J O V E N S
- Lição 10 -
4 de Dezembro de 2016
A adoração sem
conhecimento
TEXTO DO DIA
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SÍNTESE
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"Jesus respondeu e
disse- lhe: Se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de
beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva." (Jo Jo 4.10)
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Adorar a Deus é o mais nobre privilégio que o Pai concede-
nos Por isso, faça-o com todo o zelo, fervor e empenho de sua alma; sabendo
que adorar a Deus é conhecê-lo.
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LEITURA DIÁRIA
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Segunda - Jo 4.9
O trauma sociocultural
Terça - Jo 4.10
A ignorância da mulher
Quarta - Rm 10.14
A impossibilidade de
uma fé genuína em virtude da ignorância
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Quinta - At 17.23
Os atenienses e o deus
desconhecido
Sexta - Jo 4.23
A revelação da essência
da adoração
Sábado - Jo 4.42
As consequências da
verdadeira adoração
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OBJETIVOS
• IDENTIFICAR as características de quem não adora a
Deus.
• ANALISAR o perfil do verdadeiro adorador.
• APONTAR as consequências da adoração para a
vida daquele que tem esta experiência.
INTERAÇÃO
Caro
(a) educador (a) cuidado para não deixar sua aula cair no erro da
repetitividade. Nosso tema geral é "louvor e adoração", todavia, esta
temática possui vários desdobramentos, pode ser analisada sob várias outras
perspectivas além daquelas que aqui abordamos. Lembre-se, o espaço para desenvolvimento
e escrita de cada lição é limitado, mas sua criatividade e amor pela educação
espiritual de seus jovens não. Faça as devidas adaptações a sua realidade, dê
ênfase ou insira outras questões, conforme a necessidade de seus educandos.
Este
conjunto de lições não é uma ‘camisa de força para tolher seu ministério,
antes, é um material didático, ou seja, é algo para apoiar você; é um caminho
previamente traçado, uma clareira aberta na 'selva de discussões’ da sociedade
atual existente exclusivamente para auxiliar e abençoar sua tão nobre tarefa de
educar jovens para o futuro e bem-estar da Igreja.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Você
vai precisar de vendas para os olhos. O objetivo é submeter os educandos a uma
situação de estranheza, assim como a vivida pela mulher samaritana no contexto
a ser estudado na lição de hoje. Selecione de dois a cinco educandos, vende-os
e peça para que eles sigam as instruções que serão dadas.
A
intenção das instruções que você dará é gerar estranheza ou resistência nos
alunos, para tanto use a criatividade: peça que os vendados abracem alguém que
está a sua frente; oriente-os a dar seus calçados para alguém, sabendo que eles
poderão ser escondidos; solicite que eles escolham alguém para trocarem de
lugar com eles: peça que eles façam um bonito desenho, etc. Ao final, reflita
com seus alunos a respeito de como é difícil fazer algo quando não se tem
certeza do que deve ser feito ou quando é algo relacionado a alguém que não se
conhece previamente.
TEXTO BÍBLICO
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João 4.19-24
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19 Disse-lhe a mulher; Senhor, vejo que és profeta.
20 Nossos pais adoraram neste monte, e vós dizeis que é em
Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
21 Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem
neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22 Vós adorais o
que não sabeis; nós
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adoramos o que sabemos
porque a salvação vem dos judeus
23 Mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espirito e em verdade, porque o Pai
procura a tais que assim o adorem
24 Deus é Espirito, e importa que os que o adoram o adorem em
espirito e em verdade.
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COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O episódio da mulher de
Samaria pode ser tomado como uma imagem da condição espiritual de muitas
pessoas na época de Jesus e ainda hoje há pessoas que elegem lugares, outras
pessoas e até elas mesmas como elementos dignos de adoração A ignorância é um
perigoso estado para aquele que busca a Deus [Comentário: Jesus estava de
passagem por Samaria voltando da Judéia para a Galiléia, quando parou para
descansar junto a um antigo poço próximo à cidade de Sicar. Uma mulher veio
tirar água do poço. A conversa que se seguiu a desafiou e uma cidade cheia de
pecadores a mudarem suas vidas e seu destino eterno. Esta mulher foi buscar
água e encontrou a fonte da vida eterna descansando junto ao poço de Jacó. A
conversa que se seguiu (v. 9-26) é um exemplo marcante de como Jesus ensinava
as pessoas a usarem uma linguagem diferente. Quando ele pediu água, a mulher
naturalmente pensou em água do poço. Ela tinha ido ao poço por causa de
necessidade física, e não espiritual. Jesus imediatamente direcionou a conversa
para assuntos espirituais. Se ela entendesse a dádiva de Deus e soubesse com
quem estava falando, estaria ela buscando água espiritual, e não material. Mas
essa mulher não estava usando a mesma linguagem. Ela não estava pensando em
coisas espirituais. Durante séculos os samaritanos tinham defendido suas
práticas de adoração em outros lugares, tais como o Monte Gerizim ao qual ela
referiu-se em sua pergunta (neste monte). Jesus desafiou-a a desviar seus olhos
do monte e olhar para dentro de sua alma. O tempo estava rapidamente se
aproximando, Jesus explicou, quando o lugar não importaria mais. Não entenda
mal. Os judeus estão certos em adorar em Jerusalém por enquanto, e os
samaritanos não sabem o que estão fazendo. Mas tudo isso está para mudar. O
Pai, como um ser espiritual, está buscando pessoas que o adorarão em espírito e
verdade.] Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I - O ESTADO DAQUELES
QUE DESENVOLVEM UMA INADEQUADA ADORAÇÃO
1. A ignorância cega a razão e o
coração. Sicar, cuja localização
exata é desconhecida, ficava numa região árida. Ao meio-dia, horário do
encontro da mulher com Jesus, o clima é extenuante. O Mestre aguarda seus
amigos que foram à procura de alimentação; o pedido por água - ainda que
estranho em nossos dias de violência e individualismo - era uma prática
corriqueira naquela época. A mulher, fundamentada em seu preconceito, nega o
pedido. Como alguém, que inclusive afirmará que adora a Deus (v.20), poderia
ser tão insensível à necessidade do próximo? Esta é a desprezível consequência
que a ignorância espiritual causa: dureza de coração (Is 46.12; Ez 2.4).
Note-se assim que a falta de um conhecimento verdadeiro de Deus pode,
rapidamente, transformar indiferença em conivência com o sofrimento alheio.
Quem conhece a Deus não negará um copo de água fria a nenhum dos filhos dEle
(Mt 10.42). [Comentário: Na verdade, não
houve uma negativa da samaritana em dar um copo d’água ao Mestre, como afirma o
comentarista; aqui quando Jesus encontra a Samaritana no poço, o espanto dela
se dá não só pelo fato de o Mestre dirijir a palavra a uma mulher, mas também
porque ela é uma samaritana, pelo que os judeus não se davam com os
samaritanos. No tempo de Jesus existia muito contraste com os habitantes da
Samaria, que dista poucos quilômetros de Jerusalém, da Judeia. Eles eram
considerados uma seita, cismáticos ou até mesmo como pagãos. Em Mateus 10.5
Jesus diz para seus discípulos que não entrem nas cidades da Samaria. Apesar
dessa passagem, Jesus acolhe os samaritanos e sublinha como eles conseguem
entender a sua mensagem. Por exemplo, no caso dos 10 leprosos curados (Lucas
17,11-19), apenas um volta reconhecendo a graça de Deus e era um samaritano.
Nesta narrativa, a história começa numa cidade de Samaria chamada Sicar.
Samaria foi, originalmente, o nome da capital do reino israelita do norte.
Depois, passou a designar uma vasta região ao seu redor. Caiu em 722 A.C. A
rixa entre os judeus (aqueles que não se misturavam, através do casamento, com
outros povos) e os samaritanos (judeus que se misturaram com outros povos,
através do casamento) tinha como motivo o casamento misto dos samaritanos e sua
religião misturada. Eles não permitiam que os samaritanos freqüentassem o
templo, por isso, estes construíram o seu próprio templo indo mesmo de encontro
a Deus. O povo judeu zelava pela pureza da raça e não aceitava a ascendência
mista dos samaritanos. MacArthur observa: “Os samaritanos representavam uma
ofensa tão grande que eles nem queriam por os pés na Samaria. Embora a rota
mais curta atravessasse essa província, os judeus nunca usavam esse caminho.
Eles tinham a própria trilha, que ia ao norte da Judéia, a leste do Jordão,
entrando na Galiléia. Jesus bem poderia ter seguido por essa rota, muito usada,
que unia a Judéia à Galiléia”. John F. MacArthur,
O Evangelho Segundo Jesus, (Editora Fiel, São Paulo, 1991), p. 57. Ao examinarmos o
evangelho de João 4.4, vemos que Jesus havia deixado a Judéia e se dirigia para
a Galiléia mas "era-lhe necessário
passar por Samaria". É aí onde, realmente, começa a nossa história -
Jesus decidiu passar e não se desviar da cidade onde viviam aqueles rejeitados
pelos judeus. Jesus, sendo Deus, é santo e puro, ao contrário de nós que,
muitas vezes, fazemos acepção de pessoas. Os judeus rejeitavam os samaritanos
mas Jesus os amava e queria dar a eles a salvação eterna. A decisão dEle de
parar junto à fonte de Jacó teve como resultado a salvação da nossa personagem
principal - a mulher samaritana - e a de muitas pessoas que moravam em Samaria.
Ela, à hora sexta (meio dia) caminhava até o poço para apanhar água. Era comum,
naquela época, as mulheres mais novas de uma casa, irem buscar água no poço
para suprir as necessidades. Geralmente, elas preferiam fazer isto no fim da
tarde quando o tempo estava mais fresco. Ao contrário delas, a mulher
samaritana estava indo apanhar água, ao meio dia, talvez por ser desprezada por
elas.]
2.O pragmatismo torna-se o objetivo do
culto. A ausência de um
conhecimento verdadeiro sobre quem é Deus e sua obra, conduz os indivíduos a
perderem a percepção de uma existência além do imediatismo da vida, ou seja, de
um pragmatismo existencial (Is 22.13; 1 Co 15 32). Para estas pessoas, aqui
representadas pela mulher de Samaria, a solução de seus problemas mais urgentes
é a razão de ser de qualquer culto, louvor ou relacionamento com Deus. Na
verdade, para esse tipo de pessoa, Deus só ‘serve "para resolver os
problemas do momento. Para a mulher, alguém que a auxiliasse a ter água com
facilidade (Jo 415), de modo que ela não necessitasse mais expor-se como fazia
todo meio-dia. seria alguém digno de ser. no mínimo, seguido, quem sabe até
adorado.
[Comentário: Que desafio!
Poderia essa mulher, a qual estava tão preocupada com a água de um poço apenas
momentos antes, despertar em si um interesse genuíno por coisas espirituais?
Que desafio! Poderia essa mulher, a qual estava tão preocupada com a água de um
poço apenas momentos antes, despertar em si um interesse genuíno por coisas
espirituais? Jesus obviamente pensava assim. Ele, que conhece a natureza do
homem melhor do que qualquer outro (Jo 2.25), olhava para essa pecadora com
amorosa compaixão e com confiança que ele era capaz para resgatá-la de seu
pecado. Nos últimos séculos passamos de uma cultura cosmocêntrica para outra
antropocêntrica, que enfatiza a subjetividade, a liberdade e o direito do
indivíduo, oferecendo espaço para que cada um construa sua própria biografia e
siga seu próprio itinerário existencial. Isto é fato! Daí respirarmos hoje um
relativismo que mina nossas convicções e fomenta um pragmatismo existencial. É isso
que temos visto e ouvido ser pregado em muitos púlpitos hoje. Acredito que a
mulher de Samaria não serve como exemplo para este tipo de cristão, pelo que,
ela não estava naquele momento do encontro com Jesus em busca de coisas
espirituais, veja que foi preciso o Mestre conduzir a conversa de modo que
despertasse nela o interesse, o que Ele conseguiu. A mais surpreendente
revelação ainda estava por vir. Quando a mulher ponderou a resposta anterior de
Jesus, ela comentou sobre uma verdade em que ela acreditava: "Eu sei ... que há de vir o Messias, chamado
Cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas" (4.25). Na
resposta do Senhor ela ouve a espantosa razão para seu comentário enigmático
anterior (4.10). Se apenas ela soubesse quem estava pedindo água! Agora, com
seus interesses espirituais despertados, ela estava pronta para ouvir o resto
da história sobre esse forasteiro judeu: "Eu o sou, eu que falo contigo" (4.26). Poderia ser? Poderia
ela, uma desprezada samaritana, estar falando face a face com o Ungido de Deus?]
3. A normalização do pecado. Todos somos pecadores, todavia lutamos
diariamente para que o pecado não nos domine (Gn 4.7; Rm 3.23; 6.14). Aqueles
que não mantêm um relacionamento pleno e consciente com Deus.
"domesticam" o pecado e fazem dele algo próprio de suas vidas. Aquela
mulher já havia mantido cinco outros relacionamentos, e agora estava numa sexta
aventura amorosa ilicitamente (v.18). Mesmo assim, ela se considerava uma
adoradora de Jeová. [Comentário: O silêncio entre os versículos 18 e
19 provavelmente representa um dos mais sérios momentos na vida inteira dessa
mulher samaritana. Sua vida era uma confusão. Ela tinha passado de um homem a
outro e estava agora numa relação insatisfatória com um homem que nem era seu
marido. Ela trabalhava, comia e bebia. Ela teria, provavelmente, feito essa
mesma monótona viagem ao poço 1000 vezes, antes. No momento, ela estava falando
com alguém que lhe oferecia vida eterna, e cujas palavras provavam que ele era
capaz de cumprir a promessa. Esse foi um momento crucial em sua vida. Note que
esta mulher não diz que adorava ao SENHOR, mas que seus pais ‘ensinavam’ que se
deveria adorar em Gerizim. A conversão dela acontece no versículo 20, quando
ela pergunta onde ela deveria adorar para ser aceita por Deus. É uma verdade
que aquilo que é nascido no crente não pode pecar e nunca vai pecar (1Jo 3.9; 5.18).
Esse que é nascido é a natureza divina no crente. A natureza divina no crente
não pode pecar, mas o crente pode. O pecado que o crente tem é ligado a ele por
ele viver no mundo (1Jo 2.16) e ter o pecado ainda nos seus membros (Ro 7.23).
Enquanto o crente está na carne, terá o problema do pecado (Mt 26.41; "... o espírito está pronto, mas a carne é
fraca."). Se não tivesse a possibilidade do crente ser influenciado
pelo pecado, Davi não teria orado: "Expurga-me
tu dos que me são ocultos." (Sl 19.12; 119.133) e nem teria dito:
"O meu pecado está sempre diante de
mim" (Sl 51.3). Jesus também não teria orado ao Pai que "os livres do mal" (Jo 17.15). Paulo
tinha uma luta constante que o provocou a lamentar: "Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte?”
(Rm 7.24). Os cristãos continuam a pecar depois de serem salvos - não seremos
completamente livres do pecado até morrermos ou até Jesus voltar. No entanto,
tornar-se um cristão resulta em uma vida transformada (2Co 5.17). Uma pessoa
deixa de produzir os atos da carne (Gl 5.19-21) e passa a apresentar os frutos
do Espírito (Gl 5.22-23) na medida em que o Espírito Santo que a habita tem
mais e mais controle da sua vida. Então, à medida que o crente se entrega ao
Espírito, ele mortifica sua natureza carnal. Aquele que ‘domestica’ o pecado, ainda
não nasceu de novo, e a exemplo da Samaritana, precisa ter um encontro com a
‘Fonte de águas eternas’. ]
II- A VERDADEIRA
ADORAÇÃO
1. A adoração é algo consciente. Um dos primeiros fatos que denunciam a
fragilidade da fé da mulher que conversa com Jesus é sua incerteza sobre onde
adorar (v.20). A pergunta sobre "onde adorar?", traz consigo
implícitas outras questões: "Como adorar?" e "Quem adorar?"
Pode-se assim concluir que a espiritualidade daquela mulher era algo que
refletia muito mais a reprodução de comportamento cultural do que uma ação
consciente. Somente é possível prestar o verdadeiro louvor a Deus se, pelo
menos, soubermos quem Ele é. Logo, a adoração não pode resumir-se a um simples
êxtase ou um impulso irracional em busca do desconhecido. A oração de Jesus em
João 17 é um maravilhoso exemplo de que um dos fundamentos da adoração é uma
relação consciente com o Pai. um processo gradual e espiritual de conhecimento
em amor (Jo 17.24 25) [Comentário: Adoração
Cristocêntrica exige que conheçamos àquele a quem estamos adorando. Jesus
respondeu essa questão à mulher samaritana, deixando evidente que onde a
adoração acontece não é tão importante quanto à razão pela qual O adoramos e o
quanto de si mesmo cada um de nós oferece a Deus quando O adoramos. A adoração
genuína e autêntica vem seguida de um coração agradecido e tem o propósito de
agradar a Deus. A Bíblia diz: “Sejamos
agradecidos e adoremos a Deus de um modo que o agrade”. (Hb 12.28). Reconhecer
Deus como soberano e regozijar na glória dos Seus atributos manifestos no
Redentor é adoração espiritual e são ações do espírito de um homem regenerado,
de quem nasceu de novo. A adoração sem entendimento, ou inteligência, não é
culto racional, algo que Deus pede (Rm 12.1,2). Tentativas de adorar ao Senhor
somente com as sensações são ações de um bruto. O louvor que usa a razão é
adoração de um homem para com seu Deus. A adoração espiritual é louvor que
corresponde à natureza nova de um homem regenerado (Rm 8.5). Uma vez que
entendemos o que Deus tem feito por nós, faz sentido nos dedicar a ele em
obediência e serviço. Leia Romanos 12.1 e note que o uso da palavra “pois”
mostra que este serviço razoável se baseia nas coisas ditas anteriores. Paulo
acabou de falar sobre a profundidade da riqueza de Deus, que nos criou e nos
deu a salvação de graça (Rm 11.33-36). Por isso, devemos nos dedicar ao Senhor.]
2. Adorar em espirito e em verdade. A vivência da adoração não é algo
limitado a um aspecto físico - um determinado local, por exemplo -. muito menos
pode ser fundamentada sobre opiniões ou tradições míticas. A verdadeira
adoração é ‘em espirito", ou seja, é uma experiência que tem seu nascedouro
no interior do homem, que mobiliza partes do ser homem que foram criadas por
Deus para serem canal de comunicação entre o Criador e seus filhos (Pv 20.27).
Além disso o louvor a Deus deve ser "em verdade", isto é, por meio de
uma "revelação" - que é o significado imediato da palavra grega
(aletheia) (2 Co 13.8). A verdade na vida de um adorador implica uma vida
entregue realmente aos cuidados de Deus, onde Ele tem total comando, e onde é
adorado não apenas nos momentos de comunhão do culto, mas também nos momentos
da vida comum, como trabalho, estudos, família e demais relacionamentos onde
Deus também deve se manifestar. [Comentário: O que o Senhor diz à mulher
samaritana tem a ver com três grupos de pessoas: os judeus, os samaritanos e
aqueles que viriam a adorar a Deus na nova ordem de coisas que estava para ser
estabelecida. Acesse http://www.respondi.com.br/2009/07/o-que-significa-adorar-em-espirito-e-em.html e leia mais sobre
isto. Muitos entendem que para adorar a Deus é necessário estar em um templo
cercado de pessoas em atitude reverente. Para elas é preciso um momento de
concentração, reforçado com meditação, rezas e orações. É o que chamam de
ambiente propício. Este ambiente geralmente surge de um envolvimento emocional
promovido pela expectativa de milagres, profecias, manifestações, etc. A
condição ‘em verdade’ é proveniente de uma nova criação, como bem assevera o
apóstolo Paulo: “E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em
verdadeira justiça e santidade" ( Ef 4.24 ). O novo homem é criado por
Deus ‘em verdadeira’ justiça e santidade. É por isso que todo aquele que está
‘em Cristo’ é uma nova criatura. Você já nasceu de novo? Então você adora em
verdade! Biblicamente, se o homem adora em espírito, concomitantemente ele está
na Verdade, e se adora 'em verdade' é porque vive em Espírito! Adoração não é
um estilo de vida como apregoam. Adorar em espírito e em verdade só é possível
quando se conhece a Deus, ou seja, quando Deus passa a habitar no homem "O Espírito de verdade, que o mundo não pode
receber, porque não o vê nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita
convosco, e estará em vós" ( Jo 14.17 ).]
3. Adoração como uma
urgência. Jesus não mediu palavras
e disse à mulher que o tempo para a vivência de uma verdadeira adoração já
havia chegado (v.21). O erro daquela mulher, que é o mesmo de muitas pessoas ainda
hoje, foi imaginar que o louvor ao Pai era algo apenas para um momento
especifico ou para um tempo futuro. Não há mais tempo a perder, o
desenvolvimento de uma vida de adoração é algo urgente, uma viva necessidade da
Igreja para o tempo que se chama hoje! Infelizmente em muitas igrejas o tempo
da adoração tem sido consumidos por infindáveis, e muitas vezes dispensáveis,
avisos; já em outras comunidades é a má gerência do tempo de acontecimento do
culto (atraso para começar, demorar para execução dos louvores, hiatos de
continuidade) que atrapalham a adoração. Cada instante de nossas vidas,
especialmente aqueles que dedicamos a Deus na igreja, precisam ser bem
aproveitados. [Comentário: Muitos se escudam no legalismo,
outros no formalismo, sem nos esquecermos dos tradicionalistas. Os
emocionalistas acusam os racionalistas, e surgem inúmeras forma de fanatismos.
Porém, todos se esquecem que somente os nascidos de novo podem adorar a Deus em
espírito e em verdade. Hoje o que se vê na cristandade é uma mescla de
preceitos no Novo Testamento com práticas do Antigo Testamento, além do
acréscimo de idéias estranhas a uma e outra dispensação. Não se pode dizer que
um cristão que acredite que Jerusalém seja o lugar onde deve adorar esteja
adorando em verdade segundo a nova ordem de coisas que o Senhor anunciou. O
mesmo se pode dizer de adorar em um local chamado de "templo". Até
mesmo pelos preceitos do Antigo Testamento seria uma abominação construir um
templo em qualquer lugar que não fosse Jerusalém, e pelas epístolas aprendemos
que o templo agora não é um lugar de pedras, mas o conjunto dos cristãos, ou a
Igreja, e o próprio crente, individualmente. Acesse http://www.respondi.com.br/2009/07/o-que-significa-adorar-em-espirito-e-em.html e leia mais sobre
isto. O culto que agrada a Deus é aquele que vem de um coração puro (Sl
15.1-5; 1Tm 2.8). Está claro que aquele que habitara no Teu tabernáculo e no
Seu santo monte é aquele que anda com as mãos santas no temor de Deus, e não
com uma liturgia de atitude criativa que usa a cultura de um povo como padrão. As mãos santas que devem ser levantadas são
as de um coração puro e não destes membros da anatomia em quais o pecado habita
(Rm 7.18, 23). As mãos que devem ser levantadas em oração são as que são
santas. De outra forma Deus não nos
ouvirá (Sl 66.18, “Se eu atender à iniqüidade no meu coração, o Senhor não me
ouvirá”). É melhor orar, e adorar, com
um coração puro. Acesse http://solascriptura-tt.org/LiturgiaMusicaLouvorCulto/CultoNaoShowLouvorNaoBaderna-CGardner.htm e lei mais sobre
como adorarar.]
III - OS EFEITOS DA
VERDADEIRA ADORAÇÃO
1. Compreensão da adoração como
comunhão com Deus. Antes de assimilar o
verdadeiro conceito de adoração, a mulher estava preocupada com o protocolo
certo a seguir deveria adorar no Templo em Jerusalém ou em Siquém, no monte
Gerizim (v.20)? Após a percepção de que Jesus não era um profeta qualquer
(v.ig), mas o próprio ungido de Deus enviado a terra (v.26), a mulher quebra
todos os protocolos culturais e sociais, chama os habitantes da cidade a virem
conhecer aquEle que os judeus, mas também os samaritanos esperam, o Cristo
(v.29). [Comentário: O site Grace to
You traz o seguinte: “Anos atrás, enquanto eu pregava sobre o Evangelho de
João, fui tocado pelo profundo significado da verdadeira adoração – “Vem a hora
e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em
verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores” (Jo 4.23).
Percebi, tão claramente como nunca havia percebido antes, as implicações da
afirmativa – “adorarão... em espírito e em verdade”. Essa frase sugere,
primeiramente, que a adoração verdadeira envolve tanto o intelecto quanto as
emoções. Salienta a verdade de que a adoração tem de ser focalizada em Deus,
não no adorador. O contexto também demonstra que Jesus estava dizendo que a
adoração verdadeira é mais uma questão de essência do que de forma. Ele estava
ensinando que a adoração envolve o que fazemos em nossa vida, não apenas o que
fazemos no lugar formal de adoração” http://www.gty.org/resources/articles/pt102/como-devemos-cultuar-a-deus. Note que existe
uma distinção entre a vida cristã como culto constante a Deus (Dt 6.6,7; Cl
3.17), o culto individual (Mt 6.6), o culto familiar (Jó 1.5) e o culto público
solene (Is 56.7; Hb 10.25). Faço menção da Confissão de Fé de Westminster que menciona que
Deus deve ser adorado tanto em famílias, quanto em secreto, e mais solenemente
em assembleias públicas (CF, XXI, 6):
Agora, sob o
Evangelho, nem a oração, nem qualquer outro ato do culto religioso é restrito a
um certo lugar, nem se torna mais aceito por causa do lugar em que se ofereça
ou para o qual se dirija, mas, Deus deve ser adorado em todo o lugar, em
espírito e verdade – tanto em famílias diariamente e em secreto, estando cada
um sozinho, como também mais solenemente em assembleias públicas, que não devem
ser descuidosas, nem voluntariamente desprezadas nem abandonadas, sempre que
Deus, pela sua providência, proporciona ocasião. Ref. Jo 5.21; Ml
1.11; I Tm. 2.8; Jo 4.23-24; Jr 10.25;
Jó 1.5; II Sm 6.18-20; Dt. 6.6-7; Mt 6. 11, e 6.6; Is 56.7; Hb 10.25; Pv 5.34; At 2.42. A vida cristã é um culto
constante a Deus, que é oferecido individualmente, em qualquer tempo e lugar e
onde não é necessário que se exerçam os chamados elementos de culto, como por
exemplo, oração, cânticos e leitura da Bíblia.]
2. O desejo de partilhar o conhecimento
de Deus. A aproximação entre a
mulher de Sicar e Jesus foi inicialmente turbulenta e cheia de rancores
culturais (ela era samaritana. Jesus judeu; ela uma mulher de vida complicada.
Jesus um santo homem). Contudo, após o esclarecimento sobre a pessoa e natureza
da missão de Jesus, a mulher não conseguiu conter-se, e pessoalmente foi
compartilhar a maravilhosa revelação a que teve acesso com seus conterrâneos.
[Comentário: Nos tempos
bíblicos (e em muitos países orientais de hoje) os homens não conversavam com
mulheres em público, mesmo sendo suas esposas. Se entre um judeu e um
samaritano existiam preconceitos profundos, imagine-se entre um judeu e uma
samaritana, e uma samaritana de vida imoral! Mas depois de conhecer o Messias,
ela mudou! Jesus não teve que mandar essa mulher espalhar a notícia. Ele não
ofereceu aulas de "técnicas de evangelismo". Ele tinha plantado nela
uma semente de verdade eterna, de modo que ela era naturalmente compelida a
partilhar as boas novas. O testemunho dessa mulher não foi suficiente para
convencer os moradores da cidade, mas quando ouviram as palavras de Jesus,
perceberam que tinham encontrado o Salvador do mundo (4.39-42). O príncipe dos
pregadores, Charles Spurgeon, afirmou que o crente ou é um missionário ou é um
impostor. Não precisamos de nada novo para evangelizarmos, a ordem já foi dada
e já possuímos o necessário: o Evangelho. Temos uma responsabilidade (Ez
3.17-19).]
3. Tornar-se inspiração para a vida de
outros. Num mundo tão repleto de
exemplos negativos, devemos nos empenhar em ter uma vida de adoração ao Pai. e
por meio desta, tornarmo-nos exemplo para nossa geração. A mulher pode ouvir,
dos habitantes de sua vila, que a fé em Jesus que ela inicialmente testemunhara,
tornara-se uma viva consciência espiritual em cada pessoa daquele vilarejo. A
adoração não nos torna escandalosos, de modo a afastar pessoas de Cristo; ao
contrário, a fé no Salvador é algo tão poderoso e transformador do caráter de
uma pessoa que esta passa a ser exemplo e inspiração a todos aqueles que o
cercam (At 9.19-21). [Comentário: Estamos rodeados
de oportunidades. O que parece ser um simples encontro entre Jesus e uma mulher
desconhecida vira uma tremenda oportunidade para evangelizá-la. Talvez Jesus
não voltasse a passar por aquele caminho outra vez, mas ele tirou completa
vantagem da oportunidade em suas mãos. Nossos encontros "oportunos"
num ônibus, numa loja, ou numa fila de banco, poderiam ser justo uma de tais
ocasiões. Vemos campos prontos para serem ceifados? Não ofereceremos a salvação
ao mundo com conversa mundana. Quando Jesus usou a linguagem espiritual e a
mulher pensou em água do poço, o Senhor não se desviou de seu rumo. Ele encontrou
um modo de trazer os pensamentos dela do poço para as elevadas verdades que
poderiam mudar a eternidade dela.]
SUBSÍDIO 1
Sabemos muita coisa a respeito da mulher junto ao poço. No oriente, a
hora de pegar água no poço era a ocasião em que as mulheres de uma comunidade
reuniam-se para conversar, enquanto se dirigiam ao poço. voltavam dele, ou
esperavam a retirada de cada jarro de água. Mas a mulher de nossa história vem
sozinha. Evidentemente, alguma coisa a separou das outras mulheres da cidade, e
fez dela uma pessoa socialmente proscrita. E sabemos mais. Nenhuma mulher
naquela cultura falaria com um homem sem que seu marido estivesse presente.
Jesus também sabia disso, por isso seu pedido vai chamar teu marido’ (416)
tinha a intenção de confronto. Mas não há indicações culturais para o fato de
que ela tivesse tido cinco maridos e agora estivesse vivendo com outro, sem
estar casada. Assim estendemos sua surpresa quando Ele, homem judeu, é
condescendente em falar com uma samaritana- E os discipulos ficaram surpresos
por encontra-lo dialogando com uma mulher sozinha. [...] Muitas pessoas
evitadas por outras estão esperando que nos aproximemos delas. Como Jesus, nós
podemos reconhecer o pecado nos outros, sem acusar nem condenar' (RICHARDS.
Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento 3 ed. Rio de
Janeiro: CPAD. 2008. p. 206).
SUBSÍDIO 2
"Muitas vezes. João registra declarações depreciativas, sarcásticas
ou céticas que as pessoas fazem sobre Jesus. Em João 4.12, por exemplo, a
mulher samaritana pergunta ‘És tu maior do que Jacó. o nosso pai, que nos deu o
poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?' Essas
afirmações, como meio de ironia, são verdades ou mais relevantes do que o
orador percebe no momento em que o profere. Contudo, o leitor do Evangelho,
tendo a essa altura, pelo menos, alguma noção de quem è Jesus, percebe que a
afirmação é verdade e pode sancioná-la. No caso da passagem 4.12. Jesus, de
fato, é maior que Jacó. [...] Em João 4. Jesus, no diálogo com a mulher
samaritana, faz uma declaração a respeito da natureza de Deus. 'Deus é
Espirito, e importa que os que o adoram o adorem em espirito e em verdade’ (v
24). Embora nenhum desses dois usos da palavra ‘espirito’ aludam diretamente ao
Espirito Santo, a noção de que a adoração deve acontecer em espirito e verdade
pressupõe a atividade do Espirito da verdade que leva o crente à verdadeira
adoração’ (ZUCK. Roy. Teologia do Novo Testamento. 1.ed Rio de Janeiro: CPAD.
2008. pp.190.221).
CONCLUSÃO
Assim como a mulher em
Semaria teve sua história revolucionada, que nosso encontro com Jesus
transforme tudo em nós: que nosso testemunho seja para edificação daqueles que
estão à nossa volta, que sejamos libertos de todos os nossos pecados, até
daqueles que estão no mais profundo de nossas almas. Mas, acima de tudo, que
sejamos partícipes da comunidade dos verdadeiros adorares do Pai [Comentário: Este encontro não
foi por acaso, Jesus estava naquele poço não esperando os discípulos voltarem
com pão, Ele esperava a samaritana. Deus não vive numa busca desenfreada por
qualquer tipo de adorador que o adore de qualquer maneira. Ele é e sempre será
adorado de verdade por aqueles que verdadeiramente lhe pertencem. Esse encontro
já estava marcado! Ela adorava ao SENHOR de uma maneira não racional; É
importante e fundamental conhecer a Deus para que ele seja verdadeiramente
adorado, porém, mais importante do que conhecer a Deus é ser conhecido por Deus
(veja Mt 7.21-23; Tt 1.16). Cito mais uma vez o Catecismo Maior de Westminister
que nos ensina que o fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e
gozá-Lo para Sempre. Noutras palavras, o homem só encontra real e plena
satisfação adorando a Deus e se sujeitando a Sua vontade soberana. Ser um
verdadeiro adorador é ser totalmente dominado pelo Espírito Santo! Renda-se a
Ele.] “A Salvação
pertence ao nosso Deus, que se assenta no trono e ao Cordeiro!” (Ap 7.10)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Novembro de 2016
HORA DA REVISÃO
1. Apresente as principais
características daqueles que ainda não adoram, verdadeiramente, ao Pai.
Possuem o coração e a mente
cegos, o culto tem como objetivo a obtenção de resultados; veem o pecado como
algo normal.
2. O que significa dizer que
nossa adoração a Deus precisa ser consciente?
Que somente podemos adorar a
Deus se de fato conhecermo-lo. numa experiência pessoal e espiritual.
3. Quais as principais consequências
de uma vida de adoração?
Uma vida de comunhão com Deus,
desejo de comunicar o amor de Deus, tornar-se inspiração para outras pessoas.
4. É possível adorar a Deus sem
reconhecer quem Ele ê? Justifique sua resposta.
Não. Resposta Pessoal (Sugestão
Alguém que ignora quem é o Senhor corre o risco de adorar pessoas ou seres,
tornando-se assim um idólatra.)
5. Um verdadeiro adorador pode
ser tão egoísta a ponto de não desejar partilhar o Evangelho? Justifique sua
resposta.
Não Resposta pessoal (Sugestão
Pois o amor de Deus transborda em nossos corações a ponto de ser impossível, se
há de fato adoração e comunhão, não partilhar o amor de Deus.)
Divulgação:
www.sub-ebd.blogspot.com
Fonte:
Lições Bíblicas de Jovens, 4° trimestre de 2016
Editora:
CPAD