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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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30 de agosto de 2017

JOVENS - Lição 10: O perigo do Materialismo



LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
JOVENS
3º Trimestre de 2017
Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo
Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical que utilizam as revistas da CPAD

Lição 10: O perigo do Materialismo
Data: 03 de Setembro de 2017

TEXTO DO DIA
Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens(1Co 15.19).

SÍNTESE
A cosmovisão materialista busca entender o Universo somente levando em conta o mundo físico.

AGENDA DE LEITURA
Segunda: Jó 12.7-10 - A natureza depõe contra o materialismo
Terça: Sl 14.1 - A loucura dos néscios
Quarta: Lc 12.19-21 - O materialismo não enriquece
Quinta: Lc 16.19-21 - O materialismo promove a indiferença
Sexta: Jo 20.29 - Felizes são os que creem
Sábado: 2Co 4.18 - Atentando no que não se vê

OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
  • COMPREENDER o conceito, as origens e as consequências da cosmovisão chamada materialismo;
  • FAZER uma análise a respeito da futilidade, loucura e pobreza do materialismo;
  • CONFRONTAR os ideais materialistas por intermédio da cosmovisão e contracultura cristã.

TEXTO BÍBLICO
Romanos 1.20-22, Lucas 12.15-21.
Romanos 1
20 Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu.
22 Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos.

Lucas 12
15 E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.
16 E propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido com abundância.
17 E arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
18 E disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
19 e direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga.
20 Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?
21 Assim é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.

COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O materialismo é um pensamento filosófico que apresenta um grande perigo para a sociedade deste tempo, porque defende a ideia de que a matéria é a única realidade da vida, sendo, portanto, o centro de todas as coisas, e a base para toda a existência. Assim, qualquer tema espiritual não apresenta relevância para o materialismo, seja a existência de Deus, da alma, céu ou inferno. Nesta lição, veremos um paralelo entre a cosmovisão materialista e a maneira de ver o mundo do Cristianismo, a denominada cosmovisão judaico-cristã, que se traduz como a resposta mais contundente de Deus para um mundo materialista decaído, o qual precisa desesperadamente de razões para viver. [materialismo se refere tanto a uma corrente filosófica como a uma atitude. Por um lado, na filosofia, o materialismo é definido como uma corrente de pensamento que surge da oposição ao espiritualismo e considera a matéria tangível como única e real. Em relação ao seu outro significado, o materialismo equivale à atitude das pessoas que concedem um valor excessivo aos bens materiais, como mostram as propriedades e o dinheiro (1). A psicologa cristã Norma Braga escreve: “O materialismo e a negação de Deus - O autor francês Jean-Paul Sartre defendia o ateísmo sem esconder a intrínseca aridez do sistema, reconhecida por ele ao confessar (creio que com algum orgulho) a dificuldade sofrida por quem quer que almejasse rejeitar todo sentimento do absoluto. Afirmava que o ateísmo é “a convicção de que o homem é um criador e que está abandonado, sozinho no mundo” e “no seu sentido mais profundo, um desespero”. O ateu, para ele, era como o cavaleiro solitário a pregar a esperança apesar de toda ausência de garantias. Esse discurso ainda sobrevive e dá muito ibope entre os teóricos modernos.” (2)] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
(1). Via conceitos.com: https://conceitos.com/materialismo/


I. CONHECENDO O MATERIALISMO

1. O que é o materialismo. Materialismo é uma cosmovisão, uma maneira de ver o mundo, uma filosofia da matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de verdades absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do universo são explicados exclusivamente pelas condições concretas materiais. Assim, para uma pessoa materialista, só há seres materiais e tudo que existe está consolidado materialmente. Isso apenas desnuda a extrema pobreza do referido sistema filosófico ao tentar, com uma verdade parcial, explicar a verdade total, por olhar para a complexidade da vida sem a dimensão da eternidade. O preconceito abrigado na mente dos materialistas atenta, inclusive, contra as regras de investigação científica, pois descarta previamente a possibilidade da existência de coisas espirituais nas suas análises. Está escrito: “Por causa do seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus” (Sl 10.4). Assim, vê-se que o pensamento materialista carece de respaldo científico para existir, pois suas cogitações ateístas impedem de enxergar a verdadeira realidade, a qual não depende de condições temporais para existir, mas é desde a eternidade: o mundo espiritual. [Em filosofia, materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações materiais; que a matéria é a única substância. Como teoria, o materialismo pertence à classe da ontologia monista. Assim, é diferente de teorias ontológicas baseadas no dualismo ou pluralismo. Em termos de explicações da realidade dos fenômenos, o materialismo está em franca oposição ao idealismo e ao metaficismo, deixando bem claro que o materialismo pode sim se co-relacionar com o idealismo e vice-versa em alguns casos, mas o real oposto da materialidade é mesmo o sentido da metafisicidade.(3). Materialismo é toda concepção filosófica que aponta a matéria como substância primeira e última de qualquer ser, coisa ou fenômeno do universo. Para os materialistas, a única realidade é a matéria em movimento, que, por sua riqueza e complexidade, pode compor tanto a pedra quanto os extremamente variados reinos animal e vegetal, e produzir efeitos surpreendentes como a luz, o som, a emoção e a consciência. O materialismo contrapõe-se ao idealismo, cujo elemento primordial é a idéia, o pensamento ou o espírito (4).]

2. As origens do materialismo. O materialismo, enquanto pensamento filosófico esquematizado, teve sua origem no século V a.C, com a teoria atomista de Demócrito, o qual defendia que o Universo e tudo que nele há é constituído apenas por átomos (partículas invisíveis de matéria) que se movem no vazio, definindo assim toda a realidade, inclusive os pensamentos. Ao longo dos séculos, a ideia atomista foi corroborada por alguns, como Epicuro e os estoicos, mas isso proliferou, sobretudo, a partir do Iluminismo. No Século XIX, foi elaborada a tese do materialismo dialético, por Karl Marx e Friedrich Engels, que motivou inúmeras revoluções socialistas em vários lugares do mundo (Rússia, China, Cuba, etc.), onde milhões de pessoas foram mortas por motivação ideológica. [O termo foi inventado em 1702 por Gottfried Leibniz, e reivindicado pela primeira vez em 1748 por La Mettrie. Entretanto, em termos da origem das ideias, pode-se considerar que os primeiros filósofos materialistas, são alguns filósofos pré-socráticos: Demócrito, Leucipo, Epicuro, Lucrécio, os estoicos, que se opunham na questão da continuidade da matéria: os átomos evoluiriam no vácuo? (5). Engels proclamou que as origens do materialismo moderno surgiram na Inglaterra durante o século XVII, pois justo nessa época Francis Bacon começou a desenvolver ideias revolucionárias que seriam a razão do materialismo. Em seus escritos, Bacon abordava que os sentidos eram infalíveis e se mostrava como a única fonte possível de aquisição de conhecimento. Com isso descartava a possibilidade de um mundo que não fosse material. Estes pensamentos serviam de base para que Thomas Hobbes continuasse desenvolvendo as bases do materialismo. Assim, Hobbes foi o primeiro a introduzir uma explicação de que as ideias são mero reflexo do mundo real, sendo impossível separar o pensamento da matéria. Posteriormente, John Locke terminou por refinar as ideias de Hobbes e Bacon certificando com provas a existência do materialismo (6).
(6) Via conceitos.com: https://conceitos.com/materialismo/

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3. As consequências do materialismo. Contemporaneamente, os materialistas valorizam bastante sua vertente biologista, capitaneada por Richard Dawkins, escritor dos livros “O gene egoísta” e “Deus, um delírio”, dentre outros, porém cada vez mais o mundo continua destituído de propósito e sem rumo. Retrato disso pode ser observado em Ernest Hemingway, um célebre romancista ateu, o qual dizia que a vida era “uma viagem de um dia curto do nada para o nada”, e que decidiu viver intensamente seu materialismo e hedonismo. Afirmava que tinha tudo para ser feliz sem Deus, mas chegou ao fundo do poço de seu desespero existencial em julho de 1961, quando deu cabo à sua vida. O materialismo outorga aparente autonomia ao homem para viver a seu bel prazer, mas lhe tolhe a possibilidade de encontrar a verdadeira felicidade e paz. O maior problema dos materialistas será quando forem prestar contas diante de Deus, pois nesta vida eles podem até ter alegria no coração, pela imensa graça de Deus, porque está escrito que Deus deixou os povos andarem “em seus próprios caminhos”, e mesmo assim mandou “chuvas e tempos frutíferos, enchendo de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14.16,17). Que grande amor! O Senhor, ainda que o homem se desvie, continua o amando e outorgando-lhe bênçãos. Mas no dia da prestação de contas, diante do Justo Juiz, se não se arrependerem dos seus pecados, ainda em vida, e se converterem a Jesus, o fim dos materialistas não será o dos melhores. [Talvez nenhum cientista da atualidade seja tão polêmico quanto o biólogo evolucionista britânico Richard Dawkins. Dawkins ganhou destaque com o seu livro O Gene Egoísta, de 1976, que popularizou a visão da evolução centrada nos genes e introduziu o termo meme. Em 1982, ele introduziu à biologia evolutiva o influente conceito de que os efeitos fenotípicos de um gene não são necessariamente limitados ao corpo de um organismo, mas podem ampliar-se também ao meio ambiente, incluindo os corpos de outros organismos; este conceito é apresentado em seu livro O Fenótipo Estendido. Dawkins é ateu declarado, vice-presidente da Associação Humanista Britânica e defensor do movimento bright. Ele é bem conhecido por suas críticas ao criacionismo e ao design inteligente. Em seu livro O Relojoeiro Cego, de 1986, critica a analogia do relojoeiro, um argumento para a existência de um criador sobrenatural baseado na complexidade dos organismos vivos. Em vez disso, ele descreve os processos evolutivos como análogos a um "relojoeiro cego" (7). Ernest Miller Hemingway (Oak Park, 21 de Julho de 1899 — Ketchum, 2 de Julho de 1961) foi um escritor norte-americano. Trabalhou como correspondente de guerra em Madrid durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Esta experiência inspirou uma de suas maiores obras, Por Quem os Sinos Dobram. Ao fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), se instalou em Cuba. Em 1953, ganhou o Prémio Pulitzer de Ficção, e, em 1954, ganhou o prêmio Nobel de Literatura. Suicidou-se em Ketchum, em Idaho, em 1961 (8). É preciso ficar bem claro que há dois tipos de materialismo que afetam profundamente a religião. Um é o materialismo teórico. Outro é o materialismo prático. O primeiro é o materialismo sem Deus. O segundo é o materialismo com Deus. Os dois deságuam no mesmo oceano. Parece que um não é mais grave que o outro. O materialismo ateu nega a existência de Deus, a criação, a queda, o pecado, a alma ou o espírito, a divindade de Jesus Cristo, a salvação e a condenação, o além, a ressurreição dos mortos, a vida eterna e coisas como a oração, a comunhão com Deus e o temor do Senhor. O materialismo religioso aceita tudo que o materialismo ateu nega, mas produz uma vida voltada unicamente para os gozos e bens materiais. Expressa-se, por exemplo, através do consumismo. Gera uma preocupação exagerada com as necessidades básicas de aspecto exclusivamente material quanto ao que comer, beber e vestir (Mt 6.25-34). Determina um correr constante atrás do vento, que enfada e nunca satisfaz a alma (Ec 2.1-11). Produz uma atividade louca que torna o homem rico aqui, mas não na outra esfera da vida (Lc 12.13-21). O materialismo sem Deus prolifera nos países comunistas. E o materialismo com Deus prolifera nos países capitalistas. Para sanar esta situação é preciso manter a pregação do evangelho. Lá e cá. (9).]

Pense!
Por que devo acreditar em coisas que eu não posso ver?

Ponto Importante
Algumas Coisas que não vemos são fundamentais para provar as que vemos!

II. ANALISANDO O MATERIALISMO

1. A futilidade do materialismo. A característica de ser fútil, insignificante, sem valor, cai bem ao materialismo. Está escrito que não se deve atentar para as coisas materiais, pois elas desaparecerão, haja vista que o verdadeiro valor encontra-se naquilo que dura para sempre, como a Palavra de Deus, o amor, o Reino de Deus. O materialismo apequena a vida, pois destrona dela tudo o que é duradouro e significativo, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno e vão. Benjamim Disraeli, escritor e político inglês do Século XIX, dizia que “a vida é muito curta para ser pequena”. Não se deve aceitar a míope e fútil cosmovisão materialista para resolver todos os dilemas da existência, notadamente porque existe em cada pessoa uma partícula imaterial, perene, a fagulha de Deus, que necessita ter intimidade com o Criador, sob pena de perder os melhores sentimentos da vida. [Ainda citando a Psicologa cristã Norma Braga: “O filósofo francês Jean-Paul Sartre defendia o ateísmo, mas não escondia sua aridez. E reconheceu isso ao confessar (cremos que com algum orgulho) a dificuldade que sofre aqueles que desejam rejeitar todo sentimento do absoluto. Afirmava que o ateísmo é “a convicção de que o homem é um criador, mas está abandonado, sozinho no mundo” e “no seu sentido mais profundo, em desespero”. O ateu, para o filósofo, era como o cavaleiro solitário a pregar a esperança, apesar de toda a ausência de garantias. Esse discurso ainda sobrevive e dá muito ibope entre os teóricos modernos. Mas a verdadeira finalidade do materialismo – a negação direta ou indireta do Deus cristão, pessoal e soberano – nunca pode ser totalmente ocultada. Isso é patente na descoberta que nos apresenta o pastor Richard Wurmbrand em seu livro sobre o pensador que construiu todo o seu sistema sobre o materialismo: Karl Marx. Segundo Wurmbrand, nem Marx era ateu, mas sim satanista. Não admira, nem um pouco. Leia um trecho de Marx & Satan em inglês, aqui. E leia um artigo sobre o assunto, em português, aqui.”(10).]

2. A loucura do materialismo. Além de ser fútil, o materialismo é desarrazoado, uma loucura. Aliás, é a própria Bíblia que chama o materialista de louco. Jesus contou a parábola de um homem rico o qual, ensandecido, pensou que tinha o controle sobre o tempo futuro. Ele projetou tudo e, como era materialista, em vez de falar com Deus, falou consigo mesmo. Observe-se o que está escrito: “E direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será?” (Lc 12.19,20). Assim, a empreitada materialista não tem futuro, como não tinha futuro as condutas do homem aparentemente rico da parábola. [Trazendo este assunto para mais perto de nós, o materialismo é como uma doença maligna que se alastra, pois a principio trabalho para suprir minhas necessidades básicas e de minha família, depois cada vez mais e mais quero obter coisas e bens para satisfazer essa obsessão doentia. Meu tempo começa a girar todo em torno de minha obsessão pelo material e não tenho mais tempo nem ânimo para servir a Deus, torno-me um ergolatra (adorador do trabalho). Assis, a vida consistirá em viver para possuir, obter, tomar posse, ser dono, ser proprietário etc. É por este motivo que o Senhor  Jesus nos adverte em Lucas 12.15: “Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui”.]

3. A pobreza do materialismo. Jesus contou a história sobre um homem rico, judeu (porque é chamado de filho) o qual, ao morrer, foi para o inferno (Lc 16.25,26,31) e, naquele lugar de tormento, o materialista tentou resolver seu grande problema, mas a resposta de Deus foi que ele se lembrasse de que tinha recebido os seus bens durante a vida, e obviamente não tinha ajuntado tesouro no Céu. Ora, é certo que possuir bens não é pecado, porém o fato relevante da história é que a mente daquele homem focava exclusivamente nas coisas materiais e não atentava para o que era sobrenatural, por isso o Senhor lhe falou daquela forma. O homem da história era um pobre rico e Lázaro a única pessoa que possuía muitos bens, pois o seu tesouro estava no Céu. [Em 1Timóteo 6.10 Paulo diz que aqueles que quiseram se enriquecer caíram em laços e ciladas. A vontade de Deus é que tenhamos o necessário para viver, e que estejamos tranqüilos e confiantes nele para o nosso sustento (Mt 6.33).]

Pense!
Como o homem, sendo matéria, pode ser feliz buscando satisfação fora do âmbito material?

Ponto Importante
O materialismo apequena o sentido da vida, pois destrona dela tudo o que é duradouro e significativo, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno e vão.

III. CONTRAPONDO O MATERIALISMO

1. A cosmovisão judaico-cristã. A cosmovisão judaico-cristã, como forma de ver e compreender o mundo, surgiu ao longo dos séculos, quando Deus tratava com seus servos, ensinando-lhes como viver sobre a terra. Esses ensinamentos foram sendo contados nas Sagradas Escrituras e, com o advento dos textos do Novo Testamento, aconteceu o aperfeiçoamento, transformando-se na única ideologia que oferece uma resposta eficiente aos anseios mais profundos do homem e da sociedade, sendo, assim, um contraponto em relação ao materialismo. [O termo cosmovisão, quer dizer o modo pelo qual uma pessoa vê ou interpreta uma realidade. A palavra alemã é Weltanschau-ung, que significa um “mundo e uma visão de vida”, ou “um paradigma”. É a estrutura por meio da qual a pessoa entende os dados da vida. Uma cosmovisão influencia muito a maneira em que a pessoa vê Deus, origens, mal, natureza humana, valores e destino. Francis Schaeffer disse que a comosvisão:”é o filtro através do qual uma pessoa enxerga o mundo. Para o cristão, a cosmovisão cristã vai colocar o entendimento do universo como criação de Deus, e todas as esferas de conhecimento, possíveis de estarem presentes na humanidade, como procedentes do Deus único e verdadeiro, Senhor do universo, comunicadas a nós por Cristo “...no qual estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento (Cl 2.3)”.(11).]

2. A contracultura do Reino. A cosmovisão do Cristianismo produz uma forma de viver diferente, o que pode ser chamado de contracultura, já que os cristãos não devem viver em conformidade com a cultura do mundo (Rm 12.2); como também não podem produzir uma subcultura, através da qual se vive algo parecido com o materialismo, submetendo a igreja a condutas não bíblicas... Deus chamou a igreja para realizar um movimento revolucionário, de guerra contra o pecado, sabendo que “nossa luta não é contra a carne e o sangue...” (Ef 6.12). [Em nossos dias está em andamento uma movimentação muito intensa, no meio evangélico, para estabelecimento de escolas evangélicas, que ensinem todas as matérias a partir da perspectiva cristã da vida. Para isso, há a necessidade de que se ensine e se dissemine uma cosmovisão cristã. A fé cristã deixa de ser uma “questão religiosa” para o domingo, mas volta a assumir o seu posto original, e que havia sido resgatado pela reforma do século 16. Esse movimento por escolas cristãs, tem características interdenominacionais. A fé reformada sempre enfatizou a questão da cosmovisão cristã. Agora, esse tesouro está sendo procurado por segmentos que até pouco tempo rejeitavam qualquer coisa que tivesse o mais remoto relacionamento com o calvinismo. O que pregadores e autores, durante anos, não conseguiram, Deus, em sua soberania, está fazendo – com a absorção, pela necessidade, dos conceitos transmitidos na idéia de uma cosmovisão cristã. Nesse sentido, Deus tem sido pregado como soberano real do universo em comunidades teologicamente arminianas. Escolas de igrejas que “fogem” da teologia reformada, não piscam quando livros tais como: Calvinismo (de Abraham Kuyper) e E Agora, Como Viveremos (que tem como co-autora Nancy Pearcey – que estudou com o filósofo e teólogo calvinista, Francis Schaeffer), são recomendados, apresentados e suas idéias ensinadas. Tais círculos têm compreendido que é impossível se praticar a verdadeira educação das esferas de conhecimento, sem a coesão proporcionada por uma cosmovisão cristã reformada, na qual Deus é verdadeiramente regente do universo, e não um mero espectador, que reage às circunstâncias, procurando “consertar” as coisas. Por isso é necessário que o pastor e líder cristão, e até nós, leigos, tenhamos uma boa compreensão deste tema. Porque precisamos também orientar os irmãos e familiares nesse entendimento. Cosmovisão cristã, também, tem tudo a ver com o estudo de Governo e Economia, e outras áreas de conhecimento e de atividades humanas que, para serem adequadamente compreendidas e exercitadas, não podem ser divorciadas dos princípios contidos nas Escrituras. (Solano Portela) A Cosmovisão cristã oferece à humanidade as respostas mais contundentes para as suas maiores indagações. Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos? Qual o propósito da vida? Por que o mal existe? (12).]

3. A comissão cultural da Igreja. Quando Jesus mandou que a Igreja ensinasse às nações a cosmovisão cristã, — o Evangelho — buscava que o poder transformador de Deus alcançasse o homem individualmente, outorgando-lhe a redenção, mas também influenciasse a comunidade na qual está inserida. A isso se denomina comissão cultural. [Como vemos acima o cristão é representante de Cristo na Terra, portanto deve ser parecido com O mesmo para que possa desempenhar seu papel de cristão perante sua família, a Igreja e o mundo. Será que poderíamos dizer: Quem me vê a mim, vê Jesus? Não basta dar testemunho apenas, mas é preciso ser também testemunha e viver o evangelho de maneira plena, praticando o que se prega e tendo a manifestação do poder de Deus como selo de autenticidade para nossa pregação. Em Mt 5.13, Jesus afirma que os cristãos são o sal da terra. Dois dos valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão e a igreja, portanto, devem ser exemplos para o mundo e, ao mesmo tempo, militarem contra o mal e a corrupção na sociedade. Jesus tornava compreensível o seu ensino mediante o uso de recursos simbólicos comuns ao contexto de seus ouvintes (cf. Mt 18.11-13). Assim, Ele trata da relevância cristã, no Sermão do Monte, aludindo inicialmente ao sal, largamente utilizado em todos os estratos sociais nos tempos antigos (cf. Ed 7.21,22; Mc 9.50; Cl 4.6). Entre outras formas de uso, destacava-se a sua função monetária nas transações comerciais. É tanto que o termo salário deriva do latim salarium, que significa “dinheiro de sal”, como parte do pagamento aos soldados romanos. Jesus, portanto, contextualiza a sua mensagem, utilizando um símbolo comum aos discípulos para que eles compreendessem a importância de sua vida de retidão em meio à sociedade corrupta.
2. O valor médico do sal. Para além do valor nutritivo do sal, principalmente quanto ao sabor dos alimentos (cf. Jó 6.6), há que se considerar, também, o seu elevado valor medicinal. Enquanto o consumo excessivo traz prejuízos ao organismo, a abstenção absoluta e continuada provoca danos à saúde, daí porque o crente não só tem que tornar suas ações espiritualmente palatáveis, no ambiente em que está, como também precisa exercer papel restaurador entre os doentes (cf. Is 61.1; Lm 1.16).
3. O poder de preservação do sal. Todavia, o que mais se destaca, no sal, quanto à relevância do crente no mundo, é o seu poder de preservação. Nos tempos antigos, e até mais recentes, este era o recurso para evitar a deterioração dos alimentos perecíveis, de modo que podiam ser ingeridos a qualquer tempo, sem a perda de seus valores nutricionais. Ora, o mundo não está pior porque as ações do crente submisso ao Espírito Santo contribuem para evitar a sua deterioração (cf. 2 Ts 2.1-8). (13).]

Pense!
Podemos dizer que as práticas de outras culturas são erradas? Não seriam relativas?

Ponto Importante
A cosmovisão do Cristianismo produz um jeito de viver diferente, uma contracultura, já que os cristãos não devem viver em conformidade com cultura do mundo (Rm 12.2).

CONCLUSÃO
O materialismo destrói a fé e tira a visão da realidade espiritual, enxergando só o que é tangível, mensurável, transitório... uma loucura, na medida em que Deus é real e tudo o que é material vai perecer. Diante disso, a Igreja, cumprindo a Grande Comissão (Mt 28.19,20) e a comissão cultural, deve ensinar a cosmovisão judaico-cristã desde Jerusalém... até os confins da terra (At 1.8). [A busca do padrão ético do Reino de Deus é parte da responsabilidade cristã. Deve ser o alvo de cada crente, sendo parte de sua responsabilidade cristã. Se o crente não manifesta esse desejo de aperfeiçoar a sua vida cristã a cada dia, nos moldes ensinados por Cristo no Sermão do Monte, é certo que não tenha experimentado a verdadeira transformação interior ou a tenha perdido no meio do caminho. É resultado exclusivo da graça. Nenhum esforço humano pode produzir não só o ardente desejo, mas também a possibilidade de se experimentar, aqui e agora, essa dimensão ética do Reino de Deus, só há uma resposta a ser dada: ela é resultado exclusivo da graça (ver Rm 6.1-15). Eis porque o Senhor afirmou que a nossa justiça precisa exceder a dos escribas e fariseus para que tenhamos entrada no Reino de Deus (v.20). Eles se apegavam à letra da lei, visando apenas o exterior. Nós temos que estar apegados à Cristo e, mediante a sua graça e o poder do Espírito Santo, desenvolver a capacidade de demonstrar em nossas ações, a partir do coração, que o Senhor vive através de nossa própria vida. Ao concluir esse assunto, devemos reconhecer que o único meio para viver o elevado padrão ético desejado por Deus para o seu povo é a graça. Ao contrário do que muitos pensam, seguir a Jesus e submeter-se ao seu Reino não significa anular nossa vida pessoal, mas descobrir uma nova dimensão de vida; mais profunda, dinâmica e feliz.] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2017

HORA DA REVISÃO
1. Por que o materialismo é perigoso?
Porque defende a ideia de que a matéria é a única realidade da vida, a base para toda a existência, excluindo Deus de seus conceitos.
2. Segundo a lição, o que é materialismo?
É uma cosmovisão, uma maneira de ver o mundo, uma filosofia da matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de verdades absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do universo são explicados exclusivamente pelas condições concretas materiais.
3. Com suas palavras, defina o que é a comissão (ou mandato) cultural da Igreja?
É a responsabilidade do cristão de influenciar positivamente sua sociedade.
4. Segundo a lição, conceitue contracultura.
É o jeito diferente de viver dos cristãos genuínos, em desconformidade com cultura do mundo (Rm 12.2).
5. O que você diria para alguém que se diz materialista?
Resposta Pessoal.