Lição 1: Conhecendo o livro de Isaías
Data: 3 de Julho de 2016
TEXTO DO DIA
“Vinde, então, e argui-me, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados
sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam
vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã” (Is 1.18). [Comentário: Isaías declara que Deus
está disposto a purificar e perdoar se Judá retornar a Ele e se submeter à Sua
orientação. Deus é gracioso e perdoador, porém o povo pecador deve escolher
entre a obediência e o juízo.]
SÍNTESE
O povo de Deus havia se desviado da Lei. Então, Deus chamou Isaías para
mostrar que seu julgamento estava às portas.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA —
Is 1.11-13- A corrupção do povo
TERÇA —
Is 1.14,15 - Deus não aceita o culto, os rituais e as orações
feitas pelo povo
QUARTA —
Is 1.21,22 - O profeta chama Israel de prostituta
QUINTA —
Is 1.23 - Isaías profetiza contra as autoridades
SEXTA —
Is 1.18,19 - Isaías convida o povo ao arrependimento
SÁBADO —
Is 1.16,17 - Deus convida o povo para um novo caminho
OBJETIVOS
Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:
- CONHECER a autoria, o tema, o local e data do livro de Isaías;
- MOSTRAR os objetivos do livro de Isaías;
- EXPLICAR o conteúdo do livro de Isaías.
INTERAÇÃO
Prezado professor, neste trimestre estudaremos o
livro do profeta Isaías. Esse livro, por seus temas teológicos, é considerado
uma peça fundamental da literatura profética. Muitas expressões e palavras
utilizadas por Isaías não são encontradas em nenhum outro livro do Antigo
Testamento. O livro de Isaías tem muitas promessas de restauração, a respeito
da vinda do Messias e da salvação. Essas promessas enchem nossos corações de
esperanças e alegria, pois mostram o quanto Deus ama o pecador. As promessas
proferidas por Isaías nos possibilitam sonhar com um mundo melhor e mais justo.
O comentarista do trimestre é Claiton Ivan
Pommerening — doutor em Teologia, diretor da Faculdade Refidim, membro do RELEP
(Rede Latino-Americana de Estudos Pentecostais) e editor da Azusa, revista de
estudos pentecostais.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Professor, neste trimestre teremos a oportunidade
de estudar o livro do profeta Isaías, uma obra marcada por relevantes temas
teológicos. O profeta Isaías nos mostra uma ampla visão do contexto social e
espiritual da sua época.
Sugerimos para a primeira aula a elaboração de um
quadro com as principais informações necessárias para se compreender o livro de
Isaías, como por exemplo, data em que foi escrito, autoria, objetivo e
versículo-chave. Esse quadro pode ser confeccionado em uma cartolina e fixado
no mural da classe. Ele vai ajudar os alunos a compreenderem melhor o livro de
Isaías. O quadro poderá ser utilizado durante todo o trimestre e sempre que
desejar fazer uma revisão.
TEXTO BÍBLICO
Isaías 1.1-3,18-20,27-31.
1. Visão de Isaías, filho de
Amoz, a qual ele viu a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão,
Acaz e Ezequias, reis de Judá.
2. Ouvi, ó céus, e presta
ouvidos, tu, ó terra, porque fala o Senhor: Criei filhos e exalcei-os, mas eles
prevaricaram contra mim.
3. O boi conhece o seu
possuidor, e o jumento, a manjedoura do seu dono, mas Israel não tem
conhecimento, o meu povo não entende.
18. Vinde, então, e argui-me, diz
o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão
brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão
como a branca lã.
19. Se quiserdes, e ouvirdes,
comereis o bem desta terra.
20. Mas, se recusardes e fordes
rebeldes, sereis devorados à espada, porque a boca do Senhor o disse.
27. Sião será remida com juízo, e
os que voltam para ela, com justiça.
28. Mas os transgressores e os
pecadores serão juntamente destruídos; e os que deixarem o Senhor serão
consumidos.
29. Porque vos envergonhareis
pelos carvalhos que cobiçastes e sereis confundidos pelos jardins que
escolhestes.
30. Porque sereis como o carvalho,
ao qual caem as folhas, e como a floresta que não tem água.
31. E o forte se tornará em
estopa, e a sua obra, em faísca; e ambos arderão juntamente, e não haverá quem
os apague.
COMENTÁRIO DA LIÇÃO
INTRODUÇÃO
O profeta Isaías teve muita ousadia em sua atuação pública. Suas
profecias eram majestosas e repletas de nobreza e beleza poética. Por isso, é
um dos profetas mais lidos do Antigo Testamento e um dos que mais falou a
respeito da vinda do Messias. Tal fato revela a importância que deve ser dada
ao mesmo. Uma leitura atenta e cuidadosa do seu livro nos leva a perceber as
implicações que esse profeta tem para os dias atuais. Assim, a obra desse
profeta é considerada uma das mais grandiosas produções teológicas do Antigo
Testamento. Sua mensagem é profunda e parte de alguém que conhecia
profundamente o ambiente onde estava inserido, de modo que, tomado pela
inspiração divina, foi muito claro e assertivo nas suas profecias,
especialmente as que predisseram a vinda messiânica de Jesus Cristo. Sua pregação
foi marcada por uma paixão sacerdotal, descrevendo Cristo com muita clareza,
sendo por isso mesmo chamado de o evangelista do Antigo Testamento. [Comentário: Isaías identificou-se apenas como “Isaías,
filho de Amoz” (Is 1.1). Existem outras doze referências como esta, inclusive
três no Segundo Livro de Reis e no Segundo Livro de Crônicas. Amoz nunca é
identificado, descrito, ou mencionado separadamente dessa afirmação. Embora
alguns tenham sugerido que Isaías possa ter sido de linhagem sacerdotal, nada
na Bíblia defende esse ponto de vista. “Isaías” significa “a salvação é de
YAHWEH”, ou “YAHWEH é salvação”. Seu nome provavelmente é significativo, mas
nunca é explicado e não há nenhuma elaboração sobre ele. exerceu o seu
ministério no reino de Judá, tendo se casado tendo ele chamado sua esposa de
profetisa, fazendo dela uma das únicas quatro mulheres assim positivamente
intituladas em todo o Antigo Testamento. Foi mãe de dois filhos: Sear-Jasube e
Maer-Salal-Hás-Baz. O profeta Isaías, teria vivido entre 765 a.C. e 681 a.C.,
durante os reinados de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, sendo contemporâneo à
destruição de Samaria pela Assíria e à resistência de Jerusalém ao cerco das
tropas de Senaqueribe que sitiou a cidade com um exército de 185 mil assírios
em 701 a.C. Isaías foi enviado a uma nação cuja fé havia se tornado
empedernida. Na profecia de Isaías podemos encontrar três aspectos principais: Deus
e sua obra: Deus e seu Povo, e O Messianismo. A preocupação de Isaías se
concentrava nos órfãos e a viúvas, em grande número espalhados pelo território
consequência das constantes guerras. Denunciou a política do Rei Acaz e a
aliança realizada Sírio-Efraimita, que esqueceu a proteção divina. Combateu na
sua pregação a corte palaciana devido às injustiças cometidas contra o povo. Anunciou
o “Dia de YAHWEH”, como dia terrível, avassalador, mas reparador levando a um
“futuro novo”, numa tentativa de dar crédito a Jerusalém. No anuncio da profecia
testemunhou Javé combatendo o culto idolátrico instalado no país, sendo formal
e vazio. Isaías foi um profeta diferente, pois chegou ter experiência do poder,
devido a isto se distanciou do poder para fazer valer sua profecia.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I.
TEMA, DATA, AUTORIA E LOCAL
1. Tema. Seu tema principal está relacionado às profecias
da vinda do Messias, enfatizando a salvação recebida somente pela graça. O
livro mostra ainda que Deus não permitirá a desobediência do povo da promessa e
esta será tratada com a devida purificação através do sofrimento, primeiramente
do próprio povo e vicariamente por intermédio de Cristo.Tal é a importância de
Isaías que o Novo Testamento faz mais de 400 citações diretas e indiretas do
livro. [Comentário: O Livro de Isaías
revela o juízo e salvação de Deus. Deus é "santo, santo, santo" (6.3)
e, portanto, Ele não pode permitir a impunidade do pecado (1.2; 2.11-20; 5.30;
34.1-2; 42.25). Isaías retrata o julgamento vindouro de Deus como um "fogo
consumidor" (1.31; 30.33). Ao mesmo tempo, Isaías compreende que Deus é um
Deus de misericórdia, graça e compaixão (5.25; 11.16; 14.1-2, 32.2, 40.3, 41.14-16).
A nação de Israel (Judá e Israel) é cega e surda aos mandamentos de Deus (6.9-10,
42.7). Judá é comparado a uma vinha que deve ser, e será, pisoteada (5.1-7). Só
por causa de Sua misericórdia e promessas a Israel, Deus não permitirá que
Israel e Judá sejam completamente destruídos. Ele vai trazer tanto a
restauração e perdão quanto a cura (43.2, 43.16-19, 52.10-12).]
2. Data. O livro de Isaías começou a ser escrito
provavelmente antes do ano 740 a.C. e foi terminado no ano 701 a.C., período
este que corresponde ao tempo de ministério do profeta. Essas datas são
aproximadas e levam em conta a morte do rei Uzias. Entretanto, outra
possibilidade é que, como o livro possui três partes, a primeira delas tenha
sido escrita de 740 a 698 a.C. e a segunda e terceira partes de 697 a 680 a.C.,
terminando no reinado de Manassés. [Comentário: O profeta coloca que ele profetizou durante os
reinados de ‘Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá’ (1.1). Alguns
estudiosos aceitam que o seu chamado para o ofício profético tenha sido feito
no ano em que morreu o rei Uzias, que foi em cerca de 740 a.C. (6.1,8).
Entretanto, é possível que ele tenha começado durante a última década do
reinado de Uzias. Por Isaías mencionar a morte do rei da Assíria, Senaqueribe,
que morreu em cerca de 680 a.C. (37.37,38), ele deve ter sobrevivido a Ezequias
por alguns anos. Se Isaías começa profetizando em cerca de 750 a.C., o seu
ministério pode ter se sobreposto aos ministérios de Amós e Oséias em Israel,
bem como o de Miquéias em Judá.]
3.
Autoria. A
autoria do livro é creditada a Isaías, cujo nome significa “o Senhor é
salvação”. Bastante apropriado, pois esse é o tema da mensagem do livro. Em
Israel havia várias pessoas com o nome Isaías, mas o autor é distinguido dos
demais ao se apresentar como filho de Amoz (Is 1.1). Entre os profetas ele é
considerado o maior, sendo chamado por alguns de rei dos profetas. Há uma
tradição que afirma que Isaías era sobrinho do rei Amasias, portanto, de
linhagem nobre e certamente vivia na corte real, desfrutando de alguns
privilégios que lhe serviram de apoio para ter o amplo ministério que teve; mas
o final de sua vida foi trágico; segundo a tradição rabínica, foi serrado ao
meio durante o reinado de Manassés. Era casado com uma profetisa e teve dois
filhos com ela (Is 8.3). [Comentário: O primeiro versículo coloca Isaías, o filho de
Amós (não Amós, o profeta vaqueiro; O Talmude afirma que este Amos era irmão do
rei Uzias), como o autor do livro, nasceu por volta de 765 a.C. e viveu na
corte dos reis de Judá. “Há indicações de que talvez fosse primo de Uzias.
Escriba e relator dos anais históricos da casa davídica, tinha preeminência e
liberdade suficiente para transitar próximo ao poder político e tomar
conhecimento, em primeira mão, das políticas e estratégias do Estado monarca
judeu. Letrado, culto e politicamente privilegiado, pode ter feito parte da
casta sacerdotal de Jerusalém. Em 740 AC, ano da morte do Rei Uzias (ou Azarias
ou Ozias), ele recebeu sua vocação profética, e exerceu seu ministério por cerca
de quarenta anos, numa época de crescente ameaça que a Assíria fazia pesar
sobre os Reinos de Israel e Judá, durante os reinados de Jotão, Acaz e
Ezequias, e provavelmente também, durante seus últimos oito anos de vida, sob a
opressão maligna do reinado de Manassés, que mandou serrar (Talvez este seja o fundamento de Hebreus 11.37.)
Isaías ao meio quando o profeta tinha 92 anos de idade, segundo um livro
apócrifo do século I d.C., Vida dos Profetas, escrito por um anônimo judeu da
Palestina. Isaías, foi o primeiro profeta dos Profetas Maiores” https://pt.wikipedia.org/wiki/Livro_de_Isa%C3%ADas. A visão e a profecia
são reivindicadas quatro vezes por Isaías, seu nome é mencionado mais doze
vezes no livro. Seu nome também aparece doze vezes em 2Reis e quatro vezes em
2Crônicas.]
4. Local. Como a maior parte do ministério do profeta se
desenvolveu em Jerusalém, acredita-se que foi nessa mesma cidade que ele
transformou suas profecias em textos. [Comentário: De acordo com 2
Crônicas, Isaías foi responsável por escrever os atos de Uzias, indicando que,
além do ofício profético, Isaías também possuía a atribuição de escriba da
corte de Judá. É provável que tenha passado a maior parte de sua vida em
Jerusalém, exercendo maior influência no reinado de Ezequias (37.1-20). A
Isaías também é atribuído a composição da história do reinado de Uzias (2 Cr
26-22). Segundo uma tradição judaica Isaías foi serrado ao meio pelo rei iníquo
Manassés (696 – 642 a.C.).]
Pense!
O profeta Isaías não fechou os olhos para a realidade de seu contexto.
Será que temos os nossos olhos abertos para ver a realidade que nos cerca?
Ponto Importante
O livro de Isaías é um dos livros mais instigantes do Antigo Testamento,
pois suas profecias e sua mensagem, apesar de serem endereçadas para um povo
especifico entre 740 e 701 a.C, são sempre atuais diante da corrupção da
humanidade.
II.
OBJETIVOS DE ISAÍAS
Isaías
queria mostrar que o julgamento de Deus estava às portas e seria terrível, mas,
apesar disso, Deus levantaria um remanescente e dentre este um “rebento” e “um
renovo que frutificará” (Is 11.1), referindo-se a Cristo. [Comentário: Um dos propósitos de
Isaías era declarar o descontentamento de Deus com o pecado e o julgamento
deste pecado em Judá. Israel e nações vizinhas. Quase todas as palavras
hebraicas para pecado são empregadas pelo profeta. Um propósito paralelo era
esforçar-se para tirar o povo de Deus da desobediência para evitar o desastre,
um propósito que foi apenas parcialmente alcançado. Mas talvez o maior
propósito tivesse sido estabelecer um fundamento de esperança e a promessa para
o remanescente fiel do povo de Deus. Assim, o livro está cheio de promessas de
restauração e redenção, do advento garantido do Messias, de salvação para todas
as nações e do triunfo dos propósitos de Deus, apesar de intervalos de
sofrimento.]
1.
Anunciar o juízo de Deus. Israel e
as nações vizinhas estavam em desacordo com os preceitos justos de Deus,
ofendendo gravemente a santidade dEle; assim, se fazia necessário que o profeta
denunciasse essa situação, embora ele não fosse ouvido com atenção, pois chegou
a chamar o povo de surdo e cego (Is 42.18; 43.8). Mas era necessário que Deus,
diante de sua justiça e misericórdia, fizesse o povo saber com clareza quais
eram seus pecados e quais as consequências dessa desobediência. [Comentário: Capítulo 1.2-20 é como
se fosse um julgamento no tribunal (Mq 6.1-8). Deus entra em juízo com o seu
povo e chama os céus e a terra para serem suas testemunhas (v. 2), pois eles
viram tudo o que se passou (Dt 4.26; 30.19; Sl 50.4). Os grandes temas do livro
aparecem nesta seção, que funciona como uma introdução a todo o livro.
Estendendo-se até o v. 31, O profeta anuncia que Deus vai castigar Jerusalém
(vs. 24-25) porque o povo e seus líderes são corruptos (vs. 21-23). Ele vai
castigá-los para que fiquem completamente puros (v. 25) e Jerusalém voltará a
ser o que era antes (v. 26). Deus salvará os que se arrependerem e condenará os
rebeldes e pecadores (vs. 27-3)..]
2. Falar
contra a falsa religião. O povo
de Israel estava sendo governado por alguns reis que desprezaram a Palavra de
Deus. Embora alguns deles fossem bons, o povo estava corrompido. A eles se
aliaram alguns sacerdotes cujo compromisso era apenas manter a religião
institucional. Isso se fez refletir numa religiosidade vazia, hipócrita,
ritualística e sem sentido espiritual para o povo, levando-os a se desviar dos
caminhos do Senhor. [Comentário: Isaías levantou-se contra a falsa religião
denunciando todo ritualismo religioso que não é acompanhado por reverência,
justiça e sinceridade (66.3,4). O sacrifício tinha sido a forma instituída por
Deus para aproximar-s dEle e receber o perdão dos pecados. Isaías não se opões
ao sacrifício, oração, adoração corporativa e expiação pelo sangue, mas condena
o sacrifício vazio e a adoração sem substância, os quais não eram acompanhados
pela justiça social e verdadeira devoção. Isaías foi contemporâneo de Miquéias.
A mensagem de seus livros tem muita coisa em comum. Não é de se admirar então,
que tenha enfrentado a mesma dificuldade com o povo. Veja Isaías 1.10-17. A
coisa ia mal. Sofriam ataques dos inimigos, as colheitas eram sempre saqueadas.
A reação do povo foi multiplicar sacrifícios a Deus, perseveram em orações,
fazer mais festas religiosas. Faziam isso como se pudessem comprar o favor de
Deus. Esforço vão. Para tudo isso Deus disse: “…a minha alma as aborrece, estou
cansado de as sofrer.” (Is 1.14). Como muitos hoje, queriam barganhar bênçãos
com Deus e reclamavam “só porque” esse Deus não se deixava comprar.]
3.
Denunciar a injustiça social. O povo
de Deus havia se tornado orgulhoso e egoísta como as demais nações. Isso fez
com que os pobres dentre o povo fossem humilhados e explorados pelos ricos e
pelos governantes (Is 10.2; 26.6; 32.7; 41.17), mas em contrapartida o Deus
justo e misericordioso faria justiça ao pobre (Is 11.4), lhes daria alimentação
e descanso (Is 14.30), lhes serviria de refúgio (Is 25.4) e seria portador de
boas notícias (Is 61.1). [Comentário: O profeta clamou contra a injustiça, o
suborno, a maldade e a opressão destruidora, contra o próximo. Ninguém tem
direito de oprimir o outro. Isaías dizia que atos como aqueles eram ofensivos a
Deus. Quem tinha condições comprava a justiça, portanto, os juízes eram
corruptos, o poder legislativo e executivo se deixava vender; como poderia Deus
tolerar semelhante coisa? (1.15-17,23; 5.8,23; 58.6,7). A essência do recado de
Deus foi que o problema social era a prova da falsa religiosidade deles. Ou em
outras palavras, melhor que tudo aquilo era ser honesto e justo, saber amar e
perdoar, e ser humilde diante de Deus. (Mq 6.8) “Aprendam a fazer o bem, a ser
honestos e a ajudar os pobres, os órfãos e as viúvas” (Is 1.17)]
4.
Anunciar a vinda do Messias. Este é o
objetivo mais importante de Isaías, porque diante da desobediência, aliada ao
fato de que as pessoas não conseguiam encontrar o caminho certo para Deus, a
única solução possível seria a vinda do Messias que, através do seu sofrimento,
faria com que o povo se voltasse para Deus, “porque as iniquidades deles levará
sobre si” (Is 53.11). A vinda do Messias aponta para o caráter misericordioso e
redentor de Deus, mesmo sendo o povo rebelde. Por mais de dez vezes o profeta
aponta para Jeová como o Redentor. O autor cita pelo menos dezessete profecias
que se referem ao Messias vindouro. Isso demonstra a extraordinária unção do
Espírito Santo sobre o profeta, fazendo-o prever o evento histórico mais
importante da humanidade depois da criação: Cristo, o Redentor. [Comentário: o Novo Testamento diz
que Isaias viu a Gloria de Jesus – “Assim se exprimiu Isaías, quando teve a
visão de sua glória e dele falou.” Jo 12.41 – Deveremos identificar o momento
em que o profeta viu a gloria do Senhor com a ocasião de seu chamamento, quando
viu “o Senhor sentado num trono muito elevado; as franjas de seu manto enchiam
o templo. – Is 6.1 – Isaias profetizou a vinda de Jesus falando praticamente
tudo sobre ele, como, por exemplo, sua pregação, sua obra, sua rejeição, sua eternidade,
etc. Aqui veremos uma profecia em particular – a do capitulo 09 de Isaias, que
fala do nascimento de Jesus. Quanto ao nascimento de Jesus - Isaías 7.14:
"Portanto o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que uma virgem conceberá,
e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel." Isaías 9.6:
"Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará
sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte,
Pai Eterno, Príncipe da Paz.".]
Pense!
O orgulho e o egoísmo são como um vírus que destrói a vida de muitos.
Ser orgulhoso e egoísta é ir contra a lei do amor e do serviço, contra o fruto
do Espírito Santo e contra o Reino de Deus. Seja um jovem livre disso!
Ponto Importante
O profeta Isaías teve um ministério ousado e corajoso em meio ao
contexto político, social e religioso em que vivia. Entregou-se a Deus para
enfrentar a dura missão de ser mensageiro da justiça, do julgamento do pecado e
do anúncio da esperança messiânica ao seu povo.
III.
CONTEÚDO DE ISAÍAS
Do
capítulo 1 ao 39, o enfoque de Isaías é o juízo divino sobre Judá e Jerusalém e
sobre as nações vizinhas por meio da Assíria. Na segunda e terceira parte do
livro, do capítulo 40 ao 55 e 56 ao 66, respectivamente, Isaías se volta para a
salvação do povo, depois da punição pelo pecado ao retornarem do cativeiro
babilônico, escreve sobre a glória futura do povo de Deus por intermédio do
Servo do Senhor, que é Cristo, que salvará seu povo através de seu próprio
padecimento e triunfo.
1. Quem é
o Deus de Isaías. O
profeta descreve o caráter de Deus (Javé) de maneira brilhante. Chama-o de
Santo de Israel vinte e cinco vezes; Ele é o Salvador, relacionando essa
palavra a redenção, livramento, justiça e juízo; Ele é o Redentor e o Único e
Supremo Governante em contraste com outros deuses que nada são (Is 37.19); é
Ele quem carrega e cuida do seu povo (Is 46.4) e faz novos céus e nova terra
(Is 65.17; 66.22). [Comentário: O homem aprende discernir entre o bem e o mal
através da revelação de Deus (1.16-17; 2.3). El Olam – eterno Deus (40.28), o
que significa que Ele não teve início e que a Sua existência jamais irá cessar.
Ele é imortal, infinito (Dt 33.27; Sl 90.2; 1Tm 1.17). Deus é justo, o que quer
dizer que Ele não demonstra favoritismo por algumas pessoas (Dt 32.4; Sl 18.30).
Deus é onipotente, o que significa que Ele é todo-poderoso; Ele pode fazer
qualquer coisa que Lhe agrada, mas as Suas ações estarão sempre de acordo com o
resto de Seu caráter (Ap 19.6; Jr 32.17, 27). Sua justiça será sempre
administrada de forma justa (Sl 139.1-5; Pv 5.21.]
2. O
Espírito de Deus. Isaías é
o profeta que mais fala sobre o Espírito de Deus no Antigo Testamento. A
referência mais importante é quando afirma que o Espírito do Senhor (Javé)
repousará sobre o “rebento de Jessé” (Cristo) com “o espírito de sabedoria e de
entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento
e de temor do Senhor” (Is 11.1,2). Sendo a igreja corpo de Cristo, entende-se
que essa descrição do Espírito do Senhor refere-se aos “dons” e “fruto” do
Espírito (1Co 12.4-11; Gl 5.22). Há promessa de um derramamento tal do Espírito
que “o deserto se tornará em campo fértil” (Is 32.15) e a Palavra do Senhor não
se desviará dos convertidos nem de seus filhos (Is 59.20,21); o Espírito sobre
Cristo “trará justiça às nações” (Is 42.1) e o “ungiu para pregar boas novas
aos oprimidos”, “restaurar os de coração abatido”, “proclamar liberdade aos
cativos e a pôr os presos em liberdade” (Is 61.1); e o Espírito do Senhor trará
descanso ao seu povo (Is 63.14). [Comentário: O Espírito Sant5o é mencionado especificamente
quinze vezes no livro de Isaías, sem contar as referências ao poder, efeito ou
influência do Espírito que não citam seu nome. Isaías fala do Espírito de
Deus em 11.1-12, a unção do Espírito
sobre o Messias para fortalecê-lo, para seu domínio e governo como Rei no trono
de Davi; como o Servo sofredor do Senhor, que irá trazer cura, libertação,
iluminação e justiça às nações (42.17-21); como o Ungido em seus dois adventos
(61.1-3; Lc 4.17-21).]
3. A
santidade de Deus. Por meio
de suas profecias, Isaías quer denunciar os pecados do governo e do povo e
levá-los ao arrependimento, mostrando que se isso não acontecesse calamidades
viriam sobre todos. Essa exigência de Deus fica clara quando, ao ter um
encontro com Deus e ver sua santidade, Isaías clama por purificação (Is 6).
Isso mostra que, quando há arrependimento, Deus prontamente vem ao encontro do
contrito como fez com o profeta, tirando a iniquidade e purificando o pecado
(Is 6.7). [Comentário: Isaías 6.3 traz um louvor
a Deus que revela a sua natureza mais profunda. “Santo, santo, santo é o SENHOR
dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”. Com estas palavras, os
serafins louvaram a Deus por sua perfeita santidade. Cerca de 800 anos depois,
João viu, numa visão semelhante, os quatro seres viventes proclamando: “Santo,
Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso” (Ap 4.8). O termo hebraico para ‘santo’
aqui significa ‘separado’, ‘inacessível’. No entanto, é possível haver um
relacionamento, porque o Senhor toma a iniciativa de prover um Mediador. A
expressão "santo, santo, santo" aparece duas vezes na Bíblia, uma vez
no Antigo Testamento (6.3) e uma no Novo (Ap 4.8). Em ambos os casos, a frase é
falada ou cantada por criaturas celestiais e ambas as vezes ela ocorre na visão
de um homem que foi transportado para o trono de Deus: em primeiro lugar pelo
profeta Isaías e em seguida pelo apóstolo João. Antes de abordarmos as três
repetições da santidade de Deus, é importante compreender exatamente o que ela
significa. A santidade de Deus é mais do que Sua perfeição ou pureza sem
pecado; é a essência de Sua “alteridade” -- Sua transcendência. A santidade de
Deus encarna o mistério da Sua grandiosidade e nos faz olhar para Ele com
assombro quando começamos a compreender um pouco da Sua majestade.]
Pense!
O profeta anuncia que o Espírito Santo concede sabedoria, entendimento,
conselho e fortaleza, conhecimento e temor do Senhor. O Espírito Santo pode
capacitar qualquer jovem a ser cheio dessas qualidades, pois é desejo dEle
habitar plenamente sobre seus filhos.
Ponto Importante
Na mensagem de Isaías, Deus manifesta sua graça ao povo. Os pecados já
estavam sentenciados, todos mereciam o julgamento definitivo de Deus, mas ainda
assim, o anúncio de julgamento é seguido de uma mensagem de esperança.
CONCLUSÃO
Viver em
família é a mais emocionante aventura da vida. Conviver com pessoas diferentes
e suportá-las em amor é, sem dúvida, um exercício extraordinário de fé e
obediência. “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Hoje, em Campina Grande-PB
Junho de 2016
ESTANTE DO PROFESSOR
HENRY,
Matthew. Comentário Bíblico. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2002.
HORA DA REVISÃO
1. Qual o tema do livro de Isaías?
Seu
tema principal está relacionado às previsões da vinda do Messias.
2. Quais os objetivos do profeta em seus escritos?
Anunciar
o juízo de Deus, falar contra a falsa religião, denunciar a injustiça social e
anunciar a vinda Messias.
3. Qual a característica da falsa religião combatida pelo profeta?
Uma
religiosidade vazia, hipócrita, ritualística e sem sentido espiritual para o
povo, levando-os a se desviarem dos caminhos do Senhor.
4. Que tipo de pessoas injustiçadas o profeta tem em mente quando denuncia
a injustiça social?
O
pobre.
5. Qual a referência mais importante que Isaías faz sobre o Espírito do
Senhor?
A
referência mais importante é quando afirma que o Espírito do Senhor (Javé)
repousará sobre o “rebento de Jessé” (Cristo) com “o espírito de sabedoria e de
entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento
e de temor do Senhor” (Is 11.1,2).
SUBSÍDIO
“O que se destaca na profecia de Isaías é seu rico conceito acerca do
Deus Eterno. Para o profeta, Deus se eleva acima de todas as coisas terrenas.
Ele é ‘o Senhor dos exércitos’, ‘o Alto e Sublime que habitou a eternidade’, ‘o
Poderoso de Israel’, ‘Criador’ de todas as coisas e o Eterno que fez todas as
coisas. Deus dirige a história; não há outro Deus além dEle e Ele não tem
nenhuma intenção de repartir sua divindade com qualquer rival humano. Ele é
Deus de sabedoria e poder. Além disso, Ele é apaixonadamente ético — o Santo. A
respeito dEle os serafins cantaram: ‘Santo, Santo, Santo’ (6.2,3).
A contribuição de Isaías à fé judaico-cristã é grande e duradoura. Das
suas percepções proféticas nos vieram às sementes que ao longo dos séculos
geraram os conceitos mais definidos de expiação e salvação. Porque todos nós,
como ovelhas, andávamos desgarrados, e o Senhor havia colocado sobre Cristo a
iniquidade de todos nós, para que por meio das suas pisaduras pudéssemos ser
curados. Somente com esse tipo de convicção poderemos voltar ao nosso Deus, que
terá misericórdia de nós, com certeza de que Ele também nos perdoará
abundantemente” (Comentário Bíblico Beacon. Volume 4. RJ: CPAD, 2005,
pp.24-26).