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Lição 2
14 de Janeiro de 2018
Uma Salvação Grandiosa
Comentário
INTRODUÇÃO
O autor dá
início à seção de Hebreus 2.1-18 com uma forte exortação. Era necessário por
parte dos crentes maior firmeza em relação as coisas espirituais. O que o autor
observava entre eles era certa letargia e negligência diante de um fato de tão
grande importância como é a salvação. Nesse aspecto a resposta devia ser dada
por meio do retorno às verdades anteriormente ouvidas e que haviam sido
esquecidas. Isso era de suma importância porque evitava que algum deles viesse
a se desviar. De fato, o vocábulo grego usado pelo autor—pararreo—.traduzido
como "desviar", significa originalmente "perder o rumo". O
termo era usado também em relação a um barco que acidentalmente era desancorado
e lançado à deriva em alto mar. No pensamento do autor só havia uma maneira de
manter-se no rumo certo: ancorando o barco no porto seguro, Jesus. (Lições
Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
O primeiro capítulo de Hebreus
afirma, claramente, a superioridade de Jesus sobre profetas e anjos. O capítulo
2 estabelece a superioridade da mensagem de Cristo. Um contraponto com o que
foi mostrado no capítulo um onde a mensagem transmitida por anjos não podia ser
tratada com desdém e desprezo, o que dizer, então, da palavra do Senhor Jesus
quando rejeitada ou desprezada? A Tão Grande Salvação já foi referida em 1.14 e
agora vem uma advertência contra a negligência (2.1-4). A salvação é através do
Filho exaltado e ungido. Como assevera o Comentário Biblico Moody:
“[...] Por
esta razão relaciona-se com o Filho e também com a salvação que Ele concede. Às
verdades ouvidas. O Evangelho, que fornece um ponto fixo ao qual os crentes
podem recorrer. Só aqui existe um lugar seguro. Nada deve ter a permissão de
fazer que nos desviemos (pararyomen) desse ponto fixo de segurança. Nenhuma
calamidade, influência, força ou circunstância deveria ser tolerada se
enfraquece a nossa esperança de salvação. Um barco sem piloto lançado no meio
de um rio desvia-se do seu ponto de atracamento sendo levado para a margem
oposta pela correnteza que opera. Assim as correntezas da vida operam contra
nós se não nos apegar (mos). Esta é uma advertência dirigida especificamente
àqueles por causa de quem a epístola foi escrita, significando que a
advertência foi necessária.” Hebreus (Comentário Bíblico Moody). Disponível em:
http://www.ibanac.com/wp-content/uploads/2016/01/58Hebreus.pdf. Acesso em 6 jan,
2018
Destaca-se, ainda, que o escritor
da carta faz advertências aos seus leitores, como já vimos na lição 1, crentes
que estavam pensando em voltar ao judaísmo por causa da grande perseguição.
Estas advertências são duras e mostram que é possível para o crente ser
condenado eternamente em caso de negligência e abandono ao Senhor (2.1-4; 3.7-4.13;
5.11-6.20; 10.19-39; 12.25-29). Vamos pensar
maduramente a fé cristã?
TÓPICO
l - UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA
1. Testemunhada pelo Senhor. O autor faz um contraste entre as alianças do
Sinai e do Calvário. Enquanto a Antiga Aliança foi intermediada por anjos
(v.2), a Nova Aliança tinha Jesus, o Filho de Deus, como seu mediador. O autor,
então, faz uma analogia entre as duas Alianças para que o contraste entre ambas
fique bem definido. Foi Jesus, o Filho de Deus, e não os anjos, que anunciou
essa tão grande salvação. Por serem mediadores da Lei, os anjos despertavam
grande estima e respeito dos judeus por eles. Se uma Aliança firmada na Lei, mediada
por anjos, imperfeita e transitória, requeria obediência por parte dos crentes,
muito mais a Nova Aliança que é perfeita e eterna. Se quem não observava os
princípios do Antigo Pacto, quebrando os seus preceitos, era punido de forma
dura, que castigo merecia quem ultrajava a Nova Aliança, que em tudo era
superior? (Lições Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
O autor da carta defende a idéia
da superioridade de Jesus sobre profetas e anjos usando uma forma de argumento
que aparecerá várias vezes. No Antigo Testamento, os que foram desobedientes à Lei
de Moisés entregue pelos anjos, foram justamente punidos; assim, Jesus sendo
superior aos anjos, é ainda mais certo que a desobediência de sua lei será
punida (veja 2.2-4). A Lei foi vindicada por intermédio de severos juízos (Lv
10.1-7; Nm 16; Js 7).Tinha as suas penalidades que eram fielmente cumpridas. Sendo
este o caso, como escaparemos nós se negligenciarmos esta salvação? Não é só o
fato de rejeitar a mensagem do Evangelho, mas inclusive, negligenciá-lo, não
cuidar; não cuidar de nossa salvação é “encará-la de modo leviano” (veja Mt
22.5); é não “dar-lhe o devido valor” (veja 8.9). Quão mais severo será o
castigo divino para estes?
Agora veja os versículos 6 a 8.
“O escritor cita Salmo 8, uma passagem que observa
que o homem foi criado um pouco mais baixo do que os anjos. Este fato,
provavelmente, levantou uma questão na mente de seus leitores. Se Jesus é
superior aos anjos, por que ele tomou a forma de um homem, que foi feito
inferior aos anjos? A resposta a esta pergunta é encontrada no papel redentor
que Jesus desempenha. O homem precisa de um mediador entre Deus e si mesmo.
Porque Jesus sofreu e foi tentado como são os homens neste mundo, ele pode,
portanto, ajudar os homens como um misericordioso e fiel Sumo Sacerdote (2.17-18).
O autor de Hebreus voltará ao assunto do sumo sacerdócio de Jesus para uma
extensa discussão, mais tarde neste livro. Neste capítulo, contudo, ele afirma
que Jesus tinha que se tornar como seus irmãos, de modo a servir como Sumo
Sacerdote. Ele tinha que tomar um corpo humano para experimentar a morte por
todos os homens. Através de sua morte e ressurreição, ele derrotou Satanás, que
tem o poder da morte (2.14). Ele tinha que se tornar como os homens, isto é, partilhar
da carne e do sangue (2.14), porque dá ajuda aos homens, e não aos anjos (2.16).
Deus seja louvado por termos um Sumo Sacerdote que entende nossa situação!” (DVORAK. Allen, O Livro de Hebreus.
©1996. Estudo Textual: Hebreus 2.1-18 Jesus: Feito como seus Irmãos. Disponível
em: https://www.estudosdabiblia.net/hebreus.htm#Hebreus 2:1-18. Acesso em 6 jan,
2018)
Observe que o termo
‘salvação’ se aplica à doutrina, se Deus quer que todos os homens sejam salvos
através do Evangelho, assim também, quando essa mensagem é negligenciada, se
rejeita toda a salvação divina. Não há outro meio pelo qual importa sejamos
salvos “Porquanto ele é o poder de Deus
para a salvação de todo aquele que Crê” (Rm 1.16).
2. Proclamada pelos que a ouviram. Essa salvação grandiosa foi primeiramente anunciada
pelo Senhor e, posteriormente, por "aqueles que a ouviram" (Hb 2.3).
Fica evidente nesse texto que o autor não foi uma testemunha ocular dos feitos
de Jesus, mas recebera a Palavra por meio dos que a "ouviram". Mesmo
não tendo recebido a Palavra de Deus diretamente do Senhor, o autor não tem
dúvida que a mensagem apostólica era essencialmente a mesma Palavra de Deus.
Esse fato deveria fazer com que os crentes fossem mais diligentes na
observância dos preceitos neotestamentários. De fato, a palavra bebaioô, aqui
traduzida como "confirmar", tem o sentido de algo que transmite
segurança e confiança. Em outras palavras, o que o Senhor anunciou e que,
posteriormente, foi proclamado por testemunhas oculares, deve servir de fundamento
da nossa fé. (Lições Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
O autor da carta agora reforça o
fato de que a mensagem que receberam é de fato a mensagem de Jesus, ainda que
não a tenham ouvido dos lábios do Messias, a quem a maioria jamais chegou a
conhecer, podiam ter a certeza de que a doutrina que lhes foi ensinada por
outros procedia de Cristo. O Comentário Bíblico Moody assevera:
“O próprio
Deus alia-se ao testemunho por meio de sinais (semeia), prodígios (terata) e
milagres (poderes, dynameis). Estas são as evidências confirmantes que de modo
nenhum não devem ser desconsideradas na avaliação do Evangelho. Estas
evidências foram ainda mais ampliadas pela concessão de distribuições aos
crentes por intermédio do Espírito Santo.” Hebreus (Comentário Bíblico Moody).
Disponível em: http://www.ibanac.com/wp-content/uploads/2016/01/58Hebreus.pdf.
Acesso em 6 jan, 2018
Assim, é garantido que Deus
estava em Cristo e no Evangelho, motivo pelo qual a mensagem proclamada pelos
que a ouviram deve ser levada a sério. Negligenciar é incorrer na ameaça de
juízo. Desse fato, insisto, que não há outra maneira pela qual o homem seja
salvo.
3. Confirmada pelo Espírito Santo. A mensagem, que primeiramente fora anunciada pelo
Senhor e testemunhada pelos que a ouviram, foi instrumentalizada pelo Espírito
Santo. Nesse aspecto, as traduções — "distribuições feitas pelo Espírito
Santo" ou "distribuições do Espírito Santo" (Hb 2.4) — expressam
bem o que o autor quis dizer. O Espírito Santo é o agente por trás de cada
milagre e sinal operados na história do povo de Deus, tanto do passado quanto
do presente. O autor quer chamar a atenção de seu público leitor mais uma vez
para a importância da mensagem recebida, ou seja, ela fora também testemunhada
de uma forma concreta e palpável pelo Espírito Santo por intermédio da
distribuição de seus muitos dons. (Lições Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
O autor tem um alto conceito da
atividade do Espírito, e esta primeira menção dEle será seguida por várias
outras declarações importantes (3.7; 6.4; 9.9,14; 10.15,29). No verso 4 lemos
que "dando Deus testemunho
juntamente com eles, por sinais, prodígios e vários milagres e por
distribuições do Espírito Santo, segundo a sua vontade". ‘Sinais,
prodígios
e vários
milagre’
são termos usados no Novo Testamento para descrever os milagres especiais que
Deus usou para demonstrar a autoridade do Salvador (veja At 2.22), bem como
para atestar os ministérios dos apóstolos e de Estêvão (At 6.8; 14.3; Rm 15.19;
2Co 12.12). Ao longo da história, Deus vem manifestando o mesmo poder, para o
bem da humanidade, mas sobretudo para a salvação das pessoas.
TÓPICO
II
- UMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA
1. Por intermédio da humanização do Redentor. Na seção vv.5-9, o autor toma o Salmo 8 como pano
de fundo de seu argumento (SI 8.4-6). Nesse aspecto, ele segue a Septuaginta
que usa o termo "anjo", em vez do texto massorético, que traz a
palavra "Deus". Na mentalidade judaica, da qual o autor participa, o
homem foi feito como coroa da criação e a ele foi confiado todo o domínio.
Todavia, devido à queda, esse domínio fora perdido. Na mente do autor dessa
Escritura, portanto, o Salmo 8 não pode se aplicar a Adão, nem tampouco a raça
pós-queda, mas a Jesus, o Messias, que por meio da cruz, veio restaurar a
humanidade caída. (Lições Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
O autor de Hebreus usa o salmo 8
como apoio do seu grande argumento, dizendo: “Que é o homem, que dele te lembres? Ou o filho do homem, que o visites?
Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos, de glória e de honra o coroaste.
Todas as coisas sujeitaste debaixo dos seus pés. Ora, desde que lhe sujeitou
todas as coisas, nada deixou fora do seu domínio. Agora, porém, ainda não vemos
todas as coisas a ele sujeitas” (Hb 2.6-8). Foi Jesus quem cumpriu
plenamente em Sua vida a mensagem do salmo 8, usado como argumento pelo autor
de Hebreus. Paulo diz: “A si mesmo se
humilhou, tornando-se obediente até a morte e morte de cruz”. Em uma boa
hermenêutica, não podemos deixar fora o texto de Filipenses 2.5-11, que trata
da humilhação e exaltação de Cristo.
“ O escritor
passa agora a lembrar seus leitores de que, apesar da posição de dignidade dos
anjos, não é a eles que o mundo vindouro será sujeitado. Isto, também, visa
ressaltar a superioridade do Filho, conforme demonstra a citação do Salmo
8.4-6. O pensamento-chave é que Deus sujeitou, isto é, Ele tomou a iniciativa.
O sujeito da sentença não está presente no grego, mas claramente é transportado
do v. 4, conforme demonstra a palavra inicial Pois (gar); e deve, portanto, ser
Deus. O significado de o mundo que há de vir é questão de debate. A expressão
grega (hè oikoumenê hè mellousa) pode ser entendida de várias maneiras, como,
por exemplo, (i) a vida do porvir, (ii) a nova ordem inaugurada por Jesus
Cristo, isto é, o cumprimento da “era vindoura” tão esperada, que agora veio no
reino de Deus presente, ou (iii) o fim da era atual.” (GUTHRIE, Donald.Hebreus introdução e comentário – Ed
Vida Nova e Mundo Cristão. Disponível em: https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 6 jan, 2018)
2. Por meio do sofrimento do Redentor. Para um judeu do primeiro século era escandalosa a
ideia de um Messias sofredor. Como então assegurar que Jesus era superior aos
anjos se Ele morrera em uma cruz? O autor de Hebreus usa o versículo cinco do
Salmo 8 para explicar esse aparente paradoxo. Sim, argumenta ele, Jesus de fato
foi feito um "pouco" menor do que os anjos por causa da sua
humanização. Os intérpretes entendem que as palavras "pouco" e
"pouco tempo" (Hb 2.7,9) podem denotar posição ou tempo. Em outras
palavras, Jesus se tornou "menor" que os anjos enquanto vivia os
limites da condição humana e experimentou o sofrimento advindo desse estado de
humilhação. Todavia, foi por meio deste mesmo sofrimento de Cristo que os
homens tornaram-se livres. (Lições Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
O autor de Hebreus vê um
cumprimento do Salmo 8 de uma maneira que os judeus nunca previram. O mesmo
Salmo é citado por Jesus (Mt 21.16) e Paulo (1 Co 15.27), ambos de uma maneira
que indica que seu cumprimento se acha no próprio Jesus.
“Desde os
tempos do apóstolo Paulo, muitos consideravam a pregação sobre a morte de Jesus
uma loucura: “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem”
(1Co 1.18, 23). Não é apenas nos dias de hoje que as pessoas se recusam a
aceitar que Jesus precisava morrer para salvar o mundo. A ideia de que Jesus se
sacrificou para substituir o pecador é rejeitada por muitos como algo
inconcebível, animalesco e desprovido de sentido. Eles argumentam, “Como
poderia Deus matar o seu próprio Filho inocente pelos pecados dos outros? Como
poderia isso ser aceitável diante de Deus? Que Deus é esse que se propõe a
aceitar tal troca?” Daí o esforço antigo e moderno por encontrar outros modos
de salvação, e outros significados para a morte de Jesus..” (LIMA, Leandro. A morte do Mediador. Disponível em: http://ipsantoamaro.com.br/artigos/a-morte-do-mediador.html.
Acesso em 6 jan, 2018)
O mundo descrente rejeita
o sofrimento e a morte que Jesus teve que enfrentar. Mas às vistas de Deus, o
curso de ação de Jesus foi mais apropriado: “Sem derramamento de sangue, não há remissão de pecados”.
3. Por intermédio da glorificação do Redentor. Na mente do autor, Cristo não sofreu para ser
glorificado, mas Ele foi glorificado porque sofreu. Foi por intermédio do
sofrimento que Ele foi "coroado de glória e de honra, [...] para que, pela
graça de Deus, provasse a morte por todos" (Hb 2.9). Para os crentes que
viam no sofrimento algo incompatível com o viver cristão, e que, devido a isso
estavam desanimados, essas palavras serviam de ânimo e consolo. (Lições
Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
O Autor da nossa gloriosa
salvação é Jesus, coroado de honra e de glória por causa do Seu sofrimento e
morte em favor do Seu povo. O resultado do sacrifício e da glorificação de
Jesus é declarado assim:
“[...] para
que, pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem. Posto que provar a
morte é sinônimo de padecer a morte, esta declaração constitui-se em enigma
para o intérprete, e muitas sugestões têm sido feitas. A questão é complicada
por um texto alternativo: chòris (à parte de Deus) ao invés de chariti (pela
graça de Deus), que é passível de várias interpretações.22 Aceitando “graça”
como o texto melhor atestado, a ênfase no provar da morte deve cair sobre seu
resultado, ou seja: “por todo homem.” É importante notar que a morte de Jesus
está relacionada como homem, não somente coletivamente, como também
individualmente. Embora o grego pudesse ser compreendido como sendo uma
referência a “tudo,” ou “todas as coisas,” o pensamento principal na presente
passagem é tão claramente pessoal que “todo homem” é o significado mais
provável.” (GUTHRIE, Donald.Hebreus introdução e comentário – Ed
Vida Nova e Mundo Cristão. Disponível em: https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 6 jan, 2018)
TÓPICO
III
- UMA SALVAÇÃO EFICAZ
1. Vitória sobre o Diabo. Na conclusão de seu argumento o autor mostra os métodos
e os resultados dessa grandiosa salvação. Para que a salvação se efetivasse o
Salvador precisava sofrer e morrer pelos homens. Somente por meio da morte na
cruz, o Diabo, arqui-inimigo dos homens, seria derrotado (Hb 2.14). O autor usa
o verbo grego catargeo para se referir à derrota de Satanás. Esse verbo tem o
sentido de "destronar" ou "tornar inoperante". Por
intermédio da cruz. Cristo destronou e desarmou Satanás das armas que este
possuía. Foi na cruz que Ele despojou os principados e as potestades e nos
garantiu a vitória (Cl 2.15). (Lições Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
A derrota de Satanás e da morte
testifica que a obra expiatória de Cristo foi eficaz. Mas não houve só derrota;
também houve libertação. Embora o medo possa escravizar, e o medo de morrer há
muito que persegue a humanidade, Cristo resolveu o problema com a Sua própria
morte e ressurreição. Ele morreu como homem. Ele participou da carne e do
sangue e assim morreu, mas pela Sua morte veio o livramento. Portanto, o poder
de Satanás foi tornado inoperante (katargeo), e Cristo fez uma expiação pelo
pecado inteiramente satisfatória diante de Deus (Is 53.11). Que grande vitória
é a dEle! E que grande vitória todos os crentes têm nEle! Satanás e a morte
estão derrotados e o temor da morte desapareceu! O homem que é livre em Cristo
é na realidade o mais livre de todos os homens. Hebreus
(Comentário Bíblico Moody.
Disponível em: http://www.ibanac.com/wp-content/uploads/2016/01/58Hebreus.pdf.
Acesso em 6 jan, 2018).
2. Vitória sobre a morte. Com a entrada do pecado no mundo a morte passou a
ser um inimigo temido. Essa arma poderosa era usada por Satanás para manter os
homens debaixo do jugo do medo (Hb 2.15). Todavia, ao morrer na cruz por todos
os homens, Jesus venceu a morte. Os homens continuam a morrer, mas os que o
recebem como Salvador tem a vida eterna, pois a morte não tem mais domínio
sobre eles. (Lições Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
A mais fantástica de todas as
afirmações cristãs é que Jesus Cristo ressuscitou dentre os mortos. Ela força a
nossa credulidade ao limite. Os seres humanos têm tentado da maneira mais
ingênua possível desafiar e negar a morte. Contudo, somente Cristo afirmou
tê-la conquistado, ou seja, tê-la derrotado em sua própria experiência e
destruído seu poder sobre os outros. Em nossos dias, ao menos no Ocidente,
ninguém exemplifica a angústia generalizada, e particularmente o medo da morte,
de maneira mais tragicômica que o cineasta Woody Allen. Ele considera a morte e
a decomposição com terror. Ela se tornou uma obsessão para ele. Na verdade ele
ainda consegue fazer piada sobre o assunto. “Não que eu tenha medo de morrer,
só não quero estar lá quando acontecer” — graceja. Ele chama a morte de algo
“absolutamente assombroso”. Jesus Cristo, porém, resgata seus discípulos desse
horror. Consideremos uma de suas grandes declarações que se iniciam com a
expressão “Eu sou”: “Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim,
ainda que morra, viverá; e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente” (Jo
11.25-26). Esses versículos contêm uma dupla promessa de Jesus a seus
seguidores. Quem crê e vive nunca morrerá, porque Cristo é a sua vida, e a
morte lhe parecerá apenas um episódio trivial. Quem crê e morre, no entanto,
viverá outra vez, porque Cristo é a sua ressurreição. Assim, Cristo é tanto a
vida para aqueles que vivem como a ressurreição para aqueles que morrem. Ele
transforma tanto a vida como a morte. Conta-se que Henry Venn, evangélico
anglicano do século 18, quando foi informado de que estava morrendo, ficou tão
alegre que sua alegria o manteve vivo por duas semanas! Tal atitude destemida e
alegre diante da morte só é possível por causa da ressurreição de Jesus e de
sua vitória sobre a morte. (STOTT, John. A Bíblia Toda, O Ano Todo. Editora Ultimato, 2007. Disponível em:
http://ultimato.com.br/sites/john-stott/2013/03/27/a-vitoria-sobre-a-morte/.
Acesso em 6 jan, 2018).
3. Vitória sobre a tentação. Pela primeira vez na epístola o autor usa a
denominação "sumo sacerdote" em relação a Jesus (Hb 2.17). O tema do
sacerdócio de Cristo será explorado pelo autor com maior profundidade em
passagens posteriores (Hb 3.1; 4.14-16; 5.1-10; 6.20; 7.14-19,26-28; 8.1-6;
9.11-28; 10.1-39). Todavia, aqui o seu uso é justificado no contexto da
identificação de Jesus com seus "irmãos", os salvos. Esse sumo
sacerdote é misericordioso e fiel. Por ter assumido a natureza humana, e se
identificado com os homens nos seus limites, Ele sabe o que é ser tentado e por
essa razão está pronto a ajudá-los. (Lições Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição
2)
Aqui está a primeira menção do assunto que ocupa o
lugar central no argumento da epístola – o ministério de Cristo como sumo sacerdote.
Nesse ofício a humanidade de Jesus está novamente à vista, mas aqui só se deu
uma pista quanto ao significado completo de Cristo como sumo sacerdote. Por
enquanto Ele ministra e socorre os homens tomando-os pela mão. Isto Ele pode
fazer como o Irmão mais velho e como o capitão de sua salvação. Duas palavras
indicam a qualidade auxiliadora da função do sumo sacerdócio. São
misericordioso (eleemon) e fiel (pistos). Para com os homens Cristo é
misericordioso e para com Deus Ele é fiel. Na verdade, a misericórdia e a
verdade encontraram-se nEle. Sua fidelidade percebe-se em Sua firmeza na
tentação, a qual foi parte do Seu sofrimento. Agora Ele é capaz de vir ajudar
todos os que são tentados porque Ele passou pelos mesmos testes e emergiu
vitorioso, e como Homem Ele conhece nossas necessidades. Propiciação pelos
nossos pecados. (Hebreus (Comentário Bíblico Moody).
Disponível em: http://www.ibanac.com/wp-content/uploads/2016/01/58Hebreus.pdf.
Acesso em 6 jan, 2018)
CONCLUSÃO
Por meio da
sua humanização e humilhação Jesus se tornou o legítimo Sumo Sacerdote
representante da humanidade. Os anjos de fato são seres especiais a serviço de
Deus, entretanto, Jesus não veio socorrê-los, mas buscar a descendência de
Abraão, os crentes. Por intermédio de seu sofrimento e morte. Ele pode dar vida
aos que estão mortos. (Lições Bíblicas CPAD, 1º Trim 2018, Lição 2)
O autor de Hebreus declara que
Jesus também é um sumo sacerdote (Hb 2.17; 3.1; 4.14). O profeta Zacarias
predisse que Jesus seria um sacerdote em seu trono, isto é, Jesus seria tanto
sacerdote quanto rei ao mesmo tempo (Zc 6.12-13). Jesus nasceu judeu,
descendente de Davi e, assim, da linhagem da tribo de Judá. Contudo, Deus
escolheu os descendentes de Levi para serem sacerdotes. Assim Jesus, vivendo sob
a Lei de Moisés, poderia ser rei porque era da tribo real (Judá) e ainda mais
da de Davi (veja 2Sm 7.12-16; At 2.29-31). Mas Jesus não poderia ser um
sacerdote segundo a Lei de Moisés porque não era da tribo certa. O escritor de
Hebreus afirma que Jesus era sumo sacerdote segundo uma ordem diferente, não
segundo a ordem de Arão (ou da tribo de Levi), mas segundo a ordem de
Melquisedeque (5:6,10; 6:20). [...] O autor de Hebreus também observa a
conseqüência inevitável do sacerdócio de Jesus Cristo. Se o sacerdócio for
mudado da ordem de Arão para a de Melquisedeque, necessariamente a lei
associada com o sacerdócio levítico tem que ser mudada. "Pois, quando se
muda o sacerdócio, necessariamente há também mudança de lei" (7:12). A Lei
de Moisés, associada com o sacerdócio levítico, foi anulada quando o sacerdócio
foi mudado (7:18-19). A obra sacerdotal de Jesus é explicada pelo escritor de
Hebreus em termos de atos do sumo sacerdote levita no Dia da Expiação.
Exatamente como o sumo sacerdote levita entrava no Santo dos Santos do
tabernáculo, isto é, na presença de Deus, com sangue para fazer a expiação
pelos pecados, assim Jesus entrou no Santo dos Santos com sangue (9:11-12).
Mais ainda, Jesus não ofereceu seu sangue num tabernáculo físico, feito por
mãos humanas. Ele ofereceu seu sangue na presença de Deus, no céu. (DVORAK. Allen, Jesus: Perfeito
Sumo sacerdote. Disponível em: https://www.estudosdabiblia.net/d48.htm. Acesso
em 6 jan, 2018)
“... corramos, com
perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor
e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2018