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26 de junho de 2017

Lição 1: Inspiração divina e autoridade da Bíblia



LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
3º Trimestre de 2017
Título: A razão da nossa fé — Assim cremos, assim vivemos  -  Comentarista: Esequias Soares

- Lição 1 -
2 de Julho de 2017

Inspiração divina e autoridade da Bíblia

TEXTO ÁUREO

VERDADE PRÁTICA
“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21).

Cremos na inspiração divina, verbal e plenária da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé e prática para a vida e o caráter cristão.
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LEITURA DIÁRIA
Segunda -  Jr 36.1,2
Deus mandou que suas palavras fossem escritas em um rolo
Terça - 2Pe 3.2
As Escrituras inspiradas por Deus dizem respeito ao Antigo e ao Novo Testamento
Quarta -  Mc 7.13
O Senhor Jesus disse que a Bíblia é a Palavra de Deus

Quinta -  Jo 10.35
As Escrituras Sagradas jamais falharão
Sexta - Hb 4.12
A Palavra de Deus é viva, poderosa e capaz de transformar vidas
Sábado -  Js 1.8
A Bíblia é o manual de Deus para o nosso bem


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
2 Timóteo 3.14-17.
14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15 E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.

16 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,
17 para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra.

HINOS SUGERIDOS: 306, 322 e 499 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Conscientizar a respeito da inspiração divina, verbal e plenária da Bíblia Sagrada.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
  • I. Reconhecer a revelação e inspiração da Bíblia Sagrada;
  • II. Mostrar a inspiração divina na Bíblia Sagrada;
  • III. Explicar a inspiração plena e verbal da Bíblia Sagrada;
  • IV. Saber que a Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste terceiro trimestre do ano estudaremos as principais doutrinas da fé cristã. O comentarista do trimestre é o pastor Esequias Soares, autor de diversos livros, graduado em Letras, Mestre em Ciência da Religião, presidente da Comissão de Apologética Cristã da CGADB (Convenção Geral das Assembleias de Deus no Brasil) e líder da Assembleia de Deus em Jundiaí, SP.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
A Bíblia é a revelação de Deus escrita para a humanidade. Disso decorre o fato de ela ser nossa exclusiva fonte de autoridade espiritual. Sua inspiração divina e sua soberania como única regra de fé e prática para a nossa vida constituem a doutrina basilar da fé cristã. Essa inspiração é um fato singular que ocorreu na história da redenção humana. O enfoque da presente lição é sobre a importância e o significado dessa inspiração divina. [Comentário: O que significa dizer que a Bíblia é inspirada? Ou Única regra de fé e prática? Quando afimamos que a Bíblia foi inspirada, estamos nos referindo ao fato de que Deus divinamente influenciou os autores humanos das Escrituras de modo tal que aquilo que escreveram foi a própria Palavra de Deus. No contexto das Escrituras, a palavra inspiração simplesmente significa “Divinamente inspirada”. Inspiração comunica a nós o fato da Bíblia verdadeiramente ser a Palavra de Deus, e faz com que a Bíblia seja única dentre todos os outros livros. Deus é seu Autor. Mesmo a Bíblia sendo registrada por homens, falando do pecado do homem, descrevendo a desobediência circunstancial de seus autores secundários, ela é prioritariamente um livro divino. Paulo diz que “toda Escritura e inspirada por Deus” (2Tm 3.16), indicando a sua procedência: toda a Escritura Sagrada é soprada, exalada por Deus. Esta Palavra não foi apenas entregue aos homens, mas, foi preservada por Deus; Deus preservou quanto ao seu registro e quanto à sua conservação. Mesmo havendo diferentes opiniões a respeito de até que ponto a Bíblia é inspirada, não pode haver dúvidas de que a própria Bíblia afirma que cada palavra, em cada parte sua, ela é inspirada por Deus (1Co 2.12-13; 2Tm 3.16-17). B.B. Warfield (1851-1921), comentando o texto de 2Tm 3.16, diz: "Numa palavra, o que se declara nesta passagem fundamental é, simplesmente, que as Escrituras são um produto divino, sem qualquer indicação da maneira como Deus operou para as produzir. Não se poderia escolher nenhuma outra expressão que afirmasse, com maior saliência, a produção divina das Escrituras, como esta o faz. (...) Paulo (...) afirma com toda a energia possível, que as Escrituras são o produto de uma operação especificamente divina" B.B. Warfield, The  Inspiration of  the Bible: In: The Works of Benjamin B. Warfield, Grand Rapids, Michigan: Baker Book House, 1981, Vol. I, p. 79. Não são somente algumas partes da Bíblia que lidam com doutrinas religiosas que são inspiradas, mas cada uma e todas as partes, desde Gênesis até Apocalipse, são a Palavra de Deus. É por essa razão que as Escrituras são a nossa única autoridade no tocante a estabelecer doutrinas, e suficientes para ensinar ao homem (instruir em justiça) como estar em um correto relacionamento com Deus. A Bíblia afirma ser não apenas inspirada por Deus, mas também ter a capacidade de nos transformar e nos fazer “completos”, totalmente equipados para toda boa obra.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

PONTO CENTRAL
Cremos na inspiração divina e autoridade da Bíblia Sagrada.

I. REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO

1. Revelação. A palavra “revelação”, apocalipsis, em grego, significa o ato e o efeito de tirar o véu que encobre o desconhecido. Nas Escrituras, essa palavra é usada em relação a Deus, pois é Ele quem revela a si mesmo, a sua vontade e natureza e os demais mistérios. Ele “não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas” (Am 3.7). Deus conhece tudo aquilo que está fora do alcance dos seres humanos. A busca da verdade, sem Deus, é vã e está destinada ao fracasso (1Co 1.21). [Comentário: Sendo as Escrituras o produto de uma operação especificamente divina, nele Deus Se revelou "expirando" os homens que Ele mesmo separou para registrarem esta revelação. Revelação é o que temos na Palavra de Deus. Nas Escrituras Deus revelou tudo o que quis revelar. Se quisermos saber qualquer assunto, ele está revelado para nós na Palavra de Deus. Tudo que Deus tem para o homem e requer do homem, e tudo que o homem precisa saber espiritualmente da parte de Deus quanto à sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na Bíblia. Deus não tem outra revelação escrita além da Bíblia. Como escreve o Pr Antonio Gilberto em sua obra A Bíblia através dos Séculos (CPAD): “Deus se tem revelado através dos tempos por meio de suas obras, isto é, da criação (SI 19.1-6; Rm 1.20). Porém, na Palavra de Deus temos uma revelação especial e muito maior. É dupla esta revelação: a) na Bíblia, que é a PALAVRA DE DEUS ESCRITA, e b) em Cristo, que é PALAVRA DE DEUS VIVA (Jo 1.1). Esta dupla revelação é especial, porque tornou-se necessária devido à queda do homem.” A Bíblia através dos séculos : uma introdução / Antônio Gilberto da Silva. Pág 16.]

2. Inspiração. É o registro dessa revelação sob a influência do Espírito Santo, que penetra até as profundezas de Deus (1Co 2.10-13). Divinamente inspirados são os 66 livros da Bíblia. Os escritores sagrados foram os receptáculos da revelação: “homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21 — ARA). Eles receberam os oráculos divinos de forma especial, exclusiva, única e milagrosa. Ninguém mais, além deles, foi usado por Deus dessa maneira específica. [Comentário: Deus que Se revelou inspirando homens que Ele mesmo separou para registrarem esta revelação. A inspiração bíblica garante que seja registrado de forma veraz aquilo que a inspiração profética fazia com respeito à palavra do profeta, para que ela correspondesse literalmente à mente de Deus; em outras palavras: a Palavra escrita é tão fidedigna quanto a Palavra falada pelos profetas; ambas foram inspiradas por Deus. A inspiração das Escrituras é ensinada em 2 Timóteo 3.15-17. Neste texto temos que a Palavra foi “soprada por Deus” (as palavras dada por inspiração de Deus são uma tradução de uma palavra grega que significa “soprada por Deus”). Essa é uma maneira muito impressionante de dizer que a Escritura é a palavra do Espírito de Deus (“sopro” e “Espírito” são a mesma palavra no grego), e que a Escritura é, portanto, o discurso da boca do próprio Deus. A Escritura, em 2 Timóteo 3, não somente ensina a inspiração, mas também ensina a inspiração plenária. A palavra plenária significa “plena” ou “completa” e refere-se ao fato que a Escritura é inspirada em todas as suas partes, em todos os diferentes tipos de literatura que ela contém e em todos os assuntos que aborda. Não somente em suas doutrinas, mas também em questões de geografia, história, ciência, cultura e vida, ela é soprada por Deus e, portanto, perfeita e infalível. Até mesmo sua gramática é soprada por Deus, uma razão pela qual devemos insistir numa tradução cuidadosa da Escritura e não devemos nos satisfazer com nada menos. http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/inspiracao-escritura_hanko.pdf Por isso Jesus também podia dizer: "A tua palavra é a verdade" (Jo. 17.17) e "a Escritura não pode falhar" (Jo. 10.35).]

3. A forma de comunicação. O processo de comunicação divina aos profetas do Antigo Testamento se desenvolveu por meio da palavra e da visão, do som e da imagem (Jr 1.11-13). A revelação aos apóstolos no Novo Testamento veio diretamente do Senhor Jesus Cristo (Gl 1.11,12; 2Pe 1.16-18; 1Jo 1.3) e do Espírito Santo (Ef 3.4,5). A frase “veio a palavra do SENHOR a”, “veio a mim a palavra do SENHOR” ou fraseologia similar, tão frequente no Antigo Testamento, diz respeito a uma revelação direta, externa e audível. Essa forma de comunicação não aparece no Novo Testamento na comunicação divina aos apóstolos, exceto uma única vez no ministério de João Batista: “veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias” (Lc 3.2), pois ele é o último profeta da dispensação da lei (Lc 16.16). [Comentário: A Bíblia está repleta de afirmações do tipo “assim diz o Senhor” ou “está escrito”. Trata-se de uma evidência interna conhecida como “autoridade [bíblica] que se autoconfirma” GEISLER; NIX, 2006, p. 64. Em 2Pe 1.21 temos: “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.” Literalmente o que o versículo está dizendo é que a inspiração é o processo pelo qual o Espírito Santo “se moveu” ou dirigiu os escritores das Escrituras para que o que eles escreveram não fossem suas palavras, mas a própria Palavra de Deus. Deus nos está dizendo que Ele é o autor da Bíblia, e não o homem. Esse texto mostra que Deus usou autores humanos, movendo-os para esse fim pelo Espírito Santo. O mesmo verbo “mover” é também usado em At 27.15 e nos ajuda a entender seu sentido. Durante a tempestade, os marinheiros não estavam dormindo nem inativos, mas era o vento quem, de fato, os levava. Outro fator importante revelado nesse texto é que não foi a vontade humana quem produziu as Escrituras. A vontade humana pode falhar e pode produzir erros. Porém, não é assim com a vontade de Deus. Isso atesta a inerrância bíblica. “A palavra correspondente a “movidos” (pherõ) em 2 Pedro é a mesma usada em Atos 27:15, que diz que o navio que levava Paulo foi tomado por uma tempestade em que eles não podiam resistir ao vento. Eles cessaram toda manobra, e deixaram-se “levar” pela tempestade. Assim também foi com relação ao Espírito inspirando os autores das Escrituras quando escreveram a Palavra de Deus. Mas se todos os autores da Escritura foram movidos por Deus, então as palavras da Bíblia foram como que ditadas por Ele, sem erros, já que Deus não pode errar (Hb 6:18; Tt 1:2; Jo 17:17)” http://www.cacp.org.br/a-inspiracao-das-escrituras/.Resumindo, 2Pe 1.21 diz que Deus usou homens e deixou para nós uma Bíblia totalmente confiável.]

SÍNTESE DO TÓPICO I
A Bíblia é a revelada e inspirada Palavra de Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
 “[...] Um resumo a respeito do que a Bíblia alega sobre si mesma pode ser encontrado em duas passagens principais. Pedro disse que os autores foram impelidos pelo Espírito Santo, e Paulo declarou que seus escritos foram soprados pelo próprio Deus. Portanto, a Bíblia alega que autores movidos pelo Espírito Santo expressaram as palavras inspiradas por Deus (2Pe 1.20,21). Em suma, os escritos proféticos (do Antigo Testamento) não tiveram sua origem nos homens, mas em Deus, que agiu por meio de alguns homens chamados de profetas de Deus” (GEISLER, Norman. Teologia Sistemática: Introdução à Teologia Sistemática, a Bíblia, Deus, a Criação. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2011, pp.213,214).

CONHEÇA MAIS
A Septuaginta (LXX)

“A versão padrão em grego [do Antigo Testamento], produzida em Alexandria, é conhecida como Septuaginta (LXX), que é a palavra latina para ‘setenta’. Essa tradução foi, sem dúvida, realizada durante os séculos III e II a.C.,” e “não foi projetada para ter as mesmas finalidades funcionais do AT hebraico, pois seu propósito era para ser lida publicamente nas Sinagogas, ao contrário dos propósitos educativos daqueles que precisavam do texto hebraico”. Para conhecer mais, leia Dicionário Bíblico Wycliffe, CPAD, pp.1994-95.

II. A INSPIRAÇÃO DIVINA

1. A inspiração divina. “Toda a Escritura é inspirada por Deus” (v.16, ARA). A palavra grega, aqui traduzida por “inspirada por Deus” ou “divinamente inspirada”, é theopneustos. Ela só aparece uma única vez na Bíblia, vinda de duas palavras gregas: theos, “Deus”, e pneo, “respirar, soprar”. Isso significa que o texto sagrado foi “soprado por Deus”. A palavra teopneustia significa “inspiração divina da Bíblia”. Segundo o Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa, de Caudas Aulete, o termo quer dizer “inspiração divina que presidiu à redação das Sagradas Escrituras”. Josefo, o historiador judeu, e Fílon de Alexandria, disseram que as Escrituras são divinamente inspiradas, mas usaram outros termos. [Comentário: O termo grego utilizado para se referir à expressão “inspirado por Deus” é “theopneustos, [que significa] soprado por Deus, ‘Inspirado por Deus’” (COENEN; BROWN, 2009, p. 713). Embora “a terminação –tos indique um significado passivo, uma tradução ainda mais precisa seria ‘soprada [ou expirada] por Deus” (CHEUNG, 2001, p. 5, colchete do autor). Segundo Warfield: “A palavra grega representada por ela [inspirado ou soprada por Deus] e que aparece nesta passagem [2 Tm 3:16] como um epíteto ou predicado de ‘Escritura’ – theopneustos – embora ocorrendo somente no Novo Testamento e não encontrada antes em nenhum ponto em toda a literatura grega [...], não pareceu ser de interpretação duvidosa. Sua forma, seu uso posterior, as implicações dos termos paralelos e a analogia da fé se combinaram com as sugestões do contexto para atribuir-lhe um significado que tem sido constantemente atribuído a ela a partir do primeiro registro de interpretação cristã até estes dias” (2009, p. 196, colchete nosso). A interpretação do termo theópneustos como “inspiração” não é incorreta, pois transmite a ideia bíblica do que é a Escritura, mas a tradução literal do termo grego para “inspiração” é incorreta, pois seu uso baseia-se, em última análise, no seu emprego na Bíblia Latina (Vulgata), e não significa de maneira alguma “inspirado por Deus”. Utilizá-lo dessa forma pode dar margem a possíveis equívocos. Cheung analisa a tradução do termo theópneustos por “inspiração” afirmando que: “mesmo que concordemos que a palavra não signifique ‘inspirar’ quando usada no sentido teológico — mas amplamente se refira ao que a Escritura ensina sobre sua própria origem” (2001, p. 6). Este texto foi extraído de: http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=379.]

2. Uma avaliação exegética. Estamos acostumados com duas traduções: “toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa” e “toda Escritura é divina inspirada e proveitosa”. Ambas as versões são permitidas à luz da gramática grega. Mas a primeira é mais precisa, pois a conjunção grega kai, “e”, aparece entre os dois adjetivos “inspirada” e “proveitosa”. Isso significa que o apóstolo está afirmando duas verdades sobre a Escritura, a saber: divinamente inspirada e proveitosa; e não somente uma dessas duas coisas. Dizer que “toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa” pode dar margem para alguém interpretar que nem toda Escritura é inspirada. [Comentário: “Toda a Escritura é inspirada por Deus”. Alguns comentaristas seguem a tradução da Vulgata: “Toda Escritura, inspirada por Deus, é útil.” Essa tradução tem uma implicação: nem toda a Escritura é útil, mas somente aquela que foi inspirada por Deus. Assim, somente algumas partes da Escritura teriam sido inspiradas. Entretanto, a melhor construção gramatical é aquela que considera o termo “inspirada” não como um atributivo, mas como predicativo do sujeito γραφη graphe, “Escritura”.3  “Inspirada”, como o termo “útil”, é um adjetivo de “Escritura”. Entre esses dois adjetivos existe um conetivo “e” (grego kai), o que significa que  “Paulo está afirmando duas verdades sobre a Escritura, a saber: que ela é inspirada e que ela é útil, não somente uma dessas duas coisas”.  Portanto, o texto está afirmando a inspiração plenária das Escrituras, ou seja, cada uma das partes da Palavra provém do sopro de Deus, e tem autoridade definitiva sobre a nossa conduta e fé. http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=203.]

3. Autoridade. A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina. O selo dessa autoridade aparece em expressões como “assim diz o SENHOR” (Êx 5.1; Is 7.7); “veio a palavra do SENHOR” (Jr 1.2); “está escrito” (Mc 1.2). Isso encerra a suprema autoridade das Escrituras com plena e total garantia de infalibilidade, pois a Bíblia é a Palavra de Deus (Mc 7.13; 1Pe 1.23-25). [Comentário: “Uma das “reformas” mais marcantes da Reforma Protestante foi no seu conceito das Sagradas Escrituras. O grito protestante (era mesmo um protesto!), sola Scriptura, era o anúncio inequívoco da suprema autoridade e plena inspiração da Bíblia e, ao mesmo tempo, uma denúncia da autoridade da tradição eclesiástica que se colocava no mesmo pé de igualdade com as Escrituras.” Timóteo Carriker em http://ultimato.com.br/sites/timcarriker/categoria/autoridade-das-escrituras/. “Os Reformadores recuperaram a doutrina da autoridade das Escrituras canônicas que havia sido soterrada durante a Idade Média. Ele rejeitaram a autoridade e infalibilidade papal e re-estabeleceram a autoridade e infalibilidade das Escrituras. Entenderam que este conceito é derivado da própria escritura e tem raízes nos profetas do AT, no Senhor Jesus e seus apóstolos. Assim, a Escritura passou a ser o Juiz Supremo nas Igrejas protestantes e na vida individual, pelo qual todas as controvérsias religiosas têm de ser determinadas,  todos os decretos de concílios,  todas as opiniões dos antigos escritores e as doutrinas de homens e opiniões particulares têm de ser examinados.” Augustus Nicodemus em: http://voltemosaoevangelho.com/blog/2012/03/augustus-nicodemus-confiabilidade-e-autoridade-das-escrituras/]


SÍNTESE DO TÓPICO II
Toda a Bíblia é inspirada por Deus.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Existem muitas palavras ou frases que a Bíblia utiliza para se auto-descrever e que sugerem uma reivindicação de autoridade divina. Jesus disse que a Bíblia é indestrutível e que ela jamais passará (Mt 5.17,18); ela é infalível, ou ‘não pode ser anulada’ (Jo 10.35); ela tem a autoridade final (Mt 4.4,7,10); e ela é suficiente para a nossa fé e prática (Lc 16.31)” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.218).

III. INSPIRAÇÃO PLENA E VERBAL

1. Inspiração plenária. Tal expressão significa que todos os livros das Escrituras são inspirados por Deus. O apóstolo Paulo deixa isso muito claro quando afirma que “toda a Escritura é divinamente inspirada”. A inspiração da Bíblia é especial e única. Não existe na Bíblia um livro mais inspirado e outro menos. Todos têm o mesmo grau de inspiração e autoridade. A Bíblia que Jesus e seus apóstolos usavam era formada pela Lei de Moisés, os Profetas e os Escritos; essa terceira parte é encabeçada pelos Salmos (Lc 24.44). O termo “Escritura” ou “Escrituras” que aparece no Novo Testamento refere-se a esse Cânon tripartido, que é o mesmo Antigo Testamento de nossa Bíblia. Cabe ressaltar que o apóstolo Paulo, ao afirmar que “toda a Escritura é divinamente inspirada”, se referia também aos escritos apostólicos. Os escritos dos apóstolos se revestiam da mesma autoridade dos livros do Antigo Testamento já desde a Era Apostólica. Inclusive, “profetas e apóstolos”, às vezes, aparecem como termos intercambiáveis (2Pe 3.2). O apóstolo Pedro considera ainda as epístolas paulinas como Escrituras (2Pe 3.15,16). O apóstolo Paulo ensinava: “Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário” (1Tm 5.18). O apóstolo aqui coloca lado a lado citações da lei de Moisés (Dt 25.4) e dos Evangelhos (Mt 10.10; Lc 10.7), chamando ambas de “Escritura”. Outras vezes, ele deixa claro que seus escritos são de origem divina (2Co 13.3; 1Ts 2.13). Isso nos permite afirmar que a frase “Toda Escritura é divinamente inspirada” se refere à Bíblia completa, aos 66 livros do Antigo e Novo Testamento. [Comentário: Porque toda a Escritura é plenamente expirada. De Gênesis ao Apocalipse, tudo o que foi registrado, o foi pela vontade de Deus (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21). Desse modo cremos que a inspiração foi plenária, dinâmica, verbal e sobrenatural. a palavra plenária significa “plena”. Essa é uma verdade que precisa de muita ênfase hoje, pois há aqueles que, embora alegando crer na inspiração da Escritura, negam que tudo da Escritura seja inspirado. Talvez eles não aceitem a história da criação de Gênesis 1-3, ou o que Paulo diz sobre o lugar da mulher na igreja. Talvez eles aleguem que a Escritura é acurada em questões de doutrina e salvação, mas não nas questões de geografia, biologia, ciência e história. Eles não crêem que tudo da Escritura foi dado por inspiração. Contra todas essas alegações, cremos na inspiração plenária, o que significa várias coisas: Primeiro, inspiração plenária significa que todos os livros da Escritura (e nenhum outro) são inspirados por Deus. Não há nenhum deles que tenha qualquer autoridade ou necessidade menor que outro. Segundo, significa que a Escritura é inspirada nos diferentes tipos de literatura que apresenta. História, poesia, cartas, profecias: tudo foi “dado por inspiração de Deus, e [é]... proveitos[o]” (2Tm. 3:16). Terceiro, inspiração plenária significa que a Escritura é inspirada também em todas as questões de ciência, biologia, história e geografia. De fato, existem alguns exemplos notáveis disso. A Escritura sempre ensinou, por exemplo, que a Terra é circular, mesmo quando os homens não acreditavam nisso (Is. 40:22). Ela ensinava o ciclo hidrológico antes desse ser entendido pela ciência (Sl. 104:5-13). A crença que Deus é o inspirador da Escritura e o grande Criador exclui qualquer possibilidade da Escritura ser incorreta, mesmo nos seus mínimos e mais insignificantes detalhes. A Inspiração Plenária da Escritura, Rev. Ronald Hanko; Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto, disponível em: http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/a-inspiracao-plenaria-escritura_dag_r-hanko.pdf]

2. Inspiração verbal. Essa característica bíblica significa que cada palavra foi inspirada pelo Espírito Santo (1Co 2.13); e também que as ideias vieram de Deus (2Pe 1.21). O tipo de linguagem, o vocabulário, o estilo e a personalidade são diversificados nos textos bíblicos porque Deus usou cada escritor em sua geração e em sua cultura, com seus diversos graus de instrução. Isso mostra que quem produziu esses livros sagrados eram seres humanos que viveram em várias regiões e pertenceram a diversas gerações desde Moisés até o apóstolo João, passaram-se cerca de mil anos. Eles não foram tratados como meras máquinas, mas como instrumentos usados pelo Espírito Santo. Deus “soprou” nos escritores sagrados. Uns produziram som de flauta e outros de trombetas, mas era Deus quem soprava. Assim, eles produziram esse maravilhoso som que são as Escrituras Sagradas. [Comentário: A doutrina da inspiração verbal está intimamente relacionada com a doutrina da inspiração plenária. Ela enfatiza que as próprias palavras da Escritura foram inspiradas por Deus. A Escritura não é apenas a Palavra de Deus, mas também as palavras de Deus. Ensinamos e enfatizamos isso contra aqueles que devotamente tagarelam sobre a Escritura sendo inspirada em seus ensinos e doutrinas, mas não em suas palavras e detalhes. Tal ensino é, sem dúvida, simplesmente absurdo, pois é impossível que a Escritura seja a Palavra de Deus inspirada em seus ensinos e pensamentos, se as palavras nas quais aqueles ensinos são dados não são elas mesmas inspiradas e infalíveis. A doutrina da inspiração verbal é ensinada na Escritura em passagens tais como Salmo 12:6, Provérbios 30:5 e Apocalipse 22:18, 19, bem como muitas passagens da Escritura que se referem às palavras que Deus falou e fez serem escritas (Sl. 50:17; Sl. 119:130). A Inspiração Verbal da Escritura, Rev. Ronald Hanko, Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto, Disponível em: http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/a-inspiracao-verbal-escritura_dag_r-hanko.pdf. Cada palavra é inspirada: “Toda palavra dos autógrafos [os manuscritos originais] é inspirada. Isso era necessário, pois a revelação escrita de Deus consiste de proposições que são comunicadas por meio de palavras. Verificamos isso também a partir de uma consideração inteligente das citações do Antigo pelo Novo Testamento. Em Mt 22.32, o argumento de Cristo descansa sobre o fato que as palavras de Deus em Ex 3.6 não estão no tempo passado. Em Gl 3.16, Paulo prova seu ponto apontando que Gn 12.7 fala de “descendência” (singular) e não “descendências” (plural).” (Stewart) https://teologiaebiblia.wordpress.com/2016/10/09/inspiracao-verbal-e-plenaria/]

SÍNTESE DO TÓPICO III
A inspiração da Bíblia Sagrada é plena e verbal.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Apesar do mistério que ronda o modo como Deus fez com que sua palavra fosse fiel sem destruir a liberdade e a personalidade dos autores humanos, existem algumas coisas que ficam muito claras. Os autores humanos não eram simplesmente secretários que anotavam algo que estava sendo ditado a eles; a sua liberdade não foi suspensa nem negada. Eles não foram autômatos. As suas palavras correspondiam ao seu desejo, no estilo em que estavam acostumados a escrever. Na sua providência, Deus promoveu uma concordância divina entre as palavras deles e as suas” (HORTON, Stanley M. Teologia Sistemática: Uma perspectiva Pentecostal. 1ª Edição. RJ: CPAD, 1996, p.222).

IV. ÚNICA REGRA INFALÍVEL DE FÉ E PRÁTICA

1. "Proveitosa para ensinar". O propósito das Escrituras é o ensino para a salvação em Jesus, pois elas “podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus” (2Tm 3.15). São ensinos espirituais que não se encontram em nenhum lugar do mundo. A Bíblia revela os mistérios do passado como a criação, os do futuro como a vinda de Jesus, os decretos eternos de Deus, os segredos do coração humano e as coisas profundas de Deus (Gn 2.1-4; Is 46.10; Lc 21.25-28). [Comentário: A Escritura é inspirada e útil “para o ensino”. Atentemos para o termo διδασκαλια  didaskalia, “ensino”. A Escritura tem autoridade divina para reger nosso ensino e doutrina. Ela é a nossa única regra de fé e prática. Nas epístolas pastorais, Paulo preocupava-se com a falsa doutrina que se infiltrava na Igreja (1Tm 1.3), e convocou tanto Timóteo como Tito a zelarem pelo ensino e sã doutrina (1Tm 1.10; 4.13; 5.17; Tt 2.1). A Escritura é inspirada e útil “para a repreensão”. A palavra grega ελεγχος elegchos “repreensão” alude à “verificação, pela qual algo é provado ou testado” .  Em Mt 18.15 e 1Tm 5.20 o mesmo termo é usado, sugerindo arguição ou convencimento a respeito do pecado. Essa deveria ser nossa postura com a Bíblia: quando confrontados com a Palavra, somos provados e verificados a tal ponto que, caso haja em nós algo que desabone a vontade de Deus, somos convencidos do erro. Mas não somente nosso pecado é confrontado. O texto continua: A Escritura é inspirada e útil “para a correção”. O termo aqui ( επανορθωσις  epanorthosis) denota “restauração a um estado correto”. “Se repreensão enfatiza o aspecto negativo da obra pastoral, a correção enfatiza o lado positivo. O pecador deve não só ser advertido a abandonar a vereda errada, mas ser também guiado na vereda certa ou reta (Dn 12.3). Isto também ‘toda Escritua’ é capaz de fazer.” A Escritura é inspirada e útil “para a educação na justiça”. O termo παιδεια paideia tem um sentido muito rico. Pode ser traduzido por “instrução”; “disciplina”, como em 2.25 e Ef 6.4. Para alguns comentaristas, “corresponde a ‘corrigir’, em seu aspecto positivo”11 . Mas em Tt 2.11-14 paideia ganha o sentido de treinamento para uma vida santa e reta. A “justiça”, pois, teria o sentido de “boas obras”, como em 2.21-22. Isso ficará mais explícito no verso 17. Portanto, as Escrituas são o nosso manual de doutrina (“para o ensino”); Ela examina se há em nossa vida algum pecado (“para repreender”), nos dirige a um caminho reto (“para a correção restaura um”), e nos prepara para vivermos a vida marcada por um caráter segundo o coração de Deus (“para a educação na justiça”). http://bereianos.blogspot.com.br/2012/10/toda-escritura-e-inspirada-por-deus.html.]

2. A conduta humana. A Bíblia corrige o erro e é útil para orientar a vida sendo “proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça” (v.16b). Uma das grandezas das Escrituras é a sua aplicabilidade na vida diária, na família, na igreja, no trabalho e na sociedade. Deus é o nosso Criador e somente Ele nos conhece e sabe o que é bom para suas criaturas. E essas orientações estão na Bíblia, o “manual do fabricante”. [Comentário: Provavelmente não existe texto mais claro quanto à autoridade das Escrituras quanto este. Acredito que ao chegar nestas palavras de Paulo, aquele que professa ou não a fé cristã tem apenas duas opções - aceitar toda a Escritura como inspirada por Deus e única suficiente como regra de fé e prática do crente ou rejeitá-la. Quem aceita isto positivamente é um verdadeiro seguidor de Cristo. Aquele que não aceita esta idéia simplesmente não é. Alguns dizem que existem textos nas Escrituras que são declaradamente não-inspirados. Quase sempre são textos em que Paulo está no meio de uma argumentação, falando “como homem”. Ou seja, em seu próprio raciocínio, Paulo apresenta afirmações que ímpios fariam e as responde. Por exemplo: “Mas, se a nossa injustiça ressalta de maneira ainda mais clara a justiça de Deus, que diremos? Que Deus é injusto por aplicar a sua ira? (Estou usando um argumento humano.)” (Romanos 3.5, NVI). Se quisermos ignorar o versículo seguinte, e todo o contexto da carta aos Romanos, realmente teremos uma passagem “não-inspirada” na Bíblia. Porém, qualquer ser humano com o mínimo de inteligência perceberá que Paulo responde sua pergunta na continuação do texto, demonstrando que o argumento humano é falho. Outra idéia, tolamente acatada pelos ateus, em especial, é um bizarro pensamento de que o texto bíblico foi pneumografado (neologismo usado pelo professor e pastor Marcos Alexandre), um equivalente a dizer que a Bíblia é algo psicografado, como se o Espírito Santo tomasse o corpo da pessoa, quando esta ia escrever e Ele próprio fosse o escritor. Assim, os pobres caçadores de falhas bíblicas tentam achar contradições, diferenças de um texto pra outro, entre outras coisas. Adoram encontrar erros astronômicos e geológicos em suas interpretações superficiais, mas dificilmente algum deles tenha se dado ao trabalho de pesquisar o Evangelho de Marcos no original grego, por exemplo. Se algum dia os acusadores do texto sagrado fossem além do que suas capacidades permitem, talvez dissessem “o Espírito Santo é analfabeto?”. Isto é apenas uma prova de sua argumentação limitada a buscas em sites da internet e leitura de reportagens sensacionalistas. A seguir, desenvolverei mais o assunto, mas as duas citações abaixo já nos mostram quão antiga e, sinceramente, repetitiva é qualquer acusação contra a Palavra de Deus: “Deve-se lembrar que Moisés não fala com perspicácia filosófica sobre mistérios ocultos, mas relata as coisas que são observadas em todos os lugares (...) A desonestidade daqueles homens é suficientemente repreensível, por censurarem Moisés por não falar com maior exatidão. Porque, como se tornou um teólogo, ele tinha




/;  56mais respeito por nós do que pelas estrelas (...) Se o astrônomo indaga a respei to da dimensão real das estrelas, ele vai descobrir que a lua é menor que Saturno. Deixemos os astrônomos com seu conhecimento mais elevado; mas, nesse ínterim, aqueles que percebem pela lua o esplendor da noite são condenados por seu uso de perversa ingratidão, a menos que reconheçam a beneficência de Deus. Aquele que deseja aprender astronomia (...) deixe-o ir aonde quiser.” http://www.monergismo.com/textos/bibliologia/autoridade_biblica.htm.]

3. As traduções da Bíblia. A autoridade e as instruções das Escrituras valem para todas as línguas em que elas forem traduzidas. É vontade de Deus que todos os povos, tribos, línguas e nações conheçam sua Palavra (Mt 28.19; At 1.8). Em que idioma essa mensagem deve ser pregada? Hebraico? Grego? Aramaico? Não! Na língua do povo. Os apóstolos citam diversas traduções gregas da Septuaginta no Novo Testamento. Isso mostra que a mesma inspiração do Antigo Testamento hebraico se manteve na Septuaginta. A citação de Salmos 8.4-6 em Hebreus 2.6-8 é um bom exemplo. A inspiração divina se conserva em outras línguas. Desde os tempos do Antigo Testamento, até hoje, Deus se manifestou e se manifesta a cada um de seus servos e suas servas no seu próprio idioma. [Comentário: No Site da SBB temos: “A Bíblia é traduzida desde, pelo menos, a época de Esdras e Neemias (leia Ne 8.8 ). Naquela época, era necessário fazer uma tradução oral ou falada para o aramaico, necessidade sentida ainda nos tempos de Jesus. No entanto, a mais antiga tradução da Bíblia em forma escrita é a Septuaginta, que foi feita ao longo dos últimos 200 ou 300 anos antes de Cristo.” Leia todo o artigo acessando: http://www.sbb.org.br/a-biblia-sagrada/destaques-da-historia-da-traducao/. As Escrituras foram traduzidas em muitos idiomas, traduções estas dignas de confiança. Ao dizer dignas de confiança, queremos dizer, "Traduções da Bíblia em todas as línguas baseadas nas línguas originais da Bíblia, isto é, do Velho Testamento usando o Texto Massorético, e do Novo Testamento usando o texto grego conhecido como Textus Receptus. Este texto é conhecido como Texto Tradicional, por ser o texto tradicionalmente aceito, e é também conhecido como o Texto Majoritário, por estar de acordo com mais de noventa e oito por cento (98%) de todos os manuscritos que existem! Outras traduções baseadas em fontes que não estas citadas, podem conter algum erro. Leia mais sobre isso acessando: http://www.biblias.com.br/traducoes.asp.]

SÍNTESE DO TÓPICO (IV)
A Bíblia Sagrada é a nossa única regra de fé e prática.

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

“Através do mundo inteiro, qualquer crente, ao ler a Bíblia, recebe sua mensagem como se esta fora escrita diretamente para ele. Nenhum crente tem a Bíblia como livro alheio, estrangeiro, como acontece aos demais livros traduzidos. Todas as raças consideram a Bíblia como possessão sua. Por exemplo, ao lermos ‘O Peregrino’ sabemos que ele é inglês; ao lermos ‘Em seus passos que faria Jesus?’ sabemos que é norte-americano, porque seus autores são oriundos desses países. É assim com a Bíblia? Não! Nós a recebemos como ‘nossa’. Isso acontece em qualquer país onde ela chega. Ninguém tem a Bíblia como livro ‘dos outros’. Isto prova que ela procede de Deus — o Pai de todos” (GILBERTO, Antonio. A Bíblia através dos Séculos: A história e formação do Livro dos livros. 14ª Edição. RJ: CPAD, 2003, p.46).

CONCLUSÃO
Cremos que a Bíblia é a única revelação escrita de Deus para toda a humanidade e que seu texto foi preservado e sua inspiração divina é mantida nas 2.935 línguas em que ela é traduzida (segundo dados da Sociedade Bíblica do Brasil). Que cada um possa receber a Bíblia sem restrição alguma, pois ela é a Palavra de Deus em qualquer língua em que vier a ser traduzida. [Comentário: Vimos um pequeno esboço de Bibliologia, a revista da EBD não comporta um estudo mais aprofundado, devendo o aluno esmerar-se em buscar mais informações. Na língua portuguesa, a tradução mais lida e aceita é a do Pastor calvinista João Ferreira Annes d'Almeida, ou simplesmente João Ferreira de Almeida (Torre de Tavares, Portugal, 1628 - Batávia, Indonésia, 1691), ministro pregador da Igreja Reformada nas Índias Orientais Holandesas, que usou o Textus Receptus para fazer sua tradução. Mesmo havendo diferenças de idiomas, do estilo de cada escritor, dos objetivos específicos de cada livro e do tempo e circunstâncias em que foram escritos, há em todos estes livros que compõem a Bíblia, uma unidade que desafia as tentativas antigas e principalmente modernas de negar a agência de Deus na formação e preservação da Sua Palavra escrita. A unidade e coesão bíblica atestam de forma incontestável a ação de uma mente única, a mente sábia e soberana do próprio Deus, dirigindo os escritores sagrados, sem anular as suas personalidades, para a concretização de Sua vontade. Devido a esta unidade coesa a Escritura se auto-elucida (interpreta) por meio da comparação dos textos (At 15.12-21; Jo 5.46). Foi justamente isto que fizeram os crentes de Beréia, que receberam a pregação de Paulo e Silas com avidez e entretanto, conferiram o que era pregado com as Escrituras para ver se coincidiam (At 17.11). O resultado foi que: por intermédio deste exame sincero e criterioso, sob a iluminação do Espírito Santo, muitos se converteram (At 17.12). O Espírito não encerrou o Seu Ministério Escriturístico na Inspiração e no registro da Bíblia; cremos que Ele continuou guiando o Seu povo à verdade (Jo 16.13), fazendo isto de forma evidente, no 3º Sínodo de Cartago (397), quando foi oficialmente reconhecido o Cânon Bíblico, como temos hoje. Ele continua hoje aplicando a verdade bíblica aos nossos corações. O conhecimento de Deus e da Sua Palavra não visa satisfazer a nossa curiosidade pecaminosa mas, sim, conduzir-nos a Ele em adoração e louvor: A Escritura é perfeita em seu propósito! Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa, A Inspiração da Escritura: Sua Perfeição e Harmonia. Este estudo está disponível em: http://www.mackenzie.br/fileadmin/Graduacao/EST/DIRETOR/A_Inspiracao_da_Escritura__sua_Perfeicao_e_Harmonia.pdf] Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Junho de 2017

PARA REFLETIR

A respeito da inspiração divina e a autoridade da Bíblia, responda:
Qual o significado da palavra teopneustia?
A palavra teopneustia significa “inspiração divina da Bíblia”.
De onde deriva a autoridade das Escrituras?
A autoridade da Bíblia deriva de sua origem divina.
O que significa a expressão “inspiração plenária”?
Tal expressão significa que todos os livros das Escrituras são inspirados por Deus.
O que significam as palavras “inspiração verbal”?
Significa que cada palavra foi inspirada pelo Espírito Santo (1Co 2.13).
Segundo a lição, qual é o propósito das Escrituras?
O propósito das Escrituras é o ensino para a salvação em Jesus.


SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Inspiração divina e autoridade da Bíblia
Propósito do Trimestre
Com o advento da Declaração de Fé das Assembleias de Deus no Brasil, um documento inédito para a denominação brasileira, tem-se a oportunidade de estudar as doutrinas bíblicas fundamentais para a edificação da igreja. Também no campo “Verdade Prática”, ao longo revista, você perceberá os artigos de um belo documento que resume a nossa fé: o Cremos, também reformulado. Seguindo o esquema das principais teologias sistemáticas, inauguraremos o estudo deste trimestre tendo como tema a Bíblia: sua formação, autoridade e inspiração divina.

A Bíblia, Palavra de Deus
No tempo dos apóstolos ainda não havia a formação final do Novo Testamento. Quando se reunia para cultuar a Deus, a igreja neotestamentária lia o Antigo Testamento. E quando recebia as cartas apostólicas, as lia nas reuniões semanais. Posteriormente, essas cartas, e os evangelhos, foram paulatinamente aceitos pela igreja como escritos inspirados por Deus. Ora, havia alguns critérios para isso: como a autoria apostólica ou de pessoas que tivessem andando com os apóstolos que viram Jesus. Por direção divina, temos hoje os 27 livros reunidos em o Novo Testamento, mais os 39 do Antigo. Totalizando 66 livros na Bíblia.
O teólogo pentecostal, John R. Higgins, remonta os primórdios da formação da Bíblia Sagrada, mostrando que a composição dos livros da Bíblia está fechada e o que temos em mãos foi milagrosamente nos dado por Deus:
“O cânon bíblico está fechado. A revelação infalível que Deus fez de si mesmo já foi registrada. Hoje, Ele continua falando através dessa Palavra. Assim como Deus revelou a si mesmo, e inspirou os escritores a registrar essa revelação, Ele mesmo preservou esses escritos inspirados, e orientou o seu povo na escolha destes, a fim de garantir que a sua verdade viesse a ser conhecida. Não se deve acrescentar outros escritos às Escrituras canônicas, nem se deve tirar delas nenhum escrito. O cânon contém as raízes históricas da Igreja Cristã, e ‘o cânon não pode ser refeito assim como a história não pode ser mudada’” (Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal. CPAD, p.115).
Hoje, se temos uma Bíblia em mãos é milagre de Deus! Devemos agradecê-lo por nos entregar a Sua Palavra. E a melhor maneira de fazer isso é meditar nas Escrituras dia e noite (Js 1.8), de modo que ela esteja “encarnada” em nossa mente e coração.

Fonte: Lições Bíblicas adultos, 3° trimestre de 2017 – CPAD / Divulgação: