6-7); A
desobediência de Saul resultou em rejeição pelo Senhor, como rei de Israel (1Sm
13.9,13-14; 15.8-9,20-23). Inclusive Davi, que embora tenha sido perdoado dos
pecados de adultério e assassinato depois de sua confissão (2Sm. 12.13), ainda
assim sofreu as inevitáveis e devastadoras conseqüências deles (2Sm 12.14).
“Os livros de Samuel relatam o período de transição da
teocracia para a monarquia, e o estabelecimento desta. A história começa nos
dias finais dos juízes e nos deixa com o velho Davi firmemente entronizado como
rei de Israel e de Judá. Samuel e Saul são os outros dois grandes personagens
do livro. Samuel foi o último dos juízes e o primeiro dos profetas. Homem de
profunda piedade e dirscenimento espiritual, dedicava-se totalmente à
realização dos propósitos de Deus para o bem de Israel. Embora não descendesse
da linha genealógica de Arão, sucedeu a Eli no cargo sacerdotal. Ao que parece,
foi o primeiro a estabelecer uma instituição para o preparo dos jovens que
desejavam abraçar a vocação profética. Viu-se na contingência de guiar a Israel
em algumas das mais profundas crises de sua história; no desempenho de suas
funções quase alcança a estatura de Moisés. Embora não tivesse ambições
pessoais, achou-se no papel de "fazedor de reis", comissionado para
ungir a Saul, o primeiro rei, e a Davi, o maior dos reis de Israel.” (BIBLIOTECABIBLICA)
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II - AUTORIA E
DATA
||1. Título e autor. O nome de
Samuel significa "nome de Deus" e o título dos livros que levam o seu
nome revela uma figura protagonista para contar a história do povo de Deus.
Segundo alguns estudiosos do Antigo Testamento, e do aspecto externo dos
livros, as duas obras são anônimas, assim como os outros livros históricos.
Entretanto, de acordo com os capítulos 1 ao 24 de 1 Samuel, o filho de Ana pode
ser apontado como autor, e os demais capítulos, atribuídos aos profetas Natã e
Gade. Esse fato é possível, pois de acordo com o aspecto interno dos livros
históricos, os autores sagrados quase sempre eram testemunhas oculares dos
eventos que se sucediam (1 Cr 29.29)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- Samuel pode significar "Deus Ouve" ou "Nome de Deus".
O autor é anônimo. Sabemos que Samuel escreveu um livro (1Sm 10.25), e é muito
possível que tenha escrito parte deste livro também. Outros possíveis
participantes de Samuel são os profetas Natã e Gade (1Cr 29.29).
“A tradição judaica atribuía a autoria de "Samuel” ao
próprio Samuel ou a Samuel, Natã e Gade (com base em ICr 29.29). Mas Samuel não
pode ser o autor já que sua morte foi registrada em ISm 25.1, antes mesmo dos
acontecimentos associados ao reino de Davi. Além disso, Natã e Gade foram
profetas do Senhor durante a vida de Davi, e não estariam vivos quando o livro de
Samuel foi escrito. Embora os registros escritos desses três profetas pudessem
ter sido usados como fonte de informação para escrever 1 e 2Samuel, o autor
humano desses livros é desconhecido. Essa obra chega ao leitor como uma
composição anônima, ou seja, o autor humano fala em nome do Senhor e dá a
interpretação divina dos acontecimentos narrados. Os livros de Samuel não
contêm qualquer indicação clara da data de sua composição. Que seu autor os
escreveu depois da divisão do reino entre Israel e Judá em 931 a.C., é evidente
por causa das muitas referências feitas a Israel e Judá como entidades
distintas (ISm 11.8; 17.52; 18.16; 2Sm 5.5; 11.11; 12.8; 19.42-43; 24.1,9).
Também, a declaração de que "Zlclague pertence aos reis de Judá, até ao
dia de hoje" em ISm 27.6 nos apresenta uma clara evidência de que este foi
escrito em data pós-salomônica. Entretanto, não existe essa clareza sobre qual
seja a data mais tardia
possível para a composição. Entretanto, no cânon hebraico, 1 e 2Samuel
foram incluídos nos Profetas Anteriores, junto com Josué, Juizes e l e 2Reis.
Se os “Profetas Anteriores foram compostos como uma unidade, então Samuel deve
ter sido escrito durante o cativeiro babilônio (c. 560-540 a.C.), já que 2Reis
termina durante d exílio (2Rs 25.27-30). Contudo, como Samuel possui um estilo
literário distinto do de Reis, é muito provável que tenha sido escrito antes do
exílio, durante o período do reino dividido (c. 931-722 a.C.) sendo que
posteriormente passou a fazer parte dos Profetas Anteriores.” (Bíblia
de Estudo MacArthur, SBB. Introdução ao Primero Livro de Samuel, pág 435).
||2. A data dos livros. Os estudiosos
apresentam as datas entre 1.100 e 970 a.C. Essa data marca os acontecimentos
históricos desde o nascimento de Samuel ao término do reinado de Davi. Assim,
crê-se que Samuel nasceu em aproximadamente 1.100 a.C., e começou a exercer a
função de líder provavelmente no ano 1.070, depois de cinco anos que o
sacerdote Eli havia morrido. Os especialistas do Antigo Testamento afirmam que
o reinado de Davi foi entre 1.010 e 970 a.C., assim, podemos avaliar que o
período geral dos livros de 1 e 2 Samuel é de aproximadamente 130 anos||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- Originalmente, os livros de 1 e 2 Samuel eram um só livro. Os tradutores
do Septuaginta os separaram, e desde então temos mantido essa separação. Os
eventos de 1 Samuel ocorreram durante um período de 135 anos, a partir de 1105 a.C.
com o nascimento de Samuel (1Sm 1.1-28), até aproximadamente o ano de 971 a.C.,
com as últimas palavras de Davi (2Sm 23.1-7).
||3. A situação espiritual. Samuel cresceu
em Siló. Nesse lugar praticavam-se os mais degradantes pecados pelos filhos do
sacerdote Eli. A idolatria e a imoralidade eram os pecados dominantes na nação
(1 Sm 7.3). Em Israel, o sacerdote do povo era Eli, mas ele se deixou levar
pelos filhos, honrando-os mais que ao Senhor Deus. Ele não lhes aplicou a
disciplina necessária, mesmo sabendo de todos os atos pecaminosos de seus
filhos (1 Sm 2.29). Esse quadro desolador gerou consequências espirituais
irreparáveis ao povo de Israel: religiosidade aparente, espiritualidade
superficial e um sacerdócio descomprometido com Deus (1 Sm 2.22,23)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- Note que pela exortação de Samuel no capítulo 7.3, o povo andava desviado
do Senhor e seguindo os baalins [Divindades cultuadas por alguns povos
antigos, especialmente pelos Cananeus, habitantes de Canaã, terra prometida a
Abraão, antes da chegada dos judeus. Etimologia (origem da palavra baalins).
Plural de baalim, de baal, do hebraico Bahal. (DICIO)] e os
astarotes [Astarote era o nome da principal divindade fêmea adorada na
antiga Síria, Fenícia e Canaã. Os fenícios a chamavam de Astarte, os assírios a
adoravam como Ishtar, e os filisteus tinham um templo de Astarote (1 Samuel
31:10). Por causa da conquista incompleta de Israel da terra de Canaã, a
adoração de Astarote sobreviveu e atormentou Israel, começando assim que Josué
foi morto (Juízes 2:13).(GOTQUESTIONS)].
Predominantes no panteão cananeu, essas divindades eram deuses da fertilidade
que infestavam Israel. "Baal" e “Astarote" representam a
pluralidade da majestade, representando a suprema autoridade sobre as demais
divindades dos cananeus. Astarote representava a deusa feminina, enquanto Baal
representava o deus masculino do céu que fecundava a terra. Essa prostituição
cultual está bem clara no capítulo 2.22,23 quando é retratado que os filhos de
Eli se deitavam com as mulheres. Fazia parte do comportamento depravado dos
filhos de Eli manter relações sexuais com as mulheres que ministravam no
tabernáculo (veja Êx 38.81). Esse tipo de prostituição religiosa era comum
entre os vizinhos de Israel, os cananeus. Não era apenas uma “religiosidade aparente, espiritualidade superficial
e um sacerdócio descomprometido com Deus”, mas era sinal claro de desvio
do Senhor e de uma religião mixta, unindo elementos cúlticos pagãos com os
elementos do culto ao Senhor.
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III - A
TEOLOGIA NOS LIVROS DE SAMUEL
||1. Profecias cumpridas. Eruditos
concordam que há ensinos robustos na estrutura textual dos livros de 1 e 2
Samuel. Por exemplo, profecias cumpridas na história e mudanças que ocorreram
na estrutura social da nação estão patentes em 1 Samuel 7 e 12, e 2 Samuel 17||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- A mudança maior e principal foi na estrutura espiritual, marcando o
momento em que Israel negligenciou a Deus e correu atrás de deuses estrangeiros
e quando voltou para o Senhor. Evidencia disso está em 1Sm 7.3 com a exortação:
“preparai o coração ao SENHOR... e ele
vos livrará”. Essa declaração relembra o ciclo registrado no livro de Juízes:
apostasia, opressão, arrependimento e livramento. Depois do arrependimento
nacional e volta ao Senhor, os filisteus são vencidos, eles pedem um rei, Samuel
unge a Saul rei de Israel; evidência de transformação social como fruto da
transformação espiritual. Se quisermos ver uma diferença neste mundo tenebroso,
precisamos testemunhar de Cristo, para que haja uma transformação espiritual,
em conseqüência, virá uma transformação social. Também fica um convite a
pensarmos em que tipo de evangelho temos pregado em nossa nação, no Novo
Testamento onde o Evangelho chegou, houve transformação na sociedade; que
transformação temos produzido na Brasil?
||2. Em busca de um rei. Samuel era um
líder preocupado com o crescimento espiritual da nação. Por isso ele está
presente no momento em que o povo israelita pede para si um rei. Como homem de
Deus, Samuel declara sua sinceridade, transparência e retidão no exercício
sacerdotal (1 Sm 12.1-5). Assim, ele pediu que o povo considerasse o que o
Altíssimo havia feito por eles, mesmo diante do ato de rebelião contra Deus (1
Sm 12.24)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- O povo de Israel olha para os seus vizinhos e desejam ser como eles,
deseja ter um rei (1Sm 8.5). Samuel, insatisfeito com esse pedido do povo, recorre
ao Senhor e obtém a resposta: não é a liderança de Samuel que o povo rejeitou
com esse pedido, mas a liderança do Senhor o Rei de Israel em última instância!
Depois de alertar o povo do que implicaria ter um rei, Samuel unge Saul, coroando-o
em Mispa (1Sm 10.17-25). De acordo com Dt 17.14, Deus sabia que esse seria o
desejo do povo e permitiria que assim o fosse. No entanto, 1Sm 8.20 revela um
motivo que era definitivamente contrário à vontade do Senhor: o desejo de
Israel era substituir seu Rei, o Senhor, por um rei como o das outras nações.
Foi assim que Israel rejeitou o Senhor. O problema não era ter um rei, mas sim
a razão pela qual o povo queria um rei, ou seja, para ser como as outras
nações. De maneira insensata; também achavam que haveria mais poder se tivessem
um rei para liderá-los nas batalhas.
||3. Os alicerces da dinastia
davídica. No capítulo 7 de 2 Samuel há o estabelecimento profético da
dinastia de Davi. Ela surge pela ordem do Senhor. A Bíblia mostra que não
obedecer a vontade de Deus levou muitos reis a tornarem-se escravos deportados
e, depois, assassinados, como aconteceu com Joaquim e Zedequias (2 Rs 24.12; Jr
39.7). Assim, a quebra da aliança no período monárquico trouxe graves
consequências para o povo de Deus: o templo foi destruído, assim como as
muralhas da cidade, e os israelitas foram humilhados em terras estranhas||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- O estabelecimento da aliança davídica está registrada em 2Sm 7.1-17, com
a promessa incondicional do Senhor a Davi è sua posteridade.
“Embora não
seja chamada de aliança aqui, o será mais adiante (23.5). Essa promessa é de
vital importância para o entendimento da promessa irrevogável de Deus em que um
rei da linhagem de Davi governará para sempre (v. 16). É estimado que mais de
40 passagens bíblicas individuais estejam diretamente relacionadas a esses
versículos (cf. SI 89; 110; 132); portanto, essa passagem é de especial
importância no AT. Seu cumprimento definitivo acontecerá na segunda vinda de
Cristo, quando ele estabelecer o reino do milênio na terra (cf. Ez 37; Zc 14;
Ap 19). Essa é a quarta das cinco alianças irrevogáveis e incondicionais feitas
por Deus. As primeiras três são: 1) A aliança noaica (Gn 9.8-17); 2) A aliança
abraâmica (Gn 15.12-21) e 3) a aliança levítica ou sacerdotal (Nm 3.1-18;
18.1-20; 25.10-13). A nova aliança, que realmente proveu a redenção, foi
revelada mais tarde por intermédio de Jeremias (Jr 31.31-34) e foi cumprida
pela morte e ressurreição de Jesus Cristo.” (Bíblia de Estudo
MacArthur, SBB. Nota textual 2Sm 7.1-17, pág 402).
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IV - SAMUEL: O
DIVISOR DE ÁGUAS
||1. Um momento de crise espiritual. Samuel aparece
no cenário bíblico veterotestamentário num momento de uma grande crise
espiritual. O trabalho desse servo do Senhor não seria fácil, pois ele
desempenharia um papel fundamental na transição do período dos juízes para a
monarquia. Assim, ele orientou o povo para promover a construção de uma unidade
nacional e espiritual. O profeta, juiz e sacerdote Samuel foi o homem a quem
Deus escolheu para falar, julgar e representar a nação de Israel, o povo
escolhido por Deus (Lv 20.24,26)||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- No início de 1º Samuel, Israel encontrava-se espiritualmente desviado. Havia
corrupção no meio dos sacerdotes (1Sm 2.12-17,22-26), a mobília principal do
tabernáculo, a arca da Aliança havia sido tomada pelos filisteus (1Sm 4.3—7.2),
o povo estava entregue à idolatria (1Sm 7.3-4), seus juízes desonestos (1Sm
8.2-3). O Senhor usou a piedade de Samuel para influenciar o povo e promover
mudanças (1Sm 12.23). Terminando com Davi (1Sm 13.14), essas condições foram
revertidas. O livro de 2Samuel termina com a ira do Senhor sendo afastada de Israel
(2Sm 24.25).
“Samuel teve importância singular na história de Israel. Ele
foi o último dos juízes a exercer autoridade civil sobre o povo. Embora não
pertencesse à linhagem de Arão, oficiava os rituais como principal sacerdote.
Foi também reconhecido como profeta e criou escolas de profetas que
influenciaram as futuras gerações dos reis de Israel.” (ICNVFREGUESIA)
‘Ele liderou Israel como sacerdote e como chefe militar e
político. Samuel foi um exemplo de fidelidade e obediência a Deus’ (RESPOSTAS)
||2. O líder Samuel. Samuel fechou o
ciclo dos juízes. Ele contribuiu grandemente para a nação de Israel ao
estabelecer os alicerces do ofício profético, preservar o sacerdócio e
estruturar a base espiritual do sistema monárquico (1 Sm 3.15-21; 2.18;
8.10-22). Posteriormente, profetas mais novos herdariam o modelo espiritual
deixado por Samuel, bem como todo um conjunto de conselhos para a casa real de
Israel. Com Samuel, aprendemos que a chave para alcançar estabilidade e
prosperidade no ministério é confiar em Deus e depender de seu favor||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- Samuel promoveu uma grande reforma nacional, renovando a aliança e
trazendo o povo de volta à adoração à YHWH, o Deus de Israel. Baniu os rituais
de adoração cananéia e estabeleceu um estilo sacerdotal inovador, percorrendo rotineiramente
as cidades de Mispa, Ramá, Gilgal, Belém, Betel e Berseba, para realizar suas
tarefas sacerdotais e desenvolver um ministério de ensino eficiente. Foi grande
líder militar, subjugou os filisteus em Mispa, e ali ergueu uma pedra; e
deu-lhe o nome “Ebenézer”, por que, disse ele, “Até aqui nos ajudou o Senhor” (1Sm 7.12). Até sua morte, exerceu o
papel de juiz de Israel (1Sm 7.15). Ungiu, a pedido do povo, o primeiro rei,
Saul, que por ter se apossado indevidamente da responsabilidade sacerdotal, foi
rejeitado pelo Senhor. Seguindo a ordem de Deus, Samuel ungiu Davi como rei no
lugar de Saul. Toda a sua vida é evidenciada pela retidão diante do Senhor (1Sm
12.5), e legou ao povo a receita do sucesso: obediência ao rei e sujeição à lei
de Moisés.
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CONCLUSÃO
||Os livros de 1 e 2 Samuel apresentam
a narrativa histórica da transição do período dos juízes para a monarquia
dinástica. As muitas histórias apresentadas nesses livros revelam os erros e os
acertos de líderes humanos, mas, ao mesmo tempo, revela o quanto Deus trabalha pelo
seu povo||. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 4º
Trimestre 2019. Lição 1, 6 Outubro, 2019]
- “Os livros de Samuel proporcionam-nos um capítulo
indispensável nos anais do trato de Deus com seu povo Israel, e sua preservação
e preparação para seus duplos fins: serem depositários dos oráculos de Deus e
trazerem à luz, no seu devido tempo, "o mais importante Filho do grande
Davi"”. (BIBLIOTECABIBLICA)
- Os livros de 1 e 2 Samuel estão no âmago do relato bíblico sobre a
história de Israel. Interessante que o livro de Juízes terminam atribuindo a
decadência moral da nação à falta de um rei (Jz 21.25); em 1Sm este problema é
resolvido com o Senhor concedendo um rei à nação, mas logo fica evidente que a
situação moral não se sustenta com um rei qualquer, mas com um rei que seja
segundo o coração de Deus (1Sm 13.14)! A promessa de Deus feita a Davi é
central na narrativa Bíblica e uma garantia de que os propósitos de Deus para
seu povo se cumprirão. Ao concluir a leitura de 2 Sm, podemos continuar o
percurso histórico bíblico, certos de que Deus tem um plano para o seu povo e o
realizará por meio de seu servo escolhido, ainda que imperfeito, Davi. Sejamos
abençoados neste 4º trimestre!
Pb Francisco Barbosa