TEXTO ÁUREO
“Disse mais: Pouco e que sejas o meu servo, para restaurares as tribos de Jacó e tornares a trazer os guardados de Israel; também te dei para luz dos gentios, para seres a minha salvação até a extremidade da terra.” (Is 49.6)
Esmiuçando o versículo-chave:
- 49.6
para restaurares as tribos de Jacó... minha salvação ate à extremidade da
terra. A meta do Servo do Senhor é a salvação e a restauração de Israel para o
cumprimento da promessa da aliança Porém, não limitado a Israel, ele servirá
como urna luz para trazer salvação aos gentios. A missão de Israel sempre foi
levar todas as nações para Deus (Is 19.24; 42.26). Isso Israel finalmente
conseguirá fazer, de modo eficiente, no período da Tribulação, depois da
conversão das 144.000 testemunhas (Ap 7.1-10; 14.1 -5) e quando Israel for
reconduzido à Terra Prometida por ocasião da segunda vinda do Servo ao mundo. (Is
9.2; 11.10; 42.6; 45.22; Lc 2.32). Paulo fez uso desse versículo para ministrar
aos gentios na sua primeira viagem missionária (At 13.47).
VERDADE
PRÁTICA
O amor de Deus para com as nações deve ser o mesmo
objetivo de todos os que militam pela salvação das almas perdidas.
Esmiuçando a Verdade Prática:
- Deus
é um Deus missionário e qualquer envolvimento com o Deus da Bíblia, significa
envolver-se num grande projeto missionário. O Deus missionário que aparece de
Gênesis a Apocalipse em nossas Bíblias, é sempre aquele que vem até nós, nos
transforma pelo seu poder restaurador e por fim nos envia. Envolver-se com o
Deus da Bíblia significa estar sujeito e disposto ao envio missionário. “Vem,
agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de
Israel, do Egito” (Êx 3.10). Biblicamente e teologicamente, não dá pra envolver-se
com aquele que é o Grande Missionário e não ser influenciado ou impactado pelo
amor à missão.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis
17.8,9,17-22; Jonas 1.1,2
INTRODUÇÃO
Na lição anterior, vimos a natureza missionária de
Deus por meio de sua relação com Abraão. Esta lição tem o propósito de considerar
a nação de Israel como um povo escolhido, com um propósito missionário, e tomar
como exemplo desse movimento missionário as narrativas bíblicas sobre Elias e a
viúva de Sarepta, e a ida do profeta Jonas a Nínive e, finalmente, analisar as
alianças de Deus com a humanidade a partir da nação de Israel, no Antigo
Testamento. Contudo, o conceito de “missão”, da forma como o conhecemos hoje,
não aparece com clareza no Antigo Testamento em relação a nação de Israel como
povo escolhido de Deus.
- Falando
da nação de Israel, Deuteronômio 7.7-9 nos diz: “Não vos teve o SENHOR afeição, nem vos escolheu porque fôsseis mais
numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de todos os povos, mas
porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais,
o SENHOR vos tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do
poder de Faraó, rei do Egito. Saberás, pois, que o SENHOR, teu Deus, é Deus, o
Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o
amam e cumprem os seus mandamentos.” Deus escolheu a nação de Israel para
ser o povo através do qual Jesus Cristo iria nascer – o Salvador do pecado e da
morte (Jo 3.16). Deus prometeu o Messias pela primeira vez após a queda de Adão
e Eva no pecado (Gn 3.15). Deus mais tarde confirmou que o Messias viria da
linhagem de Abraão, Isaque e Jacó (Gn 12.1-3). Jesus Cristo é a razão final
pela qual Deus escolheu Israel para ser o Seu povo escolhido. Deus não
precisava ter um “povo escolhido”, mas decidiu fazer as coisas dessa forma.
Jesus tinha que vir de alguma nação, e Deus escolheu Israel.
No
entanto, a razão pela qual Deus escolheu a nação de Israel não foi unicamente
para o propósito da vinda do Messias. O desejo de Deus para com Israel era o de
que eles ensinassem aos outros sobre Ele. Israel deveria ser uma nação de
sacerdotes, profetas e missionários para o mundo. O intento de Deus era que
Israel fosse um povo distinto, uma nação de pessoas que guiassem os outros em
direção a Deus e a Sua providência prometida do Redentor, Messias e Salvador.
Em sua maior parte, Israel falhou nessa tarefa. No entanto, o propósito final
de Deus para Israel, o de trazer o Messias e Salvador, foi cumprido
perfeitamente na Pessoa de Jesus Cristo.
- A
viúva de Sarepta foi uma senhora que acolheu o profeta Elias, apesar de ser
muito pobre. Deus recompensou a viúva de Sarepta por sua hospitalidade e cuidou
do filho único dela. Deus enviou Elias à viúva de Sarepta para suprir suas
necessidades materiais no momento em que ela julgava que tudo estava perdido
(1Rs 17.12), mas a maior bênção que aquele mulher recebeu foi, sem dúvida, o
fortalecimento de sua fé no Deus de Elias.
Por meio do profeta Elias, aquela viúva recebeu de Deus não somente uma
bênção material, como também uma bênção espiritual. Veja a sua própria
declaração após receber de volta o seu filho vivo:” Então, a mulher disse a
Elias: “Nisto conheço, agora, que tu és
homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade”(1Rs 17.24).
A resposta da viúva conclui com uma declaração de fé. Ela agora sabia que o
Deus de Israel podia sustentar a vida e também dar vida.
- O
retrato que o livro de Jonas desenha de Deus é, sem dúvida, belo. Ele é
apresentado como aquele cujas ações não podem ser preditas ou controladas. Ele
detém o total controle sobre os elementos da natureza: envia a tempestade
(1.4), e a acalma (1.15); envia o grande peixe, e o faz entregar Jonas em
segurança (2.15), mostrando que Deus é aquele que é capaz de trazer a tempestade,
mas também provê a libertação; ele faz uma planta crescer em uma velocidade
incrível, e também usa um verme para fazer seu plano acontecer (4.6). Não há
como esconder-se dele (como lemos também no Salmo 139. Exatamente por conta de
quem Deus é, não é de se estranhar que a salvação não seja um direito exclusivo
do povo eleito, e essa é a segunda importante lição que Deus está comunicando
por meio de Jonas a Israel (ou lembrando-os do que já sabiam) e a todos que,
hoje, querem ouvi-lo:
Os marinheiros, no capítulo um, com seus
diferentes deuses, ouviram, possivelmente pela primeira vez, a respeito do
verdadeiro Deus, criador dos céus e da terra. Como resultado, oraram a Deus e
ofereceram seus votos.
O livro mostra como YHWH importa-se com seu
relacionamento com outras nações e até mesmo com os animais, não apenas com os
que são parte do povo de Israel. “Todos os seres humanos que aparecem no livro
clamam por misericórdia e Deus os atende”.
Com exceção de Jonas (o único na história
que pertencia ao ‘reino sacerdotal’), “todos os demais personagens da história,
incluindo os animais, obedecem a Deus sem hesitar”, mostrando que pessoas de
outras nações estavam abertas a Deus, incluídas em seus propósitos e ao seu
alcance.
O Senhor não está restrito a um grupo ou a
um povo para fazer seu nome conhecido entre as nações. Israel estava falhando
em cumprir sua missão até mesmo para os vizinhos mais próximos, e Deus levanta
Jonas para ir a uma nação inimiga distante. “Se aqueles que supõem serem os
‘eleitos’ de Deus falham em sua missão, o soberano Senhor da salvação
encontrará seu próprio caminho para comunicar suas misericórdias salvadoras ao
mundo perdido”.
I
– ISRAEL, UM POVO ESCOLHIDO PARA UM PROPÓSITO MISSIONÁRIO
1- O plano de Deus. O Senhor nosso Deus planejou, desde os tempos
antigos, que o testemunho de Jesus Cristo fosse proclamado a todos os
habitantes da Terra (Gn 12.3; cf. Mt 24.14; 28.18- 20). Ou seja, a vontade
divina era que todos os moradores da terra tivessem conhecimento a respeito da
pessoa de Jesus. Nesse sentido, o meio planejado por Deus para o mundo conhecer
o seu Filho passava por uma nação. O Pai chamou a nação de Israel para ser um
povo missionário. Dessa forma, os israelitas deveriam ser testemunhas de Deus
(Is 42.5-7; 43.10-13).
- ...
luz para os gentios (Is 42.5), Simeão
viu o início desse cumprimento na primeira vinda de Cristo (Lc 2.32). Ele veio
como o Messias de Israel, como o Salvador do mundo, que se revelou e a uma
mulher não judia imoral junto a um poço em Samaria (Jo 4.25-26), e ordenou a
seus seguidores que pregassem o evangelho ria salvação a iodas as nações rio
mundo (Ml 28.19-20).
- A vocação
e chamada geral, de Israel, no Antigo Testamento
“Agora,
portanto, se ouvirdes atentamente a minha voz e guardardes a minha aliança,
sereis minha propriedade exclusiva dentre todos os povos, porque toda a terra é
minha; mas vós sereis para mim reino de sacerdotes e nação santa. Essas são as
palavras que falarás aos israelitas.” (Êx 19.5,6)
“Mas
agora, assim diz o SENHOR que te criou, ó Jacó, e que te formou, ó Israel: Não
temas, porque eu te salvei. Chamei-te pelo teu nome; tu és meu… Porque eu sou o
SENHOR, teu Deus, o Santo de Israel, o teu Salvador… Visto que és precioso aos
meus olhos e digno de honra, e porque eu te amo, darei pessoas por ti e os
povos pela tua vida… Não temas, porque eu sou contigo… Vós sois as minhas
testemunhas, diz o SENHOR, e o meu servo, a quem escolhi,” (Is 43.1-10)
“Pois,
irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da
nuvem, e todos passaram pelo mar. Todos foram batizados em Moisés, na nuvem e
no mar.” (1Co 10.1,2).
2- A falha de Israel. Os israelitas se contaminaram com as religiões pagãs
dos povos vizinhos, além de se preocuparem muito com a identidade racial e
nacional, deixando de lado a vocação de ser testemunhas para Deus. Nesse
aspecto, são muitos os relatos bíblicos que dão conta dos desvios dos
israelitas, da sua desobediência à idolatria e pecados morais que relativizaram
a aliança com Deus (Ez 22.1-5). Entretanto, em meio a tudo isso, Israel não
deixou de ser bênção para outras nações.
- O
Senhor deu três títulos a Israel: "propriedade
peculiar", “Reino de sacerdotes"
e "nação santa", dependendo
de serem um povo obediente e cumpridor da aliança. Esses títulos resumiam as bênçãos
divinas que um povo como esse experimentaria: pertencer especialmente ao
Senhor, representá-lo na terra e ser posto à parte para servir aos propósitos
do Senhor. Os títulos igualmente desdobram o significado ético e moral de
Israel ter sido levado ao Senhor. "Porque toda a terra é minha” - no meio
dos títulos, dava ênfase à peculiaridade e soberania do Senhor e devia ser
tomado no sentido de descartar todas as outras reinvindicações pelos assim
chamados de deuses das nações.
3- A contribuição de Israel para o mundo. Apesar de suas falhas, Deus tornou Israel uma
bênção para as nações. Por exemplo, os judeus receberam e preservaram o Antigo
Testamento, o traduziram em grego, a língua mais usada naquele período; além de
escribas judeus manterem viva a ideia de que um dia os povos e as nações
ouviriam a Palavra de Deus e responderiam a ela. Nesse sentido, Jesus Cristo, a
Palavra encarnada, veio de Israel como o Salvador do Mundo (Jo 4.42).
- A
expressão “o Salvador do mundo” em
João 4.42, ocorre também em 1 Jo 4.14. O versículo constitui o clímax da
história da mulher samaritana. Os próprios samaritanos se tornaram testemunhas
de uma série de várias no Evangelho de João, que demonstraram a identidade de
Jesus como o Messias e o Filho de Deus. Esse episódio representa o primeiro
exemplo de evangelismo transcultural (At 1.8).
- “A história do Antigo Testamento não é uma
história onde tudo é uma mar de rosas. Podemos dizer que é o longo e doloroso
relato de como Deus amou Israel como um marido a sua esposa, mas esta esposa
escolheu repetidamente se prostituir, entregando-se a ídolos e rebelando-se
contra o amor de seu Senhor. É a história de um Deus paciente diante do pecado
de seu povo de coração duro.” https://coalizaopeloevangelho.org/article/por-que-deus-escolheu-israel-como-seu-povo-no-antigo-testamento/
- Quando
Moisés foi chamado por Deus para libertar o povo de Israel do Egito, Deus lhe
disse: Diga que o Eu Sou te enviou. Deus estava dando continuidade ao seu projeto
de fazer com que Israel fosse bênção a todas as nações. Por isso, Ele dizia: Eu
sou o eterno, o único Deus Todo Poderoso. Foi seguindo essa orientação que
Moisés fez a obra libertadora. Jesus veio ao mundo e utilizou várias vezes a
expressão Eu Sou. Ele a utilizou para falar daquilo que Ele faz, daquilo também
que Ele pretendia fazer com as pessoas. Em todas elas, está a ideia da
libertação. Embora Israel tenha falhado em sua missão, a nação contribuiu na
revelação do plano de Deus ao mundo.
II
– O AMOR DE DEUS PARA COM OUTRAS NAÇÕES
1- Os olhos de Deus sobre todos os povos. Johannes Blauw, erudito em Missiologia,
que escreveu sobre os fundamentos do Antigo Testamento para Missões, afirma que
desde o início Deus mantinha seus olhos em todas as nações e povos. Podemos
perceber isso nos capítulos 40 a 55 do livro do profeta Isaías, na ida do
profeta Elias a Sarepta e no livro do profeta Jonas. Nos livros proféticos
encontramos profecias de restauração, incluindo um dia futuro no qual as nações
estarão entre os redimidos (Is 45.6,22; 49.6; 52.10). Portanto, a preocupação
de Deus para com as nações é clara no Antigo Testamento.
- As
Escrituras nos revelam que Deus amava Israel desde a eternidade de uma forma
diferente da forma como ele ama as outras nações. Nelas entendemos que existe
um verdadeiro Israel composto de crentes no Messias Jesus, a quem ele amou
desde a eternidade de uma forma diferente da forma como ele ama as outras
pessoas. Assim, entendo que Ele amos a viúva de Sarepta. Tanto no Antigo
Testamento quanto no Novo Testamento, Deus se empenha em nos dizer isso (Ez 16.1-14).
Deus disse a Israel no exílio: “Porquanto
com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí” (Jr 31.3). Por
trás de todos os atos divinos de amor na história de Israel estava o amor
eterno. Ela era amada antes de existir.
“O Senhor não tomou prazer em vós, nem vos
escolheu, porque a vossa multidão era mais do que a de todos os outros povos…
Mas, porque o Senhor vos amava”(Dt 7.7-8). Ele a amava de forma diferente
de todas as nações, porque ele a amava. Não foi causado por ela. Foi antes dela
existir.
No
Novo Testamento, Paulo deixa claro que o tempo todo existia um verdadeiro
Israel, um remanescente dentro da nação de Israel — os que realmente confiam no
Messias Jesus. “Mas é judeu o que o é no
interior, e circuncisão a que é do coração, no espírito, não na letra; cujo
louvor não provém dos homens, mas de Deus” (Rm 2.29). “Isto é, não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os
filhos da promessa são contados como descendência” (Rm 9.8).
E
esses “filhos de Deus”, ele continua a dizer, estão “não só dentre os judeus,
mas também dentre os gentios” (Rm 9.24). “Todo
aquele que nele crer não será confundido. Porque não há distinção entre judeu e
grego” (Rm 10.11-12). Então, ele deixa claro que estes verdadeiros judeus —
estes filhos de Deus, esses crentes no Messias — tem sido amados por Deus desde
a eternidade, diferentemente de todas as outras pessoas, e amados com um grande
amor: “Como também nos elegeu nele antes
da fundação do mundo… em amor nos predestinou para filhos de adoção por Jesus
Cristo” (Ef 1.4-5). Paulo chama isso de “grande amor”: “Pelo grande amor com que nos amou, Deus nos
deu vida com Cristo” (Ef 2.4-5). Grande amor nos deu vida.
2- A viúva de Sarepta e o profeta Elias. Sarepta é uma antiga cidade fenícia, localizada
próxima ao sul de Sidom. Quando Elias profetizou a grande seca que haveria na
terra e castigaria Israel, Deus o enviou justamente a cidade de Sarepta, a casa
de uma viúva que era muito pobre. Quando Elias chegou, ela estava preparando a
última comida que tinha em casa, já convencida de que ela e seu filho morreriam
logo depois. Mas, quando a viúva obedeceu a palavra de Elias, foi abençoada com
o milagre da botija (a multiplicação da farinha e do azeite). Em seguida, o
filho dela adoeceu e morreu. Nesse momento, Elias fez uma coisa maravilhosa que
ela nunca esperaria. Pelo poder de Deus, o profeta ressuscitou o menino e o
restaurou a vida. A mãe do menino falou: “Nisto conheço, agora, que tu és homem
de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade” (1 Rs 17.24). Dessa
forma, Deus se tornou conhecido de uma estrangeira.
- Deus
enviou Elias à viúva de Sarepta para suprir suas necessidades materiais no
momento em que ela julgava que tudo estava perdido (1Rs 17:12), mas a maior
bênção que aquela mulher recebeu foi, sem dúvida, o fortalecimento de sua fé no
Deus de Elias. Por meio do profeta Elias, aquela viúva recebeu de Deus não
somente uma bênção material, como também uma bênção espiritual: “Nisto conheço, agora, que tu és homem de
Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade”(1Rs 17.24). A
resposta da viúva conclui com uma declaração de fé. Ela agora sabia que o Deus
de Israel podia sustentar a vida e também dar vida. A Bíblia não nos conta mais
nada sobre o que aconteceu com a viúva de Sarepta. No entanto, podemos ver por
esses dois episódios que a vida dela foi completamente transformada. A viúva de
Sarepta conheceu o amor e o poder de Deus e recebeu uma nova esperança!
3- A Missão de Jonas em Nínive. Jonas foi um dos poucos missionários bíblicos para
os estrangeiros. Não é por acaso que o tema do seu livro é “a misericórdia de
Deus para com todos os homens” (Jn 1.2; 3.2; 4.4-11). Mesmo não tendo um
conhecimento mais claro sobre de que maneira Israel deveria abençoar as nações,
Jonas recebeu a ordem específica de ir a Nínive para advertir aquele povo sobre
o juízo divino que estava prestes a se abater sobre os ninivitas, como
consequência de seus muitos pecados. Nínive era a capital da Assíria, uma nação
perversa, cruel e imoral (Na 1.11; 2.12,13; 3.1,4,16,19). A Bíblia de Estudo
Pentecostal (CPAD), ao comentar o capítulo 3 do livro, destaca ter sido um dos
despertamentos espirituais mais notáveis da história, quando o rei conclama a
todos ao jejum e a oração e, por isso, o juízo não recaiu sobre eles. Como a
cidade não foi condenada, em razão do arrependimento do povo, o profeta ficou
profundamente indignado. Todavia, o Senhor o fez ver que Ele ama a humanidade
toda (Jn 4.11).
- Jonas
era galileu e contemporâneo dos profetas Amós e Oséias. Os fariseus se
equivocaram quando disseram que "da
Galileia não se levanta profeta" (Jo 7.52), pois Jonas era galileu. De
acordo com uma tradição judaica não atestada, Jonas era o filho da viúva de
Sarepta ressuscitado dentre os mortos por Elias (lRs 17.8-24) Jonas foi o mais
estranho de todos os profetas:
- Ele
foi o primeiro profeta transcultural da História
- foi
o primeiro profeta a desobedecer a uma ordem de Deus.
- foi
o primeiro profeta a ver um resultado 100% positivo à sua mensagem. A pregação
de Jonas no capítulo 3 foi um sucesso estrondoso. Este é o maior fenômeno na
história do evangelismo mundial. Porém, em vez de Jonas manifestar alegria pelo
sucesso do seu trabalho, explode em ressentimento.
Sua
mensagem produziu efeitos até naqueles que não o ouviram diretamente. No
entanto, nenhum pregador foi tão bem-sucedido. No hebraico, o sermão de Jonas
se compunha de apenas cinco palavras, nada mais – (3.4): Ainda quarenta dias, e
Nínive será subvertida. Contudo, o sermão produzia muito impacto. E que
impacto!
-
Jonas fez todo o possível para que a sua missão fracassasse.
-
Jonas tinha um espírito indignado, um preparo insatisfatório, um sermão
medíocre.
-
Resultado: um sucesso tremendo!
A
maioria dos pregadores trabalha duramente para obter bons resultados; Jonas
trabalhou duramente para não ter bons resultados, mas ele teve sucesso, apesar
da sua atitude. Deus se responsabiliza pelo resultado! E aqui já temos uma
preciosa lição!
Isaías
55.11: “assim também ocorre com a palavra
que sai da minha boca: Ela não voltará para mim vazia, mas fará o que desejo e
atingirá o propósito para o qual a enviei” - Jonas foi o único pregador da
História que ficou frustrado com o seu sucesso. Um pregador que deseja ver a
morte e a destruição dos seus ouvintes e não a salvação deles.
Alguns
estudiosos, dando rédeas à imaginação, fazem do grande peixe que engoliu Jonas
o centro deste livro. Todavia, o peixe não é a personagem principal do livro,
nem mesmo Jonas. A personagem principal é Deus.
-
Deus é o Senhor não apenas de Israel, mas da natureza, da História e de todas
as nações.
- Sua
vontade se cumpre, sempre, no final. Os homens não podem criar-Lhe obstáculos
nem frustrá-Lo.
- Sua
graça é para todo o mundo.
O
peixe só é citado duas vezes no livro enquanto Deus é quem ordena a Jonas ir a
Nínive.
-
Deus é quem envia uma tempestade atrás de Jonas.
-
Deus é quem envia o peixe para engolir Jonas e depois vomitá-lo.
-
Deus é quem novamente comissiona Jonas a pregar em Nínive.
-
Deus é quem perdoa os habitantes de Nínive e exorta o profeta emburrado.
Percebam
que Jonas é o único profeta especificamente comissionado a pregar aos gentios. Este
é o grande livro missionário do Antigo Testamento. Jonas, um nacionalista
zeloso, é chamado por Deus e enviado a Nínive, uma grande cidade para proclamar
contra ela.
Nínive,
mencionada pela primeira vez em Gênesis 10.11, foi a antiga capital do império
assírio. Situava-se na margem oriental do rio Tigre. Senaqueribe fê-la a
capital da Assíria e os medos e persas a destruíram no ano 612 antes de Cristo.
Nínive era a maior cidade do mundo daquele tempo (1.2; 3.2; 4.11).
Os
pecados dos pagãos sobem até o céu e ofendem a Deus. Todavia, o amor de Deus
pelos pagãos desce até a terra e Deus envia a eles um mensageiro para
anunciar-lhes Sua Palavra.
O
propósito do livro de Jonas é ensinar que a providência e o cuidado de Deus não
se limitam a Israel, mas se estendem também aos gentios
O
livro de Jonas descreve o maior protótipo da morte e ressurreição de Cristo no
Antigo Testamento. O livro de Jonas nos oferece um protótipo das duas mais
importantes doutrinas do cristianismo: a morte e a ressurreição de nosso Senhor
Jesus Cristo.
III – ALIANÇAS ENTRE DEUS E A
HUMANIDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
1- Alianças de Deus. Com a queda do homem, toda a criação ficou sujeita
ao pecado (Gn 3.1-6; Rm 8.20). Entretanto, Deus providenciou meios para redimir
a humanidade e restaurar a comunhão perdida (1 Pe 1.19,20). Assim, Ele
estabeleceu algumas alianças com o homem a fim de tornar conhecida a sua glória
entre as nações e receber delas a legítima adoração. Por isso, há na Bíblia
alianças denominadas condicionais e incondicionais entre Deus e a humanidade.
- Uma
aliança com Deus é um acordo que une a pessoa com Deus. Na Bíblia, Deus fez
várias alianças com os homens. A maior dessas alianças é a aliança de salvação
em Jesus.
- “A Bíblia fala de sete alianças diferentes,
das quais quatro (Abraâmica, Mosaica, Palestina ou Palestiniana, Davídica) Deus
fez com a nação de Israel e são incondicionais em sua natureza. Ou seja,
independentemente da obediência ou desobediência de Israel, Deus ainda vai
cumprir essas alianças com Israel. Uma das alianças, a Aliança Mosaica, é de
natureza condicional. Ou seja, esta aliança vai trazer uma bênção ou maldição,
dependendo da obediência ou desobediência de Israel. Três das alianças
(Adâmica, Noética, Nova) são feitas entre Deus e os homens em geral, e não se
limitam à nação de Israel.
Pode-se dividir a Aliança Adâmica em duas partes: a
Aliança Edênica (inocência) e a Aliança Adâmica (graça) (Gênesis 3:16-19). A
Aliança Edênica é encontrada em Gênesis 1:26-30; 2:16-17. Ela delineia a
responsabilidade do homem para com a criação e a direção de Deus a respeito da
árvore do conhecimento do bem e do mal. A Aliança Adâmica incluía as maldições
proferidas contra a humanidade por causa do pecado de Adão e Eva, assim como a
provisão de Deus para esse pecado (Gênesis 3:15).
A Aliança Noética foi uma aliança incondicional entre
Deus e Noé (especificamente) e Deus e a humanidade (em geral). Depois do
dilúvio, Deus prometeu à humanidade que nunca mais destruiria toda a vida na
Terra com um dilúvio (ver Gênesis capítulo 9). Deus deu o arco-íris como sinal
da aliança, a promessa de que toda a terra nunca mais teria um dilúvio e um
lembrete de que Deus pode e vai julgar o pecado (2 Pedro 2:5).
Aliança Abraâmica (Gênesis 12:1-3, 6-7; 13:14-17, 15,
17:1-14; 22:15-18). Neste pacto, Deus prometeu muitas coisas para Abraão. Ele
pessoalmente prometeu que faria o nome de Abraão grande (Gênesis 12:2), que
Abraão teria inúmeros descendentes físicos (Gênesis 13:16), e que ele seria o
pai de uma multidão de nações (Gênesis 17:4-5 ). Deus também fez promessas a
respeito de uma nação chamada Israel. Na verdade, os limites geográficos da
aliança com Abraão são mencionados em mais de uma ocasião no livro de Gênesis
(12:7; 13:14-15; 15:18-21). Uma outra provisão na Aliança Abraâmica é que as
famílias do mundo seriam abençoadas através da linhagem física de Abraão
(Gênesis 12:3; 22:18). Esta é uma referência ao Messias, que viria da linhagem
de Abraão.
Aliança Palestiniana/Palestina
(Deuteronômio 30:1-10). A Aliança Palestina amplia o aspecto de terra detalhado
na Aliança Abraâmica. De acordo com os termos deste pacto, se o povo
desobedecesse, Deus faria com que fossem espalhados pelo mundo (Deuteronômio
30:3-4), mas Ele acabaria restaurando-os em uma nação (v. 5). Quando a nação
for restaurada, então eles vão obedecê-lo perfeitamente (versículo 8), e Deus
fará com que prosperem (v. 9).
Aliança Mosaica (Deuteronômio 11; et al.). A Aliança
Mosaica era uma aliança condicional que ou trazia bênção direta de Deus pela
obediência ou maldição direta de Deus pela desobediência sobre a nação de
Israel. Uma parte da Aliança Mosaica (Êxodo 20) eram os Dez Mandamentos e o
resto da Lei, que continha mais de 600 comandos, cerca de 300 negativos e 300
positivos. Os livros de história do Antigo Testamento detalham (Josué-Ester)
como Israel sucedeu ou fracassou miseravelmente em obediência à Lei.
Deuteronômio 11:26-28 detalha o tema de bênção/maldição.
Aliança Davídica (2 Samuel 7:8-16). A Aliança
Davídica amplifica o aspecto da "semente" na Aliança Abraâmica. As
promessas feitas a Davi nesta passagem são significativas. Deus prometeu que a
linhagem de Davi duraria para sempre e que o seu reino jamais deixaria de
existir permanentemente (versículo 16). Obviamente, o trono de Davi não tem
estado em vigor em todos os momentos. Haverá um tempo, no entanto, quando
alguém da linhagem de Davi vai novamente sentar-se no trono e governar como
rei. Este futuro rei é Jesus (Lucas 1:32-33).
Nova Aliança (Jeremias 31:31-34). A
Nova Aliança é um pacto feito primeiro com a nação de Israel e, no fim das
contas, com toda a humanidade. Na Nova Aliança, Deus promete perdoar os
pecados, e haverá um conhecimento universal do Senhor. Jesus Cristo veio para
cumprir a Lei de Moisés (Mateus 5:17) e criar uma nova aliança entre Deus e Seu
povo. Agora que estamos sob a Nova Aliança, tanto os judeus quanto os gentios
podem ser livres da penalidade da Lei. Temos agora a oportunidade de receber a
salvação como um dom gratuito (Efésios 2:8-9).
Dentro da discussão sobre as alianças
bíblicas, há algumas questões sobre as quais os cristãos discordam entre si.
Primeiro, alguns cristãos pensam que todas as alianças são de natureza
condicional. Se as alianças são condicionais, então Israel falhou
miseravelmente em cumpri-las. Outros acreditam que as alianças incondicionais
ainda tenham de ser totalmente cumpridas e, independentemente da desobediência
de Israel, serão concretizadas em algum momento no futuro. Segundo, como a
igreja de Jesus Cristo se relaciona com as alianças? Alguns acreditam que a
igreja as cumpre e que Deus nunca irá lidar com Israel novamente. Isso é
conhecido como a teologia da substituição e tem pouca evidência bíblica. Outros
acreditam que a igreja inicialmente ou parcialmente cumprirá essas alianças.
Embora muitas das promessas para com Israel ainda estejam no futuro, muitos
acreditam que a igreja faça parte de alguma forma. Outros acreditam que as
alianças sejam apenas para Israel e que a Igreja não tem nenhuma parte nelas.” https://www.gotquestions.org/Portugues/Aliancas-Biblia.html
2- Aliança incondicional e condicional. A Aliança Incondicional é uma disposição soberana
de Deus, mediante a qual Ele estabelece um contrato incondicional ou
declarativo com o homem, obrigando-se em graça, por um juramento irrestrito, a
conceder, de sua própria iniciativa, bênçãos para aqueles com quem compactua
(Gn 12.1-4). A Aliança Condicional é uma proposta de Deus, em que, num contrato
condicional e mútuo com o ser humano, segundo condições preestabelecidas, Ele
promete conceder bênçãos especiais ao indivíduo, desde que este cumpra perfeitamente
certas condições, bem como executar punições precisas em caso de não
cumprimento (Dt 28). Assim, por meio de suas alianças, Deus firmou um
compromisso com o rei Davi de alcance mundial, que resultou no advento do
Senhor Jesus como Salvador, enviado por Deus ao mundo (Gl 4.4).
- No
Antigo Testamento, a palavra hebraica para aliança é berith. Ela é usada 285
vezes. A palavra grega no Novo Testamento para aliança é diatheke. Ela aparece
30 vezes. O significado central de aliança é um laço ou relacionamento entre
duas partes na forma de um contrato.
- Existem
dois tipos de alianças que Deus fez com Israel: condicional e incondicional.
Numa aliança condicional, o acontecimento é futuro e incerto, pois a eficácia
da aliança depende exclusivamente do receptor. Algumas obrigações ou condições
devem ser satisfeitas pelo receptor da aliança antes que o outorgador se
obrigue a cumprir o acordado. Temos na aliança mosaica, pactuada entre Deus e a
nação de Israel como exemplo de aliança condicional. É caracterizada pela
conjunção “se”: “Se ouvires atento a voz
do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante dos seus olhos, e deres
ouvido aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma
enfermidade virá sobre ti, das que enviei sobre os egípcios; pois eu sou o
SENHOR, que te sara” (Êx 15.26). “Se
ouvires a voz do SENHOR, teu Deus, virão sobre ti e te alcançarão todas estas
bênçãos” (Dt 28.12) .
Já na
aliança incondicional, o acontecimento é futuro e certo. O cumprimento do que
foi acordado depende exclusivamente daquele que fez a aliança, portanto o que
foi prometido é soberanamente concedido ao receptor da aliança com base na
autoridade e integridade daquele que pactuou a aliança Deus.
CONCLUSÃO
Vimos que o plano de Deus abrange toda a
humanidade. Seu alvo é revelar a sua glória a todos os povos. Por diversas
vezes, Israel foi advertido pelos profetas para não guardar a mensagem de
salvação somente para si, mas proclama-la “entre as nações a sua glória, entre
todos os povos, as suas maravilhas” (Sl 96-3). Essa é uma raiz muito importante
do Antigo Testamento para entender as missões no Novo, tema da próxima lição.
- A
promessa da salvação foi a resposta amorosa de Deus para reconciliar consigo
mesmo o ser humano. A partir do momento em que Adão e Eva pecaram, a raça
humana passou a expressar e a vivenciar a maldade (Gn 3.6,7 cf. 4.8-26).
Enquanto vivia o período da inocência, o primeiro casal relacionava-se
plenamente entre si e com Deus (Gn 2.23-25). Mas a partir do advento do pecado,
o casal passaria a enfrentar conflitos entre si e com o Criador, passando a
encobrir a maldade do seu coração. A obra de Cristo, porém, realizada no
Calvário não nos permite viver hipocritamente, mas em verdade e sinceridade. Em
Jesus, a maldade do coração é substituída pela capacidade de amar, realizar
boas obras, pela fé, manifestar a bondade de Deus e cuidar do próximo (Ef
2.10).
- Já
em Gênesis, temos a primeira anunciação do Evangelho – “A semente da serpente, que Jesus relaciona aos ímpios (Mt 13.38,39; Jo
8.44), e a semente da mulher têm ambas sentido fortemente pessoal. Deus disse à
serpente: A Semente da mulher te ferirá a cabeça. Compare a referência de Paulo
a isto em Romanos 16.20. A serpente só poderia ferir o calcanhar da Semente da
mulher. De fato, ferir não é forte o bastante para traduzir o termo hebraico,
que pode significar moer, esmagar, destruir. Uma cabeça esmagada que leva à
morte é contrastada com um calcanhar esmagado que pode ser curado. O versículo
15 é chamado de ‘proto-evangelho’, pois contém uma promessa de esperança para o
casal pecador. O mal não tem o destino de ser vitorioso para sempre; Deus tinha
em mente um Vencedor para a raça humana. Há um forte caráter messiânico neste
versículo. Em Gênesis 3.14,15, vemos ‘o Calcanhar Ferido’. 1) O Salvador
prometido era a Semente da mulher — o Deus-Homem; 2) Esta Semente Santa feriria
a cabeça da serpente — conquistar o pecado; 3) A serpente feriria o calcanhar
do Salvador — na cruz, Ele morreu” Comentário Bíblico Beacon. Volume 1. 1ª Edição. RJ:
CPAD, 2005, p.41.
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REVISANDO
O CONTEÚDO
1- Para que Deus chamou o povo de Israel?
O Pai chamou a nação de Israel para ser um povo
missionário. Dessa forma, os israelitas deveriam ser servos e testemunhas de
Deus (Is 42.5-7; 43.10- 13).
2- Em que Deus tornou Israel diante de outras
nações?
Deus tornou Israel uma bênção para as nações.
3- Quais os dois exemplos bíblicos, de acordo com a
lição, que mostram Deus interessado em pessoas e nações estrangeiras?
O relato da viúva de Sarepta e ode Jonas em Nínive.
4- O que são as alianças incondicional e
condicional?
A aliança incondicional é a disposição soberana de
Deus em estabelecer um contrato incondicional ou declarativa e irrestrita pela
sua própria iniciativa; a aliança condicional é um contrato condicional e mutuo
com o ser humano.
5- O que Deus estabeleceu com o homem e qual foi o
propósito disso?