LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
3º Trimestre de 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Comentarista:
Esequias Soares
- Lição 7 -
13 de Agosto de 2017
A Necessidade do Novo
Nascimento
TEXTO ÁUREO
|
|
VERDADE PRÁTICA
|
"Não te maravilhes
de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo." (Jo 3.7)
|
|
Cremos na necessidade
absoluta do novo nascimento pela graça de Deus, mediante a fé em Jesus
Cristo.
|
.
LEITURA DIÁRIA
|
||
•Segunda: Jo 3.3-8: O novo nascimento é nascer
do Espírito
•Terça: 2 Co 5.17: A fé salvífica faz do pecador uma nova
criatura em Cristo Jesus
•Quarta: At 10.43: O perdão dos pecados está disponível a todos
|
|
•Quinta: Tt 3.5: O novo nascimento significa regeneração
•Sexta: 2Co 5.18,19: Fomos reconciliados com Deus pela morte de
Jesus
•Sábado: Jo 1.12: Fomos adotados como filhos de Deus pela fé em
Jesus
|
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
|
||
João 3.1-12
|
||
1 E HAVIA entre os
fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
2 Este foi ter de
noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus;
porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
3 Jesus respondeu,
e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de
novo, não pode ver o reino de Deus.
4 Disse-lhe
Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a
entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
5 Jesus respondeu:
Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do
Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
|
|
6 O que é nascido
da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito.
7 Não te
maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
8 O vento assopra
onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai;
assim é todo aquele que é nascido do Espírito.
9 Nicodemos
respondeu, e disse-lhe: Como pode ser isso?
10 Jesus respondeu,
e disse-lhe: Tu és mestre de Israel, e não sabes isto?
11 Na verdade, na
verdade te digo que nós dizemos o que sabemos, e testificamos o que vimos; e
não aceitais o nosso testemunho.
12 Se vos falei de
coisas terrestres, e não crestes, como crereis, se vos falar das celestiais?
|
HINOS SUGERIDOS: 5, 266, 440 da Harpa
Cristã
OBJETIVO GERAL
Compreender a necessidade
absoluta do novo nascimento pela graça de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
(I) Apresentar
Nicodemos como um líder religioso bem-intencionado;
(II) Compreender
o que é o novo nascimento;
(III) Explicar
por que é necessário nascer de novo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O tema da presente lição
é de suma importância porque muitas pessoas estão equivocadas nas coisas
concernentes à salvação, assim como Nicodemos também estava. As boas ações, um
padrão de vida exemplar e até mesmo a prática de uma religiosidade sincera não
conduzem ninguém à vida eterna. O diálogo de Jesus com Nicodemos, um líder religioso
honesto e sincero, revela a necessidade do novo nascimento para entrar no Reino
dos Céus. [Comentário: Em seu sermão "O Novo
Nascimento", John Wesley afirma: “Se
alguma doutrina, dentro de toda a extensão do Cristianismo, pode ser
propriamente denominada fundamental, essas duas, sem dúvida são elas: a
doutrina da justificação, e aquela do novo nascimento. A primeira relativa
àquele grande trabalho o qual Deus operou por nós, perdoando nossos pecados; a
última, ao grande trabalho que Deus operou em nós, renovando nossa natureza
caída. Na ordem do tempo, nenhuma delas é colocada antes da outra: No momento
em que nós estamos justificados, pela graça de Deus, através da redenção que
está em Jesus, nós somos também "nascidos do Espírito", mas, em ordem
de pensamento, como está denominada, justificação precede o novo nascimento.
Nós, primeiro, temos em mente, sua ira sendo desviada, e, então, seu Espírito
operando em nossos corações” http://raylanderalves.blogspot.com.br/2010/10/o-novo-nascimento-john-wesley.html. A maior parte dos
cristão gosta de se referir como sendo cristãos “nascidos de novo”. No entanto,
essas palavras têm pouco ou nenhum significado a muitos deles. Há uma grande
discordância acerca do que exatamente significam essas palavras. Como uma
pessoa é nascida de novo? É algo que o homem faz? Ou é algo que somente Deus
pode fazer? A fim de entender o novo nascimento nós precisamos examinar
cuidadosamente as passagens bíblicas que lidam com essa questão muito
importante. Nesta aula vamos considerar a necessidade do novo nascimento; e uma
pergunta importante com relação ao novo nascimento é “Que diz a Escritura?” (Gl
4.30).] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
PONTO CENTRAL
Cremos na necessidade do novo
nascimento.
I - UM LÍDER RELIGIOSO BEM-INTENCIONADO
1. Quem era Nicodemos? Muito pouco se sabe a respeito dele.
Seu nome é grego e significa "vencedor do povo". Era fariseu, um
príncipe do povo (Jo 3.1) e membro do sinédrio (Jo 7.50). Nicodemos viu em
Jesus algo que não existe em nenhum dos seres humanos, mas ainda assim parece
que não queria ser visto pelo povo conversando com o Mestre. Talvez isso
justifique o fato de ter ido à noite se encontrar com o Senhor (v.2). Nicodemos
nunca mais foi o mesmo depois desse encontro com Jesus (Jo 7.51; 19.39). Esse
diálogo impressiona as pessoas ainda hoje, pois nele está o que consideramos
ser o texto áureo da Bíblia (Jo 3.16). [Comentário: Era Páscoa, quando também o Nazareno
se encontrava em Jerusalém, este fariseu membro do sinédrio (na Palestina, sob o domínio
romano, assembleia judia de anciãos da classe dominante à qual diversas funções
políticas, religiosas, legislativas, jurisdicionais e educacionais foram
atribuídas [A palavra aparentemente foi aplicada a diversos corpos diferentes,
mas designa especialmente a suprema corte judia legislativa e judicial de
Jerusalém, o Grande Sinédrio). Nicodemos tinha a convicção de que
Jesus viera da parte de Deus, conforme declarou em João 3.2: “Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque
ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele”.
Chegamos também à sublime conclusão de que Nicodemos não fora por conta própria
manter o diálogo com o Nazareno, quando declara “sabemos”,
significando ele e quem o enviou, que pode ter sido um grupo de zelosos judeus que
aguardavam a remissão de Israel por intermédio do Messias. Ele era o porta-voz
daqueles que desejavam dirimir as suas dúvidas. ]
2. Os fariseus. Representavam o povo e, apesar de serem
minoria na sociedade pré-cristã, exerciam forte influência na comunidade
judaica. Eram membros do sinédrio e tornaram-se inimigos implacáveis de Jesus.
Esse grupo formava uma seita (At 15.5). O apóstolo Paulo declara que o grupo
dos fariseus, ao qual Nicodemos pertencia antes de sua conversão, era a mais
severa seita do judaísmo (At 26.5; Gl 1.14; Fp 3.5). Os Evangelhos estão
repletos de provas do comportamento negativo dos fariseus e de suas
hipocrisias. Tanto que a palavra "fariseu" tornou-se sinônimo de
hipócrita e fingido, até os dias de hoje. Felizmente, Nicodemos era diferente
deles (Jo 7.50,51). [Comentário: De forma muito
sucinta, Fariseu (do hebraico פרושים) é o nome dado a um grupo de judeus
devotos à Torá, surgidos no século II a.C.. Opositores dos saduceus, criam numa
Lei Oral, em conjunto com a Lei escrita, e foram os criadores da instituição da
sinagoga. Eram em sua maioria empresários de classe média e, por conseguinte,
tinham contato constante com o homem comum. Os fariseus eram muito mais
estimados pelo homem comum do que os saduceus. Apesar de serem uma minoria no
Sinédrio, eles pareciam controlar o processo decisório do Sinédrio muito mais
do que os saduceus, já que tinham o apoio do povo. As palavras fortes de Jesus “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas”
ecoam através de todo Mateus 23 (vs 13,14,15,23,25,27,29). Os evangelhos estão
cheios de controvérsias entre Jesus e os fariseus (Mt 9.11,34; 12.2,14,24,38;
15.1,12; 16.6-12; Lc 11.37-44; 12.1). ]
3. Os sinais efetuados por Jesus. Pouco tempo depois das bodas de Cana da
Galileia, Jesus retornou à Judeia, subindo a Jerusalém (Jo 2.13). Era a sua
primeira aparição pública na capital quando Nicodemos lhe procurou. Nessa
ocasião, Jesus operou muitos milagres e, "estando ele em Jerusalém pela
Páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu
nome" (Jo 2.23). Esses milagres atraíram Nicodemos. Talvez ele tenha se
referido a esses feitos milagrosos quando se dirigiu a Jesus, pois disse que
"ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com
ele" (v.2). [Comentário: Como já explicado
no subtópico 1, o que levou Nicodemus até Jesus foi o grupo que ele
representava, inferido pelo texto de João 3.2. Lucas 5.17 declara: “E aconteceu que, num daqueles dias, estava
ensinando, e estavam ali assentados fariseus e doutores da lei, que tinham
vindo de todas as aldeias da Galileia, e da Judéia, e de Jerusalém. E a virtude
do Senhor estava com ele para curar”. O que nós temos aqui, escutando o
ensino de Jesus, não são meramente alguns líderes Judaicos da cidade de
Cafarnaum. O registo de Lucas declara muito claramente que estavam ali reunidos
todos os líderes Judaicos oriundos de todo o país (cercanias da Galileia,
Judeia, e Jerusalém). Porque é que todos estes líderes Judaicos de repente têm
uma convenção em Cafarnaum? Esta foi a reação deles ao primeiro milagre
messiânico (a cura de um leproso Mt 8.2-4; Mc 1.40-45; Lc 5.12-16). Eles sabiam
que Jesus tinha curado um leproso. De acordo com os seus próprios ensinos,
apenas o Messias podia curar um leproso. Se Jesus tinha curado o leproso, isso
podia significar muito bem que Ele era o Messias. É nestas circunstâncias que
todos se juntaram para investigar Jesus. Segundo a lei do Sinédrio, se houvesse
qualquer espécie de movimento messiânico, o Sinédrio deveria investigar a
situação em duas fases. A primeira fase era chamada a “fase da observação”. Era formada uma delegação para investigar
apenas por via da observação. Esta delegação deveria observar o que estava a
ser dito, o que estava a ser feito, e o que estava a ser ensinado. Não lhes era
permitido colocar qualquer questão ou levantar qualquer objeção. Após um
período de observação, deviam voltar então para Jerusalém, reportar ao Sinédrio
e dar um veredito: o movimento era significativo ou não? Se fosse decretado que
o movimento era insignificante, a questão terminaria ali. Mas se o movimento
fosse determinado significativo, então haveria uma Segunda fase de investigação
chamada a “fase da inquirição”. Nesta
fase, eles interrogariam o indivíduo ou membros do movimento. Desta vez,
colocariam questões e levantariam objeções para descobrirem se os clamores
deveriam ser aceitos ou rejeitados. O incidente em Lucas registra a primeira
fase, a fase da observação, em que eles observavam o que Jesus dizia e fazia.
Neste ponto não lhes era permitido levantar objeções ou colocar questões.
Porque um milagre messiânico tinha sido realizado, todos os líderes do país
inteiro tinham vindo a Cafarnaum para participarem na fase da observação –
observarem o que Jesus dizia, fazia e ensinava. Texto extraído do
artigo ‘The Three Messianic Miracles’, livreto. Copiado de http://www.arunrajesh.com/BibleStudy/mbs035m.pdf]
SÍNTESE DO TÓPICO I
Nicodemos era um líder religioso
bem-intencionado.
II - O NOVO NASCIMENTO
1. É necessário nascer de novo (v.7). Talvez Nicodemos esperasse uma resposta
elogiosa como retribuição das boas e sinceras palavras ditas a Jesus. Mas ele
se surpreendeu com a declaração do Mestre: "aquele que não nascer de novo
não pode ver o Reino de Deus" (v.3). O que essas palavras significam? Nascer
de novo é nascer da água e do Espírito (v.5), e isso significa regeneração. É o
início de uma nova vida, quando o pecador se torna nova criatura (2 Co 5.17)
criada em Cristo Jesus (Ef 2.10). Trata-se de uma experiência profunda com
Jesus, e não de mera mudança de religião. [Comentário: Causa estranheza a resposta de
Nicodemos no versículo quatro: “Como pode um homem nascer, sendo velho?
porventura pode tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?” No entanto,
quando analisamos a sua posição de fariseu e mestre em Israel, concluímos estar
ele duvidando desta transformação, comparando Jeremias 13.23: “Pode o etíope
mudar a sua pele, ou o leopardo as suas manchas? nesse caso, vós também
podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal”. Jesus explicou-lhe,
detalhadamente, o processo do novo nascimento, comparando-o ao fenômeno do
vento: “assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para
onde vai, assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. Nicodemos deixou bem
claro que se convertera ao Evangelho, mesmo pertencendo ao Sinédrio, quando
interpelou em favor de Jesus, ao lhe chamarem de impostor: “Porventura condena
a nossa lei um homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?” (Jo
7.51). A Bíblia Responde, Ed. CPAD.]
2. Regeneração. O termo significa literalmente
"gerar novamente" e só aparece duas vezes no Novo Testamento: a
primeira no sentido escatológico (Mt 19.28), ao se referir à restauração de
todas as coisas; e a outra como sinônimo de novo nascimento, cujo sentido é de
salvação em Cristo (Tt 3.5). Isso significa ser gerado da semente incorruptível
(1 Pe 1.23). Os reencarnacionistas costumam usar essa passagem para fundamentar
a doutrina da reencarnação. Mas essa não é a questão aqui. Jesus deixou claro
ao príncipe dos judeus: "O que é nascido da carne é carne, e o que é
nascido do Espírito é espírito" (v.6). Jesus não está falando em
renascimento nem em reencarnação; essas coisas nunca fizeram parte da tradição
judaica. [Comentário: Uma outra palavra
para regeneração é "renascimento", relacionada à outra frase bíblica
“nascido de novo”. O nosso renascimento se difere do nosso primeiro nascimento,
quando fomos concebidos fisicamente e herdamos a nossa natureza pecaminosa. O
novo nascimento é um nascimento espiritual, santo e celestial que resulta em
nós sendo vivificados espiritualmente. O homem em seu estado natural está
"morto em seus delitos e pecados" até ser "vivificado"
(regenerado) por Cristo. Isso acontece quando ele coloca a sua fé em Cristo (Ef
2.1). A regeneração é uma mudança radical. Assim como o nascimento físico
resultou em um novo indivíduo entrando no reino da terra, o nosso nascimento
espiritual resultou em uma nova pessoa entrando no reino celestial (Ef 2.6).
Após a regeneração, começamos a ver, ouvir e buscar coisas divinas; começamos a
viver uma vida de fé e santidade. Agora Cristo está formado nos corações; agora
somos participantes da natureza divina, tendo sido feitos novas criaturas (2Co
5.17). Deus, não o homem, é a fonte dessa transformação (Ef 2.1, 8). O grande
amor e dom gratuito de Deus, a Sua rica graça e misericórdia abundante, são a
causa do renascimento. O grande poder de Deus - o poder que ressuscitou Cristo
dentre os mortos – é demonstrado na regeneração e conversão de pecadores (Ef 1.19-20).
https://www.gotquestions.org/Portugues/regeneracao.html]
3. A perplexidade de Nicodemos. Muita gente pensa que Deus está
preocupado com religião. Mas essas pessoas estão enganadas, pois a vontade de
Deus é a comunhão com as suas criaturas inteligentes. O problema é que existe
uma barreira que se chama pecado (Is 59.2). Foi de Deus a iniciativa de
comunicação com Adão logo após a Queda (Gn 3.8-10). Quando Deus mandou Moisés
levantar o tabernáculo, manifestou o desejo de habitar no meio do seu povo (Êx
25.8). Por fim, Deus assumiu a forma humana," e o Verbo se fez carne e
habitou entre nós" (Jo 1.14). O novo nascimento é a restauração da comunhão
com Deus, e não significa seguir um conjunto de regras religiosas ou éticas.
Isso estava muito longe da forma de pensar de Nicodemos e de muitos religiosos
ainda hoje. [Comentário: Todos os crentes precisam que o
Espírito Santo crie neles um coração puro que aborreça a iniqüidade, e um
espírito renovado e disposto a fazer a vontade de Deus. Somente Deus pode nos
fazer novas criaturas e nos restaurar à verdadeira santidade (Jo 3.3; 2 Co
5.17). A Escritura mostra com clareza que apenas Deus pode realizar a transformação
necessária para capacitar os seres humanos a fazerem o que é agradável aos seus
olhos (Dt 30.6; Jr 31.33; Ez 36.26). Nicodemos deixou bem claro que se
convertera ao Evangelho, mesmo pertencendo ao Sinédrio, quando interpelou em
favor de Jesus, ao lhe chamarem de impostor: “Porventura condena a nossa lei um
homem sem primeiro o ouvir e ter conhecimento do que faz?” (Jo 7.51). Por
ocasião da morte de Jesus, enquanto os seus discípulos fugiam do compromisso
de sepultarem o corpo do Mestre com medo dos judeus, Nicodemos e José de
Arimatéia, enfrentando o risco de perder a própria vida, tiraram o corpo de
Cristo do madeiro, ungiram-no com ungüento caríssimo e o sepultaram. Após este
ato de solidariedade e amor para com o Mestre, dizer que Nicodemos não foi
salvo é mesmo que afirmar não ter o ladrão da cruz alcançado a misericórdia de
Deus, quando Jesus lhe disse: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
Paraíso”. E o malfeitor nada fez de bom que merecesse a salvação. Ele só
contou com a benevolência de Jesus. Fonte: A Bíblia Responde, Ed. CPAD]
SÍNTESE DO TÓPICO II
Jesus afirmou a necessidade do novo
nascimento.
III - UMA NECESSIDADE
1. O estado humano. A Bíblia ensina, e a experiência humana
confirma, que todos os seres humanos estão mortos "em ofensas e
pecados" (Ef 2.1). O ensino paulino sobre a universalidade do pecado veio
diretamente do Senhor Jesus (Cl 1.11,12), e sua base está em muitas passagens
do Antigo Testamento (Rm 3.10-12; SI 51.5; 58.3). Nicodemos, como "mestre
em Israel" (v.10), deveria estar inteirado sobre o assunto. Além disso,
Jesus usou a linguagem bíblica ao lhe comunicar a necessidade do novo
nascimento (Ez 11.19; 18.31; 36.26). Trata-se de uma necessidade imperiosa porque
todas as pessoas estão mortas e precisam reviver, receber vida espiritual
(vv.6,7). Precisamos de uma experiência nova com Cristo. [Comentário: No Novo Testamento
encontramos ensinos mais claros e ricos sobre a regeneração. Nenhum autor trata
mais frequentemente do tema do novo nascimento do que João. Veja, por exemplo,
o que é dito em João 1.12-13: “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o
poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que creem no seu nome; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus”. Repare que ser filho de Deus não é algo que se consegue pela
descendência (“não nasceram do sangue”) nem pela decisão humana autônoma (“nem
da vontade da carne”), mas exclusivamente pela ação de Deus (“de Deus”). Para
sermos filhos de Deus, precisamos ser espiritualmente gerados por ele. É
verdade que “todos quantos o receberam”, isto é, todos aqueles que creem em
Jesus, recebem o direito de serem filhos de Deus, mas até mesmo a fé pela qual
essas pessoas creem em Jesus é um dom de Deus (Ef 2.8-9) e, portanto, faz parte
da ação de Deus na salvação humana. A regeneração é uma obra totalmente divina
realizada pelo Espírito no coração do pecador http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/evangelizacao/regeneracao-ou-novo-nascimento/.]
2. Saulo de Tarso. Ninguém no mundo nasce cristão; todos
os seres humanos nascem pecadores (Rm 3.23; 5.12). A salvação é individual e
pessoal. Por isso, até mesmo aquele que nasceu num lar cristão, apesar do
privilégio de ter sido criado num ambiente cristão e de ter recebido uma
valiosa herança espiritual dos pais, precisa receber a Jesus como Salvador
pessoal para se tornar filho de Deus (Jo 1.12). Ninguém é salvo simplesmente
por pertencer a uma religião ou seguir a tradição de seus antepassados. Saulo
de Tarso é um bom exemplo, pois ele mesmo declara ser extremamente religioso; e
não um religioso qualquer, mas um praticante inveterado do judaísmo (At 26.5;
Gl 1.14; Fp 3.5). Depois de sua experiência com Jesus, ele se considerou o
principal entre os pecadores (1Tm 1.15) e descreveu o seu estado de miséria
diante de Deus igualando-se aos demais pecadores: "insensatos,
desobedientes, extraviados, servindo a várias concupiscências e deleites,
vivendo em malícia e inveja, odiosos, odiando-nos uns aos outros" (Tt
3.3). [Comentário: A experiência de
Saulo foi marcante: um ponto entre dois extremos: De perseguidor passou a
apóstolo, de odiento à causa de Cristo se tornou um dos mais apaixonados
discípulos de Jesus. A experiência de Saulo foi pessoal Somente Saulo entendeu
completamente o que estava acontecendo. Ele viu e ouviu o que Jesus lhe pedira
e Lhe obedeceu imediatamente, mesmo que ainda não estivesse compreendendo
exatamente o que estava acontecendo. Note que a obediência de Saulo foi
completa porque, primeiramente, foi sua resposta a alguém que até então ele não
cria ser o “Messias”; em segundo lugar, porque aquela ordem mudou o curso de
seus planos imediatamente; e em terceiro porque teria de confiar em um
desconhecido. Tais atitudes seriam impensadas para um personagem com o
currículo de Saulo, mas mostraram sua fé e obediência em ação. Não existe
conversão genuína em que não haja mudanças de comportamento e de relacionamento
para com Deus, com a igreja e com o mundo. Ensinemos essa verdade tão
importante e tão ausente nas pregações evangélicas de hoje. Leia mais em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/a-conversao-dramatica-de-paulo/]
3. O centurião Cornélio. Não existe salvação sem Jesus (Jo IA.6).
Nicodemos e Paulo eram israelitas e professavam a religião dos seus
antepassados, Abraão, Isaque, Jacó, Samuel, Davi e outros patriarcas, reis e
profetas do Antigo Testamento. Mas Cornélio era romano e, mesmo assim, talvez
por influência da religião judaica, era "piedoso e temente a Deus, com
toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a
Deus" (At 10.2). Observe que essas atitudes de Cornélio tinham a aprovação
divina (At 10.4). Mas ninguém é salvo pelas obras (Gl 2.16). Por isso o
apóstolo Pedro foi enviado para falar a Cornélio sobre a salvação em Cristo. A
descrição bíblica da conduta de Cornélio se repete ao longo da história humana
nas mais diversas culturas e civilizações. A conversão envolve fé,
arrependimento e regeneração. A salvação é um dom de Deus mediante a fé em
Jesus (Ef 2.8,9). [Comentário: Como centurião,
Cornélio tinha 100 homens sob seu comando, e tinha considerável peso sobre o
soldado de infantaria e sobre a população local. Seis desses grupos de 100
homens formavam uma coorte. A coorte que Cornélio comandava era conhecida como
italiana. Quando se reuniam dez coortes, elas recebiam o nome de legião, com
uma força de 6.000 homens. Os centuriões são mencionados no Novo Testamento sem
nenhuma observação que os desmereça. “Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8-9). Esse texto é um dos
mais claros e conclusivos. A salvação é pela graça, mediante a fé. Paulo
acrescenta aqui claramente que as obras não fazem parte do processo da salvação
para que “ninguém se glorie”. Pelo
texto de Atos 10 ficamos sabendo que o Cornélio era um homem piedoso, mas um
homem religioso, ele não conhecia ainda o Senhor Jesus e não O tinha como seu
Salvador. Cornélio é instruído por um anjo para mandar buscar Pedro.
Interessante é que o anjo diz que as esmolas e orações de Cornélio haviam
subido até Deus, mas isso não bastava. O centurião era um homem zeloso de boas
obras e oração, mas ainda não tinha tido um encontro com Jesus Cristo. De fato,
Deus não faz acepção de pessoas, mas aceita qualquer pessoa que o obedece (At 10.34,35).
Na mesma hora enquanto a mensagem estava sendo dita e aceita, o Espírito Santo
pousou sobre à casa de Cornélio e conversaram em línguas estrangeiras de acordo
com a profecia de Joel, provando a Pedro e aos judeus que estavam com ele que
Deus também lhes havia enviado o Espírito Santo. Então Pedro questionou pode
alguém porventura recusar a água, para que não sejam batizados estes, não para
que podem receber o Espírito Santo, mas porque receberam o Espírito Santo, o
que é uma evidência irrefutável de sua salvação.]
SÍNTESE DO TÓPICO III
O novo nascimento é uma
necessidade para toda criatura.
CONCLUSÃO
Há ainda hoje muitas
pessoas religiosas e sinceras como Cornélio e pessoas bem-intencionadas como
Nicodemos, mas elas precisam nascer de novo, da água e do Espírito para
herdarem o Reino de Deus. É nossa tarefa como cristãos e comunicadores do
evangelho falar sobre a necessidade do novo nascimento não somente ao pecador contumaz,
mas também aos muitos "Nicodemos" e "Cornélios" que estão à
nossa volta. [Comentário: O novo nascimento é a condição
indispensável para entrar no céu. Sem o novo nascimento, nós estamos mortos em
delitos e pecados (Ef 2.1-2). A morte implica em estar sem vida. Não é sem vida
física ou moral, mas como diz Paulo no v. 1: “Nós estamos “caminhando” e “seguindo” o mundo, e no v. 2: Nós temos
“paixões” da carne, e nós carregamos
“desejos do corpo e da mente.” Neste
estado, o homem não pode ver ou sentir a glória de Cristo - está
espiritualmente morto, indiferente a Deus e Cristo e sua palavra. Concluo com
as palavras do Rev Hernandes Dias Lopes: “O
novo nascimento não é algo que fazemos para Deus, mas o que Espírito Santo faz
em nós e por nós. Nicodemos foi ao encontro de Jesus, de noite, e
perguntou-lhe: “Mestre, sabemos que és vindo da parte de Deus porque ninguém
pode fazer os sinais que tu fazes se Deus não for com ele” (Jo 3.1,2). Nicodemos
era um homem rico, culto e religioso. Ele era fariseu e membro do sinédrio.
Tinha conhecimento, poder e influência. Tinha uma vida ilibada e guardava
muitos preceitos da lei. Mas, essas coisas não eram suficientes para sua
salvação, ele precisava nascer de novo. Também
Nicodemos tinha um relativo conhecimento de Cristo. Ele sabia que Jesus era
vindo de Deus, que tinha uma singular capacidade de ensinar e fazer milagres e
ainda, ele tinha convicção de que Deus estava do seu lado. Mas essas
informações, mesmo sendo verdadeiras, não foram suficientes para dar-lhe a
salvação, ele precisava nascer de novo. Não se alcança o novo nascimento
através de ritos, cerimônias e práticas religiosas. Ninguém entra no céu por
pertencer à uma família cristã ou por freqüentar uma igreja evangélica. Ninguém
é salvo porque recebeu o sacramento do batismo ou porque guarda determinados
preceitos religiosos. Não se obtém a vida eterna por ter determinadas
informações corretas a respeito de Deus e das Escrituras. Nicodemos era um
mestre (Jo 3.10). Ele era um especialista nas Escrituras, mas não estava salvo.
Faltava-lhe o novo nascimento.” http://hernandesdiaslopes.com.br/portal/o-novo-nascimento-condicao-indispensavel-para-entrar-no-ceu/] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta,
olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2017
PARA REFLETIR
A
respeito da necessidade do novo nascimento, responda:
• Por que
o diálogo de Nicodemos com Jesus ainda impressiona as pessoas até hoje?
Esse diálogo impressiona as
pessoas ainda hoje, pois nele está o que consideramos ser o texto áureo da
Bíblia (Jo 3.16).
• O que
atraiu Nicodemos a Jesus?
Os milagres que Jesus havia
realizado.
• O que
significa nascer de novo, da água e do Espírito?
Nascer de novo é nascer da água
e do Espírito, e isso significa regeneração. É o início de uma nova vida,
quando o pecador se torna nova criatura (2 Co 5.17) criada em Cristo Jesus (Ef
2.10). Trata-se de uma experiência profunda com Jesus, e não de mera mudança de religião.
• Qual a
vontade de Deus em relação às suas criaturas?
Que creiam em Jesus Cristo para
perdão dos pecados e experimentem o novo nascimento.
• Como o
apóstolo Paulo passou a se ver depois de sua experiência com Cristo?
Depois de sua experiência com
Jesus, ele se considerou o principal entre os pecadores (1 Tm 1.15) e descreveu
o seu estado de miséria diante de Deus igualando-se aos demais pecadores (Tt
3.3).
Fonte:
Lições Bíblicas de Adultos – CPAD – 3° Trimestre de 2017/ Blog: Subsídios
EBD