J O V E N S
- Lição 13 -
25 de Junho de 2017
A decisão crucial do
discípulo: ouvir e praticar
TEXTO DO DIA
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SÍNTESE
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“Aquele, porém, que
atenta bem para a lei perfeita da liberdade e nisso persevera, não sendo
ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu
feito” (Tg 1.25).
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A justiça do Reino não é um amontoado de regras que serve
para debates, trata-se de posturas e atitudes que precisam ser vivenciadas e
praticadas.
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LEITURA DIÁRIA
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Segunda - Lc 6.47
Vir a Jesus e ouvir suas
palavras
Terça - Lc 6.48
A atitude do discípulo
consciente
Quarta - Lc 6.49
A falta de lucidez do
ouvinte esquecido
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Quinta - Tg 1.22
Cumpridores da Palavra
e não apenas ouvintes
Sexta - Tg 1.23,24
O perfil do ouvinte não
cumpridor da Palavra
Sábado - Tg 1.25
A felicidade do cumpridor
da Palavra
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OBJETIVOS
• INCENTIVAR a
prudência apresentada por Jesus no primeiro exemplo;
• CRITICAR a
postura imprudente do segundo exemplo;
• DESAFIAR os
educandos a decidir por obedecer aos ensinamentos do Sermão do Monte.
INTERAÇÃO
O
momento mais importante de um período de aprendizado é, sem dúvida alguma,
quando o educando decide reorientar sua vida de acordo com as informações e os
saberes apreendidos. É o que se chama de práxis, ou seja, a prática instruída
pela teoria e esta modificada e readequada por aquela. Consiste em agir de
forma refletida e refletir de forma ativa. O Senhor Jesus Cristo disse aos seus
discípulos que se eles tinham entendido o que Ele ensinara com o ato de lavar
os pés de cada um deles, “bem-aventurados” seriam se praticassem (Jo 13.17). Toda
instrução que não gera prática precisa se questionar. As pessoas entenderam o
que lhes fora transmitido? Se não, o professor deve perguntar a si mesmo acerca
de sua didática, de sua maneira de transmitir e lecionar. Vencida essa etapa e
tendo certeza de que se fez entender, o educador deve perscrutar a sua própria
prática. O quanto acredita, vive e age de acordo com as lições que ensina. É
fato que o Evangelho é maior que qualquer pessoa ou instituição, mas a
incoerência é um excelente “pedagogo”, posto que “ensina” mais e melhor que
qualquer método. Portanto, a legitimidade, não apenas do conteúdo, mas de
qualquer mestre, está visceralmente relacionada à forma com que ele pratica e
persegue como alvo a mensagem que leciona.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Proponha
aos alunos uma reflexão acerca das placas de sinais de trânsito. Apresente, de
acordo com as suas condições, algumas placas de trânsito, e reflita com os
alunos as implicações de não se observar as principais advertências dos sinais.
Quantas pessoas se acidentam, chegando a perder a própria vida, a de sua
família e até a de outros, por conta da imprudência no trânsito. Quantas vezes
uma negligência, um atalho, ou uma “bandalha”, além de ser contravenção, em
termos de tempo quase nada adianta, já não levou pessoas a perder a vida.
Obedecer pode não evitar absolutamente uma tragédia, mas certamente minimizará
suas possibilidades de acontecer ou mesmo os efeitos de uma, caso venha a
ocorrer. Conclua dizendo que, da mesma forma, saber o conteúdo do Sermão do
Monte é importante, mas não colocá-lo em prática, como disse o próprio Mestre,
é insensatez e imprudência que têm como resultado a destruição.
TEXTO BÍBLICO
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Mateus 7.24-29.
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24 Todo aquele, pois, que escuta estas
minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou
a sua casa sobre a rocha.
25 E desceu a chuva, e correram rios, e
assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava
edificada sobre a rocha.
26 E aquele que ouve estas minhas
palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a
sua casa
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sobre a areia.
27 E desceu a chuva, e correram rios, e
assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua
queda.
28 E aconteceu que, concluindo Jesus
este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina,
29 porquanto os ensinava com autoridade
e não como os escribas, adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos
judeus.
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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O Mestre finaliza o
Sermão do Monte chamando-nos a todos a que tomemos uma decisão séria diante do
que ouvimos (Mt 7.24-27). Tal postura se contrasta com a dos mestres religiosos
de Israel, posto que eles mesmos não cumpriam as lições transmitidas em seus
ensinamentos (Mt 23.1-38). Agindo dessa forma, Jesus evidencia claramente que
não tem interesse algum em fundar uma escola de interpretação, tornar-se tema
de debate ou mesmo um rabino popular por suas diferentes leituras da Lei. Seu
objetivo é fazer com que as pessoas conheçam e vivam a verdade que pode
salvá-las em tempos de aflição (Jo 6.60-69; 10.10). Finalmente, os últimos dois
versículos do capítulo sete são da pena de Mateus que observa e assinala a
reação do povo diante de tudo o que acabara de ouvir (vv.28,29). [Comentário: O texto de Mateus
7.24-29 aparece como a conclusão do sermão do monte. A solidez espiritual do crente
é comparada por Jesus àquele que ouve a Palavra de Deus e pratica, é como o
homem sábio que edificou a casa (sua vida e suas atividades) sobre a rocha
(Cristo), resistindo assim a ação devastadora do tempo e da eternidade, as
provações, tentações e o julgamento. Aquele que escuta a Palavra de Jesus e não
a pratica é como um insensato que constrói a casa da sua vida sobre os
alicerces humanos do dinheiro, da cultura, dos títulos, da fama, da
popularidade os quais como a areia não resistem à ação demolidora do juízo
final. Mateus escreveu aos judeus que viviam em Israel, daí o relato da forma
de construção bate com a maneira de se construir no Israel daquela época. Que
tipo de construção é a sua? Que tipo de atitude você tem tido ao construir sua
vida?] Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I. O HOMEM PRUDENTE
QUE CONSTRUIU SUA VIDA EM UM TERRENO SEGURO
1. A imprescindibilidade da obediência
no Antigo Testamento. Diferente das divindades
pagãs das nações ao redor da Terra Prometida, o Deus de Israel nunca exigiu
coisa alguma de seu povo que não a obediência (1Sm 15.22). Através de Jeremias,
Deus revela que até mesmo os rituais veterotestamentários nunca foram sua
preocupação, e sim a obediência (Jr 7.21-26). [Comentário: Obediência é um
substantivo que define a ação de quem obedece, de quem é dócil ou submisso. Uma
pessoa que segue, cumpre ou cede às vontades ou ordens de alguém. Quando
olhamos para o texto de Mateus 7, notamos as palavras de Jesus quando disse que
um homem praticava sua palavra (v.24) e outro “não as pratica” (v.26). É
perceptível a presença da obediência na vida de um homem e a ausência na vida
do outro homem. O aspecto que diferenciava estes dois homens em suas casas era
a obediência a Deus. Como nossa casa é conhecida no mundo espiritual? Uma casa
onde se fundamenta na obediência ou na desobediência? Porque Deus ama a Glória
do Seu próprio nome, Ele também tem prazer naqueles que esperam em Seu amor e
naqueles que expressam suas esperanças em oração. Quando você espera em Deus,
você o glorifica como a fonte de uma alegria profunda e infinitamente duradoura.
Quando o justo ora, ele simplesmente dá expressão à esperança gloriosa de Deus.
A obediência a Deus faz Sua esperança gloriosa ser visível e prova que ela é real
em nossas vidas. Esta passagem de Jeremias é semelhante à 1ª Samuel 15.22: “Tem porventura o SENHOR tanto prazer em holocaustos
e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do SENHOR?”. Claramente a reposta
é NÃO. O Senhor se deleita muito mais em obediência do que em performances de cultos
de adoração sem a mesma.]
2. A relação entre obediência e bênção
no Antigo Testamento. A
despeito de o pensamento corrente afirmar que havia uma conexão automática e
mecânica entre obediência e bênção no Antigo Testamento, uma leitura mais
atenta dos textos demonstra que o próprio ato de obedecer já era algo
abençoador (Lv 26.1-13; Dt 28.1-14). Isso porque havia regras quanto ao cuidado
com a terra, consigo e no relacionamento interpessoal, só para citar algumas, e
em sua observância residia a “bênção” pessoal e comunitária (Lv 25). [Comentário: Note o seguinte, a
obediência que Ele ama é a obediência da fé, e fé significa depositar nossas esperanças
nas misericórdias de Deus. E misericórdia significa que a nossa obediência não precisa
ser perfeita, mas deve ser penitente. “Se
confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados,
e nos purificar de toda a injustiça.” (1Jo 1.9). Porque desta observação? A
leitura do subtópico pode levar-nos a entender que se requer do crente uma
obediência perfeita, e isso é impossível para nós. Tudo o que Deus nos ordena é
para o nosso próprio bem. Quando Deus se deleita em nossa obediência, Ele se deleita
em nossa alegria profunda e duradoura. Deuteronômio 10.12-13 diz, “Agora, pois, ó Israel, que é que o SENHOR
teu Deus pede de ti, senão que temas o SENHOR teu Deus, que andes em todos os seus
caminhos, e o ames, e sirvas ao SENHOR teu Deus com todo o teu coração e com toda
a tua alma,que guardes os mandamentos do SENHOR, e os seus estatutos, que hoje
te ordeno, para o teu bem?”]
3. A escolha sensata. Tendo em mente esse aspecto da Antiga
Aliança, é importante entender que o Mestre chega ao fim de seu sermão apelando
não para uma memorização irrefletida do que Ele dissera acerca da justiça do
Reino, mas à prática de tal justiça, pois em tal ação há segurança existencial
(v.24). O Mestre não disse que se o discípulo atentasse para o seu ensinamento
não teria problemas, justamente o contrário, Ele sinalizou o imprescindível
fato de que aquele que o colocasse em prática podia ser comparado ao homem
prudente que construiu sua casa sobre um fundamento seguro. A metáfora
utilizada por Jesus, isto é, a construção comparada à vida, e as intempéries
exemplificadas na “chuva”, “rios” e “ventos”, significando os problemas e
dificuldades comuns a todos, demonstra que a observância da justiça do Reino é,
tal como na Antiga Aliança, para o nosso próprio bem (v.25).
[Comentário: Deus se compraz na
obediência é uma boa notícia porque Seus mandamentos não são tão difíceis. Obedecê-los
é tão difícil quanto acalentar Sua glória e acreditar em Suas promessas. Deuteronômio
30.11 diz: “Porque este mandamento, que
hoje te ordeno, não te é encoberto, e tampouco está longe de ti.” E 1 João 5.3
diz, “Porque este é o amor de Deus: que guardemos
os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados.” Devemos
entender que não há concessão para que façamos qualquer coisa que não seja para
glória de Deus. Tudo que eu fizer, até comer e beber, devem ser para glória
Dele. Esta é a diferença entre a religião e aquele que recebeu a vida de
cristo, que é habitação de Deus – e no seu templo tudo diz glória – então todo o
nosso procedimento deve apontar para a glória de Deus. Ouvir e praticar é a
escolha sensata. Obediência não é um dom. Obediência é prática. Obedecer não é
proposta, é mandamento, e quem está cheio de Cristo está cheio de obediência.
Jesus em tudo era submisso aos seus pais terrenos e a seu Pai celestial.]
Pense!
Se a salvação não é adquirida através dos nossos próprios méritos, então
por que devemos praticar a justiça do Reino?
Ponto Importante
A justiça do Reino, tal como na Antiga
Aliança, é para o nosso próprio bem.
II. O HOMEM INSENSATO
QUE CONSTRUIU A SUA VIDA SOBRE UM TERRENO INSEGURO
1. O tema da desobediência no Antigo
Testamento. Semelhantemente ao
assunto da obediência, o tema da desobediência era a tônica no Antigo
Testamento (Jr 7.23-26; 25.1-11; 44.4,5). Ela era o grande conteúdo das
mensagens proféticas (Jr 26.1-6). [Comentário: A desobediência revela
um desvio do temor - “Então disse Saul a Samuel: Pequei, porquanto
tenho transgredido a ordem do SENHOR e as tuas palavras; porque temi ao povo, e
dei ouvidos à sua voz.” (1Sm 15.24). Por que Saul obedeceu ao povo e não a
Deus? Porque ele temeu o povo ao invés de temer a Deus. Ele temeu as
consequências humanas seguidas da obediência mais do que ele temeu as consequências
divinas do pecado. Ele temeu o descontentamento do povo mais do que o
descontentamento de Deus. E isto é um grande insulto a Deus. Samuel havia dito duas
vezes a Saul e ao povo em 1ª Samuel 12.14 e 24: “Tão-somente temei ao SENHOR, e servi-o fielmente com todo o vosso
coração; porque vede quão grandiosas coisas vos fez”. Porém agora o próprio
líder temeu o homem e deixou de seguir a Deus. (1Sm 15.11)]
2. A relação entre desobediência e
maldição no Antigo Testamento. Conquanto pareça haver um resultado automático entre desobediência e
maldição, desde o pecado de Adão, tal resultado raramente se dá em linha reta
(Gn 2.16,17; 3.1-24). Entretanto, suas consequências são inevitáveis (Gn
3.17-19; Lv 26.14-39; Dt 28.15-68) e, às vezes, duradouras (Rm 5.12-14).
Contudo, é importante lembrar-se de que, ainda no período da Antiga Aliança,
Deus “mudou” o resultado da desobediência no que diz respeito à abrangência e
implicações, ou seja, havendo arrependimento, Deus sempre está disposto a mudar
sua sentença (Êx 20.5,6 cf. Jr 31.29,30 e Ez 18.1-32; Jn 4.10,11 cf. 3.1-10). [Comentário: Deus colocou
diante do seu povo a escolha: a bênção ou a maldição. Se obedecessem à Palavra
de Deus e permanecessem separados do pecado e da iniqüidade das nações em
derredor, a bênção de Deus viria e ficaria com eles (Dt 28.1-14). Se, por outro
lado, adotassem os caminhos dos ímpios, a maldição de Deus cairia sobre eles (Dt
28.15-68). Infelizmente, a maioria dos israelitas não levou a sério a
advertência de Deus. Constantemente adotavam os caminhos dos ímpios e então
padeciam sob a maldição divina. Deus coloca a mesma escolha (i.e., "a
bênção e a maldição") diante do crente. Se renunciarmos ao pecado,
seguirmos a Cristo e o servirmos continuamente, teremos sua bênção e seu poder.
Se deixarmos a Deus e seus justos caminhos, não teremos a sua presença, sua
prosperidade e nem sua ajuda e sua proteção.]
3. A escolha insana. O quadro da última cena mostrada pelo
Mestre é a do homem insensato, ou imprudente, que devido à pressa ou mesmo por
desleixo, resolve construir sua casa sobre um terreno arenoso e movediço, isto
é, inseguro (v.26). Quando as dificuldades que acometem a todos,
indistintamente lhe sobrevieram, sua “casa” desabou, ou seja, sua vida, e foi
“grande a sua queda” (v.27). Da mesma forma que na Antiga Aliança, a
desobediência está relacionada à derrocada e aos efeitos danosos de todos que
decidem por tomar o caminho contrário ao que o Senhor propõe (Pv 14.12). [Comentário: Ambas as construções
estarão sujeitas às mesmas circunstâncias climáticas. Em certas áreas da
Palestina, as tempestades não são frequentes, no entanto, elas podem vir repentinamente
e transformar drasticamente a paisagem. Ambas as casas sofrerão com as tempestades.
Os ventos baterão com força contra suas paredes. A chuva fará com que os rios transbordem
e coloquem em perigo a ambas. Não há diferença entre esses dois construtores, quanto
às circunstâncias que haverão de enfrentar, pois, segundo o texto, as construções
de ambos sofrerão os ataques das tempestades. As tempestades são figuras das
provas que todos nós enfrentamos. As provas podem chegar de várias maneiras,
tais como tribulação (exemplo de Jó; Sl 46); tentação (Gn 39.7-18; Mt
26.69-75); luto na família (Jó 1.18-22; Lc 7.11-17; Jo 11.1-46); morte que se
aproxima (At 7.59, 60), como também, conforme o contexto de nossa passagem, o
dia do juízo (Mt 7.22). São diversas as circunstâncias que servem para nos provar.
Para que serve, ou que diferença faz, uma fé que ainda não foi provada? Em
outras palavras, é diante das provações que o valor de nossa fé é testado e
aprovado (Gn 22.1-19; Rm 5.1-5; Tg 1.2-4). É na provação que a diferença entre
os ouvintes de Jesus é realçada. As provações vêm sobre todos – ouvintes
prudentes ou insensatos. Mas é diante delas que se sabe quem é quem. http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/prudente-ou-insensato/]
Pense!
A maldição mencionada no Antigo Testamento tem alguma relação com o mero
pronunciar de uma expressão como se as palavras tivessem, por si mesmas, poder?
Ponto Importante
A maldição é o contrário da bênção e, resultando ou não em infortúnio, é
o contrário do que Deus planejou para o seu povo.
III. A RADICALIDADE DO
ENSINAMENTO DE JESUS
1. A simplicidade da doutrina de Jesus
Cristo e a admiração do povo. Enquanto a “Lei oral” possuía 613 preceitos, e os escribas debatiam entre
as várias escolas de interpretação sobre qual deles era o mais importante,
tendo sempre que se subordinar à interpretação dada pelo fundador de tal
escola, a doutrina do Mestre era simples, direta e facilmente inteligível
(v.28), levando o povo a ficar admirado (Mc 1.27). [Comentário: Nas décadas
anteriores ao nascimento de Jesus, um dos mais influentes mestres ou rabinos
judeus foi um homem chamado Hilel. Há um registro no Talmud de Jerusalém, uma
explicação das leis e tradições dos judeus, sobre uma ocasião em que Hilel
discursou um dia inteiro sobre um ponto de interpretação. Os outros rabinos só
aceitaram a opinião de Hilel quando este disse: “Ouvi assim de Semaías e
Abtalion” (dois rabinos, professores de Hilel na sua juventude). O comentário
de Hilel bem representa a mentalidade dos mestres da Lei da época de Jesus, que
frequentemente citavam a autoridade dos anciãos (Mateus 15:2 apresenta um
exemplo disso). Essa dependência nas tradições transmitidas de geração em
geração serve como pano de fundo para os comentários feitos por Jesus no Sermão
do Monte: “Ouvistes que foi dito aos antigos” (Mateus 5:21; veja, também
5:27,31,33,38,43). http://www.estudosdabiblia.net/jbd336.htm Ao final do Sermão
do Monte, Jesus comparou seus ouvintes a dois tipos de construtores. Não há um
terceiro tipo ou um intermediário. Assim, não há um terceiro tipo de ouvintes.
Eles são prudentes ou insensatos. Ou são ouvintes que praticam suas palavras ou
ouvintes negligentes, que ouvem e não praticam. Jesus está sempre dividindo seus
ouvintes em duas classes. Nesse sermão, ele fez isso algumas vezes. Por
exemplo, em 7.13-14, ele fala das duas portas, a estreita e a larga. Há os que
entram por uma e os que entram por outra. Em 7.17-18, o Senhor fala da árvore
boa, que dá bom fruto, e da árvore má, que dá fruto ruim. Assim ocorre em
outras passagens (Mt 10.39; 13.12-16,19-30,36-43,47-50).]
2. A autoridade do Mestre. O motivo da admiração do povo era não
apenas a simplicidade do ensinamento de Cristo, mas também o fato de Ele não
ter preocupação alguma com o que a “tradição dos anciãos” dizia, isto é, a “Lei
oral” não era divina, mas uma interpretação humana acerca da Lei de Moisés (Mt
15.1-20). Por isso, o Mestre não tinha compromisso algum com ela, e sim com o
espírito da Lei do Senhor em si, daí porque Ele dissera seis vezes durante o
sermão: “Ouviste o que foi dito, eu, porém, vos digo” (Mt
5.21,22,27,28,31-34,38,39,43,44). Ele não ensinava como os doutores da Lei de
sua época, mas com a autoridade dada pelo Pai (v.29). [Comentário: Quando Jesus
terminou sua famosa pregação em um monte na Galileia, as multidões ficaram
maravilhadas “porque ele as ensinava como
quem tem autoridade e não como os escribas” (Mt 7.29). Enquanto ele afirma
sua concordância total e cooperação perfeita com o Pai, pois trabalham juntos
desde a eternidade (Jo 5.17-18; 12.49; 14.24), há nas palavras de Jesus um tom
de autoridade ausente nas declarações de homens fiéis. Quando apresentou
contrastes com os ensinamentos tradicionais, Jesus simplesmente disse: “Eu, porém, vos digo” (Mt 5.22,28,32,34,39,44;
19.9; Mc 9.13; Jo 4.35). É interessante notar que essa expressão aparece
somente nos evangelhos e em nenhum outro livro da Bíblia. Qual homem ousaria
elevar sua própria palavra dessa maneira? Jesus falou como um que tem
autoridade porque ele, de fato, a tem! Ele, como Deus em forma humana, falou
com toda a sua autoridade divina. Ele não foi apenas um profeta ou rabino. Não
veio apenas para esclarecer o ensinamento da Lei dada por intermédio de Moisés.
Ele apresentou, com a autoridade da sua própria voz divina, uma nova doutrina
(Mc 1.22,27). E foi com esta mesma voz de autoridade que ele nos advertiu: “Quem me rejeita e não recebe as minhas
palavras tem quem o julgue; a própria palavra que tenho proferido, essa o
julgará no último dia” (Jo 12.48). O próprio Pai disse: “Este é o meu Filho amado, em quem me
comprazo; a ele ouvi” (Mt 17.5). Devemos escutar e respeitar a voz de
Jesus! Por Dennis Allan em http://www.estudosdabiblia.net/jbd336.htm]
3. A radicalidade da justiça do Reino. O Mestre coloca acertadamente, nas
mãos do próprio ouvinte, a responsabilidade e o desafio deste ouvir e proceder
conforme o que Ele acabara de ensinar. Na verdade, só pode ser discípulo dEle,
quem decide proceder conforme a justiça do Reino. Não há possibilidade alguma
de seguir o Mestre como um mero repetidor de conteúdos, pois a radicalidade da
justiça do Reino não requer nada menos que a prática e a imitação do Mestre (Mt
10.16-42; 16.24-26). [Comentário: Alicerçar a casa
sobre a rocha significa, conforme diz Jesus, ouvir e praticar a sua Palavra.
Notem que não existe diferença entre os ouvintes de Jesus, até que cheguem as
tempestades e as provas da vida. Não há como distinguir entre o cristão
professo genuíno do cristão professo falso, pois, frequentemente se parecem. O
joio se parece com o trigo, até que chegue a colheita. A árvore boa é
distinguida da ruim, quando chega a época de dar frutos. Distinguir um cristão
de um não cristão é mais fácil, mas distinguir um cristão verdadeiro do falso é
muito mais difícil. Chegando as provas da vida, porém, fica evidente quem
construiu sua casa sobre a rocha. As tempestades colocam em descoberto os
alicerces. Quem ouve e pratica as palavras de Jesus, em chegando as lutas e
tribulações, permanece com sua vida inabalada, firme e segura. As palavras que
procedem da boca de Cristo (ou seja, as Escrituras em sua totalidade) quando
praticadas, constituem-se um firme alicerce sobre o qual podemos edificar nossa
vida. O sucesso na vida cristã depende disso. É claro que, com isso, Jesus não
está dizendo que o sucesso na vida cristã dependa de nosso esforço.
Definitivamente não. O sucesso depende de praticarmos sua Palavra. A capacidade
para o sucesso na vida cristã tem seu fundamento no próprio Jesus. Ele é a
rocha e sua Palavra também é rocha para nossa vida (1Pe 2.4-6). http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/prudente-ou-insensato/.]
Pense!
Você acha que a salvação depende de se entender determinada doutrina ou
crer em Cristo?
Ponto Importante
A prática da justiça do Reino significa
que já somos de Cristo e estamos salvos.
CONCLUSÃO
Como Mateus escreve a
judeus e estes têm Moisés como o maior dos profetas, ele mostra o Mestre, tal
como Moisés, promulgando a nova justiça do alto de um monte (Êx 31.12-32.1 cf.
Mt 5.1). O ex-funcionário estatal conclui de forma magistral seu registro do
Sermão do Monte, mostrando o povo admirado da doutrina do Filho de Deus, em
clara substituição da forma dos escribas ensinar.
[Comentário: o Sermão do Monte
é eminentemente prático. A conclusão deve ser prática. Tudo quanto você tem
ouvido da Palavra de Cristo, tem sido colocado em pratica por você? Tenha o
hábito de fazer anotações dos sermões que você ouve em sua igreja, e de
aplicá-los a sua vida e a de sua família. Durante a semana, reúna-se com seus
familiares e discuta o sermão dominical. Verifique de que maneira seus
ensinamentos devem ser praticados..] “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Junho de 2017
ESTANTE
DO PROFESSOR
CARVALHO, César. Uma Pedagogia para a Educação
Cristã: Noções básicas da ciência da educação a pessoas não
especializadas. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2015.
HORA DA REVISÃO
1. O que Deus exigiu do seu povo
desde o início?
Obediência.
2. Por que a obediência, em si
mesma, era “algo abençoador”?
Porque havia regras quanto ao
cuidado com a terra, consigo e no relacionamento interpessoal, só para citar
algumas, e em sua observância residia a “bênção” pessoal e comunitária (Lv 25).
3. Construir a “casa” sobre a
rocha significava livrar-se dos problemas? Explique.
Não. A metáfora utilizada por
Jesus, isto é, a construção comparada à vida, e as intempéries exemplificadas
na “chuva”, “rios” e “ventos”, significando os problemas e dificuldades comuns
a todos, demonstra que a observância da justiça do Reino é, tal como na Antiga
Aliança, para o nosso próprio bem (v.25).
4. Qual o significado da maldição
decorrente da desobediência?
Da mesma forma que na Antiga
Aliança, a desobediência está relacionada à derrocada e aos efeitos danosos de
todos que decidem por tomar o caminho contrário ao que o Senhor propõe (Pv
14.12).
5. Fale sobre a simplicidade da
doutrina do Mestre.
Enquanto a “Lei oral” possuía
613 preceitos, e os escribas debatiam entre as várias escolas de interpretação
qual deles era o mais importante, tendo sempre que se subordinar à
interpretação dada pelo fundador de tal escola, a doutrina do Mestre era
simples, direta e facilmente entendível (v.28), levando o povo a ficar admirado
(Mc 1.27).
SUBSÍDIO I
“A Conclusão do Sermão (7.24-29)
a)
Ilustração Final (7.24-27). Aquele que ouve e pratica é como um homem que construiu a sua casa
sobre a rocha. Quando as tempestades batem contra a casa com toda a sua fúria,
ela ainda permanece firme. O termo enchente, utilizado por algumas versões,
significa, literalmente, rios. O clima da Palestina é como o do sul da
Califórnia, sob muitos aspectos. Os leitos dos rios ficam secos durante a maior
parte do ano. Mas quando as chuvas do inverno e da primavera chegam, surgem as
inundações. Jesus retratou o ouvinte descuidado como um homem que de forma
insensata construiu a sua casa sobre a areia, e então a perdeu. As casas na
Palestina são em sua maioria construídas com pedras ou com tijolos secos ao
sol. Quando as tempestades dissolvem a argamassa, as paredes tendem a cair.
b) A
Reação da Multidão (7.28-29). Quando Jesus concluiu o seu sermão, o povo se
admirou da sua doutrina ou melhor, do seu ‘ensino’. Ele ensinava com autoridade
(29). As pessoas comuns sentiram a sua autoridade divina, que faltava aos
escribas, e a reverenciaram. Os escribas tinham o hábito de citar antigos
mestres como apoio aos seus ensinos” (CHILDERS, Charles L.; EARLE, Ralph;
SANNER, A. Elwood (Eds.) Comentário Bíblico Beacon. Mateus a Lucas.
Volume 6. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.69).
SUBSÍDIO
II
“O Epílogo do Sermão (7.28,29)
É
evidente que Mateus quer que esta seja a conclusão da primeira seção principal
dos ensinos de Jesus, porque ele encerra com as palavras: ‘Concluindo Jesus
este discurso’ (v.28). Cada uma das cinco principais unidades pedagógicas que
Mateus apresenta tem um desfecho narrativo semelhante (Mt 7.28; 11.1; 13.53;
19.1; 26.1). Jesus é o novo Moisés que tem cinco apresentações principais da
lei nova ou Torá, da mesma maneira que Moisés teve cinco livros da lei no
Pentateuco [...].
O que se
segue é uma observação da resposta das multidões aos ensinos de Jesus, os quais
elas reconhecem que são autorizados, ao contrário dos ensinos dos mestres da
lei (veja também Mc 1.21-27; Lc 4.31-37). Mateus está direcionando o espanto
das pessoas para as afirmações de Jesus, a fim de que Ele seja o Intérprete da
nova lei, cujas palavras serão a base de julgamento no ajuste de contas do
tempo do fim” (ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário
Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004,
p.62).
Divulgação:
www.sub-ebd.blogspot.com
Fonte:
Lições Bíblicas de Jovens, 2° trimestre de 2017
Editora:
CPAD