TEMA: Batalha Espiritual: O povo de Deus e a guerra contra
as potestades do mal
COMENTARISTA: Pr. Esequias Soares
- L I Ç
à O 1 -
6 de Janeiro de 2019
BATALHA
ESPIRITUAL
A
Realidade não Pode Ser Subestimada
TEXTO ÁUREO
"Vigiai
e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto,
mas a carne é fraca." (Mt 26.41)
VERDADE PRÁTICA
Batalha
Espiritual é uma realidade bíblica que consiste na luta contínua da Igreja
contra o reino das trevas.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Pedro 5.5-9
5 Semelhantemente vós,
jovens, sede sujeitos aos anciãos; e sede todos sujeitos uns aos outros e
revesti-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes.
6 Humilhai-vos, pois,
debaixo da potente mão de Deus, para que, a seu tempo, vos exalte,
7 lançando sobre ele toda
a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
8 Sede sóbrios, vigiai,
porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão,
buscando a quem possa tragar;
9 ao qual resisti firmes
na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no
mundo.
INTRODUÇÃO
“A Batalha Espiritual é o tema do trimestre
que estamos iniciando. Basta uma olhada na leitura diária para confirmar a
menção do assunto nas Escrituras. Mas existe uma onda extravagante que surgiu
na década de 1960 e que tenta se passar por batalha espiritual. A presente
lição apresenta o equilíbrio doutrinário que servirá como ajuda para ninguém
subestimar o assunto.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 1, 6 Jan, 2019]
- Iniciando o primeiro trimestre deste novo ano,
refletiremos acerca de um assunto importante, no entanto, ignorado:
"Batalha Espiritual". Não podemos ignorar, subestimar ou
supervalorizar a Batalha Espiritual; ela é real, mas requer cuidados e
conhecimento bíblico para não incorrermos em superstição e erros teológicos que
soam como heresia, tais como “maldição hereditária”, “mapeamento espiritual” e
“crentes endemoninhados”. “Precisamos nos
guardar contra dois perigos extremos. Não podemos tratá-lo com muita
leviandade, para não subestimar seus perigos. Por outro lado, também não
podemos nos interessar demais por ele.”( Millard J. Erickson-
INTRODUÇÃO A TEOLOGIA SISTEMÁTICA- Pág. 200). Precisamos de uma visão bíblica e
equilibrada sobre o tema e saber que a verdadeira Batalha Espiritual consiste
na luta contínua da Igreja contra o reino das trevas: com a pregação do Evangelho!
– Dito isto, convido-o
a pensar maduramente a fé cristã!
I - A BATALHA ESPIRITUAL
“A autêntica batalha espiritual tem
fundamentos bíblicos, mas nem tudo o que se diz ser batalha espiritual tem
sustentação nas Escrituras.
1. Conceito de Batalha Espiritual. A Bíblia afirma "que todo o mundo está no maligno"
(1 Jo 5.19). Assim, existem seres malignos e espirituais que desde o princípio conspiram
contra Deus e contra a humanidade para a destruição e o caos no mundo.
Primordialmente, os demônios existem; eles são reais e manifestam-se de várias
maneiras, em princípio, nas pessoas possessas, e tais espíritos precisam ser
expulsos. Por conseguinte, os cristãos se opõem a essas forças malignas pela
pregação do evangelho, a oração e o poder da Palavra de Deus. A essa oposição
dos crentes denominamos "batalha espiritual".” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Jan, 2019]
- Há uma ‘moda’ atualmente no meio
evangélico nacional ‘gerando’ novas doutrinas como nunca houve na história da
Igreja. Entre muitas novidades está o Movimento de Batalha Espiritual, que
emprega todas as suas forças em especular uma nova cosmovisão sobre a esfera
espiritual, especialmente sobre os demônios, e como enfrentar este mundo de
espíritos. Claramente se vê na Bíblia que existe uma batalha espiritual sendo
travada entre os servos de Deus e os servos do diabo e que todos os crentes
estão envolvidos nesta batalha. Segundo João 10.10, é o diabo quem governa as
forças espirituais em rebelião contra Deus. Devemos resistir ao adversário mas
não precisamos ter medo dele, porque Deus é mais forte que todos os nossos
inimigos.
“Não
existe explicitamente o termo "batalha espiritual" na Bíblia, ou pelo
menos na versão que busquei, mas isso não quer dizer que o crente não esteja em
uma constante guerra no mundo espiritual, a qual é travada em oração. Esta
passagem é um exemplo: Saúda-vos Epafras, que é dos vossos, servo de Cristo,
combatendo sempre por vós em orações, para que vos conserveis firmes, perfeitos
e consumados em toda a vontade de Deus (Cl 4.12). Estamos empenhados em uma
batalha espiritual - se quiser usar o termo - em todos os aspectos da vida
cristã, seja em nossas orações, quando invadimos com elas as regiões celestiais
para lutarmos contra seres espirituais, seja na labuta diária para
testemunharmos de Cristo.” (RESPONDI)
“2. Uma realidade bíblica. O tema principal da
Primeira Epístola do apóstolo Pedro é o sofrimento do crente por causa do nome
de Jesus. Esse sofrimento resulta da nossa contínua luta espiritual contra o
pecado e contra o indiferentismo religioso. Mas, ao encerrar a sua epístola, o
apóstolo esclarece que tudo isso parte de Satanás e seus agentes: "Sede
sóbrios, vigiai, porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando
como leão, buscando a quem possa tragar" (v.8).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Jan, 2019]
- Lemos em Efésios 6.11-12 que nossa luta não é contra
seres humanos. A verdadeira batalha é contra forças espirituais malignas que
têm autoridade sobre este mundo - o Adversário que destruir o homem e que
permanece no ataque mesmo quando uma pessoa se converte. Em Apocalipse 12.4,
encontramos uma referência à primeira batalha espiritual que foi travada: “E a sua cauda levou após si a terça parte
das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra”; João se refere à Satanás
quando rebelou-se contra Deus e arrastou consigo a terça parte dos anjos. Desde
então, nós vemos, através da Bíblia, Satanás fazendo guerra contra Deus e o Seu
povo: “Então ele me mostrou o sumo
sacerdote Josué, o qual estava diante do anjo do Senhor, e Satanás estava à sua
mão direita, para se lhe opor” (Zc 3.1).
- “A batalha
espiritual é nossa luta contra tudo que nos afasta de Deus. Os nossos três
grandes inimigos são:
•O diabo – ele governa as forças espirituais
em rebelião contra Deus (Jo 10.10)
•O mundo – o mundo está amaldiçoado por
causa do pecado, é dominado pelo diabo e tem muitas tentações (1Jo 5.19)
•Nossa velha natureza – todos temos certa
tendência para pecar e precisamos lutar contra esses desejos errados (Gl 5.16-17)
Esses três inimigos
podem atuar juntos ou separados contra nós. Não podemos culpar tudo apenas no
diabo. Mesmo quando somos influenciados ou tentados, se pecarmos, a responsabilidade
é nossa. A Bíblia diz que devemos:
•Resistir ao diabo – rejeitando suas
mentiras e declarando a verdade da Bíblia (Tg 4.7)
•Não nos contaminar com o mundo – escolhendo
obedecer a Deus e não aos padrões do mundo (1Jo 2.15-17)
•Mudar nossos pensamentos – submetendo tudo
a Deus, para que Sua vontade se torne nossa vontade (Rm 12.2; 2Co 10.4-5)” (O que a Bíblia fala
sobre batalha espiritual? Disponível em: https://www.respostas.com.br/o-que-a-biblia-fala-sobre-batalha-espiritual/. Acesso em: 31 Dez,
2018)
- Exposto o que é batalha espiritual como aparece nas
Escrituras, precisamos entender o que ela não é, e faremos isso expondo um
pouco sobre o Movimento de Batalha Espiritual.
No imaginário brasileiro o diabo goza de um certo “carisma”,
vemos isso em literaturas produzidas e encenadas. O novelista Aguinaldo Silva
chegou a dizer o seguinte: “No Brasil, as
pessoas acreditam que o diabo realmente interfere em nossa vida, mais até do
que os santos.” (Revista Veja, 11 de agosto de 1999, pág. 142); e esse imaginário é materializa-se
no espiritualismo. Mas não está restrito ao mundo não alcançado pelo Evangelho,
nos círculos evangélicos há hoje, uma super-valorizão do mundo angelical, há
Assembleias de Deus, por exemplo, onde é reservada uma cadeira no púlpito,
destacada das demais, para o ‘anjo da igreja’! É comum encontrarmos “cultos de
libertação”, de “poder” e seminários sobre batalha espiritual. É fácil
encontrar irmãos que já ‘devoraram’ o
livro ‘Este Mundo Tenebroso’ (Ed. Vida), de Frank Peretti.
- “A esta ênfase dada
aos demônios, pelo menos aqui no Brasil, atribuímos a responsabilidade a um
pastor norte americano chamado C. Peter Wagner. Ele é autor de trinta livros e
é a atual autoridade no campo de guerra espiritual. Em seu livro intitulado
Oração de Guerra (Ed. Unilit), ele nos conta como foi originado este movimento
de guerra espiritual. Peter Wagner é representante do Movimento de Crescimento
da Igreja, fundado por Donald MacGavran, em 1955. Em 1980 começou a
interessar-se sobre as dimensões espirituais do crescimento eclesiástico. Em
1989, percebeu que o evangelismo funciona melhor quando é realizado através de
oração e que Deus tem dotado certos indivíduos que se mostram incomumente
poderosos no ministério da intercessão. Pensando sobre a idéia de como
conciliar evangelismo e intercessão, Peter Wagner reuniu um grupo de cinqüenta
intercessores para orarem em um hotel, localizado em frente do local onde seria
o segundo congresso de Lausanne. Durante esta intercessão, Peter Wagner diz que
recebeu de Deus o que denominou de “parábola viva”. Ele deu esse nome a um
acontecimento durante a intercessão. Uma das intercessoras, Juana Francisco,
foi acometida de uma crise asmática, rapidamente levaram-na às pressas para o
hospital. Esperando a recuperação da amiga no hospital, outras duas
intercessoras, Mary Lance e Cidy Jacobs, tiveram uma mensagem que logo
identificaram como sendo de Deus. Juana Francisco havia sido atacada por um
espírito da macumba. Recebendo a revelação, as duas intercessoras fizeram uma
oração quebrando o poder do demônio enquanto, no mesmo momento, Bill Bright,
estava com a enferma orando em prol da cura. O que aconteceu foi que no mesmo
momento a mulher ficou boa. Peter Wagner interpretou este episódio como sendo
uma lição de Deus ao Seu povo. A partir daí ele tomou para si os seguintes
princípios:
• (1) A evangelização do mundo é uma questão
de vida ou morte;
• (2) A chave para a evangelização do mundo
consiste em ouvirmos a Deus e obedecermos àquilo que tivermos ouvido. “Elas
sabiam que Deus queria que a maldição fosse anulada, pelo que entraram em
ação”5;
• (3) Deus usará a totalidade do corpo de
Cristo para completar a tarefa da evangelização do mundo.
Naquela mesma
conferência de Lausanne, em Manila, foram abordados os temas de espíritos
territoriais e da intercessão espiritual em nível estratégico. O interesse
sobre o assunto cresceu e foi organizado um grupo de pessoas que se
interessavam por guerra espiritual. Peter Wagner tornou-se o líder deste grupo
que posteriormente foi denominado de “Rede de Guerra Espiritual”. Entre os
membros deste grupo podemos mencionar Larry Lea, John Dawson, Cindy Jacobs e Edgardo
Silvoso.” (Batalha Espiritual.
Disponível em: http://www.cacp.org.br/batalha-espiritual/. Acesso em: 31 Dez,
2019)
II - PRINCIPAIS CRENÇAS DA PSEUDOBATALHA ESPIRITUAL
“As inovações mais chocantes que se pregam
por aí são o mapeamento espiritual, a maldição hereditária e a ideia de que um
salvo pode ser possuído pelos demônios.
1. Mapeamento espiritual. A doutrina consiste na crença de que Satanás designou seus
correligionários para cada país, região ou cidade. O evangelho só pode
prosperar nesses lugares quando alguém, cheio do Espírito Santo, expulsar esse
espírito maligno. Em decorrência, surgiu a necessidade de uma geografia
espiritual, o mapeamento espiritual. Os espíritos territoriais são
identificados por nomes que eles mesmos teriam revelado, com as respectivas
regiões que eles supostamente comandam. Essas pessoas acreditam que tudo isso
se baseia na Bíblia (Dn 10.13,20; Mc 5.10).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Jan, 2019]
- Os adeptos do Movimento de Batalha Espiritual adotam um
método muito comum - o mapeamento espiritual de cidades, regiões, países.
Segundo pensam, a igreja precisa conhecer a região onde está plantada, conhecer
a história do lugar onde se deseja evangelizar e descobrir o espírito
territorial que governa aquela região. Esse levantamento é necessário para que
o demônio que governa ali seja amarrado. Segundo um artigo publicado em um site
deste movimento, ‘mapeamento espiritual’ é definido assim: “Mapeamento
espiritual é o processo em que se comparam as informações e dados de uma região
ou pessoas, colocando-as sobre um mapa ou gráfico. As informações colhidas são
usadas na guerra espiritual com o fim de arrancar as pessoas das mãos do
inimigo. O mapeamento espiritual é como uma grande luz lançada numa região
escura. Permite-nos ver a estratégia do inimigo, e expõe os planos ocultos de
Satanás para aquela região ou algum grupo especial. "Pois nada está
oculto, senão para ser manifesto; e nada se faz escondido, senão para ser
revelado" (Mc 4.22).”
(SEMEAR).
Não há nas Escrituras respaldo teológico para este ensino; Não
encontramos Jesus falando ou ensinando sobre isto. O que nos cabe fazer é
obedecer integralmente suas ordens pregando o evangelho integral do Senhor
Jesus Cristo a toda criatura, crendo que ele é poderoso para a salvação de todo
aquele que nele crê, como também para expulsar da vida dos homens toda sorte de
espíritos malignos. “Ide, portanto, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do filho, e do
Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado.”
(Mt 29.18,19); “Ide por todo o mundo e
pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15).
“2. A maldição hereditária. A doutrina resume-se
nisso: se uma pessoa tem problemas com adultério, pornografia, divórcio,
alcoolismo ou tendências suicidas é porque, no passado, alguém de sua família,
não importa se avós, bisavós ou tataravós, teve esse problema. Desse modo, a
pessoa afetada pela maldição hereditária deve, em primeiro lugar, descobrir em
que geração seus ancestrais deram lugar ao Diabo. Uma vez descoberta a tal
geração, pede-se perdão por ela, e, dessa forma, a maldição de família será
desfeita. É uma espécie de perdão por procuração, muito parecido com o batismo
pelos mortos praticado pelos mórmons. Os que defendem essa doutrina pinçam as
Escrituras em busca de sustentação bíblica (Êx 20.5; Dt 5.9; Is 8.19).” [Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Jan, 2019]
“Uma das distorções doutrinárias mais difundidas entre o povo de Deus
ultimamente é o ensino das “maldições hereditárias”, conhecido também como
“maldição de família ou “pecado de geração”. Estes conceitos circulam bastante
através da televisão, rádio, literatura e seminários nas igrejas. Muitos
líderes, ministérios e igrejas, antes sólidos e confiáveis, acabaram sucumbindo
a mais esse ensino controvertido e importado dos Estados Unidos. Os pregadores
da maldição afirmam que se alguém tem algum problema relacionado com
alcoolismo, pornografia, depressão, adultério, nervosismo, divórcio, diabete,
câncer e muitos outros, é porque algum antepassado viveu aquela situação ou
praticou aquele pecado e transmitiu tal pecado ou maldição a um descendente.A
pessoa deve então orar a Deus a fim de que lhe seja revelado qual é a geração
no passado que o está afetando. Uma vez que se saiba qual, pede-se perdão por
aquele antepassado ou pela geração revelada e o problema estará resolvido, isto
é, estará desfeita a maldição.” (CACP).
A quebra de maldições hereditárias tem o objetivo de
elucidar as causas espirituais de problemas vividos por alguém como conseqüência
de ‘herança’ espiritual, tais como Alcoolismo, pornografia, depressão, ou
problemas de gênero, e aponta o caminho para anular pactos malignos que pesam
sobre indivíduos, famílias e até cidades inteiras, conduzindo à libertação
espiritual definitiva. Um dos textos bíblicos mais usados pelos pregadores da
maldição hereditária para defender este ensino é Êxodo 20.4-6
“É verdade que os filhos que repetem os pecados de seus pais têm toda a
possibilidade de colher o que seus pais colheram. Os pais que vivem no
alcoolismo têm grande possibilidade de ter filhos alcoólatras. Os que vivem
blasfemando, ou na imoralidade e vícios, estão estabelecendo um padrão de
comportamento que, com grande probabilidade, será seguido por seus filhos,
pois “aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). Isso poderá
suceder até que uma geração se arrependa, volte-se para Deus e entre num
relacionamento de amor com ele através de Jesus Cristo. Cessou aí toda a
maldição. Não deve ser esquecido também que o autor da maldição ou punição é
Deus e que ela é a manifestação da sua ira. Note que, no final do versículo
cinco do capítulo vinte de Êxodo, a Palavra de Deus declara que a maldição
viria apenas sobre aqueles que aborrecem a Deus, algo que não se passa com o
cristão.” (CACP).
Jesus veio para libertar de toda maldição do pecado (Rm 5.15).
Isso significa que, quando uma pessoa se converte, pode ser libertado de
qualquer maldição hereditária. Assim, o crente tem poder para tratar de
qualquer problema espiritual e viver na liberdade de Jesus.
“3. "Crentes endemoninhados". Esses pregadores ensinam que "o homem é um espírito que
tem alma e habita num corpo" (Kenneth Hagin). Partindo desse falso
conceito teológico, afirmam que o Espírito Santo habita no espírito humano no
processo de salvação; e que os espíritos imundos "estão relegados à alma e
ao corpo do cristão". Os promotores dessa doutrina costumam apelar para o
estado psicológico de Saul depois que ele se afastou de Deus (1 Sm 16.14;
18.10; 19.9), o caso de Judas Iscariotes (Lc 22.3), além de Ananias e Safira
(At 5.3).” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Jan, 2019]
- Este último ponto é o ensino mais polêmico desse
Movimento e que tem criado raízes na mente de muitos crentes: um cristão pode
ter demônios? Já tive a oportunidade de presenciar reuniões onde as pessoas
eram chamadas a colocar as mãos sobre suas cabeças e ordenarem a expulsão de
espíritos malignos. Alguns teólogos também passaram, nos últimos anos, a aderir
a tal posição e muitos deles reconhecem que o assunto é controvertido. De
qualquer forma, a Bíblia Sagrada tem a palavra final sobre esta questão ou
sobre qualquer outro assunto relacionado com a vida espiritual e o cristão.
“Merrill F. Unger, um
autor lido e seguido por várias pessoas que hoje desenvolvem ministérios de
libertação espiritual no Brasil, reconhece a dificuldade de se tratar do
assunto, ao declarar: A verdade da questão é que as Escrituras em nenhum lugar
declaram que um verdadeiro crente não pode ser invadido por Satanás ou seus
demônios. Naturalmente, a doutrina deve sempre ter precedência sobre a
experiência. Nem pode a experiência jamais oferecer base para a interpretação
bíblica. Apesar disso, se experiências consistentes chocam com uma
interpretação, a única conclusão possível é de que há alguma coisa errada, ou
com a própria experiência ou com a interpretação da Escritura que vai contra
ela. Certamente a Palavra inspirada de Deus nunca contradiz a experiência
válida. Aquele que procura a verdade com sinceridade deve estar preparado para
consertar sua interpretação a fim de trazê-la em conformidade com os fatos como
eles são. (Merrill F. Unger, What Demons Can Do To Saints (O que os Demônios
Podem fazer aos Santos) (Chicago, E.U.A., Moody Press,1991), p. 69.)” (CACP).
Estas declarações trazem alguns problemas, ele afirma que a
Bíblia não é clara quanto um cristão poder ser possuído por espíritos malignos.
Se a Bíblia não afirma com clareza (o que não é verdade), como pode alguém
então ensinar sobre aquilo que não está claro na Palavra de Deus? A Bíblia não
ensina que um cristão pode ficar possesso ou ser habitado por um demônio; há
inúmeros casos de crentes sendo atacados, oprimidos de várias maneiras por
demônios, mas não possuídos por eles (Veja Paulo e o espinho na carne - 2Co 12.7).
III - VAMOS À BÍBLIA
“Ninguém tem o direito de fazer o que quiser
com a Bíblia. Vejamos, portanto, o que Bíblia ensina nas passagens
reivindicadas pelos líderes defensores dessa inovação:
1. Sobre o mapeamento espiritual. As duas passagens de Daniel falam sobre o "príncipe do
reino da Pérsia" (Dn 10.13) e o "príncipe da Grécia" (v.20). São
citações fora de contexto, pois se trata de guerra angelical, e não há indícios
da presença humana. O gadareno "rogava-lhe muito que os não enviasse para
fora daquela província" (Mc 5.10) porque Jesus havia mandado os tais
espíritos para o abismo: “E rogavam-lhe que não os mandasse para o abismo"
(Lc 8.31). Essa é a razão de pedirem para ficar na região; não se refere,
portanto, a espíritos territoriais. Assim, fica claro que se trata de uma
doutrina baseada numa interpretação equivocada.” [Lições Bíblicas
CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Jan, 2019]
O conflito entre o Arcanjo Miguel e o príncipe do reino da
Pérsia (10.13). No capítulo dez do livro de Daniel, dois príncipes das milícias
satânicas são identificados: “o príncipe do reino da Pérsia” (v.13) e o
“príncipe da Grécia” (v.20). Estes príncipes não eram homens comuns, mas anjos
satânicos. Estes anjos caídos só foram derrotados depois que Deus enviou
Miguel, o príncipe de Israel (v.21). O anjo que falava com o profeta explicou
que o príncipe da Pérsia estava impedindo que a mensagem de Deus fosse
entregue. O propósito de Satanás era impedir que Daniel recebesse a revelação
do Senhor. “A narrativa no evangelho de Mateus
menciona somente o pedido dos demônios para que fossem enviados aos porcos. Mas
o evangelho de Marcos fala do desejo prévio dos demônios de que não fossem
enviados para fora do país, ou seja, daquele território geográfico. Lucas
menciona que os demônios não desejavam ser expulsos e lançados no abismo — uma
referência ao hades. O ponto básico é que os demônios queriam evitar o
tormento, conforme mencionado em Mateus 8.29. Alguns estudiosos explicam que na
região de Decápolis se concentravam os judeus helenizados, apóstatas. Não temos
aqui informação suficiente para delinearmos o campo de ação dos demônios.
Podemos concordar que deve haver uma hierarquia baseada no poder desses seres
espirituais. Contudo, o texto bíblico enfatiza a soberania de Jesus sobre
quaisquer classes demoníacas. Enquanto os exorcistas afirmavam que precisavam
saber os nomes das entidades manifestadas, notamos que o Senhor Jesus apenas
ordenou uma vez a toda legião, e não houve necessidade que identificasse um por
um.” (CACP)
“2. Sobre a maldição hereditária. No segundo mandamento do
Decálogo, Deus afirma visitar "a maldade dos pais nos filhos até à
terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem" (Êx 20.5; Dt 5.9).
Essas palavras não podem se aplicar à doutrina da maldição hereditária porque,
quando alguém se converte a Cristo, deixa de aborrecer a Deus; logo, essa
passagem bíblica não pode se aplicar aos crentes (Rm 5.8-10), pois estes se
tornam nova criatura, "as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez
novo" (2 Co 5.17). 0 que eles fazem com a expressão "espíritos
familiares" é uma fraude. O termo usado na Bíblia hebraica é ov, ou ovoth,
plural, "médium, espírito, espírito de mortos, necromante e mágico"
(Lv 19.31; 20.6). Isso está muito longe de serem espíritos que passam de pai
para filhos.” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Jan, 2019]
Para entender Êxodo 20.5 é preciso ter em mente que o
Senhor estava falando com Israel enquanto povo. Com o povo, o Senhor lidava
coletivamente. A passagem se refere ao fato de que se Israel fosse idólatra,
geração após geração, em algum momento a punição chegaria, como de fato
ocorreu. A chave para esse versículo é: “Daqueles
que me odeiam.” O texto fala de idolatria e não oferece qualquer base para
alguém afirmar que herdamos maldições espirituais de nossos antepassados em
qualquer área das dificuldades humanas. A narrativa do Antigo Testamento nos
informa que sempre que a nação de Israel esteve num relacionamento de amor com
Deus, ela não podia ser amaldiçoada. Vemos a prova disso em Números 23:7, 8,
quando Balaque pediu a Balaão que amaldiçoasse a Israel. A resposta de Balaão
aparece no versículo 23: “Pois contra Jacó não vale encantamento, nem
adivinhação contra Israel”. Por outro lado, sempre que a nação quebrou a
aliança de amor com Deus, ela ficou exposta a maldição, calamidades e
cativeiro. (Leia mais
sobre esse tema aqui)
“3.Sobre a possibilidade de o cristão ser possesso. É bom lembrar que Saul já estava desviado nessa época (1 Sm
15.23); além disso, a Bíblia não fala de demônio, mas que "o assombrava um
espírito mau da parte do SENHOR" (1 Sm 16.14). Quem foi que disse que
Judas Iscariotes era crente? Foi Jesus quem disse: "Não vos escolhi a vós
os doze? E um de vós é um diabo. E isso dizia ele de Judas Iscariotes" (Jo
6.70,71). E, quanto a Ananias e Safira, a Bíblia declara que eles mentiram ao
Espírito Santo, e não que ficaram possessos. 0 crente em Jesus tem a promessa
de Deus de que "o maligno não lhe toca" (1 Jo 5.18).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Jan, 2019]
- Quando um Cristão recebe Cristo como seu Senhor e
Salvador pessoal, o Espírito Santo entra no corpo do Cristão, na sua alma e no
seu espírito. Deus toma a vida do Cristão para Ele, e como resultado, os
demônios não podem ocupar o mesmo lugar que o Espírito Santo. Satanás sabe
disto, e é por isso que ele tenta arduamente seduzir a pessoa antes disso e ter
seus demônios ou influências demoníacas controlando ou afetando esta pessoa. “Os
cristãos são habitados pelo Espírito Santo Rm 8.9-11 -“vós, porém, não estais
na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se
alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. 10 – e, se cristo
está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o
espírito vive por causa da justiça. 11 – e, se o Espírito daquele que dentre os
mortos ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos
ressuscitou a cristo também vivificará os vossos corpos mortais, pelo seu
Espírito que em vós habita.” I Co 3.16 – “não sabeis vós que sois o templo de
Deus e que o Espírito de Deus habita em vós? I Co 6.19 – “ou não sabeis que o
vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de
Deus, e que não sois de vós mesmos?.” Certamente o Espírito Santo não
permitiria que um demônio possuísse a mesma pessoa em quem ele habita. É
impensável que Deus permitiria que um de seus filhos, alguém que ele adquiriu
com o sangue de Cristo, fosse habitado pelo diabo. I Pe 1.18-19 – “sabendo que
não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da
vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais, 19 – mas
com o precioso sangue de cristo, como de um cordeiro imaculado e incontaminado,
e tornou uma nova criatura.” II Co 5.17 – “assim que, se alguém está em cristo,
nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.”,
poderia ser possuído por um demônio? Não. Como seguidores de cristo,
estamos em guerra com satanás e seus demônios, mas não de dentro de nós mesmos.
Em (IJo 4:4) lemos: “filhinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos
profetas, porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no
mundo.” Quem é o ser que em nós habita? O Espírito Santo. Quem é o que está no
mundo? Satanás e seus demônios. Portanto, o crente tem vitória sobre o mundo
dos demônios e o caso de possessão demoníaca de um seguidor de Jesus não pode
ser defendido biblicamente. Em vista da forte evidência bíblica de que um
cristão não possa ser possuído por demônios, alguns intérpretes da bíblia usam
o termo “demonização” para se referir a um demônio tendo controle sobre um
cristão. Alguns argumentam que, embora um cristão não possa ser possuído por
demônios, ele ainda pode ser demonizado. Normalmente, a descrição de demonização
é praticamente idêntica à descrição da possessão demoníaca. Assim, temos o
mesmo problema. Mudar a terminologia não muda o fato de que um demônio não pode
habitar ou assumir o controle total de um cristão. Influência e opressão
demoníaca são realidades para os cristãos, sem dúvida, mas simplesmente não é
bíblico dizer que um cristão pode ser demonizado ou possuído por um demônio” (CACP).
“4. O homem segundo a Bíblia. Jesus disse que "um
espírito não tem carne nem ossos" (Lc 24.39). Se o espírito não tem carne
nem ossos, logo se conclui que não é verdade que o homem seja um espírito. A
Bíblia declara que Deus formou "o homem do pó da terra e soprou em seus
narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente" (Gn 2.7). Isso
mostra que o ser humano é uma combinação do pó da terra com o sopro de Deus. 0
Senhor Jesus se fez homem, pois "o verbo se fez carne" (Jo 1.14).” [Lições Bíblicas CPAD,
Revista Adultos, 1º Trimestre 2019. Lição 1, 6 Jan, 2019]
Segundo o Pr Elienai Cabral, em seu artigo ‘A tricotomia do
homem’, publicado no Portal CPAD News, “O homem é um ser
tricótomo (1Ts 5.23; Hb 4.12). O termo tricotomia significa “aquilo que é
dividido em três” ou “que se divide em três tomos”. Em relação ao homem, o
termo tricotomia refere-se às três partes do seu ser: corpo, alma e espírito.
Há divergência neste ponto entre alguns teólogos. Há aqueles que entendem o
homem como apenas um ser dicótomo, ou seja, que se divide em duas partes: corpo
e alma (ou espírito). Os defensores da dicotomia do homem unem alma e espírito
como sendo uma e a mesma coisa. Entretanto, parece-nos mais aceitável o ponto de vista da
tricotomia. Esse conceito da tricotomia crê que o homem é uma triunidade
composta e inseparável. Só a morte física é capaz de separar as partes: o corpo
de sua parte imaterial”
(CPAD
NEWS). Teológicamente diz-se que o homem é a Imago dei (a Imagem de Deus no
Homem). O fato de ser o homem à imagem de Deus significa que ele é semelhante a
Deus e o representa. Cuidado é requerido ao entender o homem como “carne”. O
corpo se constitui de elementos químicos, porém, sem os elementos divinos, ele
é de ínfimo valor.
CONCLUSÃO
“Há necessidade de equilíbrio para que os
exageros dessas aberrações doutrinárias não levem o crente ao ceticismo, porque
a batalha espiritual existe e ninguém deve subestimá-la. Os fatos estão
registrados na Bíblia, e nenhum cristão ousa negar essa realidade. Por outro
lado, os crentes devem ter maturidade suficiente para não entrar no fanatismo,
mas discernir entre o que é verdadeiramente espiritual e o que é manipulação
esotérica.” [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 1, 6 Jan, 2019]
Há uma guerra sendo travada no mundo espiritual com
reflexos na vida real e todos os crentes estão alistados para combater neste
conflito, de forma involuntária, pelo simples fato de terem assentido com fé ao
Evangelho. Satanás e o mundo lutam violentamente contra nós externamente, e
nossa carne se opõe a nós internamente. “Há dois lados nesta
batalha cósmica das eras. “O inimigo é Satanás, o campo de batalha é a nossa
mente, e a questão é a nossa caminhada cristã. Nós não vivemos em um mundo
neutro. Existem forças hostis em operação nele, um ser maligno com uma hoste de
serviçais que se opõem a Deus e ao homem.” (Paul W. Powell, The Great Deceiver: Seeing Satan for What
He Is (Nashville, TN: Broadman Press, 1988), p. 9). A boa notícia é que na cruz, Jesus
derrotou o diabo, o mundo e o pecado. Jesus até derrotou a morte, quando
ressuscitou. Por isso, a vitória é nossa (1Jo 5.4-5). O nascido de Deus não
pode ser derrotado pelo diabo, não pode ser possuído por ele, nem precisa sair
identificando governantes espirituais antes de evangelizar. A ordem do Mestre
é: “Portanto ide, fazei discípulos de
todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os
a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos” (Mt 28.19,20).
“Achando-se as tuas
palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu
coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”.
(Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Dezembro de 2018
PARA REFLETIR
A respeito de "Batalha Espiritual - A Realidade não
Pode Ser Subestimada", responda:
• Os cristãos se opõem às
forças malignas; como denominamos essa oposição dos crentes?
A essa oposição
dos crentes denominamos "Batalha Espiritual".
•Em que se baseia a
doutrina do mapeamento espiritual?
A doutrina
consiste na crença de que Satanás designou seus correligionários para cada
país, região ou cidade.
•Por que as palavras do
segundo mandamento do Decálogo não se aplicam à doutrina da maldição
hereditária?
Essas palavras não
podem se aplicar à doutrina da maldição hereditária porque, quando alguém se
converte a Cristo, deixa de aborrecera Deus.
•Qual a promessa do
crente em Jesus que ele tem em Deus?
O crente em Jesus
tem a promessa de Deus de que "o maligno não lhe toca" (1 Jo 5.18).
•O que se conclui do fato
de o espírito não ter carne nem ossos?
Se o espírito não
tem carne nem ossos, logo se conclui que não é verdade que o homem seja um espírito. [Lições Bíblicas CPAD, Revista Adultos, 1º Trimestre 2019.
Lição 1, 6 Jan, 2019]