LIÇÕES
BÍBLICAS CPAD
JOVENS
3º Trimestre de 2017
Título: Tempo para todas as coisas — Aproveitando as
oportunidades que Deus nos dá
Comentarista: Reynaldo Odilo
Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical
que utilizam as revistas da CPAD
Lição 10: O perigo do
Materialismo
Data:
03 de Setembro de 2017
TEXTO DO DIA
“Se esperamos em Cristo só
nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co 15.19).
SÍNTESE
A cosmovisão materialista busca
entender o Universo somente levando em conta o mundo físico.
AGENDA DE LEITURA
Segunda: Jó 12.7-10 - A natureza depõe
contra o materialismo
Terça: Sl 14.1 - A loucura dos néscios
Quarta: Lc 12.19-21 - O materialismo não
enriquece
Quinta: Lc 16.19-21 - O materialismo
promove a indiferença
Sexta: Jo 20.29 - Felizes são os que
creem
Sábado: 2Co 4.18 - Atentando no que não
se vê
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- COMPREENDER o conceito, as origens e as consequências da cosmovisão chamada materialismo;
- FAZER uma análise a respeito da futilidade, loucura e pobreza do materialismo;
- CONFRONTAR os ideais materialistas por intermédio da cosmovisão e contracultura cristã.
TEXTO BÍBLICO
Romanos
1.20-22, Lucas 12.15-21.
Romanos 1
20 Porque
as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder
como a sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão
criadas, para que eles fiquem inescusáveis;
21 porquanto,
tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças;
antes, em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se
obscureceu.
22 Dizendo-se
sábios, tornaram-se loucos.
Lucas 12
15 E
disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de qualquer
não consiste na abundância do que possui.
16 E
propôs-lhes uma parábola, dizendo: a herdade de um homem rico tinha produzido
com abundância.
17 E
arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde recolher os meus frutos.
18 E
disse: Farei isto: derribarei os meus celeiros, e edificarei outros maiores, e
ali recolherei todas as minhas novidades e os meus bens;
19 e
direi à minha alma: alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos;
descansa, come, bebe e folga.
20 Mas
Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que tens preparado
para quem será?
21 Assim
é aquele que para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O materialismo é um pensamento
filosófico que apresenta um grande perigo para a sociedade deste tempo, porque
defende a ideia de que a matéria é a única realidade da vida, sendo, portanto,
o centro de todas as coisas, e a base para toda a existência. Assim, qualquer
tema espiritual não apresenta relevância para o materialismo, seja a existência
de Deus, da alma, céu ou inferno. Nesta lição, veremos um paralelo entre a
cosmovisão materialista e a maneira de ver o mundo do Cristianismo, a
denominada cosmovisão judaico-cristã, que se traduz como a resposta mais
contundente de Deus para um mundo materialista decaído, o qual precisa
desesperadamente de razões para viver. [materialismo se refere
tanto a uma corrente filosófica como a uma atitude. Por um lado, na filosofia,
o materialismo é definido como uma corrente de pensamento que surge da oposição
ao espiritualismo e considera a matéria tangível como única e real. Em relação
ao seu outro significado, o materialismo equivale à atitude das pessoas que
concedem um valor excessivo aos bens materiais, como mostram as propriedades e
o dinheiro (1). A psicologa cristã Norma Braga escreve: “O materialismo e a negação de Deus - O autor francês Jean-Paul Sartre
defendia o ateísmo sem esconder a intrínseca aridez do sistema, reconhecida por
ele ao confessar (creio que com algum orgulho) a dificuldade sofrida por quem
quer que almejasse rejeitar todo sentimento do absoluto. Afirmava que o ateísmo
é “a convicção de que o homem é um criador e que está abandonado, sozinho no
mundo” e “no seu sentido mais profundo, um desespero”. O ateu, para ele, era
como o cavaleiro solitário a pregar a esperança apesar de toda ausência de
garantias. Esse discurso ainda sobrevive e dá muito ibope entre os teóricos
modernos.” (2)] Dito isto, vamos
pensar maduramente a fé cristã?
I. CONHECENDO O MATERIALISMO
1. O que é o materialismo.
Materialismo é uma cosmovisão, uma maneira de ver o mundo, uma filosofia da
matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de verdades
absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do universo são explicados
exclusivamente pelas condições concretas materiais. Assim, para uma pessoa
materialista, só há seres materiais e tudo que existe está consolidado
materialmente. Isso apenas desnuda a extrema pobreza do referido sistema
filosófico ao tentar, com uma verdade parcial, explicar a verdade total, por
olhar para a complexidade da vida sem a dimensão da eternidade. O preconceito
abrigado na mente dos materialistas atenta, inclusive, contra as regras de
investigação científica, pois descarta previamente a possibilidade da
existência de coisas espirituais nas suas análises. Está escrito: “Por causa do
seu orgulho, o ímpio não investiga; todas as suas cogitações são: Não há Deus”
(Sl 10.4). Assim, vê-se que o pensamento materialista carece de respaldo
científico para existir, pois suas cogitações ateístas impedem de enxergar a
verdadeira realidade, a qual não depende de condições temporais para existir,
mas é desde a eternidade: o mundo espiritual. [Em filosofia,
materialismo é o tipo de fisicalismo que sustenta que a única coisa da qual se
pode afirmar a existência é a matéria; que, fundamentalmente, todas as coisas
são compostas de matéria e todos os fenômenos são o resultado de interações
materiais; que a matéria é a única substância. Como teoria, o materialismo
pertence à classe da ontologia monista. Assim, é diferente de teorias
ontológicas baseadas no dualismo ou pluralismo. Em termos de explicações da
realidade dos fenômenos, o materialismo está em franca oposição ao idealismo e
ao metaficismo, deixando bem claro que o materialismo pode sim se co-relacionar
com o idealismo e vice-versa em alguns casos, mas o real oposto da
materialidade é mesmo o sentido da metafisicidade.(3). Materialismo é toda
concepção filosófica que aponta a matéria como substância primeira e última de
qualquer ser, coisa ou fenômeno do universo. Para os materialistas, a única
realidade é a matéria em movimento, que, por sua riqueza e complexidade, pode
compor tanto a pedra quanto os extremamente variados reinos animal e vegetal, e
produzir efeitos surpreendentes como a luz, o som, a emoção e a consciência. O
materialismo contrapõe-se ao idealismo, cujo elemento primordial é a idéia, o
pensamento ou o espírito (4).]
2. As origens do materialismo.
O materialismo, enquanto pensamento filosófico esquematizado, teve sua origem
no século V a.C, com a teoria atomista de Demócrito, o qual defendia que o
Universo e tudo que nele há é constituído apenas por átomos (partículas
invisíveis de matéria) que se movem no vazio, definindo assim toda a realidade,
inclusive os pensamentos. Ao longo dos séculos, a ideia atomista foi
corroborada por alguns, como Epicuro e os estoicos, mas isso proliferou,
sobretudo, a partir do Iluminismo. No Século XIX, foi elaborada a tese do
materialismo dialético, por Karl Marx e Friedrich Engels, que motivou inúmeras
revoluções socialistas em vários lugares do mundo (Rússia, China, Cuba, etc.),
onde milhões de pessoas foram mortas por motivação ideológica. [O termo foi inventado em 1702 por Gottfried Leibniz, e
reivindicado pela primeira vez em 1748 por La Mettrie. Entretanto, em termos da
origem das ideias, pode-se considerar que os primeiros filósofos materialistas,
são alguns filósofos pré-socráticos: Demócrito, Leucipo, Epicuro, Lucrécio, os
estoicos, que se opunham na questão da continuidade da matéria: os átomos
evoluiriam no vácuo? (5). Engels proclamou que as origens do materialismo
moderno surgiram na Inglaterra durante o século XVII, pois justo nessa época
Francis Bacon começou a desenvolver ideias revolucionárias que seriam a razão
do materialismo. Em seus escritos, Bacon abordava que os sentidos eram
infalíveis e se mostrava como a única fonte possível de aquisição de
conhecimento. Com isso descartava a possibilidade de um mundo que não fosse
material. Estes pensamentos serviam de base para que Thomas Hobbes continuasse
desenvolvendo as bases do materialismo. Assim, Hobbes foi o primeiro a
introduzir uma explicação de que as ideias são mero reflexo do mundo real,
sendo impossível separar o pensamento da matéria. Posteriormente, John Locke terminou
por refinar as ideias de Hobbes e Bacon certificando com provas a existência do
materialismo (6).
(6) Via
conceitos.com: https://conceitos.com/materialismo/
3. As consequências do
materialismo. Contemporaneamente, os
materialistas valorizam bastante sua vertente biologista, capitaneada por
Richard Dawkins, escritor dos livros “O gene egoísta” e “Deus, um delírio”,
dentre outros, porém cada vez mais o mundo continua destituído de propósito e
sem rumo. Retrato disso pode ser observado em Ernest Hemingway, um célebre
romancista ateu, o qual dizia que a vida era “uma viagem de um dia curto do
nada para o nada”, e que decidiu viver intensamente seu materialismo e
hedonismo. Afirmava que tinha tudo para ser feliz sem Deus, mas chegou ao fundo
do poço de seu desespero existencial em julho de 1961, quando deu cabo à sua
vida. O materialismo outorga aparente autonomia ao homem para viver a seu bel
prazer, mas lhe tolhe a possibilidade de encontrar a verdadeira felicidade e
paz. O maior problema dos materialistas será quando forem prestar contas diante
de Deus, pois nesta vida eles podem até ter alegria no coração, pela imensa
graça de Deus, porque está escrito que Deus deixou os povos andarem “em seus
próprios caminhos”, e mesmo assim mandou “chuvas e tempos frutíferos, enchendo
de mantimento e de alegria os vossos corações” (At 14.16,17). Que grande amor!
O Senhor, ainda que o homem se desvie, continua o amando e outorgando-lhe
bênçãos. Mas no dia da prestação de contas, diante do Justo Juiz, se não se
arrependerem dos seus pecados, ainda em vida, e se converterem a Jesus, o fim
dos materialistas não será o dos melhores. [Talvez nenhum
cientista da atualidade seja tão polêmico quanto o biólogo evolucionista
britânico Richard Dawkins. Dawkins ganhou destaque com o seu livro O Gene
Egoísta, de 1976, que popularizou a visão da evolução centrada nos genes e
introduziu o termo meme. Em 1982, ele introduziu à biologia evolutiva o
influente conceito de que os efeitos fenotípicos de um gene não são
necessariamente limitados ao corpo de um organismo, mas podem ampliar-se também
ao meio ambiente, incluindo os corpos de outros organismos; este conceito é
apresentado em seu livro O Fenótipo Estendido. Dawkins é ateu declarado,
vice-presidente da Associação Humanista Britânica e defensor do movimento
bright. Ele é bem conhecido por suas críticas ao criacionismo e ao design
inteligente. Em seu livro O Relojoeiro Cego, de 1986, critica a analogia do
relojoeiro, um argumento para a existência de um criador sobrenatural baseado
na complexidade dos organismos vivos. Em vez disso, ele descreve os processos
evolutivos como análogos a um "relojoeiro cego" (7). Ernest Miller
Hemingway (Oak Park, 21 de Julho de 1899 — Ketchum, 2 de Julho de 1961) foi um
escritor norte-americano. Trabalhou como correspondente de guerra em Madrid
durante a Guerra Civil Espanhola (1936-1939). Esta experiência inspirou uma de
suas maiores obras, Por Quem os Sinos Dobram. Ao fim da Segunda Guerra Mundial
(1939-1945), se instalou em Cuba. Em 1953, ganhou o Prémio Pulitzer de Ficção,
e, em 1954, ganhou o prêmio Nobel de Literatura. Suicidou-se em Ketchum, em
Idaho, em 1961 (8). É preciso ficar bem claro que há dois tipos de materialismo
que afetam profundamente a religião. Um é o materialismo teórico. Outro é o
materialismo prático. O primeiro é o materialismo sem Deus. O segundo é o
materialismo com Deus. Os dois deságuam no mesmo oceano. Parece que um não é
mais grave que o outro. O materialismo ateu nega a existência de Deus, a
criação, a queda, o pecado, a alma ou o espírito, a divindade de Jesus Cristo,
a salvação e a condenação, o além, a ressurreição dos mortos, a vida eterna e
coisas como a oração, a comunhão com Deus e o temor do Senhor. O materialismo
religioso aceita tudo que o materialismo ateu nega, mas produz uma vida voltada
unicamente para os gozos e bens materiais. Expressa-se, por exemplo, através do
consumismo. Gera uma preocupação exagerada com as necessidades básicas de
aspecto exclusivamente material quanto ao que comer, beber e vestir (Mt
6.25-34). Determina um correr constante atrás do vento, que enfada e nunca
satisfaz a alma (Ec 2.1-11). Produz uma atividade louca que torna o homem rico
aqui, mas não na outra esfera da vida (Lc 12.13-21). O materialismo sem Deus
prolifera nos países comunistas. E o materialismo com Deus prolifera nos países
capitalistas. Para sanar esta situação é preciso manter a pregação do
evangelho. Lá e cá. (9).]
Pense!
Por que devo acreditar em coisas
que eu não posso ver?
Ponto Importante
Algumas Coisas que não vemos são
fundamentais para provar as que vemos!
II. ANALISANDO O MATERIALISMO
1. A futilidade do materialismo.
A característica de ser fútil, insignificante, sem valor, cai bem ao
materialismo. Está escrito que não se deve atentar para as coisas materiais,
pois elas desaparecerão, haja vista que o verdadeiro valor encontra-se naquilo
que dura para sempre, como a Palavra de Deus, o amor, o Reino de Deus. O
materialismo apequena a vida, pois destrona dela tudo o que é duradouro e
significativo, deixando somente aquilo que é passageiro, pequeno e vão. Benjamim
Disraeli, escritor e político inglês do Século XIX, dizia que “a vida é muito
curta para ser pequena”. Não se deve aceitar a míope e fútil cosmovisão
materialista para resolver todos os dilemas da existência, notadamente porque
existe em cada pessoa uma partícula imaterial, perene, a fagulha de Deus, que
necessita ter intimidade com o Criador, sob pena de perder os melhores
sentimentos da vida. [Ainda citando a
Psicologa cristã Norma Braga: “O filósofo
francês Jean-Paul Sartre defendia o ateísmo, mas não escondia sua aridez. E
reconheceu isso ao confessar (cremos que com algum orgulho) a dificuldade que
sofre aqueles que desejam rejeitar todo sentimento do absoluto. Afirmava que o
ateísmo é “a convicção de que o homem é um criador, mas está abandonado,
sozinho no mundo” e “no seu sentido mais profundo, em desespero”. O ateu, para
o filósofo, era como o cavaleiro solitário a pregar a esperança, apesar de toda
a ausência de garantias. Esse discurso ainda sobrevive e dá muito ibope entre
os teóricos modernos. Mas a verdadeira finalidade do materialismo – a negação
direta ou indireta do Deus cristão, pessoal e soberano – nunca pode ser
totalmente ocultada. Isso é patente na descoberta que nos apresenta o pastor
Richard Wurmbrand em seu livro sobre o pensador que construiu todo o seu
sistema sobre o materialismo: Karl Marx. Segundo Wurmbrand, nem Marx era ateu,
mas sim satanista.
Não admira, nem um pouco. Leia um trecho de Marx
& Satan em inglês, aqui. E leia um artigo sobre o assunto, em português, aqui.”(10).]
2. A loucura do materialismo.
Além de ser fútil, o materialismo é desarrazoado, uma loucura. Aliás, é a
própria Bíblia que chama o materialista de louco. Jesus contou a parábola de um
homem rico o qual, ensandecido, pensou que tinha o controle sobre o tempo
futuro. Ele projetou tudo e, como era materialista, em vez de falar com Deus,
falou consigo mesmo. Observe-se o que está escrito: “E direi à minha alma:
alma, tens em depósito muitos bens, para muitos anos; descansa, come, bebe e
folga. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te pedirão a tua alma, e o que
tens preparado para quem será?” (Lc 12.19,20). Assim, a empreitada materialista
não tem futuro, como não tinha futuro as condutas do homem aparentemente rico
da parábola. [Trazendo este assunto
para mais perto de nós, o materialismo é como uma doença maligna que se
alastra, pois a principio trabalho para suprir minhas necessidades básicas e de
minha família, depois cada vez mais e mais quero obter coisas e bens para
satisfazer essa obsessão doentia. Meu tempo começa a girar todo em torno de
minha obsessão pelo material e não tenho mais tempo nem ânimo para servir a
Deus, torno-me um ergolatra (adorador do trabalho). Assis, a vida consistirá em
viver para possuir, obter, tomar posse, ser dono, ser proprietário etc. É por
este motivo que o Senhor Jesus nos
adverte em Lucas 12.15: “Então, lhes
recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a
vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui”.]
3. A pobreza do materialismo.
Jesus contou a história sobre um homem rico, judeu (porque é chamado de filho)
o qual, ao morrer, foi para o inferno (Lc 16.25,26,31) e, naquele lugar de
tormento, o materialista tentou resolver seu grande problema, mas a resposta de
Deus foi que ele se lembrasse de que tinha recebido os seus bens durante a
vida, e obviamente não tinha ajuntado tesouro no Céu. Ora, é certo que possuir
bens não é pecado, porém o fato relevante da história é que a mente daquele
homem focava exclusivamente nas coisas materiais e não atentava para o que era
sobrenatural, por isso o Senhor lhe falou daquela forma. O homem da história
era um pobre rico e Lázaro a única pessoa que possuía muitos bens, pois o seu
tesouro estava no Céu. [Em 1Timóteo 6.10 Paulo
diz que aqueles que quiseram se enriquecer caíram em laços e ciladas. A vontade
de Deus é que tenhamos o necessário para viver, e que estejamos tranqüilos e
confiantes nele para o nosso sustento (Mt 6.33).]
Pense!
Como o homem, sendo matéria,
pode ser feliz buscando satisfação fora do âmbito material?
Ponto Importante
O materialismo apequena o sentido da vida, pois
destrona dela tudo o que é duradouro e significativo, deixando somente aquilo
que é passageiro, pequeno e vão.
III. CONTRAPONDO O MATERIALISMO
1. A cosmovisão judaico-cristã.
A cosmovisão judaico-cristã, como forma de ver e compreender o mundo, surgiu ao
longo dos séculos, quando Deus tratava com seus servos, ensinando-lhes como
viver sobre a terra. Esses ensinamentos foram sendo contados nas Sagradas
Escrituras e, com o advento dos textos do Novo Testamento, aconteceu o
aperfeiçoamento, transformando-se na única ideologia que oferece uma resposta
eficiente aos anseios mais profundos do homem e da sociedade, sendo, assim, um
contraponto em relação ao materialismo. [O termo cosmovisão,
quer dizer o modo pelo qual uma pessoa vê ou interpreta uma realidade. A
palavra alemã é Weltanschau-ung, que significa um “mundo e uma visão de vida”,
ou “um paradigma”. É a estrutura por meio da qual a pessoa entende os dados da
vida. Uma cosmovisão influencia muito a maneira em que a pessoa vê Deus,
origens, mal, natureza humana, valores e destino. Francis Schaeffer disse que a
comosvisão:”é o filtro através do qual uma pessoa enxerga o mundo. Para o
cristão, a cosmovisão cristã vai colocar o entendimento do universo como
criação de Deus, e todas as esferas de conhecimento, possíveis de estarem
presentes na humanidade, como procedentes do Deus único e verdadeiro, Senhor do
universo, comunicadas a nós por Cristo “...no qual estão escondidos todos os
tesouros da sabedoria e do conhecimento (Cl 2.3)”.(11).]
2. A contracultura do Reino.
A cosmovisão do Cristianismo produz uma forma de viver diferente, o que pode
ser chamado de contracultura, já que os cristãos não devem viver em
conformidade com a cultura do mundo (Rm 12.2); como também não podem produzir
uma subcultura, através da qual se vive algo parecido com o materialismo,
submetendo a igreja a condutas não bíblicas... Deus chamou a igreja para
realizar um movimento revolucionário, de guerra contra o pecado, sabendo que
“nossa luta não é contra a carne e o sangue...” (Ef 6.12). [Em nossos dias está em andamento uma movimentação muito
intensa, no meio evangélico, para estabelecimento de escolas evangélicas, que
ensinem todas as matérias a partir da perspectiva cristã da vida. Para isso, há
a necessidade de que se ensine e se dissemine uma cosmovisão cristã. A fé
cristã deixa de ser uma “questão religiosa” para o domingo, mas volta a assumir
o seu posto original, e que havia sido resgatado pela reforma do século 16.
Esse movimento por escolas cristãs, tem características interdenominacionais. A
fé reformada sempre enfatizou a questão da cosmovisão cristã. Agora, esse
tesouro está sendo procurado por segmentos que até pouco tempo rejeitavam
qualquer coisa que tivesse o mais remoto relacionamento com o calvinismo. O que
pregadores e autores, durante anos, não conseguiram, Deus, em sua soberania,
está fazendo – com a absorção, pela necessidade, dos conceitos transmitidos na
idéia de uma cosmovisão cristã. Nesse sentido, Deus tem sido pregado como
soberano real do universo em comunidades teologicamente arminianas. Escolas de
igrejas que “fogem” da teologia reformada, não piscam quando livros tais como:
Calvinismo (de Abraham Kuyper) e E Agora, Como Viveremos (que tem como
co-autora Nancy Pearcey – que estudou com o filósofo e teólogo calvinista,
Francis Schaeffer), são recomendados, apresentados e suas idéias ensinadas.
Tais círculos têm compreendido que é impossível se praticar a verdadeira
educação das esferas de conhecimento, sem a coesão proporcionada por uma
cosmovisão cristã reformada, na qual Deus é verdadeiramente regente do
universo, e não um mero espectador, que reage às circunstâncias, procurando “consertar”
as coisas. Por isso é necessário que o pastor e líder cristão, e até nós,
leigos, tenhamos uma boa compreensão deste tema. Porque precisamos também
orientar os irmãos e familiares nesse entendimento. Cosmovisão cristã, também,
tem tudo a ver com o estudo de Governo e Economia, e outras áreas de
conhecimento e de atividades humanas que, para serem adequadamente
compreendidas e exercitadas, não podem ser divorciadas dos princípios contidos
nas Escrituras. (Solano Portela) A Cosmovisão cristã oferece à humanidade as
respostas mais contundentes para as suas maiores indagações. Quem somos? De
onde viemos? Para onde vamos? Qual o propósito da vida? Por que o mal existe?
(12).]
3. A comissão cultural da Igreja.
Quando Jesus mandou que a Igreja ensinasse às nações a cosmovisão cristã, — o
Evangelho — buscava que o poder transformador de Deus alcançasse o homem
individualmente, outorgando-lhe a redenção, mas também influenciasse a comunidade
na qual está inserida. A isso se denomina comissão cultural. [Como vemos acima o cristão é representante de Cristo na
Terra, portanto deve ser parecido com O mesmo para que possa desempenhar seu
papel de cristão perante sua família, a Igreja e o mundo. Será que poderíamos
dizer: Quem me vê a mim, vê Jesus? Não basta dar testemunho apenas, mas é
preciso ser também testemunha e viver o evangelho de maneira plena, praticando
o que se prega e tendo a manifestação do poder de Deus como selo de
autenticidade para nossa pregação. Em Mt 5.13, Jesus afirma que os cristãos são
o sal da terra. Dois dos valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da
corrupção. O cristão e a igreja, portanto, devem ser exemplos para o mundo e,
ao mesmo tempo, militarem contra o mal e a corrupção na sociedade. Jesus tornava
compreensível o seu ensino mediante o uso de recursos simbólicos comuns ao
contexto de seus ouvintes (cf. Mt 18.11-13). Assim, Ele trata da relevância
cristã, no Sermão do Monte, aludindo inicialmente ao sal, largamente utilizado
em todos os estratos sociais nos tempos antigos (cf. Ed 7.21,22; Mc 9.50; Cl
4.6). Entre outras formas de uso, destacava-se a sua função monetária nas
transações comerciais. É tanto que o termo salário deriva do latim salarium,
que significa “dinheiro de sal”, como parte do pagamento aos soldados romanos. Jesus,
portanto, contextualiza a sua mensagem, utilizando um símbolo comum aos
discípulos para que eles compreendessem a importância de sua vida de retidão em
meio à sociedade corrupta.
2. O valor médico do
sal. Para além do valor nutritivo do sal, principalmente quanto ao sabor dos
alimentos (cf. Jó 6.6), há que se considerar, também, o seu elevado valor
medicinal. Enquanto o consumo excessivo traz prejuízos ao organismo, a
abstenção absoluta e continuada provoca danos à saúde, daí porque o crente não
só tem que tornar suas ações espiritualmente palatáveis, no ambiente em que
está, como também precisa exercer papel restaurador entre os doentes (cf. Is
61.1; Lm 1.16).
3. O poder de
preservação do sal. Todavia, o que mais se destaca, no sal, quanto à relevância
do crente no mundo, é o seu poder de preservação. Nos tempos antigos, e até
mais recentes, este era o recurso para evitar a deterioração dos alimentos
perecíveis, de modo que podiam ser ingeridos a qualquer tempo, sem a perda de
seus valores nutricionais. Ora, o mundo não está pior porque as ações do crente
submisso ao Espírito Santo contribuem para evitar a sua deterioração (cf. 2 Ts
2.1-8). (13).]
(13) http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao4-mii-3tr11-acomissaoculturaleagrandecomissao.htm
Pense!
Podemos dizer que as práticas de
outras culturas são erradas? Não seriam relativas?
Ponto Importante
A cosmovisão do Cristianismo produz um jeito de
viver diferente, uma contracultura, já que os cristãos não devem viver em
conformidade com cultura do mundo (Rm 12.2).
CONCLUSÃO
O materialismo destrói a fé e
tira a visão da realidade espiritual, enxergando só o que é tangível,
mensurável, transitório... uma loucura, na medida em que Deus é real e tudo o
que é material vai perecer. Diante disso, a Igreja, cumprindo a Grande Comissão
(Mt 28.19,20) e a comissão cultural, deve ensinar a cosmovisão judaico-cristã
desde Jerusalém... até os confins da terra (At 1.8). [A busca do padrão ético
do Reino de Deus é parte da responsabilidade cristã. Deve ser o alvo de cada
crente, sendo parte de sua responsabilidade cristã. Se o crente não manifesta
esse desejo de aperfeiçoar a sua vida cristã a cada dia, nos moldes ensinados
por Cristo no Sermão do Monte, é certo que não tenha experimentado a verdadeira
transformação interior ou a tenha perdido no meio do caminho. É resultado
exclusivo da graça. Nenhum esforço humano pode produzir não só o ardente
desejo, mas também a possibilidade de se experimentar, aqui e agora, essa
dimensão ética do Reino de Deus, só há uma resposta a ser dada: ela é resultado
exclusivo da graça (ver Rm 6.1-15). Eis porque o Senhor afirmou que a nossa
justiça precisa exceder a dos escribas e fariseus para que tenhamos entrada no
Reino de Deus (v.20). Eles se apegavam à letra da lei, visando apenas o
exterior. Nós temos que estar apegados à Cristo e, mediante a sua graça e o
poder do Espírito Santo, desenvolver a capacidade de demonstrar em nossas
ações, a partir do coração, que o Senhor vive através de nossa própria vida. Ao
concluir esse assunto, devemos reconhecer que o único meio para viver o elevado
padrão ético desejado por Deus para o seu povo é a graça. Ao contrário do que
muitos pensam, seguir a Jesus e submeter-se ao seu Reino não significa anular
nossa vida pessoal, mas descobrir uma nova dimensão de vida; mais profunda,
dinâmica e feliz.] “... corramos, com perseverança, a carreira
que nos está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé,
Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2017
HORA DA REVISÃO
1. Por que o materialismo é
perigoso?
Porque defende a ideia de que a matéria é a única
realidade da vida, a base para toda a existência, excluindo Deus de seus
conceitos.
2. Segundo a lição, o que é
materialismo?
É uma cosmovisão, uma maneira de ver o mundo, uma
filosofia da matéria, que não admite a existência do sobrenatural, nem de
verdades absolutas, mas acredita que todos os fenômenos do universo são
explicados exclusivamente pelas condições concretas materiais.
3. Com suas palavras, defina o que
é a comissão (ou mandato) cultural da Igreja?
É a responsabilidade do cristão de influenciar
positivamente sua sociedade.
4. Segundo a lição, conceitue
contracultura.
É o jeito diferente de viver dos cristãos genuínos,
em desconformidade com cultura do mundo (Rm 12.2).
5. O que você diria para alguém que
se diz materialista?
Resposta Pessoal.