LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
ADULTOS
3º Trimestre de 2019
Título: Tempo, Bens e
Talentos — Sendo mordomo fiel e prudente com as coisas que Deus nos tem dado
Comentarista: Elinaldo
Renovato de Lima
Lição 6
11 de agosto de
2019
A MORDOMIA DA ADORAÇÃO
TEXTO ÁUREO
“Mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai
procura a tais que assim o adorem” (Jo 4.23).
VERDADE PRÁTICA
Deus procura os verdadeiros adoradores, e não as celebridades.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 4.19-26.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
No Antigo Testamento só se podia oferecer culto no
Tabernáculo ou no Templo. No Novo, e do ponto de vista espiritual, Jesus Cristo
aprofundou o sentido de adoração, conforme a narrativa do evangelista declara:
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em
espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem” (Jo
4.23). Nesta lição, veremos que, diferente do Antigo Testamento, a mordomia da
adoração no Novo se realiza “em espírito e em verdade”. Assim, a adoração não
está mais centrada no ritualismo ou no simbolismo da Antiga Aliança, mas em
Cristo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019.
Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- O fim supremo e principal do homem
é glorificar a Deus e gozá-lo para sempre" (Catecismo Maior Westminster); viver em
comunhão eterna com Deus e louvar a Deus; “A fim de sermos para louvor da sua
glória” (Ef 1.12; 1Pe 2.5). É uma entrega total de vida (Corpo, Alma e
Espírito) para Deus. Na Bíblia podemos ver que através da adoração o homem pode
manter um profundo relacionamento com o Senhor. Quando adoramos a Deus estamos
estabelecendo um relacionamento entre nós e o Criador. A Bíblia diz que podemos
adorá-lo com nossa vida, serviço, culto, reverência, oração, oferta, louvor
etc. Essa adoração deve ser dada apenas e exclusivamente a Deus, sem reservas e
de todo o coração (Ex 20.5; Dt 6.4,5). – Vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. O QUE É ADORAÇÃO
Adoração vem do latim Adorationem. No sentido etimológico
significa “culto ou veneração que se presta a uma divindade”. Para o cristão,
adoração é a veneração elevada que se presta ao Deus Único, que subsiste em
três pessoas distintas na Santíssima Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto,
2019]
- O termo ‘adoração’ provém do
vocábulo adorare (ad oris, para a boca); gesto reverencial de tocar com a mão
direita a pessoa ou objeto sagrado e cobrir a boca com a mão esquerda; é o ato de adorar, prestar homenagem e
tributo ou fazer reverência a uma pessoa ou a uma divindade. Adoração é
atribuir honra a alguém que é digno. O dever supremo daqueles feitos à imagem
de Deus é “atribuir dignidade” àquele em quem vivemos, nos movemos e temos a
nossa existência (At 17.28).
1. No Antigo
Testamento. No Antigo Testamento, a palavra hebraica shaha ocorre mais
de 100 vezes, e significa “curvar-se diante” ou “prostrar-se diante” de Deus.
Há ainda a palavra abad, que traz os sentidos de “adorar”, “trabalhar” ou
“servir” a Deus (cf. 2Rs 10.18-23). Essa é a perspectiva de adoração da Antiga
Aliança. O livro do Êxodo revela que Deus mandou Moisés, Arão, Nadabe e Abiú, e
os setenta anciãos, subirem ao monte e inclinarem-se de longe como sinal de
reverência e adoração ao Eterno (24.1). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- Há vários termos bíblicos que
podem assumir o significado de adoração, por exemplo: Abad (hebraico), Shachah
(hebraico e aramaico). O terno hebraico shachah
aparece 170 vezes no Antigo Testamento; significa inclinar-se, cair diante de,
prostrar-se, ajoelhar-se.
2. No Novo
Testamento. O Novo Testamento registra o verbo grego proskuneo 59
vezes. Ela significa “prostrar-se” ou “adorar” ou “prestar homenagem a alguém”
ou “venerar” ou “ser reverente” ou “beijar a mão”. Há também o verbo
(prosekúnesa), que passou a significar “prostrar-se como sinal de reverência”,
“prestar homenagem”. Nesse sentido, a narrativa da adoração dos magos a Jesus
fundamenta a perspectiva de adoração da Nova Aliança (Mt 2.2,11). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto,
2019]
- No grego do Novo testamento, os principais
termos usados são: ‘proskuneo’ (ocorre 59 vezes) formada de pros (para) e kuneo
(beijar), significa literalmente “beijar a mão ou o piso diante de”;
reverenciar ou homenagear; ato de prostrar-se aos pés; prestar homenagem ou
tributo divino (Mt 4.10, Jo 4.20-21, Hb 1.6); beijar denota contato,
aproximação, relação; ‘sebomai’ (ocorre 8 vezes), formado
por sebas (temor) e latreia (culto). “proskunein” (Esta
palavra, com suas variadas formas, aparece 10 vezes nos versículos de Jo
4.20-24) foi utilizada para traduzir a palavra hebraica shachah na Septuaginta
(a Bíblia grega de Paulo e o autor de Hebreus), e também transmitia o mesmo
conceito. Com este termo, Jesus anulou a validade do culto tradicional da
mulher de Sicar e seus conterrâneos samaritanos. Tanto o local como a
preocupação com o templo não tinha mais importância alguma. Enquanto a mulher
argumentava que era o monte Gerezim (local perto de Sicar onde durante séculos
passados os samaritanos adoravam e ofereciam seus sacrifícios), Jesus declarou
que somente "em espírito e verdade" os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai (Jo 4.23). A salvação vem dos judeus, (provavelmente as
numerosas profecias do A. T. a seu respeito estavam sendo indicadas pelo
Senhor) portanto eles adoraram o que conheciam. A revelação do A. T. foi dada a
Israel (cf. Rm 9.4). Os samaritanos, como os atenienses (At 17.23), adoravam um
deus desconhecido.
3. Outras palavras
relativas a adoração. No Novo Testamento, a palavra grega latreía emprega o
sentido de “serviço” de adoração no culto (Êx 12.25,26; Hb 8.5; 9.9; 13.10).
Dessa palavra vem o termo idolatria, ou adoração a ídolos, prática condenada
por Deus. Há também a palavra leitourgia, ou liturgia, que significava serviço
prestado em favor do povo. Atualmente, a palavra liturgia refere-se à forma de
organização do culto e seu desenvolvimento. Cada denominação cristã tem uma
“liturgia” em que a adoração a Deus se destaca como a essência do culto. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto,
2019]
- “O culto implica também em serviço (latreia) usado por Jesus para
responder ao diabo (Mt 4.10). Este segundo termo é empregado frequentemente na
Septuaginta (90 vezes), especialmente em Êxodo, Deuteronômio, Josué e Juízes,
mas apenas uma vez nos profetas (Ez 20.32). Moisés, várias vezes, pediu a
permissão da parte de Faraó para deixar os israelitas partirem para servir
(latreuein) a Deus. Trata-se de cultuar e oferecer atos de adoração que agradem
ao Deus da aliança (Ex 4.23; 8.1; 20; 9.1). O significado central deste termo
surge de latron ("ordenado", no grego secular foi usado para indicar
um trabalho pago e, mais tarde, um trabalho não pago). Mantém a ideia de
servir. Tanto no A.T. como no N.T. a relação entre o homem e Deus não deixa de
ser a de servir como escravo (ābad em hebraico; douleuō em grego). Na carta aos
Hebreus, que tem uma ligação mais estreita com o A.T., quatro referências (das
seis) tratam do culto judaico no templo, (At 8.5; 9.9; 10.2; 13.10). Nos outros
dois casos, notamos que a razão pela qual Jesus se ofereceu por nós foi para
que tenhamos consciências limpas, para podermos servir (latreuein) ao Deus vivo
(9.14). Hebreus acrescenta que somente os que "têm graça" (lit.12.28)
podem agradar a Deus pelo seu "serviço", oferecendo culto com
reverência e santo temor. A profetisa Ana, uma viúva de 84 anos, servia
(latreousa) ao Senhor no templo, numa adoração de jejuns e orações, noite e dia
(Lc 2.37). Com muita naturalidade, Paulo emprega latreia, "culto",
"serviço religioso", para descrever o corpo entregue a Deus como
sacrifício vivo, santo e agradável (Rm 12.1). Veremos, a seguir, como o culto
relacionado com o templo e sacrifícios no A. T. foi transformado em adoração
consumada pelo sacrifício de Jesus Cristo. Somente pelas misericórdias de Deus
podemos oferecer tal adoração que agrade a Deus. A vida corporal representa
toda a potencialidade e a capacidade do homem, inclusive sua inteligência,
energia, experiência e dedicação. Uma vez ofertado integralmente, o corpo
santificado como sacrifício a Deus, será aceito como culto genuíno (gr.
logikēn). Reconhecemos a raiz de latreia em nosso vocábulo
"idolatria" (serviço a um ídolo). Foram os israelitas rebeldes que
cultuaram (latreuein) as hostes do céu (At 7.42). Espíritos rebeldes (demônios)
dão realidade ao culto a ídolos, que em si, nada são (I Co 10.19). Deus revela
Sua ira contra todos os que idolatram a criatura mais do que o Criador (Rm
1.25). O Senhor reivindica a totalidade do "serviço" (latreia) dos
seres a quem Ele dá vida A rebelião do pecado humano enquadra-se nesta
realidade: o homem serve no sentido de adorar (latreuein) o que não é Deus. João
nos proporciona uma descrição da multidão que veio da grande tribulação, tendo
purificado suas vestes no sangue de Jesus. A atividade da referida multidão
extraterrestre concentra-se numa frase: "servem ou adoram a Deus
(latreuousin) de dia e de noite" (Ap 7.15). É possível que este vocábulo
inclua mais do que cantar ao acompanhamento de harpas (Ap 14.2, 3), sendo que
latreia significa "o serviço religioso" todo, em volta do templo e
seus ritos (Rm 9.4). Mas nunca devemos esquecer a exclusividade, pois Jesus
declarou: "Só a ele (Deus) darás culto" (latreuseis, Mt 4.10; Lc
4.8). Os atos e ritos que expressam adoração devem ser exclusivamente dirigidos
a Deus. Inadmissível ao Senhor da Glória seria um culto prestado aos ídolos por
um cristão, mesmo que este afirme que em seu coração está realmente adorando ao
Deus único (1 Co 10.20).” (EBDAREIABRANCA)
II. COMO ADORAR A DEUS
1. “Em espírito e
em verdade”. Após ouvir de modo atencioso e reverente a palavra de
Jesus, a mulher samaritana ficou impressionada e o reconheceu como profeta (Jo
4.19). Nosso Senhor declarou duas coisas importantes sobre a verdadeira
adoração. Primeiro, onde se deve adorar a Deus; em segundo lugar, como se deve
adorá-lo. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- “A ideia de adorar o Senhor "em espírito e em verdade" vem da
conversa de Jesus com a mulher no poço em João 4:6-30. Na conversa, a mulher
estava discutindo com Jesus lugares para adorar, dizendo que os judeus adoravam
em Jerusalém, enquanto os samaritanos adoravam no monte Gerizim. Jesus acabara
de revelar que sabia sobre seus muitos maridos, bem como o fato de que o homem
atual com quem morava não era seu marido. Isso a deixou desconfortável, então
ela tentou desviar a Sua atenção da sua vida pessoal a assuntos de religião.
Jesus recusou-se a Se distrair de Sua lição sobre a verdadeira adoração e
dirigiu-se ao ponto principal: "Mas vem a hora e já chegou, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são
estes que o Pai procura para seus adoradores" (João 4:23). A lição geral
sobre adorar o Senhor em espírito e em verdade é que a adoração de Deus não se
limita a uma única localização geográfica e nem é necessariamente regulada
pelas provisões temporárias da lei do Antigo Testamento. Com a vinda de Cristo,
a separação entre judeus e gentios já não era relevante, nem a centralidade do
templo na adoração. Com a vinda de Cristo, todos os filhos de Deus ganharam
acesso igual a Deus através dEle. A adoração tornou-se uma questão de coração,
não de ações externas, e passou a ser dirigida pela verdade em vez de cerimônia”
(GOTQUESTIONS)
1.1. Onde adorar a
Deus? Para a mulher samaritana o lugar correto de adoração era o monte de
Samaria. Mas para os judeus, era Jerusalém. Entretanto, nosso Senhor revelou
claramente que chegaria um tempo em que o essencial da adoração não seria o
lugar geográfico, pois “os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e
em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e
importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (Jo 4.23,24). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto,
2019]
- A luz da vinda de Jesus como o
Messias e o Salvador, os adoradores serão identificados, não por um determinado
santuário ou local, mas por seu culto ao Pai por meio do Filho. Com a vinda de
Cristo, as distinções anteriores entre verdadeiros e falsos adoradores baseados
em localizações desapareceram. Os verdadeiros adoradores são todos aqueles que
adoram a Deus de coração por meio do Filho em qualquer lugar (Fp 3.3). Em João
4.23,24, Jesus não está falando de um elemento desejável na adoração, mas do
que é absolutamente necessário - em espírito e em verdade. A palavra
"espírito" não se refere ao Espírito Santo, mas ao espírito humano.
Jesus está dizendo que a pessoa deve adorar não simplesmente em conformidade
externa a ritos e lugares religiosos (externamente), mas interiormente
("em espírito"), com atitude correta do coração. A referência à
"verdade" diz respeito à adoração a Deus consistente com a Escritura
revelada e centrada no "Verbo que se fez carne", que, cm última
análise, revelou o Pai (14.6).
1.2. A atitude do
adorador. Além de adorar “em espírito”, o cristão deve adorar “em verdade” (Jo
4.24). Nem todo hino ou cântico ou apresentação musical é adoração a Deus.
Atualmente, a partir da influência do chamado “movimento gospel”, as músicas
têm sido usadas de forma a exaltar “artistas” ou “levitas”. Isso é uma visão
deturpada da adoração. Multidões se ajuntam em templos, estádios ou praças,
para assistirem “shows gospel”, onde a humildade e a contrição estão longe do
propósito original da adoração. Ora, a verdadeira adoração é “em espírito e em
verdade”, e para a glória de Deus. Somente Ele é o centro da adoração! [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto,
2019]
- “A verdadeira adoração deve ser "em espírito", isto é,
engajando todo o coração. A menos que haja uma verdadeira paixão por Deus, não
há adoração em espírito. Ao mesmo tempo, a adoração deve ser "em
verdade", isto é, devidamente informada. A menos que tenhamos conhecimento
do Deus que adoramos, não há adoração em verdade. Ambos são necessários para
uma adoração satisfatória e que honre a Deus. O espírito sem verdade leva a uma
experiência superficial e excessivamente emocional que pode ser comparada a
estar sob a influência da uma droga. Assim que a emoção acabar, quando o fervor
esfria, o mesmo acontece com a adoração. A verdade sem espírito pode resultar em
um encontro seco e sem paixão que pode facilmente levar a uma forma de
legalismo sem alegria. A melhor combinação de ambos os aspectos da adoração
resulta em uma alegre apreciação de Deus que é bem informada pelas Escrituras.
Quanto mais conhecemos Deus, mais o apreciamos. Quanto mais o apreciamos, mais
profunda é a nossa adoração. Quanto mais profunda a nossa adoração, mais Deus é
glorificado” (GOTQUESTIONS).
- Naqueles dias, tanto os judeus
quanto os samaritanos perderam o foco da verdadeira adoração. Davam mais
importância ao lugar e às cerimônias que ao estado do coração dos adoradores. O
entendimento deles era que, quem cumprisse os rituais da maneira correta estaria
bem com Deus, mesmo se não fosse feito pelas razões certas nem com sinceridade.
Adorar a Deus era apenas um ritual. Jesus voltou a centrar a atenção naquilo
mais importava: o coração. O grande mandamento é amar a Deus com tudo que somos
(Mt 22.37-38). Essa é a verdadeira adoração.
2. Com o “culto
racional”. Paulo escreveu aos cristãos de Roma acerca de
apresentarmo-nos a Deus em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o
nosso culto racional (Rm 12.1). O culto racional significa cultuar a Deus “com
razão de ser”, motivados espiritualmente, portadores de uma sinceridade
profunda: “glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os
quais pertencem a Deus” (1Co 6.20). O objetivo do culto racional é este: “para
que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus” (Rm
12.2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019.
Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- Sob a antiga aliança Deus aceitava
os sacrifícios de animais mortos. Entretanto, devido ao sacrifício final de Cristo,
os sacrifícios do Antigo Testamento já não têm mais qualquer efeito (Hb
9.11-12). Para aqueles em Cristo, a única adoração aceitável é oferecer a si
mesmo completamente ao Senhor. Debaixo do controle de Deus, o corpo ainda não
redimido do cristão pode e deve ser rendido a ele como um instrumento de
justiça (Rm 6.1,13; 8.11-13). A luz de todas as riquezas espirituais que os
cristãos desfrutam exclusivamente como o fruto das misericórdias de Deus (Rm
11.33,36), segue-se logicamente que eles elevem a Deus a sua mais elevada forma
de culto. Culto racional significa adoração consciente, com amor mas também com
entendimento. No Antigo Testamento, as regras de adoração centravam muito em
ações exteriores e muitas pessoas se esqueciam que nada disso tinha valor sem
um coração voltado para Deus (Romanos 9:30-32). No Novo Testamento, a adoração
começa no coração, que depois se reflete na vida e nas ações exteriores.
III. GESTOS E ATITUDES NA ADORAÇÃO A DEUS
1. Ajoelhar-se e
prostrar-se. São gestos de profunda reverência diante de Deus. Salomão,
na inauguração do Templo, em Jerusalém, diante de todo o povo, se pôs de
joelhos, adorando a Deus: “Sucedeu, pois, que, acabando Salomão de fazer ao
Senhor esta oração e esta súplica, estando de joelhos e com as mãos estendidas
para os céus, se levantou de diante do altar do Senhor” (1Rs 8.54). Jesus
prostrou-se diante do Pai em súplica (Mt 26.39). [Lições
Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- Proskyneo significando
“prostrar-se”, “prestar homenagem a alguém”, “venerar”, “beijar a mão”, “fazer
reverência a”, “adorar”,(Mt 2.2,8,11; 4.9; Mc 5.6; 15.19; Lc 4.7,8; Jo 4.20-22
etc). Essas palavras são constantemente traduzidas pela palavra “adoração”,
denotando o valor daquele que recebe honra ou devoção especial.'' (PFEIFFER, p.
31). Adorar envolve mais do que palavras e pensamentos; envolve todo o nosso ser,
nossas atitudes.
2. Louvar e
cantar. Davi introduziu o uso de instrumentos musicais, do cântico coral e
congregacional no culto a Deus. Ele mandou selecionar e preparar 4.000 cantores
oficiais, que se revezavam em turnos (1Cr 23.5,6), acompanhados com
instrumentos musicais e dirigidos por 288 maestros (1Cr 25.7). Na Igreja de Cristo,
a adoração a Deus também se expressa com cânticos e hinos de caráter
espiritual. O apóstolo Paulo nos exorta a praticar a verdadeira adoração de
forma consciente e profunda: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente,
em toda a sabedoria ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos,
hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor com graça em vosso coração”
(Cl 3.16 — grifo meu). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- Se adoração transmite a idéia de
nos prostrarmos ou nos curvarmos diante de Deus, louvor fala de nos levantarmos
perante Ele. Quando louvamos, erguemos nossas cabeças e cantamos ou damos graças
a Deus por aquilo que Ele é e tem feito. Podemos encontrar essas duas ideias
unidas no mesmo versículo: “E todo o povo
respondeu: Amém! Amém! E, levantando as mãos, inclinaram-se e adoraram o
SENHOR, com o rosto em terra” (Ne 8.6). Observe que eles louvaram erguendo
suas mãos e proclamando o “amém”; e
adoraram inclinando-se com o rosto em terra. Em 2 Crônicas 7.3, essas duas idéias
estão apresentadas na ordem inversa: “Os
filhos de Israel... se encurvaram com o rosto em terra sobre o pavimento, e
adoraram, e louvaram o SENHOR, porque È bom,porque a sua misericórdia dura para
sempre”. A verdadeira adoração congregacional é regulamentada em 1
Coríntios 11-14. Qualquer membro era livre para participar conforme o Espírito
dispusesse (1 Co 14.26), principalmente quando procurasse ministrar aos outros
através de seu dom espiritual ou carismático (1 Pe 4.10ss.). Uma mulher que
orasse ou profetizasse deveria ter a sua cabeça coberta (1 Co 11.5). Uma
mensagem em uma língua incompreensível deveria ser interpretada, e toda
profecia deveria estar sujeita aos profetas na congregação (1 Co 14.27,33). Adoração
envolve um espírito de gratidão, esta gratidão a Deus , é uma atitude tão
básica na vida do Crente que foi ensinada pelo Senhor desde o Antigo
testamento. (Lv 7.11,12; Sl 116.17, Jn 2.9).
3. Glorificar a
Deus. Ao longo das Escrituras Sagradas, aprendemos que devemos glorificar a
Deus com a inteireza do nosso ser (1Ts 5.23). Ora, se nós somos templo do
Espírito Santo, significa que Ele habita em nós, logo. Deus não aceita nada
menos que o todo do nosso ser, isto é, “vosso corpo” e “vosso espírito” (1Co
6.19,20). O salmista lembra-nos de que a nossa adoração deve ser expressa da
seguinte maneira: “Oferece a Deus sacrifício de louvor e paga ao Altíssimo os
teus votos” (Sl 50.14). A Palavra de Deus nos ensina que quem oferece
sacrifício de louvor a Deus, o glorifica (Sl 50.23). É um privilégio glorificar
a Deus e apresentar-nos diante dEle. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- Tendo concluído todas as
exortações iniciadas em 1Ts 4.1 e, especificamente, as dos versículos 16-22, a
bênção final de Paulo reconheceu a fonte para obedecê-las e cumpri-las todas. Não
é possível ser santificado em todas essas maneiras com a força humana (Zc 4.6;
1Co 2.4-5; Ef 3.20-21; Cl 1.29). Somente o "próprio” Deus (Rm 15.33;
16.20; Fp 4.9; Hb 13.20) pode separar-nos do pecado para a santidade "em
tudo". O corpo do cristão pertence ao Senhor, é um membro de Cristo e
templo do Espírito Santo. Todo ato de fornicação, adultério ou qualquer outro
pecado é cometido pelo cristão no santuário, o Santo dos Santos, onde Deus
habita. No Antigo Testamento, o sumo sacerdote entrava lá apenas uma vez por
ano, e somente após uma extensiva limpeza, caso contrário ele seria morto (Lv
16). Fomos adquiridos pelo precioso sangue de Cristo , por esta razão, o
propósito supremo do cristão é adorar a Deus – “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer,
fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10.31). A liberdade cristã, bem como
o comportamento mais comum, é ser conduzido de maneira a honrar a Deus (Ez.36.23).
Oferecer a Deus sacrifícios de ações de graças é o sacrifício que sempre o
agrada (Sl 51.17; Hb 13.15).
CONCLUSÃO
Na mordomia da adoração, precisamos saber que Deus não vê
apenas o gesto exterior como expressão de louvor, mas também a motivação do
coração (1Sm 16.7). Oremos como Davi orou: “Senhor, tu me sondaste e me
conheces. Tu conheces o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu
pensamento” (Sl 139.1,2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 6, 11 Agosto, 2019]
- “o SENHOR vê o coração...” O conceito hebraico de "coração"
incorpora as emoções, a vontade, o intelecto e os desejos. A vida de um homem
irá refletir o seu coração (Mt 12.34-15). Em meio ao formalismo no culto ao
Senhor, o salmista conclama seu povo: “Oferece
a Deus sacrifícios de ações de graças e cumpre os teus votos para com o
Altíssimo” (Sl 50.14). Comprometa-se com Deus! Aí, sim, a maravilhosa e
conhecida promessa do Salmo 50 repousará sobre os que adoram a Deus: “Invoca-me no dia da angústia; eu te
livrarei, e tu me glorificarás”.
Àquele que é “âncora da alma, segura e firme” (Hb
6.19),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2019