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2 de junho de 2017

Lição 10: Maria, irmã de Lázaro, uma devoção amorosa



LIÇÕES BÍBLICAS CPAD ADULTOS
2º Trimestre de 2017
Título: O Caráter do Cristão — Moldado pela Palavra de Deus e provado como ouro. Comentarista: Elinaldo Renovato

- Lição 10 -
4 de Junho de 2017

Maria, irmã de Lázaro, uma devoção amorosa

TEXTO ÁUREO

VERDADE PRÁTICA

“Então, Maria, tomando uma libra de ungüento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do ungüento” (Jo 12.3).

Maria, de Betânia, é exemplo do crente que dá prioridade a Jesus em sua vida, e lhe oferece o melhor em gratidão por seu amor.
O ungüento perfumado que Maria usou para ungir os pés de Jesus era nardo indiano legítimo, raro e, portanto, muito caro. O ungüento de nardo era obtido das raízes de uma erva aromática que crescia no Himalaia e era transportado até a Palestina por caravanas de camelos. “Trezentos Denários” era o equivalente ao salário anual de um trabalhador médio. Extraído de: Bíblia da Mulher, SBB, pág 1329.
LEITURA DIÁRIA
Segunda - Mt 6.33
Em primeiro lugar, o Reino de Deus
Terça - Hb 13.2
O valor da hospitalidade
Quarta - Sl 100.2
Servindo ao Senhor com alegria

Quinta - Mt 4.4
A Palavra do Senhor alimenta
Sexta - Lc 8.41
Prostrado aos pés de Jesus
Sábado - Jo 13.5
A humildade de Jesus


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
João 12.1-11.
1 Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos.
2 Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele.
3 Então, Maria, tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento.
4 Então, um dos seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão, o que havia de traí-lo, disse:
5 Por que não se vendeu este unguento por trezentos dinheiros, e não se deu aos pobres?

6 Ora, ele disse isso não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas porque era ladrão, e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.
7 Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto.
8 Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes.
9 E muita gente dos judeus soube que ele estava ali; e foram, não só por causa de Jesus, mas também para ver a Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos.
10 E os principais dos sacerdotes tomaram deliberação para matar também a Lázaro,
11 porque muitos dos judeus, por causa dele, iam e criam em Jesus.

HINOS SUGERIDOS: 118, 177 e 396 da Harpa Cristã

OBJETIVO GERAL
Apresentar Maria como exemplo do crente que oferece a Deus sempre o melhor em forma de gratidão por seu amor.


OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
  • I. Mostrar o exemplo de Maria de Betânia ao escolher a melhor parte;
  • II. Saber que Maria foi a mulher que ungiu o Senhor Jesus;
  • III. Apontar o caráter humilde de Maria.


INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, na lição de hoje estudaremos o caráter de Maria de Betânia. Maria foi uma mulher que honrou Jesus colocando-o acima de toda e qualquer prioridade. Sua atitude de ficar aos pés do Salvador, ouvindo-o e aprendendo, revelou o seu desejo de querer estar mais perto do Filho de Deus, em íntima comunhão com Ele. Como está sua comunhão com o Pai e o Filho? Você tem alegria e prazer em estar em sua presença para adorá-lo pelo o que Ele é? Maria amava ao Senhor e sabia como demonstrar, em seus gestos e atitudes, seu amor altruísta. Ao ungir os pés de Jesus com um unguento de boa qualidade e caro, ela demonstrou amar mais a Jesus e as pessoas do que os seus bens materiais. Que o nosso amor pelo Mestre seja maior do que por nossos bens materiais e ministérios.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Maria, irmã de Lázaro, ou Maria de Betânia, era uma mulher humilde e ao mesmo tempo cheia de energia e ousadia. Quando Jesus hospedou-se em sua casa, preferiu ficar ouvindo a palavra do Mestre, enquanto sua irmã envolvia-se nas tarefas domésticas (Lc 10.39). Foi reprovada por Marta, mas recebeu elogio de Jesus por ter escolhido “a boa parte” (Lc 10.41,42). Na mesma semana daquele acontecimento, vemos os fato em que Maria, irmã de Lázaro, aparece protagonizando um dos momentos mais interessantes e polêmicos do ministério de Jesus. [Comentário: Marta e Maria foram as irmãs de Lázaro que aparecem na narrativa bíblica do Novo Testamento. Além do episódio que envolve a ressurreição de Lázaro, elas são mencionadas em outras passagens, como quando Jesus disse que Maria escolheu a boa parte conforme registrado por Lucas (Lc 10:39-42). Marta e Maria, bem como seu irmão Lázaro, moravam em Betânia, um povoado a cerca de 3 quilômetros de Jerusalém e do Monte das Oliveiras, era lugar constante para Jesus. O nome vem do grego Bethania, possivelmente a partir do hebraico bét nîyyah, contração de bét nanîyahsignificando "casa de Ananias" . Outros significados possíveis são "casa ou lugar dos figos verdes" ou, ainda, "casa dos pobres". https://pt.wikipedia.org/wiki/Bet%C3%A2nia. Ali Jesus passou os últimos momentos de tranquilidade e paz de Sua vida, ao lado de Seus grandes amigos: Marta, Maria e Lázaro. No relato, temos duas mulheres, duas intenções, duas lições. A verdadeira preocupação de Marta era ser uma boa anfitriã. A preocupação de Maria era ser uma discípula perfeita, como se defere do versículo 39 – ‘ouvia a sua palavra’. Importante ressaltar que Jesus não nega as atividades hospitaleiras de Marta, mas está preocupado com a distração, preocupação e fadiga dela em muitas coisas, o que faz com que ela subestime a única coisa necessária, ouvir a palavra de Jesus. Estas duas irmãs, Marta e Maria, pode-se dizer que representam dois tipos diferentes de crentes, duas tendências opostas, ou duas maneiras de seguir a Jesus, que ainda hoje vemos nas nossas igrejas.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?

PONTO CENTRAL
Devemos oferecer a Deus sempre o melhor.

I. O EXEMPLO DE MARIA DE BETÂNIA

1. Maria “escolheu a boa parte”. Certa vez, acompanhado de seus discípulos, Jesus entrou em Betânia. Ali, foi recebido na casa de Lázaro, por sua irmã, Marta. Aquela não era uma ocasião comum. Jesus só passava por aquela aldeia, chamada Betânia, quando ia para Jerusalém. Maria, irmã de Marta, teve a percepção de que aquele era um momento que deveria ser aproveitado plenamente por várias razões. [Comentário: Para os pesquisadores bíblicos, a cidade de Betânia possui um grande valor histórico. O grande questionamento feito até os dias atuais é o porquê Jesus trocou seu quartel general, ou seja, a cidade de Cafarnaum, ou mesmo Jerusalém, por uma cidade tão pequena, quase um vilarejo e sem nenhuma expressão política, econômica e cultural, para realizar tão grandes feitos como o retorno à vida de Lazaro? http://www.abiblia.org/ver.php?id=7515. Enquanto Marta se fatigava na labuta caseira, Maria, sua irmã, assentada aos pés de Jesus, totalmente absorta, ouvia os Seus ensinos. Bebia cada uma de Suas palavras. Ela sabia que o serviço era coisa secundária. Ela não podia perder a oportunidade de prestar adoração ao Mestre e receber dele os ensinamentos. Não confundamos a mulher pecadora que ungiu Jesus com esta Maria, irmã de Lázaro, que também ungiu Jesus, e por duas vezes; primeira vez em sua própria casa (seis dias antes da páscoa – Jo 12.3), e uma segunda vez na casa de Simão, o leproso (2 dias antes da páscoa), ambas em Betânia.]

a) Jesus na casa de Maria. O texto de Lucas 10 diz que Marta, sua irmã, recebeu Jesus em sua casa (10.38). Havia muitas casas em Betânia. Mas receber Jesus e seus discípulos no lar era motivo de muita alegria e orgulho para uma família piedosa. Certamente, a casa não era pequena, pois tinha lugar para Jesus e seus discípulos. [Comentário: Das viagens de Jesus à Betânia, restou claro o seu lado humano e divino e, também, o amor por seus amigos, Lázaro e suas irmãs Marta e Maria.]

b) Maria prefere ficar aos pés de Jesus. Lucas diz que Marta recebeu Jesus, e que se assentou aos pés de Jesus e ouvia a sua palavra (10.39). Marta demonstrou que não soube aproveitar aquele momento, e ainda criticou a irmã, julgando que esta não estava agindo bem, ficando aos pés de Jesus. “Marta, porém, andava distraída em muitos serviços e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe, pois, que me ajude” (10.40). [Comentário: Ficou nítido para Maria e talvez a primeira a compreender que não era importante os bens materiais. Ao recolher-se a seus pés para lavar-lhes e enxugá-los com seus cabelos, mostra toda sua humildade e amor. Ao derramar sobre seu senhor um perfume precioso de Nardo para se sentir digna de poder olhar, ouvir, contemplar o filho de Deus e, assim, poder sugar o supra-sumo do seu amor, como adivinhando o pouco tempo em sua companhia. De fato poucos dias depois seria morto em Jerusalém. Jesus ao mesmo tempo em que aceita este gesto de louvor, de ação de graças repreende seus apóstolos e Marta por seu apego a coisas materiais, enquanto deveriam preocupar-se pelo amor a Deus sobre todas as coisas. http://www.abiblia.org/ver.php?id=7515]

2. Maria deu prioridade a Jesus. Maria tinha tarefas domésticas a realizar como sua irmã. Mas entendia que, se Jesus estava ali, naquela ocasião, a prioridade era ouvir sua palavra, e não ficar “distraída em muitos serviços”. Ao ser questionado por Marta, que cobrava de Jesus que determinasse que Maria se levantasse de sua presença e fosse ajudá-la, Jesus respondeu de forma amorosa mas cheia de ensino precioso, que Maria escolhera “a boa parte, a qual não lhe será tirada” (10.41,42). A “boa parte” que Maria escolheu foi ouvir e aprender de Jesus, ficar a seus pés, em atitude de reverência e adoração. [Comentário: A preocupação de Marta pode ter sido desnecessariamente esmerada. Maria sabia que ouvir Jesus era uma oportunidade extraordinária demais para dar preferência a outros tipos de preocupações.]

3. Mais “Martas” do que “Marias”. Podemos afirmar que, no mundo atual, há muito mais “Martas” do que “Marias”. A vida moderna tem exigido que a mulher deixe de ser apenas dona de casa, esposa e mãe, e assuma posições profissionais. Além dos excessos de atividades, em casa, na escola, e na igreja, homens e mulheres estão sendo dominados e até escravizados por redes sociais, no uso excessivo das tecnologias da informação e da imagem, a ponto de não haver mais tempo para a maior parte das famílias estar nos cultos de oração, nos cultos de doutrina e na Escola Dominical. [Comentário: O nome de Marta é mencionado na Bíblia apenas nos Evangelhos de Lucas e João (Lc 10:38-41; Jo 11:1,5,19-39; 12:2), e se origina de uma raiz aramaica que significando algo como “dona” ou “senhora”. Ela é a única pessoa com esse nome em toda a Bíblia. Marta parece sentir prazer em exercer o dom da hospitalidade e gozar as prerrogativas de sua provável posição de irmã mais velha. A irritação de Maria com a sua irmã levou-a a um confronto com Jesus, pois, na verdade, ela o responsabilizava pelo fato de Maria não a ajudar nas tarefas da casa. Amorosamente Jesus afirma a Marta - e a nós, que reavaliasse suas prioridades, colocando em primeiro lugar os valores eternos e não as necessidades mais imediatas. Notemos que Jesus não censura Marta por seu cuidado hospitaleiro. Importante lembrar que hoje, vivemos atarefados – e isto não é errado, a fim de garantirmos uma vida digna, o problema está com o tempo que temos disponível, gastando-o naquilo que não edifica, naquilo que não convém. Precisamos reavaliar nossas prioridades,  escolhendo a melhor parte.]

SÍNTESE DO TÓPICO I
O crente deve seguir o exemplo de Maria de Betânia que preferiu ficar aos pés de Jesus.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
Maria

“A hospitalidade é uma arte. Certificar-se de que um hóspede seja bem recebido, aquecido e bem alimentado, requer criatividade, organização e trabalho de equipe. Sua capacidade de alcançar esses objetivos faz de Maria, e sua irmã, Marta, uma das melhores equipes de hospitalidade da Bíblia. Seu hóspede era Jesus Cristo.
Para Maria, hospitalidade significava dar mais atenção ao hóspede que às necessidades que Ele pudesse ter. Ela permitia que sua irmã mais velha, Marta, cuidasse desses detalhes. A atuação de Maria nos eventos mostra que ela era, principalmente, uma pessoa ‘que responde’. Ela realizava poucos preparativos — seu papel era a participação. Diferentemente de sua irmã, que tinha que aprender a parar e ouvir, Maria precisava aprender que agir é, frequentemente, necessário e apropriado. Nós vemos Maria, pela primeira vez, durante uma visita que Jesus fez à sua casa. Ela simplesmente se sentou aos seus pés e ouviu. Quando Marta se irritou com o fato de que sua irmã não a ajudava, Jesus declarou que a decisão de Maria de desfrutar da sua companhia era a reação mais adequada, na ocasião. Na última vez em que vemos Maria, ela havia se tornado uma mulher de ação ponderada mesclada com adoração. Novamente, ela estava aos pés de Jesus, lavando-o com perfume e secando com seus cabelos. Jesus disse que seu ato de adoração deveria ser descrito em todas as partes, como um exemplo de serviço custoso” (Bíblia de Estudo Cronológica Aplicação Pessoal. RJ: CPAD, 2015, p.1437).

CONHEÇA MAIS
A oferta de Maria

“A oferta que provavelmente representou a economia de toda a sua vida, quinhentos denários (gregos), era uma quantia bastante grande para uma pessoa comum. O motivo é simples, porém profundamente significativo. Maria queria oferecer o melhor para Jesus”. Para conhecer mais leia, Guia do Leitor da Bíblia, CPAD, p.689.

II. MARIA, A MULHER QUE UNGIU O SENHOR

1. Maria ungiu os pés de Jesus. “Foi, pois, Jesus seis dias antes da Páscoa a Betânia, onde estava Lázaro, o que falecera e a quem ressuscitara dos mortos” (Jo 12.1). Para o ministério de Jesus, aquela família tinha significância. Sempre que ia a Jerusalém, ou a seus arredores, hospedava-se na casa de Lázaro e suas irmãs. Betânia estava situada a três quilômetros de Jerusalém, na estrada que leva a Jericó. [Comentário: A unção de Jesus relatada em Lucas 7.36-50 é um incidente diferente desta unção feita por Maria, que é relata também em Mateus 26.6-12 e Mc 14.3-9. Este banquete em Betânia, seis dias antes da paixão de Cristo, foi uma ocasião muito especial. Lázaro, que tinha sido ressuscitado, estava à mesa com o Mestre. Marta, como sempre, servindo - as qualidades de hospitalidade e de prontidão em servir continuam em evidência em sua vida. Maria, pela terceira vez, se encontra aos pés de Jesus. Ela quebrou todas as etiquetas e presta uma homenagem ao Senhor: derrama um precioso perfume nos Seus pés e os enxuga com os cabelos. Foi a manifestação da sua alma, efeito de uma profunda afeição. Maria derrama cerca de uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, avaliado por Judas em 300 dinheiros (“Que extravagância! Que desperdício!” disse Judas. E os demais discípulos concordaram (Mt 26.8).); outra parte, ela derrama em outra ocasião, dois dias antes da páscoa, na casa de Simão, o leproso, dessa vez sobre a cabeça de Jesus. Maria nos ensina a verdadeira adoração: o que tinha de mais precioso dava a Jesus.]

a) Uma ceia para Jesus. Embora o texto não diga que a ceia foi na casa de Lázaro, Marta, certamente, foi a organizadora da refeição a ser oferecida a Cristo. Mais uma vez, ela demonstrava especial cuidado com a hospitalidade, com a recepção do ilustre visitante. “Fizeram-lhe, pois, ali uma ceia, e Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com ele” (Jo 12.2). Ela fez o melhor que sabia para atender bem ao grande amigo da família. [Comentário: Mateus 26.6-13 nos informa onde esta unção aconteceu: “Estando Jesus em Betânia, em casa de Simão, o leproso, aproximou-se dele uma mulher que trazia um vaso de alabastro cheio de bálsamo precioso...”. Outra vez, não confundamos com aquela mulher pecadora – identificada como Maria Madalena, do relato de Lucas 7.36, que aconteceu na Galiléia. Alguns argumentam que a ceia era em comemoração a ressurreição de Lázaro, e por isso, mesmo sendo na casa de Simeão, Marta se ocupou de servir a mesa. Outros sugerem que talvez Simão fosse solteiro, e ao oferecer tal ceia, necessitou da ajuda de seus amigos. Outros ainda levantam a possibilidade de que talvez Marta tivesse sido a esposa desse homem. Seja como, não há como responder essa pergunta com exatidão.]

b) Maria unge os pés de Jesus. Maria surpreendeu a todos, “[...] tomando uma libra de unguento de nardo puro, de muito preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-lhe os pés com os seus cabelos; e encheu-se a casa do cheiro do unguento” (Jo 12.3). O gesto, considerado extravagante, de Maria provocou grande reboliço entre os presentes, principalmente em Judas Iscariotes. O perfume derramado de “nardo puro” equivalia a cerca de “trezentos denários”, como acentuou Judas, ou seja, quase o salário de um trabalhador durante um ano inteiro. Judas, além de traidor, era mentiroso e hipócrita. Seu cuidado não era com os pobres, com a assistência social, mas em roubar o dinheiro das ofertas (Jo 12.4-6). [Comentário: Mateus e Marcos indicam que ela derramou algum perfume sobre a cabeça de Jesus, que seria a prática comum. Ungir seus pés e enxugá-los com seus cabelos era um tributo de humildade e devoção. Temos feito alguma coisa extraordinária para o Senhor, que realmente prove o nosso amor a Ele? Não que precisemos provar ou que Ele precise dessa prova; Não por dever, mas por amor? Somos, hoje, gratos a Maria por essa lição de desprendimento?]

c) Jesus aprova o gesto de Maria. O traidor reprovou a generosidade de Maria. Mas Jesus reconheceu a grandeza das intenções do seu coração agradecido. “Disse, pois, Jesus: Deixai-a; para o dia da minha sepultura guardou isto” (Jo 12.7). Pela fé, de forma profética, Maria ungiu antecipadamente o corpo de Jesus para o seu sepultamento. Sua visão era mais ampla e mais profunda. Marta via o amigo e visitante ilustre. Maria via o seu Salvador que haveria de morrer em seu lugar (Jo 19.39). A repercussão da presença de Jesus na casa de Maria foi tão grande que os principais dos sacerdotes deliberaram matar Jesus e também Lázaro (Jo 12.9-11). [Comentário: No relato de João, Judas é destacado na sua condenação de Maria. Aqui, vemos que os outros discípulos se uniram à crítica. Os discípulos se preocuparam com princípios – administrar finanças e “os pobres”. Jesus se preocupou com uma pessoa – Maria. Embora Jesus houvesse falado, talvez horas antes, sobre o cuidado com os necessitados (Mat 25:35-36), o foco dele é sempre no individual “tive fome”, “tive sede”, “era forasteiro”. Aqui também, a atenção de Jesus é voltada para o indivíduo – Maria. Qual o foco das nossas atenções? Idéias ou pessoas?.]

2. Maria ungiu a cabeça de Jesus. Na mesma semana que lhe antecedeu a morte, Jesus saiu de Jerusalém e foi para Betânia: “Bem sabeis que, daqui a dois dias, é a Páscoa, e o Filho do Homem será entregue para ser crucificado” (Mt 26.2). Dali, dirigiu-se a Betânia, onde, na casa de “Simão, o leproso”, lhe ofereceram outro jantar. Diz o texto que “uma mulher” ungiu a sua cabeça com unguento de grande valor. O contexto nos mostra que aquela mulher era Maria de Betânia (Mt 26.6,7; Jo 11.1,2). A Bíblia de Estudo Cronológica, Aplicação Pessoal, em nota sobre Mateus 26.7, confirma esse entendimento. [Comentário: O Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT traz o seguinte: “1. Cristo interpreta o que ela fez de uma maneira favorável, da qual aqueles que a condenavam não tinham consciência: “Para o dia da minha sepultura guardou isto”. Ou: “Ela reservou isto para o dia em que Eu for embalsamado”, segundo o Dr. Hammond. “Vocês não lamentam o ungüento usado para embalsamar seus amigos mortos, nem dizem que ele deveria ser vendido ou dado aos pobres. Este ungüento tinha este propósito, ou, pelo menos, isto pode ser assim interpretado, pois o dia do meu sepultamento está próximo, e ela ungiu um corpo que já está praticamente morto”. Observe que: (1) Nosso Senhor Jesus pensava muito e freqüentemente sobre sua própria morte e sobre seu sepultamento. Seria bom que nós também fizéssemos isto. (2) A Providência freqüentemente abre assim uma porta de oportunidades aos bons cristãos, e o Espírito da graça abre assim seus corações, para que as expressões do seu zelo piedoso provem ser mais oportunas, e mais belas, do que qualquer previsão que se pudesse fazer delas. (3) A graça de Cristo coloca gentis comentários sobre as palavras e ações piedosas das pessoas boas, e não somente aproveita ao máximo o que está incorreto, mas tira o maior proveito do que é bom. 2. Ele dá uma resposta adequada à objeção de Judas, v. 8. (1) Está ordenado, no reino da Providência, que sempre tenhamos conosco os pobres, e que um ou outro sejam objetos de caridade (Dt 15.11). Estes existirão, enquanto aqui houver, neste estado desvirtuado da humanidade, tanta loucura e tanto sofrimento. (2) Está ordenado, no reino da graça, que a igreja não teria sempre a presença física de Jesus Cristo. “A mim não me haveis de ter sempre, mas somente por um pouco” Observe que precisamos de sabedoria, quando duas tarefas competem entre si, para saber a qual delas dar a preferência, o que deve ser determinado pelas circunstâncias. As oportunidades devem ser aproveitadas, e primeiro e mais vigorosamente aquelas que provavelmente terão a duração mais curta, e que podemos ver mais rapidamente concluídas. O bom dever que pode ser feito a qualquer momento deve ceder o lugar para aquele que não poderá ser feito, a menos que seja agora”.]

3. Devemos oferecer o melhor a Jesus. Maria poderia ter oferecido um unguento de menor preço. Mas ungiu Jesus “com unguento de grande valor, e derramou-lho sobre a cabeça”. Ela foi criticada, mas o importante na adoração a Jesus é saber se Ele aceita nosso louvor. E Jesus, solenemente, declarou sua aprovação ao gesto de Maria, dizendo: “Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua” (Mt 26.13; Mc 14.9). [Comentário: Mesmo que o texto não diga que Maria soubesse claramente que Jesus estava caminhando para a morte, suas atitudes indicam que ela, ao menos, fazia uma idéia melhor do que estava para acontecer com os discípulos. Jesus entendeu seu gesto como ato de devoção na preparação dele para a sepultura e diferenciou a atitude dela de uma simples realização de boas obras. Jesus pagou o preço para salvar você, esperando que sua resposta ao amor que Ele mostrou por nós, seja a entrega total de vida a Ele. Como tem sido sua resposta? Você tem respondido de maneira satisfatória ao amor que Ele lhe tem dado? A genuína adoração implica em oferecer o melhor para Jesus.]

SÍNTESE DO TÓPICO II
Maria foi a mulher que em um gesto de adoração ungiu os pés de Jesus.

SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

III. O CARÁTER HUMILDE DE MARIA

1. Maria, uma mulher humilde. Com base nos textos citados, podemos concluir que Maria, irmã de Lázaro, era uma mulher humilde, mesmo sendo possuidora de ótima condição financeira, a ponto de poder oferecer a Jesus valiosa oferta como verdadeiro sacrifício de louvor e adoração. No episódio em que ela ficou assentada aos pés de Jesus (cf. Lc 10.39), revelou um profundo senso de valor diante do Mestre, considerando prioridade maior ouvir seus valiosos ensinos. [Comentário: Pelo valor do perfume ofertado, pela capacidade de receber convidados e pelo conhecimento que Lázaro e suas irmãs tinham na região como vimos quando Lázaro morreu e quando ressuscitou e também na visita de Jesus em sua casa depois, podemos deduzir que tinham uma boa condição financeira. Apear disso Maria demonstra ser humilde, pois ao invés de se exibir para suas amigas e concidadãos, ela procurou arrumar um lugar o mais próximo de Jesus possível, ao chão, para escutá-lo e depois para adorá-lo. Para ela mais valia os ensinos de Jesus e sua companhia do que os banquetes ou festas. A que valorizamos mais? http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao10-cdc-2tr17-maria-irma-de-lazaro-uma-devocao-amorosa.htm.]

2. Maria não revidou as críticas da irmã. Mesmo ouvindo sua irmã, Marta, reclamar diante de todos que ela deveria sair da presença de Jesus para ajudá-la nas tarefas domésticas, ela não revidou, criticando a atitude da irmã. Ficou em silêncio, e deixou Jesus falar. E foi compensada por Jesus, que a defendeu dizendo que ela escolhera “a boa parte, a qual não lhe será tirada” (Lc 10.42). [Comentário: Apesar da reclamação de marta, Maria demonstrou amor e compaixão pela irmã. Não retrucou, não reclamou de volta, não disse nada que ofendesse ou causasse alguma discussão com a irmã. Maria estava envolta em uma nuvem de adoração. Não tinha espaço para intrigas. Jesus respondeu por ela e assim continuou em sua posição de adoração. "escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada" (Lc 10.42). O que fazemos quando materialistas nos tentam impedir a adoração e estudo da Palavra de Deus? http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao10-cdc-2tr17-maria-irma-de-lazaro-uma-devocao-amorosa.htm.]

SÍNTESE DO TÓPICO III
Maria demonstrou ter um caráter humilde e fiel a Deus.

SUBSÍDIO DIDÁTICO

Professor, para tornar a aula mais dinâmica, interativa e introduzir o terceiro tópico da lição, faça as seguintes perguntas: “Como Maria reagiu diante da queixa e incompreensão de sua irmã em relação a sua atitude de ficar aos pés de Jesus ouvindo-o?”; “Como devemos agir quando as pessoas, até mesmo da nossa família, não compreendem nossas atitudes em relação a Jesus e ao serviço cristão?”. Enfatize que assim como Maria, nem sempre somos bem compreendidos pelas pessoas. Mas é diante das incompreensões e julgamentos que temos de revelar o nosso caráter cristão. Ao que tudo indica Maria não tentou se defender ou retrucou sua irmã. Porém, o próprio Senhor Jesus a defendeu e procurou valorizar suas atitudes. Depois de conversar com os alunos a respeito das atitudes de Maria, distribua as cópias do quadro abaixo. Utilize para refletir com os alunos as características do caráter de Maria e as lições que podemos aprender com suas atitudes.

CONCLUSÃO
Podemos concluir afirmando que Maria, irmã de Lázaro, foi uma mulher humilde e que demonstrou liberalidade ao oferecer a Jesus uma oferta valiosa. Ajamos da mesma forma, para que Cristo seja glorificado em toda a maneira de agir, pensar e ver. [Comentário: Quando lemos que “Maria escolheu a boa parte”, percebemos que a eleição divina não exclui a responsabilidade humana, antes, a inclui. É por isso que o apóstolo João mais tarde escreveu que “nós o amamos a Ele porque Ele nos amou primeiro” (1Jo 4.19). Maria de Betânia, ofereceu o seu melhor porque já conhecia a Cristo, tinha vivido o Amor de Cristo por ela, após ter sido presenteada, ela em gratidão retribui a Ele, não só lavando o com o seu perfume, mas oferecendo a sua conversão. Esse é o melhor presente que podemos oferecer a Cristo, a nossa total conversão..] Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, perante a sua glória. Ao único Deus sábio, Salvador nosso, seja glória e majestade, domínio e poder, agora, e para todo o sempre. Amém”. (Judas 24-25),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Junho de 2017

PARA REFLETIR

A respeito de Maria, irmã de Lázaro, uma devoção amorosa, responda:
De que tipo de crente Maria é exemplo?
Do crente que prefere ouvir as palavras de Jesus.
Com que Maria ungiu os pés de Jesus?
Com unguento de nardo puro, de muito preço.
Como Jesus viu o gesto de Maria?
Ele aprovou e disse que ela o ungira para a sepultura.
Que disse Jesus, quando Maria ungiu sua cabeça?
Que, onde o evangelho for pregado, seu gesto será lembrado.
O que representa a oferta de Maria?
As economias de todo uma vida.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Maria, irmã de Lázaro, um a devoção amorosa
Quem foi Maria de Betânia
É notória a existência de várias “Marias” ao longo do Novo Testamento. Maria Madalena, Maria a mãe de Jesus, Maria a mãe de Tiago e de João. A Maria que trataremos nesta lição é a irmã de Lázaro, também conhecida como Maria de Betânia. O nome “Betânia” se refere a um lugar que ficava a 6 km de Jerusalém. Alguns episódios que se referem à Maria de Betânia em o Novo Testamento são os seguintes: quando Jesus chega à casa de Maria e Marta para jantar (Lucas 10.38-42); quando da morte de Lázaro, o irmão de Maria (João 11.28-32); quando Maria ungiu os pés de Jesus com unguento de nardo e puro e os enxugou com os cabelos (João 12.3; cf. Mateus 26.6-13; Marcos 14.3-9).

O perfil de Maria de Betânia
A partir dos textos mencionados acima é possível traçarmos o perfil de Maria, pois suas ações, de singelas e meigas, são marcantes e inconfundíveis aos leitores de todas as épocas. Não por acaso, quando do ato de amor e humildade protagonizado por Maria, o nosso Senhor expressou-se da seguinte maneira: “Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua” (Mt 26.13). A pessagem mencionada, certamente, é uma das mais conhecidas em Novo Testamento.
À luz desse ato de Maria, bem como quando de outros da irmã de Lázaro, ao receber nosso Senhor para jantar em Betânia, é possível perceber que ela era essencialmente devotada ao Senhor. Há ações de Maria que demostram isso de forma testemunhal: (1) Sua devoção delicada aos pés do Senhor; (2) a atenção e a prioridade integrais a Jesus Cristo; (3) o derramento e o quebrantamento do coração de Maria na ocasião em que ela ungiu os pés de Jesus; (4) a humildade de Maria diante das críticas de sua irmã Marta. Uma das mulheres mais especiais do Novo Testamento!

Lições modernas a partir de Maria de Betânia
Podemos destacar vários aspectos da vida que podemos aprender a partir de Maria: a vida familiar, o relacionamento com o próximo, maior brandura no falar e no se dirigir às pessoas. Mas destacaria o aspecto litúrgico que podemos aprender com Maria de Betânia. Uma devoção mais profunda, enraizada na total entrega da alma e do coração ao nosso Senhor. Sem dúvida nossos cultos seriam mais enriquecidos a partir da espiritualidade de Maria, irmã de Lázaro.


Fonte: Lições Bíblicas adultos, 4° trimestre de 2016 – CPAD / Divulgação: http://www.estudantesdabiblia.com.br/licoes_cpad/2017/2017-02-10.htm