LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
3º Trimestre de 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos - Comentarista:
Esequias Soares
Material de apoio gratuito aos professores e alunos de escola dominical que
utilizam as revistas da CPAD
- Lição 10 -
3 de Setembro de 2017
As Manifestações do
Espírito Santo
TEXTO ÁUREO
|
VERDADE PRÁTICA
|
|
"Porque a promessa
vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a
tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar." (At 2.39)
|
Cremos na atualidade do
batismo no Espirito Santo e dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito
Santo à Igreja para sua edificação.
|
.
LEITURA DIÁRIA
|
||
Segunda: At 2.1-4 - A descida do Espírito no
dia de Pentecostes
Terça: At 2.33 - O batismo no Espírito
Santo é resultado da obra de Cristo
Quarta: At 10.44-46 - A glossolalia
|
Quinta: 1Co 12.1 – Não devemos ser
ignorantes acerca dos dons espirituais
Sexta: 1Co 12.7 - Os dons espirituais
Sábado: 1Co 12.4 - São muitos os dons espirituais
|
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
|
||
Atos 2.1-6; 1Coríntios 12.1-7
|
||
Atos 2 .1 E, CUMPRINDO-SE o dia
de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo lugar;
2 E de repente veio do céu um som,
como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam
assentados.
3 E foram vistas por eles línguas
repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles.
4 E todos foram cheios do Espírito
Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes
concedia que falassem.
5 E em Jerusalém estavam habitando
judeus, homens religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.
6 E, quando aquele som ocorreu,
ajuntou-se uma multidão, e estava confusa, porque cada um os ouvia falar na
sua própria língua.
|
2 Coríntios 12 .1 EM verdade que não
convém gloriar-me; mas passarei às visões e revelações do Senhor.
2 Conheço um homem em Cristo que há
catorze anos ( se no corpo, não sei, se fora do corpo, não sei; Deus o sabe )
foi arrebatado ao terceiro céu.
3 E sei que o tal homem ( se no corpo,
se fora do corpo, não sei; Deus o sabe )
4 Foi arrebatado ao paraíso; e ouviu
palavras inefáveis, que ao homem não é lícito falar.
5 De alguém assim me gloriarei eu, mas
de mim mesmo não me gloriarei, senão nas minhas fraquezas.
6 Porque, se quiser gloriar-me, não
serei néscio, porque direi a verdade; mas deixo isto, para que ninguém cuide
de mim mais do que em mim vê ou de mim ouve.
7 E, para que não me exaltasse pela
excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um
mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar.
|
HINOS SUGERIDOS: 85,122, 290 da Harpa
Cristã
OBJETIVO GERAL
Mostrar que o batismo no
Espírito Santo e os dons espirituais estão disponíveis a todo crente.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
(I) Apontar
as implicações doutrinárias da descida do Espírito Santo;
(II) Explicar
a natureza das línguas.
(III) Mostrar o significado e o propósito do batismo no Espírito Santo;
(IV) Afirmar a atualidade dos dons espirituais.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
As manifestações do
Espírito de Deus, tais como veremos, dizem respeito, primeiramente ao batismo
no Espírito Santo e aos dons espirituais. São dois temas da teologia
pentecostal que nunca se esgotam e são importantes porque se tratam de
evidências bíblicas de que a comunicação divina com o seu povo, e com cada
crente individual, nunca cessou. Não somente a Bíblia, mas também o testemunho
da história, e da experiência cristã, corrobora essa verdade. É sobre isso que
trata o nosso estudo. [Comentário: Segundo o
Dicionário Bíblico Wycliffe, o termo "Dom" quer dizer
"presente", "dádiva" ou "oferta". O Dom
Espiritual é a manifestação do poder do Espírito Santo sobre a Igreja de Deus.
É uma capacidade sobrenatural para o cristão desempenhar uma função no Corpo de
Cristo. A distribuição dos Dons Espirituais na Igreja manifesta a diversidade
da operação do Espírito Santo em favor do seu povo, tanto para edificar os
membros da Igreja de Cristo quanto para nos auxiliar em nossa vida de devoção a
Deus, isto é, na prática da oração, da leitura da Palavra, do jejum e nas
muitas outras disciplinas espirituais. Não podemos ignorar esta grande
oportunidade que a Terceira Pessoa da Trindade nos dá. Segundo alguns
expoentes, os dons dividem-se em ordinários e extraordinários. Na primeira
classificação incluem-se os dons de natureza comum. Na segunda encontramos
aqueles dons de caráter sobrenatural. Na opinião de muitos eruditos, alguns
desses dons de natureza sobrenatural cessaram quando o Novo Testamento foi
completado.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé
cristã?
PONTO CENTRAL
As manifestações do Espírito Santo
são atuais.
I- A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO
1. A experiência do Pentecostes. Não é difícil descobrir na Bíblia o que
é o batismo no Espírito Santo. João Batista disse: "E eu, em verdade, vos
batizo com água, para o arrependimento; mas aquele que vem após mim é mais
poderoso do que eu; não sou digno de levar as suas sandálias; ele vos batizará
com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3.11). Há inúmeras interpretações dessa passagem. No
entanto, o próprio Senhor Jesus se referiu a esse batismo como a promessa do
Pai (At 1.4) e acrescentou: "Porque, na verdade, João batizou com água,
mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes
dias" (At 1.5). Essa declaração vincula Mateus 3.11 com a experiência do
dia de Pentecostes relatada em Atos 2.2-4. A prova disso é que o apóstolo Pedro
identificou a experiência de Cornélio (At 10.44-46) com a promessa anunciada
por João Batista e reiterada pelo Senhor Jesus (At 11.15-17). [Comentário: O batismo no
Espírito Santo pode ter dois significados diferentes, dependendo do contexto: a
conversão, quando o Espírito Santo entra na vida da pessoa; ou uma experiência
poderosa com o Espírito Santo. Essas duas situações podem acontecer ao mesmo
tempo ou em momentos distintos. A Bíblia fala sobre se encher do Espírito
Santo. Efésios 5.18 diz que ficar cheio do Espírito Santo é melhor que ficar
cheio de vinho! Nesse segundo sentido, o batismo no Espírito Santo é uma
experiência especial que o crente pode ter com Deus. O batismo com fogo
provavelmente significa a obra purificadora de Jesus, que salva quem se
arrepende mas destrói o pecado. A expressão “batismo com fogo” apenas aparece
duas vezes na Bíblia. O batismo com fogo vem de Jesus. É importante frisar que
não existe nenhuma fórmula mágica para ser batizado no Espírito Santo. Não
podemos forçar Deus (1Co 12.11). Mas temos a obrigação de desejar e podemos
procurar essa bênção.]
2. Batismo "no" Espírito
Santo ou "com o" Espírito Santo? As duas traduções são legítimas à luz da gramática grega e
aceitáveis de acordo com o contexto. A ideia de batismo no Novo Testamento é de
imersão, submersão (Rm 6.3,4; Cl 2.12). A Almeida Revista e Atualizada tem uma
nota em Mateus 3.11 e Atos 1.5 informando "com; ou em" e a Nova
Versão Internacional também traz uma nota similar. A Versão Almeida Revisada da
Imprensa Bíblica Brasileira emprega "batizar em água" e "balizar
no Espírito Santo" nas referidas passagens, respectivamente. Nós adotamos
"em água" e "no Espírito Santo", pois "com", pode
parecer aspersão, o que contradiz a ideia de imersão. [Comentário: Ser Batizado com o
Espírito Santo significa ser imerso na Plenitude do Espírito. A preposição com
é a partícula grega en, que pode ser traduzida como em ou com. Por isso, muitos
preferem a tradução sereis batizados no Espírito Santo. Da mesma forma,
batizados com água pode ser traduzido batizados em água. O próprio Jesus é
aquele que batiza no Espírito Santo os que nEle crêem. Quanto à forma de
batismo, a Bíblia ensina que existe apenas um tipo de batismo e este foi
ensinado por Jesus e praticado por todos os apóstolos e pela igreja cristã
primitiva (Ef 4.5; Mt 28.19, 20; Rm 6.1-6; At 8.38). O próprio termo “batismo”
provém do grego baptizo e significa mergulhar, imergir e não aspergir. Também
temos o testemunho, antes da era cristã, dos judeus que batizavam seus
prosélitos por imersão.]
3. Os sinais sobrenaturais. Há três sinais que mostram a ação
sobrenatural do Espírito Santo por ocasião de sua descida no dia de
Pentecostes: o som como de um vento (At 2.2), a visão das línguas repartidas
como que de fogo (2.3) e o falar em línguas (2.4). Os dois primeiros sinais
jamais se repetirão, pois foram manifestações exclusivas que tiveram como
objetivo anunciar a chegada do Espírito Santo. Alguém tão importante quanto o
Filho, cuja encarnação e nascimento em Belém, ainda que extraordinários, porque
o verbo se fez carne (Lc 2.9-11; Jo 1.4), tiveram sinais semelhantes. Além
marcar a chegada do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, as manifestações
sobrenaturais também inauguraram a (Igreja. Assim, o som soava como vento, mas
não era vento, e da mesma forma visão não era fogo, mas lembrava o fogo de Deus
(Êx 3.2; 1Rs 18.38). Foi um acontecimento singular, algo que ocorreu uma única
vez. [Comentário: Depois de terminarem os dias de
espera, o Espírito Santo veio sobre o grupo reunido dos discípulos de modo
inédito, acompanhado de sinais sobrenaturais e fazendo com que irrompessem em
louvores a Deus em línguas diferentes das suas próprias. Na medida em que os
discípulos saíam para as ruas, a sua atividade estranha atraía a atenção das
pessoas que ficaram atônitas com aquilo que ouviram. Muitas ficaram
assombradas, mas algumas estavam dispostas a buscar uma explicação
racionalística e algo desonrosa daquilo que acontecia. Barulho vindo do Céu
(v.2). Vento e fogo são dois dos símbolos do Espírito Santo (Mt 3.11; Jo 3.8).
A manifestação divina ligada ao fogo era comum no Antigo Testamento, tanto para
trazer juízo (Jl 2.3), como para iniciar uma nova era ao povo de Deus (Êx
3.1,2). Línguas repartidas como que de fogo (v. 3). Isso fala das diversidades
de línguas. O fogo é a garantia de que Deus estava nesse negócio, visto que
para os judeus a manifestação divina estava ligada ao fogo (Êx 3.2, 3; 19.
16-20; 1 Rs 18. 38; Lc 9.54). "Todos foram cheios do Espírito Santo"
(v.4). Nenhum dos patriarcas e profetas viveu essa experiência, embora alguns
deles falassem desse evento mais como algo ainda para o futuro, pois, na época
do Antigo Testamento, o Espírito Santo atuava sob medida.]
SÍNTESE DO TÓPICO I
O vento, a visão das línguas e o falar em línguas remontam a descida do
Espírito Santo em Pentecostes.
II - A NATUREZA DAS LÍNGUAS
1. Fonte. As línguas do Pentecostes eram
sobrenaturais, pois foram caracterizadas como "outras línguas, conforme o
Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.4). O termo grego para
"outras" aqui é héterais, de héteros, "outro de tipo
diferente". Há quem questione esse conceito, mas a fonte delas é o próprio
Espírito Santo, o que torna a evidência visível e contundente. A outra
evidência está presente na audição, e não simplesmente na fala, pois "cada
um os ouvia falar em sua própria língua" (2.6). Lucas repete essa
informação por mais duas vezes (vv.8,11). E, no versículo 11, ele acrescenta:
[...] "Todos os temos ouvido em nossas próprias línguas falar das
grandezas de Deus". [Comentário: A voz dos
discípulos que clamavam alto lançou perplexidade sobre a multidão, porque não
podia compreender como Galileus conseguiram falar as várias línguas dela. O que
era importante é que se falavam as várias línguas maternas, vernaculares,
destes povos. Talvez estranhemos como as multidões sabiam que os discípulos
eram galileus. Um simples relance nas palavras atribuídas às multidões nos vv
7-11 indicará que não passam de resumo das várias coisas que estavam sendo
ditas, combinadas, por razões literárias, numa só declaração coral, e, portanto,
não precisamos supor que mais do que uns poucos da multidão sabiam reconhecer
que os discípulos eram galileus. Lucas, ainda continuando sua versão global
daquilo que os vários membros da multidão devem ter dito, passa a nos dar uma
lista das nacionalidades representadas. Começa com três países ao leste do
Império Romano, na área conhecida como Pérsia ou Irã, e depois (com uma mudança
de construção), continua para o oeste, para a Mesopotâmia, o Iraque moderno, e
a Judéia. Seguem-se, então, várias províncias e áreas na Ásia Menor (a moderna
Turquia), e, depois, o Egito e área imediatamente para o oeste, seguida por
Roma. Depois, há uma declaração geral que se aplica a todos os povos em
epígrafe: havia uma população judaica considerável em cada uma destas áreas, e
a presença dos judeus freqüentemente levava à conversão dos gentios para se
tomarem prosélitos. Finalmente, e de modo algo surpreendente, a lista inclui
pessoas da Creta e da Arábia. É uma lista surpreendente, e ninguém tem
conseguido dar uma explicação satisfatória de por que inclui aquela seleção
específica de países, nem porque aparecem nesta ordem estranha. Certamente não
foi inventada pelo próprio Lucas. Basta, então, observar que a lista claramente
visa ser uma indicação de que estavam presentes pessoas de todas as partes do
mundo conhecido, e talvez que haveriam de voltar aos seus próprios países como
testemunhas daquilo que acontecia. Todas elas, como adoradores de Deus, podiam
perceber que os cristãos estavam celebrando as obras poderosas de Deus.]
Atos
- Série Cultura Bíblica - I. Howard Marshall - Sociedade Religiosa Edições Vida
Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão, pág 75 e 79.
2. A glossolalia. É a manifestação das línguas estranhas
no batismo no Espírito Santo bem como das línguas como um dos dons espirituais.
Trata-se um termo técnico de origem grega glossa, "língua, idioma", e
de lalia, "modo de falar" (Mt 26.73), conjugado à
"linguagem" (Jo 8.43), substantivo derivado do verbo grego lalein,
"falar". A expressão lalein glossais, "falar línguas" (1Co
14.5), é usada no Novo Testamento para indicar "outras línguas". É
importante saber que as línguas manifestas no dia de Pentecostes são as mesmas
que aparecem na lista dos dons espirituais (1Co 12.10,28; 14.2). Ambas são de
origem divina e sobrenatural, mas são diferentes apenas quanto à função. [Comentário: "Começaram a
falar em outras línguas" (v. 4). Era Babel às avessas. Naquela torre,
ninguém se entendia, pois um não compreendia o que o outro dizia (Gn 11.7-9).
Em Jerusalém, no Pentecoste: "cada um os ouvia falar na sua própria
língua" (v. 6). Essas línguas não eram da Terra. A palavra
"línguas", nos versículos 3 e 4, é glossa. (grego). Mas o vocábulo
"língua", nos versículos 6 e 8, é dialektos, (grego). O que isso
significa? Que o milagre foi duplo: Os discípulos falaram línguas desconhecidas
(glossa), e cada representante dessas 17 nações ouvia-os em sua própria língua
(dialektos). É importante ressaltar que ‘Língua estranha’ não é o mesmo que
língua estrangeira, a qual há sempre quem possa entender, mas a língua estranha
só compreende quem o Espírito Santo revelar. Disse o apóstolo Paulo:
"Porque o que fala língua estranha não fala aos homens, senão a Deus;
porque ninguém o entende, e em espírito fala de mistérios" (1 Co 14.2).
“"Glossolalia - [Do gr. glosso, língua + Ialia, falar em língua]. Dom
sobrenatural concedido pelo Espírito Santo, que capacita o crente afazer
enunciados proféticos em línguas que lhe são desconhecidas. O objetivo da
glossolalia é enunciar sobrenatural e extraordinariamente o Evangelho de
Cristo, como aconteceu no Dia de Pentecoste (Atos 2); levar o crente a
consolar-se no espírito, e a proclamar, com o auxílio do dom da interpretação,
o conhecimento e a vontade de Deus à Igreja (1 Co 14). A glossolália, conhecida
também como dom de línguas [desconhecidas], é um dom espiritual que, à
semelhança dos demais, não ficou circunscrito aos dias dos apóstolos: continua
atual e atuante na vida da Igreja" (ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. 6. ed. Rio de
Janeiro: CPAD, 1998, p. 167). Xenolalia - O falar em línguas num
idioma conhecido, estranho apenas a quem o fala.
O interesse generalizado pelo batismo e dons do Espírito Santo convenceu
alguns [os evangélicos do século XIX] de que Deus concederia o dom de línguas a
fim de equipá-Ios com idiomas humanos identificáveis (xenolalia) para que
pudessem anunciar o Evangelho noutro países, agilizando assim a obra
missionária.
Em 1895, o autor e líder do Movimento da Santidade, W.B. Godbey, disse
que o "dom de línguas" era "destinado a desempenhar um papel de
destaque na evangelização do mundo pagão e no cumprimento profético glorioso
dos últimos dias. Todos os missionários nos países pagãos deviam buscar e
esperar esse dom que os capacitaria a pregar fluentemente no vernáculo.
Entre os que esperavam o recebimento do poder do Espírito para
evangelizar rapidamente o mundo, achava-se o pregador da Santidade, em Kansas,
Charles Fox Parham e seus seguidores. Convencido pelos seus próprios estudos de
Atos dos Apóstolos, e influenciado por Irwin e Sandford, testemunhou Parham um
reavivamento notável na Escola Bíblica Bethel, em Topeka, Kansas, em Janeiro de
1901. A maioria dos alunos, bem como o próprio Parham, regozijaram-se por terem
sido batizados no Espírito e de haverem falado noutras línguas (xenolalia)
Assim como Deus concedera a plenitude do Espírito Santo aos 120 no Dia
do Pentecoste, eles também haviam recebido a promessa (At 2.39).
Depois de 1906, os pentecostais passaram a reconhecer, cada vez mais,
que, na maioria das ocorrências do falar em línguas, os cristãos realmente
estavam orando em línguas não identificáveis e não em idiomas identificáveis
(glossolalia ao invés de xenolalia). Embora Parham mantivesse sua opinião a
respeito da finalidade das línguas na pregação transcultural, os pentecostais
chegaram finalmente à conclusão: as línguas representavam a oração no Espírito,
a intercessão e o louvor" HORTON, Stanley M et ali. Teologia Sistemática: Uma Perspectiva
Pentecostal. 10. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, pp.1 5-17,19,20. 'Glossolalia' é
um termo técnico freqüentemente utilizado para o falar em línguas; é uma forma
combinada das palavras gregas lalia ('discurso', 'fala') e glossa ('língua',
'linguagem'). O fenômeno de falar em línguas, ao contrário do vento e do fogo,
é integral para os discípulos que são cheios do Espírito. 'E todos foram cheios
do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo
lhes concedia a verbalização inspirada' (At 2.4 - [tradução do autor]). O
registro diz que os discípulos 'começaram [archoma] a falar noutras línguas'
(At 2.4). Não existe indicação de que os discípulos tenham iniciado, ou de que
eles mesmos 'começaram' o falar em línguas. [...] O significado de 'eles
começaram a falar em línguas' é simplesmente 'eles falaram em línguas'. [...]
Os discípulos em Pentecostes falaram em línguas 'conforme o Espírito ia
dando-lhes verbalização inspirada' [tradução do autor], não sob o próprio
ímpeto deles. A expressão 'conforme' (kathos) pode ser traduzida como 'na
medida em que' (Ver Mc 16.1 7; At 2.4; 10.46; 19.6; 1 Co 12.10,28,30; 13.8;
14.2,46,13,14,18, 19,22,23,26)" PALMA, Anthony D. O Batismo no Espírito Santo
e Com Fogo. Os Fundamentos Bíblicos e a
Atualidade da Doutrina Pentecostal. l.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2002, pp. 61-63.”]
3. Sua continuação. O falar em "outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.4), é a
evidência inicial do batismo no Espírito Santo. Essa experiência se repete na
história da Igreja. Isso aconteceu na casa do centurião Cornélio: "E os
fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro,
maravilharam-se de que o dom do Espírito Santo se derramasse também sobre os
gentios. Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a Deus" (At
10.45,46), exatamente como aconteceu no dia de Pentecostes. Outra vez, o mesmo
fenômeno acontece com a chegada de Paulo em Éfeso, em sua terceira viagem
missionária (At 19.6). As línguas, as profecias e a ciência são válidas para os
nossos dias, mas vão cessar por ocasião da vinda de Jesus (1 Co 13.8-10). [Comentário: Não há qualquer
indicação no Novo Testamento de que a promessa do batismo no Espírito Santo
seja algo meramente para o primeiro século, como defendem expositores
antipentecostais. A promessa é para "tantos quantos Deus, nosso Senhor,
chamar". Há registros de que ao longo da história do Cristianismo,
diversos cristãos falaram línguas. Irineu, Agostinho, Lutero, Wesley e muitos
outros. Com o avivamento do País de Gales, de Kansas e da rua Azuza, quase
simultaneamente, o fenômeno das línguas voltou a ser algo generalizado, e não
meramente uma raridade. A promessa do batismo no Espírito Santo não foi apenas
para aqueles presentes no dia de Pentecoste (v.4), mas também para todos os que
cressem em Cristo durante toda esta era: a vós os ouvintes de Pedro; a vossos
filhos à geração seguinte; à todos os que estão longe à terceira geração e às
subseqüentes.
(1) O batismo no Espírito Santo com o poder que o acompanha, não foi uma
ocorrência isolada, sem repetição, na história da igreja. Não cessou com o
Pentecoste (cf. v. 38; 8.15; 9.17; 10.44-46; 19.6), nem com o fim da era
apostólica.
(2) É o direito mediante o novo nascimento de todo cristão buscar,
esperar e experimentar o mesmo batismo no Espírito que foi prometido e
concedido aos cristãos do NT (1.4,8; Jl 2.28; Mt 3.11; Lc 24.49).]
SÍNTESE DO TÓPICO II
As línguas do Pentecostes, Línguas estranhas, são de natureza
sobrenatural.
Ill - SIGNIFICADO E PROPÓSITO
1. O batismo no Espírito Santo não é
sinônimo de salvação. Trata-se
de bênçãos diferentes. Todos os crentes em Jesus já têm o Espírito Santo. Na
regeneração, o Espírito promove o novo nascimento, que é um ato direto do
Espírito Santo (Jo 3-6-8). O pecador recebe o Espírito no exato momento em que
aceita, de verdade, a Jesus (Cl 3.2; Ef 1.13). Os discípulos de Jesus já tinham
seu nome escrito no céu (Lc 10.20) e igualmente tinham o Espírito Santo mesmo
antes do Pentecostes (Jo 20.22). [Comentário: O batismo no
Espírito é para todos que professam sua fé em Cristo; que nasceram de novo, e,
assim, receberam o Espírito Santo para neles habitar. O batismo no Espírito
Santo é uma obra distinta e à parte da regeneração, também por Ele efetuada.
Assim como a obra santificadora do Espírito é distinta e completiva em relação
à obra regeneradora do mesmo Espírito, assim também o batismo no Espírito
complementa a obra regeneradora e santificadora do Espírito. No mesmo dia em
que Jesus ressuscitou, Ele assoprou sobre seus discípulos e disse: “Recebei o
Espírito Santo” (Jo 20.22), indicando que a regeneração e a nova vida
estavam-lhes sendo concedidas. Depois, Ele lhes disse que também deviam ser
“revestidos de poder” pelo Espírito Santo (Lc 24.49; cf. At 1.5,8). Portanto,
este batismo é uma experiência subseqüente à regeneração (ver 11.17; 19.6).]
2. Definição e propósitos. O batismo no Espírito Santo é o
recebimento de poder espiritual para realizar a obra da expansão do Evangelho
em todo o mundo (Lc 24.46-49). O seu propósito é capacitar o crente a viver uma
vida cristã vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com ousadia sobre a sua fé
em Cristo (At 1.8). É um revestimento de poder para viver a vida regenerada, um
poder espiritual que contribui para a edificação interior da vida cristã do
crente e que o ajuda quando a mente não pode fazê-lo. [Comentário: Ser batizado no
Espírito significa experimentar a plenitude do Espírito, (cf. 1.5; 2.4). Este
batismo teria lugar somente a partir do dia de Pentecoste. Quanto aos que foram
cheios do Espírito Santo antes do dia de Pentecoste (e.g. Lc 1.15,67), Lucas
não emprega a expressão “batizados no Espírito Santo”. Este evento só ocorreria
depois da ascensão de Cristo (1.2-5; Lc 24.49-51, Jo 16.7-14). O batismo no
Espírito Santo outorgará ao crente ousadia e poder celestial para este realizar
grandes obras em nome de Cristo e ter eficácia no seu testemunho e pregação (cf.
1.8; 2.14-41; 4.31; 6.8; Rm 15.18,19; 1Co 2.4). Esse poder não se trata de uma
força impessoal, mas de uma manifestação do Espírito Santo, na qual a presença,
a glória e a operação de Jesus estão presentes com seu povo (Jo 14.16-18;
16.14; 1Co 12.7). Outros resultados do genuíno batismo no Espírito Santo são:
(a) mensagens proféticas e louvores (2.4, 17; 10.46; 1Co 14.2,15); (b) maior sensibilidade contra
o pecado que entristece o Espírito Santo, uma maior busca da retidão e uma
percepção mais profunda do juízo divino contra a impiedade (ver Jo 16.8; At
1.8); (c) uma vida que glorifica a Jesus Cristo (Jo 16.13,14; At 4.33); (d)
visões da parte do Espírito (2.17); (e) manifestação dos vários dons do
Espírito Santo (1Co 12.4-10); (f) maior desejo de orar e interceder (2.41,42;
3.1; 4.23-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26); (g) maior amor à Palavra de Deus e melhor
compreensão dela (Jo 16.13; At 2.42) e (h) uma convicção cada vez maior de Deus
como nosso Pai (At 1.4; Rm 8.15; Gl 4.6).]
SÍNTESE DO TÓPICO III
O duplo propósito do batismo no Espírito remonta a expansão do
Evangelho e a capacitação do crente.
IV - OS DONS ESPIRITUAIS
1. Os dons espirituais. São manifestações do poder de Deus que
nos capacitam a continuar a missão de Cristo no mundo e as demonstrações desse
poder na vida da Igreja (At 1.8). A Igreja não se sustenta sozinha, por isso o
Senhor Jesus enviou o Espírito Santo (Jo 14.16-18). Há pelo menos três listas
desses dons (Rm 12.6-8; 1Co 12.8-10,28-30), embora não ousamos dizer que sejam
apenas esses, pois não existe uma lista exaustiva deles no Novo Testamento. [Comentário: Existem três
listas bíblicas dos "dons do Espírito", também conhecidos como dons
espirituais. As três principais passagens que descrevem os dons espirituais são
Romanos 12:6-8, 1 Coríntios 12:4-11 e 1 Coríntios 12:28. Os dons espirituais
identificados em Romanos 12 são profetizar, servir, ensinar, incentivar, dar,
liderança e misericórdia. A lista em 1 Coríntios 12:4-11 inclui a palavra de
sabedoria, a palavra de conhecimento, fé, cura, poderes miraculosos, profecia,
discernimento dos espíritos, falar em línguas e a interpretação de línguas. A
lista em 1 Coríntios 12:28 inclui curar, ajuda, governos, variedade de línguas.]
2. Os dons são dados aos crentes
individualmente. A manifestação dos dons
ocorre por meio das três Pessoas da Trindade: pelo Espírito, na
"diversidade de dons" (1Co 12.4); pelo Senhor, na "diversidade
de ministérios" (v.5); e pelo Deus Pai, na "diversidade de operações
(v.6). Mas a fonte dos dons é o Espírito Santo e, por isso, essa manifestação é
dada por Ele "a cada um para o que for útil" (1Co 12.7) e não para
exibição ou ostentação do crente, porque o mérito é do Senhor Jesus (At 3.12).
Outra vez o apóstolo enfatiza a origem dos dons, o Espírito Santo, pois
reconhece que é este mesmo quem "opera todas essas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer" (1Co 12.11). [Comentário: Muitos creem
erroneamente que os irmãos agraciados com dons da parte de Deus são, por isso,
mais espirituais que os outros. Todavia, os dons do Espírito são concedidos
pela graça de Deus. Por ser resultado da graça divina, não recebemos tais dons
por méritos próprios, mas pela bondade e misericórdia de Deus. Que a mensagem
de Jesus possa ressoar em nossa consciência e convencer-nos de uma vez por
todas de que os dons não são garantia de espiritualidade genuína: “Muitos me
dirão naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em teu
nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas maravilhas?
E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós
que praticais a iniquidade” (Mt 7.22,23). Na Primeira Carta aos Coríntios,
Paulo dedica dois capítulos (12 e 14) para falar a respeito do uso dos dons na
igreja. O apóstolo mostra que quando os dons são utilizados com amor, todo o Corpo
de Cristo é edificado. Conforme diz Thomas Hoover, parafraseando Paulo em
Efésios 4.16, “os membros do corpo, cada qual com sua própria função concedida
pelo Espírito, cooperam para o bem de todas. O amor é essencial para os dons
espirituais alcançarem seu propósito”. Se não houver amor, certamente não
haverá edificação (1Co 13). Sem o amor de Deus nos tornamos egoístas e acabamos
por colocar nossos interesses em primeiro lugar. O propósito dos dons, que é
edificar o Corpo de Cristo, só pode ser cumprido se tivermos o amor de Deus em
nossa vida. O apóstolo Pedro exortou a igreja acerca da administração dos dons
de Deus (1Pe 4.10,11). Ele usou a figura do despenseiro que, antigamente, era o
homem que administrava a despensa e tinha total confiança do patrão. O
despenseiro adquiria os mantimentos, zelava para que não estragassem e os
distribuíam para a alimentação da família. Desta forma, os despenseiros da obra
do Senhor devem alimentar a “família de Deus” (1Co 4.1; Ef 2.19). Eles precisam
ter o cuidado no uso dos dons concedidos pelo Senhor para prover a alimentação
espiritual, objetivando a edificação do Corpo de Cristo: “Cada um administre
aos outros o dom como o recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de
Deus. Se alguém falar, fale segundo as palavras de Deus; se alguém administrar,
administre segundo o poder que Deus dá, para que em tudo Deus seja glorificado
por Jesus Cristo, a quem pertence a glória e o poder para todo o sempre” (1Pe
4.10,11).]
SÍNTESE DO TÓPICO IV
Os dons espirituais são dádivas
atemporais de Deus dadas a cada crente.
CONCLUSÃO
A descida do Espírito
Santo é acompanhada dos dons espirituais. Eles são atuais na vida da Igreja e
são dados a cada um para o que for útil, sempre para o bem da igreja local.
Trata-se de ferramentas importantes e indispensáveis para os crentes, razão
pela qual devemos lhes dar a devida atenção.
[Comentário: A igreja de Jesus
Cristo tem uma missão a cumprir: proclamar o evangelho em um mundo hostil às
verdades de Cristo e descrente de Deus. Diante desta tão sublime tarefa, a
igreja necessita do poder divino. Os dons espirituais são um “arsenal” à
disposição do corpo de Cristo para o cumprimento eficaz de sua missão na terra.
Como já foi dito, o propósito dos dons é edificar toda a igreja, todo Corpo de
Cristo para ser abençoado, exortado e consolado. Por isso, nunca devemos usar
os santos dons de Deus em benefício particular, como se fosse algo exclusivo de
certas pessoas. Somos chamados a servir a Igreja do Senhor, e não a utilizar os
dons de Deus para nós mesmos. Na Primeira Carta aos Coríntios, Paulo dedica
dois capítulos (12 e 14) para falar a respeito do uso dos dons na igreja. O
apóstolo mostra que quando os dons são utilizados com amor, todo o Corpo de
Cristo é edificado. Conforme diz Thomas Hoover, parafraseando Paulo em Efésios
4.16, “os membros do corpo, cada qual com sua própria função concedida pelo
Espírito, cooperam para o bem de todas. O amor é essencial para os dons
espirituais alcançarem seu propósito”. Se não houver amor, certamente não
haverá edificação (1Co 13). Sem o amor de Deus nos tornamos egoístas e acabamos
por colocar nossos interesses em primeiro lugar. O propósito dos dons, que é edificar
o Corpo de Cristo, só pode ser cumprido se tivermos o amor de Deus em nossa
vida.] “... corramos, com perseverança, a carreira que nos
está proposta, olhando firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...”
(Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Agosto de 2017
PARA REFLETIR
A
respeito das manifestações do Espírito Santo, responda:
• Qual
sinal sobrenatural ocorrido no dia de Pentecostes que se repete na história da
Igreja?
A glossolalia.
• O que é
a glossolalia?
É a manifestação das línguas
estranhas no batismo no Espírito Santo bem como das línguas como um dos dons
espirituais.
• Qual é
a evidência inicial do batismo no Espírito Santo?
O falar em "outras línguas,
conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.4), é a
evidência inicial do batismo no Espírito Santo.
• Qual o
propósito do batismo no Espírito Santo?
O seu propósito é capacitar o
crente a viver uma vida cristã vitoriosa e, sobretudo, para testemunhar com
ousadia sobre a sua fé em Cristo (At 1.8).
• Que são
dons espirituais?
São manifestações do poder de
Deus que nos capacitam a continuar a missão de Cristo no mundo e as
demonstrações desse poder na vida da Igreja (At 1.8).
Fonte:
Lições Bíblicas de Adultos – CPAD – 3° Trimestre de 2017/ Blog: Subsídios
EBD