Título: O Tabernáculo — Símbolos da obra redentora de Cristo
Comentarista: Elienai Cabral
- L I Ç Ã O 9 -
2 de JUNHO de 2019
A ARCA
DA ALIANÇA
TEXTO ÁUREO
“Pendurarás
o véu debaixo dos colchetes e trarás para lá a arca do Testemunho, para dentro
do véu; o véu vos fará separação entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos” (Êx
26.33 — ARA).
VERDADE PRÁTICA
Por
meio de Cristo Jesus, podemos encontrar-nos com o Deus santo e misericordioso.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Êxodo 25.10-22.
10 Também
farão uma arca de madeira de cetim; o seu comprimento será de dois côvados e
meio, e a sua largura, de um côvado e meio, e de um côvado e meio, a sua
altura.
11 E
cobri-la-ás de ouro puro; por dentro e por fora a cobrirás; e farás sobre ela
uma coroa de ouro ao redor;
12 e
fundirás para ela quatro argolas de ouro e as porás nos quatro cantos dela:
duas argolas num lado dela e duas argolas no outro lado dela.
13 E
farás varas de madeira de cetim, e as cobrirás com ouro,
14 e
meterás as varas nas argolas, aos lados da arca, para se levar com elas a arca.
15 As
varas estarão nas argolas da arca, e não se tirarão dela.
16
Depois, porás na arca o Testemunho, que eu te darei.
17 Também
farás um propiciatório de ouro puro; o seu comprimento será de dois côvados e
meio, e a sua largura, de um côvado e meio.
18 Farás
também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas extremidades
do propiciatório.
19 Farás
um querubim na extremidade de uma parte e o outro querubim na extremidade da
outra parte; de uma só peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas
extremidades dele.
20 Os
querubins estenderão as suas asas por cima, cobrindo com as suas asas o
propiciatório; as faces deles, uma defronte da outra; as faces dos querubins
estarão voltadas para o propiciatório.
21 E
porás o propiciatório em cima da arca, depois que houveres posto na arca o
Testemunho, que eu te darei.
22 E ali
virei a ti e falarei contigo de cima do propiciatório, do meio dos dois
querubins (que estão sobre a arca do Testemunho), tudo o que eu te ordenar para
os filhos de Israel.
INTRODUÇÃO
“Até aqui, analisamos de maneira
compartimentada o espaço do Tabernáculo. Passamos pelo Pátio, pelo Lugar Santo
e pelo Lugar Santíssimo. Agora, encontramo-nos no Lugar Santíssimo. Nesta
lição, o nosso objeto de estudo é a Arca da Aliança que ficava no “Santo dos
Santos”. Veremos algumas lições espirituais que há de edificar nossas vidas.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- Após a Cortina (véu), ficava
o Santo dos Santos. O único utensílio do Santíssimo era a Arca da Aliança e seu
Propiciatório (tampa), que estava justamente no santíssimo, cujas medidas formava
um cubo perfeito (5x5x5m). A Nova Jerusalém tem a mesma característica (Compare
com Ap. 21.16). No Santíssimo só havia um móvel: a Arca da Aliança, medindo
1,25m de comprimento, 75cm de largura e altura. Entende-se como apenas uma
peça, pois o propiciatório (tampa) era parte integrante da arca. A arca era
caixa construída com madeira de Acássia e revestida de ouro. Sua tampa, o
propiciatório, era totalmente de ouro e estava encimado por dois querubins que
tinham suas frontes voltadas para baixo (como que estivesse olhando para o
fundo da caixa). Suas asas estavam abertas e tocavam-se, como que se estivessem
dando as mãos. Dentro da arca estava contida as Tábuas da Lei recebidas por Moisés
no Monte Sinai, um vaso contendo o maná fornecido aos israelitas no deserto e o
cajado de Arão que havia florescido. Isso representava para aquele povo a
presença de Deus, que guiava-os, protegia-os e dava-lhes vitória. Tipificava
Cristo como o "pão da vida" e nosso Sumo Sacerdote perfeito, que
guardou a Lei em seu coração. Somente o sumo sacerdote podia entrar no
Santíssimo uma vez ao ano. Levava o sangue do sacrifício para aspergir o
Propiciatório. Esta era a parte final daquele ritual sacerdotal que servia para
restaurar a comunhão do homem com Deus. Jesus, o nosso Sumo Sacerdote perfeito,
ofereceu-se em completo sacrifício expiatório por nós. Entrou no santuário
celestial levando seu próprio sangue. – Dito isto, convido-o a pensar maduramente a fé cristã!
I. A DESCRIÇÃO DA
ARCA DA ALIANÇA (ÊX 25.10)
“1. Os nomes da arca. A designação hebraica dada à arca significa
“cofre, casa de madeira, baú”. Nas Escrituras Sagradas, diferentes nomes
identificam esse precioso objeto: a Arca de Deus, a Arca do Senhor, a Arca da
Aliança, a Arca do Testemunho (1Sm 4.11; Js 3.13; Nm 14.44; Nm 7.89). Era a
peça mais valiosa e importante do Tabernáculo porque ocupava o primeiro lugar
da vida espiritual de Israel.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- Existem, na Bíblia, mais de
vinte diferentes designações para a arca. Essa arca retangular de madeira de
acácia era banhada a ouro e coberta por dois querubins alados que se estendiam
um de frente para o outro, sob aquelas asas estava o propiciatório, e no Dia da
Expiação, era ali que o sumo sacerdote aspergia o sangue dos sacrifícios para a
propiciação e expiação dos pecados. O termo hebraico freqüentemente utilizado
para descrever a arca é “'ârôn”, que
também pode ser traduzido como baú ou caixão. A Bíblia faz referência à arca de
algumas formas diferentes, tais como:
• Arca do Senhor (Js 4.11)
• Arca de Deus (1 Sm 3.3)
• Arca da Aliança (Nm 10.33)
• Arca do Testemunho (Ex
25.22)
• Arca da Tua fortaleza
(Sl 132.8)
• Arca Santa (2 Cr 35.3
“2. A construção da arca (Êx 25.10,11). Objeto mais valioso e santo
do Tabernáculo, a arca da aliança foi construída de maneira especial. Madeira
de cetim (ou acácia) e revestimento com ouro puro, tanto por dentro quanto por
fora, foram os materiais nobres usados para a construção da peça. Sua forma era
retangular e suas medidas eram de 2,5 côvados de comprimento, 1,5 de largura e
1,5 de altura (1,25 m de comprimento, 75 cm de largura e 75 cm de altura: estes
são valores aproximados). Como a madeira de acácia não ficava exposta, e o que
se podia ver era o dourado da arca, a imagem faz uma perfeita tipologia das
duas naturezas de Jesus Cristo, verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Essa
doutrina é uma das mais importantes da fé cristã.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- “A arca da aliança simboliza os dois lados da pessoa de Jesus em Israel:
o lado filho de Maria e o lado filho de Deus! o lado natural e o lado divino! o
lado celestial e o lado terreno! A arca da aliança, um símbolo das duas
naturezas de Jesus. A madeira: aponta para o filho de Deus 100% homem natural!
100% filho de Maria!!! afinal, saiu do ventre dela, Maria!!! Filho de Deus 100%
homem. Isaías 53:1ss. Madeira de acácia: a árvore de acácia, em virtude de sua
presença maciça no tabernáculo, aos olhos dos hebreus era vista como uma árvore
sagrada, uma árvore protegida do Eterno! uma árvore, portanto, muito
respeitada! Essa árvore exala um perfume agradabilíssimo! Suas flores revelam
vida! Flores perfumadas!!! A madeira de acácia revela a suavidade de Jesus!!! O
cheiro suave da presença dele! 2º coríntios 2:14-15. O ouro cobrindo a madeira:
aponta para Jesus cristo 100% filho de Deus! 100% divino! revela o filho de
Deus protegendo o filho de Maria!!! Por detrás do homem chamado Jesus,
encontrava-se o filho de Deus! Deus-Filho! O ouro cobrindo a madeira aponta
para a divindade eternal que encontrava-se no filho de Maria, a madeira!!!”
(Pr
Joel Machado)
“3. O símbolo das duas naturezas de Cristo. O ouro simboliza a
divindade de Jesus e a madeira, sua humanidade (Hb 1 — 2). Símbolo da plenitude
da presença de Deus entre o povo judeu, a arca aponta para uma verdade revelada
no Novo Testamento acerca do nosso Salvador: “porque nele habita corporalmente
toda a plenitude da divindade” (Cl 2.9). Ou seja, Cristo é o Emanuel, isto é, o
“Deus conosco”, o verbo que se fez carne e habitou entre nós (Mt 1.23; Is 7.14;
9.6; Jo 1.14). O apóstolo Paulo ainda escreve: “E, sem dúvida alguma, grande é
o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne” (1Tm 3.16). É uma
verdade consoladora saber que hoje temos, à destra de Deus, um Sumo Sacerdote
que sabe o que se passa com a nossa vida, e ainda compadece-se por ela (Hb
4.15). Portanto, não hesite em chegar ao trono da graça com confiança (Hb
4.16)!” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019.
Lição 9, 2 junho, 2019]
- Entenda o que é “duas naturezas de Cristo”: Paralelamente
à plena divindade e humanidade de Jesus, a terceira e a quarta afirmações
necessárias da cristologia bíblica são que na encarnação, as naturezas divina e
humana permanecem distintas, e as naturezas são completamente unidas em uma
pessoa. A melhor evidência dessas duas realidades são as passagens da Escritura
nas quais a glória divina e a humildade humana de Jesus são apresentadas conjuntamente:
(Is 9.6; Lc 2.11; Jo 1.14; Rm 1.3-4; 1Co 2.8; Gl 4.4-5). Esses versículos
apresentam o profundo mistério do eterno e infinito Filho de Deus adentrando no
tempo e no espaço e assumindo a natureza humana. Não existe pensamento mais
grandioso no qual possamos ponderar do que esse. Segundo o pensamento
filosófico grego, a matéria é má e o espírito é bom. Portanto, é inadmissível
pensar que Deus sequer assumiria um corpo humano. Em Colossenses 2.9, Paulo
refuta esse falso ensino, salientando a realidade da encarnação de Cristo.
Jesus não era apenas plenamente Deus, mas plenamente homem também. (Fp 2.5-11).
Cristo possui a plenitude da natureza e dos atributos divinos (Cl 1.19; Jo
1.14-16).
II. O
PROPICIATÓRIO DA ARCA (Êx 25.17-21)
“1. A tampa da arca. A tampa de madeira de
acácia que ficava sobre a arca era denominada “Propiciatório”. Era adornada com
a figura de dois querubins de ouro — um em frente do outro. Suas asas
permaneciam abertas e voltadas para o centro da arca. Era uma obra belíssima.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- O propiciatório era a tampa
de ouro maciço que foi encaixada na arca. Nas suas duas extremidades foram
formados dois querubins de ouro maciço, da mesma peça. Olhavam ao propiciatório
e suas asas formavam uma cobertura sobre a luz “Shekinah” que brilhava entre os
querubins. O ouro batido representa os sofrimentos de Jesus, como também o
próprio propiciatório representa Jesus, nosso propiciatório. Propiciação é a
ação ou efeito de tornar propício. A doutrina bíblica da propiciação não é que
ela aplaca um Deus vingativo, mas sim que torna possível para um Deus de amor e
justiça, em retidão com a sua própria santidade, e de acordo com ela, abençoar
o pecador arrependido e crente em Cristo. Os querubins representam a supremacia
divina sobre poderes naturais. Mt 28.18. Onipotência. Que descanso para o homem
que confia naquele poder. Sl 57.1; 56.3; 89.9; Jo 4.6,10. Os dois querubins
representam também as duas testemunhas citada em apocalipse 11. Vejamos, E
deixa o átrio que está fora do templo, e não o meças; porque foi dado às
nações, e pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses. E darei poder às
“minhas duas testemunhas”, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas
de saco. Estas são as duas oliveiras e os dois castiçais que estão diante do
Deus da terra. E, se alguém lhes quiser fazer mal, fogo sairá da sua boca, e
devorará os seus inimigos; e, se alguém lhes quiser fazer mal, importa que
assim seja morto. Estes têm poder para “fechar o céu”, para que não chova, nos
dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para “convertê-las em sangue”,
e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, todas quantas vezes quiserem.
Apocalipse 11:2-6 Então sabemos que representa duas pessoas, uma tem poder para
fazer parar de chover e outra tem poder para transformar agua em sangue, isso
nos faz lembrar de dois homens, profetas, Elias e Moisés, afinal um foi usado
para transformar água em sangue e o outro para parar as chuvas durante três
anos e meio. Exatamente por isso que vemos um sinal imponente, Jesus a
verdadeira arca estava com os dois querubins Marcos 9:4 E apareceu-lhes Elias,
com Moisés, e falavam com Jesus. Os querubins de ouro olhavam, não para fora,
para ver a perversidade de Israel, mas sim para o propiciatório, espargindo com
o sangue que faz expiação e que segundo propósito divino, era o lugar de
encontro dele com o representante do povo. Assim o propiciatório é um símbolo
de Cristo crucificado; o lugar de encontro entre Deus e os homens. Como o Sumo
Sacerdote aspergia o sangue do sacrifício no propiciatório no dia da expiação,
assim Jesus aspergiu o seu próprio sangue no propiciatório do céu, o trono de
Deus, que de trono de juízo se tornou em trono de graça. Hb 9.12; II Co 5.21;
Is 53.10; Hb 6.20; 4.14-16. Os pecados ficam cobertos – Sl 32.1. Os querubins
olhavam as tábuas da lei através do sangue; assim Deus nos vê através do sangue
do seu filho Jesus. A lei ficou coberta e escondida. A expiação significa “COBRIR”,
no hebraico. Os nossos pecados são cobertos. Gl 3.13. O juízo suspenso e a
sentença anulada, a lei satisfeita e o pecador salvo! Graças a Deus!! Rm 3.25.
A graça reina. Hb 10:19-22. Compare com Jo 4:22;23. Ilustração: O publicano e o
fariseu. Lc 18:10-15.
“2. A simbologia da tampa da arca (Êx 25.17,21,22). O sentido
simbólico da tampa era o de “cobrir” algo valioso; figura de proteção aos
elementos que estavam no interior da Arca: as Tábuas da Lei, a vara que
floresceu e um vaso com o maná do deserto. É preciso ressaltar que a palavra
grega usada para “propiciação” em Hebreus tem o significado de “trono de
misericórdia”. Logo, o propiciatório da arca remonta ao valor misericordioso do
sangue da expiação oferecida pelo nosso Senhor, conforme o apóstolo Paulo
escreveu: “sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que
há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue,
para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a
paciência de Deus” (Rm 3.24,25).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- “A arca da aliança, o baú contendo as duas tábuas de pedra inscritas com
os Dez Mandamentos, era o objeto mais sagrado do tabernáculo e depois do templo
em Jerusalém, onde foi colocado em uma área interna chamada de Santo dos
Santos. Também dentro da arca estavam o pote de ouro do maná, tal como foi
provido por Deus nas peregrinações do deserto (Êxodo 16:4), e o bastão de Arão
que brotou e produziu amêndoa (Números 17:1-13) (ver Hebreus 9:4). No topo da
arca havia uma tampa chamada de propiciatório sobre a qual repousava a nuvem ou
o símbolo visível da presença divina. Aqui é o lugar onde Deus se sentaria, e
de onde dispensava misericórdia ao homem quando o sangue da expiação era
aspergido ali.” (GOTQUESTIONS).
Adam Clarke comentando Êxodo 25.17, diz: “Um
assento de misericórdia - כפרת capporeth , de כפר caphar , para cobrir ou
espalhar-se; porque, por um ato de perdão, os pecados são representados como
cobertos, de modo que não mais aparecem nos olhos da justiça divina para
desagradar, irritar e pedir castigo; e a pessoa do ofensor é coberta ou
protegida do golpe da lei quebrada. Na versão grega da Septuaginta, a palavra
ιλαστηριον, hilasterion , é usado, o que significa um propiciatório, e é o nome
usado pelo apóstolo (Hb 9.5). Este propiciatório era feito de ouro puro; era
propriamente a tampa ou cobertura daquele vaso tão bem conhecido pelo nome da
arca e arca da aliança. E antes disso, o sumo sacerdote deveria borrifar o
sangue dos sacrifícios expiatórios no grande dia da expiação: e foi nesse lugar
que Deus prometeu conhecer o povo (Êx 25.22); pois lá ele morava, e havia o
símbolo da presença divina.” (BIBLIACOMENTADA).
No Novo Testamento, o próprio Cristo é designado como a nossa “propiciação”.
Paulo explica isso em sua carta aos Romanos: “sendo justificados gratuitamente,
por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, a quem Deus propôs,
no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça,
por ter Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente
cometidos” (Romanos 3:24-25). O que Paulo está ensinando aqui é que Jesus é a
cobertura para o pecado, como mostrado por essas imagens proféticas do Antigo
Testamento. Por meio de Sua morte e da nossa resposta a Cristo através de nossa
fé nEle, todos os nossos pecados estão cobertos. Além disso, sempre que os
crentes pecam, podemos nos voltar para Cristo, o qual continua a ser a
propiciação ou cobertura dos nossos pecados (1 João 2:1, 4:10). Isso une os
conceitos do Antigo e do Novo Testamento quanto à cobertura do pecado como
exemplificado pelo trono da misericórdia de Deus.
“3. A simbologia dos querubins alados sobre o propiciatório (Êx 25.18;
Hb 9.5). Os querubins representam simbolicamente a majestade divina e a
deidade do Todo-Poderoso. São seres que também aparecem nas visões do profeta
Ezequiel (Ez 4) e nas visões do apóstolo João, na Ilha de Patmos (Ap 1). A
função básica deles é a de proteger o Trono de Deus. Por isso, a imagem dos
querubins reflete um aspecto protetor, ressaltando o compromisso deles de
guardarem a Lei de Deus. Assim, misericórdia, graça e fidelidade são virtudes
presentes na arca, mostrando que Deus sempre se interessou em amar e proteger o
seu povo (Êx 25.20; Sl 89.1,2).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- Fundidos à cobertura de ouro
da arca, encontravam-se erigidos dois seres angelicais em cada ponta e olhando
um para o outro; suas asas estavam estendidas para cima e sobre, formando um
arco. Querubins, associados com a majestosa glória e presença de Deus (Ez
10.1-22), encontravam-se bordados nas cortinas do tabernáculo e no véu do Santo
dos Santos (Êx 26.1,31), pois esse era o lugar onde Deus estava presente com
seu povo. A Escritura apresenta os querubins como os sustentadores do trono de
Deus (1Sm 4.4; Is 37.16) e os guardiões do jardim do Éden e da árvore da vida (Gn
3.24).
“Uma descrição detalhada sobre os querubins nos é fornecida por Cole:
"Estes eram, mais provavelmente, esfinges aladas com rostos
humanos, a julgar pelas visões de Ezequiel 1 e Apocalipse 4, bem como pelo uso
do termo no Egito (embora os querubins sejam mencionados em Gn 3.24, não são
descritos). Na Assíria, o karubu (mesma raiz semítica) tem a função de guarda
de templo. Em Israel, os querubins simbolizavam os espíritos que ministravam
como servos e mensageiros de Deus (Sl 104.3,4) e por isso suas imagens não eram
uma violação de 20:4, já que ninguém os adorava. Figuras de querubins, bordadas
em cores vivas, eram encontradas por toda a volta da cortina interior do
Tabernáculo (36.35), de modo que sua presença sobre a arca não era uma
ocorrência isolada. O Templo de Salomão possuía dois enormes querubins de
oliveira, cobertos de ouro, de cinco metros de altura, os quais pairavam sobre
a arca (2 Cr 3.10). Este é apenas um dos muitos detalhes em que o Templo de
Salomão era mais elaborado do que os planos aqui esboçados para o
Tabernáculo".(2)
Pela descrição de Cole, e também pelo que entendemos os
querubins serviam apenas como "ornamentos", e nunca como instrumentos
para adoração, uma vez que se assim fossem haveria uma contradição bíblica, já
que há inúmeras proibições na Palavra de Deus quanto à adoração de imagens de
escultura. Em Êx 20.4-5, temos: "4 Não farás para ti imagem esculpida, nem
figura alguma do que há em cima no céu, nem em baixo na terra, nem nas águas
debaixo da terra. 5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu,
o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos
até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam". Observe que não
somente é proibida a adoração de imagens, mas também a sua construção, sob o
risco da maldição divina que "... visitaria a iniquidade (iniquidade aqui
é uma referência à construção ou adoração de ídolos) dos pais nos
filhos...", por várias gerações subsequentes. Outro texto que pode ser
consultado é Is 42.8, onde o Senhor não admite que a sua glória seja dividida
com outros deuses ou com quaisquer imagens de escultura: "Eu sou o Senhor;
este é o meu nome; a minha glória, pois, a outrem não a darei, nem o meu louvor
às imagens esculpidas"”. (IBVIR)
- Leia mais aqui.
III. OS ELEMENTOS
SAGRADOS DENTRO DA ARCA
“Como mencionamos anteriormente, três principais objetos
estavam no interior da arca:”
- A arca continha três itens:
os Dez Mandamentos escritos em duas tábuas (Êx 25.16; 40.20; 1Rs 8.9), a vara
de Arão (Nm.17) e um vaso de maná (Êx 16.33). Visto que palavras e frases como:
“aliança” (Dt 4.13), “palavras da aliança” (Êx 34.28) e “testemunho” (Êx 25.16,
21; 40.20; 2Rs 17.15) são todas terminologias alternativas para “Dez
Mandamentos”, pode ser que as duas tábuas colocadas na arca contivessem cópias
dos termos da aliança para as duas partes: Deus e Israel.
“1. As tábuas da Lei (Êx 25.16,21; Dt 10.1-5). Pelo poder divino,
Deus esculpiu em duas tábuas a sua Lei para Israel. Aqui, estamos nos referindo
às segundas tábuas da Lei (cf. Dt 10.1-5), pois as primeiras foram quebradas
por Moisés depois de o povo israelita praticar a idolatria com o Bezerro de
Ouro (Êx 32.19,20). Entretanto, as tábuas guardadas na arca foram uma segunda
cópia produzida pelo próprio Deus. Assim, elas estariam protegidas e seus
princípios norteariam o povo.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- Deus ouviu a intercessão de
Moisés e tratou com misericórdia os israelitas que haviam quebrado a aliança ao
reescrever os Dez Mandamentos em duas tábuas preparadas por Moisés para esse propósito.
As segundas tábuas eram feitas do mesmo material e eram do mesmo tamanho que as
primeiras.
“2. Um vaso com o maná do deserto (Êx 16.33-35). Originalmente,
quando o maná ficava de um dia para o outro, apodrecia (Êx 16.19,20). Porém, o
maná contido na arca da aliança não sofria qualquer tipo de deterioração. Isso
sinalizava a provisão do Deus Altíssimo para o seu povo. Da mesma forma, essa
imagem aponta para o Senhor Jesus como o maná celestial, o “pão vivo” que nutre
e sustenta a sua Igreja. O nosso Senhor foi quem disse: “Eu sou o pão da vida;
aquele que vem a mim não terá fome” (Jo 6.35). Portanto, “coma” desse pão e
alimente-se da verdadeira vida!” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- Apesar das diferentes
descrições dadas para sua forma e sabor, o nome escolhido para o alimento
derivou da pergunta feita pelos israelitas. "Maná" era uma forma
antiga da pergunta deles: "O que é isto?" O salmista refere-se ao
maná como "cereal do céu" e "pão dos anjos" que caiu depois
que Deus abriu as portas dos céus (SI 78.23-25). Explicações naturais para o
maná tais como, líquen que cresce em rochas ou granulados expelidos por insetos
sobre pés de tamargueiras, são totalmente inadequadas para esclarecer a
presença de maná no chão sob o orvalho em quantidade suficiente cada dia,
exceto no sábado, durante os quarenta anos seguintes para satisfazer a
necessidade de cada família. O maná foi produzido sobrenaturalmente e era
conservado sobrenaturalmente durante o sábado. Providências foram tomadas para
que a dádiva do maná fosse lembrada. Quando o tabernáculo foi construído, o
pote de maná foi colocado dentro da arca. As gerações futuras seriam lembradas,
quando iam prestar culto, da fidelidade do Senhor no cuidado pelo seu povo (Hb
9.4). Este é um símbolo de Jesus, que é o verdadeiro Pão da Vida. O próprio
Jesus disse: “...não foi Moisés quem vos
deu o pão do céu; o verdadeiro pão do céu é meu Pai quem vos dá. Porque o pão
de Deus é o que desce do céu e dá vida ao mundo” (Jo 6.32-33).
“3. A vara que floresceu (Nm 17.1-10). Quando houve a rebelião
contra Arão, promovida por Coré, Deus mandou Moisés apanhar doze varas, e
escrever o nome de cada tribo em cada uma delas. Entretanto, concernente à vara
da tribo de Levi, o nome que deveria ser inscrito, nela, era o de Arão. Pela
manhã, diferentemente das outras varas, a de Arão havia florescido, e os chefes
das outras tribos tiveram de reconhecer a escolha de Arão como o ungido de Deus
para exercer o sacerdócio em Israel. Essa vara serviria de uma memória ao povo
de Israel quanto à escolha de Deus ao ministério sacerdotal. Esse milagre
mostra, com clareza, que o Altíssimo é quem designa seus ministros para uma
grande obra. Ele é o dono de tudo e age segundo o seu maravilhoso propósito (Rm
8.28-30; 1Co 1.26,27).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- Essas varas de madeira deviam
conter os nomes das 12 tribos, sendo que a tribo de Levi foi substituída pelo nome
de Arão. Arão. Deus havia afirmado que o bordão do homem que ele escolhera iria
florescer (Nm 17.5). O bordão de Arão não apenas floresceu, mas também produziu
amêndoas maduras. Desse modo Deus excedeu as exigências do teste, para que não houvesse
nenhuma dúvida do fato que Arão havia sido escolhido para ser o sumo sacerdote.
O bordão de Arão que floresceu e produziu fruto foi guardado como indicação da
escolha de Deus a fim de calar permanentemente a murmuração dos israelitas rebeldes.
Em sua providência, Deus orquestra cada acontecimento da vida, mesmo o sofrimento,
a tentação e o pecado, para trazer tanto benefícios passageiros como eternos.
- O florescimento da vara de
Arão foi uma resposta de Deus ao questionamento do povo quanto à sua autoridade
para ministrar diante deles. Sobre autoridades temos:
a) É Deus quem institui as autoridades, Rm
13.1, “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há
autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele
instituídas”.
b) É Deus quem nos ordena obedecer-lhas: 1Pe
2.13-15, “13 Sujeitai-vos a toda instituição humana por causa do Senhor; quer
ao rei como soberano; 14 quer às autoridades como enviadas por ele, tanto para
o castigo dos malfeitores, como para louvor dos que praticam o bem. 14 porque
assim é a vontade de Deus, que, pela prática do bem, façais emudecer a
ignorância dos insensatos”.
c) Quem resiste à autoridade resiste a Deus
e atrai sobre si condenação, Rm 13.2, “De modo que aquele que se opõe à autoridade
resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos
condenação”.
2. Se quisermos obedecer a
Deus, devemos estar dispostos a obedecer aqueles que por Ele são instituídos.
- A presença da vara de Arão na
Arca é adequada, uma vez que Jesus serve como nosso Sumo Sacerdote (Hebreus
4.14-15). Como Sumo Sacerdote, Jesus se aproximou de Deus em nosso nome e
ofereceu um sacrifício de sangue para expiar nossos pecados.
CONCLUSÃO
“Nesta lição, vimos que arca da aliança era
um grande símbolo da presença de Deus entre o seu povo, e que nos aponta para a
obra completa de Jesus Cristo para sua Igreja. Nestes últimos dias, o Senhor
nos deixou o Consolador. Não precisamos mais carregar uma arca para desfrutar
da presença de Deus, pois o Espírito Santo habita em nós.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]
- A Arca da Aliança servia para
lembrar o povo que Deus estava presente entre eles. A Arca em si não tinha
poder nenhum, no entanto, ela apontava para a pureza de Deus. Quem tocasse na
Arca indevidamente morria (1Sm 6.19-20). Nada imperfeito pode entrar na
presença de Deus. Apenas quem foi purificado de seus pecados pode se aproximar
de Deus. Quando os israelitas pensavam na Arca, lembravam de Deus, de Sua
glória, de Seus mandamentos e de Sua provisão. Enquanto os israelitas
provavelmente não entenderam o propósito de todas as instruções, o objetivo de
Deus foi revelado mais tarde na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Em
Cristo, você e eu somos morada de Deus. O Senhor desejou habitar dentro de cada
um de nós. Aleluia!
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Pb Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Maio de 2019
PARA REFLETIR
A respeito da
lição “A Arca da Aliança”, responda:
• Por que a arca era a peça mais
valiosa e importante do Tabernáculo?
Era a peça mais
valiosa e importante do Tabernáculo porque ocupava o primeiro lugar da vida
espiritual de Israel.
• Que tipologia perfeita a madeira
de acácia e o dourado da arca faz?
O ouro simboliza a
divindade de Jesus e a madeira, sua humanidade (Hb 1 — 2).
• Como era denominada a tampa de
madeira de acácia que ficava sobre a arca?
Propiciatório.
• Segundo a lição, o que o
propiciatório da arca remonta?
O propiciatório da
arca remonta ao valor misericordioso do sangue da expiação oferecida pelo nosso
Senhor, conforme o apóstolo Paulo escreveu: “Sendo justificados gratuitamente
pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para
propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão
dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus” (Rm 3.24,25).
• Cite os três elementos presentes
no interior da arca.
As tábuas da Lei, um
vaso com o maná do deserto e a vara que floresceu. [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2019. Lição 9, 2 junho, 2019]