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2 de agosto de 2019

(ADULTOS) Lição 5: A mordomia da Igreja Local


LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - ADULTOS
3º Trimestre de 2019
Título: Tempo, Bens e Talentos — Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima

Lição 5
4 de agosto de 2019
A mordomia da Igreja Local


TEXTO ÁUREO
 “Escrevo-te estas coisas […] para que saibas como convém andar na casa de Deus, que é a igreja do Deus vivo, a coluna e firmeza da verdade” (1Tm 3.14,15).

VERDADE PRÁTICA
O cristão deve valorizar a igreja local como ambiente de adoração, comunhão e serviço ao Reino de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 9.31; 1 Coríntios 1.1,2; Hebreus 10.24,25.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A igreja local é formada por pessoas que se reúnem para adorar, congregar e servir a Deus. Nesta lição, refletiremos sobre as nossas responsabilidades quanto ao lugar no qual desenvolvemos nossa comunhão com o Pai Celeste e com os irmãos em Cristo. Que o Espírito Santo nos guie neste estudo!
- Temos estudado até a última lição sobre a mordomia do Ser do homem— corpo, alma e espírito — bem como seu primeiro habitat social, isto é, a família. Desta em diante, estudaremos as relações humanas do cristão fora do eixo de sua família: a igreja local. A expressão ‘igreja local’ não é encontrada nas Escrituras, mas veio a ter largo uso de modo a distinguir os diferentes significados da palavra igreja (ekklesia) como aparece no Novo Testamento. O Novo Testamento toma essa palavra, comum no mundo grego daqueles dias para descrever um ajuntamento de cidadãos convocados a se reunirem para fazer o negócio do Estado, e passam a aplicar a pessoas convocadas por Deus para fazerem o negócio do céu. Essa idéia de um povo ‘convocado’ ou ‘chamado para fora’ servia perfeitamente ao conceito bíblico de um povo a quem Deus ‘chamou das trevas, para a sua maravilhosa luz’ (1Pd 2.9). O uso mais adequado da palavra igreja em nossa Bíblia tem referência com todos os que responderam ao chamado do evangelho (2Ts 2.14) e entraram numa nova relação com Deus. O movimento que eles fizeram não é espacial, mas espiritual. Eles, pela fé, deixaram o mundo de valores tenebrosos e vieram para a luz do Filho de Deus (Cl 1.13). É neste sentido que Jesus fala da igreja em Mateus 16.18 e também Paulo em Atos 20.28 e Efésios 5.25. É muito importante entender que o chamado de Deus é um chamado individual e pessoal. O povo chamado pode ser ‘de toda tribo, língua, povo e nação’ (Ap 5.9) mas não vem a Cristo em grupos. A escolha de deixar as trevas e caminhar na luz é muito pessoal. Temos que chegar ao Senhor individualmente. Não há ninguém mais que seja parte do pacto que fazemos com ele. Se nenhuma outra alma na terra reconhecer Jesus Cristo como Senhor, nosso compromisso com ele permanece o mesmo. Isto então é onde a igreja de Deus (o povo convocado que pertence a Deus) começa, com o compromisso pessoal de indivíduos por toda a parte que respondem em fé ao chamado de Deus no evangelho (Ef 1.13). Assim, eles foram chamados no Pentecostes, quando o evangelho foi pregado inicialmente, um por um, arrependendo-se de seus pecados e sendo batizados em nome de Jesus para a remissão dos mesmos (At 2.38,41). E assim sempre foi, desde então, um por um, comprometendo-se com Cristo e sendo chamados ‘cristãos’ segundo aquele que é o centro de suas vidas (At 11.20-26). Esta grande família de todo o povo de Deus nunca está destinada nesta vida a ser reunida em um lugar ou a conhecer uns aos outros como um todo, mas todos foram ‘batizados em um corpo’ (1Co 12.13). Eles são a ‘universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus’ (Hb 12.22-23). Para este corpo universal de crentes não há sede terrestre (Cl 1.18) para arrastá-los para entidades nacionais ou internacionais para que possam funcionar como uma unidade. No entanto, eles eram e são filhos do mesmo Pai, irmãos e irmãs em Cristo. – Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

I. A MORDOMIA DOS BENS ESPIRITUAIS
1. A mordomia e a valorização da Palavra de Deus. Ao longo dos séculos, Deus confiou a proclamação de sua Palavra aos seus seguidores. Há mais de 1490 anos antes de Cristo, Deus falou com e por meio de Moisés (Êx 3.1-22; 17.14). Tempos depois, falou por intermédio de outros profetas a partir de Samuel até Malaquias. E, nos últimos dias, revelou-se através de seu Filho, Jesus Cristo (Hb 1.1). Hoje, pastores, evangelistas, discipuladores e professores da Escola Dominical são os mordomos que cuidam da evangelização e do discipulado nas igrejas locais. Por isso, todos devem zelar pela Palavra de Deus, lendo-a, estudando-a em profundidade e realçando o seu inestimável e infinito valor. Espera-se que, na liturgia do culto cristão, a Palavra de Deus tenha a primazia (Sl 119.11). Num culto, a pregação e o ensino da Bíblia Sagrada deve ter toda a prioridade. Se a mordomia da Palavra for negligenciada, os prejuízos espirituais da congregação serão grandes e, às vezes, irremediáveis. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- “Na presente dispensação, a igreja é militante, isto é, convocada para uma guerra santa, e de fato nela está emprenhada. Isto, naturalmente, não significa que ela deve gastar suas forças em lutas sangrentas de autodestruição, mas, sim, que tem o dever de levar avante uma incessante guerra contra o mundo hostil em todas as formas em que este se revele, seja na igreja ou fora dela, e contra todos os poderes espirituais das trevas. A igreja não pode passar o tempo todo em oração e meditação, embora estas práticas sejam tão necessárias e importantes, nem tampouco deve parar de agir, no pacífico gozo da sua herança espiritual. Ela tem que estar engajada com todas as suas forças nas pelejas do seu Senhor, combatendo numa guerra que é tanto ofensiva como defensiva. Se a igreja na terra é a igreja militante, no céu é a igreja triunfante. Lá a espada é permutada pelos louros da vitória, os brados de guerra se transformam em cânticos triunfais, e a cruz é substituída pela coroa. A luta é finda, a batalha está ganha, e os santos reinam com Cristo para todo o sempre. Nestes dois estágios da sua existência, a igreja reflete a humilhação e a exaltação do seu celestial Senhor. Os católicos romanos falam, não somente de uma igreja militante e triunfante, mas também de uma igreja padecente. Esta igreja, de acordo com eles, inclui todos os crentes que já não estão na terra, mas que ainda não penetraram nos gozos do céu, e agora estão sendo purificados dos seus restantes pecados no purgatório”. (Berkhof, L – Teologia Sistemática Pg.564).
- A interiorizarão da Palavra de Deus é a melhor arma do cristão para se defender contra a invasão do pecado. Sem minimizar os outros aspectos da liturgia do culto, a pregação é o grande meio escolhido por Deus para proclamar o evangelho aos perdidos e nutrir na fé os filhos e filhas de Deus. “Martinho Lutero considerava a pregação como a parte central do culto público e colocava a pregação da Palavra até mesmo acima da sua leitura” (Paulo Anglada, Vox Dei: A Teologia Reformada da Pregação, em “Fides Reformata”, Vol 4, nº 1, (1999):155.)

2. A mordomia na evangelização e no discipulado. Uma das melhores formas de se exercer a mordomia da Palavra de Deus é evangelizar todos os tipos de pessoas (Mc 16.15,16). De acordo com essa demanda, a Palavra de Deus deve ser proclamada “a tempo e fora de tempo” (2Tm 4.2). Somente ela pode transformar o interior das pessoas. Todavia, paralelo à evangelização, deve ocorrer o discipulado eficaz (Mt 28.19), que é a mordomia da Palavra exercida de maneira pessoal no curto, médio e longo prazos. Sem discipulado não há aprofundamento da fé, perseverança, fidelidade e maturidade cristã. Isso é o que as estatísticas missionárias revelam. Onde há real discipulado, a maior parte das pessoas permanece em Cristo. Mas, quando o discipulado é ignorado, esse dado cai vertiginosamente. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- Evangelização e discipulado são responsabilidades da Igreja local, mas, também, são responsabilidades individuais de todo aquele que, pela graça de Deus, nasceu “da água e do Espírito” (Jo 3.5). “O texto clássico da Grande Comissão é a chave que apresenta o discipulado como a ferramenta utilizada por Jesus Cristo para Evangelismo & Missões. Com seus discípulos, o primeiro núcleo que daria origem à Igreja composta de todos os salvos, Jesus Cristo inicia o seu ministério chamando quem ele quis para fazer parte de um círculo mais íntimo de seu relacionamento (Mc 3.13-14). É assim que o Mestre começa o discipulado com homens simples que se tornariam, anos mais tarde, expoentes na história do cristianismo.” (ULTIMATO). Segundo Paulo, além (e acima) de se engajar nas atividades da Igreja, cada crente tem um compromisso individual com a evangelização e discipulado (1Co 9.16-17). Mesmo correndo risco de morte, diante do furioso Sinédrio, Pedro e João disseram: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus; pois nós não podemos deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos” (At 4.19-20). Não há dúvidas; evangelizar e discipular é missão imperativa e individual. Cada discípulo de Jesus, deve se sentir desafiado a proclamar o evangelho e a cuidar dos convertidos.

3. A mordomia no uso dos dons espirituais. Os dons espirituais são concedidos por Deus para dar poder e unção à Igreja. Eles confirmam a pregação da Palavra, a fim de glorificar a Cristo. A Bíblia mostra que os dons espirituais foram confiados unicamente à Igreja, ou seja, aos salvos: “Cada um administre aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus” (1Pe 4.10 — grifo meu). Na Bíblia há orientação para o uso correto dos dons espirituais (1Co 14.40). Por esse motivo, certas práticas estranhas ao Movimento Pentecostal não devem ser estimuladas nem toleradas no culto público, tais como marchar, pular, rodopiar ao som de batidas, correr de um lado para outro, sapatear, fazer “aviõezinhos” etc. Segundo a Bíblia, isso é meninice, imaturidade e, muitas vezes, revela apenas carnalidade e infantilidade (1Co 3.1). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- Os dons espirituais eram usados não para a exaltação de quem os tinha, mas no interesse amoroso para o benefício de outros na igreja (1Co 12.7.13). O dom espiritual é uma habilidade sobrenatural que Deus concede por sua graça a cada cristão por meio da qual o Espírito Santo ministra ao corpo de Cristo. A palavra grega (charisma) enfatiza o aspecto gratuito do dom. As categorias de dons espirituais são apresentadas em textos como Rm 12.3-8; 1Co 12.4-10. É interessante que Pedro enfatiza o fato de que o crente é um despenseiro da multiforme graça. O despenseiro é responsável pelos recursos de outra pessoa. O crente não é dono de seus dons, mas Deus lhe tem dado dons para edificar a Igreja e render-lhe glória. Em 1 Co 14.33, Paulo dá a chave: A igreja em adoração a Deus deve refletir o caráter e a natureza dele porque ele é um Deus de paz e harmonia, ordem e clareza, não de briga e confusão (Rm 15.33; 2Ts 3.16; Hb 13.20). Temos acompanhado uma avalanche de Igrejas pentecostais que estão se “neopentecostalizando”. Isso é uma decorrência da falta de sólida formação bíblico-teológica. Assim, algumas igrejas estão reproduzindo as práticas estranhas à Bíblia e à tradição do pentecostalismo histórico.

II. A MORDOMIA DA AÇÃO SOCIAL DA IGREJA
1. A assistência social no Antigo Testamento. No Antigo Testamento, encontramos o fundamento para a obra de assistência social:
1.1. Nos salmos. Davi, homem de Deus, analisando a situação do próximo, afirmou: “Fui moço, e agora sou velho, mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a mendigar o pão” (Sl 37.25). Certamente, já com idade avançada, o salmista podia concluir que o “Jeová Jiré” não desampara jamais aqueles que o servem (Sl 82.3,4).
1.2. Nos provérbios. O sábio escreveu: “Informa-se o justo da causa do pobre, mas o ímpio não compreende isso” (Pv 29.7). O texto mostra que não podemos nos omitir quanto à necessidade de nossos irmãos.
1.3. Nos profetas. Isaías, o profeta messiânico, clamou pelos necessitados (Is 1.17). Jeremias, o “profeta das lágrimas”, falou em defesa dos oprimidos (Jr 22.3). O profeta Ezequiel não deixou de contribuir, protestando contra Jerusalém, pela sua omissão em atender aos pobres (Ez 16.49). Zacarias foi usado por Deus de igual modo para exortar sobre o cuidado com os necessitados, incluindo órfãos, viúvas e estrangeiros (Zc 7.9,10). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- Tiago nos informa que a fé sem obras ela é morta. Assim como o corpo sem espírito está morto, também a fé sem obras está morta (Tg 2.26). É descrito no antigo testamento algumas leis especificas para que o povo de Deus observasse sobre essa responsabilidade social em estar ajudando os pobres. Neste mundo, onde há tanto ricos quanto pobres, freqüentemente os que têm abastança material tiram proveito dos que nada têm, explorando-os para que os seus lucros aumentem continuamente (ver Sl 10.2, 9,10; Is 3.14,15; Jr 2.34; Am 2.6,7; 5.12,13; Tg 2.6). A Bíblia tem muito a dizer a respeito de como os crentes devem tratar os pobres e necessitados.
O ZELO DE DEUS PELOS POBRES E NECESSITADOS. DEUS tem expressado de várias maneiras seu grande zelo pelos pobres, necessitados e oprimidos.
(1) O Senhor DEUS é o seu defensor.
Ele mesmo revela ser deles o refúgio (Sl 14.6; Is 25.4), o socorro (Sl 40.17; 70.5; Is 41.14), o libertador (1Sm 2.8; Sl 12.5; 34.6; 113.7; 35.10; cf. Lc 1.52,53) e provedor (cf. Sl 10.14; 68.10; 132.15).
(2) Ao revelar a sua Lei aos israelitas, mostrou-lhes também várias maneiras de se eliminar a pobreza do meio do povo (ver Dt 15.7-11). Declarou-lhes, em seguida, o seu alvo global:
“Somente para que entre ti não haja pobre; pois o SENHOR abundantemente te abençoará na terra que o SENHOR, teu DEUS, te dará por herança, para a possuíres” (Dt 15.4). Por isso DEUS, na sua Lei, proíbe a cobrança de juros nos empréstimos aos pobres (Êx 22.25; Lv 25.35,36). Se o pobre entregasse algo como “penhor”, ou garantia pelo empréstimo, o credor era obrigado a devolver-lhe o penhor (uma capa ou algo assim) antes do pôr-do-sol. Se o pobre era contratado a prestar serviços ao rico, este era obrigado a pagar-lhe diariamente, para que ele pudesse comprar alimentos a si mesmo e à sua família (Dt 24.14,15). Durante a estação da colheita, os grãos que caíssem deviam ser deixados no chão para que os pobres os recolhessem (Lv 19.10; Dt 24.19-21); e mais: os cantos das searas de trigo, especificamente, deviam ser deixados aos pobres (Lv 19.9). Notável era o mandamento divino de se cancelar, a cada sete anos, todas as dívidas dos pobres (Dt 15.1-6). Além disso, o homem de posses não podia recusar-se a emprestar algo ao necessitado, simplesmente por estar próximo o sétimo ano (Dt 15.7-11). DEUS, além de prover o ano para o cancelamento das dívidas, proveu ainda o ano para a devolução de propriedades — o Ano do Jubileu, que ocorria a cada cinqüenta anos. Todas as terras que tivessem mudado de dono desde o Ano do Jubileu anterior teriam de ser devolvidas à família originária (ver Lv 25.8-55). E, mais importante de tudo: a justiça haveria de ser imparcial. Nem os ricos nem os pobres poderiam receber qualquer favoritismo (Êx 23.2,3,6; Dt 1.17; cf. Pv 31.9). Desta maneira, DEUS impedia que os pobres fossem explorados pelos ricos, e garantia um tratamento justo aos necessitados (ver Dt 24.14). (3) Infelizmente, os israelitas nem sempre observavam tais leis. Muitos ricos tiravam vantagens dos pobres, aumentando-lhes a desgraça. Em conseqüência de tais ações, o Senhor proferiu, através dos profetas, palavras severas de juízo contra os ricos (ver Is 1.21-25; Jr 17.11; Am 4.1-3; 5.11-13; Mq 2.1-5; Hc 2.6-8; Zc 7.8-14). (APAZDOSENHOR)

2. Assistência social no Novo Testamento. Aqui também encontramos fundamentos para a obra de assistência social:
2.1. Nos Evangelhos. Jesus, em seu ministério, multiplicou pães e peixes duas vezes para alimentar as multidões (Mt 14.13-21; Mt 15.29-39). Isso indica que Jesus deu muita importância à necessidade de socorrer os famintos. Assim, na igreja local, os cristãos têm o privilégio de prover o alimento necessário para aqueles que necessitam do pão cotidiano.
2.2. Nos Atos dos Apóstolos. Os diáconos foram escolhidos para cuidar da assistência social da igreja. Tal trabalho foi considerado pelos apóstolos um “importante negócio” (At 6.1-6). Dentre as características da Igreja Primitiva, vemos que os crentes “tinham tudo em comum” (At 2.44,45).
2.3. Nas Epístolas. O apóstolo Paulo, ensinando sobre os dons, dá ênfase ao ministério de socorro aos pobres e carentes (Rm 12.8). O apóstolo Tiago, de início, em sua carta, já afirma que a verdadeira religião é visitar os órfãos e as viúvas e guardar-se da corrupção (Tg 1.27), pois “a fé sem as obras é morta em si mesma” (Tg 2.17). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- Simplicidade, franqueza e generosidade sincera é o padrão do cristão no Novo Testamento. O cristão que contribui de maneira adequada não o faz para receber agradecimentos ou reconhecimento, mas para glorificar a Deus (cf. Mt 6.2; At 2.44-45; 4.37—5.11; 2Co 8.2-5). Cristão é aquele que demonstra efetivamente uma empatia e sensibilidade para com aqueles em sofrimento e aflição, e que tem tanto a disposição quanto os recursos para ajudar a minimizar as aflições deles. Geralmente, esse dom acompanha o dom da exortação.
- “
As Responsabilidades da Igreja (Discípulos Agindo Coletivamente)
O principal papel da igreja é espiritual. 1 Timóteo 3:14-15 diz: "Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de DEUS, que é a igreja do DEUS vivo, coluna e baluarte da verdade." A missão básica da igreja é espiritual, não física nem social. Porém, pessoas passam por dificuldades financeiras, e precisamos seguir o padrão do Novo Testamento para saber como lidar com tais necessidades. Antes de chegar a conclusões, vamos examinar a evidência, considerando diversos trechos que falam sobre igrejas do primeiro século.
"Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade" (Atos 2:44-45).
"Da multidão dos que creram era um o coração e a alma. Ninguém considerava exclusivamente sua nem uma das coisas que possuía; tudo, porém, lhes era comum. Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da ressurreição do Senhor JESUS, e em todos eles havia abundante graça. Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade" (Atos 4:32-35).
"Ora, naqueles dias, multiplicando-se o número dos discípulos, houve murmuração dos helenistas contra os hebreus, porque as viúvas deles estavam sendo esquecidas na distribuição diária. Então, os doze convocaram a comunidade dos discípulos e disseram: Não é razoável que nós abandonemos a palavra de DEUS para servir às mesas. Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do ESPÍRITO e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra" (Atos 6:1-4).
"Naqueles dias, desceram alguns profetas de Jerusalém para Antioquia, e, apresentando-se um deles, chamado Ágabo, dava a entender, pelo ESPÍRITO, que estava para vir grande fome por todo o mundo, a qual sobreveio nos dias de Cláudio. Os discípulos, cada um conforme as suas posses, resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia; o que eles, com efeito, fizeram, enviando-o aos presbíteros por intermédio de Barnabé e de Saulo" (Atos 11:27-30).
"Mas, agora, estou de partida para Jerusalém, a serviço dos santos. Porque aprouve à Macedônia e à Acaia levantar uma coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém" (Romanos 16:25-26).
"Quanto à coleta para os santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá juntando, para que se não façam coletas quando eu for. E, quando tiver chegado, enviarei, com cartas, para levarem as vossas dádivas a Jerusalém, aqueles que aprovardes" (1 Coríntios 16:1-3).
"...pedindo-nos, com muitos rogos, a graça de participarem da assistência aos santos" (2 Coríntios 8:4).
"Ora, quanto à assistência a favor dos santos, é desnecessário escrever-vos....Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a DEUS, visto como, na prova desta ministração, glorificam a DEUS pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de CRISTO e pela liberalidade com que contribuís para eles e para todos" (2 Coríntios 9:1,12-13).
O que podemos aprender desses trechos? Quais são os limites colocados por DEUS em relação ao trabalho benevolente da igreja? Observamos no Novo Testamento que:
Esses versículos falam sobre pessoas necessitadas. A assistência aos santos não é para fornecer luxo ou fazer de todos ricos. JESUS falou em Mateus 6:25-33 que devemos buscar o reino de DEUS e confiar no Senhor para nos dar as coisas necessárias (o que comer, o que beber, com que nos vestir). Uma das maneiras como ele cuida das necessidades dos santos é através da benevolência da igreja, satisfazendo as necessidades dos irmãos pobres.
As pessoas ajudadas pela igreja são os próprios santos, ou irmãos em CRISTO. Algumas pessoas podem estranhar lendo os relatos do Novo Testamento, porque muitas igrejas nos últimos dois séculos se transformaram em grandes agências sociais oferecendo ajuda material para todas as pessoas, cristãs ou não. Os nomes de algumas denominações aparecem com mais freqüência em hospitais e orfanatos do que em casas de oração e louvor. Mas as tendências históricas não mudam os fatos bíblicos. As igrejas do Senhor no Novo Testamento ajudaram os santos necessitados. Como já observamos, cristãos ajudaram outros individualmente e não sobrecarregaram a igreja com tais obras sociais.
O dinheiro da igreja foi usado ou para ajudar os necessitados na própria congregação, ou enviado de uma congregação para outra para ajudar os santos pobres no outro lugar. Nisso encontramos um padrão definido de cooperação entre congregações, onde as mais ricas enviaram dinheiro para suprir as necessidades das congregações mais pobres. O trabalho de benevolência foi feito pelas igrejas quando a necessidade surgiu. O trabalho principal da igreja, o ensinamento da palavra de DEUS, nunca pára. Mas as igrejas nesses exemplos bíblicos não alocaram fundos de rotina a algum trabalho de benevolência. Quando a necessidade surgiu, não mediram esforços para ajudar os irmãos.
Podemos ver que a ajuda sempre foi dada, não emprestada. A prática de muitas igrejas de oferecer empréstimos que serão pagos de volta à igreja é mais um exemplo da desobediência de homens que seguem opiniões humanas e não respeitam a palavra de DEUS (veja Provérbios 14:12; Isaías 55:8-9; Jeremias 10:23). A igreja não é banco.
Tomando Decisões Sábias
Como seguidores de CRISTO, temos que aceitar nossa responsabilidade para usar o dinheiro da igreja numa maneira que agrada a DEUS. Devemos sempre agir segundo os princípios ensinados por JESUS em Mateus 22:37-39: "Amarás o Senhor, teu DEUS, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo." O amor ao próximo exigirá sacrifícios (Tiago 2:15-16; 2 Coríntios 8:2-4). O amor ao Senhor exigirá cuidadosa adesão ao padrão dele, respeitando os limites que ele nos deu. Por exemplo, pessoas que amam a DEUS não tolerarão a preguiça de homens que desrespeitam a palavra de DEUS: "se alguém não quer trabalhar, também não coma" (2 Tessalonicenses 3:10).
Colocando a palavra de DEUS acima das nossas próprias opiniões, jamais acrescentaremos ao trabalho da igreja algo que DEUS não mandou. A igreja não tem autorização de DEUS para dar ajuda benevolente aos cristãos que não têm necessidade. O papel da igreja é suprir as necessidades da vida diária (Atos 6:1). Ela não pode sustentar os preguiçosos (2 Tessalonicenses 3:10).
Uma vez que o trabalho da igreja é espiritual, especialmente o de ensinar a palavra, ela não deve negligenciar esse aspecto do trabalho em relação aos irmãos necessitados. Presbíteros, evangelistas e outros professores devem orientar irmãos sobre as próprias responsabilidades. O irmão necessitado pode precisar de comida hoje, mas não devemos deixar de ajudá-lo a saber como cuidar de si mesmo amanhã. Devemos ensinar sobre a responsabilidade de cada irmão em relação a sua família (1 Timóteo 5:8). Ele deve trabalhar (2 Tessalonicenses 3:10). Deve procurar viver dentro das suas condições (Lucas 3:14; Atos 20:33-34; 1 Timóteo 6:8). Numa época em que muitas pessoas se afogam em dívidas, devemos exortar os nossos irmãos a falar sempre a verdade (Efésios 4:25; Mateus 5:37). Comprar a prazo quando não se tem condições para pagar é uma maneira de mentir, e pode até chegar a ser fraude.
Enquanto cada irmão deve procurar suas próprias soluções através de trabalho honesto e de boa administração dos seus bens, existem casos de necessidade verdadeira entre cristãos. Devemos praticar o amor não fingido, mostrando a compaixão digna dos filhos de DEUS. Cada um de nós deve ler com freqüência as instruções importantíssimas de Romanos 12:9-16: "O amor seja sem hipocrisia. Detestai o mal, apegando-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor; regozijai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, na oração, perseverantes; compartilhai as necessidades dos santos; praticai a hospitalidade; abençoai os que vos perseguem, abençoai e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos, condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos."” (APAZDOSENHOR)

3. Agindo para glória de Deus e o alívio do próximo. Não precisamos, portanto, do Socialismo, ou do Marxismo, ou da Teologia da Libertação (braço auxiliar do marxismo que dessacraliza o evangelho e politiza o Reino de Deus) para acolher e cuidar dos necessitados. Os representantes dessas ideologias usam um ideal supostamente nobre para escravizar pessoas e perpetuarem-se no poder. Infelizmente, o nosso país, bem como toda a América Latina, é vítima dessa ideologia nefasta. O fundamento da igreja local para a prática social está nos salmistas, nos profetas, em Cristo e nos apóstolos, ou seja, em toda a Bíblia. A Igreja de Cristo deve socorrer os menos favorecidos porque o amor de Deus está em nós, e, portanto, devemos amar o nosso semelhante (Mc 12.30,31; cf. Gl 2.10). Que estrutura as igrejas locais têm para atender os novos convertidos que se acham entre certos grupos: prostitutas, moradores de rua, drogados, famintos, deficientes e deprimidos? É preciso, à luz do exemplo do nosso Salvador, e dentro das nossas possibilidades (Ec 9.10), estruturar o mínimo de condições para resgatar tais segmentos. Sejamos zelosos na mordomia da ação social! [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- “A Bíblia diz que ajudar o próximo é uma parte muito importante da vida do crente. Ajudar o próximo é expressar o amor de Deus. Existem muitas formas de ajudar o próximo. Jesus disse que o segundo maior mandamento, depois de amar a Deus, é amar ao próximo como a si mesmo (Mateus 22:37-39). O amor verdadeiro se expressa em ações. Quem não ajuda seu próximo nas necessidades não o ama de verdade (1 João 3:16-17).” (RESPOSTAS)
- “A contribuição com a obra de Deus e a oferta aos pobres e necessitados é uma prática bíblica inegável. Infelizmente, vivemos hoje dois extremos nesta questão: aqueles que, alimentados pela ganância, ultrapassam os limites das Escrituras e astuciosamente arrancam o último vintém dos incautos, e aqueles que amam mais o dinheiro do que a Deus e fecham o coração e o bolso, negligenciando a graça da contribuição, sendo infiéis na mordomia dos bens. A devolução dos dízimos é um claro ensino bíblico, presente antes da lei, durante a lei e depois da lei. A contribuição pessoal, voluntária, generosa, sistemática e alegre está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. O rei Davi oferece-nos alguns princípios importantes sobre a contribuição que glorifica a Deus, quando se preparava para construir o templo de Jerusalém. Esses princípios podem ser vistos no texto de 1Crônicas 29.1-22. Em primeiro lugar, devemos contribuir porque a obra de Deus a ser realizada é muito grande (1Cr 29.1). Davi disse: “… esta obra é grande; porque o palácio não é para homens, mas para o Senhor Deus”. Davi estava construindo o templo e o palácio. Queria fazer o melhor e dar o melhor para Deus. Tudo o que fazia não era pensando nos homens, mas em Deus. Igualmente, a igreja está realizando uma grande obra. Há templos a serem construídos, igrejas a serem plantadas, pessoas necessitadas a serem assistidas, missionários a serem enviados, muito terreno a ser conquistado aqui e além fronteira. Em segundo lugar, devemos contribuir com liberalidade porque Deus merece o melhor (1Cr 29.2). Davi, com todas as suas forças preparou para a Casa de Deus, em abundância, aquilo que existia de melhor. Deus é o dono de tudo. Tudo o que temos vem das suas mãos. Tudo o que damos, também procede de suas dadivosas mãos. Ele é Deus de primícias. Merece o melhor e não as sobras. As coisas de Deus precisam ser feitas com excelência. Não podemos ofertar a Deus com usura, pois ele não nos dá suas bênçãos por medida. Ao ofertar ao Senhor, devemos colocar aí o nosso coração e a nossa força. Em terceiro lugar, devemos contribuir movidos por grande amor a Deus e à sua obra (1Cr 29.3). Davi não apenas recolheu ofertas dos outros, mas ele pessoalmente deu para a Casa do seu Deus o ouro e a prata particulares que tinha. E fez isso, porque amava a Casa do seu Deus. Quem ama dá. Quem ama é pródigo em ofertar. Nosso amor por Deus não passa de palavrório vazio se não ofertamos ao Senhor com generosidade. Nossa contribuição, ainda que sacrificial, não tem valor diante de Deus, se não é motivada pelo nosso amor ao Senhor e a sua obra. O apóstolo Paulo diz que ainda que entreguemos todos os nossos bens para os pobres, se não tivermos amor, nada disso aproveitará. Em quarto lugar, devemos contribuir espontaneamente motivados pela alegria de Deus (1Cr 29.5-9). A contribuição é uma graça que Deus nos dá. É um privilégio ser cooperador com Deus na sua obra. O ato de contribuir é uma expressão de culto e adoração. Deus ama a quem dá com alegria. A voluntariedade e a alegria são ingredientes indispensáveis no ato de contribuir. Davi perguntou ao povo: “Quem está disposto, hoje, a trazer ofertas liberalmente ao Senhor? O povo se alegrou com tudo o que se fez voluntariamente; porque de coração íntegro deram eles liberalmente ao Senhor; também o rei Davi se alegrou com grande júbilo” (1Cr 19.5,9). Devemos vir ao gazofilácio para ofertar, exultando de alegria e não com tristeza. Em quinto lugar, devemos contribuir conscientes de que Deus é dono de tudo e que tudo deve ser feito para a sua glória (1Cr 29.10-22). O resultado da alegre, generosa e abundante oferta do rei e do povo foi a manifestação da glória de Deus. Davi louvou a Deus pela sua glória, poder e riqueza, reconhecendo que as ofertas que deram tinham vindo do próprio Deus. O povo adorou a Deus e houve grande regozijo. O maior propósito da nossa contribuição deve ser a manifestação da glória de Deus. John Piper tem razão em dizer que o Senhor é mais glorificado em nós quanto mais nos deleitamos nele. Que tudo o que somos e temos esteja a serviço de Deus e seja um tributo de glória a Deus. Que os bens que Deus nos deu estejam no altar de Deus, a serviço a Deus.” (HERNANDESDIASLOPES)

III. A MORDOMIA DOS CRENTES NA IGREJA LOCAL
1. Em primeiro lugar é preciso congregar. É notório o crescimento dos “desigrejados”. Não temos espaço aqui para entrar em detalhes sobre o fenômeno. Entretanto, um dos maiores perigos deste movimento é esta falsa ideia: já que a “igreja sou eu”, não preciso frequentar os cultos regulares, nem ser membro de uma igreja local. Ora, não é isso o que a Bíblia ensina, mas exatamente o contrário: “não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns” (Hb 10.25). Quer sua igreja local seja grande, quer seja pequena, ou um ponto de pregação, alegre-se em orar com os irmãos, participar da ceia do Senhor, ouvir a Palavra de Deus, compartilhar os dons espirituais e assistir aos mais necessitados. Tenha a alegria de congregar! Ame a Cristo, o cabeça; mas ame também a Igreja, o seu corpo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- “Talvez você não saiba o que significa a palavra “desigrejismo” e fique muito desconfiado ao ver uma lição sobre isso. Afinal, será mesmo que este é um dos “ismos de nossos dias”. Se é, então por que nunca ouvi falar dele? Bem, embora a palavra seja desconhecida de muitos cristãos e seja bem esquisita, com certeza você já se deparou com aquilo que ela representa. Desigrejismo é a tendência atual de muitos crentes acharem que podem ter um cristianismo sem igreja e, por isso, abandonam a igreja e tentam viver a fé cristã sozinhos” (Leia mais em: ULTIMATO). A adoração coletiva na congregação é uma parte vital da vida espiritual. Essa é uma advertência contra a apostasia num contexto escatológico (2Ts 2.1).

2. Líderes cristãos como mordomos. Os pastores das igrejas locais, como mordomos cristãos, têm grande responsabilidade diante de Deus pelas almas que lhe são confiadas. Essa responsabilidade está amparada no próprio exemplo de Jesus. Nosso Senhor ensina-nos como cuidar das almas que o Pai nos confiou. Ele lavou os pés aos discípulos, e ensinou: “Entendeis o que vos tenho feito? […] Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também” (Jo 13.12,15 — grifo meu). Aqui, está claro que nenhum líder deve comportar-se como “maior que os outros”, inacessíveis aos humildes servos do Senhor, mas todos devem fazer parte da “irmandade da bacia e da toalha”. Essa perspectiva consciente da liderança evangélica é o mais eficaz antídoto contra o orgulho. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- Não deixar um legado é como roubar o futuro da próxima geração. Líderes sem legado são líderes sem história. “O cristão é um escravo (doulos) de Deus, propriedade exclusiva de seu Rei e Senhor ( I Pe 2. 9,10 cf Dt 7.6; 14.2). Ele e seus dons, habilidades, bens de produção e de consumo, pertencem ao Criador do qual e para o qual é toda natureza: mineral, animal e vegetal. Somente o cristão verdadeiro e fiel pode ser escravo consciente, capaz de compreender e aceitar o direito de propriedade do Criador sobre sua obra criada e sobre o homem, reconhecendo, na teoria e na prática, sua condição de servo, mas com a dignidade social, moral e espiritual de mordomo. O eleito escolhido na economia da graça é “escravo consciente.” Todos os seres humanos, porém, uns mais, outros menos, conforme a capacidade, o poder e a responsabilidade de cada um, podem ser, e efetivamente são, usados por Deus, tudo conforme os objetivos da criação. “Disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio ( poder de governar)sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda terra e sobre todos os repteis que rastejam pela terra” ( Gn 1.26). “Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no Jardim do Éden para o cultivar e o guardar” (Gn 2.15). Eis as missões delegadas à criatura humana pelo Criador: governar, produzir e preservar. Sempre que o homem age em cumprimento a tais princípios, seja crente ou ateu, cumpre o desiderato original e serve a Deus. Quando, porém, procede contrariamente, desgovernando, malbaratando o tempo e depredando os bens naturais, torna-se anti-servo, comportando-se como “adversário” do Criador.” (EBENEZER)

3. A mordomia dos membros e congregados. Numa igreja local, além dos líderes terem uma responsabilidade específica, o membro do Corpo de Cristo deve ser útil à Obra do Senhor, exercendo a mordomia do Reino de Deus conforme a sua capacidade. Orando, louvando, testemunhando, evangelizando, visitando enfermos e afastados, liderando departamentos e realizando outras atividades. É preciso trabalhar “enquanto é dia” (Jo 9.4). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- Tenhamos em mente o que foi discutido nos pontos anteriores sobre a Doutrina da Mordomia: tudo pertence a Deus; nós somos apenas mordomos ou administradores; isso inclui corpo, mente, talentos, oportunidades, relacionamentos, dinheiro, bens, tudo mesmo; um dia, teremos que prestar contas a Deus da nossa mordomia.

CONCLUSÃO
A mordomia na igreja local abrange muitas tarefas. Precisamos saber a nossa vocação e perseverar nela para servir melhor ao Senhor e à sua Igreja. É um grande privilégio servir a Deus com os dons que Ele nos deu. Portanto, seja um mordomo fiel na igreja em que você congrega. Ame a Deus, ame ao próximo, ame à igreja e congregue com alegria. Valorize a igreja local. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 5, 4 Agosto, 2019]
- Deus, em sua soberania, jamais des­prezou sua Criação, mas a cada dia, através do seu Espírito, Ele reno­va a face da terra: "Envias o teu Espírito e são criados, e assim re­novas a face da terra" (Sl 104.30). Dessa maneira o Senhor nos ensi­na princípios divinos com relação à mordomia dos bens espirituais, morais e materiais (Lc 16.2). Tudo o que recebemos na vida espiritual vem do Senhor (Cl 1.16), Ele é o doador dos bens espirituais (Tg 1.17) e da nossa salvação (Jo 3.16), de manei­ra que nossa vida espiritual deve ser administrada com sabedoria (2 Jo 8). Não podemos desprezar a nossa salvação (Hb 2.3), nem nossa confi­ança no Senhor (Hb 10.35), pois um dia iremos prestar contas a Ele pela maneira como administramos os bens espirituais (Ap 22.12). Compreender a mordomia cristã como uma oportunidade de melhor servir ao Senhor é uma grande bên­ção (Jo 12.26). Tudo sucede quan­do entendemos que o Senhor é dono de todas as coisas (Jo 1.3) e que somos apenas serviçais para cum­prir o propósito divino (Jo 2.5). Quando agimos assim as bênçãos divinas nos alcançarão (Dt 28.2).

Àquele que é “âncora da alma, segura e firme” (Hb 6.19),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
JULHO de 2019