Nosso Avanço Missionário está chegando! Ainda preciso de sua ajuda para o Projeto Avanço Missionário na cidade
de Parari-PB, a cidade menos evangelizada do Estado. Vamos levar o Evangelho e
ação social.
Com distribuição de
Bíblias e de cestas básicas, por isso nossa insistência. Falta menos de um mês,
já chegaram algumas doações, mas até o momento apenas 20 cestas básicas foram recebidas... Acredito que Deus há de usar
seus servos para ajudar neste projeto; dentre os mais de 3.282 seguidores, muitos
teriam condições de doar a totalidade planejada (50 cestas). Mas a obra sempre
é realizada com dificuldades, penso eu que é para darmos toda a glória a Ele. Caso
se sensibilize, clique aqui e veja como ajudar.
Data: 8 de
Novembro de 2015
TEXTO ÁUREO
“E viu o
Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda
imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente” (Gn
6.5). [Comentário: Um retrato
vívido da profundidade e amplitude da depravação humana]
VERDADE PRÁTICA
O mundo de
Lameque em nada diferia do nosso; resistindo à graça de Deus, entregaram-se à
devassidão, à violência e à resistência ao Espírito Santo.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 4.19
Lameque, o bígamo que não andou
segundo as leis de Deus
Terça — Gn 4.20-21
Lameque e sua descendência
corrompida
Quarta — Gn 4.23,24
Lameque, o poeta da violência e
da maldade
Quinta — Gn 6.1,2
Lameque e o seu mundo pecaminoso
e distante de Deus
Sexta — Gn 6.3
O mundo de Lameque resiste ao
Espírito de Deus
Sábado — Gn 6.5,6
O mundo de Lameque deteriora-se
totalmente
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 6.1-8.
1 — E aconteceu que, como os homens começaram a
multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,
2 — viram os filhos de Deus que as filhas dos
homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.
3 — Então, disse o Senhor: Não contenderá o meu
Espírito para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias
serão cento e vinte anos.
4 — Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e
também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas
geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de
fama.
5 — E viu o Senhor que a maldade do homem se
multiplicara sobre a terra e que toda imaginação dos pensamentos de seu coração
era só má continuamente.
6 — Então, arrependeu-se o Senhor de haver feito o
homem sobre a terra, e pesou-lhe em seu coração.
7 — E disse o Senhor: Destruirei, de sobre a face
da terra, o homem que criei, desde o homem até ao animal, até ao réptil e até à
ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.
8 — Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor.
HINOS SUGERIDOS
5, 141 e 232 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Compreender que o mundo de
Lameque em nada difere do nosso, resistindo à graça de Deus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos
referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por exemplo, o
objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
- I. Explicar a maravilha que era o mundo enquanto o pecado ainda não havia degenerado as pessoas;
- II. Compreender como o pecado se espalhou pela raça humana produzindo um mundo depravado;
- III. Explicar que o mundo depravado estava condenado à destruição.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Adão e Eva
pecaram e a corrupção humana foi se alastrando e envolvendo toda a humanidade.
Deus é santo e não poderia suportar o pecado, por isso, Ele resolveu dar fim a
humanidade trazendo o seu juízo. Mas, Deus ama tanto o homem que deu um tempo
para que as pessoas se arrependessem de seus pecados. O Senhor levantou Noé, um
homem justo, e sua família para construir a arca e anunciar o juízo que viria
caso não se arrependessem. Noé pregou durante anos, mas ninguém deu ouvidos a
sua pregação. Hoje também pregamos e anunciamos o Dia do Juízo de Deus sobre
essa Terra, porém, muitos não crêem. Todavia, como nos dias de Noé, o juízo de
Deus sobre o pecado virá. Noé e sua família foram salvos, e isso nos mostra que
Deus tem um compromisso com aqueles que pela fé lhe obedecem. Que possamos
permanecer na fé e como Noé, seguirmos anunciando o amor e o juízo de Deus
sobre o pecado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O exemplo de
Caim não demorou a generalizar-se. Se por um lado, sua descendência destaca-se
por empreendedores como Jabal e Jubal, por outro, é corrompida por homens
devassos e violentos como Lameque. Primeiro bígamo da história, este viria a se
notabilizar também por haver assassinado futilmente duas pessoas. E, para
comemorar o feito, compôs um poema. Os pecados de Caim e Lameque alastraram-se
de tal maneira que viriam a depravar, inclusive, a linhagem piedosa de Sete. Vivemos
dias semelhantes. A devassidão e a violência nunca foram tão exaltadas. Esta geração
existe como se não houvesse Deus. Entretanto, perto está o dia do juízo sobre
os praticantes da iniquidade. Lameque é o mais perfeito símbolo da depravação
total daquele período. [Comentário:
Nestes poucos versículos nós temos o desenvolvimento da civilização.
Infelizmente os efeitos do pecado se sobressaem. Mesmo aqui, os pecados que
culminaram no dilúvio começaram a ser praticados. Caim teve um filho, Enoque, e
edificou uma cidade, Enoque. Tal pai, tal filho. A linhagem de Caim constituiu
uma raça de empreendedores impiedosos. Caim, Enoque, Irade, Meujael, Metusael,
Lameque formam essa linhagem. Sem dúvida havia linhagens laterais, mas o livro menciona
esta porque no fim dela aparece Lameque, em cuja família culminam as características
da linhagem. Lameque tinha duas esposas, que lhe deram três filhos: Jabal, um
boiadeiro, Jubal, um músico e Tubalcaim, um forjador de metal. A violência de
Caim repetiu-se em Lameque, como se vê na sua “canção da espada” (Gn 4.23). Os descendentes
de Caim deixaram um legado de iniqüidade e maldade. Tornaram-se
auto-suficientes e a violência cada vez mais se multiplicava gerando uma
sociedade hostil e competitiva. Começava o olho por olho, dente por dente. Esta
era uma geração assassina e sábia. Caim e seus descendentes não estavam mais
dispostos a viver em conformidade com o padrão, então, Deus estava morto para
eles. Faziam suas próprias leis. Lameque havia matado alguém que tentou matá-lo
e também outra pessoa. Vangloriava-se disso e não necessitava da proteção de
Deus como Caim. A linhagem de Caim produziu as seguintes coisas: assassinato,
cidade, poligamia, músico, forjador de metal, poesia; mas nenhum exemplo de
homens que “andavam com Deu”]. Vamos
pensar maduramente sobre a fé cristã?
PONTO CENTRAL
Deus julga a maldade do mundo de Lameque.
I. UM MUNDO AINDA
MARAVILHOSO
Apesar da
Queda, o mundo antediluviano era farto e pródigo. Sua ecologia era perfeita;
sua tecnologia, considerável.
1. Fartura
de pão. A Terra,
embora amaldiçoada, era fértil e nada retinha à primeira civilização. Todos
comiam e bebiam à vontade (Mt 24.38,39). O pão não precisava ser racionado, o
azeite era abundante e o vinho escorria dos lagares. Tem-se a impressão de que
as pessoas daquela época viviam em permanente festança. Ninguém era capaz de
reconhecer que do Senhor é a Terra e a sua plenitude (Sl 24.1). [Comentário: Apesar do
pecado, a Terra pré-diluviana era um habitat perfeito; proporcionava alimentos
e regalos a todos. Por isso, os filhos de Adão davam-se ao luxo de viver
irresponsável e impiamente: “Porquanto, assim
como nos dias anteriores ao dilúvio comiam e bebiam, casavam e davam-se em
casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca” (MT 24.38). Aquela geração
não se angustiava com os problemas que, hoje, nos afligem. Ninguém se preocupava
com a ecologia. Água? Rios e riachos não lhes faltavam. Como possuíssem tudo em
abundância, gastavam as horas em orgias e truculências. Longevos, nem menção à
morte faziam. Comiam e bebiam, e contavam a vida em séculos, não em décadas. O
Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 45,46]
2. Saúde
perfeita. Tais
facilidades propiciaram aos antediluvianos uma saúde perfeita. Não era incomum
encontrar pessoas de quase mil anos (Gn 5.27). Na genealogia de Adão,
deparamo-nos com homens mais velhos que muitos dos países do mundo. Imaginemos
a folha corrida de um pecador de 900 anos. Nove séculos de completa depravação.
Quantos roubos, assassinatos, adultérios, mentiras e intolerâncias. Aos olhos
do santo Deus, era algo abominável. [Comentário:
Gênesis 1.6-7 menciona “águas sobre” a “expansão” de águas que circundavam
a terra. Tal “expansão de água” teria criado um “efeito estufa” em toda a
terra, e teria bloqueado muito da radiação que agora chega à terra. Isto teria
resultado em condições ideais de vida na terra. Isto parece especialmente
possível se considerarmos como a duração da vida começou a encolher tão
rapidamente depois do Dilúvio. Gênesis 7.11 possivelmente indica que, no
Dilúvio, a “expansão de água” se derramou sobre a terra, pondo fim às condições
ideais de vida. Compare as idades antes do Dilúvio (Gênesis 5.1-32) com as
idades após o Dilúvio (Gênesis 11.10-32). Imediatamente após o dilúvio, as idades
decresceram dramaticamente.]
3. Beleza
perfeita. Se a saúde era
perfeita, a beleza daquela geração era singular, haja vista a formosura das
filhas de Lameque. Não demorou para que viessem a encantar os filhos de Sete
(Gn 6.1,2). Imitando a bigamia de Lameque, estes homens, outrora tão piedosos,
tornaram-se polígamos incorrigíveis. Com tanta comida e bebida, por que não
viver em prazeres? Já que a vida era contada em séculos, ninguém haveria de
morrer amanhã. Sua filosofia não era apenas a busca pelo prazer, mas também
diabolicamente libertina. Aquela geração não possuía qualquer referência moral
ou ética. [Comentário: Sem sombra de
dúvida, Adão teve outros filhos depois de Sete, dos quais descenderam outras
linhagens. A linhagem citada parece ter sido escolhida por levar até Noé, que
apresenta as melhores características e através de quem a raça humana se perpetuou
e o descendente prometido veio. Podemos imaginar que o código genético humano
ainda não havia desenvolvido defeitos. Adão e Eva foram criados perfeitos.
Certamente eram altamente resistentes a doenças e enfermidades. Seus
descendentes teriam herdado tal vantagem, mesmo que em um menor grau. Com o
passar do tempo, entretanto, como resultado do pecado, o código genético humano
em muito se degenerou, e os seres humanos se tornaram mais e mais vulneráveis à
morte e doenças.]
4.
Tecnologia avançada. O mundo de
Lameque podia ostentar um surpreendente avanço tecnológico. Adão ainda vivia
quando Tubalcaim começou a dedicar-se à metalurgia. Este foi um homem, filho de
Lameque e de Zilá, se tornou conhecido pela sua habilidade em lidar com o cobre
e o ferro (Gn 4.22). Além da metalurgia, aquela geração sabia como trabalhar a
madeira e a cerâmica. O próprio Noé, aliás, não teve dificuldades técnicas em
construir a Arca, nem os seus descendentes, após o Dilúvio, viram-se impedidos
de erguer a Torre de Babel. [Comentário:
Claudionor de Andrade escreve em sua obra de apoio a esta lição: Não há
agricultura nem pecuária sem uma indústria de base. Há de se ter, pelo menos,
uma boa metal urgia para se forjar enxadas, pás e relhas aos agricultores, e os
instrumentos próprios dos pecuaristas. É justamente aí que surge a indústria de
Tubalcaim. Filho de Caim com Zilá, foi ele “artífice de todo instrumento
cortante, de bronze e de ferro” (Gn 4.22). Não foi, portanto, o homo erectus
quem descobriu o fogo. Dizem os evolucionistas que este, ao observar os raios
faiscando nas árvores, veio a intuir ser possível dominá-lo. Também não foi
Prometeu quem no-lo proporcionou, roubando-os aos deuses do Olimpo. Se alguém
descobriu o fogo não foi o homo erectus, nem os deuses da mitologia grega, mas o
justo Abel que, ao fazer sua oferenda ao Senhor, queimou-a como cheiro suave. A
partir daí, os filhos de Adão passaram a utilizá-lo, a fim de preparar alimentos,
alumiar suas casas, etc. Tubalcaim viria a descobrir ser possível industriar o
fogo e, assim, fundir os minérios de bronze e de ferro. Ora, se a região era
rica em ouro, por que não explorá-lo? Acredito que, se a humanidade não tivesse
pecado contra o Senhor, poderia ter começado a civilização não a partir do
ferro, mas do ouro. Segundo a história secular, a Idade do Ferro teria começado
por volta do ano 1200 a.C. Todavia, já na aurora da humanidade, havia um metalúrgico
e fundidor que, admirável mente, sabia como trabalhar o bronze e o ferro.
Processando-os, forjava instrumentos cortantes. Das forjas de Tubalcaim deve
ter saído também muita espada e punhal. Violência era o que não faltava àquela
época O Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 49.]
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Apesar da Queda, o mundo antediluviano ainda era maravilhoso.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Lameque
1.
Filho de Metusael, um descendente de Caim, que foi o primeiro polígamo, tendo
se casado com Ada e Zilá (Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que
habitam em tendas e têm gado), e Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão),
e Tubalcaim (mestre de toda a obra de cobre e de ferro). Lameque cantou para
suas esposas, vangloriando-se de ter matado os homens que o feriram ou o
golpearam. Essa vanglória é geralmente entendida como sendo a confiança nas
armas de metal de seu filho, em oposição à confiança em Deus. Estes filhos
parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e artífices em metal.
2.
O filho de Matusalém que, com a idade de 182 anos, se tornou o pai de Noé, e
viveu até a idade de 777 anos (Gn 5.25-31). Por ocasião do nascimento de seu
filho, ele expressou o desejo de que em Noé a maldição de Adão chegasse ao fim:
‘Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho de nossas mãos, por
causa da terra que o Senhor amaldiçoou’ (Gn 5.29). Ele está incluído na
genealogia do Senhor Jesus (Lc 3.36)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2006, p.1130).
II. UM MUNDO TOTALMENTE DEPRAVADO
O mundo de
Lameque era ingrato e cruel. Voltando-se contra o Senhor, seus descendentes
cometeram os pecados mais hediondos e abomináveis. [Comentário:
Em Rm 1.28-32, Paulo descreve os gentios entregues à reprováveis
sentimentos. Ele viu como evidência da culpa e da servidão ao pecado o fato de
que o conhecimento do juízo divino não atua mais como força de restrição,
antes, torna-se motivo para mais rebelião ainda, sob a forma de encorajar
outros ao pecado. Um sinal evidente de Deus ter abandonado qualquer sociedade
ou povo é que tais pessoas tornam-se obcecadas pela imoralidade e perversão
sexuais. A Expressão: "Também Deus Os Entregou" À Imundícia (v 24),significa
que Deus abandonou essas pessoas às concupiscências mais baixas. A palavra
"concupiscência" (gr. epithumia) neste versículo, denota uma paixão
desenfreada por prazeres sexuais proibidos - pornografia, sensualismo,
devassidão, libidinagem, lascívia e luxuria! Deus “tirou o pé do freio” nos
dias de Lameque, e os dias de hoje apontam para esta mesma situação.
1.
Devassidão sexual. O exemplo
de Lameque logo viria a replicar-se por toda a descendência de Adão. A família
tradicional foi se degenerando. Os pecados sexuais, agora, eram cometidos como
se nada fosse proibido; não havia limites à fornicação nem ao adultério. Até os
mesmos descendentes de Sete portaram-se levianamente em meio àquela imoralidade
crassa e gritante; corromperam-se até o inferno. Relata o autor sagrado: “Viram
os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si
mulheres de todas as que escolheram” (Gn 6.2). [Comentário:
Lameque, tomando para si duas esposas, agiu em claro desacordo com as
intenções de Deus. A poligamia é uma prática contrária à ordem estabelecida por
Deus na criação (Gn 2.24). Deus tolerou a poligamia, mas nunca a aprovou.
Conseqüentemente, verificamos que esse mal sempre teve o seu devido castigo. Lameque
não agiu por ignorância. Gênesis 4.24 mostra que ele conhecia as palavras de
Deus. Não sentia nenhuma necessidade da proteção que Deus havia prometido a
Caim. Suas palavras, cheias de orgulho e vanglória, manifestavam que se
considerava capaz de se defender a si mesmo. Ele mesmo poderia lutar por seus
direitos! Não precisava de Deus para nada! Vontade própria, independência e
autoritarismo eram as características dominantes de sua personalidade. Com
essas características, pode-se “alcançar” muito neste mundo pecaminoso.]
2. Violência
sem limites. Os excessos
daquela gente redundaram numa geração truculenta e implacável. Os assassinos
eram cultuados como heróis: “Havia, naqueles dias, gigantes na terra; e também
depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram
filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os varões de fama” (Gn
6.4). O que dizer do nosso tempo? Embora não sejamos tão fortes, nem tão
longevos, em nada diferençamo-nos dos filhos de Lameque. Nunca o homem fez-se
tão imoral quanto hoje. [Comentário:
A maldade e a corrupção daquela geração abriram as portas para a
violência. Os homens dos dias de Noé viviam agredindo-se mutuamente, pois as
Escrituras afirmam que “… encheu-se a terra de violência” (Gn 6.11 b). Teologicamente, Adão foi o grande
responsável pela introdução do pecado no mundo (Rm 5.12). Historicamente,
porém, o pecado alastrou-se a partir de Lameque, filho de Metusael (Gn 4.18).
Foi ele o primeiro pecador confesso da história da humanidade. De uma única
feita, admitiu haver cometido duas transgressões contra Deus. Sua confissão,
todavia, não foi acompanhada de arrependimento nem remorso; fez-se acompanhar
de um medo que logo seria esquecido. Indiretamente, confessa a bigamia. E, diretamente,
o duplo homicídio. Sua confissão j az num poema que, hoje, é conhecido como o
Cântico da Espada. Se Caim teve de ser duramente arguido por Deus para
confessar o assassinato de Abel , não precisou Lameque de arguição alguma.
Espontânea e livremente, declara haver assassinado banal mente dois homens. Um
adulto, ele o matou porque o ferira. E um rapaz por lhe ter pisado. Se recorrermos
ao original , constataremos que o segundo crime foi ainda mais grave. Lameque
revel a ter assassinado um jovem. Em hebraico, yeled pode aludir tanto a um
adolescente quanto a uma criança. Logo, o seu crime, além de banal e covarde,
foi singularmente brutal . O Começo de Todas as Coisas – Claudionor de
Andrade, CPAD - p. 47. Gn 6.5: todo o desígnio do seu coração – um retrato
vívido da profundidade da depravação humana (compare com Romanos 1.28-32). ]
3.
Resistência à graça divina. Por muito tempo, o Espírito de Deus instou junto àquela geração para
que se convertesse e deixasse seus maus caminhos. Chegou, porém, o dia em que Deus
deu um basta em tudo aquilo. Declarou o Senhor: “Não contenderá o meu Espírito
para sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão
cento e vinte anos” (Gn 6.3). A graça de Deus, ainda que perfeita e infalível,
pode ser resistida, haja vista a geração que saíra do Egito rumo a Canaã. Não
obstante os milagres que presenciara, endureceu o seu coração de tal forma, que
veio a ser rejeitada pelo Senhor (Hb 3.8). Isso significa que, mesmo hoje, há
crentes que reagem contrariamente à graça divina (Hb 3.15). Sim, apesar de
saber que o juízo divino é certo. [Comentário:
O termo “Contenderá” no original
hebraico é difícil de ser traduzida. Alguns estudiosos a relacionam ao termo
que significa “dominar” ou “julgar”, enquanto tradutores antigos a entendiam
como “permanecer” ou “habitar”. De qualquer forma, a sentença indica a retirada
do Espírito Santo, o doador da vida.
Claudionor de Andrade escreve: Da
geração de Lameque, falou o Senhor: “O meu Espírito não agirá para sempre no
homem, pois este é carnal; e os seus dias serão cento e vinte anos” (Gn 6.3).
Não sabemos por quantos anos, décadas, ou séculos, a geração de Lameque
resistiu ao Espírito Santo. Da resistência ao Espírito de Deus, aqueles homens,
mulheres e crianças passaram a blasfemar contra a Terceira Pessoa da Santíssima
Trindade, depravando-se total mente. Imaginemos toda uma civilização a blasfemar
contra o Espírito Santo. Fizeram-se aqueles homens piores do que os demônios.
Estes, por não serem dotados de corpo, não podem estragar a criação física. Aqueles,
pelo contrário, dotados de corpo e alma, transgrediam tanto no campo espiritual
, como âmbito terreno. Os seguidores de Lameque eram duplamente endemoninhados
Começo de Todas as Coisas – Claudionor de Andrade, CPAD - p. 50.]
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
A maldade crescia a cada dia e as pessoas iam se tornando totalmente
depravadas.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Nos
dias de Noé, o pecado abertamente se manifestava no ser humano, de duas
principais maneiras: a concupsciência carnal (v.2) e a violência (vv.11,12). A
degeneração humana não mudou; o mal continua irrompendo desenfreado através da
depravação e da violência. Hoje em dia, a imoralidade, a incredulidade, a
pornografia e a violência dominam a sociedade inteira.
Deus
se revela já nestes primeiros capítulos da Bíblia, como um Deus pessoal para
com o ser humano, e que é passível de sentir emoção, desagrado e reação contra
o pecado deliberado e a rebelião da humanidade. (1) A expressão ‘arrependeu-se’
(6.6) significa que, por causa do trágico pecado da raça humana, Deus mudou a
sua disposição para com as pessoas; sua atitude de misericórdia e de
longaminidade passou à atitude de juízo. (2) A existência de Deus, o seu
caráter e seus eternos propósitos traçados, permanecem imutáveis, porém, Ele
pode alterar seu tratamento para com o homem, dependendo da conduta deste. Deus
altera, sim, seus sentimentos, atitudes, atos e intenções, conforme as pessoas
agem diante da sua vontade (Êx 32.14; 2Sm 24.16).
(3)
Essa revelação de Deus como um Deus que pode sentir pesar e tristeza, deixa
claro que Ele, em relação à sua criação, age pessoalmente, como no recesso de
uma família. Ele tem um amor intenso pelos seres humanos e solicitude divina
ante a penosa situação da raça humana (Sl 139.7-18)” (Bíblia de Estudo
Pentecostal. RJ: CPAD, 1995, p.41).
III. UM MUNDO CONDENADO À DESTRUIÇÃO
Noé pregou
aos seus contemporâneos durante muito tempo. Mesmo assim, a sua geração não se
curvou aos apelos divinos. Que diferença dos ninivitas, que deram ouvidos à
pregação de Jonas (Jn 3.10). [Comentário:
A mensagem de Deus de julgamento tem sempre a intenção de arrependimento e
reconciliação, O arrependimento de Nínive com a pregação de Jonas, libera a misericórdia
de Deus – Deus se arrependeu.]
1. A
pregação de Noé. Apresentado
como pregador da justiça, Noé cumpriu um longo e penoso ministério (2Pe 2.5).
Enquanto se dava à construção da arca, conclamava seus contemporâneos ao
arrependimento (1Pe 3.20). Se levarmos em conta Gênesis 6.3, concluiremos que o
seu ofício de pregoeiro teve a duração de 120 anos. Sem dúvida, foi o mais
longo ministério profético da Bíblia. Ele pregava com a voz e com as obras. A
construção da arca, em si, já era uma pregação carregada de eloquência. [Comentário: A sociedade
adâmica fez-se tão arrogante e insolente, tão inimiga de Deus e adversária de
si mesma, que, em breve, haveria de desaparecer da face da terra: nasceram,
prosperaram, depravaram-se totalmente e totalmente foram voltados à destruição,
por haverem rejeitado a graça divina. Em meio à essa degradação moral, ética e
espiritual, estava Noé, filho de Lameque, o décimo descendente de Adão, pela
linhagem do piedoso Sete (Gn 5.28,29); O nome Noé vem de um termo hebraico que
significa “alívio”, “descanso” ou “consolo”; Tal qual Enoque, Noé também é
descrito como um homem que andou com Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar
com Deus” aponta para a sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e
obediência a Deus. Noé foi o “pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5), essa descrição é
única nas Escrituras, mas é bem conhecida na tradição judaica. Refere-se ou a
exortações que não foram registradas no Antigo Testamento ou ao estilo de vida
de Noé, que condenava o pecado e recomendava vida justa aos seus
contemporâneos.]
2. Uma
geração corrompida. Apesar das
instâncias de Noé, seus contemporâneos corrompiam-se de tal forma, que se
tornaram totalmente depravados. Ao Senhor, portanto, não restava outra
alternativa a não ser destruir toda aquela civilização: “O fim de toda carne é
vindo perante a minha face; porque a terra está cheia de violência; e eis que
os desfarei com a terra” (Gn 6.13). A geração atual assemelha-se à de Noé.
Apesar da pregação do Evangelho, a iniquidade multiplica-se de tal modo que
chega a contaminar, inclusive, o amor dos fiéis (Mt 24.12). Comem, bebem e
entregam-se à sensualidade, como se não houvesse Deus. [Comentário: Como se não
bastasse a maldade, a corrupção e a violência, aquela geração também era
caracterizada pela incredulidade, pois não deram crédito à pregação de Noé
“pregoeiro da justiça” (2Pe 2.5). Nem mesmo a observação do milagre da entrada
dos animais na arca, fez com que eles tomassem a iniciativa de arrepender-se
dos seus pecados e entrar na arca para salvar as suas vidas. Tudo isto fez com
que Deus tomasse a iniciativa de destruir a sua criação e, através de Noé, dar
início a uma nova geração. Esta geração atual corresponda àquela.Note o
seguinte do texto referenciado (Mt 24.12): guerras, terremotos, perseguições e
falsos profetas são os sinais da vinda de Jesus, estes sinais indicam a certeza
do julgamento. O versículo 14 diz: “E será pregado este evangelho do reino por
todo o mundo...” há algum lugar onde a mensagem do Evangelho ainda não chegou
com a internet? "Haverá sinais no
sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações estarão em angústia e
perplexidade com o bramido e a agitação do mar. Os homens desmaiarão de terror,
apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo; e os poderes celestes serão
abalados. Então, se verá o Filho do Homem vindo numa nuvem com poder e grande
glória. Quando começarem a acontecer estas coisas, levantem-se e ergam a
cabeça, porque estará próxima a redenção de vocês". (Lc 21.25-28). Não
poderia haver uma descrição mais precisa sobre o mundo atual do que esta:
"Os homens desmaiarão de terror,
apreensivos com o que estará sobrevindo ao mundo". Armas nucleares são
capazes de destruir completamente o planeta. E se, por acaso, alguns
terroristas conseguirem se apossar de alguma ogiva nuclear? Jesus nos dá um
fundamento para nossa esperança nessa era de calamidades. A crise atual do
planeta, "angústia e perplexidade",
apenas reforça a verdade de que a volta de Cristo está "próxima".]
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O mundo de Lameque estava condenado a destruição.
SUBSÍDIO DIDÁTICO
Professor,
neste tópico procure enfatizar a fidelidade de Noé. Diga aos alunos que ele
trabalhou durante 120 anos na pregação e na construção da arca. Noé trabalhou
na construção de um barco em um tempo que não havia chuva e em uma região sem
água (cf. 6.3). Com certeza, ele deve ter tido que lidar com a zombaria das
pessoas e a incredulidade com relação a sua pregação. Todavia, permaneceu firme
e não deixou de realizar o seu trabalho e de confiar em Deus. A postura de Noé
era de obediência a Deus e à sua palavra. Muitos, diante da primeira
dificuldade pensam em parar, desistir. Como Igreja do Senhor, temos que
continuar pregando a Palavra de Deus, confiando, tendo a certeza que em breve
Jesus voltará e o juízo divino se dará sobre aqueles que rejeitaram a mensagem
da salvação.
CONCLUSÃO
À semelhança
de Noé, proclamemos a Palavra de Deus a tempo e a fora de tempo; esta é a nossa
missão. Se nos conformarmos com o mundo, que esperança haverá aos que ainda
anseiam pelo Evangelho? Levantemo-nos como pregoeiros da justiça. Ainda que
soframos zombarias e escárnios, nossa missão não ficará inacabada. [Comentário: O Evangelho encontrou
resistência por muitos anos. Hoje, quase que da noite para o dia, a Europa
Oriental se libertou das cadeias de ferro do comunismo, o muro de Berlim caiu,
o poderoso Império Soviético se ruiu. Em pouco tempo, praticamente metade do
planeta abriu os braços para receber o evangelho. Não há barreiras para a
Internet. Lugares antes inalcançáveis, são inundados com o Evangelho. Assim, a
mensagem da Cruz Ensanguentada está verdadeiramente sendo espalhado por
"todo o mundo" como nunca foi visto antes. Estes são os dias preditos
por Jesus quando declarou: "Este
evangelho do reino será pregado em todo o mundo" e "então virá o fim" - "Os céus e a terra que agora existem pela
mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo... mas nos,
segundo a Sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a
justiça" (2 Pd 3).] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Novembro de 2015
PARA REFLETIR
A respeito do livro
de Gênesis:
O que caracterizava o
mundo de Lameque?
Violência sem limites,
devassidão sexual e resistência à graça divina.
Qual o ofício de
Tubalcaim?
Metalurgia, fabricação
de instrumentos cortantes.
Que pecados
caracterizavam os contemporâneos de Noé?
Era uma geração
corrompida pelo pecado e caracterizada pela depravação moral.
É possível resistir a
graça divina?
A graça de Deus, ainda
que perfeita e infalível, pode ser resistida.
De que forma Noé
apregoava a justiça divina?
Ele pregava a justiça
divina com a voz e com as obras.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
O impiedoso mundo de
Lameque
O relato dos capítulos 5 e 6 se
refere à linhagem familiar de Adão, mais particularmente à geração de Sete.
Essa genealogia faz um contraste com a linhagem de Caim descrita no capítulo
anterior (Gn 4.17-24). Neste contraste, há a presença de dois “Lameques”, um no
capítulo 4 (vv.18,23) e outro no capítulo 5 (vv.28-31). Qual a diferença entre
esses dois “Lameques”?
O Lameque do capítulo 4 é o da
linhagem de Caim, trata-se, pois, de um homem violento e odioso, conforme o
autor sagrado descreveu: “E disse Lameque a suas mulheres: Ada e Zilá ouvi a
minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai o meu dito: porque eu matei um
varão, por me ferir, e um jovem, por me pisar. Porque sete vezes Caim será
vingado; mas Lameque, setenta vezes sete” (vv.23,24). O Lameque do capítulo 4
cantava e entoava a impiedade e a violência. A intenção de fazer o mal pulsava em
seu coração, pois Lameque matou um jovem só porque este o pisou.
O Lameque do capítulo 5 é o da
geração de Sete. A geração que começou a buscar a face do Senhor Deus. Esse
Lameque é o pai de Noé. Diferentemente das palavras do Lameque do capítulo 4, o
pai de Noé se referiu ao seu amado filho, quando o nomeou, assim: “E chamou o
seu nome Noé, dizendo: Este nos consolará acerca de nossas obras e do trabalho
de nossas mãos, por causa da terra que o SENHOR amaldiçoou” (Gn 5.29). Este
Lameque conhecia bem ao Senhor e sabia que a terra estava cheia de violência.
Entretanto, ele depositou a sua esperança no seu filho, pois sabia que Noé
agradaria o Senhor seu Deus.
Enquanto o Lameque do capítulo 4
simboliza a violência, o ódio, a desesperança, o mundo entregue ao mal, o plano
de Caim que aprofundou o mal sobre a terra com a devassidão moral, a violência
ilimitada e a terrível resistência à graça divina; o Lameque do capítulo 5
representa a esperança, o consolo de Deus a uma geração. Este Lameque é o
Lameque que não prosperou em maldade, mas em bondade, misericórdia e
consolação.
Por intermédio de Lameque, o pai
de Noé, chegou o livramento de Deus para a humanidade. Lembremos de que Jesus
de Nazaré é da linhagem de Noé. No Dilúvio, o plano de Deus apontava para o plano
maior dEle para o mundo: a Cruz do Calvário.