Lição 5: Caim era do
Maligno
Data: 1 de
Novembro de 2015
TEXTO ÁUREO
“[...]
Que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu
irmão [...]” (1Jo 3.11,12). [Comentário:
O amor por outros cristãos é tanto uma característica da nova natureza dos
crentes quanto da vida justa (Jo 13.35).]
VERDADE PRÁTICA
Quem ama de verdade não se deixa dominar nem pela inveja nem pelo ódio.
LEITURA DIÁRIA
Segunda — Gn 4.1
Caim, o
primogênito de Adão, era mau
Terça — Gn 4.2
Caim, foi um
importante lavrador da terra
Quarta — Gn 4.5
Caim e sua
oferta foram rejeitados por Deus
Quinta — Gn 4.6
Caim tinha o
seu coração tomado pelo rancor
Sexta — Gn 4.8
O ódio e o
rancor fizeram de Caim um homicida
Sábado — 1Jo 3.12
Caim foi
dominado pelo pecado, pois seu coração era mau
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 4.1-10.
1 — E conheceu Adão a Eva, sua
mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do Senhor um varão.
2 — E teve mais a seu irmão Abel;
e Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra.
3 — E aconteceu, ao cabo de dias,
que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR.
4 — E Abel também trouxe dos
primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura; e atentou o SENHOR para Abel e
para a sua oferta.
5 — Mas para Caim e para a sua
oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante.
6 — E o SENHOR disse a Caim: Por
que te iraste? E por que descaiu o teu semblante?
7 — Se bem fizeres, não haverá
aceitação para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será
o seu desejo, e sobre ele dominarás.
8 — E falou Caim com o seu irmão
Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão
Abel e o matou.
9 — E disse o Senhor a Caim: Onde
está Abel, teu irmão? E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?
10 — E disse Deus: Que fizeste? A
voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra.
HINOS SUGERIDOS
75, 126 e 330 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Conscientizar dos perigos de se deixar dominar pela inveja e pelo ódio.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os
objetivos específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada
tópico. Por exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos
subtópicos.
- I. Explicar porque Caim era do maligno;
- II. Compreender porque Deus rejeitou o sacrifício de Caim;
- III. Explicar que ódio e a inveja de Caim o levaram a matar seu irmão.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
O capítulo 4
do livro de Gênesis nos mostra que o pecado de Adão e Eva não afetou somente
eles, mas trouxe sérios infortúnios para seus descendentes. A história do
pecado de Caim, muito se assemelha a de seus pais, pois podemos ver um ato de
violação (4.8), uma cena de julgamento (4.9-15) e a execução da sentença divina
sobre o pecador (4.16).
Caim tinha
um coração mau, dominado pelo ódio e a inveja, por isso, teve o seu sacrifício
rejeitado. Deus não olhou e não olha para a oferta em si, mas o mais importante
é o coração do ofertante, por isso, Jesus declarou: “Portanto, se trouxeres a
tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra
ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com
teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta” (Mt 5.23,24). Jamais
poderemos comprar a Deus ou impressioná-lo com as nossas ofertas, pois tudo que
existe nos céus e a Terra pertence ao Senhor. Ele é o dono da prata e do ouro.
Sejamos fiéis ao Senhor em nossas ofertas, mas que jamais venhamos a permitir
que nossos corações sejam contaminados pelo pecado.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
O capítulo 4
de Gênesis apresenta a triste história do primeiro homicídio da Terra. Caim, o
primeiro homem nascido de mulher, matou o próprio irmão depois que teve sua
oferta recusada por Deus. O que deveria ser uma ocasião de ações de graças
enlutou a família de Adão. Caim demonstrou, dessa forma, que era do maligno,
que tinha um coração e atitudes que desagradavam a Deus. [Comentário: No capítulo 3 de
Gênesis, o homem estava em perfeita comunhão com Deus, no capítulo 4 a raça
humana já não tem comunhão com Deus, antes está completamente morta e tende
para o mal. Este capítulo também revela como o pecado se espalhou na primeira
família e então na sociedade. Verdadeiramente a depravação bem cedo floresceu e
se espalhou. A oferta de Caim foi rejeitada porque ele mesmo não era justo
diante de Deus. A Bíblia toda ensina que nada do que nós oferecemos a Deus é
aceito se não estivermos corretos diante dEle [Gn 4.5, Hb 11.6; Is 1.10-15].
Caim se achou no direito te tirar a vida do próprio irmão por pura inveja. O
pecado do capítulo 3 está tomando uma nova cara. Vemos em Caim inveja, cobiça,
ódio, ira… Triste realidade: a violência cresce! Vemos claramente a violência
crescendo a cada dia. A crueldade dos homens parece não ter fim.] Vamos pensar maduramente a fé cristã?
PONTO CENTRAL
O coração de Caim era mau, por isso, Deus rejeitou a sua oferta.
I. CAIM, SEGUIDOR DE SATANÁS
1. A semente
da mulher. O
nascimento de Caim foi acolhido com ações de graças a Deus. Ao contemplar o
filhinho, exclamou Eva: “Alcancei do Senhor um varão” (Gn 4.1). Eva considerou
que seu primeiro filho foi um presente de Deus. A seguir, nasceu Abel, o
segundo filho, e a partir daí a narrativa bíblica vai apresentar as profissões
de cada um dos irmãos: Caim se tornou um lavrador, e Abel, um pastor.
Satanás,
pelo que inferimos dos fatos, não teve muito esforço em aliciar o primeiro
filho de Adão. Dessa forma, Caim entra para a História Sagrada como o primeiro
discípulo declarado do Diabo, cuja lista seria longa e enfadonha: Faraó,
Herodes, Stalin, e alguns contemporâneos nossos. [Comentário:
Aqui nós temos o relato inspirado do nascimento das primeiras crianças no
mundo. O primeiro recebeu o nome de Caim, que significa "adquirido"
ou "obtido". Alguns acreditam que Eva pensou que ele seria o Messias
prometido em Gênesis 3.15. Entretanto, parece que ela cedo aprendeu o triste
fato de que este mundo é um lugar de tristeza e vazio. O segundo filho se
chamou Abel, que quer dizer "vaidade" ou "vapor." Eva deve
ter se tornado cada vez mais consciente da destruição que o pecado produziu.
Entretanto, o nome de Caim parece mostrar que ela acreditava nas promessas de
Deus. Caim foi a primeira pessoa que mostrou o quão perverso o homem poderia
ser após os efeitos da entrada do pecado no mundo pelo evento conhecido como “A
Queda”; ele não conseguiu dominar sua natureza caída, convidou seu irmão Abel a
ir para o campo e lá o atacou matando-o. Como entender que Caim era filho do
malígno? “e conheceu Adão a Eva, sua
mulher, e ela concebeu e deu à luz a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um homem.”
(Gn 4.1), “não como Caim, que era do
maligno, e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras
eram más e as de seu irmão justas.” (1Jo 3.12), a resposta é que ele era
filho fisicamente de Adão e espiritualmente de Satanás: “vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso
pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não
há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque
é mentiroso, e pai da mentira.” (Jo 8.44), “disse: Ó filho do diabo, cheio de todo o engano e de toda a malícia,
inimigo de toda a justiça, não cessarás de perturbar os retos caminhos do
Senhor?” (At 13.10), mesmo filiação chamada também de filho da
desobediência: “em que noutro tempo
andastes segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar,
do espírito que agora opera nos filhos da desobediência;” (Ef 2.2), “estando nós ainda mortos em nossas ofensas,
nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos),” (Ef 5.6); “pelas quais coisas vem a ira de Deus sobre
os filhos da desobediência;” (Cl 3:6). Todo aquele que comete pecado tem
filiação com o diabo: “Quem comete o
pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio...”. (1 Jo 3.8).
Isto posto, não apenas Caim, Faraó, Herodes, Stalin, e alguns contemporâneos
nossos, mas muitos “crentes” em nosso meio!]
2. O
agricultor. Já homem
feito, pôs-se Caim a trabalhar a terra, conforme o Senhor havia ordenado (Gn
1.26-28). E, pelo que depreendemos, ele foi muito bem-sucedido como agricultor.
A Terra, embora amaldiçoada pela transgressão de seu pai, não lhe negou
colheita alguma. Solo arável não lhe faltava naquele mundo sem fronteira. [Comentário: Geralmente é
aceito que o nome “Caim” significa “adquirido” (do hebraico gana), porém no original a sua forma
exata é “qayin” e também pode significar “lança” ou “ferreiro”. A profissão de
Caim era lavrador da terra.]
3. A apostasia
de Caim. Apesar de
seu sucesso profissional, Caim não se voltou a Deus em espírito e em verdade
(Jo 4.23). Antes, deixou-se cooptar pelo Diabo. Este, sempre oportunista, fez
daquele jovem o seu principal aliado, objetivando frustrar a redenção da humanidade.
Mas Satanás
estava enganado. Embora sagaz, pouco sabia dos reais planos de Deus para a
nossa salvação. Enquanto isso, ia o jovem Abel tangendo o seu gado na graça
divina. [Comentário: A oferta de
Caim foi rejeitada porque ele mesmo não era justo diante de Deus. A Bíblia toda
ensina que nada do que nós oferecemos a Deus é aceito se não estivermos
corretos diante dEle [Gn 4.5, Hb 11.6; Is 1.10-15]. Caim errou no que deveria
fazer, especialmente por lhe ter faltado fé: “pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual
alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e
por ela, depois de morto, ainda fala.” (Hb 11.4), ou seja, por não crer,
ele fez diferente do que lhe foi requerido e com isso reprovado.]
SÍNTESE DO TÓPICO (I)
Caim
entrou para a história de uma maneira triste, ele se tornou o primeiro homicida
da humanidade.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“A
história dos primeiros dois rapazes nascidos a Adão e Eva realça as
repercussões do pecado dentro da unidade familiar. Caim e Abel, tinham
temperamentos notavelmente opostos. Caim gostava de trabalhar com plantas. Abel
gostava de estar com animais. Ambos tinham uma disposição de espírito religioso.
Os
filhos de Adão levaram sacrifícios ao Senhor, o primeiro incidente sacrificial
registrado na Bíblia. Que Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas
e da sua gordura não quer dizer necessariamente que animais são superiores a
plantas para propósitos sacrificiais. Por que atentou o Senhor para Abel e para
a sua oferta fica evidente à medida que a história se desenrola. A primeira
pista aparece quase imediatamente. Caim não suportava que algum outro ficasse
em primeiro lugar. A preferência do Senhor por Abel encheu Caim de raiva. Só
Caim podia ser o ‘número um’.
O
Senhor não estava ausente na hora da adoração. Ele abordou Caim e lhe deu um
aviso. Deus não o condenou diretamente, mas por meio de um jogo de palavras
informou Caim que ele estava em real perigo. Em hebraico, a palavra aceitação
é, literalmente, levantamento, e está em contraste com descaiu. Um olhar
abatido não é companhia adequada de uma consciência pura ou de uma ação
correta. O ímpeto das perguntas de Deus era levar Caim à introspecção e ao
arrependimento” (Comentário Bíblico Beacon. 1ª Edição. Volume I. RJ:
CPAD, 2005, p.43).
II. O CULTO DE CAIM
A Escritura
diz que, passado algum tempo, Caim e Abel trouxeram, do fruto do seu trabalho,
uma oferenda ao Senhor.
1. O
sacrifício rejeitado. “E
aconteceu, ao cabo de dias, que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao
Senhor” (Gn 4.3). É provável que ele tenha aprendido a cultuar a Deus com o seu
pai, Adão, pelo menos, exteriormente. Do fruto de sua colheita, separou uma
oferta ao Criador. Podem ter sido frutas, legumes ou cereais, oferendas válidas
(Lv 23.10). [Comentário:
Note o seguinte texto:“e a Sete
também nasceu um filho; e chamou o seu nome Enos; então se começou a invocar o
nome do SENHOR.” (Gn 4.26); aparentemente, há uma contradição, não é? Como
se explica isso? “E aconteceu ao cabo de
dias que Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. E Abel também
trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura; e atentou o SENHOR
para Abel e para a sua oferta.” (Gn 4.3,4); a resposta é simples, de fato,
sempre houveram verdadeiros adoradores a Deus, começando pelos nossos pais,
Adão e Eva, passando por outros tantos, ocorre que o que houve de especial em
Gn 4.26 é que agora a população já estava maior, se fala em adoração pública,
distinta das realizadas anteriormente, quando era restrita ao seio do lar, esta
é a diferença, uma é reservada, a outra é pública.]
Abel também
pôs-se a cultuar o Senhor, oferecendo-lhe as primícias do rebanho (Gn 4.4). Diz
o texto sagrado que Deus atentou para o sacrifício de Abel, mas rejeitou o de
Caim (Gn 4.5). O problema não estava na oferta, mas no ofertante. Tanto a
oferta de animais, como a de frutos da terra, eram igualmente aceitáveis no
culto divino. Não nos esqueçamos de que o Senhor viria a reprovar até mesmo a
oferta animal ao tornar-se esta formal e impiedosa (Jr 6.20). [Comentário: No texto de
Gênesis o único indício que temos sobre o motivo de Deus não aceitar a oferta
de Caim está no versículo 7: “Se você
fizer o bem, não será aceito? Mas se não o fizer, saiba que o pecado o ameaça à
porta; ele deseja conquistá-lo, mas você deve dominá-lo”. O problema de
Caim era “não fazer o bem”. Muitos
interpretes tentam explicar essa recusa e três possibilidades são as mais
sugeridas:
a. A primeira sugestão é que Abel ofereceu o
melhor que possuía, ao contrário de Caim. Curiosamente essa é a sugestão mais
conhecida, porém não existem indicações bíblicas que defendam essa hipótese no
texto.
b. A segunda é que Caim trouxe uma oferta onde
não houve um “derramamento de sangue”, e, desta forma, se passou por um homem
justo e sem necessidade de qualquer sacrifício pelos pecados. Essa hipótese
assume que Deus previamente havia instruído sobre o tipo de oferta que deveria
ser apresentada para fazer a expiação pelos pecados, logo, Caim desobedeceu a
essa instrução. O versículo 3 do mesmo capítulo é utilizado para defender essa
interpretação, afirmando que o sacrifício já era habitual para eles.
c. A terceira possibilidade defende que a
atitude de Caim estava errada, em seu interior em relação a sua comunhão com
Deus. Em Hebreus 11.4 é relatado que “foi pela fé” que Abel ofereceu um
sacrifício maior que o de Caim, e, por sua ira invejosa, Deus censurou Caim.]
2. A atitude
interior reprovada. Por que o
Senhor reprovou o sacrifício de Caim? Porque o seu culto não passava de uma
mera formalidade. Como se não bastasse, apresentava-se a Deus com a alma tomada
pelo ódio. Naquele instante, indaga-lhe o Senhor: “Por que te iraste? E por que
descaiu o teu semblante?” (Gn 4.6). Por esse motivo, recomenda-nos Paulo:
“Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem
ira nem contenda” (1Tm 2.8).
Na Igreja de
Deus não pode haver espaço para homens iracundos e contenciosos, que farão da
obra do Senhor uma causa de ganho pessoal. Deus não se agrada de pessoas que
agem dessa forma. [Comentário:
O sacrifício deve ser oferecido com fé, pois, sem fé é impossível agradar
a Deus, indiferente do sacrifício. Os dois filhos de Adão trouxeram sacrifício
ao Senhor. O Senhor se agradou de um e desagradou-se do outro. E o que levou o
Senhor agradar-se de um e do outro não agradar-se está diretamente ligado ao
procedimento de fé de cada um dos irmãos. Havia no sacrifício de Abel um
ingrediente muito importante chamado fé, ao passo que, Caim, talvez estivesse
apenas cumprindo um ritual religioso. O que separa uma vida religiosa de uma
vida de intimidade com Deus é o ingrediente “fé” no que fazemos diante de Deus
e para Deus. Note que a razão do sacrifício é evidenciar a fé do ofertante: Hebreus
11.4 assevera: “Pela fé Abel ofereceu a
Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era
justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e por ela, depois de morto, ainda
fala.”.]
3. O pecado
sempre presente. Se Caim o
quisesse, poderia reverter aquela situação, dominando o seu coração homicida.
Eis o que lhe aconselha o amoroso Deus: “Se bem fizeres, não haverá aceitação
para ti? E, se não fizeres bem, o pecado jaz à porta, e para ti será o seu
desejo, e sobre ele dominarás” (Gn 4.7).
Caim
racionaliza o seu pecado. Recusando-se a fazer o bem, permitiu que Satanás lhe
tornasse mal o coração. Neste, o homicídio foi um processo que, germinado pela
inveja, frutificou numa ira assassina (Tg 1.13-15). Se não quisermos pecar
contra Deus, não permitamos que o pecado nos germine na alma. Arranquemos,
pois, as ervas daninhas que Satanás nos lança no íntimo. [Comentário: A diferença
entre Caim e Abel pode ser vista em todas as épocas. Os Publicanos e Fariseus
nos dão um retrato disto no Novo Testamento [Lc 18.9-14]. O "caminho de
Caim" [Judas 11] é o caminho da salvação através das obras e da religião. Deus
alertou a Caim, porém, ele não deu ouvidos. Eva foi induzida a pecar e agora
Caim não podia o resistir.]
SÍNTESE DO TÓPICO (II)
O coração de Caim era mau, por isso, sua oferta foi rejeitada pelo
Senhor.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“‘E
irou-se Caim fortemente’ (4.5). A ira de Caim mostra quão decidido ele estava
em agir por conta própria, sem se submeter a Deus. A ira é uma emoção
destruidora. Nunca poderemos nos desculpar por ter ofendido alguém dizendo:
‘Tenho um temperamento agressivo’. Precisamos considerar a ira como pecado e
conscientemente nos submeter à vontade de Deus” (RICHARDS, Lawrence O. Guia
do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por
capítulo. 10ª Edição. RJ: CPAD, 2012, p.28).
III. CAIM NÃO GUARDOU O SEU IRMÃO
O crime de
Caim foi doloso. Além de mover um ódio doentio contra o irmão, dissimuladamente
levou-o até a cena do crime, onde veio a matá-lo.
1. O crime. Narra o autor sagrado que, estando ambos no campo,
longe dos olhos dos pais, Caim insurgiu-se contra Abel e o matou (Gn 4.8).
Assassino dissimulado e cruel, aproveitou-se da confiança de seu irmão para
matá-lo. Esse fato deve nos servir de aviso: até que ponto estamos nutrindo
sentimentos perniciosos contra nossos irmãos a ponto de planejar contra eles o
mal ou coisa pior? Que Deus nos faça refletir sobre nossas atitudes e não nos
deixe ser pessoas como Caim. [Comentário:
Caim não teve pensamentos de arrependimento, nutriu apenas pensamentos de
vingança. O Senhor questionou Caim para que ele tivesse oportunidade de se
arrepender do seu pecado. Infelizmente o assassino então mentiu. Quando nós
seguimos o diabo, agimos da mesma forma que ele [Jo 8.44]. O primeiro homem á
morrer sobre a terra foi um filho de Deus, que foi assassinado. Na verdade o
ódio de Satanás pelos filhos de Deus é antigo [Gn 3.15; Gl 4.29]. Caim matou
Abel porque ele era justo e conhecia o evangelho [1Jo 3.11-13]. O que nos traz
conforto é saber que o primeiro homem ao morrer, foi para o céu.]
2. O álibi. Quando inquirido por Deus acerca do paradeiro do
irmão, Caim desculpa-se, como se estivesse noutro lugar, quando da morte de
Abel: “Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4.9). O seu álibi é
energicamente destruído pelo justo Senhor: “Que fizeste? A voz do sangue do teu
irmão clama a mim desde a terra” (Gn 4.10).
Há muito
sangue clamando no mundo. A pergunta não haverá de ser emudecida: “Onde está
Abel, teu irmão?” (Gn 4.9). O que responderemos? De fato, somos chamados a
demonstrar amor e respeito uns pelos outros, pois somos guardadores de nossos
irmãos. [Comentário: O tema do amor
fraterno ocorre muito cedo na Escritura; desde o início, fica claro que Deus
coloca uma alta prioridade na maneira como irmãos se relacionam. Nest5a
passagem, a questão da responsabilidade de um pelo outro surge pela primeira
vez. Caim pergunta: “Sou eu guardador do meu irmão?” O termo usado para
guardador (Hb shamar) significa “guardar, proteger, prestar atenção, ou
considerar.” Somos nós responsáveis pelos outros? “Sem sombra de dúvida” é a
resposta de Deus. Nós não somente somos guardadores do nosso irmão, como também
somos responsáveis pelo nosso tratamento e pela nossa maneira de relacionar-se
com os nossos irmãos (de sangue e espirituais). Em virtude do pecado de Caim
contra o seu irmão, Deus o amaldiçoa em toda a terra, retira a sua habilidade
para o cultivo da terra e o sentencia a uma vida como fugitivo e errante. Isto
indica claramente que a falta de amor fraterno destina a pessoa à esterilidade
e ausência de propósito na vida. Extraído de DINÂMICA DO REINO-Bíblia de
Estudo Plenitude, SBB, pág 10]
3. A marca
do crime. Como a
administração da justiça ainda não havia sido delegada à comunidade humana, o
Senhor põe um sinal em Caim, para que ninguém viesse reivindicar-lhe o sangue
de Abel (Gn 4.15).
Caim, de
fato, não foi penalizado com a morte, mas ficou marcado para o resto de seus
dias, dando início a uma geração de assassinos, devassos e inimigos de Deus. [Comentário: O sinal de Caim
não é identificável, mesmo porque seus descendentes pereceram no dilúvio. O
sinal não era um estigma; antes, tratava-se de uma proteção para Caim e
mostrava o incrível amor de Deus até mesmo pelos pecadores impenitentes. Deus
demonstrou a gravidade do pecado de Caim e deu-nos a entender que ele era digno
de morte, ao declarar: “A voz do sangue de teu irmão clama [por vingança] da
terra a mim” (v. 10). Não obstante, até mesmo Caim parece ter reconhecido que
ele era merecedor da morte, e pediu proteção a Deus (v. 14).]
SÍNTESE DO TÓPICO (III)
O ódio e a inveja levaram Caim a matar o seu irmão.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO
“Caim
foi amaldiçoado por Deus no sentido de Deus já não abençoar seus esforços para
extrair da terra o seu sustento (vv.2,3). Caim não se humilhou com tristeza e
arrependimento diante de Deus, pois afastou-se do Senhor e procurou viver sem a
sua ajuda (v.16).
O
sinal na testa de Caim (4.15) talvez deva ser entendido como posto em Caim para
assegurá-lo da promessa de Deus. Caim não sofreu pena de morte nesse tempo.
Posteriormente, quando a iniquidade e a violência da raça humana tornou-se
extrema na terra, a pena de morte foi instituída (9.5,6).
Caim
e seus descendentes foram os cabeças da civilização humana até hoje desviada de
Deus. A motivação básica de todas as sociedades humanistas está em superar a
maldição, buscar o prazer e reconquistar o ‘paraíso’, sem submissão a Deus.
Noutras palavras, o sistema mundial fundamenta-se no princípio da autorredenção
da raça humana na sua rebelião contra Deus” (Bíblia de Estudo Pentecostal.
RJ: CPAD, p.39).
CONCLUSÃO
O exemplo de
Caim deve nos fazer lembrar de que precisamos ter uma vida íntegra diante de
Deus e demonstrar amor e respeito para com o nosso próximo.
Abel foi o
primeiro crente a ser arrolado entre os heróis da fé. Quanto a Caim, foi o
primeiro ser humano a ter o nome riscado do Livro da Vida.
O que lhe
faltava? Uma vida que agradasse a Deus e o exercício do amor fraternal. Quando
não se ama como Jesus amou, o homicídio torna-se corriqueiro na vida do homem.
Por isso, há tantos homicídios em nosso meio. Homicídios espirituais, morais e
emocionais. Lembremo-nos das palavras de João: “Porque esta é a mensagem que
ouvistes desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que
era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas
obras eram más, e as de seu irmão, justas” (1Jo 3.11,12). [Comentário: Caim e Abel
foram pessoas gratas a Deus. Isso num tempo em que nenhuma lei prescrevia que
devessem algum tipo de oferta, ou seja, ambos deram voluntariamente (o que
também demonstra que não é porque a oferta é voluntária que ela é melhor). Cada
um deles ofertou conforme o fruto do seu trabalho. Note que o texto diz que
Caim deu um fruto da terra, enquanto Abel ofertou as primícias e a gordura (a
melhor parte). Deus se agrada de quem o coloca no lugar certo - o primeiro
lugar. De quem lhe oferece o que tem de melhor. Não de quem paga as contas e,
se sobrar oferece algo. Não de quem vai à Igreja só quando não tem um programa
melhor. Não de quem doa aquilo que ocupa espaço na sua casa e precisa se
livrar. Nem aceita a desculpa de que "não é o melhor, mas é sincero"...
aqui cabe muito bem o dito popular que reza: “de boas intenções, o inferno está cheio!”. Diante de tudo o que foi
exposto, entendo que, uma vida de entrega a Deus só conduz a mais entrega, uma
vida afastada de Deus só leva a mais pecados. Não podemos jogar a culpa da
rejeição em Deus, se somos rejeitados é porque provocamos isso e, como Deus
alerta Caim, há tempo de se corrigir, mas se não houver correção, vai pecar
ainda mais - que foi exatamente o que aconteceu.] “NaquEle que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio
da fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Outubro de 2015
PARA REFLETIR
A
respeito do livro de Gênesis:
O
que levou Caim a odiar Abel?
O
fato da oferta de Abel ser aceita e a dele não.
Como
era o culto de Caim?
O
culto de Caim era para satisfazer o seu ego.
Por
que o ofertório de Caim foi reprovado?
Porque
seu coração era mau, cheio de inveja e ódio.
Que
desculpa deu Caim ao Senhor?
Ele
afirmou estar em outro lugar quando da morte de Abel.
Quais
as características da geração de Caim?
Uma
geração perversa e contumaz.
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Caim
era do Maligno
O capítulo 4
do livro do Gênesis apresenta a consumação do pecado e sua história de
implicações práticas para o gênero humano. O assassinato de Abel por seu irmão,
Caim, é o símbolo do alcance do mal quando este domina o coração humano. E o
consequente banimento de Caim da presença de Deus mostra o quanto o homem se
afasta da presença do Altíssimo quando decide em seu coração fazer o mal.
O caminho de
Caim se torna o caminho de todos nós, quando desejamos em nosso coração a
vingança, o “dar o troco”, o revide, ou seja, tudo o que passa na contramão do
filtro de Jesus Cristo: ame o vosso inimigo.
Tudo começa
bem na vida do ser humano. Assim, Caim nasceu e cresceu numa família que
devotava a vida a Deus, tanto que a sua mãe, Eva, devotou a Deus ação de
graças: “Alcancei do Senhor um varão” (Gn 4.1). A vida de Caim para os seus
pais era uma bênção de Deus. Um presente.
Adulto, Caim
tornara-se um agricultor, pois trabalhava a terra, administrava-a e assim
cumpria o plano de Deus estabelecido para a humanidade (Gn 1.26-28). Fazendo
assim, Caim obedecia a Deus. Até que, num belo dia, o ciúme, a inveja e o
desejo egoístico tomaram o coração de Caim. Seu sacrifício fora rejeitado por
Deus e o de seu irmão, aprovado e aceito por Ele. A razão de o Senhor aceitar o
sacrifício de Abel e rejeitar o de Caim, embora não esteja totalmente claro nas
Escrituras, pelo menos deixa claro que o Senhor olhava e olha com atenção e
justiça para o interior do ser humano, de modo que nada lhe escapa o olhar
divino.
Caim não se
achou aprovado, muito menos aceito, pelo olhar de Deus. Entretanto, essa
reprovação de Deus não significava que Caim seria banido de sua presença, pois
bastava outro sacrifício com a motivação correta, espontânea e voluntária que o
Senhor não haveria de rejeitá-lo. Mas Caim não escolheu o caminho do bem. Ele
matou o seu irmão covardemente. O resultado: Caim foi banido da presença de
Deus.
O caminho de
Caim é muito fácil de trilhar. Basta dar vazão ao ódio, à inveja, ao rancor, à
raiva e a tudo que não esteja de acordo com o nosso interesse. O caminho de
Caim está a cada dia próximo de nós, quando rejeitamos considerar o nosso
próximo superior a nós mesmos. O caminho de Caim está mais próximo das nossas
vidas, quando procuramos fugir da realidade inventando desculpas para não
fazermos a nossa parte com retidão.
Qual o
caminho que você deseja trilhar: o de Caim ou o de Jesus?