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15 de maio de 2019

(JOVENS) Lição 7: PROSTITUIÇÃO, A PERVERSÃO DA SEXUALIDADE



REVISTA JOVENS 2° TRIMESTRE 2019
Título: Cobiça e orgulho — Combatendo o desejo da carne, o desejo dos olhos e a soberba da vida
Comentarista: Natalino das Neves

- L I Ç Ã O   7 -
19 de MAIO de 2019

PROSTITUIÇÃO, A PERVERSÃO DA SEXUALIDADE

TEXTO DO DIA
“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma” (1Co 6.12).

SÍNTESE
O corpo do crente é templo do Espírito Santo. Precisamos honrar e respeitar esse templo.

TEXTO BÍBLICO
1 Coríntios 6.12-20.
12 Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.
13 Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.
14 Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15 Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.
16 Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.
17 Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.
18 Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.
19 Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
20 Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O sexo foi criado por Deus com um propósito específico: Dar continuidade à humanidade (procriação) e o prazer sexual no casamento. Contudo, temos visto a deturpação desses propósitos na atualidade. Por isso, estudaremos os ensinamentos bíblicos a respeito desse tema na Primeira Epístola aos Coríntios. O apóstolo Paulo, nesta carta, faz sérias recomendações com relação ao uso do corpo. Para entendermos o motivo e a própria mensagem do apóstolo, faz-se necessário conhecer a cultura da cidade e a igreja de Corinto. Assim, será possível compreender a seriedade com que Paulo adverte os crentes para não ceder a qualquer motivo que pudesse levá-los à imoralidade sexual e a contaminar o corpo, que é templo do Espírito Santo.[Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- Ao estudar esta lição, você vai conscientizar-se de que o cristão pode e deve glorificar a Deus pelo uso do corpo, que é de imenso valor para o reino divino. A liberdade em Cristo é uma verdade enfatizada por Paulo (Gl 5.1-13; Rm 6.14). O apóstolo havia ensinado isso aos coríntios, mas eles tinham pervertido a verdade para justificar os atos imorais praticados. Aqueles crentes estavam tentando fundamentar a atitude em relação ao sexo filosoficamente. Justificavam-se, dizendo que assim como comer era uma função biológica, praticar o sexo também o era. Tal argumento combina com a permissividade dos nossos dias? Parece que esta carta de Paulo foi escrita ontem, pois descreve exatamente aquilo que o mundo pensa hoje, racionalizando o pecado. Aqueles crentes viviam numa sociedade imoral, onde a promiscuidade era tolerada. Por essa razão, o apóstolo exprime-lhes o princípio da liberdade cristã, contido no versículo 12, e fala do que é permitido, conveniente, e da necessidade do autocontrole. – That said, let's think maturely the Christian faith!

I. O CONTEXTO DA PRIMEIRA CARTA AOS CORÍNTIOS
1. Um panorama da cidade de Corinto. Essa cidade sofreu uma grande devastação em 146 a.C. Mas, um século depois, tornou-se uma cidade-colônia, a metrópole da província romana de Acaia. Na época em que o apóstolo Paulo escreveu sua epístola, a cidade era sinônimo de riqueza, luxo, alcoolismo, corrupção e frouxidão moral. Uma população heterogênea com mais de 400 mil habitantes. Os primeiros colonizadores eram homens livres, na sua maioria, aventureiros gregos e burgueses romanos. Por ser uma cidade portuária (dois grandes portos) possuía uma grande prosperidade comercial. No entanto, dois terços da população era de escravos e trabalhadores. Na religião se destacava o grande Templo de Afrodite, a deusa do amor, onde os fiéis eram atendidos por várias prostitutas cultuais. Eram celebradas grandes festas tidas como sagradas com carnes sacrificadas a ídolos. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- Desde 27 a.C., esta cidade tinha sido a capital da província romana da Acaia. Ficava a 80 Km a sudoeste de Atenas, no ístimo que liga a Ática ao Poloponeso. Não obstante sua grandeza e prosperidade nos séculos VIII ao VI a.C., declinou e foi capturada em 338 a.C. por Felipe II da Macedônia. Vencendo Filipe V da Macedônia, em 197 a.C., na Batalha de Cinoscéfalos o cônsul romano Titus Quinctius Flaminius, a princípio, declarou o respeito de Roma pela autonomia das cidades gregas, o que ocorreu nos Jogos Ístmicos, realizados no istmo de Corinto em 196 a.C.. Todavia, as guarnições romanas ainda se mantiveram presentes na cidade. Foi saqueada por Roma em punição a uma revolta em 146 a.C., mas foi restaurada por Julio Cesar como colônia em 44 a.C. Nos tempos de Paulo, Corinto tinha uma população de mais de 200.000 habitantes, incluindo gregos, ex-escravos da Itália, veteranos do exército romano, empresários, oficiais do governo, gente do oriente próximo, uma grande colônia judaica e muitos escravos. Nesse universo multicultural e multirracial, a idolatria era gigantesca, completamente pagã e imoral. Possuía muitos templos e, na parte sul, havia uma alta acrópole com um templo dedicado à Afrodite. A partir do século V a.C., a expressão “corintianizar” tornou-se sinônimo de ser sexualmente depravado. Sua posição geográfica privilegiada e seus dois portos marítimos favoreceram o enriquecimento à custa dos impostos cobrados pela movimentação de mercadorias. Além da importância comercial, Corinto era reconhecida também pelos jogos realizados a cada dois anos e que atraiam muitas pessoas.

2. A comunidade judaica e cristã de Corinto. Existia na cidade uma sinagoga, formada, na sua maioria, por judeus que foram expulsos de Roma pelo decreto do Imperador Cláudio em 54 d.C. Devido aos conflitos internos entre cristãos e judeus, Paulo trata na Primeira Epístola aos Coríntios a respeito dos conflitos em relação aos costumes de uma cidade cosmopolita do primeiro século, como por exemplo: conflitos religiosos, prostituição, viuvez, celibato, fornicação, entre outros. Nessa comunidade, valorizava-se a sabedoria filosófica, conhecimento considerado como fonte de libertação humana. Por isso, Paulo procurava conscientizar os cristãos de Corinto de que eles não podiam reproduzir as desigualdades, as injustiças e as promiscuidades romanas que dominavam a cidade. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- A igreja em Corinto foi fundada pelo apóstolo Paulo durante a sua 2ª Viagem Missionária. (At 18.1-17). Nessa cidade, Paulo permaneceu por 18 meses, sendo auxiliado por Priscila e Áquila e outros obreiros. A igreja era composta basicamente por gentios. A 1ª Epístola aos Coríntios foi escrita por volta do ano 55 d.C. em Éfeso. O apóstolo Paulo, ao saber dos problemas que estavam acontecendo em Corinto, escreveu esta carta para solucionar os problemas daquela igreja, bem como para responder algumas perguntas sobre diversos assuntos (I Co 7.1; 8.1; 12.1). depois de receber relatórios sobre os problemas de ordem espiritual que estavam acontecendo naquela igreja (I Co 1.11): Divisões na Igreja; Carnalidade e imaturidade espiritual; Imoralidade sexual; Associação com crentes imorais; Litígio entre irmãos; Dissensões na Santa Ceia, e Desordem nos cultos.

3. As epístolas de Paulo à comunidade cristã em Corinto. O apóstolo Paulo escreveu, pelo menos, quatro epístolas aos coríntios, mas duas dessas cartas foram perdidas (1Co 5.9; 2Co 2.4; 7.8). A primeira epístola canônica foi escrita por volta de 55/56 a.C. Com exceção de Éfeso, Corinto foi a cidade em que Paulo permaneceu mais tempo, 18 meses (At 18.1-17). As epístolas de Paulo, em geral, eram escritas para tirar dúvidas e orientar pastoralmente as recentes comunidades cristãs entre os gentios. Quando estava em Éfeso, o apóstolo ficou ciente de alguns problemas na igreja, devido à grande influência secular e religiosa. Estavam ocorrendo tensões entre judeus e gregos (1Co 1.18-31), livres e escravos (1Co 7.21-23), questões doutrinárias a respeito da ressurreição, do casamento, dons espirituais, questões morais e éticas, entre outras. Isso faz das Epístolas aos Coríntios uma grande fonte de doutrinas sistemáticas para a igreja da atualidade. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- Esta carta possui uma marca muito pessoal, é chamada de a “a Carta contristada” ou “Carta dolorosa”. O tom dos primeiros sete capítulos é carinhoso, mas do oitavo em diante Paulo é enfático e severo ao corrigir aquela jovem igreja dos erros que estavam sendo cometidos quanto à doutrina bem como, quanto à própria pessoa de Paulo. Ele precisava confrontar os coríntios diretamente para conquistá-los a uma devoção singular a Cristo. Não é de admirar que ele tenha colocado suas observações mais severas no final da epístola. O apóstolo Paulo escreveu àquela igreja, não apenas para repreendê-la, mas, principalmente, para ensiná-la. Por esta razão, ele trouxe à tona, não apenas os problemas da igreja, mas também a solução para os mesmos. Por isso, o apóstolo advertiu a igreja sobre a importância da unidade cristã (I Co 1.10-4.21), que é o antídoto contra as divisões e o partidarismo na igreja; exigiu que exercitassem a disciplina na igreja, para que aqueles que cometeram pecados e imoralidades não ficassem impunes (I Co 5.4,5); advertiu-lhes para que não se associassem com aqueles que se dizem irmãos, mas são avarentos e idólatras (I Co 5.11); disse que as questões internas fossem resolvidas por eles mesmos, e que não fossem levadas para os tribunais (I Co 6.5); ensinou-lhes sobre a correta celebração da Ceia do Senhor (I Co 11.23-34), e sobre o uso correto dos dons espirituais (I Co 14).


II. A LIBERDADE EM CRISTO NÃO PODE SER CONFUNDIDA COM LIBERTINAGEM
1. Fazer tudo o que se deseja não é liberdade, mas escravidão (1Co 6.12). Alguns crentes de Corinto acreditavam, erroneamente, que poderiam fazer tudo o que bem desejassem, em nome da liberdade que Cristo nos dá, sem prejuízo algum para a vida espiritual. Eles se tornavam escravos das paixões carnais, que dominavam suas vontades e ações. Tal pensamento e atitude era um reflexo da velha natureza incorporada aos costumes da cidade. Assim os crentes de Corinto usavam de modo errado o que acreditavam ser “liberdade cristã”, criando pretextos para legitimar suas atitudes errôneas. Desse modo, práticas pecaminosas como a fornicação, passavam a ser consideradas comuns (1Co 5.1). Outro mal a ser combatido na igreja em Corinto era o movimento religioso gnóstico. Eles apregoavam que o que se faz com o corpo não o torna impuro, desde que se mantenha o espírito puro. Para eles o que se faz com o corpo, que é matéria má, não tem efeito sobre a vida espiritual. O gnosticismo imperou até o terceiro século, quando surge o maniqueísmo. Acreditavam que o corpo em pecado poderia ser redimido por meio de penitências, jejuns, flagelos, mortificações, entre outras formas de castigar o corpo com o intuito de dominá-lo e purificá-lo. Estes foram dois extremos que revelam a escravidão em que viviam alguns dos coríntios. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
-  Como alguém que é lavado, santificado e justificado eternamente pela graça de Deus, o cristão é libertado (Rm 8.21,33; C l 5.1,13). Os coríntios tinham feito com a liberdade exatamente o que Paulo tinha admoestado os gálatas a não fazer. "Não useis da liberdade para dar ocasião à carne" (Gl 5.13). Então, Paulo expôs o erro da racionalização dos cristãos de Corinto no que dizia respeito a estarem livres para pecar uma vez que o pecado estava coberto pela graça de Deus. “Todas as coisas m e são lícitas, mas nem todas convêm” deveria ser um lema dos coríntios. Era verdade que não importava qual pecado o cristão cometesse, Deus o perdoaria (Ef 1.7), porém nem tudo o que faziam era proveitoso ou benéfico. O preço pelo abuso da liberdade e da graça era muito alto. O pecado sempre produz perda (Rm 6.14). O pecado tem poder, e nenhum pecado é mais escravizador do que o pecado sexual. Conquanto ele nunca poderá ser o padrão contínuo de vida de um verdadeiro cristão, ele pode ser um hábito recorrente que mina a alegria, a paz, a utilidade e traz a correção divina, ou mesmo a disciplina da igreja. O pecado sexual controla; por isso, o cristão nunca deve permitir que o pecado tenha controle sobre ele, mas ele deve controlá-lo na força do Senhor. Categoricamente, Paulo rejeita o pensamento profano de que a liberdade em Cristo concede licença para pecar (Rm 7.6; 8.13,21). Os coríntios tinham racionalizado ou minimizado a pecado da imoralidade sexual que era de conhecimento geral, embora Paulo tivesse escrito a eles a respeito disso anteriormente (v. 9). O grego para "imoralidade" é a raiz da palavra ''pornografia". Esse pecado era tão desprezível.que até mesmo os pagãos vizinhos da igreja estavam, sem dúvida, escandalizados por ele.

2. Livre é aquele que está “em Cristo” (2Co 5.17). A argumentação do apóstolo reforça a ideia de que Cristo morreu na cruz para resgate do nosso corpo, alma e espírito. A falta de respeito para com o corpo, templo do Espírito, torna-o profano, em vez de objeto de glorificação a Deus (1Co 6.19). Para Paulo, a liberdade é somente para aqueles que estão em Cristo. A expressão “em Cristo” aparece 86 vezes nas cartas que lhes são atribuídas, isso sem considerar expressões análogas como “nele” e “no qual”. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- Estar em Cristo compreende uma breve, mas a mais profunda afirmação do sentido inexaurível da redenção do cristão, a qual inclui o seguinte:
 1) a segurança do cristão em Cristo, que suportou no seu corpo o castigo de Deus contra o pecado:
 2) a aceitação do crente em Cristo, apenas em quem Deus se compraz;
 3) a futura segurança do crente em Cristo, que é a ressurreição para a vida eterna do único fiador pela herança do cristão no céu; e
 4 ) a participação do crente na natureza divina de Cristo, a Palavra eterna (2Pd 1.4). Em Cristo, o crente é uma nova criatura, status que descreve algo criado num nível qualitativamente novo de excelência. Diz respeito à regeneração ou novo nascimento (Jo 3.3; Ef 2.1-3; Tt 3.5; 1Pd 1.23; 1Jo 2.29). Essa expressão abrange o perdão dos pecados do cristão pagos pela morte substitutiva de Cristo (G l 6.15; Ef 4.24). Depois que uma pessoa é regenerada, os sistemas de valores, as prioridades, as crenças, as paixões e os planos antigos passam a pertencer ao passado. O mal e o pecado ainda estão presentes, mas o cristão os vê a partir de uma nova perspectiva, eles não mais o controlam, eis que se fizeram novas. A gramática grega indica que essa renovação é uma condição de fato contínua. A nova percepção espiritual do cristão de todas as coisas é uma realidade constante para ele, e agora ele vive para a eternidade, não para as coisas passageiras. Tiago descreve essa transformação como a fé que produz obras (Ef 2.10; Tg 2.14-25).

3. O oposto de estar em Cristo. Paulo, na Epístola aos Romanos, utiliza uma expressão para caracterizar o oposto de estar “em Cristo”, o estar “em Adão”. Alguns cristãos coríntios, em nome de uma liberdade equivocada do estar em Cristo, na realidade estavam “em Adão”. Aos coríntios, Paulo afirma que da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados (1Co 15.22). Para ele o estar “em Cristo” remodela a vida humana em todas as suas esferas e aspectos (2Co 5.17). O novo convertido passa a ser a imagem do próprio Cristo. A nova criatura “em Cristo” vive de um modo inteiramente novo e em oposição às pessoas “sem Cristo”. Todos os seres humanos estão “em Adão”, até que passam, mediante a fé, a estar “em Cristo”. “Em Cristo”, descreve a posição da pessoa remida, livre da tirania do pecado. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- Adão, que por meio do seu pecado trouxe a morte para toda a raça humana, era um homem. Assim também o era Cristo, o qual, por meio de sua ressurreição, trouxe vida a toda raça. Apesar de haver a manifestação dos dons espirituais naquela igreja (I Co 1.7; 14.1-40), havia também muito partidarismo, contenda e dissensões, de maneira que os cristãos em Corinto foram taxados de crentes carnais (I Co 3.1-4). Tudo porque o mundanismo (carnalidade) da cidade havia se introduzido na igreja. Era importante que a igreja entrasse em Corinto; mas não que Corinto entrasse na igreja. Assim como é muito belo ver o navio entrando de mar à dentro; mas um desastre quando o mar está entrando dentro do navio. Hoje, a história se repete na vida de muitos cristãos, que buscam fervorosa e ardentemente os dons espirituais, mas, se esquecem do caráter cristão e do fruto do Espírito. Que esta lição sirva de alerta para todos nós, sobre o perigo de ser, ao mesmo tempo, fervoroso e carnal.


III. O CRISTÃO NÃO PODE SUBMETER SEU CORPO À PROMISCUIDADE
1. Corpo, alma e espírito na cultura do Novo Testamento. Os gregos desenvolveram uma antropologia especialmente platônica, que era dicotomista: corpo, parte inferior e má; alma, parte superior e boa. Por outro lado, o judaísmo considerava o ser humano em sua totalidade, ou seja, não se via a alma sem corpo e nem o corpo sem a parte espiritual. Por isso, na narrativa judaica da criação, o ser humano é visto de forma integral. No Novo Testamento, por influência paulina, prevaleceu o ponto de vista judaico. O apóstolo Paulo, apesar de inserido profundamente na cultura grega, preservou a força da antropologia semítica, que via o ser humano como um todo. O apóstolo Paulo recomendava a preservação tanto do espírito como do corpo. Nosso corpo somente passa a ser habitação do Espírito quando, pela fé, entregamos nossas vidas a Jesus Cristo, crendo no seu sacrifício remidor (Gl 3.1,2). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- Nossa cultura é permeada pelo pensamento filosófico grego, sendo normal encontrarmos no meio cristão, pessoas que pensem no corpo como sendo algo mal e obstáculo para o crescimento espiritual. A palavra de Deus nos revela que possuímos três partes: corpo, alma e espírito, esta verdade é expressa de forma clara e inquestionável em 1Ts 5.23: “O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo”. É preciso entender que todo cristão deve trazer em si a marca de “santidade ao Senhor”, à semelhança do sacerdote da lei mosaica, que trazia esta inscrição na mitra (Ex.28.36-39). Portanto, é vital que busquemos a santificação e, em especial, a santificação do corpo, uma vez que vivemos dias em que a imoralidade que impera no mundo tem entrado pelos portões da Igreja.

2. A comunidade como corpo do Espírito Santo. Em 1 Coríntios 6.19, Paulo adverte: “Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?”. Ele utiliza, de forma simbólica, o corpo como representante do templo. Quando se refere ao templo, apelava ao imaginário que os destinatários tinham do templo de Jerusalém, com toda a sua representatividade. O templo era um lugar de encontro com Deus, para uso exclusivo de adoração ao Senhor. A intenção de Paulo é que as pessoas, com o exemplo do templo em mente, se identificassem como igreja, parte do corpo de Cristo, santificando-se e oferecendo seus corpos como sacrifícios vivos para louvor e glória de Deus (Rm 12.1,2). Se o campo de atuação do Espírito de Deus é a igreja, esta precisa viver em santidade e liberdade em Cristo, pois não recebeu um espírito de escravidão, mas espírito de adoção de filhos (Rm 8.12-17). [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- De fato é o Templo que simboliza o corpo e não o contrário (Ele utiliza, de forma simbólica, o corpo como representante do templo.). O corpo do cristão pertence ao Senhor, é um membro de Cristo e templo do Espírito Santo. (Rm 12.1-2). Todo ato de fornicação , adultério ou qualquer outro pecado é cometido pelo cristão no santuário, o Santo dos Santos, onde Deus habita. No Antigo Testamento, o sumo sacerdote entrava lá apenas uma vez por ano, e somente após uma extensiva limpeza, caso contrário ele seria morto (Lv 16). O crente não é dono do seu corpo, ele é a morada do Espírito Santo, como acontecia no Templo Mosaico, Deus faz morada, não simbolicamente, mas verdadeiramente, em nós, por meio do corpo. Inclusive, o apóstolo chega a dizer que o nosso culto racional é o oferecimento do corpo em santidade ao Senhor. Sob a antiga aliança, Deus aceitava os sacrifícios de animais mortos. Entretanto, devido ao sacrifício final de Cristo, os sacrifícios do Antigo Testamento já não têm mais qualquer efeito (Hb 9.11-12). Para aqueles em Cristo, a única adoração aceitável é oferecer a si mesmo completamente ao Senhor. Debaixo do controle de Deus, o corpo ainda não redimido do cristão (Rm  6.6,12; 7.5; 8.11,23) pode e deve ser rendido a ele como um instrumento de justiça (Rm 6.1,13; 8.11-13). A luz de todas as riquezas espirituais que os cristãos desfrutam exclusivamente como o fruto das misericórdias de Deus (Rm 11.33,36), segue-se logicamente que eles elevem a Deus a sua mais elevada forma de culto.

3. A imoralidade sexual e a Igreja. A igreja em Corinto não ficou alheia às práticas imorais da cidade e Paulo se vê obrigado a repreender até um caso de fornicação de uma madrasta com o seu enteado (1Co 5.1). O apóstolo afirma que nem mesmo entre os gentios havia tal imoralidade sexual, no grego porneia. Tal relato nos mostra que nem todos que frequentam as igrejas estão verdadeiramente libertos. No Antigo Testamento há uma proibição clara quanto à atividade sexual entre um homem e a esposa de seu pai (Lv 18.8; 20.11; Dt 22.30). A punição para tal pecado era a morte. A lei romana proibia tal situação, mesmo que o pai houvesse morrido. Paulo adverte a respeito do perigo das relações sexuais imorais adentrarem na igreja, a comunidade que é o corpo do Espírito Santo. Em uma relação extraconjugal, o cristão profana o próprio corpo (1Co 6.13,15). Para preservar o corpo como templo do Espírito Santo, o cristão deve evitar a imoralidade sexual. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- A Bíblia diz que o corpo do crente é o templo do Espírito Santo porque o Espírito Santo mora dentro de cada pessoa salva. Um templo é um lugar sagrado. Por isso, o corpo merece respeito e cuidado (1Co 3.16,17). Ser templo do Espírito Santo implica responsabilidade. O crente deve tratar seu corpo com respeito. Pecar contra o corpo é profanar o templo de Deus! Em 1Co 6.18-20, esse respeito pelo corpo está diretamente ligado com evitar a imoralidade sexual. A imoralidade sexual é pecado contra o próprio corpo, que deve ser guardado puro. O corpo do crente pertence a Deus e não deve ser profanado com práticas erradas (1Co 6.15-17). O corpo do cristão não é somente para o Senhor aqui e agora (v. 14), mas é do Senhor, uma parte do seu corpo, a igreja (Ef 1.22-23). O corpo do cristão é um templo espiritual no qual o Espírito de Cristo habita (1 Co 12.3; Jo 7.38-39); portanto, quando um cristão comete um pecado sexual, isso envolve Cristo com uma meretriz. Todo pecado sexual é prostituição. Paulo afirma que todo relacionamento sexual fora do casamento é pecado; no entanto, os relacionamentos ilícitos pelos cristãos são especialmente repreensíveis porque eles profanam a Jesus Cristo com quem os cristãos são um (Jo 14.18-23; 15.4,7; 17.20-23; Rm 12.5). Esse argumento deveria tornar esse pecado impensável.


CONCLUSÃO
Nessa lição aprendemos que o estilo de vida da cidade de Corinto era de imoralidade sexual. O ambiente imoral estava influenciando o comportamento dos membros da igreja. Alguns crentes de Corinto, erroneamente, se achavam livres para fazer o que bem entendessem com o seu corpo, mas eles, na verdade, se tornaram escravos da carne. A verdadeira liberdade está em Cristo. Ser livre é poder dizer não à imoralidade e à prostituição. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]
- Na lição em estudo, tratamos de um pecado hediondo. A Lei condenava tais práticas (Lv 18, Dt 22; 27; 30). No Sermão do Monte, Jesus confirmou esses ensinos (Mt 5.17, 18). Por sua vez, a lei civil romana também condenava esse repulsivo pecado. O que teria levado aquele crente de Corinto a cometer um pecado tão torpe e, nele, continuar abertamente? Talvez sua consciência estivesse "cauterizada", como está escrito em 1Tm 4.2. Um crente de consciência cauterizada pode agir pior que um incrédulo. Concluo com uma citação de John Stott: “Quando se trata de questões funda­mentais, portanto, a fé é primordial, e ninguém pode apelar para o amor como uma desculpa para negar a essência da fé. Quanto às questões fundamentais, contudo, o amor é que é primordial, e não se pode apelar para o zelo pela fé como uma descul­pa para fracassar no amor. A fé instrui a nossa própria consciência; o amor limita o exercício dessa liberdade” (A Mensagem aos Romanos, p. 454).


Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Maio de 2019

HORA DA REVISÃO
1. Quais as principais características da cidade de Corinto quando Paulo escreveu suas epístolas?
As principais características da cidade de Corinto eram a riqueza, o luxo, o alcoolismo, a corrupção e a frouxidão moral.
2. Quais os principais problemas da igreja em Corinto que levaram Paulo a escrever as epístolas?
Os principais problemas que estavam ocorrendo eram tensões entre judeus e gregos, livres e escravos, questões doutrinárias a respeito da ressurreição, do casamento, dos dons espirituais, questões morais e éticas.
3. Qual foi o resultado da crença errônea de alguns cristãos de Corinto de que podiam fazer tudo o que quisessem em nome da liberdade em Cristo?
Eles estavam se tornando escravos das paixões, que dominavam suas vontades e ações.
4. Qual a diferença principal entre a concepção grega e hebraica a respeito do corpo, alma e espírito?
Os gregos desenvolveram uma antropologia especialmente platônica, que era dicotomista: corpo inferior e mal e alma superior e boa. Por outro lado, a concepção hebraica considerava o ser humano em sua totalidade, ou seja, não se via a alma sem corpo e nem o corpo sem a parte espiritual.
5. O que você acredita que precisamos fazer para preservar o nosso corpo, templo do Espírito Santo, puro, santo?
Resposta pessoal.. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Jovens, 2º Trimestre 2019. Lição 7, 19 Maio, 2019]