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Plano de aula preparado por Francisco Barbosa. Pode ser baixado e usado
como desejar.
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Lição 4
28 de Janeiro de 2018
Jesus é Superior a Josué
O meio de entrar no Repouso de
Deus
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 4.1-13
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
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Nova Versão Internacional
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King James Atualizada
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TEMAMOS, pois, que, porventura,
deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica
para trás.
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Visto que nos foi deixada a
promessa de entrarmos no descanso de Deus, temamos que algum de vocês pense
que tenha falhado.
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Portanto, ainda que nos tenha
sido outorgada a promessa de ingressar no descanso de Deus, tememos que algum
de vós pareça ter falhado.
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Porque também a nós foram
pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes
aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.
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Pois as boas novas foram
pregadas também a nós, tanto quanto a eles; mas a mensagem que eles ouviram
de nada lhes valeu, pois não foi acompanhada de fé por aqueles que a ouviram.
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Pois as boas novas foram
pregadas também a nós, tanto quanto a eles; entretanto, a mensagem que eles
ouviram de nada lhes valeu, pois não foi acompanhada de fé por aqueles que a
ouviram.
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Porque nós, os que temos crido,
entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha ira Que não
entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a
fundação do mundo.
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Pois nós, os que cremos, é que
entramos naquele descanso, conforme Deus disse: "Assim jurei na minha
ira: Jamais entrarão no meu descanso" — embora as suas obras estivessem
concluídas desde a criação do mundo.
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Porquanto, somos nós, os que
temos crido, que entramos no descanso, conforme Deus declarou: “Assim jurei
na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso”, muito embora suas obras
estivessem concluídas desde a fundação do mundo.
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Porque em certo lugar disse
assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia.
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Pois em certo lugar ele falou
sobre o sétimo dia, nestas palavras: "No sétimo dia Deus descansou de
toda obra que realizara".
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Pois em certa passagem, Ele se
referiu ao sétimo dia, nestes termos: “No sétimo dia, Deus descansou de toda
a obra que realizara”.
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E outra vez neste lugar: Não
entrarão no meu repouso.
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E de novo, na passagem citada
há pouco, diz: "Jamais entrarão no meu descanso".
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E novamente, no texto citado há
pouco, confirma: “Jamais entrarão no meu descanso”.
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Visto, pois, que resta que
alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas
novas não entraram por causa da desobediência,
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Entretanto, resta entrarem
alguns naquele descanso, e aqueles a quem anteriormente as boas novas foram
pregadas não entraram, por causa da desobediência.
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Portanto, considerando que
ainda faltam alguns para entrar, e aqueles a quem antes foram pregadas as boas
novas não ingressaram por causa da desobediência,
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Determina outra vez um certo
dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se
ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações.
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Por isso Deus estabelece outra
vez um determinado dia, chamando-o "hoje", ao declarar muito tempo
depois, por meio de Davi, de acordo com o que fora dito antes: "Se hoje
vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração".
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determina Deus, uma nova
oportunidade, e a chama de “hoje”, ao declarar muito tempo depois, por
intermédio de Davi e conforme o que já fora proclamado antes: “Hoje, se
ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração”.
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Porque, se Josué lhes houvesse
dado repouso, não falaria depois disso de outro dia.
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Porque, se Josué lhes tivesse
dado descanso, Deus não teria falado posteriormente a respeito de outro dia.
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Porque, se Josué lhes tivesse
oferecido descanso, Deus não teria feito declaração posterior a respeito de
outro dia.
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Portanto, resta ainda um
repouso para o povo de Deus.
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Assim, ainda resta um descanso
sabático para o povo de Deus;
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Sendo assim, ainda resta um
descanso sabático para o povo de Deus;
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Porque aquele que entrou no seu
repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.
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pois todo aquele que entra no
descanso de Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das
suas.
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pois toda pessoa que entra no
repouso de Deus, também descansa de suas obras, como Deus descansou das suas.
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Procuremos, pois, entrar
naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.
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Portanto, esforcemo-nos por
entrar nesse descanso, para que ninguém venha a cair, seguindo aquele exemplo
de desobediência.
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Diante disso, esforcemo-nos por
entrar naquele descanso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de
desobediência.
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Porque a palavra de Deus é viva
e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até
à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para
discernir os pensamentos e intenções do coração.
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Pois a palavra de Deus é viva e
eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto
de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e
intenções do coração.
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Porquanto a Palavra de Deus é
viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes; capaz de
penetrar até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é
sensível para perceber os pensamentos e intenções do coração.
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E não há criatura alguma
encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos
daquele com quem temos de trata
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Nada, em toda a criação, está
oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos
daquele a quem havemos de prestar contas
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E não há criatura alguma
incógnita aos olhos de Deus. Absolutamente tudo está descoberto e às claras
diante daquele a quem deveremos prestar contas. Jesus é o grande sumo
sacerdote
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Comentário
INTRODUÇÃO
A conquista
de Canaã sob a liderança de Josué é retratada pelo autor da Carta aos Hebreus como
um tipo da Canaã celestial. Deus havia prometido a conquista da terra a Moisés
e Josué (Êx 3.8; Js 1.2,3). Mas ao longo da jornada do Êxodo muitos ficaram
pelo caminho. A incredulidade e a desobediência, somadas à falta de ânimo,
fizeram com que o povo não vivesse as promessas de Deus em sua plenitude. O
mesmo processo estava se repetindo agora com os crentes da Nova Aliança e pelas
mesmas razões. A única forma de voltar para a corrida e completar o percurso,
entrando no descanso de Deus, era observando a sua Palavra. (LB CPAD, 1º Trim
2018, Lição 4, 28 jan 18)
O autor de Hebreus está sempre
comparando a caminhada dos israelitas no deserto, abandonando a escravidão no
Egito e peregrinando até o “descanso de Deus” (em hebraico: Shabbâth) na Terra
Prometida, em relação à jornada do cristão rumo a seu pleno repouso espiritual
no Reino de Deus. O descanso dos Judeus sob a liderança de Moisés e depois de
Josué, temporário e terrestre, prenunciava o descanso eterno das nossas almas
em Cristo (compare v. 8 com Js1.13). Da mesma forma que a fé nas promessas de
Deus era requerida para se entrar no “descanso de Canaã”, também só
ingressaremos no descanso pleno e eterno da salvação mediante a fé sincera na
pessoa e na obra expiatória de Jesus Cristo. Podemos tomar posse completa do
“Sábado de Deus” por meio da fé sincera em Jesus Cristo. Assim como Deus
descansou da obra da criação, o crente pode descansar de empreender esforços na
tentativa de alcançar a sua salvação, e deve repousar na obra consumada pelo
Filho de Deus na cruz do Calvário, o qual nos conduzirá ao “Shabbâth eterno do
SENHOR” (Ap 14.13). Vamos pensar
maduramente a fé cristã?
TÓPICO I - JESUS PROVEU UMA MENSAGEM
SUPERIOR A DE JOSUÉ
1. Uma mensagem que deve ser recebida pela fé. O autor inicia sua argumentação com uma afirmação e
uma declaração. Primeiramente ele afirma que as boas-novas foram pregadas a
seus contemporâneos, assim como havia acontecido com os crentes dos dias de
Josué (Hb 4.2). Tanto aqui como no versículo seis, o autor usa o verbo grego
euangelizomai, que significa "evangelizar", "pregar as
boas-novas a alguém". É a mesma raiz que dá origem à palavra
"evangelho". Em segundo lugar, o autor declara que "a palavra da
pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles
que a ouviram" (Hb 4.2). Muitos crentes do Antigo Pacto haviam ficado de
fora da Terra Prometida porque não receberam a mensagem com fé, o que se
poderia esperar então dos que receberam a mensagem em sua plenitude, mas não
lhe deram crédito? (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)
O juízo divino inspira temor. O capítulo
4 inicia com o autor demonstrando receio de que se repita o caso daquela
geração de israelitas que saíram do Egito, mas não puderam entrar na Terra
Prometida, incluindo o próprio Moisés e Arão, por causa da incredulidade e
rebelião. Naquela ocasião, Moisés transmitiu a palavra do Senhor a todo Israel,
acompanhado de sinais e maravilhas, mas o povo não confiou nas promessas de
Deus. Como aqueles, se os hebreus não dessem crédito à mensagem do Evangelho, abandonando
a fé, pereceriam como aquela geração incrédula.
“As boas
novas de libertação e do amor de Deus que Israel ouviu no Sinai não foram tão
claras quanto a Salvação anunciada agora por intermédio do Senhor (2.3),
contudo, teria tido valor para seus ouvintes e os teria introduzido no descanso
de Deus, se tivessem recebido com fé” (Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura
Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Nota textual Hebreus 4.2. Pág.
1467.)
2. Uma mensagem que se fundamenta na obediência. O autor passa a mostrar a razão de alguns não terem
entrado no descanso de Deus: "Visto, pois, que resta que alguns entrem
nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram
por causa da desobediência" (Hb 4.6). A desobediência (gr. apeitheia) é a
manifestação ativa da incredulidade. Essa palavra ocorre seis vezes no texto
original e foi usada pelo apóstolo Paulo para se referir aos "filhos da
desobediência" (Ef 2.2). O crente, quando não crê, age da mesma forma do
incrédulo. O autor de Hebreus usa essa palavra novamente no versículo 11, do
mesmo capítulo, quando alerta o crente a não "cair no exemplo de
desobediência". A mensagem de Deus só tem proveito quando acompanhada pela
obediência. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)
Entendemos por desobediência, o
ato de alguém se rebelar contra a autoridade, ser insubmisso, quebrar
princípios, desrespeitar, afrontar. A desobediência a Deus é um pecado que
certamente levará um homem à morte. O trágico desfecho do Éden iniciou-se com o
ato de desobediência à Palavra de Deus. A desobediência a Deus e à sua Palavra,
tem sido a ruína de muitos cristãos. Quando entramos por este caminho, estamos
entrando pelo caminho da morte (Hb 3.18-19).
“Essas boas
novas para os filhos de Israel eram justamente a promessa de entrada na terra
de Canaã. Imagine uma nação inteira que estava sendo escravizada no Egito, sair
da casa da servidão rumo ao cumprimento da promessa de tomar posse de uma terra
que manava leite e mel? Porem, as boas novas no tempo de Cristo são justamente
o anuncio de novas promessas de posse de uma pátria celestial, onde os salvos
não terão contrariedades, nem dor e nem sofrimentos de espécie nenhuma. NÃO
ENTRARAM. Infelizmente grande parte daqueles que saíram cheios de esperança da terra
do Egito, baseados na promessa feita a Deus de tomarem posse da terra
prometida, não puderam entrar na terra prometida. Como também muitos dos que
ouviram as boas novas do próprio Cristo de Deus, o rejeitaram, e por isso
perderam a promessa de vida eterna: “Veio para o que era seu, e os seus não o
receberam, nem o aceitaram” (Jo 1.10). POR CAUSA DA DESOBEDIÊNCIA. No caso dos
filhos de Israel que pereceram no deserto, eles não tomaram posse da promessa
de entrarem na terra prometida, por causa da desobediência. E manifestaram essa
tal desobediência por meio das murmurações, tentando ao Senhor e lhe provocando
a ira. Cristo veio e anunciou o novo programa de salvação de Deus, mas os seus
não entenderam que ele era o Messias prometido por Deus. A desobediência às
boas novas do evangelho impede a posse da vida eterna.” (COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO
Versículo Por Versículo, Hebreus 3.6. Disponível em:
http://comentarionovotestamento.blogspot.com.br/2017/03/hebreus-36.html. Acesso
em 20 jan, 2018)
3. Uma mensagem que conduz à contrição. A mensagem de Deus para ser recebida necessita
encontrar corações receptivos, abertos: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não
endureçais o vosso coração" (Hb 4.7b). O autor usa o termo sklerynô -
traduzido como "duro", "endurecido" - quatro vezes nesta
carta. Esse termo deu origem a palavra portuguesa "esclerose",
"esclerosado", isto é, "endurecido",
"enrijecido". É a mesma palavra usada por Lucas em Atos 19.9 para
dizer que os judeus se "mostraram endurecidos" e por essa razão rejeitaram
a mensagem de Paulo. Aqui em Hebreus, como em outros lugares do Novo
Testamento, é o homem, e não Deus, que endurece o seu próprio coração. Deus só
endurece quem já está anteriormente endurecido (Rm 1.28,29). Para que a
mensagem tenha efeito é preciso encontrar corações contritos. (LB CPAD, 1º Trim
2018, Lição 4, 28 jan 18)
Os leitores já aprenderam que
eles vivem no tempo que se chama “hoje” (3.13), portanto, devem prestar atenção
às promessas e advertências. Através de Davi a oferta para entrar ( e uma
advertência sobre o perigo de não entrar) é continuada para uma nova geração,
que deve “hoje” responder à voz de Deus. Esse “hoje” aponta em direção de todos
aqueles que estavam tomando conhecimento do conteúdo desta carta, para aqueles
que tiveram o privilégio de ouvirem o próprio Senhor Jesus, bem como para todos
aqueles que nasceram após a os fatos do Calvário. A porta da graça de Deus
continua aberta para todos.
“{...} O
autor da carta aos Hebreus neste texto está chamando atenção dos seus
destinatários quanto ao perigo do pecado, mormente o pecado da incredulidade
que tem como consequência o endurecimento do coração. Ele vai buscar na
experiência dos seus antepassados no deserto, quando após saírem do Egito,
puseram por várias vezes Deus à prova, revelando a perversão e a dureza de seus
corações, o exemplo para exortar a igreja sobre o perigo da incredulidade e do
distanciamento do Deus vivo.
A
insensibilidade espiritual, que no texto em foco é chamada de dureza de
coração, foi o resultado desta atitude de incredulidade, daqueles que tinham
visto e experimentado inúmeros milagres e livramento de Deus, desde a saída do
Egito por todo o tempo de peregrinação no deserto. Endurecidos e incrédulos se
afastaram do Deus vivo, sentenciando assim a própria condenação, razão porque
toda uma geração de homens e mulheres morreu no deserto sem entrar na terra
prometida.
O contexto
nos desautoriza a usar o versículo em epígrafe para falar de conversão daqueles
que ainda não reconheceram a Cristo como Senhor e Rei em suas vidas, mas pode
sim, ser usado para exortar e confrontar àqueles que já se declarando crentes,
já tendo experimentado da bênção da salvação, se recusam a viver em plena
obediência ao Senhor e à sua palavra.
Não fomos
salvos para vivermos descomprometidos neste mundo perdido, a nossa salvação
cujo preço seria por nós impagável, foi realizada por Deus em Cristo Jesus. Na
cruz o nosso Senhor tomou sobre si a nossa culpa e sofreu o castigo que nosso
pecado merecia. Naquele maldito madeiro, Ele nos resgatou das mãos do nosso
inimigo, nos livrou da perdição eterna, nos resgatou do inferno e nos trouxe
para perto dele, a fim de termos uma nova vida e de vivermos de conformidade
com a sua vontade que é boa, perfeita e agradável.
Aquele que
nos salvou também nos deu uma missão. Nos chamou e nos comissionou para que
fôssemos instrumentos em suas mãos na bendita tarefa de reconciliar o homem
consigo mesmo. Ao contrário do que muitos pensam não estamos aqui apenas para
desfrutarmos da proteção, cuidado, bondade e amor de Deus. Temos uma missão, um
chamado, uma tarefa para realizarmos enquanto estivermos aqui. Neste caso, o
descaso, o descompromisso, o desprezo ao propósito de Deus para as nossas vidas
é uma grave e indesculpável rebeldia.”
(Pr. Ivan José Santos
Silva, Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração. Disponível
em: http://www.ipsl.org.br/2014/10/hoje-se-ouvirdes-sua-voz-nao-endurecais.html. Acesso em 20 jan, 2018)
TÓPICO II - JESUS PROVEU UM DESCANSO SUPERIOR AO DE JOSUÉ
1. Um descanso total. Quando contrastamos o capítulo 11.23 com o 13.1 do
livro de Josué surge uma pergunta: Josué conquistou ou não Canaã? Especialistas
em línguas semíticas avaliam que Josué 11.23 refere-se a uma avaliação otimista
das campanhas do líder do povo de Deus. Ora, o povo peregrino ansiava por vir
chegar o dia de herdar a Terra Prometida. Nesse sentido, e como era comum à
época, o exército de Josué estabeleceu a supremacia militar por sobre toda
Canaã assim que chegou ao território, embora não tivesse pleno controle de cada
cidade e vila, conforme deixa patente Josué 13.1. Logo, os capítulos 11 e 13
não são contraditórios, mas confirmam que o descanso dado por Josué ao antigo
povo de Deus foi incompleto e parcial. Por outro lado, o que o autor de Hebreus
está mostrando é que o descanso provido por Jesus foi completo, total. Nada
ficou para ser conquistado. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)
Josué recebeu a árdua tarefa (embora
tenha sido apresentado pelo próprio Moisés, que lhe impôs suas mãos sobre
Josué, e este ficou cheio do Espírito Santo de Deus, e todo o povo de Israel o
reconheceu como seu líder (Dt 34.9) de suceder ninguém mais que Moisés, na
tarefa ainda mais difícil de liderar o povo na conquista de Canaã. Ele conquistou
a cidade de Jericó e organizou a divisão da terra de Canaã entre as doze
tribos. Esta divisão, a terra ainda era ocupada por povos os quais Deus havia
determinado que fossem exterminados. Cada tribo ficou responsável por eliminar
os inimigos restantes de seu território. Este grande líder militar e espiritual
de Israel morreu com 110 anos, durante sua vida ele viu o poder de Deus no
Egito, no deserto e na terra prometida.
“HERANÇA - No sentido em que nós entendemos a
palavra, o israelita herdava a propriedade de seu pai (Lv 25,46). Mas a palavra
hebraica “herdar”(nahal ) tem um sentido mais amplo que em português. Israel
recebe como herança Canaã, que é propriedade do Senhor (Js 22,19), prometida
aos patriarcas (Gn 12,7). Canaã e o povo de Israel são herança de Deus, sem que
ele os tenha recebido de outrem (Ex 15,17; Dt 9,26-29).”. (Bíblia Comentada. Josué 11.23. Disponível em: https://bibliacomentada.com.br/biblia/josue-capitulo-11-versiculo-23-comentado-por-versiculo.html. Acesso em: 20 jan, 2017)
Em Juízes 3.1-4 temos uma relação
de povos que não foram exterminados por Israel e o motivo disso: “Estes, pois, ficaram, para por eles provar a
Israel, para saber se dariam ouvido aos mandamentos do Senhor, que ele tinha
ordenado a seus pais, pelo ministério de Moisés.” (Jz 3.4). O resultado?
Logo cedo Israel se viu enredado pela idolatria - [...] e serviram aos seus deuses.” (Jz 3.6).
“Parece evidente
que de início Josué conquistou a terra apenas como um todo, mas não destruiu
literalmente todo vestígio dos antigos moradores. Primeiro ele passou por toda
a terra e obteve as maiores vitórias, deixando as batalhas menores para aqueles
que mais tarde se apossariam da região. Assim, a expressão “destruiu tudo o que
tinha fôlego” ou é uma figura de linguagem expressando sua ampla vitória, ou é
uma hipérbole com relação ao seu completo sucesso. Entretanto, mesmo que tal
expressão seja entendida mais literalmente, ela se completa com a frase: “sem
deixar nem sequer um” (Js 10:40). Aqui nada se diz com relação aos que fugiram
e só voltaram quando os exércitos de Josué rumaram para o norte, noutras
batalhas. Sem dúvida, nesse ínterim, muitos dos cananeus retornaram e ocuparam
suas habitações, e permaneceram como um espinho na carne do povo de Israel.” (Extraído do livro MANUAL
POPULAR de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. Norman Geisler – Thomas
Howe. Disponível em: http://www.cacp.org.br/os-cananeus-foram-destruidos-ou-simplesmente-subjugados/. Acesso em: 30 jan, 2017.)
2. Um descanso real. A redação de Hebreus 4.8, diz: "Porque, se
Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro
dia". A conquista de Canaã era apenas um tipo da qual a Canaã celestial é
o antítipo. A conquista da Terra Prometida por Josué era apenas uma sombra da
qual Jesus é a realidade. Quem proveu, de fato, um descanso para o povo de Deus
foi Jesus, não Josué: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e
oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição
4, 28 jan 18)
“Tipo e Antítipo - Tipos (do grego
TYPOS) são figuras que Deus utilizou ao longo da história bíblica para revelar
acontecimentos futuros. Ele tem seu cumprimento na vinda do Messias. Este
cumprimento é chamado antítipo. Num tipo há uma correspondência entre certas
pessoas, eventos ou coisas do Antigo Testamento e Jesus Cristo no Novo
Testamento.”. (Introdução à Teologia. Disponível em: http://institutoteologicocdm.blogspot.com.br/p/introducao-teologias.html.
Acesso em 20 jan, 2018).
Aqui temos o tipo e o antítipo –
Josué e Jesus; interessante notar que Josué é a forma grega do nome hebraico
YEHOSHUA,
que permite ao autor assinalar a superioridade de Jesus Cristo sobre Josué.
Deus quer que entremos em seu repouso. Para os israelitas que cruzaram o Jordão
liderados por Josué, este repouso era Canaã, a terra prometida. Para os
cristãos, é paz com Deus agora e eternamente com Deus. Não precisamos esperar
até a morte para desfrutar do repouso e da paz de Deus já agora, mesmo em meio
às aflições (Habitando, pois, os filhos
de Israel no meio dos cananeus, dos heteus, e amorreus, e perizeus, e heveus, e
jebuseus, Jz 3.5).
3. Um descanso eterno. Para o autor de Hebreus, o descanso provido por
Josué não foi apenas incompleto e tipológico, ele foi também temporário:
"Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus" (Hb 4.9). O
descanso não é aqui! Embora desfrutemos das bênçãos do reino na era presente,
todavia, o futuro aguarda a sua plenitude. A estrada é longa e ninguém pode se
deixar fatigar pelo caminho. É preciso caminhar com dedicação e vigilância:
"Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo
exemplo de desobediência" (Hb 4.11). (Hb 3.6). (LB CPAD, 1º Trim 2018,
Lição 4, 28 jan 18)
Assim como a terra de Canaã
estava garantida à semente de Abraão, segundo a carne, também o céu está
garantido a toda a sua semente espiritual, por meio de um concerto, e como uma
possessão que é verdadeiramente eterna. Canaã é uma terra em direção à qual
todos nós peregrinamos, pois ainda não podemos enxergar o que seremos! (Ef
1.14).
“A descrição
do descanso como um “repouso de sábado” é importante, porque introduz uma
palavra (sabbatismos) que não ocorre em nenhum outro lugar. Pode ter sido
cunhada por este escritor (assim MM), porque diferencia eficazmente entre o
tipo espiritual de descanso e o descanso em Canaã (o Salmo tem a palavra
katapausis).42 Aqueles que são elegíveis para este repouso de sábado (ARA
simplesmente repouso) são chamados o povo de Deus, que os distingue dos israelitas
descrentes. Este é, na realidade, um termo abrangente, apropriado para a
comunidade universal, que inclui tanto os judeus quanto os gentios (cf. um uso
semelhante em 1 Pe 2.10). Este aspecto possessivo de Deus é notável. Deleita-Se
em chamar os crentes de Seu povo. Uma nova comunidade, dedicada a ouvir a voz
de Deus e a obedecê-la, tomou o lugar do antigo Israel que fracassou no tempo
da provação”. (GUTHRIE, Donald. A Carta aos Hebreus - Introdução
e Comentário por - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa
Editora Mundo Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 20 jan, 2018).
Por fim, note que este
descanso é expressado numa forma que sugere que algum esforço considerável é
necessário. O verbo (spoudazò, “esforçar-se”) envolve certo grau de pressa, e é
em conformidade com isto que o escritor dá suas advertências. O autor tem em
mente que a história possa voltar a repetir-se, embora não haja no texto nenhum
indício de que isto já tenha acontecido com aquela comunidade, ficando assim,
apenas no campo da advertência – para eles e para nós.
TÓPICO III - JESUS PROVEU UMA ORIENTAÇÃO
SUPERIOR A DE JOSUÉ
1. Uma palavra viva. Já vimos que o autor de Hebreus afirma que a
geração do Êxodo ouviu as boas-novas da Palavra de Deus, mas não lhe deu
ouvido. Novamente o povo de Deus estava diante de sua Palavra. Essa Palavra não
foi anunciada por um anjo, Moisés nem tampouco por Josué, mas pelo próprio
Filho de Deus — Jesus. Essa Palavra não mais se limita à letra, a Lei, porque
ela é "viva" (Ez 37.3,4). Jesus afirmou que suas palavras "são
espírito e vida" (Jo 6.63). Como devemos nos portar diante da Palavra Viva
de Deus? (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)
“Ao dizer em
Mt 4.17: ‘arrependei-vos’, nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a
vida dos fiéis fosse arrependimento. Porque Cristo é o mestre do espírito, não
da letra, e suas palavras são vida e espírito (Jo 6.63), é necessário que ele
ensine um arrependimento que seja feito em espírito e em verdade, não um
arrependimento que possa ser feito exteriormente pelos mais soberbos
hipócritas, desfigurando o rosto em seus jejuns, orando nos cantos e dando esmola
com trombetas. Digo que é preciso que Cristo ensine um arrependimento que possa
ser feito em toda espécie de vida – que o rei em sua púrpura, o sacerdote em
sua pureza ritual e os príncipes em sua dignidade possam fazer não menos do que
o monge em seus ritos e o mendigo em sua pobreza. Pois a doutrina de Cristo
deve convir a todos os seres humanos, isto é, de todas as condições” (Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero: Nova
Tradução na Linguagem de Hoje. Por Sociedade Bíblica do Brasil.)
A Bíblia inteira, o Velho
Testamento e o Novo Testamento, estão entrelaçados com o evangelho da Salvação
de Deus, apontando para a necessidade da salvação do pecador, do julgamento que
está para vir, a expiação do sacrifício de Cristo na Cruz, apontando para o
fato de que a nossa salvação é um trabalho feito pela soberana vontade de Deus
ou uma verdade espiritual relacionada. Qualquer significado de simbolismo ou
alegoria, deve apontar para Cristo e seu evangelho, e deve estar consistente
com tudo o mais dentro das escrituras. Ao lermos os relatos de livros do Antigo
Testamento como Êxodo, Josué ou Juízes, vemos que a geração que sucedia a
anterior logo se esquecia da Palavra do Senhor e de Suas promessas. Por este
fato, sobrevinha-lhes a dor e aflições. Por este motivo, aquela geração que
saiu do Egito pereceu no deserto e o próprio Moisés, com seu irmão Arão, não
puderam entrar na Terra Prometida. A advertência agora nos leva a refletirmos
sobre a necessidade de cumprirmos a Grande Comissão, de anunciarmos à tempo e fora de tempo a Palavra
Viva!
2. Uma palavra eficaz. A Palavra de Deus é viva, ela produz vida. Mas além
de viva, ela é eficaz. Produz resultados: "sendo de novo gerados, não de semente
corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece
para sempre" (1Pe 1.23). O autor mostra que essa palavra é produtiva. O
termo energes, traduzido como "eficaz", é usado na Bíblia para se
referir à atividade divina que produz resultados: "assim será a palavra
que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes fará o que me
apraz e prosperará naquilo para que a enviei" (Is 55.11). (LB CPAD, 1º
Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)
Note que o Evangelho, como afirma
Paulo, ‘é o poder de Deus para nossa
salvação’ (Rm 1.16). A revelação do plano eterno de Deus para a salvação do
homem atingiu seu ponto culminante no sacrifício de Jesus Cristo, e seu
benefício na revelação do evangelho. O Evangelho produz vida! Ele é eficaz
nessa nova geração.
“Quando Jesus
declarou que as palavras que Ele falava eram espírito e vida (Jo 6.63), era
esta parte vivificante da Sua revelação que estava sendo enfatizada. A segunda
característica, eficaz ou “ativa” (energês), serve para sublinhar a mesma
idéia. Uma coisa pode ser viva mas dormente, mas a natureza da vida verdadeira
é que explode em atividade e desafia em todas as frentes aqueles que não ficam à
altura das suas exigências. A Palavra de Deus, nas suas exigências intelectuais
e morais, persegue os homens e clama por decisões pessoais a serem feitas em
resposta às suas exortações. Sem dúvida, o escritor está pensando no caráter
sempre presente do desafio espiritual que acaba de extrair da sua leitura do Salmo
95.” (GUTHRIE, Donald.Hebreus
introdução e comentário – Ed Vida Nova e Mundo Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 20 jan, 2018)
3. Uma palavra penetrante. A Palavra de Deus é retratada como um instrumento
vivo, eficaz e cortante, "mais penetrante do que qualquer espada de dois
gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas,
e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4.12).
A metáfora usada pelo autor é muito forte e serve para mostrar que a Palavra de
Deus possui um grande poder de penetração. Ela não fica na superfície, mas vai
até o centro do ser humano. Os israelitas falharam por não ouvir as palavras de
Moisés e Josué, e os cristãos, por outro lado, deveriam ter mais prontidão para
responder a essa Palavra. (LB CPAD, 1º
Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)
“A
comparação entre a Palavra de Deus e uma espada é achada também em Efésios 6.17
e volta a ocorrer em Apocalipse 1.16, onde a idéia de uma espada de dois gumes
é usada para descrever a natureza das palavras que procedem da boca do Filho de
Deus glorificado. É achada, ademais, em Isaías 49.2 e Sabedoria 7.22. A
referência em Efésios está num contexto da armadura espiritual, e é
especificamente aplicada ao ataque contra as forças do mal. Aqui, porém, a
ênfase recai sobre o caráter penetrante da Palavra, que é expresso na descrição
comparativa: mais cortante. É a capacidade de penetração da espada de dois
gumes que impressionou o autor mais fortemente. Mas até mesmo isso não está à
altura de tudo quanto a Palavra é na sua atividade.” (GUTHRIE, Donald.Hebreus introdução e comentário – Ed Vida Nova e Mundo
Cristão. Disponível em:
https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf.
Acesso em 20 jan, 2018)
A ação do Evangelho ressalta a
verdadeira natureza a alma e do espírito. O uso neotestamentário de pneuma focaliza o aspecto espiritual do
homem, isto é, sua vida em relação a Deus, ao passo que psychê refere-se à vida do homem independentemente da sua
experiência espiritual, isto é, sua vida em relação a si mesmo, às suas emoções
e ao seu pensamento. O Evangelho é capaz de ‘ler’ o homem por completo e
refletir sua real condição – inimigo de Deus. Nada, nem mesmo nossos
pensamentos mais íntimos, está abrigado do discernimento da mensagem de Deus.
CONCLUSÃO
A palavra
chave desta lição é "descanso". Todos nós nos fatigamos na caminhada
da vida. O problema, portanto, não é se cansar, mas permitir que fatores
diversos interrompam a nossa jornada de fé. Com os israelitas o desânimo veio
como consequência da infidelidade, incredulidade e desobediência. As mesmas
coisas podem acontecer conosco se não atentarmos para a santa, viva e eficaz
Palavra de Deus. Nessa jornada temos como guia não um Moisés ou um Josué, mas
Jesus, o autor e consumador da nossa fé. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28
jan 18)
Finalmente, podemos encaixar
todas as peças. Aqui em Hebreus temos imaginado o sábado semanal (descanso do
trabalho), entretanto contextualmente a Escritura está falando sobre o descanso
de Deus na criação, que é “Hoje”. Nós sabemos que aqueles que já guardavam o
sábado semanal (os filhos de Israel) não entraram neste descanso. Após 40 anos
de peregrinação eles entrarem na terra prometida, mas Josué ainda não pode
dar-lhes descanso. “Vinde a mim todos vós
que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei (Mt 11.28). Esse
convite é dirigido a todos indistintamente. Esse convite é aberto a todos os
que estão cansados e sobrecarregados com o peso do pecado ou o peso do
legalismo. Esse convite não é discutir sobre Cristo, mas para um encontro com
Cristo. Não é religião. Não é moralidade. Não é rito religioso. Não é caridade.
Não é misticismo. Não é legalismo. Não é fuga da realidade. É um encontro com
aquele que é a vida, a paz, a alegria, a salvação. Vir a Cristo significa
confiar nele. Entregar-se a ele,
“... corramos, com perseverança, a
carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da
fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2018