TEXTO ÁUREO
“Quanto a mim, eis o meu concerto contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações.” (Gn 17.4)
Esmiuçando o
versículo-chave:
- Esse
texto apresenta outra afirmação da aliança unilateral de Deus com Abrão, o que
não significava que os beneficiados estivessem isentos de responsabilidades. A
promessa de que reis procederiam dele realça a realidade de mais de um grupo de
pessoas ou nações com direitos próprios, advindos de Abraão. O relacionamento
foi estabelecido por iniciativa de Deus e designado também como "aliança
perpétua", aplicando-se assim à posteridade de Abraão com igual força e
gerando a declaração "serei o seu Deus" (v. 8). Essa garantia tornou-se
o lema do relacionamento de aliança entre YHWH, e Israel.
- A
tríplice afirmação da divina promessa de muitos descendentes, talvez incluindo
os descendentes de Isaque e Ismael, inclui a mudança de nome (vs. 4-6),
dando-lhe ênfase especial. O nome Abraão
significa "pai de muitas nações", refletindo o novo relacionamento de
Abraão com Deus bem como a sua nova identidade baseada na promessa de Deus de
proporcionar descendentes. (Rm 4.17).
VERDADE
PRÁTICA
O amor de Deus é a
verdadeira motivação do crente para realizar a obra missionária.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Gênesis 12.1-3; 17.1-8
INTRODUÇÃO
A palavra “transcultural”
traz a ideia de um missionário que transpõe as barreiras da cultura de um povo,
ou civilização, para apresentar o amor de Deus. Isso implica interação com
todos os grupos étnicos da Terra, com os diferentes aspectos da vida das
pessoas. Na lição desta semana, veremos que Deus escolheu uma família, para,
por meio dela, alcançar todas as famílias da Terra. Esse processo se deu por
Abraão, sua família, a nação de Israel, a pessoa de Jesus e, finalmente, a
Igreja. Assim, contemplaremos a natureza missionária de Deus, bem como o
caráter do seu amor como a base de toda a prática missionária dos cristãos.
- Ao falarmos de Missões Transculturais, estaremos falando do esforço da
igreja em transpor fronteiras, ir além do seu campo de atuação, cruzar
barreiras geográficas, línguas, costumes, religiões, etnias etc.
- Tornar a igreja acessível para cada um dos povos não alcançados e
permitir que eles entendam a mensagem é nossa missão enquanto igreja.
- A tarefa mais importante da Igreja neste tempo é a evangelização
transcultural, visto que, pode-se dizer que ainda hoje, 25% da população
mundial, nunca ouviu falar do evangelho sequer uma vez.
- Na lição de hoje, partiremos da chamada de Abraão para ser “pai de uma
multidão de nações”: “Disse o Senhor a
Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a
terra que te mostrarei; de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te
engrandecerei o nome. Sê tu uma benção! Abençoarei os que te abençoarem e
amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da
terra” (Gn 12.1-3). O enfoque missionário das Escrituras já começa no
início do Antigo Testamento. O propósito de Deus para a humanidade foi revelado
na forma de uma promessa, que tem caráter pessoal e global, abençoar todas as
famílias da terra. É muito importante dizer que, no grande propósito de Deus
para a humanidade foi enfatizado muito mais aquilo que o próprio Deus iria
fazer do que aquilo que Abraão faria.
I- A NATUREZA
MISSIONÁRIA DE DEUS
1. A natureza missionária de Deus no chamado de
Abrão (Gn 12.1-3). A expressão “Sai-te
da tua terra” revela uma ordem e um chamado de Deus para Abrão ir a um lugar
que, a princípio, ele não conhecia (Hb 11.8). Junto com essa ordem, veio uma
promessa: “em ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3). Essa
promessa diz respeito a uma bênção espiritual para o mundo por meio da
descendência de Abraão. Nesse sentido, o apóstolo Paulo escreve que essa bênção
refere-se ao Evangelho revelado em nosso Senhor Jesus Cristo, o descendente
legítimo de Abraão (Gl 3.8,16). Assim, a partir de uma família, Deus
providenciou a salvação para o mundo inteiro (Gl 3.16; 4.4). Por isso, podemos
afirmar que a origem das Missões Transculturais está intrinsicamente
relacionada com a natureza missionária de Deus.
- Quando que Missões passou a existir?
“E
ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e
esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do
jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e
disse-lhe: Onde estás?” (Gn 3.8,9) – Logo, temos que, Missões surgiu porque
o homem parou de adorar a Deus, e precisou ser resgatado!
Quando falamos de Missões, quer sejam
locais, Nacionais ou Transculturais, certamente elas têm sua origem em Deus. O
conceito de Missão vem das palavras latinas missus e mittere
que significam enviado e enviar. Missão portanto, é uma tarefa, uma
incumbência, uma obrigação, uma ordem de anunciar o evangelho e gerar novos
filhos para Deus – onde podemos enxergar qualquer delas no chamado? A Aliança
de Deus com Abraão envolvia uma ordem para se separar da casa de seu pai tanto
quanto para partir em direção à terra de Canaã, uma descendência (inclusive
Cristo – Gl 3.8,16), nação, e ainda bênção e proteção divinas. A chamada de
Abraão é importante para os crentes, como expõe Paulo em Gl 3.4. Paulo
identifica as palavras “em ti serão
benditas todas as famílias da terra” como o evangelho preanunciado a Abraão
(Gl 3.8). O propósito é a aliança de Deus com o descendente de Abraão, e quem é
esse descendente? É Cristo (Gl 3.16-18). As "boas-novas" para Abraão
foram as novas da salvação para todas as nações (Gn 12.3; 18.18; 22.18; Jo
8.56; At 26.22-23). Em todos os tempos, a salvação foi por meio da fé. Assim,
temos prenunciado no Antigo Testamento que os gentios receberiam as bênçãos da
justificação pela fé, assim como Abraão. Essas bênçãos são derramadas sobre
todos por causa de Cristo (Jo 1.16; Rm 8.32; Ef 1.3; 2.6-7; Cl 2.10; 1Pe 3.9;
2Pe 1.3-4).
2. A missão como atividade de Deus no mundo. Para conhecermos a
missão como atividade de Deus no mundo é preciso voltar à revelação especial
que o próprio Deus fez na sua Palavra. O capítulo 17 de Gênesis nos mostra o
Deus soberano e excelso que se relaciona com um ser humano limitado (Gn 17.1).
Ele tem tanto zelo pela sua promessa que trocou o nome de Abrão para Abraão a
fim de reafirmar a sua aliança, que transcenderia ao cumprimento geográfico da
promessa (Gn 12.1 cf. 17.5,8). Aqui, fica clara a Missão como a atividade de
Deus no mundo. Ele mesmo, e não outro, é o maior protagonista das atividades
missionárias. Deus age no mundo pela sua graça a fim de reconciliá-lo consigo
mesmo (2 Co 5.19). Por isso, o nosso maior modelo missionário é o próprio Deus.
- Gênesis 17.5: “será
o teu nome... Abraão” - O nome significa "pai de muitas nações",
refletindo o novo relacionamento de Abraão com Deus bem como a sua nova
identidade baseada na promessa de Deus de proporcionar descendentes.
Deus por sua própria vontade e propósito
usou seu Filho, o único sacrifício aceitável e perfeito, como meio de
reconciliar os pecadores consigo (At 2.23; Cl 1.19-20; Jo 14.6; At 4.12; 1Tm
2.5-6). Deus dá início à mudança na situação do pecador no fato de que ele o
leva de uma posição de alienação a um estado de perdão e relacionamento correto
para com ele próprio. Essa é a essência do evangelho.
A missão de Deus no mundo é
estabelecer o seu Reino. Participar da construção do Reino de Deus em nosso
mundo, pelo Espírito Santo, constitui-se na tarefa designada à Igreja.
Deus é um Deus missionário e qualquer
envolvimento com o Deus da Bíblia, significa envolver-se num grande projeto
missionário. O Deus missionário que aparece de Gênesis a Apocalipse em nossas
Bíblias, é sempre aquele que vem até nós, nos transforma pelo seu poder
restaurador e por fim nos envia. Envolver-se com o Deus da Bíblia significa
estar sujeito e disposto ao envio missionário. “Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os
filhos de Israel, do Egito” (Êx 3.10). Biblicamente e teologicamente, não
dá pra envolver-se com aquele que é o Grande Missionário e não ser influenciado
ou impactado pelo amor à missão.
3. O nosso modelo missionário. O modelo missionário
básico de que dispomos para a Igreja na atualidade não se fundamenta em figuras
ilustres da história da Igreja, nem em projetos contemporâneos de pessoas com
feitos notáveis. Certamente que os modelos de hoje e os do passado merecem
nossa atenção a fim de ampliar nossa visão missionária, principalmente, na
aplicação das missões transculturais. Contudo, nosso principal modelo de
Missões revela-se no próprio Deus, cuja natureza missionária nos é demonstrada no
Antigo Testamento (Gn 3-9; Is 55.4).
- Entender o significado Bíblico, Teológico e Prático
da missão é de vital importância para nós, para entendermos o que de fato
significa Evangelizar - a Evangelização, como parte da Missão, é encarnar o
amor Divino nas formas mais diversas da realidade humana, para que Jesus Cristo
seja confessado como Senhor, Salvador, Libertador e Reconciliador. A
Evangelização sinaliza e comunica o amor de Deus na vida humana e na sociedade
através de adoração, proclamação, testemunho e serviço.
A missão vai ter sempre o seu início
naquele que é o missionário por excelência, o próprio Deus. Assim, precisamos
entender com clareza que “a missão é anterior ao povo de Israel e a Igreja; ela
começou com Deus em sua interação de Criador e com o seu amor”. A missão nasce
então, do envolvimento de Deus com sua criação, trata-se de um envolvimento
profundo, um envolvimento de amor cuja finalidade é a promoção do ser humano.
Quando analisamos a Palavra de Deus, nela nós percebemos que o primeiro gesto
missionário de Deus aconteceu na criação. Depois de ter criado todas as coisas
através da Palavra. Deus decide criar o ser humano. Mas esta criação se dá de
forma especial.
O texto bíblico nos diz: “façamos o homem...” (Gn 1. 27). Este ser
humano foi feito. Não de qualquer forma, mas muito bem trabalhado... À imagem
de Deus... Ao criar o ser humano, de forma única e especial, do barro, Deus
estava envolvendo-se com ele no sentido de promovê-lo. Na criação, Deus tem
suas mãos envolvidas pela humanidade e a humanidade é envolvida pelas mãos de
Deus. Paulo também utiliza uma expressão que é interessante no grego: “Pois somos feitura dele...” poiema
(feitura) trata-se de uma palavra bem sugestiva, que nos remete a um tipo de
criação realizada num momento de profundo amor ou inspiração, quase um poema.
Participar da missão significa
participar ao lado de Deus de sua intenção de promover e amar o ser humano.
Neste sentido, a missão da Igreja e ao seu lado a evangelização, vão ser sempre
um movimento voltado para a promoção da vida e da dignidade do ser humano no
seu mais alto nível.
SINOPSE I
Deus é o modelo
missionário da Igreja que pode ser observado a partir da eleição de uma família
para alcançar todas as famílias da terra.
AUXÍLIO MISSIOLÓGICO
“DEUS PAI COMO
MISSIONÁRIO
A colocação de nosso
Senhor, no poço de Jacó, em Samaria, de que Deus é Espírito (Jo 4.24), é muito
interessante. Pouco tempo depois, João acrescentou, através da revelação do
Espírito Santo, que Deus também é luz e amor (1 Jo 1.5; 4.8,16). Não importa o
que mais essas caracterizações misteriosas e profundas possam indicar, elas
certamente implicam que Deus é um Deus amigo. Sua natureza interior não é
antissocial. Enquanto que a Bíblia declara a ‘diversidade’ de Deus — sua
santidade — ela ensina com igual ênfase que Deus é um Deus de relacionamentos.
Ele é o Deus vivo, não o absoluto impessoal de Aristóteles ou o Deus isolado do
judaísmo recente. Ele tão pouco é o Brahma neutro do hinduísmo ou o deus
ausente do deísmo. Ele é o Deus e o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele é o
Deus de Abraão, o Deus de Isaque, o Deus de Jacó, o Deus de Moisés, o Deus de
Israel. Ele é nosso Pai. ‘Porque sou o Senhor, teu Deus, o Santo de Israel, teu
Salvador… o Criador de Israel, vosso Rei’ (Is 43-3-15)- Tais passagens podem ser
grandemente multiplicadas tanto a partir do Antigo como do Novo Testamento”
(PETERS, George W. Teologia Bíblica de Missões, 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD,
2000, pp.70,71).
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
“DEUS É AMOR.
[…] O fato de que Deus é
amor é revelado apenas na Bíblia. O amor divino é a qualidade dinâmica e
estimulante pela qual Deus deixa a si mesmo e pela qual Ele se relaciona em
toda a sua suficiência e beneficência com sua criação. Seu amor o motiva
eternamente a se comunicar e participar com o objeto de seu relacionamento.”
Amplie mais o seu conhecimento, lendo a obra Teologia Bíblica de Missões,
editada pela CPAD, p.73.
II – AMOR DE
DEUS: O PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA HISTÓRIA DA REDENÇÃO
1. O amor de Deus. A Bíblia mostra que Deus
é amor (1 Jo 4.8,16). No Antigo Testamento vemos o seu amor no relacionamento
com todos os homens (Dt 33.3). Também contemplamos esse amor na escolha de Deus
por Israel (Dt 7.7; Os 11.1; Ml 1.2) e em seu relacionamento com esse povo num
processo de renovação de alianças em que sua misericórdia e benignidade são
reveladas (Dt 7.9; Is 54.5-10). No Novo Testamento, esse amor de Deus por todas
as criaturas é afirmado e ampliado (Jo 3.16). O Altíssimo é revelado como
amoroso, pois Ele mesmo é o amor (1 Jo 4.8,16) e este, por sua vez, é a sua
própria essência. Portanto, o amor é a base de todo o plano de redenção
revelado na Palavra de Deus.
- Deus é plenamente justo, puro e santo. Sua
santidade não tolera o pecado e sua justiça exige a punição da transgressão de
sua Lei. Essa verdade é um alerta para que sirvamos a Deus de modo com
reverência e santo temor. É necessário entendermos as características de Deus
para não enfatizarmos uma em detrimento da outra.
Sobre o amor de Deus, é preciso dizer
que, esse amor, acima de tudo, é o seu amor por si mesmo, sua glória, e sua
santidade. 1João 4.16 indica isso quando nos diz que Deus é amor. Em si mesmo
como Pai, Filho e Espírito Santo, n’Ele resume-se e n’Ele está o modelo de todo
amor. Para ser um Deus de amor, ele não precisa de nós, nem é a sua glória como
o Deus de amor incompleta sem nós. De eternidade a eternidade ele é amor, em e
de si mesmo, na Trindade.
A Escritura define este amor como “o
vínculo da perfeição” (Cl 3.14). Ele é mais do que mero sentimento, emoção ou
sensação. É o vínculo que existe entre as três pessoas perfeitas da Santíssima
Trindade.
Porque Deus ama sua própria glória
(Is 42.8; Ez 39.25), e porque o amor é o vínculo da perfeição, Deus não pode amar os homens exceto em e
através de Jesus Cristo. Somente nele somos perfeitos. Deus não pode estabelecer
um vínculo de perfeição com aqueles que estão fora de Cristo. O Salmos 5.4 é
prova adicional que Deus não pode nos amar à parte de Cristo: “Porque tu não és um Deus que tenha prazer na
iniquidade, nem contigo habitará o mal”. Não existe nenhum vínculo de
perfeição possível entre Deus e o mal. Aqueles que ele ama devem ser escolhidos
e redimidos em Cristo, para serem objetos do amor de Deus.
É muito importante lembrar que,
existe um outro lado disso, Deus odeia o mal e todos os que praticam a maldade
(Sl 5.5,6).
Essa é uma palavra dura, mas a
alternativa é blasfêmia. Dizer que Deus ama os homens sem salvá-los da sua
impiedade e pecado, é dizer que o santo e justo Deus ama o mal. Não esqueçamos,
também, que esse entendimento do amor de Deus é onde o deleite e alegria dos crentes
residem. Significa que Deus salvará o seu povo de todos os seus pecados, e os aperfeiçoará.
Seu amor é o vínculo da perfeição. Significa que ele os tomará em comunhão e
fá-los-á participantes da natureza divina. Seu amor fá-los-á perfeitos! “Deus é amor; e quem está em amor está em
Deus, e Deus nele” (1Jo 4.16).
2. A Redenção no Antigo Testamento. Redenção significa
livrar o escravo de sua escravidão com base no pagamento de um preço por um
redentor. Esse é o conceito básico para a visão bíblica da salvação. No Antigo
Testamento, a redenção está associada à vida familiar, social e nacional de Israel
nos seguintes aspectos:
a) resgate para
libertação de um escravo (Lv 25.48-55);
b) recuperação de um
campo (Lv 25.23-34;
c) resgate de um macho
primogênito (Êx 13.12-16);
d) resgata de alguém que
seria condenado à morte (Êx 21.28-36).
Além disso, a Bíblia
mostra também Deus agindo de forma redentora em favor do homem:
a) quando Jacó invoca: “o
Anjo que me livrou de todo o mal” (Gn 48.15,16);
b) quando Deus declara a
intenção de livrar Israel da servidão do Egito, dizendo: “Vos resgatarei com
braço estendido” (Êx 6.6).
- Há um Triplo significado da redenção:
a. Pagar o preço do resgate por
alguma coisa ou por alguém (Hb 9.12);
b. Remover de um mercado de escravos (Gl
3.13);
c. Efetivar um completo livramento de
um escravo ou prisioneiro, dando liberdade perfeita e definitiva (Rm 8.22-23).
A ideia de redenção no Antigo
Testamento tem início a partir do conceito de propriedade (Lv 25.26; Rt 4.4). Um
preço era pago em dinheiro, em conformidade com a Lei, para comprar novamente
uma propriedade que necessitasse ser liberta ou resgatada (Nm 3.51; Ne 5.8). E
a partir deste uso, o termo no Antigo Testamento foi usado normalmente com um
senso de libertação, embora a ideia de pagamento sempre estivesse presente. Deus
é visto como o Redentor de Israel, pois é aquele que provê Libertação para seu
povo. Em Dt 9.26 temos uma bela demonstração desse fato: “Ó Soberano Senhor, não destruas o teu povo, tua própria herança! Tu o
redimiste com tua grandeza e tiraste da terra do Egito com mão poderosa”.
Como podemos observar, Deus é visto por Moisés como “Aquele que Liberta“.
Redenção aquilo é vista exatamente neste sentido, e a história da saída do povo
do Egito é a prova definitiva desse fato.
- Vale salientar que, Redenção como
pagamento de preço de resgate não é pago a Satanás, mas sim a Deus (Tt 2.14; Hb
9.12; 1 Pe 1.18,19), pois:
- Satanás não tem nenhum direito
contra o pecador, portanto não precisa ser pago.
- O débito que precisa ser pago é o
infinito débito contra o atributo de justiça, de Deus. "A misericórdia de
Deus resgata o homem da justiça de Deus" (Russel Shedd).
3. A Redenção no Novo Testamento. No Novo Testamento, a
redenção é estritamente uma atividade divina que é realizada por meio de Jesus
Cristo (Ef 1.7; Gl 3.13; 4.5). Nesse caso, a remissão do pecador é assegurada
com base no preço do resgate pago a Deus Pai por Jesus Cristo em sua morte na
cruz (Tt 2.14; Hb 9.12; 1 Pe 1.18,19) cuja obra redentora é declarada no Novo
Testamento (Hb 9.25-28). No entanto, a experiência de redenção só estará
completa e consumada na segunda vinda de Cristo, por ocasião da glorificação
final do crente (Lc 21.28; Rm 8.23; Ef 1.14). Portanto, o plano de redenção do
pecador é o glorioso anúncio da obra missionária que está fundamentada no amor
de Deus.
- O Novo Testamento, ao contrário do Antigo, traz
conceitos mais claros para os cristãos mas, não perde de vista seu significado
original. Nada melhor do que quando a própria Bíblia se encarrega de
apresentar-nos uma definição clara e objetiva de um determinado conceito. Este
é o caso com relação ao termo “redenção”. Conforme Efésios 1.7, redenção é:
“[…] a remissão das ofensas, segundo as
riquezas da sua graça”. Não existe nada que possamos fazer com relação a
nosso estado eterno de pecaminosidade. Sozinhos, estamos fadados a condenação
que nos conduzirá a perdição eterna (2Ts 1.8,9), porém, sabendo de nossa
condição existencialmente falida, Jesus Cristo alcançou remissão para todos nós
(Cl 1.14). Como a redenção foi possível? Através do sacrifício vicário de
Jesus, ou seja, apenas o Mestre foi capaz de oferecer-se em nosso favor, e
desta forma, garantir-nos a salvação (Rm 3.24; 1Co 1.30).
De todo o Novo Testamento resulta
claro que Jesus libertou a humanidade da escravidão do pecado pela sua morte e
ressurreição. A redenção poderia, pois, aparecer como uma obra onerosa para Jesus
e para o próprio Pai que não poupou o seu único filho, mas o entregou por todos
nós (Rm 8.32).
A salvação é gratuita para nós os
crentes (jamais poderíamos pagar 1 átomo dela), mas não é barata, antes custou
o mais alto preço de todos possíveis ou imagináveis, preço infinito (1Pe 1.18-19).
O Novo Testamento centra a redenção em Jesus Cristo. Ele comprou a Igreja com
seu próprio sangue (At 20.28), deu-se pela vida do mundo (Jo 6.51), como Bom
Pastor deu sua Vida por suas ovelhas (Jo 10.11) e demonstrou seu grande amor
dando sua vida por seus amigos (Jo 15.13). O propósito de Jesus na terra foi
realizar um sacrifício de Si mesmo para libertação do homem do pecado.
J.D. Douglas acrescenta muito ao
nosso estudo ao nos demonstrar uma outra perspectiva sobre a Redenção, ao dizer
que “a redenção não somente lança os
olhos de volta para o calvário, mas também comtempla a liberdade na qual se
encontram os redimidos” DOUGLAS, J.D. O Novo Dicionário da Bíblia.
Vol.3, pp.1373. A ideia de liberdade após pagamento não deve ser deixada
aqui. Aliás, tal conceito é necessário ser compreendido de maneira correta para
que a Salvação oferecida por Jesus Cristo não seja mal interpretada. Lembre-se:
quando Jesus disse, “conhecereis a
verdade, e a verdade vos libertará” (Jo 8.32), os que o ouviram ficaram
indignados por não conhecerem sua real situação diante de Deus, por isso Jesus
acrescentou: “em verdade, em verdade vos
digo: todo o que comete pecado é escravo do pecado” (Jo 8.34). Apenas a
verdade pode libertar o homem das amarras do pecado, e Jesus Cristo é a Verdade
(Jo 14.6).
SINOPSE II
O amor de Deus é o
princípio fundamental da história da redenção e, por isso, é o fundamento das
Missões Transculturais.
III – VISÃO
BÍBLICA DO CARÁTER TRANSCULTURAL DA MISSÃO
1. Um Deus Missionário. O Antigo Testamento
revela um Deus missionário. No livro de Gênesis, Deus trata não somente com uma
nação específica, mas com toda a humanidade:
a) A queda do homem (Gn
3.15);
b) O dilúvio (Gn 6.13);
c) A eleição de um povo
para abençoar a todos os demais, após a Torre de Babel (Gn 12.3). Nesses
textos, a falha do homem está caracterizada, bem como o juízo de Deus e a sua
promessa. Assim, o Deus missionário estabeleceu uma estratégia de abençoar a
todos os povos por meio de Abraão: “E abençoarei os que te abençoarem […] e em
ti serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12.3).
- “Assim, o Deus missionário
estabeleceu uma estratégia” Soa estranho a afirmativa, como se Deus
providenciasse um “plano B”. “A sorte se
lança no regaço, mas do Senhor procede toda decisão” (Pv 16.33). Deus não
tem Plano B; Deus tem o Plano Perfeito! Gênesis 12.3 não foi “uma estratégia”
de Deus, definitivamente não. Desde o princípio, Deus tinha em vista que Jesus
Cristo seria o descendente de Abraão, e que todo aquele que confia em Cristo se
tornaria um herdeiro da promessa de Abraão. Assim, é dito em Gálatas 3.29: “E, se sois de Cristo, também sois
descendentes de Abraão e herdeiros segundo a promessa”. Assim, quando Deus
disse a Abraão há 4.000 anos: “Quanto a
mim, será contigo a minha aliança; serás pai de numerosas nações”, ele
abriu o caminho para que qualquer um de nós, não importa a que nação
pertençamos, se torne filho de Abraão e herdeiro das promessas de Deus. Tudo o
que precisamos fazer é compartilhar a fé de Abraão, ou seja, depositar nossa
esperança nas promessas de Deus, de modo que, se a obediência exigir, possamos
abrir mão do nosso bem mais precioso, como Abraão abriu mão de Isaque.
- Em Gênesis 12.1-4 encontra-se o propósito salvador de Deus: abençoar o
mundo inteiro através de Cristo, a semente de Abraão. Contudo, Israel esquecia
frequentemente do escopo universal da promessa de Deus, passando a preocupar-se
consigo mesmo e com sua própria história. Por isso, os profetas tinham que
lembrar o povo constantemente que o propósito de Deus através dos descendentes
de Abraão era abençoar as nações (Is 49.6).
2. A escolha de Israel e sua missão. Por meio de Abraão e sua
fé, Deus escolheu Israel para ser um povo especial ao longo da história; para
que participasse de modo especial do seu plano de redimir toda a humanidade. Ao
estabelecer um relacionamento vertical e correto com Deus, Israel seria o
exemplo para as demais nações. Era desejo do Altíssimo que Israel se
distinguisse dos outros povos como sua joia preciosa. Ele queria que a
santidade de Israel, como exemplo vivo do poder e de sua graça, atraísse o
restante das nações. Entretanto, Israel fracassou nesse propósito. A promessa
estabelecida em Gênesis 17.8 foi invalidada pela apostasia e infidelidade da nação
(Is 24.5; Jr 31.32). Por isso, Israel foi levado para o exílio na Assíria (2 Rs
17), enquanto Judá, posteriormente, foi levada para o cativeiro em Babilônia (2
Rs 25; 2 Cr 36).
- Ao se abordar o tema missionário no Antigo Testamento, observa-se que a
aliança firmada entre Deus e Israel em Êxodo 19.5-6 possui tanto bênçãos e
privilégios quanto responsabilidades, sobretudo, de ser o sacerdócio real
perante as nações da terra, cabendo-lhe também anunciar e ensinar a Lei de
Deus. Esta nação seria o instrumento de Deus para atingir seu alvo, que
continuaria a ser o mundo todo.
- “Falando da nação de Israel,
Deuteronômio 7:7-9 nos diz: “Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu
porque fôsseis mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos
os povos, mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera
a vossos pais, o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da
servidão, do poder de Faraó, rei do Egito. Saberás, pois, que o SENHOR, teu
Deus, é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil
gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos.” Deus escolheu a nação
de Israel para ser o povo através do qual Jesus Cristo iria nascer – o Salvador
do pecado e da morte (João 3:16). Deus prometeu o Messias pela primeira vez
após a queda de Adão e Eva no pecado (Gênesis capítulo 3). Deus mais tarde confirmou
que o Messias viria da linhagem de Abraão, Isaque e Jacó (Gênesis 12:1-3).
Jesus Cristo é a razão final pela qual Deus escolheu Israel para ser o Seu povo
escolhido. Deus não precisava ter um “povo escolhido”, mas decidiu fazer as
coisas dessa forma. Jesus tinha que vir de alguma nação, e Deus escolheu
Israel. No entanto, a razão pela qual Deus escolheu a nação de Israel não foi
unicamente para o propósito da vinda do Messias. O desejo de Deus para com
Israel era o de que eles ensinassem aos outros sobre Ele. Israel deveria ser
uma nação de sacerdotes, profetas e missionários para o mundo. O intento de
Deus era que Israel fosse um povo distinto, uma nação de pessoas que guiassem
os outros em direção a Deus e a Sua providência prometida do Redentor, Messias
e Salvador. Em sua maior parte, Israel falhou nessa tarefa. No entanto, o
propósito final de Deus para Israel, o de trazer o Messias e Salvador, foi
cumprido perfeitamente – na Pessoa de Jesus Cristo.” https://www.gotquestions.org/Portugues/Deus-escolheu-Israel.html.
- Sobre
a responsabilidade missionária de Israel, leia aqui.
3. A escolha da Igreja. O Senhor Deus sempre
desejou que os gentios fossem levados à luz. A salvação por meio de Cristo é o
cumprimento divino da promessa dada a Abraão de abençoar todas as famílias da
Terra. Embora Israel tenha fracassado em seu ministério intercultural, Deus
transferiu esse ministério missionário aos filhos do Novo Testamento – a Igreja
de Deus. Essa Igreja herdou uma incumbência divina, sendo chamada a participar
com Deus na evangelização do mundo. Por isso, fomos chamados para ser sal da
terra e luz do mundo (Mt 5.13-14).
- Como e por que acontece essa troca de papéis entre Israel e a Igreja?
É preciso retroceder na história, mas faremos até Jacó. Deus prometeu a
Jacó que faria de seus doze filhos uma “comunidade de povos” adoradores (Gn
28.3) que seria conhecida pelo seu novo nome, “Israel”. De modo significativo,
a palavra hebraica usada aqui para “comunidade” é qãhãl, que a tradução grega
do Antigo Testamento geralmente traduz por ekklesia, “igreja”. Esse objetivo de
uma comunidade de adoração foi alcançado após o êxodo do Egito, quando o povo
chegou ao Monte Sinai. Ali Deus declarou que os israelitas eram sua propriedade
peculiar, um reino de sacerdotes e uma nação santa (Êx 19.5-6). O Senhor
prometeu habitar entre eles como seu Deus (Êx 29.45). Mas, tão rápido como o
povo se comprometeu nesse relacionamento pactual com o Senhor, eles o
abandonaram. Enquanto Moisés estava no topo do monte recebendo instrução do
Senhor, o povo estava ao pé do monte fabricando falsos deuses. Estava claro
desde o princípio que a “nação santa” não tinha poder para viver de modo digno
do seu chamado. Os profetas descortinam para nós o resto da história de Israel:
apesar da fidelidade de Deus, eles foram filhos malignos e corruptores (Is 1.2)
e uma esposa adúltera (Os 1-3). Essa herança de infidelidade pertencia
igualmente aos reinos do norte e do sul: Israel e Judá eram duas irmãs
pervertidas da mesma família (Ez 16 e 23) as quais sofreriam, cada uma, a
punição da destruição e do exílio (Ez 4.4-6). O Senhor não poderia habitar em
meio a um povo tão profano. Ele abandonou o seu escolhido lugar de habitação em
Jerusalém, deixando o seu povo à mercê de seus inimigos babilônios (Ez 8-11).
- Contudo a destruição de Israel no exílio não poderia ser o fim da
história. Porque o Senhor havia atrelado o seu nome a Israel, a nação haveria
de ser restaurada a fim de que o seu nome santo não fosse profanado entre as
nações (Ez 20.14). As promessas feitas no Monte Sinai tinham de ser cumpridas
(Jr 33.20-21), de modo que as duas nações de Israel e Judá seriam restauradas
pelo Senhor em um corpo único, reunido, composto de todas as famílias de Israel
(Jr 31.1) sob um único rei (Ez 37.16-22). A promessa mais importante era a
transformação espiritual de Israel em um novo povo, cujos corações endurecidos
seriam transformados em novos corações, sob uma nova aliança (Jr 31.31-33), por
meio de um derramar do Espírito de Deus (Ez 36.22-28). O novo Israel se
tornaria o servo do Senhor, uma luz para os gentios, trazendo cura para todas
as nações (Is 42.6, 10). Contudo, o novo Israel descrito em Isaías 40-48
continuava a ser um povo em dificuldade e fraqueza, que precisava de constante
exortação à busca da obediência e de encorajamento para confiar no constante
amor de Deus por eles. Para cumprir os propósitos de Deus, outro Israel,
superior, era necessário, um servo que tomasse o lugar de Israel, fazendo o que
Israel fora incapaz de fazer, cumprindo seu chamado de trazer luz às nações (Is
49.6).
Esse servo “Israel” fez-se carne na pessoa de Jesus Cristo. Desde o
momento do seu nascimento, ele reencenou a história de Israel, descendo ao
Egito para que pudesse ser o verdadeiro filho a quem Deus chamou do Egito (Mt
2.15, citando Os 11.1). Assim como Israel passou pelo Mar Vermelho, Jesus
passou pelas águas do batismo (Mt 3) antes de ser levado para o deserto, onde
enfrentou e venceu as mesmas tentações que Israel falhou em suportar (Mt 4). No
início de seu ministério, Jesus leu em alta voz Isaías 61.1-2, declarando que a
Escritura havia se cumprido na presença de seus ouvintes (Lc 4.18-19): ele era
o próprio Servo sobre quem repousava o Espírito de Deus. Como o novo Israel, Jesus
cumpriu perfeitamente as exigências da lei. A nova aliança que Jeremias
antecipara foi estabelecida no seu sangue (Lc 22.20). Jesus cumpriu o plano
original de Deus para a santidade humana, assim encarnando pessoalmente o novo
Israel que os profetas vislumbraram.
Uma vez que Jesus Cristo é ele mesmo o novo Israel, todos aqueles que são
unidos a ele pela fé são também incorporados ao Israel de Deus (Gl 6.16). Ele é
a videira verdadeira, a clássica imagem do Antigo Testamento para Israel, e nós
somos seus ramos (Jo 15). Porque Cristo é a viva pedra angular da casa de Deus,
aqueles que são unidos a ele se tornam pedras vivas naquela casa (1Pe 2.4-5) e
podem ser descritos pela mesma terminologia que descrevia Israel no Antigo
Testamento: em Cristo, nós somos “raça eleita, sacerdócio real, nação santa” (1Pe
2.9-10).
Ser parte desse Israel da nova aliança, portanto, não é uma questão de
descender fisicamente de Abraão, mas, em vez disso, partilhar do arrependimento
e da fé de Abraão (Lc 3.8). O novo povo de Deus inclui tanto judeus como
gentios (Gl 3.28), uma vez que ambos são enxertados na nova oliveira,
Cristo/Israel (Rm 11.17-24). Isso não significa que Deus se esqueceu das suas
promessas àqueles que descendem fisicamente de Abraão (Rm 11.1). Certamente
não. Mas nem todos os que descendem fisicamente de Israel são parte do novo
Israel (Rm 9.6). A restauração de Israel prometida nos profetas é realizada à
medida que o evangelho é pregado em Jerusalém e na Judéia (o reino do sul), em
Samaria (o reino do norte) e até os confins da terra, assim finalmente trazendo
a luz de Deus aos gentios (At 1.8).
- No livro do Apocalipse, João ouve o povo de Deus ser descrito como um
grupo de 144.000 composto das doze tribos de Israel (Ap 7.4-8). Contudo, ao
olhar novamente, ele descobre que o mesmo grupo era uma multidão incontável de
toda tribo e nação (Ap 7.9-12). A noiva do Senhor, a imagem usada no Antigo
Testamento para Israel, é a Igreja, a qual um dia não mais estará maculada por
seu pecado, mas estará lindamente adornada para o seu esposo (Ap 21.2). Naquele
dia, o propósito e o plano original de Deus para Israel – ter um povo unido e
santo para pertencer a si mesmo – finalmente se cumprirão no casamento de
Cristo com a sua Igreja. https://voltemosaoevangelho.com/blog/2015/05/o-proposito-de-deus-para-israel-se-cumprira-na-igreja/
SINOPSE III
A missão transcultural da
Igreja está fundamentada no caráter missionário de Deus.
AUXÍLIO MISSIOLÓGICO
“DEUS ESPÍRITO SANTO COMO
MISSIONÁRIO
O Espírito Santo é a
presença de Deus no mundo. Ele é um membro da Trindade que vai aonde lhe é
destinado. Ao compartilhar com o Pai e o Filho os aspectos qualitativos de
personalidade, divindade e infinitude, Ele, também, é ‘luz e amor’. Ainda
assim, raramente a doutrina do Espírito Santo é relacionada a missões mundiais,
embora esse pareça ser o principal ímpeto da operação do Espírito de acordo com
as Escrituras.
O grande livro de Harry
Boer, Pentecost and Missions (Pentecostes e missões), portanto, não é apenas
bem-vindo, mas muito necessário. Ele harmoniza um tanto a questão, embora o
livro seja totalmente desconsiderado pelos teólogos de hoje. As duas principais
emanações redentoras de Deus são a encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo e
Pentecostes, a vinda do Espírito Santo. Há, porém, um ministério
pré-pentecostes e um ministério pós-pentecostes do Espírito Santo.
O ministério
pré-pentecostes é totalmente exposto no Antigo Testamento e nos Evangelhos,
enquanto que o ministério pós-pentecostes relaciona-se em particular a missões
mundiais. Podemos falar disso como o ministério geral ou universal do Espírito
Santo, tendo em mente que o Espírito Santo é a presença de Deus e é
onipresente. Como tal, Ele está em operação no universo humano” (PETERS, George
W. Teologia Bíblica de Missões. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2000, pp.92,93)
CONCLUSÃO
Vimos a natureza
missionária de Deus desde o início da Bíblia. A partir de uma família, Deus
planejou a salvação para a toda a humanidade. Isso revela que o plano redentor
de Deus está fundamentado no seu excelso e glorioso amor pelo mundo todo (Jo
3.16). É esse amor que estimula a Igreja de Cristo levar a sério a obra
missionária até que o Senhor Jesus volte. Deus não desistiu do pecador. Por
isso, Ele conta conosco, pois é a sua vontade “que todos os homens se salvem”
(1 Tm 2.4).
- Quando se fala em missões, quando se prega sobre missões, quando se
mobiliza a igreja sobre missões, provavelmente o primeiro texto que vem à mente
da maioria das pessoas é o texto da grande comissão (Mt 28:18-20). De fato esse
é um texto muito precioso, mas está longe de ser o único ou um dos únicos das
Escrituras que tratam sobre o tema. O nosso Deus é um Deus missionário, que
planejou uma missão pra si desde toda a eternidade: formar um povo para si,
para o louvor da Sua glória. Só o fato das Escrituras existirem já nos mostra
Deus agindo em missão, pois a Sua Palavra é um modo seguro, e incorruptível
dEle se revelar à humanidade caída. O texto sagrado é missionário!
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REVISANDO O
CONTEÚDO
1. O que o apóstolo Paulo
escreve a respeito da bênção de Abraão?
O apóstolo Paulo
escreve que essa bênção refere-se ao Evangelho revelado em nosso Senhor Jesus
Cristo, o descendente legítimo de Abraão (Gl 3.8,16).
2. Segundo a lição, por
que Deus é o nosso maior modelo missionário?
Ele mesmo, e não
outro, é o maior protagonista das atividades missionárias. Deus age no mundo
pela sua graça a fim de reconciliá-lo consigo mesmo (2 Co 5.19). Por isso, o
nosso maior o modelo missionário é o próprio Deus.
3. O que significa
redenção?
Redenção significa
livrar o escravo de sua escravidão com base no pagamento de um preço por um
redentor.
4. Quando que a
experiência de redenção do crente estará completa e consumada?
A experiência de
redenção só estará completa e consumada na segunda vinda de Cristo, por ocasião
da glorificação final do crente (Lc 21.28; Rm 8.23; Ef 1.14).
5. Para quem Deus
transferiu o ministério missionário?
Deus transferiu
esse ministério missionário aos filhos do Novo Testamento – a Igreja de Deus.