LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
3º Trimestre de 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Comentarista:
Esequias Soares
- Lição 6 -
6 de Agosto de 2017
A Pecaminosidade Humana e
a sua Restauração a Deus
TEXTO ÁUREO
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VERDADE PRÁTICA
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"Porque todos
pecaram e destituídos estão da glória de Deus." (Rm 3.23)
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Reconhecemos
a pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destituiu da glória de
Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora de
Jesus Cristo podem restaurá-los a Deus.
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LEITURA DIÁRIA
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- Segunda: Sl 51.5 - Todos os humanos são
pecadores
- Terça: Ec 7.20 - O pecado está presente em todos
- Quarta: Is 59.2- O pecado nos separa de Deus
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- Quinta: Rm 3.10-12 - Não há na terra um justo
sequer
- Sexta: At 3.19 - Somente a fé em Jesus e o arrependimento
restaura o pecador
- Sábado: Rm 6.23 - A salvação é um dom de Deus
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LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
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Romanos 5.12-21
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12 Portanto, como por
um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a
morte passou a todos os homens por isso que todos pecaram.
13 Porque até à lei
estava o pecado no mundo, mas o pecado não é imputado, não havendo lei.
14 No entanto, a
morte reinou desde Adão até Moisés, até sobre aqueles que não tinham pecado à
semelhança da transgressão de Adão, o qual é a figura daquele que havia de
vir.
15 Mas não é assim o
dom gratuito como a ofensa. Porque, se pela ofensa de um morreram muitos,
muito mais a graça de Deus, e o dom pela graça, que é de um só homem, Jesus
Cristo, abundou sobre muitos.
16 E não foi assim o
dom como a ofensa, por um só que pecou. Porque o juízo veio de uma só ofensa,
na verdade, para condenação, mas o dom gratuito veio de muitas ofensas para
justificação.
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17 Porque, se pela
ofensa de um só, a morte reinou por esse, muito mais os que recebem a
abundância da graça, e do dom da justiça, reinarão em vida por um só, Jesus
Cristo.
18 Pois assim como
por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim
também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para
justificação de vida.
19 Porque, como pela
desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela
obediência de um muitos serão feitos justos.
20 Veio, porém, a lei
para que a ofensa abundasse; mas, onde o pecado abundou, superabundou a
graça;
21 Para que, assim
como o pecado reinou na morte, também a graça reinasse pela justiça para a
vida eterna, por Jesus Cristo nosso Senhor.
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HINOS SUGERIDOS: 8, 198, 536 da Harpa
Cristã
OBJETIVO GERAL
Compreender a
pecaminosidade de todos os seres humanos, que os destitui da glória de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
·
(I) Definir o termo pecado;
·
(II) Mostrar a origem do pecado;
·
(III) Compreender a solução para o pecado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A doutrina do pecado é
conhecida nos tratados de teologia como Hamartiologia, da palavra grega
hamartia. O estudo se reveste de suma importância porque se trata do problema
básico de todos os seres humanos. Todos os conflitos no mundo e as confusões
existentes na humanidade são manifestações do pecado. Ninguém pode se livrar
dele, mas o Senhor Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores da condenação
eterna. O enfoque da presente lição é definir e explicar o pecado, bem como
apresentar o meio divino para a solução humana. [Comentário: Hamartiologia (hamartia = erro, pecado + logós = estudo), como sugere o próprio
nome, é a ciência que estuda o pecado e as suas origens e conseqüências. A
doutrina do pecado é uma das mais importantes doutrinas da teologia cristã,
pois ocupa-se a ressaltar a condição que o homem está em função do pecado,
demonstrar sua impossibilidade em agradar a Deus, com o objetivo de demonstrar
que o homem está perdido e abismado em relação a Deus, e que, sozinho não pode
fazer nada para alterar essa realidade. De início, sabemos que esta é uma das
mais difíceis questões em teologia. Deus fez tudo bom na criação. Então como
foi que começou o pecado? Como esta criação boa se rebelou contra seu Criador?
Por quem e como se originou o pecado? Há muita coisa que não sabemos sobre este
assunto. Porém há conclusões necessárias a se considerar. Ao lermos a narrativa
da Criação vemos que Deus ao concluir tudo o que havia feito, viu que “tudo
havia ficado muito bom” (Gn 1.31). Isso significa que mesmo o mundo angelical
que Deus havia criado não possuía anjos maus nem demônios àquela altura. Mas,
quando chegamos a Gênesis 3, percebemos que Satanás, na forma de uma serpente,
tentou Eva para que pecasse (Gn 3.1-5). Portanto, em um determinado tempo entre
os eventos de Gênesis 1.31 e Gênesis 3.1, deve ter havido uma rebelião no mundo
angelical, com muitos anjos se voltando contra Deus e tornando-se maus (leia 2Pe
2.4 e Jd 6).] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé
cristã?
PONTO CENTRAL
Reconhecemos a pecaminosidade de
todos os seres humanos.
I- DEFININDO OS TERMOS
1. Pecado. Há uma lista extensa de palavras na
Bíblia para designar o pecado: erro, iniquidade, transgressão, maldade,
impiedade, engano, sedução, rebelião, violência, perversão, orgulho, malícia,
concupiscência, prostituição, injustiça etc., além dos verbos e adjetivos
cognatos. Muitos desses termos, e outros similares, estão na sombria lista
apresentada pelo apóstolo Paulo (Rm 1.29-32; Cl 5.19-21). Mas há um termo
genérico para designar o pecado com todos os seus detalhes, chattath, e seu
equivalente verbal chattá (pronuncia-se hatá, com "h" aspirado), que
literalmente significa "errar o alvo" (Jz 20.16). O substantivo
derivado desse termo aparece pela primeira vez no relato do assassinato de Abel
por seu irmão Caim: "E, senão fizeres bem, o pecado jaz à porta" (Gn
4.7). O seu equivalente grego na Septuaginta e no Novo Testamento é hamartia.
Essa palavra na Septuaginta traduz 24 termos hebraicos no Antigo Testamento
referentes ao pecado. [Comentário: Etimologicamente
bem explicado acima, cabendo acrescentar apenas que tal como definido pela
Bíblia, o pecado é uma violação do padrão de Deus para o comportamento humano. Estas
palavras acima definidas falam de violar a norma de alguma forma (leia Rm 3.23).
Outro termo frequente (parabasis no
grego) descreve o “pecado”, como “transgressão”, que significa ultrapassar os
limites estabelecidos. Ainda outro termo semelhante é paraptoma, que significa “um passo em falso” ou “uma invasão em
terreno proibido.” Duas outras palavras do Novo Testamento são anomia, que significa “anarquia”, e paranomia, que significa “a
contravenção.” Jesus disse pouco sobre a origem do “pecado”, exceto ao
rastreá-lo ao coração e a vontade humana (Mt 6.22-23; 7.17-19; 18.7; Mc 7.20-23,
Lc 13.34), mas Ele, de forma significativa, definiu o âmbito do pecado.]
2. Os termos hebraicos awon e peshá. Há na Bíblia um repertório amplo que
revela o pecado nos seus vários aspectos, mas este espaço não nos permite uma
apresentação exaustiva. O termo hebraico avon, "iniquidade,
perversão", vem de uma raiz que significa "entortar, torcer",
daí a ideia de perverter a lei de Deus. Essa palavra aparece traduzida em
nossas versões como "injustiça" (Gn 15.16), "maldade" (Êx
20.5) e "iniquidade" (Lv 26.40). Já o verbo avah, de mesma raiz,
descreve a natureza do coração da pessoa não regenerada (Jó 15.5). Isso revela
a "vida torta" do pecador. O outro termo de importância na
Hamartiologia do Antigo Testamento é o verbo pashá "transgredir" ou o
substantivo peshá, "transgressão, delito" (Gn 31.36; 50.17). O ser
humano forçou e foi além dos limites que Deus estabeleceu, e isso faz toda a
humanidade, homens e mulheres, errar o alvo da vida. [Comentário: A Bíblia utiliza
muitas palavras, tanto em hebraico como em grego, para definir o conceito de
pecado, neste tópico são apresentadas duas: Awon – “Iniquidade” ou “culpa” (1Sm 3.13; Is 53.6; Nm 15.30-31); Pecha – “Rebelar”, “transgredir” ou
“revoltar” (1Rs 12.19; 2Rs 3.5; Sl 51.13; Is 1.2). Em todas, o sentido geral é:
“Afastamento dos padrões estabelecidos por Deus”. Para conhecer outros termos,
visite DOCPLAYER.]
3. O que é pecado? Sabemos que a Bíblia não é um livro de
definição, mas de descrição. Ela "revela a verdade em forma popular de
vida e fato", como bem afirmou um historiador da Igreja Philip Schaff. As
Escrituras declaram que "o pecado é a transgressão da lei" (l Jo 3.4;
ARA) e que "toda iniquidade é pecado" (1 Jo 5.17). Essa declaração é
geralmente conhecida como pecado de comissão, isto é, quando praticamos aquilo
que não deveríamos fazer (Mt 15-3; Rm 5.14). Mas a Palavra de Deus nos ensina
ainda que "aquele, pois, que sabe fazer o bem e o não faz comete
pecado" (Tg 4.17). Esse pecado é chamado de omissão, pois consiste em
nossa falta de ação naquilo que deveríamos fazer (Jo 9.41). [Comentário: O pecado não é
eterno, pois teve princípio. Os gnósticos crêem em dois princípios eternos: o
bem e o mal. A partir da realidade do pecado algumas formas de pecados podem
ser verificadas nas Escrituras. Uma delas é o pecado de comissão, ou seja,
realizar aquilo que é expressamente condenado por Deus. Os nossos pais, Adão e
Eva, foram proibidos de comer do fruto da árvore do bem e do mal. Entretanto,
ainda assim dela comeram. Realizar conscientemente o que Deus de antemão
condenou é um atentado a sua santidade e justiça (Sl 106.6). O pecado de
omissão (Tg 4.17) é outra forma muito comum. Essa forma de transgredir as leis
divinas, muitas vezes, é ignorada entre o povo de Deus. Porém, as consequências
do seu julgamento não serão menores diante do Altíssimo (Mt 25.31-46). Não é
apenas deixando de obedecer a lei expressa de Deus que incorremos em pecado,
mas de igual modo, quando omitimo-nos de fazer o bem, pecamos contra Deus e a
sua justiça (Lc 10.25-37; Jo 15.22,24).]
SÍNTESE DO TÓPICO I
Na Bíblia encontramos vários termos
para definir pecado.
II - ORIGEM DO PECADO
1. O pecado no céu. Foi lá que tudo começou. O pecado já
havia sido introduzido no universo quando Adão e Eva foram criados. Antes de
acontecer na Terra, o pecado se originou no céu pelo mau uso do livre-arbítrio.
Jesus disse que o Diabo peca desde o princípio (Jo 8.44). O querubim ungido foi
criado perfeito em sabedoria e formosura, tinha o selo da perfeição (Ez
28.12-15), mas se rebelou contra Deus (Is 14.12-14). Foi o orgulho e a soberba
que fizeram esse querubim se transformar em Satanás (1Tm 3.6). Ele foi expulso
do céu com os anjos que o acompanharam em sua rebelião (2 Pe 2.4; Jd 6; Ap
12.7-9). [Comentário: O pecado não foi criado por Deus.
Deus criou tudo bom; não é o Autor do pecado. Os seres morais não tinham pecado
ao serem criados. Satanás foi criado de modo perfeito e sem pecado (Ez 28.15).
“Deus fez ao homem reto” (Ec 7.29). O
pecado não foi o resultado necessário para a finidade. O pecado teve início num
princípio de negação, o que significa que ele não é o resultado de nenhuma
força positiva. Os seres morais foram criados bons, mas não imutáveis e
independentemente bons. Isto os poria em pé de igualdade em relação a Deus;
envolveria o absurdo de Deus criar outro Deus. Somente Deus é imutável e
independente. Não pode haver mais de um Deus, auto-existente, auto-suficiente,
soberano e supremo. Os seres morais, anjos e homem, dependiam de Deus para
continuarem bons. Um poder sustentador deve fluir continuamente de Deus para
que as criaturas morais continuem como foram criadas (Sl 66.9; At 17.28; Cl 1.16-17;
Hb 1.3. O pecado teve origem nos anjos. Wayne Grunden afirma que “Satanás pecou antes de os seres humanos
terem caído, como fica evidente no fato de que ele (na forma de uma serpente)
tentou Eva (Gn 3.1-6; 2 Co 11.3). O NT também nos informa que Satanás “foi
homicida desde o princípio” e que ele é ”mentiroso e pai da mentira” (Jo 8.44).
Ele diz igualmente que o Diabo “vem pecando desde o princípio” (1 Jo 3.8). Em
ambos os textos, a frase “desde o princípio” não sugere que Satanás tenha sido
mau desde o tempo em que Deus começou a criar o mundo (“desde o princípio do
mundo”) ou desde o começo de sua existência (“do princípio de sua vida”), mas
sim desde o começo da história do mundo (Gn 3 e mesmo antes). A característica
do Diabo tem sido a de originar o pecado e a de induzir outros a pecar.”]
2. O pecado no Éden. Adão tinha a permissão de Deus para
comer de todas as árvores do jardim, exceto da árvore da ciência do bem e do
mal: "De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da
ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres,
certamente morrerás" (Gn 2.16b,17). A advertência foi clara. Quando o
casal comeu do fruto proibido, eles perceberam que estavam nus e procuraram se
esconder da presença de Deus (Gn 3.7,8). Era a ruptura imediata da comunhão com
Deus, a morte espiritual. O próprio Deus anunciou a vinda do Redentor (Gn 3.15)
e em seguida pronunciou a sentença ao casal (Gn 3.16-19) e à sua posteridade.
Foi por causa dessa desobediência que o pecado entrou no mundo e, com ele, a
morte (Rm 5.12). Esse desastre é conhecido como a "Queda da
humanidade". [Comentário: “Pelo que, como por um homem444 entrou o pecado266
no mundo2889, e pelo
pecado, a morte, assim também a morte2288
passou a todos os homens, por isso que todos pecaram264.” (Rm 5.12). Paulo começa a fazer aqui
uma comparação que não foi concluída senão nos versículos 18 a 21. A comparação
foi interrompida por uma meditação que continua até o versículo 17. O texto
inicia com o termo “portanto”, nesta
versão “Pelo que”, indicando que
aquilo que se segue está ligado, na mente de Paulo, com o que precedeu, pelo
que a comparação e o contraste que ele traça entre Adão e Cristo é sua elaboração
teológica do que já havia sido dito. Paulo salienta a idéia de “um só homem” por toda esta passagem, e
isso indica que ele encarava tanto Adão como Cristo como indivíduos históricos.
O Dicionário STRONG traz: 444 ανθρωπος
anthropos:- 1) um ser humano, seja homem ou mulher; 1a) genericamente,
inclui todos os indivíduos humanos. 266
αμαρτια hamartia:- 1a) não ter parte em; 1b) errar o alvo; 1c) errar, estar
errado; 1d) errar ou desviar-se do caminho de retidão e honra, fazer ou andar
no erro; 1e) desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, pecado; 2) aquilo
que é errado, pecado, uma ofensa, uma violação da lei divina em pensamento ou
em ação; 3) coletivamente, o conjunto de pecados cometidos seja por uma única
pessoa ou várias. 2889 κοσμος kosmos:-
os habitantes da terra, homens, a família humana; a multidão incrédula; a massa
inteira de homens alienados de Deus, e por isso hostil a causa de Cristo. 2289 θανατοω thanatoo:- 1) colocar à
morte; pela morte, ser liberado do compromisso de algo; literalmente, tornar-se
morto em relação à (algo). 264 αμαρτανω
hamartano:- 1) não ter parte em; 2) errar o alvo; 3) errar, estar errado;
4) errar ou desviar-se do caminho da retidão e honra, fazer ou andar no erro;
5) desviar-se da lei de Deus, violar a lei de Deus, pecado. Por causa da Queda,
a morte tornou-se uma realidade e toda a criação está sujeita a ela. "Toda a criação geme" (Rm 8.22),
esperando o momento em que Cristo voltará para libertá-la dos efeitos da morte.
]
3. A universalidade do pecado. A Bíblia é clara ao ensinar que
herdamos a natureza pecaminosa de Adão (1Co 15.49). Isso passou a ser conhecido
como "pecado original". A Bíblia não mostra como essa transmissão do
pecado de Adão passou a todos os humanos, mas afirma que se trata de um fato
incontestável (Rm 5.12,19). Assim, as Escrituras mostram como todos nós, homens
e mulheres, estamos diante de Deus: "todos pecaram e destituídos estão da
glória de Deus" (Rm 3.23). O quadro apresentado é como segue: todos se
extraviaram, não há quem faça o bem (SI 14.1-5; Rm 3.10-12), por isso não há no
mundo quem não peque (1Rs 8.46; Ec 7.20). A prova incontestável da
universalidade do pecado é a morte (Rm 5.12). Nem mesmo os salvos em Cristo
estão isentos dessa lei (1 Jo 1.8).0 pecado é um princípio real e presente na
vida de todas as pessoas, desde o ventre materno (SI 51.5; 58.3). A Queda no
Éden corrompeu toda a humanidade em todo o seu ser: corpo, alma e espírito,
intelecto, emoção e vontade (Is 1.5, 6; 2 Co 7.1). [Comentário: A Bíblia ensina
que, mesmo que nunca tivéssemos pecado—nunca feito algo errado—ainda seríamos
contados como pecadores diante de Deus. Essa é a doutrina bíblica do pecado
original. Quando você ouve sobre pecado original, a referência é ao pecado de
Adão e ao fato que Deus nos considera responsáveis por esse primeiro pecado de
Adão. Somos tão culpados quanto ele foi dessa primeira desobediência—tão
culpados que fomos punidos assim como ele o foi. Nascemos em delitos e pecados,
sofrendo a penalidade que Deus anunciou no princípio (Gn 2.17). http://voltemosaoevangelho.com/blog/2011/06/pve-por-que-seria-justo-herdarmos-a-natureza-pecaminosa-de-adao/ A queda do
primeiro casal foi devastadora para a posteridade humana. Para qualquer um de
nós é algo completamente impossível supor o que tenha sido o conhecimento
prático da queda. Como projetar a experiência da perda da perfeição original?
Nada, em nossa existência, serve de parâmetro para isso. Até onde tentamos
imaginar o Éden, partimos de nossa realidade caída e, efetuando alguma
modalidade de matemática espiritual, aplicamos o maior exponencial que a nossa
mente pode conceber, e temos um lugar paradisíaco aos nossos olhos. Todavia,
segundo o que afirmam as Escrituras, ainda assim tal realidade está muito aquém
da realidade que aguarda os filhos de Deus: ...mas,
como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em
coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam (1 Co 1.29)
Jair de Almeida, em O Padrão Éden: Modelo De Restauração Da Criação.
Disponível em: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Mantenedora/CPAJ/revista/VOLUME_XII__2007__2/jair.pdf. A ordem original
do meio ambiente do ser humano na terra deve ser distinguida do que ele veio a
tornar-se após o impacto da queda do homem, a maldição e o posterior dilúvio.
Na carta aos Romanos, Paulo afirma que toda a humanidade está por natureza sob
a culpa e o poder do pecado, sob o reino da morte e sob a inescapável ira de
Deus (Rm 1.18-19;3.9,19;5.17,21). Ele relaciona a origem desse estado ao pecado
de um homem – Adão, que ele descreve como o nosso ancestral comum (At 17.26;
Rm 5.12-14). Apocalipse 12.9 identifica
a serpente como o próprio Satanás, aqui em forma corpórea.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
O pecado teve sua origem no céu,
porém na terra ele teve início com a desobediência de Adão e Eva.
III - A SOLUÇÃO PARA O PECADO
1. Nem tudo está perdido. A Bíblia narra a situação humana
descrevendo-a como "mortos em ofensas e pecados" (Ef 2.1) e que
"o salário do pecado é a morte" (Rm 6.23). Morte significa
"separação". Isso começou com a Queda de Adão e continuou com a sua
posteridade (Is 59.2). Mas Deus, em sua infinita bondade e misericórdia,
declara agora que nos "vivificou" (Ef 2.1a) e que o seu "o dom gratuito
[...] é a vida eterna" (Rm 6.23b). A graça está disponível para toda a
raça humana (Tt 2.11) e a salvação em Jesus pode ser encontrada em todos os
lugares (At 17.30). [Comentário: “Na verdade que não há homem justo sobre a
terra, que faça o bem, e nunca peque. Eis aqui, o que tão-somente achei: que
Deus fez ao homem reto, porém eles buscaram muitas astúcias” (Ec 7.20,29).
Nenhum homem é justo diante de Deus. O homem não faz o bem e não quer e não
pode. O homem natural está totalmente sem a habilidade de agradar a Deus - “E não quereis vir a mim para terdes vida”
(Jo 5.40). O pecado é a maior mazela da humanidade, pois, dele decorre todo o
tipo de maldade e atrocidades que os homens cometem. O texto de Romanos 3.23
diz expressamente que “o salário do
pecado é morte” e seria terrível se terminasse neste ponto. Mas, pela
bondade e misericórdia de Deus, esse versículo continua, e o restante dele diz:
“…mas, o dom gratuito de Deus é a vida
eterna por Cristo Jesus, nosso Senhor.” A salvação é estendida a todos os
homens, mas, eles tem que se conscientizarem que são pecadores e estão
destituídos da glória de Deus (Rm 3.23), e que as condutas que eles praticam no
dia-a-dia são ofensivas ao Criador.]
2. A provisão de Deus. O pecado entrou no mundo por um homem.
Adão; assim também a redenção veio por um homem: "a graça de Deus, o dom
pela graça, que é de um só homem, Jesus Cristo, abundou sobre muitos" (Rm
5.15). A morte de Jesus foi expiatória, um sacrifício pelos nossos pecados que
"Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue" (Rm 3.25).
Expiação diz respeito ao sacrifício para purificação e ao perdão dos pecados
por meio dos sacrifícios (Lv 4.35; 17.11). A propiciação é o ato que apazigua a
ira divina contra o pecado, satisfazendo a santidade e a justiça de Deus. A expiação
realizada pelo "Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo" (Jo
1.29) é um ato da graça de Deus em favor de todos os seres humanos (l Jo 2.2).
Assim, o Senhor Jesus é a provisão de Deus para o pecador. [Comentário: No Calvário, a
justiça de Deus chega ao seu cumprimento histórico, através de Cristo e sua
missão redentora. A justificação pela fé foi um dos pilares da Reforma
Protestante. A salvação é pela graça mediante a fé e não o resultado das obras
nem mesmo da adição de fé mais obras. Assim sendo, a salvação não é uma
conquista do homem, mas um presente de Deus (Ef 2.8). Não é uma medalha de
honra ao mérito, mas uma manifestação do favor imerecido de Deus. Martinho
Lutero disse: “Esta doutrina é a cabeça e
a pedra fundamental. Por si só, ela gera, alimenta, edifica, preserva e defende
a igreja de Deus. E sem ela, a igreja de Deus não poderia existir nem por uma
única hora”. Martin Lloyd-Jones afirmou que a justificação pela fé “é a grande doutrina central de todo
protestantismo, e vocês descobrirão que em cada avivamento ela sempre vem na
vanguarda”. A igreja cai ou permanece de pé por causa desta doutrina. Ela é
a espinha dorsal de todas as doutrinas bíblicas. John Piper diz: “Pregar e viver a justificação pela fé
glorifica a Cristo, resgata pecadores desesperados, encoraja santos imperfeitos
e fortalece igrejas frágeis”. Em Romanos 3.21, lemos: “Mas, agora, se manifestou, sem a lei, a justiça de Deus, tendo o
testemunho da Lei e dos Profetas”. Paulo nos mostra como Deus se revelou
para alcançar os gentios e judeus. A justificação é um ato legal, forense e
judicial de Deus. É feita no tribunal de Deus e não em nosso coração. É um ato
jurídico ou uma sentença divina na qual Ele declara perdoado todo pecador que
crer em Jesus. Louis Berkhof define: “A
justificação é um ato judicial de Deus no qual Ele declara, baseado na justiça
de Jesus Cristo, que todas as exigências da lei estão satisfeitas com respeito
ao pecador”. A justificação é o contrário de condenação. Ela é um ato único
e legal que remove a culpa do pecado e restaura o pecador à sua condição de
filho de Deus, com todos os seus direitos, privilégios e deveres. A
justificação não ocorre na vida do pecador, não produz mudanças no seu caráter,
mas no Tribunal de Deus. Justificação é uma declaração e santificação é
transformação. Mas, é a partir da justificação que o Espírito Santo inicia no
pecador todo o processo de santificação até a sua glorificação. ]
SÍNTESE DO TÓPICO III
A morte expiatória de Jesus
Cristo foi e é a solução para o pecado.
CONCLUSÃO
A única esperança é o
Senhor Jesus, o único que pode nos restaurar a Deus. Restaurar é restituir, e
isso se aplica tanto a possessões e bens (Êx 22.14; Is 58.12; Lc 19.8) como
também a pessoas (Jr 30.17). O plano de Deus é restaurar todas as coisas (At
3.21), mas Ele começou com os seres humanos. Nós estávamos perdidos, como o
filho pródigo, e fomos restaurados a Deus pelo arrependimento (At 3.19; 2 Co
7.10) e pela fé em Jesus (Rm 5.1).
[Comentário: Como uma pessoa
pode se tornar aceitável diante de Deus? A resposta está clara no Novo
Testamento, especialmente nos escritos de Paulo, como a passagem clássica de
Romanos 3.21-25. Nas Escrituras, a justificação é o contrário da condenação. É
a declaração que diz que o pecador que crê é justo, e isso devido à retidão
imputada de Cristo, o “dom da justiça”,
conforme lemos em 5.17. Agora a justiça de Cristo é legalmente considerada como
possessão do pecador crente. Todos os homens são pecadores e necessitam do
perdão de Deus. A justiça de Deus é para todos e sobre todos, judeus e gentios,
porque todos erraram o alvo, deixando de ser conforme o propósito de Deus. Pois
todos pecaram e carecem da glória de Deus (Rm 3.23). Infelizmente, a palavra
portuguesa “justificação”, originária
do latim, dá a idéia de “tornar justo”,
no sentido de produzir justiça no justificado. Mas o termo grego original dikaiosyne não se refere a uma mudança
intrínseca no indivíduo, e sim a uma declaração feita por Deus. Visto que não
temos justiça própria e somos culpados diante de Deus, ele nos declara justos
com base na expiação de nossos pecados por Cristo e na sua justiça imputada a
nós. Em Romanos ficamos sabendo que justo é, portanto, quem foi declarado livre
em processo, não por não ser efetivamente culpado, mas por ser reconhecido como
tal. A doutrina da justificação pela fé é o cerne da teologia paulina,
utilizada especialmente quando em confronto direto com o ensino judaico, que
defendia que o homem encontra a graça de Deus quando cumpre a vontade divina
por meio da lei. É somente pela fé na eficácia do sacrifício de Cristo na cruz
que o homem pode ser considerado justo diante de Deus. Paulo chama a atenção
aos gálatas por desprezarem este sacrifício e misturar a justificação com a
santificação, confiando nas obras de justiça (Gl 1.6,9), o que Paulo chama de
“outro evangelho”. Cuidemos para que não caimos no mesmo erro.] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta,
olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2017
PARA REFLETIR
A
respeito da pecaminosidade humana e a sua restauração a Deus, responda:
• Qual o
termo genérico para designar o pecado e qual o seu significado?
O termo genérico para designar o
pecado com todos os seus detalhes, chat-tath, e seu equivalente verbal chattá
(pronuncia-se hatá, com "h" aspirado), que literalmente significa
"errar o alvo" (Jz 20.16).
• O que é
pecado nas palavras de 1João 3.4?
É a transgressão da lei (1 Jo
3.4; ARA).
• Onde se
originou o pecado e por quem tudo começou?
O pecado se originou no céu e
tudo começou pelo mau uso do livre-arbítrio.
• Qual a
prova incontestável da universalidade do pecado?
A prova incontestável da
universalidade do pecado é a morte (Rm 5.12).
• Quem é
a provisão de Deus para o pecador?
Jesus Cristo, "Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo".
Fonte: Lições Bíblicas adultos, 3°
trimestre de 2017 – CPAD / Divulgação: