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23 de janeiro de 2018

Lição 4: Jesus é Superior a Josué - O meio de entrar no Repouso de Deus

0Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical
Plano de aula preparado por Francisco Barbosa. Pode ser baixado e usado como desejar.
- Estamos mudando para nos adaptar às normas da ABNT -

Lição 4
28 de Janeiro de 2018
Jesus é Superior a Josué
O meio de entrar no Repouso de Deus

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Hebreus 4.1-13
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
Nova Versão Internacional
King James Atualizada
TEMAMOS, pois, que, porventura, deixada a promessa de entrar no seu repouso, pareça que algum de vós fica para trás.
Visto que nos foi deixada a promessa de entrarmos no descanso de Deus, temamos que algum de vocês pense que tenha falhado.
Portanto, ainda que nos tenha sido outorgada a promessa de ingressar no descanso de Deus, tememos que algum de vós pareça ter falhado.
Porque também a nós foram pregadas as boas novas, como a eles, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram.
Pois as boas novas foram pregadas também a nós, tanto quanto a eles; mas a mensagem que eles ouviram de nada lhes valeu, pois não foi acompanhada de fé por aqueles que a ouviram.
Pois as boas novas foram pregadas também a nós, tanto quanto a eles; entretanto, a mensagem que eles ouviram de nada lhes valeu, pois não foi acompanhada de fé por aqueles que a ouviram.
Porque nós, os que temos crido, entramos no repouso, tal como disse: Assim jurei na minha ira Que não entrarão no meu repouso; embora as suas obras estivessem acabadas desde a fundação do mundo.
Pois nós, os que cremos, é que entramos naquele descanso, conforme Deus disse: "Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso" — embora as suas obras estivessem concluídas desde a criação do mundo.
Porquanto, somos nós, os que temos crido, que entramos no descanso, conforme Deus declarou: “Assim jurei na minha ira: Jamais entrarão no meu descanso”, muito embora suas obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo.
Porque em certo lugar disse assim do dia sétimo: E repousou Deus de todas as suas obras no sétimo dia.
Pois em certo lugar ele falou sobre o sétimo dia, nestas palavras: "No sétimo dia Deus descansou de toda obra que realizara".
Pois em certa passagem, Ele se referiu ao sétimo dia, nestes termos: “No sétimo dia, Deus descansou de toda a obra que realizara”.
E outra vez neste lugar: Não entrarão no meu repouso.
E de novo, na passagem citada há pouco, diz: "Jamais entrarão no meu descanso".
E novamente, no texto citado há pouco, confirma: “Jamais entrarão no meu descanso”.
Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência,
Entretanto, resta entrarem alguns naquele descanso, e aqueles a quem anteriormente as boas novas foram pregadas não entraram, por causa da desobediência.
Portanto, considerando que ainda faltam alguns para entrar, e aqueles a quem antes foram pregadas as boas novas não ingressaram por causa da desobediência,
Determina outra vez um certo dia, Hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois, como está dito: Hoje, se ouvirdes a sua voz, Não endureçais os vossos corações.
Por isso Deus estabelece outra vez um determinado dia, chamando-o "hoje", ao declarar muito tempo depois, por meio de Davi, de acordo com o que fora dito antes: "Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração".
determina Deus, uma nova oportunidade, e a chama de “hoje”, ao declarar muito tempo depois, por intermédio de Davi e conforme o que já fora proclamado antes: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração”.
Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia.
Porque, se Josué lhes tivesse dado descanso, Deus não teria falado posteriormente a respeito de outro dia.
Porque, se Josué lhes tivesse oferecido descanso, Deus não teria feito declaração posterior a respeito de outro dia.
Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus.
Assim, ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus;
Sendo assim, ainda resta um descanso sabático para o povo de Deus;
Porque aquele que entrou no seu repouso, ele próprio repousou de suas obras, como Deus das suas.
pois todo aquele que entra no descanso de Deus, também descansa das suas obras, como Deus descansou das suas.
pois toda pessoa que entra no repouso de Deus, também descansa de suas obras, como Deus descansou das suas.
Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.
Portanto, esforcemo-nos por entrar nesse descanso, para que ninguém venha a cair, seguindo aquele exemplo de desobediência.
Diante disso, esforcemo-nos por entrar naquele descanso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.
Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.
Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração.
Porquanto a Palavra de Deus é viva e eficaz, mais cortante que qualquer espada de dois gumes; capaz de penetrar até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é sensível para perceber os pensamentos e intenções do coração.
E não há criatura alguma encoberta diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de trata
Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus. Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quem havemos de prestar contas
E não há criatura alguma incógnita aos olhos de Deus. Absolutamente tudo está descoberto e às claras diante daquele a quem deveremos prestar contas. Jesus é o grande sumo sacerdote


Comentário
   INTRODUÇÃO

A conquista de Canaã sob a liderança de Josué é retratada pelo autor da Carta aos Hebreus como um tipo da Canaã celestial. Deus havia prometido a conquista da terra a Moisés e Josué (Êx 3.8; Js 1.2,3). Mas ao longo da jornada do Êxodo muitos ficaram pelo caminho. A incredulidade e a desobediência, somadas à falta de ânimo, fizeram com que o povo não vivesse as promessas de Deus em sua plenitude. O mesmo processo estava se repetindo agora com os crentes da Nova Aliança e pelas mesmas razões. A única forma de voltar para a corrida e completar o percurso, entrando no descanso de Deus, era observando a sua Palavra. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

O autor de Hebreus está sempre comparando a caminhada dos israelitas no deserto, abandonando a escravidão no Egito e peregrinando até o “descanso de Deus” (em hebraico: Shabbâth) na Terra Prometida, em relação à jornada do cristão rumo a seu pleno repouso espiritual no Reino de Deus. O descanso dos Judeus sob a liderança de Moisés e depois de Josué, temporário e terrestre, prenunciava o descanso eterno das nossas almas em Cristo (compare v. 8 com Js1.13). Da mesma forma que a fé nas promessas de Deus era requerida para se entrar no “descanso de Canaã”, também só ingressaremos no descanso pleno e eterno da salvação mediante a fé sincera na pessoa e na obra expiatória de Jesus Cristo. Podemos tomar posse completa do “Sábado de Deus” por meio da fé sincera em Jesus Cristo. Assim como Deus descansou da obra da criação, o crente pode descansar de empreender esforços na tentativa de alcançar a sua salvação, e deve repousar na obra consumada pelo Filho de Deus na cruz do Calvário, o qual nos conduzirá ao “Shabbâth eterno do SENHOR” (Ap 14.13). Vamos pensar maduramente a fé cristã?


   TÓPICO I - JESUS PROVEU UMA MENSAGEM SUPERIOR A DE JOSUÉ

1. Uma mensagem que deve ser recebida pela fé. O autor inicia sua argumentação com uma afirmação e uma declaração. Primeiramente ele afirma que as boas-novas foram pregadas a seus contemporâneos, assim como havia acontecido com os crentes dos dias de Josué (Hb 4.2). Tanto aqui como no versículo seis, o autor usa o verbo grego euangelizomai, que significa "evangelizar", "pregar as boas-novas a alguém". É a mesma raiz que dá origem à palavra "evangelho". Em segundo lugar, o autor declara que "a palavra da pregação nada lhes aproveitou, porquanto não estava misturada com a fé naqueles que a ouviram" (Hb 4.2). Muitos crentes do Antigo Pacto haviam ficado de fora da Terra Prometida porque não receberam a mensagem com fé, o que se poderia esperar então dos que receberam a mensagem em sua plenitude, mas não lhe deram crédito? (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

O juízo divino inspira temor. O capítulo 4 inicia com o autor demonstrando receio de que se repita o caso daquela geração de israelitas que saíram do Egito, mas não puderam entrar na Terra Prometida, incluindo o próprio Moisés e Arão, por causa da incredulidade e rebelião. Naquela ocasião, Moisés transmitiu a palavra do Senhor a todo Israel, acompanhado de sinais e maravilhas, mas o povo não confiou nas promessas de Deus. Como aqueles, se os hebreus não dessem crédito à mensagem do Evangelho, abandonando a fé, pereceriam como aquela geração incrédula.
As boas novas de libertação e do amor de Deus que Israel ouviu no Sinai não foram tão claras quanto a Salvação anunciada agora por intermédio do Senhor (2.3), contudo, teria tido valor para seus ouvintes e os teria introduzido no descanso de Deus, se tivessem recebido com fé(Bíblia de Estudo de Genebra. São Paulo e Barueri, Cultura Cristã e Sociedade Bíblica do Brasil, 1999. Nota textual Hebreus 4.2. Pág. 1467.)


2. Uma mensagem que se fundamenta na obediência. O autor passa a mostrar a razão de alguns não terem entrado no descanso de Deus: "Visto, pois, que resta que alguns entrem nele e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência" (Hb 4.6). A desobediência (gr. apeitheia) é a manifestação ativa da incredulidade. Essa palavra ocorre seis vezes no texto original e foi usada pelo apóstolo Paulo para se referir aos "filhos da desobediência" (Ef 2.2). O crente, quando não crê, age da mesma forma do incrédulo. O autor de Hebreus usa essa palavra novamente no versículo 11, do mesmo capítulo, quando alerta o crente a não "cair no exemplo de desobediência". A mensagem de Deus só tem proveito quando acompanhada pela obediência. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

Entendemos por desobediência, o ato de alguém se rebelar contra a autoridade, ser insubmisso, quebrar princípios, desrespeitar, afrontar. A desobediência a Deus é um pecado que certamente levará um homem à morte. O trágico desfecho do Éden iniciou-se com o ato de desobediência à Palavra de Deus. A desobediência a Deus e à sua Palavra, tem sido a ruína de muitos cristãos. Quando entramos por este caminho, estamos entrando pelo caminho da morte (Hb 3.18-19).
Essas boas novas para os filhos de Israel eram justamente a promessa de entrada na terra de Canaã. Imagine uma nação inteira que estava sendo escravizada no Egito, sair da casa da servidão rumo ao cumprimento da promessa de tomar posse de uma terra que manava leite e mel? Porem, as boas novas no tempo de Cristo são justamente o anuncio de novas promessas de posse de uma pátria celestial, onde os salvos não terão contrariedades, nem dor e nem sofrimentos de espécie nenhuma. NÃO ENTRARAM. Infelizmente grande parte daqueles que saíram cheios de esperança da terra do Egito, baseados na promessa feita a Deus de tomarem posse da terra prometida, não puderam entrar na terra prometida. Como também muitos dos que ouviram as boas novas do próprio Cristo de Deus, o rejeitaram, e por isso perderam a promessa de vida eterna: “Veio para o que era seu, e os seus não o receberam, nem o aceitaram” (Jo 1.10). POR CAUSA DA DESOBEDIÊNCIA. No caso dos filhos de Israel que pereceram no deserto, eles não tomaram posse da promessa de entrarem na terra prometida, por causa da desobediência. E manifestaram essa tal desobediência por meio das murmurações, tentando ao Senhor e lhe provocando a ira. Cristo veio e anunciou o novo programa de salvação de Deus, mas os seus não entenderam que ele era o Messias prometido por Deus. A desobediência às boas novas do evangelho impede a posse da vida eterna.” (COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO Versículo Por Versículo, Hebreus 3.6. Disponível em: http://comentarionovotestamento.blogspot.com.br/2017/03/hebreus-36.html. Acesso em 20 jan, 2018)


3. Uma mensagem que conduz à contrição. A mensagem de Deus para ser recebida necessita encontrar corações receptivos, abertos: "Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração" (Hb 4.7b). O autor usa o termo sklerynô - traduzido como "duro", "endurecido" - quatro vezes nesta carta. Esse termo deu origem a palavra portuguesa "esclerose", "esclerosado", isto é, "endurecido", "enrijecido". É a mesma palavra usada por Lucas em Atos 19.9 para dizer que os judeus se "mostraram endurecidos" e por essa razão rejeitaram a mensagem de Paulo. Aqui em Hebreus, como em outros lugares do Novo Testamento, é o homem, e não Deus, que endurece o seu próprio coração. Deus só endurece quem já está anteriormente endurecido (Rm 1.28,29). Para que a mensagem tenha efeito é preciso encontrar corações contritos. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

Os leitores já aprenderam que eles vivem no tempo que se chama “hoje” (3.13), portanto, devem prestar atenção às promessas e advertências. Através de Davi a oferta para entrar ( e uma advertência sobre o perigo de não entrar) é continuada para uma nova geração, que deve “hoje” responder à voz de Deus. Esse “hoje” aponta em direção de todos aqueles que estavam tomando conhecimento do conteúdo desta carta, para aqueles que tiveram o privilégio de ouvirem o próprio Senhor Jesus, bem como para todos aqueles que nasceram após a os fatos do Calvário. A porta da graça de Deus continua aberta para todos.
“{...} O autor da carta aos Hebreus neste texto está chamando atenção dos seus destinatários quanto ao perigo do pecado, mormente o pecado da incredulidade que tem como consequência o endurecimento do coração. Ele vai buscar na experiência dos seus antepassados no deserto, quando após saírem do Egito, puseram por várias vezes Deus à prova, revelando a perversão e a dureza de seus corações, o exemplo para exortar a igreja sobre o perigo da incredulidade e do distanciamento do Deus vivo.
A insensibilidade espiritual, que no texto em foco é chamada de dureza de coração, foi o resultado desta atitude de incredulidade, daqueles que tinham visto e experimentado inúmeros milagres e livramento de Deus, desde a saída do Egito por todo o tempo de peregrinação no deserto. Endurecidos e incrédulos se afastaram do Deus vivo, sentenciando assim a própria condenação, razão porque toda uma geração de homens e mulheres morreu no deserto sem entrar na terra prometida.
O contexto nos desautoriza a usar o versículo em epígrafe para falar de conversão daqueles que ainda não reconheceram a Cristo como Senhor e Rei em suas vidas, mas pode sim, ser usado para exortar e confrontar àqueles que já se declarando crentes, já tendo experimentado da bênção da salvação, se recusam a viver em plena obediência ao Senhor e à sua palavra.
Não fomos salvos para vivermos descomprometidos neste mundo perdido, a nossa salvação cujo preço seria por nós impagável, foi realizada por Deus em Cristo Jesus. Na cruz o nosso Senhor tomou sobre si a nossa culpa e sofreu o castigo que nosso pecado merecia. Naquele maldito madeiro, Ele nos resgatou das mãos do nosso inimigo, nos livrou da perdição eterna, nos resgatou do inferno e nos trouxe para perto dele, a fim de termos uma nova vida e de vivermos de conformidade com a sua vontade que é boa, perfeita e agradável.
Aquele que nos salvou também nos deu uma missão. Nos chamou e nos comissionou para que fôssemos instrumentos em suas mãos na bendita tarefa de reconciliar o homem consigo mesmo. Ao contrário do que muitos pensam não estamos aqui apenas para desfrutarmos da proteção, cuidado, bondade e amor de Deus. Temos uma missão, um chamado, uma tarefa para realizarmos enquanto estivermos aqui. Neste caso, o descaso, o descompromisso, o desprezo ao propósito de Deus para as nossas vidas é uma grave e indesculpável rebeldia.(Pr. Ivan José Santos Silva, Hoje, se ouvirdes a Sua voz, não endureçais o vosso coração. Disponível em: http://www.ipsl.org.br/2014/10/hoje-se-ouvirdes-sua-voz-nao-endurecais.html. Acesso em 20 jan, 2018)


   TÓPICO II - JESUS PROVEU UM DESCANSO SUPERIOR AO DE JOSUÉ

1. Um descanso total. Quando contrastamos o capítulo 11.23 com o 13.1 do livro de Josué surge uma pergunta: Josué conquistou ou não Canaã? Especialistas em línguas semíticas avaliam que Josué 11.23 refere-se a uma avaliação otimista das campanhas do líder do povo de Deus. Ora, o povo peregrino ansiava por vir chegar o dia de herdar a Terra Prometida. Nesse sentido, e como era comum à época, o exército de Josué estabeleceu a supremacia militar por sobre toda Canaã assim que chegou ao território, embora não tivesse pleno controle de cada cidade e vila, conforme deixa patente Josué 13.1. Logo, os capítulos 11 e 13 não são contraditórios, mas confirmam que o descanso dado por Josué ao antigo povo de Deus foi incompleto e parcial. Por outro lado, o que o autor de Hebreus está mostrando é que o descanso provido por Jesus foi completo, total. Nada ficou para ser conquistado. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

Josué recebeu a árdua tarefa (embora tenha sido apresentado pelo próprio Moisés, que lhe impôs suas mãos sobre Josué, e este ficou cheio do Espírito Santo de Deus, e todo o povo de Israel o reconheceu como seu líder (Dt 34.9) de suceder ninguém mais que Moisés, na tarefa ainda mais difícil de liderar o povo na conquista de Canaã. Ele conquistou a cidade de Jericó e organizou a divisão da terra de Canaã entre as doze tribos. Esta divisão, a terra ainda era ocupada por povos os quais Deus havia determinado que fossem exterminados. Cada tribo ficou responsável por eliminar os inimigos restantes de seu território. Este grande líder militar e espiritual de Israel morreu com 110 anos, durante sua vida ele viu o poder de Deus no Egito, no deserto e na terra prometida.
 HERANÇA - No sentido em que nós entendemos a palavra, o israelita herdava a propriedade de seu pai (Lv 25,46). Mas a palavra hebraica “herdar”(nahal ) tem um sentido mais amplo que em português. Israel recebe como herança Canaã, que é propriedade do Senhor (Js 22,19), prometida aos patriarcas (Gn 12,7). Canaã e o povo de Israel são herança de Deus, sem que ele os tenha recebido de outrem (Ex 15,17; Dt 9,26-29).”. (Bíblia Comentada. Josué 11.23. Disponível em: https://bibliacomentada.com.br/biblia/josue-capitulo-11-versiculo-23-comentado-por-versiculo.html. Acesso em: 20 jan, 2017)
Em Juízes 3.1-4 temos uma relação de povos que não foram exterminados por Israel e o motivo disso: “Estes, pois, ficaram, para por eles provar a Israel, para saber se dariam ouvido aos mandamentos do Senhor, que ele tinha ordenado a seus pais, pelo ministério de Moisés.” (Jz 3.4). O resultado? Logo cedo Israel se viu enredado pela idolatria - [...] e serviram aos seus deuses.” (Jz 3.6).
Parece evidente que de início Josué conquistou a terra apenas como um todo, mas não destruiu literalmente todo vestígio dos antigos moradores. Primeiro ele passou por toda a terra e obteve as maiores vitórias, deixando as batalhas menores para aqueles que mais tarde se apossariam da região. Assim, a expressão “destruiu tudo o que tinha fôlego” ou é uma figura de linguagem expressando sua ampla vitória, ou é uma hipérbole com relação ao seu completo sucesso. Entretanto, mesmo que tal expressão seja entendida mais literalmente, ela se completa com a frase: “sem deixar nem sequer um” (Js 10:40). Aqui nada se diz com relação aos que fugiram e só voltaram quando os exércitos de Josué rumaram para o norte, noutras batalhas. Sem dúvida, nesse ínterim, muitos dos cananeus retornaram e ocuparam suas habitações, e permaneceram como um espinho na carne do povo de Israel.”  (Extraído do livro MANUAL POPULAR de Dúvidas, Enigmas e “Contradições” da Bíblia. Norman Geisler – Thomas Howe. Disponível em: http://www.cacp.org.br/os-cananeus-foram-destruidos-ou-simplesmente-subjugados/. Acesso em: 30 jan, 2017.)

2. Um descanso real. A redação de Hebreus 4.8, diz: "Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria, depois disso, de outro dia". A conquista de Canaã era apenas um tipo da qual a Canaã celestial é o antítipo. A conquista da Terra Prometida por Josué era apenas uma sombra da qual Jesus é a realidade. Quem proveu, de fato, um descanso para o povo de Deus foi Jesus, não Josué: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei" (Mt 11.28). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

Tipo e Antítipo - Tipos (do grego TYPOS) são figuras que Deus utilizou ao longo da história bíblica para revelar acontecimentos futuros. Ele tem seu cumprimento na vinda do Messias. Este cumprimento é chamado antítipo. Num tipo há uma correspondência entre certas pessoas, eventos ou coisas do Antigo Testamento e Jesus Cristo no Novo Testamento.”. (Introdução à Teologia. Disponível em: http://institutoteologicocdm.blogspot.com.br/p/introducao-teologias.html. Acesso em 20 jan, 2018).
Aqui temos o tipo e o antítipo – Josué e Jesus; interessante notar que Josué é a forma grega do nome hebraico YEHOSHUA, que permite ao autor assinalar a superioridade de Jesus Cristo sobre Josué. Deus quer que entremos em seu repouso. Para os israelitas que cruzaram o Jordão liderados por Josué, este repouso era Canaã, a terra prometida. Para os cristãos, é paz com Deus agora e eternamente com Deus. Não precisamos esperar até a morte para desfrutar do repouso e da paz de Deus já agora, mesmo em meio às aflições (Habitando, pois, os filhos de Israel no meio dos cananeus, dos heteus, e amorreus, e perizeus, e heveus, e jebuseus, Jz 3.5).

3. Um descanso eterno. Para o autor de Hebreus, o descanso provido por Josué não foi apenas incompleto e tipológico, ele foi também temporário: "Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus" (Hb 4.9). O descanso não é aqui! Embora desfrutemos das bênçãos do reino na era presente, todavia, o futuro aguarda a sua plenitude. A estrada é longa e ninguém pode se deixar fatigar pelo caminho. É preciso caminhar com dedicação e vigilância: "Procuremos, pois, entrar naquele repouso, para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência" (Hb 4.11). (Hb 3.6). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

Assim como a terra de Canaã estava garantida à semente de Abraão, segundo a carne, também o céu está garantido a toda a sua semente espiritual, por meio de um concerto, e como uma possessão que é verdadeiramente eterna. Canaã é uma terra em direção à qual todos nós peregrinamos, pois ainda não podemos enxergar o que seremos! (Ef 1.14).
“A descrição do descanso como um “repouso de sábado” é importante, porque introduz uma palavra (sabbatismos) que não ocorre em nenhum outro lugar. Pode ter sido cunhada por este escritor (assim MM), porque diferencia eficazmente entre o tipo espiritual de descanso e o descanso em Canaã (o Salmo tem a palavra katapausis).42 Aqueles que são elegíveis para este repouso de sábado (ARA simplesmente repouso) são chamados o povo de Deus, que os distingue dos israelitas descrentes. Este é, na realidade, um termo abrangente, apropriado para a comunidade universal, que inclui tanto os judeus quanto os gentios (cf. um uso semelhante em 1 Pe 2.10). Este aspecto possessivo de Deus é notável. Deleita-Se em chamar os crentes de Seu povo. Uma nova comunidade, dedicada a ouvir a voz de Deus e a obedecê-la, tomou o lugar do antigo Israel que fracassou no tempo da provação”. (GUTHRIE, Donald. A Carta aos Hebreus - Introdução e Comentário por - Sociedade Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão. Disponível em: https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf. Acesso em 20 jan, 2018).
Por fim, note que este descanso é expressado numa forma que sugere que algum esforço considerável é necessário. O verbo (spoudazò, “esforçar-se”) envolve certo grau de pressa, e é em conformidade com isto que o escritor dá suas advertências. O autor tem em mente que a história possa voltar a repetir-se, embora não haja no texto nenhum indício de que isto já tenha acontecido com aquela comunidade, ficando assim, apenas no campo da advertência – para eles e para nós.

   TÓPICO III - JESUS PROVEU UMA ORIENTAÇÃO SUPERIOR A DE JOSUÉ

1. Uma palavra viva. Já vimos que o autor de Hebreus afirma que a geração do Êxodo ouviu as boas-novas da Palavra de Deus, mas não lhe deu ouvido. Novamente o povo de Deus estava diante de sua Palavra. Essa Palavra não foi anunciada por um anjo, Moisés nem tampouco por Josué, mas pelo próprio Filho de Deus — Jesus. Essa Palavra não mais se limita à letra, a Lei, porque ela é "viva" (Ez 37.3,4). Jesus afirmou que suas palavras "são espírito e vida" (Jo 6.63). Como devemos nos portar diante da Palavra Viva de Deus? (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

Ao dizer em Mt 4.17: ‘arrependei-vos’, nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo quis que toda a vida dos fiéis fosse arrependimento. Porque Cristo é o mestre do espírito, não da letra, e suas palavras são vida e espírito (Jo 6.63), é necessário que ele ensine um arrependimento que seja feito em espírito e em verdade, não um arrependimento que possa ser feito exteriormente pelos mais soberbos hipócritas, desfigurando o rosto em seus jejuns, orando nos cantos e dando esmola com trombetas. Digo que é preciso que Cristo ensine um arrependimento que possa ser feito em toda espécie de vida – que o rei em sua púrpura, o sacerdote em sua pureza ritual e os príncipes em sua dignidade possam fazer não menos do que o monge em seus ritos e o mendigo em sua pobreza. Pois a doutrina de Cristo deve convir a todos os seres humanos, isto é, de todas as condições(Bíblia Sagrada com reflexões de Lutero: Nova Tradução na Linguagem de Hoje. Por Sociedade Bíblica do Brasil.)
A Bíblia inteira, o Velho Testamento e o Novo Testamento, estão entrelaçados com o evangelho da Salvação de Deus, apontando para a necessidade da salvação do pecador, do julgamento que está para vir, a expiação do sacrifício de Cristo na Cruz, apontando para o fato de que a nossa salvação é um trabalho feito pela soberana vontade de Deus ou uma verdade espiritual relacionada. Qualquer significado de simbolismo ou alegoria, deve apontar para Cristo e seu evangelho, e deve estar consistente com tudo o mais dentro das escrituras. Ao lermos os relatos de livros do Antigo Testamento como Êxodo, Josué ou Juízes, vemos que a geração que sucedia a anterior logo se esquecia da Palavra do Senhor e de Suas promessas. Por este fato, sobrevinha-lhes a dor e aflições. Por este motivo, aquela geração que saiu do Egito pereceu no deserto e o próprio Moisés, com seu irmão Arão, não puderam entrar na Terra Prometida. A advertência agora nos leva a refletirmos sobre a necessidade de cumprirmos a Grande Comissão, de anunciarmos à tempo e fora de tempo a Palavra Viva!


2. Uma palavra eficaz. A Palavra de Deus é viva, ela produz vida. Mas além de viva, ela é eficaz. Produz resultados: "sendo de novo gerados, não de semente corruptível, mas da incorruptível, pela palavra de Deus, viva e que permanece para sempre" (1Pe 1.23). O autor mostra que essa palavra é produtiva. O termo energes, traduzido como "eficaz", é usado na Bíblia para se referir à atividade divina que produz resultados: "assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei" (Is 55.11). (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

Note que o Evangelho, como afirma Paulo, ‘é o poder de Deus para nossa salvação’ (Rm 1.16). A revelação do plano eterno de Deus para a salvação do homem atingiu seu ponto culminante no sacrifício de Jesus Cristo, e seu benefício na revelação do evangelho. O Evangelho produz vida! Ele é eficaz nessa nova geração.
Quando Jesus declarou que as palavras que Ele falava eram espírito e vida (Jo 6.63), era esta parte vivificante da Sua revelação que estava sendo enfatizada. A segunda característica, eficaz ou “ativa” (energês), serve para sublinhar a mesma idéia. Uma coisa pode ser viva mas dormente, mas a natureza da vida verdadeira é que explode em atividade e desafia em todas as frentes aqueles que não ficam à altura das suas exigências. A Palavra de Deus, nas suas exigências intelectuais e morais, persegue os homens e clama por decisões pessoais a serem feitas em resposta às suas exortações. Sem dúvida, o escritor está pensando no caráter sempre presente do desafio espiritual que acaba de extrair da sua leitura do Salmo 95.” (GUTHRIE, Donald.Hebreus introdução e comentário – Ed Vida Nova e Mundo Cristão. Disponível em: https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf. Acesso em 20 jan, 2018)

3. Uma palavra penetrante. A Palavra de Deus é retratada como um instrumento vivo, eficaz e cortante, "mais penetrante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até à divisão da alma, e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração" (Hb 4.12). A metáfora usada pelo autor é muito forte e serve para mostrar que a Palavra de Deus possui um grande poder de penetração. Ela não fica na superfície, mas vai até o centro do ser humano. Os israelitas falharam por não ouvir as palavras de Moisés e Josué, e os cristãos, por outro lado, deveriam ter mais prontidão para responder a essa Palavra.  (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

“A comparação entre a Palavra de Deus e uma espada é achada também em Efésios 6.17 e volta a ocorrer em Apocalipse 1.16, onde a idéia de uma espada de dois gumes é usada para descrever a natureza das palavras que procedem da boca do Filho de Deus glorificado. É achada, ademais, em Isaías 49.2 e Sabedoria 7.22. A referência em Efésios está num contexto da armadura espiritual, e é especificamente aplicada ao ataque contra as forças do mal. Aqui, porém, a ênfase recai sobre o caráter penetrante da Palavra, que é expresso na descrição comparativa: mais cortante. É a capacidade de penetração da espada de dois gumes que impressionou o autor mais fortemente. Mas até mesmo isso não está à altura de tudo quanto a Palavra é na sua atividade.(GUTHRIE, Donald.Hebreus introdução e comentário – Ed Vida Nova e Mundo Cristão. Disponível em: https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-guthrie.pdf. Acesso em 20 jan, 2018)

A ação do Evangelho ressalta a verdadeira natureza a alma e do espírito. O uso neotestamentário de pneuma focaliza o aspecto espiritual do homem, isto é, sua vida em relação a Deus, ao passo que psychê refere-se à vida do homem independentemente da sua experiência espiritual, isto é, sua vida em relação a si mesmo, às suas emoções e ao seu pensamento. O Evangelho é capaz de ‘ler’ o homem por completo e refletir sua real condição – inimigo de Deus. Nada, nem mesmo nossos pensamentos mais íntimos, está abrigado do discernimento da mensagem de Deus.

   CONCLUSÃO

A palavra chave desta lição é "descanso". Todos nós nos fatigamos na caminhada da vida. O problema, portanto, não é se cansar, mas permitir que fatores diversos interrompam a nossa jornada de fé. Com os israelitas o desânimo veio como consequência da infidelidade, incredulidade e desobediência. As mesmas coisas podem acontecer conosco se não atentarmos para a santa, viva e eficaz Palavra de Deus. Nessa jornada temos como guia não um Moisés ou um Josué, mas Jesus, o autor e consumador da nossa fé. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 4, 28 jan 18)

Finalmente, podemos encaixar todas as peças. Aqui em Hebreus temos imaginado o sábado semanal (descanso do trabalho), entretanto contextualmente a Escritura está falando sobre o descanso de Deus na criação, que é “Hoje”. Nós sabemos que aqueles que já guardavam o sábado semanal (os filhos de Israel) não entraram neste descanso. Após 40 anos de peregrinação eles entrarem na terra prometida, mas Josué ainda não pode dar-lhes descanso. “Vinde a mim todos vós que estais cansados e sobrecarregados e eu vos aliviarei (Mt 11.28). Esse convite é dirigido a todos indistintamente. Esse convite é aberto a todos os que estão cansados e sobrecarregados com o peso do pecado ou o peso do legalismo. Esse convite não é discutir sobre Cristo, mas para um encontro com Cristo. Não é religião. Não é moralidade. Não é rito religioso. Não é caridade. Não é misticismo. Não é legalismo. Não é fuga da realidade. É um encontro com aquele que é a vida, a paz, a alegria, a salvação. Vir a Cristo significa confiar nele. Entregar-se a ele,

“... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB

Janeiro de 2018