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dominical
Plano de aula preparado por Francisco Barbosa. Pode ser baixado e usado
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Lição 5
4 de Fevereiro de 2018
Cristo é superior a Arão e à
Ordem Levítica
Texto Áureo Verdade Prática
“Visto que temos um grande
sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos
firmemente a nossa confissão”
(Hb 4.14).
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Como Filho de Deus e Sumo
Sacerdote, Jesus intercede eficazmente por sua Igreja.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 4.14-16; 5.1-14.
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
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Nova Versão Internacional
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King James Atualizada
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Hebreus 4
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14 Visto que temos um grande
sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos
firmemente a nossa confissão.
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Portanto, visto que temos um
grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus,
apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos,
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Concluindo, tendo em vista que
temos um grande sumo sacerdote que foi capaz de adentrar os céus, Jesus, o
Filho de Deus, mantenhamos com firmeza nossa declaração pública de fé.
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15 Porque não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que,
como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado.
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pois não temos um sumo
sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim alguém
que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado.
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Pois não temos um sumo
sacerdote que não seja capaz de compadecer-se das nossas fraquezas, mas temos
o Sacerdote Supremo que, à nossa semelhança, foi tentado de todas as formas,
porém sem pecado algum.
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16 Cheguemos, pois, com
confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar
graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.
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Assim sendo, aproximemo-nos do
trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e
encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade.
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Portanto, acheguemo-nos com
toda a confiança ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e
encontremos o poder que nos socorre no momento da necessidade.
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Hebreus 5
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1 Porque todo sumo sacerdote,
tomado dentre os homens, é constituído a favor dos homens nas coisas
concernentes a Deus, para que ofereça dons e sacrifícios pelos pecados,
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Todo sumo sacerdote é escolhido
dentre os homens e designado para representá-los em questões relacionadas com
Deus e apresentar ofertas e sacrifícios pelos pecados.
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Porquanto, todo sumo sacerdote,
sendo escolhido dentre os homens, é designado para representá-los em questões
relacionadas com Deus, a favor da humanidade, a fim de oferecer tanto dons
quanto sacrifícios pelos pecados.
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2 e possa compadecer-se
ternamente dos ignorantes e errados, pois também ele mesmo está rodeado de
fraqueza.
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Ele é capaz de se compadecer
dos que não têm conhecimento e se desviam, visto que ele próprio está sujeito
à fraqueza.
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Ele é capaz de compadecer-se
dos que não têm conhecimento e se desviam, considerando que ele mesmo está
rodeado de fraquezas.
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3 E, por esta causa, deve ele,
tanto pelo povo como também por si mesmo, fazer oferta pelos pecados.
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Por isso ele precisa oferecer
sacrifícios por seus próprios pecados, bem como pelos pecados do povo.
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E, por esse motivo, deve
oferecer sacrifícios pelos pecados, tanto do povo como em seu próprio favor.
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4 E ninguém toma para si essa
honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.
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Ninguém toma esta honra para si
mesmo, mas deve ser chamado por Deus, como de fato o foi Arão.
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Ninguém, portanto, toma essa
honra para si mesmo, senão quando convocado por Deus, como aconteceu com
Arão.
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5 Assim, também Cristo não se
glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas glorificou aquele
que lhe disse: Tu és meu Filho, hoje te gerei.
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Da mesma forma, Cristo não
tomou para si a glória de se tornar sumo sacerdote, mas Deus lhe disse:
"Tu és meu Filho; eu hoje te gerei".
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Desse mesmo modo, Cristo não
buscou para si próprio a glória de se tornar sumo sacerdote, mas foi Deus
quem lhe declarou: “Tu és meu Filho; Eu hoje te gerei”.
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6 Como também diz noutro lugar:
Tu és sacerdote eternamente, segundo a ordem de Melquisedeque.
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E diz noutro lugar: "Tu és
sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque".
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E revela em outra passagem: “Tu
és sacerdote para todo o sempre, conforme a ordem de Melquisedeque”.
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7 O qual, nos dias da sua
carne, oferecendo, com grande clamor e lágrimas, orações e súplicas ao que o
podia livrar da morte, foi ouvido quanto ao que temia.
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Durante os seus dias de vida na
terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, àquele
que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente
submissão.
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Durante seus dias de vida na
terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em clamor e com lágrimas, àquele
que o podia salvar da morte, tendo sido ouvido por causa da sua reverente
submissão.
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8 Ainda que era Filho, aprendeu
a obediência, por aquilo que padeceu.
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Embora sendo Filho, ele
aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu;
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Mesmo considerando o fato de
ele ser o Filho de Deus, aprendeu a obediência por intermédio das aflições
que padeceu;
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9 E, sendo ele consumado, veio
a ser a causa de eterna salvação para todos os que lhe obedecem,
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e, uma vez aperfeiçoado,
tornou-se a fonte de eterna salvação para todos os que lhe obedecem,
|
e, uma vez aperfeiçoado,
tornou-se a fonte de salvação eterna para todos quantos lhe obedecem,
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10 chamado por Deus sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
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sendo designado por Deus sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque.
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tendo sido nomeado por Deus
sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Buscar a maturidade em
Cristo
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11 Do qual muito temos que
dizer, de difícil interpretação, porquanto vos fizestes negligentes para
ouvir.
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Quanto a isso, temos muito que
dizer, coisas difíceis de explicar, porque vocês se tornaram lentos para
aprender.
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Quanto a isso, temos muito que
ensinar, assunto difícil de explicar, especialmente porque vos tornastes
indolentes para aprender.
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12 Porque, devendo já ser
mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais
sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais
que necessitais de leite e não de sólido mantimento.
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De fato, embora a esta altura
já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente
os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e
não de alimento sólido!
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Apesar de que, a essa altura,
já devêsseis ser mestres, ainda estais precisando de que alguém vos instrua
mais uma vez quanto aos princípios elementares da Palavra de Deus. Voltastes
a necessitar de leite, quando já devíeis estar recebendo alimento sólido!
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13 Porque qualquer que ainda se
alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é
menino.
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Quem se alimenta de leite ainda
é criança, e não tem experiência no ensino da justiça.
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Ora, quem precisa alimentar-se
de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça.
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14 Mas o mantimento sólido é
para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados
para discernir tanto o bem como o mal.
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Mas o alimento sólido é para os
adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir
tanto o bem quanto o mal.
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No entanto, o alimento sólido é
para os adultos, os quais, pelo exercício constante da fé, tornaram-se
capazes de discernir tanto o bem quanto o mal.
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Comentário
INTRODUÇÃO
A doutrina
do sacerdócio de Jesus começa a ser exposta a partir de Hebreus 4.14-16. Nessa
seção o autor apresenta Jesus como “o grande sumo sacerdote que penetrou os
céus”. Jesus, portanto, era um Sumo Sacerdote grandioso, misericordioso e
compassivo. Na seção de Hebreus 5.1-10, o autor sacro apresenta de forma
detalhada uma discussão sobre as atribuições e qualificações do sacerdócio. A
intenção dele é mostrar que o sacerdócio de Jesus superou o sacerdócio arônico
e a ordem levítica em grandeza e qualificação. Os sacerdotes humanos eram
cobertos de fraquezas e defeitos e, por isso, pouco podiam fazer pelos homens.
Todavia, Jesus, como Sumo Sacerdote, era de uma ordem superior e perfeita e,
por conta disso, capaz de condoer-se e socorrer os que a Ele recorrem. Por fim,
o autor finaliza censurando os crentes pela ignorância deles frente a uma
doutrina de tão grande relevância. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)
A mais completa descrição de
Jesus com respeito a sua obra redentora é como sumo sacerdote. No Antigo
Testamento o sumo sacerdote levita representava os homens, oferecendo ao Senhor
sangue em benefício dos pecadores. No Dia da Expiação [O Dia da Expiação era uma assembléia solene; um
dia em que o povo jejuava e se humilhava diante do Senhor (16.31). Esta
contrição de Israel salientava a gravidade do pecado e o fato de que a obra
divina da expiação era eficaz somente para aqueles de coração arrependido e com
fé perseverante (cf. 23.27; Nm 15.30; 29.7). O Dia da Expiação levava a efeito
a expiação por todos os pecados e transgressões não expiados durante o ano
anterior (16.16, 21). Precisava ser repetido cada ano da mesma maneira], o décimo dia do sétimo mês de cada ano, o sumo
sacerdote entrava no Santo dos Santos do tabernáculo para fazer expiação pelos
seus próprios pecados e pelos do povo. O autor de Hebreus declara que Jesus
também é um sumo sacerdote (2.17; 3.1; 4.14), e o Zacarias afirma que Jesus
seria tanto sacerdote quanto rei ao mesmo tempo (Zc 6.12-13). Jesus nasceu
judeu, descendente de Davi e, assim, da linhagem da tribo de Judá. Contudo,
Deus escolheu os descendentes de Levi para serem sacerdotes. Assim Jesus,
vivendo sob a Lei de Moisés, poderia ser rei porque era da tribo real (Judá) e
ainda mais da de Davi (veja 2Sm 7.12-16; At 2.29-31). Mas Jesus não poderia ser
um sacerdote segundo a Lei de Moisés porque não era levita. Hebreus, então,
defende que Jesus é sumo sacerdote não segundo a ordem de Arão (Levitico), mas
segundo a ordem de Melquisedeque (5.6,10; 6.20).
“Mas
porque Melquisedeque? Quem foi Melquisedeque? O escritor de Hebreus nota que
ele foi tanto sacerdote como rei de Salém (outro nome de Jerusalém; veja
Gênesis 14.18-20; Hebreus 7.1). Ele também observa que as escrituras do Velho
Testamento dão a Melquisedeque a aparência de ser eterno, não sendo registrado
seu nascimento, linhagem ou morte (7.1-3). Assim, existem algumas semelhanças
entre Melquisedeque e Jesus. Melquisedeque parece continuar para sempre como
sacerdote, porque as Escrituras nunca registram sua morte. Jesus, sendo divino,
vive e serve para sempre como sacerdote (Hebreus 7.23-25). Melquisedeque era
tanto rei quanto sacerdote ao mesmo tempo (que era impossível sob a Lei de
Moisés). Jesus é tanto rei como sacerdote ao mesmo tempo, em cumprimento da
profecia de Zacarias. O autor de Hebreus também observa a conseqüência
inevitável do sacerdócio de Jesus Cristo. Se o sacerdócio for mudado da ordem
de Arão para a de Melquisedeque, necessariamente a lei associada com o
sacerdócio levítico tem que ser mudada. "Pois, quando se muda o
sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei" (7.12). A Lei de
Moisés, associada com o sacerdócio levítico, foi anulada quando o sacerdócio
foi mudado (7.18-19)”. (DVORAK, Allen. Jesus: Perfeito
Sumo Sacerdote. Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/d48.htm. Acesso
em 27 jan, 2018)
Como é importante para a
compreensão de nossa fé conhecermos essa doutrina para que conheçamos melhor a
Cristo o amemos com amor mais verdadeiro e o sigamos com maior empenho. Em
Hebreus ficamos sabendo que Jesus não é aquele que é levado para o sacrifício, mas
ele se oferece em sacrifício perfeito (Jo 10.17,18; Hb 2.17; 3.1; 4.14-16;
6.20). O Seu sacrifício não foi igual àquele dos sacerdotes levíticos que
deveriam repetir o sacrifício todos os anos, Jesus realizou todo o sacrifício
em uma única vez. Ele é o Templo, Ele é o Sacrifício e o Sacerdote ao mesmo
tempo. Seu sacrifício foi perfeito, pois Ele é perfeito. Somente Jesus poderia
realizar tão grande e maravilhoso ato de amor supremo. É por esta razão que não
precisamos de outro mediador, é Jesus que nos conduz em segurança ao Pai
Celeste. Vamos
pensar maduramente a fé cristã?
TÓPICO I - UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À
QUALIFICAÇÃO
1. Por representar melhor os homens diante de Deus. O escritor de Hebreus mostra que o sumo sacerdote
do Antigo Pacto era escolhido dentre seus pares (Hb 5.1). Com essa exposição o
autor quer chamar a atenção para o mistério da encarnação, quando Deus se
humaniza para tratar com os homens. Mesmo porque, como afirma certo teólogo, “é
necessário que um homem seja escolhido para representar homens ao tratar dos
pecados deles contra Deus”. Jesus, nosso Sumo Sacerdote, é quem nos apresentou
diante de Deus. Ao contrário do sacerdócio arônico, que oferecia ofertas e
sacrifícios, Jesus ofereceu sua própria vida como oferta a Deus em nosso favor
(Hb 4.14-16). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)
“Eis aqui pois, a tremenda
verdade. Jesus é o Sumo sacerdote perfeito porque é perfeitamente Deus e
perfeitamente homem; porque conheceu nossa vida pode nos brindar simpatia,
misericórdia e poder; Ele trouxe Deus aos homens e pode levar os homens a Deus”.
(BARCLAY 48). O próprio Antigo Testamento, escrito durante o período do
sacerdócio arônico, predizia que sobreviria uma nova aliança, que tornaria
obsoleto ao antigo pacto, segundo o qual funcionava o sacerdócio arônico (Jr 31.31-34).
“Os sumos
sacerdotes do Velho Testamento, oferecendo sangue pelos pecados do povo, eram,
eles mesmos, realmente pecadores (Hebreus 5:1-3; 7:26-27). Antes que o sumo
sacerdote pudesse fazer intercessão pelo povo no Dia da Expiação, ele tinha que
oferecer um novilho pelos seus próprios pecados. Jesus, contudo, ainda que
tentado, era sem pecado (Hebreus 2:18;4:15;7:26). Ainda mais, Jesus não fica
impedido pela morte em seu serviço como sumo sacerdote. Os sacerdotes do Velho
Testamento, sendo homens, morriam e o serviço de sumo sacerdote era passado ao
próximo homem apontado pelo mandamento da Lei de Moisés. Jesus vive para sempre
e é assim capaz de continuar com seu serviço sacerdotal tanto tempo quanto for
necessário (Hebreus 7:23-25). Até mesmo o local do seu serviço é superior,
sendo um tabernáculo celestial em vez de um físico. Jesus pode entrar na
presença de Deus sem uma nuvem de incenso para protegê-lo porque ele não tem
pecado. Obviamente, o serviço sacerdotal de Jesus é superior em outro ponto
importantíssimo. Jesus não ofereceu diante de Deus o sangue de um animal, um
sacrifício inadequado para o perdão (Hebreus 10:4). Em vez disso, ele ofereceu
seu próprio sangue, assim tornando-se tanto o sacerdote como o sacrifício
(Hebreus 9:11-12, 28)! Pelo fato de seu sacrifício ter sido adequado para o
perdão dos pecados, precisou ser feito somente uma vez, em contraste com os
sacrifícios dos sacerdotes do Velho Testamento, que eram oferecidos ano após
ano (Hebreus 9:12,24-28;10:10-14).” )”. (DVORAK, Allen. Jesus: Perfeito Sumo Sacerdote.
Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/d48.htm. Acesso em 27 jan, 2018)
2. Por compreender melhor a condição humana. Para melhor compreender a condição humana, o autor
prossegue com sua exposição da função sacerdotal. O sumo sacerdote era alguém
tirado de entre o povo e com a capacidade de compreender a condição humana. A
palavra “compadecer-se” (Hb 5.2,3) traduz o termo grego metriopatheia, que
significa escolher um meio termo a fim de se evitar os extremos. Um sacerdote
que trabalhava com as exigências da Lei e, ao mesmo tempo com as fraquezas
humanas, necessitava, a todo momento, evitar os extremos. Isso se tornava mais
emblemático quando ele precisava fazer sacrifícios pelos pecados alheios e os
seus próprios. Ele não poderia ser complacente com o pecado nem tampouco agir
com extrema severidade. Na mente do autor sagrado somente Jesus, o Sumo
Sacerdote perfeito, pôde cumprir esse requisito. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição
5, 4 fev 18)
Uma outra tradução para ‘compadecer-se’ é ‘lidar gentilmente com’.
Por causa de suas próprias tentações e fraquezas, o sumo sacertote levítico
ficou constrangido a moderar a sua indignação contra os pecados de outros e
‘condoer-se’ deles. A compreensão de Jesus é também fortemente motivada, porque
ele identifica-se inteiramente com as lutas de seu povo. Contudo, Jesus nunca
se entregou à tentação (4.15). Cristo não tinha necessidade de se purificar
através de sacrifícios
“Agora o
autor de Hebreus elabora a doutrina que constitui sua contribuição particular
ao pensamento cristão: a doutrina do sumo sacerdócio de Jesus Cristo. [...] O
sacerdote deve ser um com os homens. Deve ter passado pelas experiências do
homem para colocar nele toda sua simpatia. A esta altura o autor de Hebreus
detém-se para advertir — mais adiante mostrará que esta é uma modalidade pela
qual Cristo é superior a todo sacerdote terreno — que o sacerdote terreno é um
com os homens a tal ponto que está sob a necessidade de oferecer sacrifícios
por seu próprio pecado antes de oferecê-lo pelos pecados do povo. O sacerdote
deve ser um homem; deve estar completamente comprometido com a situação humana;
deve estar ligado com os homens pelo vínculo da vida; deve viver com eles e
sentir com eles conhecendo suas alturas e seus abismos. Com relação a isto usa
um termo maravilhoso: metriopathein. Traduzimo-lo que se mostre paciente (NVI: capaz
de se compadecer) mas trata-se em realidade de um desses termos gregos
intraduzíveis. O grego definia sempre a virtude como o meio termo entre dois
extremos. O homem podia cair em qualquer dos dois extremos; no meio estava o
justo e o caminho reto. A virtude para o grego era um equilíbrio, um ponto médio e eqüidistante entre dois
extremos. Desta maneira os gregos definiam a metriopatheia (que é o substantivo
correspondente) como o meio termo entre a tristeza extravagante e a indiferença
absoluta; como a virtude pela que o homem sente da maneira devida.” (BARCLAY, William, HEBREUS. Teologia
Sistemática. Pág 50, 51. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/368427473/hebreus-pdf.
Acesso em 27 jan, 2018)
3. Pela posição que exerceu. Não era sumo sacerdote quem quisesse ser, mas
aquele a quem o Senhor chamasse (Hb 5.4). O contexto deixa claro que a palavra
“honra” tem o sentido de “cargo” ou “posição” e está relacionada ao ministério
sacerdotal ao qual o Senhor delegou a alguém. Ser um ministro do altar era algo
extremamente honroso, de grande importância e de muita responsabilidade. Tanto
Arão como seus filhos foram escolhidos diretamente por Deus para esse
ministério (Êx 28.1; Sl 105.26). Jesus, nosso Sumo Sacerdote, em tudo foi
superior e mais honrado do que Arão visto pertencer a uma ordem sacerdotal
superior e haver sido enviado do céu para essa missão. (LB CPAD, 1º Trim 2018,
Lição 5, 4 fev 18)
Os sacerdotes levíticos não foram
escolhidos por homens, nem poderia se eximir de suas funções, foi o próprio
Deus quem chamou Arão para ser ele próprio o Kohen Gadol - o Sumo Sacerdote, e seus descendentes para o ofício
sacerdotal, nenhum outro poderia exercê-lo (Êx 28.1), somente aqueles a quem o
Senhor chama. As funções sacerdotais de Cristo envolvem as realidades
celestiais, mas as dos descendentes de Arão dizem respeito somente a símbolos
terrenais.
“A terceira
qualidade essencial do sacerdote é a seguinte: ninguém se destina a si mesmo ao
sacerdócio; sua nomeação provém de Deus. O sacerdócio não é um ofício que o
homem assume, mas sim um privilégio e uma glória ao que é chamado. O ministério
de Deus entre os homens não é um ofício ou uma carreira, mas sim uma vocação e
um chamado. A pessoa deveria ser capaz de olhar para trás e dizer, não "eu
escolho este trabalho", mas antes, "Deus me escolheu e me concedeu
desempenhar este trabalho". E agora o autor de Hebreus passa a demonstrar
como cumpre Jesus Cristo as grandes condições do sacerdócio. (1) Em primeiro
termo considera que Jesus não escolheu sua missão. Deus o escolheu para ela. No
batismo, Jesus ouviu a voz que lhe dizia: “Tu és meu Filho, eu, hoje, te
gerei.” (Salmo 2:7). (2) Jesus atravessou pelas experiências mais amargas dos
homens e entende a humanidade em toda sua fortaleza e sua fraqueza. O autor de
Hebreus tem quatro grandes pensamentos sobre Jesus. (a) Lembra a Jesus no
Getsêmani. Pensa nisto quando fala de suas
preces e súplicas, de suas lágrimas e seu clamor. A palavra usada para
clamor tem muito significado. O termo grego krauge designa esse clamor que o
homem não tenta expressar, mas sim que arranca quase involuntariamente de seu
ser pela angústia e agonia de alguma tremenda tensão ou alguma dor
dilaceradora. De modo que, o autor de Hebreus diz que não existe agonia do
espírito humano pela qual Jesus não tenha
passado. Os rabinos tinham o dito: "Há três tipos de súplica uma
mais elevada que a precedente: oração, clamor e lágrimas. A oração faz-se em silêncio;
o clamor em alta voz; mas as lágrimas superam tudo". Não há porta através da qual as lágrimas não passem.
Jesus Cristo conheceu até a oração desesperada das lágrimas. (b) Jesus aprendeu
de todas as experiências humanas pelas que aconteceu as enfrentou a todas com
reverência. A frase grega traduzida "por isso padeceu aprendeu..." é
um trocadilho: emathen afjon epathen . Este é um pensamento corrente entre os
escritores gregos: sempre ligam mathein , aprender, e pathein , sofrer. Tosquio, o mais antigo dos
grandes dramaturgos gregos, tem incessantemente o texto: "a aprendizagem
vem do sofrimento" (pathei mathos). Chama o sofrimento uma sorte de graça
brutal dos deuses. Heródoto declarava que estes sofrimentos eram acarista
mathemata, um modo desgraçado de aprender. Um poeta moderno diz dos poetas:
"Aprendemos sofrendo o que ensinamos cantando”. (BARCLAY, William, HEBREUS. Teologia Sistemática. Pág 52, 53.
Disponível em: https://pt.scribd.com/document/368427473/hebreus-pdf. Acesso em
27 jan, 2018)
TÓPICO II - UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO
1. Pela realeza e o propósito pelo qual viveu. Em sua exposição sobre o sacerdócio de Cristo, o
autor combina o Salmo 2.7 com o 110.4. Essas citações servem para o autor sacro
argumentar a favor da filiação divina e da realeza do sacerdócio de Jesus.
Respeitados especialistas em Antigo Testamento ressaltam que o tipo de
“messias” que os judeus da época de Jesus esperavam era de natureza
político-religiosa. Entretanto, os textos dos Salmos mostram que Jesus Cristo
não era um messias político nem meramente religioso, mas o Messias aclamado por
Deus em Salmos 2.7 e reconhecido pelo Pai como Sumo Sacerdote em Salmos 110.4:
o Messias que os cristãos reconhecem como o Filho de Deus, Rei e Sumo Sacerdote
do Novo Pacto. Nosso Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, não glorificou a si
mesmo nem tampouco buscou honra para si, mas exerceu o sacerdócio por meio da
vontade do Pai (Fp 2.5-7). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)
Há várias coisas que o povo judeu
que antecipava a chegada do Messias esperava que ele fosse, com base em
profecias do Antigo Testamento. O Messias seria um homem hebraico (Isaías 9:6),
nascido em Belém (Miqueias 5:2), de uma virgem (Isaías 7:14), um profeta
semelhante a Moisés (Deuteronômio 18:18), um sacerdote da ordem de
Melquisedeque (Salmos 110: 4), um rei (Isaías 11:1-4), o Filho de Davi (Mateus
22:42) que sofreu antes de entrar em sua glória (Isaías 53). Jesus realizou
cada uma destas exigências messiânicas. O que vemos claramente nas narrativas
bíblicas é que os judeus esperavam um Messias libertador político, já que,
naquele tempo, Roma os oprimia. Esperavam alguém para restabelecer o seu
domínio sobre aquela terra.
“A Bíblia revela que o povo Judeu, povo para
o qual Jesus se revelou primeiro, não O recebeu como Messias. O apóstolo João enfatizou
este fato ao declarar: “(Jesus) veio para o que era seu, e os seus não o
receberam” (João 1.11). Pelas Escrituras Sagradas podemos perceber que os
Judeus rejeitaram a Jesus, o tão esperado Messias que os profetas antigos
anunciaram que estava por vir, séculos antes de Seu nascimento. Entretanto, se
o povo de Israel estivesse atento as profecias das Escrituras a respeito do
Messias, certamente eles não O teriam rejeitado. [...]Na verdade o povo Judeu
esperava um Messias guerreiro, com grande poder militar e político. Os Judeus
esperavam um Messias que viria libertá-los do domínio político e social que o
Império Romano exercia sobre Israel. Porém, a Bíblia mostrava que o Messias
viria primeiramente como Servo, estabelecendo um Reino Espiritual (Isaías
42.1-7). Por isso que há 2000 mil anos Jesus veio ao mundo para exercer domínio
espiritual e não político (João 18.36). Jesus não veio Se rebelar contra o
Império Romano, mas cumprir a Sua missão expiatória.” (A História de Israel:
guerras e conflitos. Disponível em: http://www.cacp.org.br/a-historia-de-israel-guerras-e-conflitos/.. Acesso em: 27 jan, 2017)
Os judeus do tempo de Jesus esperavam
um ‘salvador político e cultural’, não um Salvador do pecado. Na verdade, o que
estes líderes judeus esperavam era um líder que os libertasse do jugo de Roma e
estabelecesse Sião como a capital do mundo (At 1.6). Eles não conseguiam
enxergar como o manso e humilde Jesus poderia fazer isso.
Jesus, sendo Deus desde a
eternidade, tornou-se homem para sofrer a morte e servir como o nosso Sumo
Sacerdote (Hb 2.9). Como homem, Ele estava sujeito a todas as fraquezas e
tentações às quais também somos a fim de poder pessoalmente Se relacionar
conosco em nossas dificuldades (Hb 4.15). Jesus é maior do que qualquer outro
sacerdote, por isso é chamado do nosso "Grande Sumo Sacerdote" em
Hebreus 4.14, o que nos dá a coragem de vir ao "trono da graça com toda a
confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude
no momento da necessidade" (Hb 4.16). (GOTQUESTIONS)
2. Pela vida santa que possuía. A primeira parte do versículo sete do capítulo
cinco de Hebreus é usada pelo autor sacro para se referir à vida piedosa de
Jesus. Intercessão, compaixão, oração e súplicas são qualidades presentes em um
verdadeiro sacerdote. O autor destaca que os fatos por ele levantados
aconteceram quando Jesus ainda exercia seu ministério terreno, revelando dessa
forma o seu viver santo. Os intérpretes destacam que esses fatos estão
relacionados com a oração de Jesus no Getsêmani (Mc 14.33-36), conforme narra
os Evangelhos e serve para mostrar que um sacerdote assim, santo, piedoso e
compassivo, é capaz de condoer-se das fraquezas humanas e dos que sofriam. (LB
CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)
“A
declaração principal acerca da vida humana de Jesus diz respeito às Suas
poderosas orações. As duas palavras usadas para isto; orações e súplicas, são
estreitamente ligadas entre si, mas não deixa de haver distinção entre elas. A
primeira (deèsis) é a palavra neotestamentária geral para as orações, mas a
última (hiketêria) tem um elemento mais forte de súplica e é derivada da antiga
prática de estender um ramo de oliveira como sinal de apelo. Estas são palavras
notáveis para descrever a oração do Filho ao Pai, mas demonstram o quão
completamente identificado Ele está com Seu povo. O forte clamor e lágrimas
parecem ser uma alusão inegável à agonia de Jesus no jardim de Getsêmane, onde
Suas orações foram acompanhadas por um suor de sangue, revelando a intensidade
interior da luta pela qual passava. Os relatos nos Evangelhos não mencionam as
lágrimas, mas estas não estariam fora de harmonia naqueles relatos. Aquele que podia
chorar ao lado do túmulo de Lázaro não estaria longe de poder expressar-Se de
modo semelhante noutras ocasiões de profunda emoção. Embora as lágrimas geralmente
sejam consideradas um sinal de fraqueza, não deixam de ter propriedades
curativas. Nosso Sumo Sacerdote não estava tão alto acima de nós que as
lágrimas estivessem distantes dEle nas ocasiões em que Sua mente estava
cruelmente aflita”. (GUTHRIE, Donald. A Carta aos Hebreus - Introdução
e Comentário por - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa
Editora Mundo Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 20 jan, 2018).
Em Hebreus 5.1 o autor demonstra que o nosso Sumo
Sacerdote, mesmo provindo de uma linhagem especial, encarnou-se, tomando a
forma de homem, como vemos no Evangelho de João (1.14): “E o verbo se fez carne...”. (cf. Ap 19.13). No versículo 7 a
Escritura diz que Jesus clamou a Deus, com “lágrimas, orações e súplicas ao que
o podia livrar da morte”. Em João 11.35 está escrito que Jesus chorou, mas
aquela não foi a única vez, como atesta o v.7. É por isso que Jesus entende de
lágrimas e, um dia, como Deus, enxugará dos olhos toda a lágrima (Ap
7.17;21.4).
3. Pela submissão que demonstrou. A expressão “foi ouvido quanto ao que temia” (Hb
5.7, ARC) é traduzida na Almeida Revista e Atualizada (ARA) como “tendo sido
ouvido por causa da sua piedade”. A razão da diferença nas traduções é a
palavra eulabeia usada pelo autor. Essa palavra só aparece duas vezes no Novo
Testamento grego e as duas ocorrências encontram-se em Hebreus: uma aqui no
capítulo 5 e outra em Hebreus 12.28. Em Hebreus 12.28, tanto a ARC como a ARA
traduzem como “reverência”. Não há dúvida que este último sentido deve ser
mantido aqui. Eulabeia, portanto, mantém o sentido de um temor piedoso e
reverente. O viver temente de Jesus o conduziu a suportar o sofrimento em favor
da humanidade e, dessa forma, a completar a obra expiatória em favor de todos. (LB
CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)
STRONG 2124: ευλαβεια eulabeia, de eulabes (que reverencia a Deus, piedoso,
religioso):
1) precaução, circunspeção,
prudência, discrição
1a) fuga
1b) distância prudente
2) reverência, veneração
2a) reverência a Deus, temor
divino, piedade
3) medo, ansiedade, temor.
“piedade... não fica imediatamente claro como
as palavras devem ser compreendidas. Muitos comentaristas consideram que a
forma das palavras significa que Sua piedade — Sua Paixão — foi transformada em
meio para lançar fora todo o medo. As palavras, no entanto, pareceriam ser uma
alusão mais direta à agonia no jardim, onde o clímax era a aceitação da vontade
divina por Jesus (“contudo, não se faça a minha vontade, e, sim, a tua”), e
neste caso a palavra (apo) significaria por causa da (sua piedade). Outro meio
de entender a mesma preposição seria o significado mais usual “fora de,” o que
daria o significado: “liberto do seu temor piedoso,” mas este pensamento parece
estranho ao contexto. O escritor toma cuidado com a palavra que emprega para
expressar temor (eulabeia - piedade, ARA) e não usa a palavra mais comum
(phobos). De fato, é só nesta Epístola, em todo o Novo Testamento, que ocorre
esta palavra (cf. também 12.28 onde o significado é “reverência”). Sobre seu
uso aqui, Westcott observa: “mais comumente expressa a reverente e bem-pensada hesitação
de ser demasiadamente atrevido, que é compatível com a verdadeira coragem.”48 A
idéia, portanto, é aplicável à experiência do Getsêmane. Tem sido imaginado que
um problema surge pelo fato de os relatos nos Sinóticos declararem que a oração
no Getsêmane, pedindo a remoção do cálice, não foi feita assunto de insistência
até ao fim. Em que sentido, portanto, Jesus foi ouvido? A resposta acha-se,
decerto, na Sua perfeita aceitação da vontade divina”. (GUTHRIE, Donald. A Carta aos Hebreus - Introdução e Comentário por -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo
Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 20 jan, 2018).
“Ainda que era Filho, aprendeu a obediência, por aquilo que padeceu”
(Hb 5.8). Ele, sendo divino, obedeceu a Deus. A prova suprema da obediência de
Cristo foi a sua paixão e morte. Quando Lucas diz que Jesus crescia em
sabedoria (2.52), quer dizer que por um processo progressivo demonstrou pela
Sua obediência à vontade do Pai um processo contínuo de tomar a vontade de Deus
Sua própria, chegando ao seu clímax na Sua maneira de abordar a morte.
TÓPICO III - UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO
À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA
1. Uma doutrina transcendente. A última parte da seção de Hebreus 5.11-14 forma
um parêntese feito pelo autor para chamar a atenção da importância teológica
que possuía essa doutrina — o sacerdócio de Jesus Cristo. A compreensão dessa
doutrina era de suma importância para o viver cristão, mas a falta de
crescimento por parte dos leitores tornava difícil para o autor torná-la
compreendida. Era uma doutrina que transcendia em muito aqueles princípios
formadores da fé cristã. Requeria maturidade, o que só teria sido possível se
eles exercitassem suas mentes na meditação da Palavra. (LB CPAD, 1º Trim 2018,
Lição 5, 4 fev 18)
“Quando diz:
A esse respeito temos muitas coisas que dizer, e difíceis de explicar,
refere-se especialmente ao tema de Melquisedeque, que não deve ter sido um dos
temas mais familiares no judaísmo contemporâneo, embora haja alguma menção dele
nos escritos de Filo, e nos documentos de Cunrã. Pode ser notado aqui que um
relacionamento direto e' pressuposto entre a condição espiritual e o
entendimento. Este último não é meramente uma questão de intelecto. A
dificuldade é essencialmente um problema de comunicação, como expressar
verdades de uma maneira que fique dentro do alcance dos leitores.
Indubitavelmente, o problema que o escritor enfrenta é enfrentado por todo
expositor da verdade divina. (GUTHRIE, Donald. A Carta aos Hebreus - Introdução e Comentário por -
Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo
Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 20 jan, 2018).
As verdades concernentes ao
sacerdócio de Cristo, segundo a ordem de Melquisedeque, requerem exposição
muito detalhada (V. 11). Tais verdades são alimento sólido (12-14), que só pode
ser compreendido ou digerido pelos que já estão espiritualmente maduros. O
assunto inteiro, portanto, era difícil de ser esclarecido para aqueles leitores
particulares visto que, embora já fossem Cristãos há bastante tempo, se tinham
tornado relaxados e atrasados em sua resposta à palavra dada por Deus. Note-se
os termos tardios em ouvir (Hb 5.11) e indolentes (Hb 6.12); Os oráculos de
Deus (Hb 5.12) provavelmente são palavras que, neste contexto, significam o
Evangelho, cujos rudimentos são indicados em Hb 6.1-2. Essa mensagem e as
Escrituras do Antigo Testamento são assim reputados ambos como declarações
proferidas por Deus. Cfr. Rm 3.1-2; 1Pe 1.23-25. Nos vers. 13 e 14, note-se o
detalhado contraste entre os dois tipos (“adultos” e “bebês”), suas respectivas
condições (“faculdades exercitadas” e “inexperiente”), e suas respectivas
dietas (“alimento sólido” e “leite”).(BIBLIOTECABIBLICA)
2. Uma doutrina essencial. Se por um lado essa doutrina era por natureza
transcendente, por outro, formava o âmago da fé cristã. A sua compreensão traz
substância à nossa fé. Não era de admirar que os hebreus estavam indolentes,
desanimados e fracos. Não possuíam uma fé substancial (Hb 5.13,14). Quando não
se tem maturidade suficiente na vida cristã fica difícil e, às vezes,
impossível de se fazer escolhas acertadas. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4
fev 18)
Em Hebreus 5.13,14 o autor usa de
metáfora para explicar a fraqueza de fé dos seus leitores bem como o desinteresse
deles em buscarem a maturidade espiritual. O cenário aqui é o mesmo dos nossos
dias, nossas igrejas são um misto de ‘graus de maturidade’. O crente que não
busca desenvolver seus talentos na obra de Deus, vai sempre depender dos
outros, como se fosse criança recém-nascida e nunca vai alcançar o pleno
amadurecimento na fé.
“O cristão “de leite” é aquele que é inexperiente na palavra da justiça,
expressão esta que merece comentário. Em primeiro lugar, a palavra
“inexperiênte” (apeiros) significa literalmente “não provado,” e daí,
“inexperiente,” e sugere que a falta de perícia estava ligada com a falta de
prática. É uma situação distinta de um estado de completa ignorância. As coisas
de Deus exigem algo mais do que um mero conhecimento casual. O escritor não
hesita em colocar seus leitores na categoria do leite. Nunca chegaram a
desenvolver as habilidades necessárias”. (GUTHRIE)
A idéia da maturidade
está ligada com a perfeição, embora certamente não esteja identificada com ela
a não ser no caso de Cristo. A maturidade aqui é vista como o desenvolvimento
desejável a partir da infância espiritual. Esta é uma idéia familiar nas
Epístolas paulinas (cf.Ef 4.13ss).
CONCLUSÃO
O final do
capítulo quatro de Hebreus e todo o capítulo cinco trazem aspectos relevantes
sobre o sistema sacerdotal nos dias bíblicos. Vimos que o autor apresentou,
primeiramente, as qualificações que eram exigidas para um sacerdote e depois as
contrastou com o Sumo Sacerdote perfeito, Jesus. O Filho de Deus viveu toda a
nossa condição humana e, como sacerdote perfeito, está habilitado para
interceder por nós. Esta é uma doutrina que todos devemos conhecer bem. (LB
CPAD, 1º Trim 2018, Lição 5, 4 fev 18)
A Lei previa a possibilidade de
erro ou pecado por parte dos sacerdotes (v.3; Lv 4.3). O próprio sumo sacerdote
Arão tinha a orientação de Deus para oferecer sacrifícios não só pelo povo (Lv
16.15 ss.), mas por si próprio (Lv 16.11-14). Enquanto o sumo sacerdote do
Antigo Testamento estava sujeito a pecar, Jesus nunca pecou. Ele é perfeito.
Satisfez todas as condições para o perfeito sacerdócio. Foi ungido como Rei,
como Filho (Sl 2.6,7); e Sacerdote Eterno (Sl 110.4); foi enviado por Deus (Jo
5.30); veio em nome do Pai (Jo 5.43). Jesus não se glorificou a si mesmo para
fazer-se sumo sacerdote (v.6). Diante de todas essas qualificações, o Mestre
nunca ofereceu sacrifícios por si próprio. Ele deu-se a si mesmo por nossos
pecados (Gl 1.4). O escritor aos hebreus faz referência a dois textos bíblicos
no livro de Salmos para demonstrar o caráter especial do sacerdócio de Cristo:
um sacerdócio que não tem fim: “Tu és meu filho; hoje te gerei” (Sl 2.7); e “Tu
és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4). Jesus
Cristo no céu é o nosso eterno Sumo Sacerdote, sempre intercedendo por nós
perante a face de Deus.
A POSIÇÃO DE CRISTO NO
CÉU
1. “Um sumo sacerdote
tal…” (v.1a). Com esta expressão, a Palavra de DEUS visa mais uma vez enfatizar
a singularidade de CRISTO como Sumo Sacerdote, destacando-o e diferenciando-o
dos sumo sacerdotes comuns, frágeis, mortais, da Antiga Aliança. A expressão
“tal”, aqui, evidencia a incapacidade das palavras humanas para descrever a
grandeza de CRISTO. É o que ocorre também em Jo 3.16 (de “tal” maneira).
2. “Assentado nos céus”.
Esta expressão que também aparece em 1.3; 10.12 e 12.2, indica CRISTO, como
Sumo Sacerdote perfeito, que realizou sua obra de tal forma que tem o direito
de assentar-se no seu trono, ao lado direito do Pai. Já os sacerdotes do Antigo
Pacto não podiam assentar-se, pois sua obra nunca terminava. Por isso nunca são
descritos como sentados.
3. “À destra do trono da
majestade” (v.1b). CRISTO, à direita de DEUS, está na posição da mais alta
honra, nos
céus. Em Mc 16.19, está
escrito: “Ora, o Senhor, depois de lhes ter falado, foi recebido no céu e
assentou-se à direita de DEUS”. JESUS
CRISTO é o único ser que tem essa posição de extremo destaque nos céus.
Tal verdade nos é transmitida, para que saibamos que o nosso mediador não é um
ser celeste qualquer, mas aquele que tem posição de honra, única e destacada,
diante de DEUS. As nossas orações são levadas a Ele, que por nós intercede
junto ao Pai. (http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao7-jc-osacerdocioeternodecristo.htm)
“... corramos, com perseverança, a
carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da
fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2018