ANO 10 | Nr 1.331 | 2019
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
3º Trimestre de 2019
Título: Tempo, Bens e Talentos — Sendo mordomo fiel
e prudente com as coisas que Deus nos tem dado
Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima
Lição 7
18 de agosto de 2019
A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E OFERTAS
TEXTO
ÁUREO
“Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma
bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança” (Ml 3.10).
VERDADE PRÁTICA
A entrega do dízimo e das ofertas é uma bênção e um privilégio para quem
é grato e fiel a Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Malaquias 3.7-12.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos sobre os dízimos e ofertas na obra de Deus.
Veremos que, de um lado, os dízimos e as ofertas pertencem a Deus e devem
ser-lhe entregues com amor, alegria e fidelidade. Por outro, a liderança
eclesiástica deve aplicar os recursos de forma correta, fiel e transparente.
Assim, a mordomia desses recursos deve ser executada com base nos princípios da
Bíblia Sagrada. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- Este assunto é interessante e exige um debate mais prolongado. O que
exporei aqui é aquilo que entendo sobre o tema à luz do Novo Testamento. Na
Igreja onde sirvo como Presbítero, ensinamos que o ato de dar deve ser um
assunto entre o Espírito Santo e o crente, jamais uma regra estabelecida. Estou
convencido de que o dízimo não é obrigatório para os crentes. Sem dúvidas, é
uma disciplina interessante para a mordomia financeira e pode ser um guia
adequado para determinar quanto as pessoas podem dar, mas a quantia a ser dada
deve ser uma decisão pessoal. O Apóstolo Paulo escreveu que Deus examina a
motivação para dar e não a quantia (2Co 9.7). A maioria das igrejas evangélicas
ensinam que os crentes devem dar obrigatoriamente dez por cento. Neste subsídio, estou argumentando que o
dízimo não é obrigatório para os crentes em Jesus Cristo. O objetivo deste
estudo não é o de se contrapor ao dízimo,
mas de esclarecer que ele não é obrigatório, não pode ser exigido nem critério
para o crente ocupar cargos. – VENHA PENSAR MADURAMENTE A FÉ CRISTÃ!
I. AS FONTES DE RECURSOS DA IGREJA
LOCAL
1. Dízimos e ofertas. A igreja local tem como fonte
legítima de recursos os dízimos e as ofertas. Sem eles, muitos trabalhos
ficariam inviabilizados. O fundamento para essa legitimidade está no Antigo
Testamento (Lv 27.30-33, Ml 3.10), no Novo (Mt 23.23; 2Co 8.8-15) e ao longo da
História da Igreja. Não se trata, portanto, de uma prática que começou por
imposição de uma pessoa ou de grupo ou de denominação, mas pela necessidade
natural da Obra do Senhor. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- A proposta deste Blog não é replicar um determinado ensino só por que
a denominação ensina assim, mas convidar o leitor a ‘pensar maduramente a fé
cristã’. Assim, de início, convido-os a pensar se o dízimo é um mandamento para
o cristão?
- A resposta é Não, o dízimo não é um mandamento para o
cristão mas é recomendado. Jesus não nos ordenou dar o dízimo mas nos
ensinou sobre a importância de ofertar. “O dízimo é a doação fiel e
voluntária de 10% do rendimento da pessoa, família ou empresa. É o padrão
mínimo no Novo Testamento. O dízimo foi praticado por Abraão, nos dias de
Moisés, após o cativeiro babilônico, referendado no Novo Testamento e
incentivado por nosso Senhor Jesus Cristo (Mt. 23:23; Lc 11:42). Ofertas são as
doações feitas além do dízimo e reflete a generosidade do coração da pessoa.
Dízimos e ofertas são expressões de nossa devoção e amor a Deus e, como tal,
contraria o padrão do mundo, cujo foco é a avareza (Gn. 28:16-22; Ml. 3:7, Hb
13.4-5). Ao entregar dízimos e ofertas, declaramos nossa fé em Deus, que é o
supridor de nossas necessidades (Gn. 14:20-23). A sustentação do ministério
cristão através de dízimos e ofertas é um fato registrado em toda a história da
igreja, feita por crentes fiéis, zelosos, visionários da obra missionária e
comprometidos com a expansão da influência do Reino de Cristo no mundo.” (OITAVAIGREJA)
- As ofertas do cristão devem ter a mesma função que o dízimo:
• Agradecer a Deus – nosso sustento
vem de Deus e não devemos ficar presos pelo amor ao dinheiro (Mt 6.24)
• Cobrir as despesas da igreja – o bom
senso dita que quem quer usufruir da igreja deve ajudar com as despesas
• Sustentar os obreiros – quem
trabalha servindo a igreja merece ser sustentado pela igreja – veja aqui:
pastor deve receber salário?
• Ajudar os mais necessitados – o
cristão deve ajudar seus irmãos mais pobres.
2. O cuidado com recursos externos. Com base na Bíblia, os recursos
financeiros da igreja evangélica jamais devem ser provenientes de governos ou
de órgãos públicos, ou de organismos financeiros. Nossa missão é divina! Que
Deus guarde a igreja local de envolvimento com práticas ilícitas e abomináveis
aos olhos de Deus. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18
Agosto, 2019]
- Este subtópico contradiz o próximo, já que uma das missões da Igreja neste
mundo é a filantropia e o cuidado com os mais pobres... Todos os trabalhos
efetuados pela igreja, inclusive obras filantrópicas, necessitam de recursos,
que além dos bíblicos (Dízimos e ofertas), há de se contar com as doações
provenientes de governos ou órgãos públicos, e como todas as coisas devem ser
feitas para a glória de Deus (1Co 10.31), aqueles que administram os recursos
devem ter o máximo cuidado em verificar a origem destes.
- Existe uma Lei que regula a filantropia: Lei da Filantropia nº 12.101
de 27/11/09 que, trouxe regras mais severas para o processo de certificação de
entidades beneficentes de assistência social. Esta Lei ampara as instituições
que estejam adequadas às suas definições, enquanto que, aquelas que não se
enquadrarem, estarão órfãs do apoio público para o prosseguimento de suas
atividades, seja através de recursos diretos e indiretos, uma vez que, os olhos
do Estado estarão voltados para as instituições que cumprirem as suas regras.
3. Outras fontes de recursos. Se a igreja local tiver um centro
social de amparo às pessoas vulneráveis, não há impedimento para que o poder
público envie recursos para tal ação social. Entretanto, é necessário cumprir
as prescrições legais para que não haja a possibilidade de qualquer “aparência
do mal”. Outrossim, a igreja jamais deve lançar mão de bingos, rifas e outros
jogos de azar para aumentar suas receitas. Isso é pecado; desagrada a Deus. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- Rifas e Bingo é pecado? Mesmo que o objetivo da rifa ou bingo seja
louvável, o que incomoda, de fato, é que a rifa ou bingo leva as pessoas a
ajudarem incentivadas apenas pela possibilidade de ganhar algum prêmio. Se não
fosse assim não haveria a necessidade da rifa, não é verdade? Ou seja, o
coração da pessoa é movido pelo prêmio oferecido e não pelo objetivo louvável,
pela vontade de verdadeiramente colaborar para que o objetivo seja alcançado.
- O conselho bíblico é que a contribuição deve ser espontânea, baseada
em desejos e sentimentos corretos e que agradam a Deus (2Co 9.7). Aquele que
deseja contribuir com alguma causa do reino de Deus o faz sem a necessidade de
ter que ser estimulado por um prêmio ou estimulado pelo seu desejo de ganhar
sempre algo em troca por tudo que faz. Ele faz estimulado pelo seu sentimento
de dever, de ter em mãos a possibilidade de fazer o bem e obedecer ao que Deus
ensina: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está
pecando” (Tg 4.17).
II. A BASE BÍBLICA PARA OS DÍZIMOS E
AS OFERTAS
1. Os dízimos no Antigo Testamento. Muitos acusam de legalismo os que
observam a disciplina do dízimo e das ofertas. Entretanto, veremos que a origem
do dízimo é anterior a Lei, e que o que o legitima é o sentimento de gratidão
do fiel ao seu Criador. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18
Agosto, 2019]
- Lembro mais uma vez que o nosso objetivo é pensar maduramente a fé
cristã. “O dízimo antes da lei não era
rotineiro, e era voluntário. Os dois exemplos do dízimo antes da lei (em
Gênesis) foram eventos únicos, voluntários e envolvendo mais do que dinheiro. O
exemplo de Abraão foi do dízimo entregue uma vez apenas, dos despojos de uma
guerra (Hb 7.2; Gn 14.20). Visto como Abraão havia feito um voto de não tomar
pessoalmente qualquer despojo dessa guerra (Gn 14.22-24), aparentemente ele
dizimou o que pertencia aos outros ou o que poderia em breve lhes pertencer.
Nada existe na Escritura dizendo que Abraão tenha dado o dízimo de sua própria
renda ou riqueza, em tempo algum. Abraão recebeu uma bênção e em seguida deu o
dízimo, e aparentemente fez isto por um costume da sociedade, sem qualquer
mandamento divino para fazê-lo. (Gn 14 e Hb 7.1). O exemplo único de Jacó
dizimar foi prometido se Deus fizesse algo, e a Escritura não esclarece
se Jacó de fato o cumpriu (Gn 28.22). De qualquer maneira, estes dois exemplos
esclarecem que o dízimo antes da lei não era obrigatório, mas voluntário. Visto
como a Escritura, antes da lei, só registra incidentes onde o dízimo foi dado
uma única vez na vida, fica claro que ele não era uma prática rotineira...
Também, tendo em vista que Jacó prometeu dizimar o que ele já havia ganho e
possuía (quer dizer, possuía totalmente, depois de pagar todos os custos e
débitos associados, que não foi tomado emprestado ou falta pagar uma parte
dele, nem que serve de penhor, nem que está hipotecado ou sob qualquer tipo de
reserva de domínio), entende-se que ele pretendia dizimar sobre os seus lucros.
Isso é importante, e discutiremos mais tarde sobre os lucros. Os que procuram
tornar o dízimo estritamente baseado em dinheiro, obrigatório e rotineiro,
afirmando ter ele existido "antes da lei", não estão ensinando como
ele realmente foi dado, “antes da lei”. Notem ainda as seguintes
escrituras mostrando a natureza voluntária de como se ofertava antes da
lei (Êx 35.5, 21,22,24, 29)” (Este texto foi retirado do site DIZIMOSEOFERTAS.
Autor não informado).
1.1. Origem do dízimo. De acordo com a Bíblia, a entrega do
dízimo (hb. ma’ aser — décima parte) teve origem no sentimento sincero do
patriarca Abraão. Como gratidão ao favor de Deus, ele deu o dízimo de tudo ao
sacerdote Melquisedeque (Gn 14.14-20). Assim, é patente que, para além do valor
material do dízimo, o gesto de generosidade é significativo. Quando o dízimo
tornou-se lei, a gratidão, que é subjetiva, estava no “espírito” da lei. O povo
de Israel devia ser grato ao Criador. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- Como já explicado acima, o Dízimo que Abraão entregou a Melquisedeque
foi do despojo de guerra. De foto, Gênesis 14.14-20 é a primeira menção nas
Escrituras da oferta de 10 por cento (cf. Gn 28.22). Essa oferta era totalmente
voluntária e pode ter sido apenas um décimo do melhor, não um décimo do total
(Hb 7.4). Na antiguidade, era comum que as pessoas dessem dízimo a um deus ou
ao seu representante. Abraão, o pai da fé hebraica, deu dízimo a Melquisedeque.
Essa é uma prova de que Melquisedeque era superior a Abraão - o menor dá dízimo
ao maior. Esse décimo não é igual aos décimos exigidos de Israel na lei mosaica
(veja Nm 18.21-24; Dt 14.22; 26.12). Note, ainda, que o dízimo é um preceito da
Lei de Moisés (Nm 18.24), embora Abraão tenha dizimado antes da Lei, no lugar
do número dos sacerdotes, os quais se encontravam nos seus lombos (Hb 7.9,10).
O dízimo passou a ser um pacto (Dt 12.6,17), um contrato, entre Deus e os
israelitas (Dt 14.22-28).
1.2. O dízimo é do Senhor (Lv 27.30). Nesse sentido, quando entregamos o
dízimo não restituímos nada a Deus nem fazemos barganha com Ele, pois, como
percebeu o Rei Davi, “tudo vem de ti, e da tua mão to damos” (1Cr 29.14). O
dízimo é do Senhor! [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18
Agosto, 2019]
- O texto de Levítico 27.30-32, versa sobre as dízimas, esse era o
dízimo geral que era dado aos levitas (Nm 18.21-32). Em Levítico, essa é a
única menção do dízimo ou 10%. Porém, junto com essa oferta, havia outros dois
dízimos no Antigo Testamento, totalizando 23% por ano (o segundo dízimo em Dt
14.22; e o terceiro dízimo a cada três anos em Dt 14.28-29; 26.12).
1.3. O objetivo do dízimo no Antigo Testamento. Deus instituiu o
dízimo como Lei para a manutenção da sua Casa, sustento da classe sacerdotal e
o cuidado com os órfãos e as viúvas (Ml 3.5; Dt 26.12; Jr 22.3). Nesse sentido,
há promessas de bênçãos aos dizimistas fiéis (Ml 3.8-10). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- É interessante notar que em Malaquias 3.10-12, ao contrário do padrão
bíblico normal, o povo é convidado a provar a Deus (cf. is 7.11-12; 1Rs
18.20-46). Se o honrassem ao deixar de roubar dele e mostrassem arrependimento
sincero entregando-lhe o que era devido, o Senhor derramaria sobre eles bênçãos
em grande abundância ( Pv 11.24-25), os protegeria dos gafanhotos
("o devorador") e os tornaria bem-aventurados aos olhos das nações
(Is 62.4).
-“O DÍZIMO surgiu na dispensação da Promessa, de Abraão até Moisés.
Deus estava para estabelecer o número de sacerdotes (10% da tribo de Levi), na
dispensação da Lei, dentre os filhos de Levi, que já se encontravam nos lombos
(no corpo) de Abraão, seriam seus descendentes Hebreus 7:9/10 com a finalidade
de ministrarem no Templo onde passariam a habitar. Foi o principal motivo, pelo
qual, o Espírito inspirou Abraão a pagar a Melquisedeque o dízimo Hebreus 7:4,
referente a 10% dos sacerdotes da tribo de Levi que estavam nos seus lombos.
Quando o dízimo foi instituído na Lei, os levitas ficaram isentos de pagá-lo,
como diz o texto: ...Levi que recebe dízimos, pagou-os na pessoa de Abraão.
Hebreus 7:5/9 Ficaram isentos porque o dízimo deles foi pago na pessoa de
Abraão a Melquisedeque, que era a figura do sacerdócio eterno de Cristo. Os
sacerdotes levitas foram os únicos autorizados por Deus, aqui na terra, segundo
as Escrituras, a receberem dízimo 2º Crónicas 31:5/6 e 2º Crónicas 31:12;
Neemias 10:37 e Neemias 12:44, não o Sistema eclesiástico atual. Muitos irmãos
indagam: “Mas porque Deus tem me abençoado, depois que tenho dado o dízimo?”
Ora, se a Palavra diz que Deus é misericordioso até com os maus Mateus 5:45,
quanto mais com um filho seu, que é generoso para contribuir na Obra do Senhor,
mesmo que não tenha conhecimento real da profundidade desta contribuição, sendo
o seu coração sincero diante de Deus, Deus o prosperaria independentemente do
que ele oferta ou do que vota. Deus está mais interessado na misericórdia dos
nossos corações, que nos sacrifícios de nossas mãos, como dito em Mateus 9:13.”
(ESTUDOS-BIBLICOS)
2. O dízimo no Novo Testamento. A Bíblia mostra que os fariseus eram
rigorosos quanto a entrega dos dízimos. Esse entendimento está presente nas
palavras de Jesus: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o
dízimo da hortelã, do endro e do cominho”. Entretanto, ao mesmo tempo Ele
declarou: “desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé;
deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas” (Mt 23.23 — grifo meu).
Aqui, o que o Senhor denuncia é o legalismo e a hipocrisia dos fariseus, e não
a entrega do dízimo mesmo. Vejamos dois propósitos do dízimo hoje: [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- O Novo Testamento não contém nenhuma regra clara sobre o dízimo mas
diz que o crente deve ser generoso em suas ofertas para o trabalho da igreja. A
generosidade é um sinal de gratidão e de confiança em Deus. Os primeiros
discípulos davam muito mais que o dízimo! (At 4.32-35).
- O raciocínio do comentarista está correto na questão do que está em
jogo nesta passagem do Novo Testamento – a hipocrisia dos fariseus; mas não
valida a prática do Dízimo para a Igreja. Foi extinto o sacerdócio levítico,
que era da lei, para que um outro sacerdócio fosse levantado, segundo a Graça
(Hb 7.11,12). Somos livres em tudo, inclusive na forma de contribuir: Não há
limite de contribuição, é segundo o que você propõe no seu coração, 0% ou 100%.
A obrigação do dízimo, não mais existe. É um preceito da Lei judaica! (2Co 9.7)
2.1. O dízimo é necessário para manter o ministério em tempo integral. No Antigo
Testamento, o dízimo servia para a manutenção dos sacerdotes e levitas (Ne
10.37; 18.21). O princípio do sustento do ministério integral permanece no Novo
Testamento (1Tm 5.17,18). Assim, aos ministros do Evangelho, que se dedicam
exclusivamente a obra de Deus, que “vivam do Evangelho” (1Co 9.14). [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- Os sacerdotes do Antigo Testamento eram sustentados pelos dízimos das
colheitas e dos animais, bem como pelas ofertas financeiras (Nm 18.8-24; cf. G
n 14.18-21). Baseado nisso, Paulo defende que aqueles que dedicam sua vida à
Obra do Reino, vivam do evangelho, isso diz respeito a ganhar a vida pregando
as boas-novas.
- Desde que a missão principal da igreja é espiritual (1Tm 3.15), não é
surpresa que as igrejas do Novo Testamento usassem seu dinheiro para espalhar o
evangelho. Exemplos deste emprego dos fundos arrecadados incluem o sustento
financeiro de homens que pregavam o evangelho (1Co 9.1-15; 2Co 11.8; Fp
4.10-18), e dos que serviam como presbíteros (1Tm 5.17-18). Também, para acudir
os santos necessitados. Quando os cristãos pobres necessitavam de assistência,
o dinheiro da oferta era usado para acudir àquelas necessidades (At 4.32-37;
6.1-4).
2.2. O dízimo é necessário para a assistência social. A Igreja de Cristo
sempre teve compromisso com os órfãos, as viúvas e pessoas carentes em diversas
condições. Tiago diz que esta é a verdadeira religião (Tg 1.27). Por isso, a
igreja local tem o compromisso bíblico de cuidar, por exemplo, das viúvas que
necessitam de ajuda (1Tm 5.3,8). Isso é feito com o recurso dos dízimos. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- “Havia na Lei a prescrição de que, se não houvesse condições
financeiras, ou seja, se a pessoa fosse pobre, a oferta poderia ser de um par
de rolas ou dois pombinhos. “Mas, se as suas posses não lhe permitirem trazer
um cordeiro, tomará, então, duas rolas ou dois pombinhos, um para o holocausto
e o outro para a oferta pelo pecado; assim, o sacerdote fará expiação pela
mulher, e será limpa.” (Lv 12:8) (ARA)
As famílias pobres como a de Jesus não dizimavam, antes, recebiam ajuda
de um dízimo específico, como já anteriormente demonstrado. Já na fase adulta,
em seu ministério, Jesus adotou uma prática reservada aos pobres e prevista na
Lei em Levítico: “Não rebuscarás a tua vinha, nem colherás os bagos caídos da
tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro. Eu sou o SENHOR, vosso
Deus.” (Lv 19:10) (ARA). Deuteronômio:
Quando, no teu campo, segares a messe e, nele, esqueceres um feixe de
espigas, não voltarás a tomá-lo; para o estrangeiro, para o órfão e para a
viúva será; para que o SENHOR, teu Deus, te abençoe em toda obra das tuas mãos.
Quando sacudires a tua oliveira, não voltarás a colher o fruto dos ramos; para
o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será. Quando vindimares a tua vinha,
não tornarás a rebuscá-la; para o estrangeiro, para o órfão e para a viúva será
o restante. (Dt 24:19-21) (ARA)
O judeu deveria assim lembrar-se do pobre até na hora de colher seus
frutos. “O dízimo da terra não incluía toda a terra. Deus ordenou aos
proprietários para que não colhessem os cantos e não pegarem o que tinha caído
depois da colheita. Este restante era sagrado para os pobres.” (KELLY, 2007,
p.63, tradução nossa).” (REFORMADOS21)
3. As ofertas nas Escrituras. A igreja no Novo Testamento se
expandiu e se multiplicou (At 9.31; 16.5; 1Co 16.19). Para ajudar os irmãos
necessitados, bem como expandir a obra missionária, a igreja apostólica usou o
expediente das ofertas (2Co 9.10-15; Fp 4.14-17). A Bíblia mostra que o
trabalho dos apóstolos era financiado pelos irmãos de diversas igrejas. Hoje,
juntamente com os dízimos, as ofertas tem importância e são dirigidas a muitos
fins: construção, necessidade humanitária, missões. Enfim, é um privilégio
ofertar na obra do Senhor. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º
Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- “Desde que a Bíblia registra tudo o que precisamos saber para
servir a Deus de modo aceitável (2 Pedro 1:3; Judas 3; 2 Timóteo 3:16-17),
aqueles que hoje procuram servir ao Senhor praticarão somente o que é
autorizado no Novo Testamento. Deus não nos deu permissão para tentar melhorar
seu plano. O modelo do Novo Testamento pode parecer muito simples, e não
sofisticado, às pessoas que estão rodeadas por imensos empreendimentos
multinacionais, mas os fiéis precisam contentar-se em fazer a obra de Deus à
maneira de Deus. Nossa missão não é juntar grande riqueza ou construir enormes
organizações. Nossa missão é servir Jesus e mostrar a outros como fazer o
mesmo. Os verdadeiros cristãos não estão interessados em competir com o mundo,
mas simplesmente procuram agradar a Deus. As igrejas que seguem o modelo do
Novo Testamento receberão seu dinheiro de contribuições voluntárias dos cristãos.
Nos casos em que há mais irmãos pobres do que a congregação é capaz de ajudar,
elas podem também receber assistência de outras congregações. Então, este
dinheiro será dedicado à obra que Deus autorizou. A principal missão da igreja
sempre será espiritual, alcançando os perdidos e edificando os salvos. Os
recursos financeiros da igreja serão usados para cumprir sua missão de
proclamar a pura mensagem do evangelho. Quando há casos de necessidade entre os
discípulos, a igreja pode usar o dinheiro ofertado para dar assistência. Quando
as igrejas mais prósperas sabem de tais necessidades nas congregações mais
pobres, elas podem fazer como as igrejas da Galácia, Macedônia e Acaia fizeram,
ou seja, enviar dinheiro para ajudar seus irmãos mais pobres (veja 1 Coríntios
16:1; 2 Coríntios 8:1-4; 9:1-2).” (ESTUDOSDABIBLIA)
III. A MORDOMIA DOS DÍZIMOS E DAS
OFERTAS NA IGREJA LOCAL
1. Como deve ser a entrega dos dízimos e das ofertas na igreja local?
1.1. Com gratidão a Deus. Deus é o dono de tudo: da Terra e de
seus habitantes (Sl 24.1). Somos propriedade dEle (1Co 6.20). Só temos saúde
porque Ele permite. Só trabalhamos porque Ele nos concede forças. Estamos de pé
porque Ele cuida de nós. A gratidão a Deus é a virtude primeira na entrega dos
dízimos e das ofertas. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18
Agosto, 2019]
- Esta lição defende que o dízimo é necessário hoje, como muitos
pregadores/ensinadores defendem também a idéia de que aqueles que não dão 10% não
serão abençoados por Deus. Eles deixam de fazer a distinção que Jesus e os
apóstolos fizeram entre o Velho e o Novo Testamento. O dízimo era parte da Lei
de Moisés, dada por Deus aos israelitas. Passagens tais como Malaquias 3.10,
que é usada freqüentemente para exigir o dízimo atualmente, foram escritas para
os judeus alguns séculos antes que Cristo morresse para completar essa lei. Não
estamos sob essa lei (Gl 3.23-25; 5.1-4; Rm 7.6). “Não há uma única passagem no Novo Testamento que autorize as igrejas a exigir
dízimo” (ESTUDOSDABIBLIA).
1.2. O dízimo deve ser calculado a partir da renda bruta. É comum irmãos
terem dúvidas quanto ao cálculo para separar o dízimo: “Devo separá-lo da renda
líquida ou bruta?”. O princípio bíblico que norteava a entrega do dízimo no
Antigo Testamento é o das “primícias” (Pv 3.9,10). Por isso, nossa orientação é
que o dízimo deve ser retirado da renda bruta. Antes de preocupar-se em pagar
as prestações, a água, a luz, o gás ou qualquer outra despesa, honre ao Senhor
com suas primícias. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18
Agosto, 2019]
- “Não temos na Bíblia qualquer
orientação a respeito dessa questão de dizimar do líquido ou do bruto de um
salário, já que nos tempos bíblicos as estruturas de ganhos, de trabalhos, de
pagamentos eram bem diferentes da dos nossos dias. Por isso, s orientação para
dizimar do bruto, como a que é seguida pelo comentarista desta lição, não é
uma ordenança da Bíblia. O Dizimo antes e durante a lei JAMAIS foi o mesmo
que a oferta das primícias. Muitos mestres do dízimo obrigatório confundem o
dízimo com a oferta das primícias. Por não saberem manejar corretamente a
Palavra da Verdade, muitas escrituras com relação a dar as primícias são mal aplicadas,
a fim de darem suporte à doutrina do dízimo obrigatório. A oferta das primícias
acontecia quando os israelitas traziam como oferta a primeira porção dos frutos
colhidos. Isto era visto como um penhor-promessa referente às colheitas
futuras, as quais, então, seriam dizimadas. [Era uma forma de promessa de que
os dízimos das colheitas seriam entregues]. A oferta das primícias NUNCA foi
dizimo, antes nem durante a vigência da Lei Mosaica”. (Este texto foi
retirado de: ESBOCANDOIDEIAS)
- Note, ainda, que dentro da estrutura trabalhista brasileira existem
descontos em folha que correspondem ao INSS (desconto para aposentadoria e
proteções sociais) e o IR (Imposto de Renda), que depende do valor do seu
salário. Esses são os principais descontos (Mas existem outros, dependendo do
valor do salário e outras questões). Esse dinheiro será usado (acessado) pelo
trabalhador apenas no futuro, por isso, em minha opinião, serão “dizimados” ou
seja, a pessoa poderá dizimar deles quando os receber. Portanto, não concordo
que os 10% incidam sobre o bruto,no entanto, aqueles que assim fazem, não
erram, como também aqueles que dizimam sobre o líquido, também não, contanto
que o façam para a glória de Deus.
1.3. Os dízimos e as ofertas devem ser levados “a casa do tesouro”. O dízimo e as
ofertas tem de ser levados ao tesouro da igreja local. No templo, em Jerusalém,
havia um lugar chamado de “a casa do tesouro” para receber os dízimos do povo
(Ne 10.37-39). Assim, hoje, cabe ao cristão levar o dízimo e as ofertas a
tesouraria da igreja local; e cabe a liderança da igreja a correta e
transparente administração dos dízimos. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- As leis para todas as ofertas e dízimos foram reinstituídas para
"não desamparar a casa do nosso Deus" (v. .19). Essas leis exigiam as
primícias da produção agrícola (Êx 23.19; 34.26; 10.32-39; Dt 26.2), as
primícias das árvores (Lv 19.24; Nm 18.13), que os filhos primogênitos fossem
remidos pelo valor estimado pelo sacerdote (Nm 18.15), e os primogênitos das
manadas e dos rebanhos (Êx 13.12; Nm 18.15,17). Todos esses bens eram guardados
nos armazéns próximos ao Templo e eram distribuídos para o sustento dos
sacerdotes e levitas. Os levitas então davam a décima parte do que recebiam aos
sacerdotes (Nm 18.26).
-Alguém poderá argumentar: “posso usar meu dízimo/ofertas para
caridade”. O padrão bíblico é entregar na “Casa do Tesouro”, entregue-o onde
você congrega, onde há um Pastor que zela por sua alma.
2. O dízimo dos empresários. Geralmente não poucos profissionais
liberais e empresários tem dificuldade de calcular o dízimo. Como eles não tem
uma renda fixa, há muitas dúvidas quanto a essa entrega. Para isso, damos a
seguinte orientação: [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18
Agosto, 2019]
- Nesta questão, meu pensamento é semelhante ao disposto no subtópico
1.2, se o empresário voluntariamente decide apresentar seu dízimo ao Senhor,
faça-o do seu lucro.
2.1. O dízimo deve ser calculado com base na renda. O faturamento
empresarial não é renda, pois inclui os custos da empresa e o lucro. O
faturamento pertence à empresa, e não ao empresário. Assim, o lucro é o
excedente sobre o custo. Desse lucro, além do valor que lhe permite reinvestir
nos negócios, o crente empresário deve tirar a sua renda, ou o tecnicamente
denominado Pró-Labore. Ou seja, dessa renda ele deve tirar o sustento direto de
sua família. Logo, o dízimo tem de ser calculado a partir dessa renda familiar. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- “Para dar corretamente seu
dízimo, ao meu ver, o empresário não pode misturar as contas da empresa com
suas contas pessoais. Isso porque o seu ganho pessoal só acontecerá quando a
empresa fechar as contas naquele mês (ou semana, ou quinzena, dependendo de seu
modelo de negócio), quando houver lucro e, então, o empresário fizer sua
retirada pessoal, assim como ocorre com um empregado que recebe ao final do mês
o seu salário” (Este texto foi retirado de: ESBOCANDOIDEIAS).
2.2. O controle da renda. Para calcular a sua renda, o
empresário cristão deve anotar numa planilha, no computador ou mesmo num
caderno, o quanto e a regularidade com que ele retira da empresa o valor para a
sua manutenção: se diário, se semanal, se quinzenal, se mensal etc. Do valor
retirado, simultaneamente, pode-se separar o dízimo. É melhor fazer assim do
que deixar para tirar tudo de uma vez. Outro ponto importante é que o
empresário deve retirar também o dízimo de sua renda bruta. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- “Vamos a um exemplo prático:
EMPRESA:
Receitas:
Pagamentos recebidos no mês: R$ 5.000,00 (+)
Despesas:
Aluguel: R$ 900,00
Luz: R$ 100,00
Água: R$ 50,00
Matéria prima para produção: R$ 1.000,00
TOTAL DESPESAS: R$ 2.050,00 (-)
LUCRO DA EMPRESA: receitas (R$ 5.000,00) – despesas (R$ 2.050,00) = R$
2.950,00
- Aqui o empresário fará sua retirada pessoal da empresa (para sua
pessoa física), que pode ser o valor total do lucro conseguido ou um pouco
menor para que a empresa tenha caixa de giro para o trabalho do próximo mês.
Digamos que esse empresário retire para sua pessoa “FÍSICA” o valor de R$
2.000,00, como sua retirada para suas contas pessoais. É dessa retirada que o
empresário retira seu dízimo. Se ele tirasse todo o lucro, ou seja, R$
2.950,00, então iria dizimar desse valor. Essa forma de dizimar mantém a
empresa saudável e também as contas pessoais saudáveis.” (ESBOCANDOIDEIAS)
CONCLUSÃO
Entregar o dízimo e ofertar não é “obrigação”, mas privilégio. Ora, Deus
nos concedeu a vida, a salvação, a saúde, a família, a segurança, a paz, os
irmãos na fé, os amigos, as oportunidades e as vitórias nas lutas. Reconhecer
todas essas bênçãos é cultivar um coração grato. Assim, todo cristão sincero
entrega o dízimo e a oferta com satisfação, gratidão e alegria, para então,
contribuir para o crescimento e o fortalecimento do Reino de Deus e sua obra. [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 3º Trimestre 2019. Lição 7, 18 Agosto, 2019]
- O Novo Testamento fala muito a respeito de contribuição para a obra de
Deus. E o mais interessante é que existem diversas menções de servos de Deus
ultrapassando essa barreira dos 10% de contribuição que era comum no Antigo
Testamento (At 4.34-35). A Verdade deve sempre prevalecer. Como disse o
apóstolo Paulo: “Tornei-me acaso vosso inimigo, porque vos disse a verdade?”
(Gl 4.16; 5.1; Rm 7.4).
Àquele que é “âncora da alma, segura e firme” (Hb
6.19),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2019