LIÇÕES BÍBLICAS CPAD
2º Trimestre de 2017
Título: O Sermão do Monte
— A justiça sob a ótica de Jesus
Comentarista: César
Moisés Carvalho
JOVENS
- Lição
9 -
28 de Maio de 2017
A bondade divina e a
regra de ouro
TEXTO DO DIA
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SÍNTESE
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“E como vós quereis que
os homens vos façam, da mesma maneira fazei-lhes vós também” (Lc 6.31).
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A bondade divina é infinitamente maior
que a que os homens demonstram aos seus filhos. Mesmo assim, somos ensinados
a fazer aos outros àquilo que gostaríamos que fizessem a nós.
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AGENDA DE LEITURA
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Segunda - Lc 11.5-8
A insistência e a oportunidade
Terça - Lc 11.9,10
A procura e a resposta
Quarta - Lc 11.11-13
Somos maus, mas sabemos
dar boas coisas aos nossos filhos
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Quinta - Mt 22.34-40
O grande mandamento da
Lei
Sexta - Rm 13.10
O cumprimento da Lei
Sábado - 1Tm 1.5
A finalidade do
mandamento
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OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno
deverá estar apto a:
DISTINGUIR
a necessária prática diuturna da oração da repetição mecânica desta;
CONTRASTAR
a bondade divina com a maldade humana;
PRATICAR
a Regra de Ouro tal como apresentada por Jesus.
INTERAÇÃO
“Tratar
os demais como nós mesmos gostaríamos de ser tratados” é um conhecido dito
popular. Contudo, ao analisar melhor tal sentença, é possível perceber que ela
diz mais do que conseguimos enxergar em uma primeira leitura. A forma como
todos gostamos de ser tratados é algo bastante pessoal. Um exemplo ilustra o
ponto: Há pessoas que preferem ser chamadas de maneira formal (senhor/senhora),
mesmo tendo pouca idade, ao passo que outras, mais idosas, preferem a
informalidade (você). Tratá-las como “gostaríamos de ser tratados” significa
justamente observar essa regra. Não nos cabe exigir que as pessoas gostem das
mesmas coisas que nós, pois isso seria tratá-las como nós — e não elas —
pessoalmente gostamos de ser tratados e não como elas, segundo suas predileções,
gostariam de ser consideradas. Isso, porém, não significa que devemos concordar
com tudo que as pessoas gostam/fazem e vice-versa. Tal distinção é necessária,
pois não se pode confundir educação e boas maneiras com concordância acrítica e
descompromissada de práticas reprováveis. Cuidemos, entretanto, de não tornar
os nossos “gostos pessoais” a regra, segundo a qual, avaliamos as pessoas.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
A
aula de hoje é uma excelente oportunidade para averiguar o quanto somos
educados, tolerantes e sabemos respeitar os gostos e opiniões alheias. É
interessante observar que o Mestre pontua a questão da maldade intrínseca do
ser humano, mas demonstra, por outro lado, que existe um mínimo de bondade que
se encontra preservada neste, podendo ser conferida através da maneira
"natural" com que trata sua prole e/ou família. Por conseguinte, não
se concebe a ideia de alguém que afirma crer em Deus, mas é mal-educado,
intolerante e não respeita a opinião do outro. Isso, é bom dizer, não significa
que você não possa ter sua própria opinião e convicção sobre as coisas, mas
apenas sinaliza para a necessidade de saber conviver com as diferenças.
Distribua para todos os presentes o breve questionário abaixo, solicitando que
cada um assinale uma das alternativas. Em seguida escreva a legenda no quadro
para que cada aluno compare com sua marcação.
1.
Respeito a opinião, os gostos e preferências das pessoas, mesmo que sejam
diferentes do que penso e aprecio?
( )
Sempre ( )
Às vezes ( ) Nunca
2.
Cumprimento as pessoas independentemente de como esteja o meu dia ou humor?
( )
Sempre ( )
Às vezes ( )
Nunca
3.
Desfaço uma amizade por causa de discordância?
( )
Sempre ( )
Às vezes ( )
Nunca
4.
Agradeço, peço licença e solicito algo pedindo “por favor”?
( )
Sempre ( )
Às vezes ( )
Nunca
5.
Só me comunico com pessoas que concordam em tudo comigo?
( )
Sempre ( )
Às vezes ( )
Nunca
Se
você marcou uma vez a opção “Sempre” nas questões 2, 3 e 5, é bom cuidar-se. Se
essa opção foi marcada em duas dessas perguntas, você precisa melhorar
rapidamente. Três vezes, significa que você deve ter poucos ou quase nenhum
amigo. Se elas foram assinaladas no “Às vezes”, talvez seu problema seja de
variação de humor. Se nas três delas você marcou “nunca”, apenas avalie se faz
isso de coração, tendo suas convicções preservadas ou se não tem opinião alguma
ou só quer agradar.
TEXTO BÍBLICO
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Mateus 7.7-12.
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7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e
encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8 Porque aquele que pede recebe; e o
que busca encontra; e, ao que bate, se abre.
9 E qual dentre vós é o homem que,
pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
10 E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma
serpente?
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11 Se, vós, pois, sendo maus, sabeis
dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus,
dará bens aos que lhe pedirem?
12 Portanto, tudo o que vós quereis que
os homens vos façam, fazei-lho também vós, porque esta é a lei e os profetas.
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COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
Os seis versículos da
lição de hoje encerram grandes ensinamentos. Os primeiros cinco retomam
verdades que já foram implicitamente trabalhadas na oração do Pai-Nosso e
também nas orientações gerais sobre o ato de orar (Mt 6.5-13). O Mestre retoma
igualmente os ensinos acerca da ansiedade pela vida (Mt 6.25-34). Entretanto,
em relação a este último aspecto do discipulado, Cristo instrui, primeiramente,
em detalhes e agora o coloca de forma implícita em forma de orientação a
respeito da “frequência” com que se deve orar (vv.7,8). A confiança no Pai é
ensinada com base na própria bondade humana que, como se sabe, é limitadíssima
(vv.9-11). Finalmente, um dos textos mais populares e que é repetido até mesmo
por pessoas que não creem em Deus: a regra de ouro é apresentada pelo Mestre como
síntese da Lei (v.12). [Comentário: É importante
entendermos que a oração não é um meio para manipular a Deus e conseguir tudo
aquilo que desejamos, mas uma postura de reconhecimento de que Deus está no
controle e nossa vida está em Suas mãos. A oração é um relacionamento e não um
requerimento! Ele concede aquilo que pedimos segundo a sua boa vontade -
“E esta é a confiança que temos nele, que, se
pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que
nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe
fizemos.” (1Jo 5.14-15). Perceba a intensidade das palavras de Jesus que
nos incentiva a orarmos a Deus: pedir,
buscar, bater (Mt 7.7-8). Entretanto, nós não dedicamos tempo para a oração
e deixamos de alcançar o favor de Deus simplesmente por não orarmos e não
pedirmos. O versículo 12, muitas vezes chamado de "regra de ouro", é
uma síntese da Lei e foi afirmada por uma série de pensadores antigos como,
"Não faça para os outros aquilo que você não quer fazer com você."
Jesus tornou uma obrigação positiva. Aqui ela aparece após a discussão da
bondade de Deus e Sua vontade para dar. Este é um grande mistério, mas existe
uma relação muito estreita entre abençoar e ser abençoado. Na medida em que nos
dispomos a abençoar a vida daqueles que nos cercam somos abençoados por Deus
para que possamos abençoar mais.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. PEDIR, BUSCAR E BATER
1. A vida orante. É preciso ter em mente que o Mestre
dirige-se aos seus discípulos e que eles são judeus. É acerca da justiça do
Reino que Ele está a ensinar. Sendo assim, como a abnegação e a confiança são
pré-requisitos indispensáveis aos que atenderam ao chamado de Jesus (Mt
6.25-34), o Mestre instrui agora acerca da “vida orante”, ou seja, da adoção de
um estilo de vida que tem a oração como uma constante (v.7). A constância aqui
nada tem com as vãs repetições que foram reprovadas anteriormente, posto que
aquelas consistem em palavrórios vazios de quem não tem discernimento do
caráter de Deus (Mt 6.7,8,32,33). A questão visada aqui não é algo
circunstancial, mas perene e profundamente espiritual indo além das
necessidades básicas que já são conhecidas pelo Pai (Lc 11.9-13). [Comentário: O famoso pregador
do século 19, Charles Spurgeon, descreveu a vida de oração de um Cristão ao
dizer: “Como os cavaleiros da
antiguidade, sempre em batalha, nem sempre em seus cavalos avançando com suas
lanças contra o seu adversário para fazê-lo cair do cavalo, mas sempre usando
as armas que podiam alcançar.... Aqueles cavaleiros deprimidos geralmente
dormiam em suas armaduras; então, até mesmo quando dormimos, ainda sim devemos
estar no espírito de oração, para que se por acaso acordarmos de noite, ainda
estaremos com Deus”.]
2. “Pedi”, “buscai” e “batei”. Através de três verbos, o Mestre
ensina acerca da constância e do estilo de vida do discípulo no que diz
respeito à oração: “Pedi”, “buscai” e “batei” (v.1). São ações e não meramente
contemplações. Quem pede demonstra humildade, pois reconhece sua necessidade
(Mt 15.21-28). Buscar está relacionado ao reconhecimento de que há algo mais
que precisa ser encontrado, obtido. Não quer dizer inconformismo egoísta, mas a
não aceitação de um estado de apatia espiritual e de falta de comunhão (Jr
29.11-14). Finalmente, o que bate sabe que depende da benevolência e da
sensibilidade de quem está do “lado de dentro”. Portanto, precisa contar com
tal confiança (At 12.16; Ap 3.20). [Comentário: O verbo pedir
neste texto significa: requerer, exigir, desejar. É pedido vivo, fervoroso,
persistente, confiante. Buscar é procurar por empenhar-se, esforçar-se em
obter, desejar, querer, empenhar-se em Bater. Bater à porta. Buscar é ter
confiança de não voltar com as mãos vazias. Buscar é buscar em Deus. Ele tem
tudo para todos os tempos. “Ele não se
cansa nem se fatiga, e não há quem esquadrinhe o seu pensamento. Dá força ao
cansado, e multiplica o poder ao que não tem nenhum vigor.“ (Is 40.28-29). Bater
é não desistir. É ter perseverança, é ser persistente. É penetrar no celeiro do
Pai Eterno. É ter a coragem de dizer: Levantar-me-ei e irei ter com meu Pai. A
oração é um grande mistério e até mesmo um grande paradoxo dentro dos
ensinamentos bíblicos. Ao mesmo tempo em que somos incentivados a orar por
situações impossíveis aos olhos humanos, nos deparamos com o fato de que a
vontade de Deus é soberana em nossa vida. Além do que, em Sua onisciência, sabe
o que precisamos. O fato é que ninguém ora para informar a Deus ou convencê-lo
de qualquer coisa. A oração faz parte, necessariamente, de nossa vida
espiritual, e não serve somente de meio para obtermos as coisas de que precisamos.]
3. Receber, encontrar e abrir. Quem tomou a decisão de pedir, buscar
e bater, tem do Mestre a confiança de que “aquele que pede recebe; e o que
busca encontra; e, ao que bate, se abre” (v.8). Adotar esse estilo de vida
orante, significa manter-se em um estado de perpétuo reconhecimento. Não é algo
que deve se apresentar apenas em momentos de dificuldades que atingem a todos
indistintamente. Comportar-se dessa maneira significa reconhecer a total
dependência que temos do Criador (At 17.24-28). [Comentário: Jesus considerou a oração com um
companheirismo íntimo e invisível com Deus. Por isso o Nome de Deus, o Reino de
Deus e a Vontade de Deus são prioritários na oração. A oração põe em
conformidade com a Vontade de Deus, a pessoa que ora. “Para os Cristãos, oração é como respiração. Você não tem que pensar
para respirar porque a atmosfera exerce pressão nos seus pulmões e o força a
respirar. Por isso é mais difícil prender a respiração do que respirar.
Semelhantemente, quando nascemos de novo e passamos a fazer parte da família de
Deus, entramos em uma atmosfera espiritual onde a presença e graça de Deus
exercem pressão, ou influência, nas nossas vidas. Oração é a resposta normal a
essa pressão. Como crentes, temos todos entrado na atmosfera divina para
respirar o ar da oração. Só então podemos sobreviver na escuridão desse mundo. Infelizmente,
muitos crentes prendem sua respiração espiritual por muito tempo, achando que
breve momentos com Deus são suficientes para sobreviverem. No entanto, tanta
restrição do influxo espiritual é causada por desejos pecaminosos. O fato é que
todo crente deve estar continuamente na presença de Deus e constantemente
respirando Suas verdades para serem completamente funcionais” (O texto entre aspas foi extraído de https://www.gotquestions.org/Portugues/orar-sem-cessar.html).]
Pense!
Com os afazeres da vida, o envolvimento on-line quase que 24 horas, você
acha possível adotar um estilo de vida orante?
Ponto Importante
A petição do estilo de vida orante não se restringe às necessidades
básicas e, muito menos, a desejos caprichosos e individualistas, mas é um
reconhecimento da nossa dependência divina.
II. A BONDADE DIVINA E A MALDADE HUMANA
1. O amor paternal humano. Em continuidade ao seu ensino acerca
do estilo de vida orante, o Mestre agora evoca a figura paterna para demonstrar
o quanto se pode confiar em Deus. Qual pai, em sã consciência, ao pedido de
alimento do filho lhe dará uma pedra, ou, “pedindo-lhe peixe, lhe dará uma
serpente?” (vv.9,10). Evidentemente que os dois elementos aqui colocados para
exemplificar os cuidados paternais — pão e peixe — são típicos da sociedade
daquela época. No entanto, a mensagem é clara: salvo os comportamentos
patológicos que existem, qualquer pai, em condições normais, cuida do filho e
quer o melhor para ele (Lc 15.11-32). [Comentário: O que faz Jesus
quando pergunta: “Qual dentre vós é o pai
que, se o filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra? Ou se pedir um peixe, lhe
dará em lugar de peixe uma cobra? Ou, se lhe pedir um ovo lhe dará um
escorpião?” Ele provoca nossa paternidade e até nossa própria história e
nos faz ver que “se vós, que sois maus,
sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais o Pai celestial dará o
Espírito Santo àqueles que lho pedirem.” Em primeiro lugar temos a
confiança de que se pedirmos “errado”, nossa persistência na oração jamais irá
sobrepujar alguma indisposição da parte do Pai quanto a responder aos pedidos
dos seus filhos – meu Pai é responsável! Em segundo lugar, meu Pai – que é bom
- jamais me dará algo ruim ou mesmo um “prêmio de consolação”. Seria um
comportamento incrível, diz Jesus, da parte de qualquer pai terreno, por pior
que fosse, zombar do filho dando-lhe alguma coisa que o filho pede mas, de
fato, basicamente diferente - pedra em vez de pão, cobra em vez de peixe. Não
devo fazer pouco caso às respostas à minha oração. Meu Pai é absolutamente fiel
– mesmo que às vezes eu não entenda! Este texto foi
extraído de: http://www.ibmorumbi.org.br/intercessao/view_printer.asp?CID=1&ID=90]
2. A maldade inata do ser humano. Apesar de este não ser o propósito do
ensino do Mestre, Ele reitera uma doutrina cara da fé cristã que é o fato de a
humanidade ser pecadora por natureza (Gn 3; Rm 5.12), ou seja, os atos de
bondade que somos capazes de exercer não nos tornam bons, pois somos maus
(v.11). [Comentário: Jesus declara abertamente, sem
nenhum receio, “se vós, que sois maus”. Todos nós somos miseráveis pecadores,
cheios de maldade em nossos corações. Independentemente de nossa religião,
“boas obras”, moral ou educação, estamos todos perdidos e arruinados. O nosso
coração é excessivamente mau, mais enganoso do que todas as coisas (Jeremias
17:9). Somente a graça de Cristo, através do Espírito Santo, pode nos regenerar
e nos dar um novo coração. Outra coisa sobressai aqui: mesmo sendo maus, nós
podemos amar nossos filhos, podemos constituir famílias boas e equilibradas,
podemos ter uma boa moral e tantas outras virtudes. Cada ser humano tem dentro
de si fogo suficiente para acender um inferno, contudo, é a graça de Deus que
nos refreia. A isto, teologicamente, chamamos de “graça comum”, como o nome já
diz, é comum a todos os homens, crendo eles em Deus ou não. Se não fosse a
graça comum de Deus, este planeta já há muito teria sido destruído ou estaria
em condições praticamente inabitáveis. Para saber mais
sobre graça comum, visite A Graça Comum, por Wayne Grudem, em: http://www.monergismo.com/textos/pneumatologia/graca_comum_grudem.htm]
3. A infinita bondade divina. A capacidade humana de praticar um ato
de bondade ante a necessidade do filho, a despeito de o ser humano ser mau, faz
com que Jesus tome tal situação como referência para exemplificar a infinita
bondade do Pai (v.11). Em outros termos, se nós, sendo maus, temos capacidade
de dar coisas boas aos nossos filhos, que dirá Deus, que é infinitamente
bondoso (1Jo 4.8). Dessa forma, a pergunta do versículo 11 é retórica, pois é
claro que Deus é indiscutivelmente mais digno da nossa confiança, pois Ele é
bom para todos, independentemente das circunstâncias (Sl 118.1; Is 49.15,16; Lc
18.19; Mt 5.44,45). [Comentário: Deus é bom (Sl
25.8; 106.1; Mc 10.18). Ele continua sendo bom para sua criação, ao
sustentá-la, para o bem de todas as suas criaturas (Sl 104.10-28; 145.9). Ele
cuida até dos ímpios (Mt 5.45; At 14.17). Deus é bom, principalmente para os
seus, que o invocam em verdade (Sl 145.18-20). Deus é Benigno e Compassivo (2Rs
13.23; Sl 86.15; 111.4). Ser compassivo significa sentir tristeza pelo
sofrimento doutra pessoa, com desejo de ajudar. Deus, por sua compaixão pela
humanidade, proveu-lhe perdão e salvação (cf. Sl 78.38). Semelhantemente,
Jesus, o Filho de Deus, demonstrou compaixão pelas multidões ao pregar o
evangelho aos pobres, proclamar libertação aos cativos, dar vista aos cegos e
pôr em liberdade os oprimidos (Lc 4.18; cf. Mt 9.36; 14.14; 15.32; 20.34; Mc
1.41; ver Mc 6.34).]
Pense!
Como os pais “normais” comportam-se diante dos pedidos egoístas dos
filhos?
Ponto Importante
O discípulo não é como os pagãos que não possuem entendimento algum
sobre Deus. Por isso, seus pedidos precisam ser conscientes e nunca
individualistas e egoístas.
III. A REGRA DE OURO E A COMPLETUDE DA LEI
1. A regra de ouro. Conhecida até mesmo, de alguma forma,
por pessoas que não leem a Bíblia, a regra de ouro consiste em um ditado que,
em sua forma negativa (“Não faça aos outros, o que não queres que façam a ti”)
era muito difundida no mundo antigo. Alguns autores defendem ser ela, em sua
forma positiva (v.12), uma criação de Jesus. Entretanto, pesquisas realizadas
no campo da literatura greco-romana e rabínica, demonstram sua existência em
outros lugares e cultura. [Comentário: O título "Regra
de Ouro" começou a ser atribuído a esta passagem da Escritura durante os
séculos 16-17, como já era um ditado popular na época. Isto é importante notar
porque, quando se fala sobre a Regra de Ouro, os cristãos, às vezes, sem saber
e incorretamente, a atribuem às palavras de Jesus. Este conceito é muito conhecido
no mundo todo e utilizado desde a antiguidade, por diferentes povos. Sua origem
é discutível (alguns atribuem ao sábio chinês Confúcio), mas o fato é que
praticamente todas as religiões baseiam-se nessa idéia, inclusive o judaísmo e
o cristianismo. No livro apócrifo de Tobias, por exemplo, pode-se encontrar
essa máxima no versículo 15 do capítulo 4. Porém, Cristo parece não ter ficado
completamente satisfeito com esse pensamento. Do site GotQuestions? temos o seguinte: “Ao finalizar a "regra" com a "Lei e os Profetas",
Jesus condensou todo o Antigo Testamento a este princípio. Isso era algo que os
judeus da época de Jesus teriam conhecido por seu conhecimento das Escrituras
do Antigo Testamento, como Moisés escreveu: "Não te vingarás, nem
guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti
mesmo. Eu sou o SENHOR" (Levítico 19:18). Mais uma vez, vemos a implicação
de que as pessoas são naturalmente auto-amantes devido ao pecado (Jeremias
17:19). Sendo assim, isso deu ao público um ponto inicial na forma como devem
tratar os outros: como querem ser tratados”. Leia mais em: https://www.gotquestions.org/Portugues/Regra-de-Ouro.html]
2. A novidade da regra de ouro em
Jesus. Como qualquer ditado
que, devido ao seu uso popular, tende a se tornar um chavão desgastado e
raramente praticado, Jesus surpreende ao relacionar a regra de ouro àquilo que
era mais caro aos judeus: as Escrituras Veterotestamentárias (v.12). Nesse
sentido, uma vez mais o Mestre demonstra que não veio para “pisar” na Lei, e
sim dar-lhe pleno sentido e cumprimento (Mt 5.17). [Comentário: Quando Jesus deu
este comando em Mateus 7:12, ele era radicalmente diferente de todas as outras
formas - exceto pelo Torá judaico - usadas até aquele momento ou desde então. A
diferença é sutil, mas muito importante. A Regra de Ouro bíblica é um comando
positivo para mostrar o amor ativo, ao contrário das formas passivas e
negativas. Um rápido levantamento das religiões e filosofias orientais irá
expor esta inversão comum, chamada por vezes como a "regra de prata"
devido ao seu comando invertido:
• Confucionismo: "Não faça aos outros o que você não quer que façam
a você" Analectos 15:23.
• Hinduísmo: "Este é o supremo dever: não faças aos outros o que
poderia causar dor se te fosse feito a ti" Mahabharata 5:1517.
• Budismo: "Não trates os outros de maneira que tu próprio achas
que te feriria" Udana-Varga 5:18
A Regra de Ouro como afirmada por Jesus é radicalmente diferente por ser
um comando ativo e positivo de fazer o bem aos outros, ao contrário dos
comandos negativos e restritivos para não magoar. O mandamento do amor é o que
separa a ética cristã da ética de cada outro sistema. Na verdade, a Bíblia é
tão radical em seu mandamento de amar ativamente que os cristãos são orientados
a amar até mesmo os seus inimigos, algo inédito em outras religiões (Mateus
5:43-44; cf. Êxodo 23: 4-5). https://www.gotquestions.org/Portugues/Regra-de-Ouro.html]
3. A Lei e os Profetas. Considerando o volume físico do
material do Antigo Testamento, inscrito em papiros e, posteriormente, em
pergaminhos, sendo, por isso mesmo, de difícil reprodução, não há dificuldade
alguma em imaginar o que o Mestre fez ao acrescentar à regra de ouro que o seu
cumprimento correspondia a viver integralmente a “Lei e os Profetas”. Sendo as
mentes judias disputadas por várias escolas rabínicas e estas, monopolizadoras
do Antigo Testamento, não é difícil entender a revolução que foi afirmar que
toda discussão teórica em torno de minúcias da Lei de nada valiam, mas sim o
agir em amor, o fazer (praticar, realizar) aos outros aquilo que gostaríamos
que fizessem a nós. Esta sim era uma atitude que significava viver,
integralmente, o que ensinava a Lei e os Profetas (Mt 22.34-40). [Comentário: Quando diz, “não penseis que vim revogar a Lei ou os
Profetas” (v. 17), ele usa uma palavra grega que significa “desmantelar,
ab-rogar, descartar completamente”. Ao invés de permitir que Seus ouvintes
sequer comecem a pensar isso, Ele diz: “não
vim ab-rogar, mas cumprir” (v. 17). A conjunção “mas” fornece um contraste vigoroso, como em Mateus 10.34, que faz
paralelo exato a Mateus 5.17 em forma e estrutura. Cristo cumpriu a Lei, não a
aboliu. Entenda que certas partes da Lei, tais como as regras alimentares, não
se aplicam mais à Nova Aliança, mas os mandamentos morais da Lei permanecem
como declarações da vontade de Deus para a conduta cristã (Rm 8.2-8; 13.8-10). Como
expressão da Lei do amor, a nova versão de Jesus da ‘Regra de ouro’ judaica
resume tudo o que Jesus exige de nós em relação ao próximo, conforme ensinado
em Mt 5.1 – 7.11.]
Pense!
Você realmente faz aos outros àquilo que
gostaria que fizessem a você?
Ponto Importante
Uma vez mais o Mestre ensina que a vontade de Deus não é
contemplação, mas ação. Saber sobre a Lei e os Profetas não é tão importante
quanto cumprir o que lá está escrito, isto é, amar e agir como gostaríamos que
agissem conosco.
CONCLUSÃO
Pedir, buscar e bater são
atitudes que indicam reconhecimento de que se está necessitado e de que há
falta de algo. O apelo se dirige a quem, a priori, acreditamos nos ser propício
e benevolente, posto que confiamos que irá nos atender. Outro grande
ensinamento do Senhor é que, fazer aos outros primeiro o que gostaríamos que
fosse feito a nós é o que, de fato, significa cumprir o que está na Lei e nos
Profetas. Para o judeu este é o maior de seus anseios e objetivos. Mas, e para
os discípulos? Sua justiça deve exceder a dos escribas e fariseus (Mt 5.20).
Logo, deve ter algo mais profundo. E Jesus revela isso em João 13.34. [Comentário: Obedecer a ética e
ordem cristã de amar os outros é a marca de um verdadeiro cristão (Jo 13.35).
De fato, os cristãos não podem alegar que amam a Deus se não ativamente amarem
outras pessoas também, porque "se
alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que
não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê"
(1 João 4:20). A Regra de Ouro resume essa ideia e é exclusiva à Bíblia. Aprenda
a semear boas amizades, porque um dia você pode vir a precisar delas. Aprenda a
semear amor, carinho e compaixão. Ninguém vive sozinho! Querendo ou não, somos
dependentes e estamos interligados, uns aos outros. Aprenda a estender a mão ao
teu próximo porque um dia você pode vir a precisar da mão dele em teu favor.] “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Maio de 2017
HORA DA REVISÃO
1. O que seria a vida orante?
A adoção de um estilo de vida
que tem a oração como uma constante.
2. Apesar de não ser a intenção
de Jesus, o que Ele reiterou a respeito do ser humano?
O fato de a humanidade ser
pecadora por natureza (Gn 3; Rm 5.12), ou seja, os atos de bondade que somos
capazes de exercer, não nos tornam bons, pois somos maus (v.11).
3. Qual foi a novidade
acrescentada por Jesus à regra de ouro?
Ele relacionou a regra de ouro
àquilo que era mais caro aos judeus: as Escrituras Veterotestamentárias (v.12).
4. Em que consiste o cumprimento
da Lei e dos Profetas?
O agir em amor, o fazer
(praticar, realizar) aos outros àquilo que gostaríamos que fizessem a nós. Esta
sim era uma atitude que significava viver, integralmente, o que ensinava a Lei
e os Profetas (Mt 22.34-40).
5. Após essa lição, como será
para você ouvir as pessoas repetirem a regra de ouro novamente?
Resposta pessoal.
SUBSÍDIO I
“Pedir,
Buscar, Bater: Jesus fala da oração (7.7-12)
Interpretação. Duas observações
essenciais para nossa interpretação. Jesus está falando estas palavras como
incentivo. Jesus está falando de súplica, não de outras formas de oração. Nós
sabemos que as palavras de Deus devem ser interpretadas como um incentivo e não
como um mandamento, porque cada exortação vem acompanhada de uma promessa:
• Pedi e dar-se-vos-á.
• Buscai e encontrareis.
• Batei e abrir-se-vos-á.
Isto leva à pergunta imediata:
Por que precisamos ser incentivados a levar nossas súplicas a Deus?
A resposta pode estar sugerida
no contexto total do ensino de Jesus. O relacionamento com Deus é
verdadeiramente uma coisa ‘em secreto’. Os incrédulos não podem ver, tocar nem
sentir ‘Deus’. Nem nós! Quando oramos, damos um salto de fé, confiando em um
Ser invisível para atuar em nosso nome no universo material. À medida que
começamos a praticar a oração, precisamos da certeza provida pelas promessas de
Jesus” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento.
1ª Edição. RJ: CPAD, p.36).
SUBSÍDIO II
“Pedir, Buscar, Bater
Se os pais humanos, que são maus,
dão coisas boas aos seus filhos, Deus, que é completamente bom, certamente dará
coisas boas àqueles que Lhe pedirem. Isto verdadeiramente é incentivo. Deus não
apenas responderá nossas orações, mas, sua resposta nascerá de seu amor de Pai
por nós, e será verdadeiramente uma ‘coisa boa’. Em segundo lugar, o tipo de
oração que Jesus está ensinando é a súplica. Isto não é louvor, nem ação de
graças, nem contemplação. É pedir a Deus por alguma coisa que é vital para nós.
Nós sabemos disto porque Jesus descreve a oração como pedir, buscar e bater.
‘Pedir’ é um ato de oração na sua forma mais simples. ‘Buscar’ transmite
intensidade, uma ‘sinceridade fervorosa’. E ‘bater’ retrata persistência. Nós
batemos à porta do céu, e continuamos batendo! É importante não confundir o que
Jesus está dizendo com o estabelecimento de condições que, se cumpridas,
levarão Deus a nos responder. Jesus não está dizendo que se você pedir com
fervor o suficiente, Deus responderá sua oração. Ele simplesmente está dizendo
que quando sentirmos uma necessidade tão intensa que nos leve ao Senhor
repetidas vezes, não devemos nos sentir desencorajados, mesmo se a resposta
parecer atrasada. Deus verdadeiramente se preocupa com estas coisas que
importam para os seus filhos. E Deus responde às nossas súplicas dando-nos boas
coisas” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo
Testamento. 1ª Edição. RJ: CPAD, pp.36-37).
Fonte: O
texto da lição foi retirado de: