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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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2 de novembro de 2015

Lição 6: O impiedoso mundo de Lameque






Nosso Avanço Missionário está chegando! Ainda preciso de sua ajuda para o Projeto Avanço Missionário na cidade de Parari-PB, a cidade menos evangelizada do Estado. Vamos levar o Evangelho e ação social.
Com distribuição de Bíblias e de cestas básicas, por isso nossa insistência. Falta menos de um mês, já chegaram algumas doações, mas até o momento apenas 20 cestas básicas foram recebidas... Acredito que Deus há de usar seus servos para ajudar neste projeto; dentre os mais de 3.282 seguidores, muitos teriam condições de doar a totalidade planejada (50 cestas). Mas a obra sempre é realizada com dificuldades, penso eu que é para darmos toda a glória a Ele. Caso se sensibilize, clique aqui e veja como ajudar.

Data: 8 de Novembro de 2015

TEXTO ÁUREO
E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente(Gn 6.5). [Comentário: Um retrato vívido da profundidade e amplitude da depravação humana]

VERDADE PRÁTICA
O mundo de Lameque em nada diferia do nosso; resistindo à graça de Deus, entregaram-se à devassidão, à violência e à resistência ao Espírito Santo.

LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 4.19
Lameque, o bígamo que não andou segundo as leis de Deus
Terça — Gn 4.20-21
Lameque e sua descendência corrompida
Quarta — Gn 4.23,24
Lameque, o poeta da violência e da maldade
Quinta — Gn 6.1,2
Lameque e o seu mundo pecaminoso e distante de Deus
Sexta — Gn 6.3
O mundo de Lameque resiste ao Espírito de Deus
Sábado — Gn 6.5,6
O mundo de Lameque deteriora-se totalmente

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 6.1-8.
1 — E aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,
2 — viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.
3 — Então, disse o Senhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.
4 — Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama.
5 — E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.
6 — Então, arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração.
7 — E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
8 — Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.

HINOS SUGERIDOS
5, 141 e 232 da Harpa Cristã.

OBJETIVO GERAL
Compreender que o mundo de Lameque em nada difere do nosso, resistindo à graça de Deus.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.

  • I. Explicar a maravilha que era o mundo enquanto o pecado ainda não havia degenerado as pessoas;
  • II. Compreender como o pecado se espalhou pela raça humana produzindo um mundo depravado;
  • III. Explicar que o mundo depravado estava condenado à destruição.

INTERAGINDO COM O PROFESSOR

Adão e Eva pecaram e a corrupção humana foi se alastrando e envolvendo toda a humanidade. Deus é santo e não poderia suportar o pecado, por isso, Ele resolveu dar fim a humanidade trazendo o seu juízo. Mas, Deus ama tanto o homem que deu um tempo para que as pessoas se arrependessem de seus pecados. O Senhor levantou Noé, um homem justo, e sua família para construir a arca e anunciar o juízo que viria caso não se arrependessem. Noé pregou durante anos, mas ninguém deu ouvidos a sua pregação. Hoje também pregamos e anunciamos o Dia do Juízo de Deus sobre essa Terra, porém, muitos não crêem. Todavia, como nos dias de Noé, o juízo de Deus sobre o pecado virá. Noé e sua família foram salvos, e isso nos mostra que Deus tem um compromisso com aqueles que pela fé lhe obedecem. Que possamos permanecer na fé e como Noé, seguirmos anunciando o amor e o juízo de Deus sobre o pecado.

COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O exemplo de Caim não demorou a generalizar-se. Se por um lado, sua descendência destaca-se por empreendedores como Jabal e Jubal, por outro, é corrompida por homens devassos e violentos como Lameque. Primeiro bígamo da história, este viria a se notabilizar também por haver assassinado futilmente duas pessoas. E, para comemorar o feito, compôs um poema. Os pecados de Caim e Lameque alastraram-se de tal maneira que viriam a depravar, inclusive, a linhagem piedosa de Sete. Vivemos dias semelhantes. A devassidão e a violência nunca foram tão exaltadas. Esta geração existe como se não houvesse Deus. Entretanto, perto está o dia do juízo sobre os praticantes da iniquidade. Lameque é o mais perfeito símbolo da depravação total daquele período. [Comentário: Nestes poucos versículos nós temos o desenvolvimento da civilização. Infelizmente os efeitos do pecado se sobressaem. Mesmo aqui, os pecados que culminaram no dilúvio começaram a ser praticados. Caim teve um filho, Enoque, e edificou uma cidade, Enoque. Tal pai, tal filho. A linhagem de Caim constituiu uma raça de empreendedores impiedosos. Caim, Enoque, Irade, Meujael, Metusael, Lameque formam essa linhagem. Sem dúvida havia linhagens laterais, mas o livro menciona esta porque no fim dela aparece Lameque, em cuja família culminam as características da linhagem. Lameque tinha duas esposas, que lhe deram três filhos: Jabal, um boiadeiro, Jubal, um músico e Tubalcaim, um forjador de metal. A violência de Caim repetiu-se em Lameque, como se vê na sua “canção da espada” (Gn 4.23). Os descendentes de Caim deixaram um legado de iniqüidade e maldade. Tornaram-se auto-suficientes e a violência cada vez mais se multiplicava gerando uma sociedade hostil e competitiva. Começava o olho por olho, dente por dente. Esta era uma geração assassina e sábia. Caim e seus descendentes não estavam mais dispostos a viver em conformidade com o padrão, então, Deus estava morto para eles. Faziam suas próprias leis. Lameque havia matado alguém que tentou matá-lo e também outra pessoa. Vangloriava-se disso e não necessitava da proteção de Deus como Caim. A linhagem de Caim produziu as seguintes coisas: assassinato, cidade, poligamia, músico, forjador de metal, poesia; mas nenhum exemplo de homens que “andavam com Deu”]. Vamos pensar maduramente sobre a fé cristã?


PONTO CENTRAL
Deus julga a maldade do mundo de Lameque.

I. UM MUNDO AINDA MARAVILHOSO
Apesar da Queda, o mundo antediluviano era farto e pródigo. Sua ecologia era perfeita; sua tecnologia, considerável.
1. Fartura de pão. A Terra, embora amaldiçoada, era fértil e nada retinha à primeira civilização. Todos comiam e bebiam à vontade (Mt 24.38,39). O pão não precisava ser racionado, o azeite era abundante e o vinho escorria dos lagares. Tem-se a impressão de que as pessoas daquela época viviam em permanente festança. Ninguém era capaz de reconhecer que do Senhor é a Terra e a sua plenitude (Sl 24.1). [Comentário: Apesar do pecado, a Terra pré-diluviana era um habitat perfeito; proporcionava alimentos e regalos a todos. Por isso, os filhos de Adão davam-se ao luxo de viver irresponsável e impiamente: “Porquanto, assim como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (MT 24.38). Aquela geração não se angustiava com os problemas que, hoje, nos afligem. Ninguém se preocupava com a ecologia. Água? Rios e riachos não lhes faltavam. Como possuíssem tudo em abundância, gastavam as horas em orgias e truculências. Longevos, nem menção à morte faziam. Comiam e bebiam, e contavam a vida em séculos, não em décadas. O Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 45,46]
2. Saúde perfeita. Tais facilidades propiciaram aos antediluvianos uma saúde perfeita. Não era incomum encontrar pessoas de quase mil anos (Gn 5.27). Na genealogia de Adão, deparamo-nos com homens mais velhos que muitos dos países do mundo. Imaginemos a folha corrida de um pecador de 900 anos. Nove séculos de completa depravação. Quantos roubos, assassinatos, adultérios, mentiras e intolerâncias. Aos olhos do santo Deus, era algo abominável. [Comentário: Gênesis 1.6-7 menciona “águas sobre” a “expansão” de águas que circundavam a terra. Tal “expansão de água” teria criado um “efeito estufa” em toda a terra, e teria bloqueado muito da radiação que agora chega à terra. Isto teria resultado em condições ideais de vida na terra. Isto parece especialmente possível se considerarmos como a duração da vida começou a encolher tão rapidamente depois do Dilúvio. Gênesis 7.11 possivelmente indica que, no Dilúvio, a “expansão de água” se derramou sobre a terra, pondo fim às condições ideais de vida. Compare as idades antes do Dilúvio (Gênesis 5.1-32) com as idades após o Dilúvio (Gênesis 11.10-32). Imediatamente após o dilúvio, as idades decresceram dramaticamente.]
3. Beleza perfeita. Se a saúde era perfeita, a beleza daquela geração era singular, haja vista a formosura das filhas de Lameque. Não demorou para que viessem a encantar os filhos de Sete (Gn 6.1,2). Imitando a bigamia de Lameque, estes homens, outrora tão piedosos, tornaram-se polígamos incorrigíveis. Com tanta comida e bebida, por que não viver em prazeres? Já que a vida era contada em séculos, ninguém haveria de morrer amanhã. Sua filosofia não era apenas a busca pelo prazer, mas também diabolicamente libertina. Aquela geração não possuía qualquer referência moral ou ética. [Comentário: Sem sombra de dúvida, Adão teve outros filhos depois de Sete, dos quais descenderam outras linhagens. A linhagem citada parece ter sido escolhida por levar até Noé, que apresenta as melhores características e através de quem a raça humana se perpetuou e o descendente prometido veio. Podemos imaginar que o código genético humano ainda não havia desenvolvido defeitos. Adão e Eva foram criados perfeitos. Certamente eram altamente resistentes a doenças e enfermidades. Seus descendentes teriam herdado tal vantagem, mesmo que em um menor grau. Com o passar do tempo, entretanto, como resultado do pecado, o código genético humano em muito se degenerou, e os seres humanos se tornaram mais e mais vulneráveis à morte e doenças.]
4. Tecnologia avançada. O mundo de Lameque podia ostentar um surpreendente avanço tecnológico. Adão ainda vivia quando Tubalcaim começou a dedicar-se à metalurgia. Este foi um homem, filho de Lameque e de Zilá, se tornou conhecido pela sua habilidade em lidar com o cobre e o ferro (Gn 4.22). Além da metalurgia, aquela geração sabia como trabalhar a madeira e a cerâmica. O próprio Noé, aliás, não teve dificuldades técnicas em construir a Arca, nem os seus descendentes, após o Dilúvio, viram-se impedidos de erguer a Torre de Babel. [Comentário: Claudionor de Andrade escreve em sua obra de apoio a esta lição: Não há agricultura nem pecuária sem uma indústria de base. Há de se ter, pelo menos, uma boa metal urgia para se forjar enxadas, pás e relhas aos agricultores, e os instrumentos próprios dos pecuaristas. É justamente aí que surge a indústria de Tubalcaim. Filho de Caim com Zilá, foi ele “artífice de todo instrumento cortante, de bronze e de ferro” (Gn 4.22). Não foi, portanto, o homo erectus quem descobriu o fogo. Dizem os evolucionistas que este, ao observar os raios faiscando nas árvores, veio a intuir ser possível dominá-lo. Também não foi Prometeu quem no-lo proporcionou, roubando-os aos deuses do Olimpo. Se alguém descobriu o fogo não foi o homo erectus, nem os deuses da mitologia grega, mas o justo Abel que, ao fazer sua oferenda ao Senhor, queimou-a como cheiro suave. A partir daí, os filhos de Adão passaram a utilizá-lo, a fim de preparar alimentos, alumiar suas casas, etc. Tubalcaim viria a descobrir ser possível industriar o fogo e, assim, fundir os minérios de bronze e de ferro. Ora, se a região era rica em ouro, por que não explorá-lo? Acredito que, se a humanidade não tivesse pecado contra o Senhor, poderia ter começado a civilização não a partir do ferro, mas do ouro. Segundo a história secular, a Idade do Ferro teria começado por volta do ano 1200 a.C. Todavia, já na aurora da humanidade, havia um metalúrgico e fundidor que, admirável mente, sabia como trabalhar o bronze e o ferro. Processando-os, forjava instrumentos cortantes. Das forjas de Tubalcaim deve ter saído também muita espada e punhal. Violência era o que não faltava àquela época O Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 49.]

SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Apesar da Queda, o mundo antediluviano ainda era maravilhoso.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Lameque
1. Filho de Metusael, um descendente de Caim, que foi o primeiro polígamo, tendo se casado com Ada e Zilá (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm gado), e Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a obra de cobre e de ferro). Lameque cantou para suas esposas, vangloriando-se de ter matado os homens que o feriram ou o golpearam. Essa vanglória é geralmente entendida como sendo a confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à confiança em Deus. Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e artífices em metal.
2. O filho de Matusalém que, com a idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e viveu até a idade de 777 anos (Gn 5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu filho, ele expressou o desejo de que em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim: ‘Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o Senhor amaldiçoou’ (Gn 5.29). Ele está incluído na genealogia do Senhor Jesus (Lc 3.36)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1130).

II. UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
O mundo de Lameque era ingrato e cruel. Voltando-se contra o Senhor, seus descendentes cometeram os pecados mais hediondos e abomináveis. [Comentário: Em Rm 1.28-32, Paulo descreve os gentios entregues à reprováveis sentimentos. Ele viu como evidência da culpa e da servidão ao pecado o fato de que o conhecimento do juízo divino não atua mais como força de restrição, antes, torna-se motivo para mais rebelião ainda, sob a forma de encorajar outros ao pecado. Um sinal evidente de Deus ter abandonado qualquer sociedade ou povo é que tais pessoas tornam-se obcecadas pela imoralidade e perversão sexuais. A Expressão: "Também Deus Os Entregou" À Imundícia (v 24),significa que Deus abandonou essas pessoas às concupiscências mais baixas. A palavra "concupiscência" (gr. epithumia) neste versículo, denota uma paixão desenfreada por prazeres sexuais proibidos - pornografia, sensualismo, devassidão, libidinagem, lascívia e luxuria! Deus “tirou o pé do freio” nos dias de Lameque, e os dias de hoje apontam para esta mesma situação.
1. Devassidão sexual. O exemplo de Lameque logo viria a replicar-se por toda a descendência de Adão. A família tradicional foi se degenerando. Os pecados sexuais, agora, eram cometidos como se nada fosse proibido; não havia limites à fornicação nem ao adultério. Até os mesmos descendentes de Sete portaram-se levianamente em meio àquela imoralidade crassa e gritante; corromperam-se até o inferno. Relata o autor sagrado: “Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram” (Gn 6.2). [Comentário: Lameque, tomando para si duas esposas, agiu em claro desacordo com as intenções de Deus. A poligamia é uma prática contrária à ordem estabelecida por Deus na criação (Gn 2.24). Deus tolerou a poligamia, mas nunca a aprovou. Conseqüentemente, verificamos que esse mal sempre teve o seu devido castigo. Lameque não agiu por ignorância. Gênesis 4.24 mostra que ele conhecia as palavras de Deus. Não sentia nenhuma necessidade da proteção que Deus havia prometido a Caim. Suas palavras, cheias de orgulho e vanglória, manifestavam que se considerava capaz de se defender a si mesmo. Ele mesmo poderia lutar por seus direitos! Não precisava de Deus para nada! Vontade própria, independência e autoritarismo eram as características dominantes de sua personalidade. Com essas características, pode-se “alcançar” muito neste mundo pecaminoso.]
2. Violência sem limites. Os excessos daquela gente redundaram numa geração truculenta e implacável. Os assassinos eram cultuados como heróis: “Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama” (Gn 6.4). O que dizer do nosso tempo? Embora não sejamos tão fortes, nem tão longevos, em nada diferençamo-nos dos filhos de Lameque. Nunca o homem fez-se tão imoral quanto hoje. [Comentário: A maldade e a corrupção daquela geração abriram as portas para a violência. Os homens dos dias de Noé viviam agredindo-se mutuamente, pois as Escrituras afirmam que “… encheu-se a terra de violência” (Gn 6.11 b). Teologicamente, Adão foi o grande responsável pela introdução do pecado no mundo (Rm 5.12). Historicamente, porém, o pecado alastrou-se a partir de Lameque, filho de Metusael (Gn 4.18). Foi ele o primeiro pecador confesso da história da humanidade. De uma única feita, admitiu haver cometido duas transgressões contra Deus. Sua confissão, todavia, não foi acompanhada de arrependimento nem remorso; fez-se acompanhar de um medo que logo seria esquecido. Indiretamente, confessa a bigamia. E, diretamente, o duplo homicídio. Sua confissão j az num poema que, hoje, é conhecido como o Cântico da Espada. Se Caim teve de ser duramente arguido por Deus para confessar o assassinato de Abel , não precisou Lameque de arguição alguma. Espontânea e livremente, declara haver assassinado banal mente dois homens. Um adulto, ele o matou porque o ferira. E um rapaz por lhe ter pisado. Se recorrermos ao original , constataremos que o segundo crime foi ainda mais grave. Lameque revel a ter assassinado um jovem. Em hebraico, yeled pode aludir tanto a um adolescente quanto a uma criança. Logo, o seu crime, além de banal e covarde, foi singularmente brutal . O Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 47. Gn 6.5: todo o desígnio do seu coração – um retrato vívido da profundidade da depravação humana (compare com Romanos 1.28-32). ]
3. Resistência à graça divina. Por muito tempo, o Espírito de Deus instou junto àquela geração para que se convertesse e deixasse seus maus caminhos. Chegou, porém, o dia em que Deus deu um basta em tudo aquilo. Declarou o Senhor: “Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). A graça de Deus, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida, haja vista a geração que saíra do Egito rumo a Canaã. Não obstante os milagres que presenciara, endureceu o seu coração de tal forma, que veio a ser rejeitada pelo Senhor (Hb 3.8). Isso significa que, mesmo hoje, há crentes que reagem contrariamente à graça divina (Hb 3.15). Sim, apesar de saber que o juízo divino é certo. [Comentário:  O termo “Contenderá” no original hebraico é difícil de ser traduzida. Alguns estudiosos a relacionam ao termo que significa “dominar” ou “julgar”, enquanto tradutores antigos a entendiam como “permanecer” ou “habitar”. De qualquer forma, a sentença indica a retirada do Espírito Santo, o doador da vida.  Claudionor de Andrade escreve: Da geração de Lameque, falou o Senhor: “O meu Espírito não agirá para sempre no homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3). Não sabemos por quantos anos, décadas, ou séculos, a geração de Lameque resistiu ao Espírito Santo. Da resistência ao Espírito de Deus, aqueles homens, mulheres e crianças passaram a blasfemar contra a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, depravando-se total mente. Imaginemos toda uma civilização a blasfemar contra o Espírito Santo. Fizeram-se aqueles homens piores do que os demônios. Estes, por não serem dotados de corpo, não podem estragar a criação física. Aqueles, pelo contrário, dotados de corpo e alma, transgrediam tanto no campo espiritual , como âmbito terreno. Os seguidores de Lameque eram duplamente endemoninhados Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 50.]
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A maldade crescia a cada dia e as pessoas iam se tornando totalmente depravadas.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO

“Nos dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava no ser humano, de duas principais maneiras: a concupsciência carnal (v.2) e a violência (vv.11,12). A degeneração humana não mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da depravação e da violência. Hoje em dia, a imoralidade, a incredulidade, a pornografia e a violência dominam a sociedade inteira.
Deus se revela já nestes primeiros capítulos da Bíblia, como um Deus pessoal para com o ser humano, e que é passível de sentir emoção, desagrado e reação contra o pecado deliberado e a rebelião da humanidade. (1) A expressão ‘arrependeu-se’ (6.6) significa que, por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a sua disposição para com as pessoas; sua atitude de misericórdia e de longaminidade passou à atitude de juízo. (2) A existência de Deus, o seu caráter e seus eternos propósitos traçados, permanecem imutáveis, porém, Ele pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste. Deus altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2Sm 24.16).
(3) Essa revelação de Deus como um Deus que pode sentir pesar e tristeza, deixa claro que Ele, em relação à sua criação, age pessoalmente, como no recesso de uma família. Ele tem um amor intenso pelos seres humanos e solicitude divina ante a penosa situação da raça humana (Sl 139.7-18)” (Bíblia de Estudo Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.41).

III. UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO

Noé pregou aos seus contemporâneos durante muito tempo. Mesmo assim, a sua geração não se curvou aos apelos divinos. Que diferença dos ninivitas, que deram ouvidos à pregação de Jonas (Jn 3.10). [Comentário: A mensagem de Deus de julgamento tem sempre a intenção de arrependimento e reconciliação, O arrependimento de Nínive com a pregação de Jonas, libera a misericórdia de Deus – Deus se arrependeu.]
1. A pregação de Noé. Apresentado como pregador da justiça, Noé cumpriu um longo e penoso ministério (2Pe 2.5). Enquanto se dava à construção da arca, conclamava seus contemporâneos ao arrependimento (1Pe 3.20). Se levarmos em conta Gênesis 6.3, concluiremos que o seu ofício de pregoeiro teve a duração de 120 anos. Sem dúvida, foi o mais longo ministério profético da Bíblia. Ele pregava com a voz e com as obras. A construção da arca, em si, já era uma pregação carregada de eloquência. [Comentário: A sociedade adâmica fez-se tão arrogante e insolente, tão inimiga de Deus e adversária de si mesma, que, em breve, haveria de desaparecer da face da terra: nasceram, prosperaram, depravaram-se totalmente e totalmente foram voltados à destruição, por haverem rejeitado a graça divina. Em meio à essa degradação moral, ética e espiritual, estava Noé, filho de Lameque, o décimo descendente de Adão, pela linhagem do piedoso Sete (Gn 5.28,29); O nome Noé vem de um termo hebraico que significa “alívio”, “descanso” ou “consolo”; Tal qual Enoque, Noé também é descrito como um homem que andou com Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar com Deus” aponta para a sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e obediência a Deus. Noé foi o “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5), essa descrição é única nas Escrituras, mas é bem conhecida na tradição judaica. Refere-se ou a exortações que não foram registradas no Antigo Testamento ou ao estilo de vida de Noé, que condenava o pecado e recomendava vida justa aos seus contemporâneos.]
2. Uma geração corrompida. Apesar das instâncias de Noé, seus contemporâneos corrompiam-se de tal forma, que se tornaram totalmente depravados. Ao Senhor, portanto, não restava outra alternativa a não ser destruir toda aquela civilização: “O fim de toda carne é vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que os desfarei com a terra” (Gn 6.13). A geração atual assemelha-se à de Noé. Apesar da pregação do Evangelho, a iniquidade multiplica-se de tal modo que chega a contaminar, inclusive, o amor dos fiéis (Mt 24.12). Comem, bebem e entregam-se à sensualidade, como se não houvesse Deus. [Comentário: Como se não bastasse a maldade, a corrupção e a violência, aquela geração também era caracterizada pela incredulidade, pois não deram crédito à pregação de Noé “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5). Nem mesmo a observação do milagre da entrada dos animais na arca, fez com que eles tomassem a iniciativa de arrepender-se dos seus pecados e entrar na arca para salvar as suas vidas. Tudo isto fez com que Deus tomasse a iniciativa de destruir a sua criação e, através de Noé, dar início a uma nova geração. Esta geração atual corresponda àquela.Note o seguinte do texto referenciado (Mt 24.12): guerras, terremotos, perseguições e falsos profetas são os sinais da vinda de Jesus, estes sinais indicam a certeza do julgamento. O versículo 14 diz: “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo...” há algum lugar onde a mensagem do Evangelho ainda não chegou com a internet? "Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês". (Lc 21.25-28). Não poderia haver uma descrição mais precisa sobre o mundo atual do que esta: "Os homens desmaiarão de terror, apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo". Armas nucleares são capazes de destruir completamente o planeta. E se, por acaso, alguns terroristas conseguirem se apossar de alguma ogiva nuclear? Jesus nos dá um fundamento para nossa esperança nessa era de calamidades. A crise atual do planeta, "angústia e perplexidade", apenas reforça a verdade de que a volta de Cristo está "próxima".]

SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O mundo de Lameque estava condenado a destruição.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor, neste tópico procure enfatizar a fidelidade de Noé. Diga aos alunos que ele trabalhou durante 120 anos na pregação e na construção da arca. Noé trabalhou na construção de um barco em um tempo que não havia chuva e em uma região sem água (cf. 6.3). Com certeza, ele deve ter tido que lidar com a zombaria das pessoas e a incredulidade com relação a sua pregação. Todavia, permaneceu firme e não deixou de realizar o seu trabalho e de confiar em Deus. A postura de Noé era de obediência a Deus e à sua palavra. Muitos, diante da primeira dificuldade pensam em parar, desistir. Como Igreja do Senhor, temos que continuar pregando a Palavra de Deus, confiando, tendo a certeza que em breve Jesus voltará e o juízo divino se dará sobre aqueles que rejeitaram a mensagem da salvação.
CONCLUSÃO
À semelhança de Noé, proclamemos a Palavra de Deus a tempo e a fora de tempo; esta é a nossa missão. Se nos conformarmos com o mundo, que esperança haverá aos que ainda anseiam pelo Evangelho? Levantemo-nos como pregoeiros da justiça. Ainda que soframos zombarias e escárnios, nossa missão não ficará inacabada. [Comentário: O Evangelho encontrou resistência por muitos anos. Hoje, quase que da noite para o dia, a Europa Oriental se libertou das cadeias de ferro do comunismo, o muro de Berlim caiu, o poderoso Império Soviético se ruiu. Em pouco tempo, praticamente metade do planeta abriu os braços para receber o evangelho. Não há barreiras para a Internet. Lugares antes inalcançáveis, são inundados com o Evangelho. Assim, a mensagem da Cruz Ensanguentada está verdadeiramente sendo espalhado por "todo o mundo" como nunca foi visto antes. Estes são os dias preditos por Jesus quando declarou: "Este evangelho do reino será pregado em todo o mundo" e "então virá o fim" - "Os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo... mas nos, segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça" (2 Pd 3).] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Novembro de 2015

PARA REFLETIR
A respeito do livro de Gênesis:
O que caracterizava o mundo de Lameque?
Violência sem limites, devassidão sexual e resistência à graça divina.
Qual o ofício de Tubalcaim?
Metalurgia, fabricação de instrumentos cortantes.
Que pecados caracterizavam os contemporâneos de Noé?
Era uma geração corrompida pelo pecado e caracterizada pela depravação moral.
É possível resistir a graça divina?
A graça de Deus, ainda que perfeita e infalível, pode ser resistida.
De que forma Noé apregoava a justiça divina?
Ele pregava a justiça divina com a voz e com as obras.

SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O impiedoso mundo de Lameque
O relato dos capítulos 5 e 6 se refere à linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete. Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no capítulo anterior (Gn 4.17-24). Neste contraste, há a presença de dois “Lameques”, um no capítulo 4 (vv.18,23) e outro no capítulo 5 (vv.28-31). Qual a diferença entre esses dois “Lameques”?
O Lameque do capítulo 4 é o da linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem violento e odioso, conforme o autor sagrado descreveu: “E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será vingado; mas Lameque, setenta vezes sete” (vv.23,24). O Lameque do capítulo 4 cantava e entoava a impiedade e a violência. A intenção de fazer o mal pulsava em seu coração, pois Lameque matou um jovem só porque este o pisou.
O Lameque do capítulo 5 é o da geração de Sete. A geração que começou a buscar a face do Senhor Deus. Esse Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das palavras do Lameque do capítulo 4, o pai de Noé se referiu ao seu amado filho, quando o nomeou, assim: “E chamou o seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). Este Lameque conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava cheia de violência. Entretanto, ele depositou a sua esperança no seu filho, pois sabia que Noé agradaria o Senhor seu Deus.
Enquanto o Lameque do capítulo 4 simboliza a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao mal, o plano de Caim que aprofundou o mal sobre a terra com a devassidão moral, a violência ilimitada e a terrível resistência à graça divina; o Lameque do capítulo 5 representa a esperança, o consolo de Deus a uma geração. Este Lameque é o Lameque que não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e consolação.
Por intermédio de Lameque, o pai de Noé, chegou o livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que Jesus de Nazaré é da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava para o plano maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.