TEMA: As Parábolas de Jesus – As Verdades e Princípios Divinos para uma
Vida Abundante
COMENTARISTA: Pr. Wagner Tadeu dos Santos Gaby
Lição 1
7 de Outubro de 2018
Parábola: Uma Lição
para a Vida
TEXTO ÁUREO
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VERDADE PRÁTICA
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“E sem parábolas nunca lhes falava, porém tudo declarava em particular
aos seus discípulos.” (Mc 4.34)
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As parábolas são uma
forma instrutiva para se ensinar grandes lições, e delas podemos extrair as
inspirações e os ensinamentos divinos para a vida cristã.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
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Mateus 13.10-17
10 E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas por
parábolas?
11 Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios
do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado;
12 Porque àquele que tem, se dará, e terá em abundância; mas àquele que não
tem, até aquilo que tem lhe será tirado.
13 Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e,
ouvindo, não ouvem nem compreendem.
14 E neles se cumpre a profecia de Isaías, que diz: Ouvindo, ouvireis, mas
não compreendereis, E, vendo, vereis, mas não percebereis.
15 Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau grado com
seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos, E ouçam
com os ouvidos, E compreendam com o coração, E se convertam, E eu os cure.
16 Mas, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem, e os vossos ouvidos,
porque ouvem.
17 Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o
que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.
INTRODUÇÃO
“Quando estudamos as parábolas de Jesus, com
os corações abertos e dispostos a aprender como discípulos verdadeiros, em
busca de sabedoria e entendimento das verdades espirituais profundas, nos
deparamos com as sábias lições que Ele nos deixou para sermos bem-sucedidos em
nossa vida aqui no mundo. Estudar este conteúdo, como disse Jesus aos seus
primeiros discípulos, é um privilégio: “Bem-aventurados são os olhos que veem o
que vós vedes, pois vos digo que muitos profetas e reis desejaram ver o que vós
vedes e não o viram; e ouvir o que ouvis e não o ouviram” (Lc 10.23,24). Assim,
as parábolas do Senhor possuem preciosas promessas de bênçãos para todos
quantos acolhem sua mensagem e se dispõem a compreender as verdades que elas
ensinam.” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
Jesus falava por
parábolas para explicar verdades complexas de uma forma simples. Era sua maneira
predileta de ensinar verdades e mistérios profundos (Mt 13.34-35), e para responder
as perguntas e dúvidas. Usar parábolas era um método de ensino muito comum no
tempo de Jesus. Ele falava por parábolas para cumprir a profecia de Salmos 78.2,
e não dizia nada a eles sem ser por meio de parábolas. Qual é a importância de
estudarmos este assunto? Ora, Jesus explicou aos seus discípulos que quem
conhece a Deus receberá mais conhecimento mas quem não conhece a Deus perderá
até o pouco de conhecimento que tem (Mt 13.11-12). As parábolas de Jesus eram
simples mas quem não amava Jesus não as entendia. Deus estava humilhando quem
se achava sábio mas rejeitava Jesus (1Co 1.20-21).
“Nosso Senhor Jesus compreendia que a verdade não é uma doce música para
todos os ouvidos. Na verdade, há aqueles que não têm nenhum interesse ou estima
pelas coisas profundas de Deus. Por que, então, Ele falava em parábolas? Para
aqueles com uma verdadeira fome de Deus, a parábola é um veículo tanto eficaz
quanto memorável para a transmissão das verdades divinas. As parábolas de Nosso
Senhor contêm grandes volumes de verdade em poucas palavras-- e Suas parábolas,
ricas em imagens, não são facilmente esquecidas. Assim, então, uma parábola é
uma bênção para aqueles com ouvidos dispostos. Entretanto, para aqueles com
corações endurecidos e ouvidos lentos para ouvir, uma parábola é também uma
declaração de julgamento.” (Why did Jesus teach in parables?
Disponível em: https://www.gotquestions.org/Jesus-parables.html. Acesso em: 28 Set, 2018).
Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I – O QUE É PARÁBOLA
“1. Conceito. Parábola, no hebraico mashal, dependendo do
contexto, refere-se a um dito profético, um provérbio, uma analogia, um enigma,
um discurso, um poema, um conto, um símile. Essa palavra ocorre aproximadamente
quarenta vezes no Antigo Testamento, sendo normalmente traduzida como “provérbio”.
A palavra grega traduzida como parábola, em o Novo Testamento, é parabolé, “por
ao lado de”, com o sentido de “comparar” como ilustração de alguma verdade ou
ensino. Nesse sentido, torna-se um instrumento didático. Ela é usada cinquenta
vezes no Novo Testamento, sendo duas para indicar uma fala figurativa (Hb 9.9;
11.19) e quarenta e oito vezes traduzida no singular ou no plural, sempre se
referindo às histórias de Jesus. Em síntese, parábola significa, literalmente,
“comparação”, e como tal, comumente utilizada para indicar uma história breve,
um exemplo esclarecedor para ilustrar uma verdade.” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
As Parábolas como
temos conhecimento é um gênero literário de uso muito comum no judaísmo e na
literatura rabínica, na explicação da doutrina. Vincent Cheung em ‘As Parábolas de Jesus’, diz: “A palavra grega para parábola é parabole –
ela é uma palavra grega composta que significa “colocar de lado”. No uso
bíblico, uma parábola compara ou contrasta uma realidade natural com uma
verdade espiritual. E assim, quando lendo os Evangelhos, algumas vezes você
verá Jesus dizendo tais coisas como: “O Reino dos céus é como...” (Mateus
13:24), ou “Com que se parece o Reino de Deus? Com que o compararei?” (Lucas
13:18)”. (CHEUNG, 2003). O Dicionário online Priberam define: “(latim parabola, -ae, do grego parabolé,
-és, comparação, analogia, discurso alegórico, movimento paralelo, parábola).
substantivo feminino 1. Narração alegórica que envolve algum preceito de moral,
alguma verdade importante”. (PRIBERAM). De acordo com o dicionário bíblico
universal, Bucklan & Williams (2007, p.446):
“Parábola
é uma narrativa imaginária ou verdadeira que se apresenta com o fim de ensinar
uma verdade. Difere do provérbio porque sua apresentação não é tão concentrada
como a daquele; contém mais pormenores, exigindo menor esforço mental para ser
compreendida. Difere da alegoria, porque esta personifica atributos e as
próprias qualidades, ao passo que a parábola nos faz ver as pessoas na sua
maneira de proceder e viver, também difere da fábula, visto que a parábola se
limita ao que é humano e possível.”
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“2. Distinção entre a parábola e
outras figuras de linguagem. A
Bíblia Sagrada emprega várias figuras de linguagem que são necessárias para
ilustrar verdades divinas e profundas. Algumas delas são o símile, o provérbio,
a metáfora, a alegoria, a fábula e o tipo, e é importante não confundi-las com
a parábola. É oportuno destacar que a parábola também não é um mito, tendo em
vista que ele narra uma história como se fosse verdadeira, mas não adiciona nem
a probabilidade e nem a verdade. Já a parábola ilustra verdades por meio de
símbolos: “o campo é o mundo”, “o inimigo é o Diabo”, “a boa semente são os
filhos do reino”, etc.” (LB
CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
Neste subtópico é
importante diferenciarmos a parábola do mito, isso por algumas acusações de que
determinadas parábolas não passam de mito. Como já explicado no subtópico 1,
parábola é uma narrativa curta, um discurso que faz entender outro. “É uma espécie de alegoria apresentada sob
forma de uma narração, relatando fatos naturais ou acontecimentos possíveis,
sempre com o objetivo de declarar ou ilustrar uma ou várias verdades”.(DICIONÁRIO INFORMAL). Já o mito, é uma “representação fantasiosa, espontaneamente
delineada pelo mecanismo mental do homem, a fim de dar uma interpretação e uma
explicação aos fenômenos da natureza e da vida” (*).Segundo George Eldon Ladd (2003,
p.126) “uma parábola é uma estória
extraída da vida diária, com a finalidade de comunicar uma verdade de cunho
moral ou religioso”. Logo, as parábolas são recursos que quando empregados no
ensino de Jesus, deve-se ter em consideração todo o contexto histórico
empregado no processo narrativo para sua compreensão correta”.
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“3. Aplicação de uma parábola. Ao se dirigir aos discípulos e aos fariseus,
seus adversários, Jesus adotou o método de ensino por parábolas com a
finalidade de convencer aqueles e condenar estes. Em Mateus 13.10, os
discípulos perguntaram a Jesus o porquê de Ele falar por parábolas. Jesus usava
esse método em razão da diversidade de caráter, de nível espiritual e de
percepção moral de seus ouvintes (Mt 13.13). Em Marcos 4.10-12, ao ser
inquirido sobre o uso de parábolas, Jesus respondeu que as usava nos seus
ensinamentos por duas razões distintas: para ilustrar a verdade para aqueles
que estavam dispostos a recebê-la, e para obscurecer a verdade daqueles que a
odiavam. Assim, para que a parábola seja explicada e aplicada, primeiramente é
indispensável examinar sua relação com o que a precede e a segue, e descobrir,
com base nisso, antes de qualquer outra coisa, a sua ideia principal” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
Em ‘As Parábolas de Jesus’, Vincent Cheung afirma
que o uso do ensino por parábolas não tinha como fim ‘aclarar’ o entendimento
de verdades espirituais, haja visto que os próprios discípulos, aqueles que
deveriam ser iluminados pelos ensinamentos de Cristo, eles mesmos não entenderam
nem mesmo a parábola fundacional até que Jesus a explicasse para eles. Após
contar à sua audiência a parábola do semeador em Marcos 4.2-9, seus discípulos chegaram
até ele no versículo 10, pedindo a interpretação: “Quando ele ficou sozinho, os Doze e os outros que estavam ao seu redor
lhe fizeram perguntas
acerca das parábolas”. Até mesmo seus discípulos mais
íntimos, incluindo os Doze, não entenderam a parábola. Em João 16:29-30, os
próprios discípulos declaram que era mais fácil entender o que Jesus estava
dizendo quando ele falava “claramente” do que quando usando “figuras [de
linguagem]”. O autor afirma que provérbios, parábolas, e figuras de linguagem
não tornam necessariamente as verdades espirituais mais fáceis de entender;
antes, elas frequentemente obscurecem as verdades espirituais até que as
explicações sejam dadas em discurso claro. Os
discípulos obviamente preferiam a linguagem direta e não-metafórica.
Nesse sentido, Jesus utilizou este método para obscurecer a verdade daqueles
que a odiavam:
“Então,
o próprio Jesus admitiu que o uso das parábolas evitaria que muitas pessoas
entendessem seus ensinos, e que essa era a sua própria intenção: Ele respondeu:
“A vocês foi dado o conhecimento dos mistérios do Reino dos céus, mas a eles
não... Por essa razão eu lhes falo por parábolas: ‘Porque vendo, eles não vêem
e, ouvindo, não ouvem nem entendem’. Neles se cumpre a profecia de Isaías:
‘Ainda que estejam sempre ouvindo, vocês nunca entenderão; ainda que estejam
sempre vendo, jamais perceberão’” (Mateus 13:11, 13-14). Jesus usou parábolas
principalmente, não para tornar as verdades espirituais mais fáceis de
entender; antes, o próprio oposto era verdade, de forma que pelo menos uma das
razões pelas quais ele usou parábolas foi para obscurecer o significado de seus
ensinos.” (CHEUNG, 2003)
II – CONTEXTO SOCIAL E LITERÁRIO
“1. Galileia no tempo de Jesus. A Galileia compreendia todo o território ao
Norte de Samaria até ao Monte Líbano, estendendo-se de leste a oeste, entre o
Mar da Galileia e o Mar Mediterrâneo e Fenícia. Situava-se nas grandes rotas
comerciais que cruzavam o Oriente Próximo, e muitos estrangeiros atravessavam a
área. A conservação de peixes pela salgadura e sua exportação para todos os
lugares do Império Romano era a principal indústria. Era uma região muito mais
próspera que a Judeia e abrigava uma grande população. Importante para a região
era o mar da Galileia, um extenso lago de água doce, localizado ao norte da
Palestina, também conhecido como mar de Tiberíades ou lago de Genesaré (Mt
4.18; Lc 5.1). Esse lago, que ficava cerca de 96 quilômetros ao norte de
Jerusalém, ajudava a determinar o tipo de vida que se levava em toda a região
ao derredor. As ocupações dos habitantes incluíam a agricultura, a
fruticultura, a pecuária, o tingimento de tecidos, o curtume, a pesca e a
fabricação de embarcações. Na Galileia, Jesus reforçou seu ensino com parábolas
memoráveis, ilustrando o amor de Deus pelos pecadores, a necessidade de
confiança na misericórdia de Deus, o amor que devemos ter uns aos outros, a
maneira como a Palavra de Deus vem e o Reino de Deus cresce, a responsabilidade
de o discípulo desenvolver seus dons e o julgamento daqueles que rejeitam o
evangelho (Mt 4.23; 13.1-52)” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
Galiléia vem do
hebraico גָּלִיל Galil, empregada desde o Antigo Testamento, que significa
círculo ou distrito. O historiador Flávio Josefo desde o primeiro século já
descrevia a Galiléia em seus escritos. Seu texto nos oferece uma boa
oportunidade de conhecer melhor os aspectos físicos e limites territoriais da
Galiléia.
“Nos
tempos do Novo Testamento, Israel era dividido em três regiões principais. No
centro estava Samaria, habitada por um povo miscigenado (de raça mista) e
sincretista (de religião misturada), odiado pelos judeus. No sul estava a
Judeia, região nobre, onde ficava o templo, o sinédrio, os principais mestres
da lei, as melhores faculdades, as pessoas mais ricas e influentes. Ali estava
Jerusalém, onde aconteciam as concorridas festas judaicas, e outras influentes
cidades como Jericó, Hebrom e Cesareia. No norte estava a Galileia, região dos
pobres, iletrados, menos privilegiados, simples pescadores, trabalhadores
braçais, gente desprezada e menosprezada, marginalizada e motivo de chacota
para os importantes habitantes do sul. É por isto que quando alguém mencionou
que Jesus era da Galileia os líderes religiosos logo retrucaram: “Da Galileia
não se levanta profeta”. Natanael também questionou: “De Nazaré pode sair
alguma coisa boa?” (Jo 1.46)” (Opção Galiléia – Parte I. Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/paralelo10/2010/04/opcao-galileia/. Acesso em: 28 Set, 2018)
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“2. Jerusalém no tempo de Jesus. Jerusalém é uma das mais antigas cidades do
mundo. É a mais sagrada cidade da Palestina e tem existido como cidade e como
capital, além de lugar sagrado, há mais de três mil anos. À época de Jesus,
Jerusalém contava com uma superpopulação, sendo que a maioria das pessoas
estava desesperada em decorrência da opressão do Império Romano, da miséria, da
opressão aos pequenos produtores que estavam praticamente falidos, tendo de
pagar elevados impostos a Roma. Nessa época, grande parte da população dependia
de esmolas do Templo. Enquanto o povo comum estava vivendo em situação de
extrema pobreza, padecendo por terríveis privações, os grandes produtores, os
grandes comerciantes e as famílias mais abastadas estavam satisfeitas com o
sistema vigente controlado pelo governo de Roma. Diante desse contexto, o povo
judeu aguardava com ansiedade o Messias que viria em glória, conforme
profetizado por Zacarias (Zc 14.4)” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
Jerusalém significa em
hebraico, habitação de paz. Seu nome é mencionado pela primeira vez nas
escrituras em Josué 10.3, onde é relatada a conquista de Jerusalém, quando
Josué derrotou uma coligação de cinco reis, entre eles o rei Adoni-Zedeque, rei
de Jerusalém (Js 10.1-27). Entretanto, em Gênesis 14.18, encontramos uma
referência sobre a cidade, que aparece com o nome de Salém. De acordo com a
tradição, assim era chamada a capital judaica.
Leia mais sobre
descobertas arqueológicas aqui
Leia também ‘A
Palestina no Tempo de Jesus’ aqui
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“3. Contexto literário: os
Evangelhos. Os quatro primeiros
livros do cânon do Novo Testamento, chamados de Evangelhos, são os registros
escritos das primeiras pregações das Boas Novas a respeito de Cristo. Eles
constituem um tipo distinto de literatura. Não são biografias completas, pois
não tentam narrar todos os fatos da carreira de Jesus; nem são apenas
histórias; nem são sermões, embora incluam pregações e discursos; também não
são apenas relatos de notícias. Os três primeiros Evangelhos – Mateus, Marcos e
Lucas – são chamados sinóticos, termo que vem do grego synoptikos, que
significa “ver junto”, “ver da mesma perspectiva”, “vistos de um ponto de vista
comum”. Os Sinóticos apresentam a vida, os ensinamentos e a significação de
Jesus do mesmo ponto de vista, em contraste com o Evangelho de João, o qual se
limita quase inteiramente ao que Jesus disse e fez na área de Jerusalém” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
Os Evangelhos nos dão
um retrato completo de quem Jesus era e realizou, Trazem relatos da vida de
Jesus, escritos pelos apóstolos ou pessoas próximas. Cada um dos Evangelhos
apresentam a história de Jesus de uma perspectiva um pouco diferente. Cada
evangelista escreveu aquilo que julgava ser importante para o seu público.
Quanto aos autores, somente João e Mateus foram apóstolos de Jesus. Marcos era
discípulo de Paulo e Lucas, autor também de Atos, era um médico, amigo de Paulo
que escreveu seu evangelho e Atos para um senhor chamado Teófilo. Hoje tem-se
descoberto outros escritos aos quais chamaram de ‘evangelhos’, no entanto,
apenas estes que estão em nossas bíblias são canônicos, isto é, aceitos pela
cristandade como inspirados. Estes escritos apócrifos foram compostos bem mais
tarde e refletem doutrinas particulares, nem sempre conforme a tradição.
“Evangelho
significa “boa notícia”. O propósito dos quatro evangelhos e contar a boa
notícia sobre Jesus, o Salvador do mundo (Marcos 1:1). Como cada um foi escrito
por uma pessoa diferente, cada evangelho apresenta Jesus de uma perspectiva
diferente, mas sem contradizer uns aos outros. Todos os evangelhos relatam a
morte e ressurreição de Jesus.” (O que são os evangelhos? Por que
existem quatro? Disponível em: https://www.respostas.com.br/os-quatro-evangelhos/. Acesso em: 29 Set,
2018) Leia mais aqui.
IIl – COMO LER UMA PARÁBOLA
“1. Entendendo a narrativa como a
síntese das experiências cotidianas. Uma das questões mais importantes ao ler uma parábola é procurar
entender os elementos culturais operados em cada uma delas, pois apesar de elas
serem uma síntese das experiências humanas, são histórias contadas a partir de
outra cultura e tempo. Torna-se impossível entender as parábolas sem
vinculá-las ao seu contexto social, pois elas se referem às experiências de
pessoas que viveram na época de Jesus. Para tanto, torna-se necessário identificar
a conexão com as estruturas daquela sociedade. Quase um terço dos ensinamentos
de Jesus foi realizado através de parábolas. Ele contou parábolas sobre a
natureza (Mt 13.24-30), trabalho e salário (Lc 17.7-10), e até sobre casamentos
e festas (Mt 25.1-13). Jesus não falava de forma genérica acerca da busca de
Deus pelo perdido, mas sempre através de histórias de experiências cotidianas,
tais como a história sobre uma mulher que perdera uma de suas dez moedas de
prata, e que não descansou até encontrá-la (Lc 15.8-10)” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
“A interpretação adequada de uma parábola é de extrema importância, pois
somente depois de entendida é que ela poderá ser aplicada em nossas vidas. A
hermenêutica, com seus métodos, contribui grandemente nesse processo e por isso
não devemos negligenciá-los durante esse processo interpretativo. Grant Osborne
(2009, p. 386) nos diz a respeito:
“Sem
uma interpretação perde-se o poder da parábola, porque toda parábola deve ser
compreendida antes de ser aplicada. Seu “poder evocativo” é melhor discernido
quando se entende o que Jesus pretendeu; isto é, de acordo com o pano de fundo
do século I e com o contexto do próprio Evangelho. De qualquer modo, não
devemos reduzir a parábola a uma simples análise palavra por palavra. É preciso
preservá-la para que sua capacidade de surpreender e comover o ouvinte não se
perca.”” (AprendizemTeologia)
As parábolas
constituem aproximadamente 35% dos ensinos de Jesus nos Evangelhos Sinóticos. Algumas
premissas são fundamentais e servem como um guia, ao nos dedicarmos à tarefa de
compreender e interpretar as parábolas. Para tanto, é importante considerar o
contexto, levando em consideração a audiência, a ocasião e o objetivo
específico a qual foi aplicada. Depois, é preciso procurar a verdade central,
deixando os apêndices de lado, como exemplo, a parábola do Rico Insensato em
Lucas 12.13-21, onde Jesus deseja falar dos perigos da ganância e avareza. Ainda,
é necessário fazer uma aplicação pessoal.
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“2. Procurar as declarações
explícitas e implícitas do agir de Deus no contexto literário. Tendo a parábola o objetivo de transmitir
uma mensagem e, no caso específico, tal comunicação procede de Deus, é
imperioso que o leitor procure as declarações explícitas e implícitas do agir
de Deus em tal contexto literário. Somente após esse exercício é possível
pensar na aplicação da parábola (Mt 15.15,16)” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
“Certas parábolas têm reviravoltas chocantes e inesperadas que nos ajuda
a entender o ponto de vista que Jesus estava tentando transmitir. Embora uma
leitura cuidadosa geralmente exponha os detalhes especiais, às vezes esses
detalhes são difíceis de pegar, devido às diferenças culturais e nossa pouca
familiaridade com as parábolas. Um exemplo de um detalhe importante e
surpreendente é encontrada na parábola do servo impiedoso. Mt 18. 23-35. O
detalhe surpresa desta parábola é a diferença entre os montantes de dinheiro
perdoados pelo rei e pelo servo (milhares de reais em comparação com milhões de
reais), o que mostra a grande magnitude do perdão de Deus e como isso deve nos
levar a perdoar os outros.” (Filhos de Ezequiel)
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“3. Identificar a aplicação
prática da parábola. Uma vez que
a maneira predileta de Jesus ensinar era através de parábolas, tais textos
contêm lições profundas e de aplicação prática no campo da ética e da vida
espiritual das pessoas. Por meio de suas parábolas Jesus levou aos seus
ouvintes a mensagem de salvação, conclamando-os a se arrependerem e a crerem.
Aos crentes, desafiava-os a colocarem a fé em prática, exortando seus
seguidores à vigilância. Quando seus discípulos tinham dificuldade para
entenderas parábolas, Jesus as interpretava (Mc 4.13-20). Assim, uma boa
maneira de identificar a aplicação prática de uma parábola é fazer as seguintes
perguntas: Para quem a parábola foi contada? Por que a parábola foi contada?
Qual é a moral da parábola? Existe algum ponto culminante na parábola? Alguma
interpretação é dada na passagem para a parábola?” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
“Jesus ensinava com parábolas com dois propósitos principais: para
explicar a verdade para alguns (ver Lucas 10:36-37) e para manter a verdade
escondida dos outros (ver Marcos 4. 10-12 abaixo). Para aqueles ansiosos para
seguir a Deus, as parábolas eram ilustrações memoráveis de um princípio de
reino. Para aqueles que se opõem aos planos de Deus, o significado das
parábolas estaria escondido em uma forma de julgamento”. (Filhos de Ezequiel). “É necessário, então, mais cuidado durante o processo interpretativo de
uma parábola. O leitor na busca de uma compreensão mais adequada e real do
ensino de Jesus deve estar disposto a buscar os pontos de referências e
reconstruir todo o cenário original em que a parábola foi apresentada por
Cristo aos seus ouvintes. O nosso contexto por se encontrar tão distante do
original atrapalha a nossa compreensão da reação do público e uma reconstrução
do cenário para os nossos dias seria de uma grande ajuda para um melhor
entendimento” (AprendizemTeologia).
CONCLUSÃO
“Não há como perceber, nem entrar, no Reino de Deus, sem ter nascido de
novo (Jo 3.3-8), por isso, a salvação da alma é parte integrante das parábolas.
Você já renasceu? Já se arrependeu dos seus pecados e confiou em Jesus Cristo e
em seu sacrifício pelos seus pecados? Você conhece o Rei deste Reino? Seu
coração já se prostra diante deste Rei? Ou vive em rebeldia contra Ele ainda?
Os verdadeiros súditos reconhecem a soberania do Rei e submetem-se a ela” (LB CPAD, 4º Trim 2018, Lição 1, 7 Out 18).
O Mestre Jesus não
deixou nenhum escrito de sua própria autoria, todo o seu ensino foi registrado
pelos evangelistas e grande parte dele foi dado por meio de parábolas. Não
podemos esquecer que a intenção das parábolas é transmitir uma verdade eterna,
então, usam elementos diários de tal forma que ainda hoje, podem ser facilmente
entendidas por todos. Permanece ainda, a verdade de que sua compreensão só é
possível mediante a iluminação do Espírito Santo, por que as coisas de Deus só
são perfeitamente compreendidas por quem é espiritual. As perguntas do
comentarista são pertinentes. Se você não sabe como ter a certeza de que nasceu
de novo, faça este exame rápido:
- Ouve a palavra de
Deus? - João 8.47;
- Crê no Filho de Deus?
- 1João 5.1;
- Ama a Jesus Cristo?
- João 8.42; João 14.23; 1João 5.3;
- Ama os irmãos? - 1João
4.7, 5.1; João 13.35;
- É um pacificador? Isaías
57.21; Gl 5.17;
- Conserva-se a si
mesmo? - 1João 5.18; 1Pd 1.5;
- Pratica a justiça: -
1João 2.29; Rm 8.3-4;
- Não vive na prática
de pecado? - 1João 3.9; João 3.6 e Rm 7.20.
- É corrigido? - Hb 12.5-8.
- Vence o mundo? - I João
5:4Você já nasceu de novo? Examine-se à luz da Palavra de Deus. "Aquele
que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus." João 3:3
“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim
o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor
Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco
Barbosa
Campina
Grande-PB
Outubro
de 2018
PARA REFLETIR
“A respeito de “Parábola: Uma
Lição Para a Vida”, responda:
• O que significa “parábola”?
Significa, literalmente, “comparação”, e como
tal, comumente utilizada para indicar uma história breve, um exemplo
esclarecedor para ilustrar uma verdade.
• O que, na Galileia, determinava o
estilo da vida das pessoas?
O mar da Galileia, também chamado de mar de
Tiberíades ou lago de Genezaré.
• Qual o significado de “sinóticos”?
Significa “ver junto”, “ver da mesma
perspectiva”, “vistos de um ponto de vista comum”.
• Cite uma das questões mais
importantes a ser considerada quando se lê uma parábola.
Procurar entender os elementos culturais
operados em cada uma delas, pois apesar de elas serem uma síntese das
experiências humanas, são histórias contadas a partir de outra cultura e tempo.
• Quais são as perguntas necessárias
para se identificar uma aplicação prática de uma parábola?
Para quem a parábola foi contada? Por que a
parábola foi contada?
Qual é a moral da parábola? Existe algum ponto
culminante na parábola? Alguma interpretação é dada na passagem para a
parábola?”