TEXTO ÁUREO
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16)
Esmiuçando o versículo-chave:
- Porque Deus amou ao mundo de tal maneira. A missão do Filho está
ligada de maneira inseparável ao supremo amor de Deus pelo "mundo" perverso e pecador da
humanidade (Jo 6.32,51; 12.47; Mt 5.44-45), que está em rebelião contra Deus. A
expressão "de tal maneira”
enfatiza a intensidade ou grandeza do amor de Deus. O Pai deu o seu único e
amado Filho para morrer em favor dos homens pecadores (2Co 5.21). Adão trouxe a
condenação sobre todos os homens por uma só ofensa — o seu ato deliberado de
desobediência (Rm 5.16). Cristo, entretanto, liberta o eleito da condenação de
muitas ofensas.
- Em 2 Coríntios 5.21, Paulo resume
o cerne do evangelho, explicando como os pecadores podem se reconciliar com
Deus por meio de Jesus Cristo. Essas 15 palavras gregas expressam as doutrinas
da imputação e substituição como nenhum outro versículo. Jesus Cristo, o Filho
de Deus sem pecado (Cl 4.4-5; L c 23.4,14,22,47; Jo 8.46; Hb 4.15; 7.26; 1Pe
1.19;-2.22-24; 3.18; Ap 5.2-10), se fez pecado por nós - Deus, o Pai, usando o
princípio da imputação, tratou Cristo como se ele fosse um pecador, embora não
o fosse, e o fez morrer como um substituto, a fim de pagar o castigo pelos
pecados daqueles que creem nele (Is 53.4-6; Gl 3.10-13; IP e 2.24). Na cruz,
ele não se tornou um pecador (como alguns sugerem), mas permaneceu tão santo
como sempre. Foi tratado com o se fosse culpado de todos os pecados já cometidos
por todos aqueles que creriam, um dia, embora ele nunca tivesse cometido
nenhum. A ira de Deus foi exaurida nele e a condição justa da lei de Deus
atendida para aqueles pelos quais morrera. A justiça creditada na conta do
cristão é a justiça de Jesus Cristo, o Filho de Deus (Rm 1.17; 3.21-24; Fp 3.9).
Como Cristo não era pecador, embora tenha sido tratado como tal, do mesmo modo
os cristãos que ainda não foram justificados (até a glorificação) são tratados como
se fossem justos. Ele suportou os pecados deles, por isso eles puderam
experimentar a sua justiça. Deus tratou-o com o se ele tivesse cometido os
pecados dos cristãos, e trata os cristãos como se tivessem realizado apenas as
obras justas do Filho de Deus sem pecado.
VERDADE
PRÁTICA
A natureza missionária de Deus
pode ser vista ao fazer de seu único Filho um missionário, e da Igreja a
sucessora dessa sublime tarefa.
Esmiuçando a Verdade Prática:
- A estratégia de Jesus para sua
obra missionária deve ser o modelo essencial para a Igreja. E como Jesus fez
sua missão? Lucas 10.1-9 nos indica sete princípios a serem seguidos:
1- Organizou o grupo: v.1: Jesus organizou sua equipe de trabalho e
designou uma tarefa para realizarem.
2- Oração em todo o tempo: v.2: A oração é o que sustenta a obra de
Deus. Somente o Senhor pode levantar pessoas para realizar a missão.
3- Existe uma batalha: v.3: Jesus não prometeu que seria fácil, mas
como pastor está sempre pronto a defender suas ovelhas (Salmo 23.4).
4- Deus é o provedor: v.4: Tudo o que precisamos Deus sabe, então se
estamos na obra Dele, precisamos crer que Ele nos sustentará.
5- A mensagem: v.5,6: A tarefa missionária é levar o evangelho da paz
para todos que aceitarem.
6- Conformidade: v.7,8: obreiro
precisa se conformar com o que recebe e acreditar que Deus pode melhorar tudo.
É preciso ter perseverança.
7- Milagres: v.9: O sobrenatural acontece na oba de Deus, que responde
orações e opera maravilhas.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Isaías
61.1-2; Lucas 4.17-2
INTRODUÇÃO
No Novo Testamento, o Senhor
Jesus foi o primeiro missionário enviado pelo Pai (Jo 20.21). Pelo fato de ter
sido o enviado de Deus, Ele trouxe consigo um plano de resgate da humanidade
que envolve todos os seus seguidores. Nosso Senhor disse aos seus primeiros
discípulos: “Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens” (Mt 4.19). Por
isso, podemos dizer que o Novo Testamento é uma obra de caráter missionário do
início ao fim, onde os Evangelhos, o livro dos Atos, as Cartas e o Apocalipse
são instrumentos de um verdadeiro trabalho missionário.
- A Bíblia revela um Deus
missionário em cada página das Sagradas Escrituras. por vezes pensamos
erroneamente que o movimento missionário começou no Novo Testamento, e que no Antigo
Testamento, Deus não tinha preocupações missionárias. Porém esse é um grande
erro. A missão no Novo Testamento começa em Cristo, o cumprimento do plano de
salvação proposto por Deus. E se você ao longo das escrituras concluir que
Cristo veio apenas aos judeus por ele também ser um, não se esqueça da grande
comissão, escrita lá em Marcos 16:15: E
disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.
I
– O DEUS MISSIONÁRIO REVELADO NO NOVO TESTAMENTO
1. A
Bíblia mostra um Deus missionário. A Bíblia Sagrada, de Gênesis ao Apocalipse, é um livro eminentemente
missionário porque sua inspiração emana de um Deus missionário, aquEle que
envia: “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21; Jo 3.16).
No Antigo Testamento, Israel foi o instrumento usado por Ele para alcançar o objetivo
divino, mas Israel não o alcançou. Todavia, a partir do Novo Testamento, Deus
passou a usar a Igreja para cumprir esse propósito, mostrando ao mundo o seu
grande e sublime amor
- Lucas relata que Jesus, depois de
ressuscitar, reuniu seus discípulos e falou-lhes duas coisas: A primeira foi
que o Antigo Testamento ensinava claramente que o Messias tinha de morrer e
ressuscitar. Em seguida, acrescentou que o evangelho seria pregado a todas as
nações. O ensino que Jesus transmitiu aos discípulos após a ressurreição deve
ter sido uma novidade para eles, mas estava claramente expresso no texto
sagrado: “Está escrito que o Cristo havia
de padecer e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia e que em seu nome se
pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando
de Jerusalém” (Lc 24.46,47). A ordem de fazer missões é muito clara no Novo
Testamento, porém Jesus buscou no Antigo Testamento a base para essa
declaração. Se lermos a Bíblia toda sem observar sua ênfase sobre missões, provavelmente
a estamos lendo superficialmente, sem notar a centralidade do plano de Deus
para as nações.
2. Uma
perspectiva missionária do Novo Testamento. O ensino do Novo Testamento é totalmente missionário. Pelo
fato de o povo de Israel ter falhado no seu propósito missionário, Deus
organizou um novo povo, a Igreja de Cristo, para que ela levasse a frente o
propósito universal de Deus em redimir o ser humano. Para isso que o Nosso
Senhor, o Filho Unigênito de Deus, foi enviado ao mundo, fazendo-se assim o
missionário por excelência (Jo 3.16). Não por acaso, o missionário
escocês, David Livingnstone, disse: “Deus
tinha um único filho e fez dele um missionário”.
- A mensagem principal dos
Evangelhos é a vida do Filho de Deus. Jesus é o centro de cada frase dos
Evangelhos. E a vida de Jesus é o exemplo maior de missão. Muitos missionários
deixam suas casas, seu conforto, suas famílias para irem ao encontro dos
necessitados, dos sofridos, daqueles que estão distantes de Deus. Jesus deixou
sua glória, seu trono, e veio estar entre nós, como homem. E mais, Ele deu a
vida por essa missão. Filipenses 2. 7-8 diz que: “sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, Mas
aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos
homens; E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até a morte, e morte de cruz.”
- O maior privilégio de
uma Igreja é experimentar o cumprimento da vontade de Deus, pois quando vê o
envio de missionários, alegra-se sobremodo, sabendo que o coração de Deus, é um
coração missionário! David Livingstone disse: “Deus tinha um único filho e fez
dele um missionário”. Essa frase não nos faz, imediatamente, repensar o que
temos pensado ultimamente? Até que ponto estamos dispostos a nos sacrificar,
por amor, à algo que nem ao menos merece nosso amor? Esse sacrifício
incomparável já foi feito por mim e por você e por toda humanidade, contudo
essas boas novas ainda não chegaram a muitos lugares do mundo.
3. A
Igreja à luz dessa revelação. À luz dessa
revelação bíblica, a de um Deus missionário nas páginas do Novo Testamento, a
Igreja de Cristo tem uma tarefa ainda inacabada: anunciar o Evangelho a toda a
criatura (Mt 28.19). Essa tarefa começou em Deus, que enviou o seu Filho com a
mesma missão, que passou à Igreja do Novo Testamento e, atualmente, perdura
como missão primeira da igreja na atualidade.
- Com base na autoridade de Jesus,
os discípulos foram enviados a fazer "discípulos
de todas as nações" (Mt 28.19). O amplo escopo do comissionamento dos
discípulos é consumado por meio da autoridade ilimitada de Jesus.
- Marcos registra esta ordem, que Jesus
dá aos seus discípulos: “ide e pregai o
evangelho”. A responsabilidade é dos discípulos. Pregar as boas novas da
salvação pela fé. “Quem crer e for
batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado.” Os discípulos
de Jesus entenderam a mensagem, obedeceram à ordem e pregaram o evangelho. Em
consequência, conforme o Livro de Atos dos Apóstolos registra, houve
crescimento da igreja.
- Paulo escreve que devemos ir e
pregar, as pessoas devem conhecer a Cristo para crer: "Como, porém, invocarão aquele em quem não
creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há
quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito. Quão
formosos são os pés dos que anunciam coisas boas"(Rm 10.12-15). Não é
dever de um ou outro, mas sim da igreja, é dever da igreja ir, enviar e
sustentar, toda ação da igreja deveria ter por base a sua missão, e alcançar a
sua missão, que é cumprir o Grande Comandamento. O Pr Esequias Soares escreve: “Fazer missões é mandamento bíblico. Trata-se
de uma ordem bíblica imperativa e não meramente um parecer ou uma recomendação.
É algo que não depende mais de mandamento específico ou de receber uma visão
especial da parte de Deus para iniciar a obra missionária. Essa ordem, como
vimos, já está na Bíblia (1Co 9.16). Essa mensagem de salvação é para ser
pregada a "todo o mundo" (Mc 16.15), até os confins da terra,
mediante a atuação do Espírito Santo (At 1.8). Essa incumbência foi dada à
Igreja. O que é necessário é buscar a direção do Espírito para saber como
realizar tal tarefa” Revista Lições Bíblicas – 3º Timestre - 2000 -
CPAD - Pág.35
- A mensagem do Evangelho é
necessária para que vidas sejam resgatadas da condenação eterna. O campo
(mundo) se encontra branco para a ceifa, precisamos colocar as mãos no arado. O
Pr Elienai Cabral escreve: “O progresso
de um igreja local não pode ser medido ou avaliado primeiramente por suas
atividades filantrópicas, educacionais e materiais. O progresso real de uma
igreja é avaliado por eu alcance evangelístico, juntamente com seus frutos
espirituais. Como resultado da semeadura da Palavra de Deus. Todas as demais
atividades são importantes, mas a prioritária e incessante é a evangelização”.
Revista Lições Bíblicas – 1º Trimestre - 2007 - CPAD - Pág.13-14.
II
– MISSÕES NOS EVANGELHOS E EM ATOS DOS APÓSTOLOS
1. Nos
Evangelhos. De acordo com os
Evangelhos, Jesus é o Enviado de Deus para salvar e tornar o seu povo uma
agenda missionária. Seu ministério foi marcado inteiramente por ações
missionárias, demonstrando muito amor e compaixão enquanto anunciava a mensagem
de salvação para todas as pessoas (Is 61.1,2). Essa natureza missionária pode
ser vista também na formação dos Evangelhos à medida que eles foram produzidos
sob a inspiração do Espírito Santo, para que as pessoas pudessem conhecer o
Senhor Jesus (Jo 8.32,36). Não por acaso, cada um dos Evangelhos é concluído
com o mandato da Grande Comissão (Mt
28.18-20; Mc 16.15-18; Lc 24.44-48; Jo 20.21-23). Eis a natureza missionária
deles.
- Quando lemos Mateus 9.35-36
notamos que o autor descreve a vida missionária de Cristo e vai dizendo como
Ele vivia essa vida, como Ele desempenhava a missão. A vida de Jesus é um
exemplo vivo de como fazer a obra de evangelização. Às vezes muitos se prendem
a vida de Paulo e ainda acham que Paulo foi o maior missionário, ou as vidas de
personagens da história da igreja e não atentam para o maior exemplo: Jesus
Cristo. Em Jesus encontramos o Manual de como fazer a missão.
Seu ministério foi missionário, Cristo
vivia na missão em todos os lugares, ensinando, proclamando e operando milagres
no poder de Deus (Lc. 5.17). Via as necessidades e partia para solucioná-las e
trata com seus seguidores ensinando-lhes como fazer missões: orando e indo.
Baseado nisso, posso me fazer algumas perguntas: Será que ainda escolho lugar
para pregar, ou estou indo a todos sem exceção? Quais são os meus passatempos
habituais? Como ocupo meus espaços livres? Todos nós somos discípulos de Jesus
e devemos saber que a responsabilidade é nossa. Existe uma obra a ser feita,
Jesus Cristo nos deu o exemplo, mas nós estamos muito longe de fazê-la...
ainda.
2. Nos
Atos dos Apóstolos: os missionários Filipe e Pedro. Na igreja cristã, os primeiros cristãos e líderes
tinham a missão de propagarem a salvação a todos os povos em todos os tempos.
Nesse sentido, Filipe foi o primeiro missionário transcultural da Igreja Primitiva,
enviado para a estrada de Gaza, antiga região dos filisteus, onde encontrou um
eunuco, alto oficial da rainha dos etíopes. Depois de lhe ter anunciado o
Evangelho, batizou-o nas águas (At 8.26-39). Outro episódio importante foi
quando o apóstolo Pedro reconheceu que, para Deus, todos os seres humanos são
alvos do amor divino, deixando claro que sua mensagem é dirigida a todas as
pessoas, independentemente de sua nacionalidade (At 10.34,35; 11.17,18).
- O que me chama a atenção nestes
dois exemplos é que, não havia um plano e uma preparação por nenhum dos dois
para missionar. Filipe recebeu uma ordem e prontamente obedeceu. Pedro
necessitou ser tratado para poder ir aos gentios. Judeus que se respeitavam não
convidavam nenhum gentio para entrar na sua casa, especialmente soldados do
odiado exército romano (At 10.23). Entendo ser necessário, antes do envio, um
tratamento por parte do Espírito, missão e sucesso dependem do sobrenatural de
Deus. Anunciar o evangelho da paz, ao pagar o preço do pecado mediante morte
redentora de Cristo para estabelecer a paz entre o ser humano e Deus (Rm 5.1-11),
requer sobretudo, que o próprio Cristo nos prepare para essa missão.
3. Nos
Atos dos Apóstolos: os missionários Paulo e Barnabé. O apóstolo Paulo,
de perseguidor dos cristãos, tornou-se o apóstolo dos gentios (At 9.15,16; 3.8;
1 Tm 2,7; Tt 2.11). Em Atos, vemos que, através de seu ministério, a primeira
igreja estendeu-se a todos os povos, culturas e nações conhecidas naquela
época. Nesse contexto, temos também Barnabé que, após ter sido enviado pelos
apóstolos a Antioquia, para pastorear os que se converteram por meio da
pregação dos dispersos de Jerusalém pela perseguição, foi enviado pela igreja
em Antioquia, juntamente com Paulo, pelo poder do Espírito Santo, para o campo
missionário. Assim, podemos afirmar que em Antioquia estava a primeira igreja
missionária de natureza gentílica (At 13.1-4).
- O cap. 13 de Atos assinala uma
mudança importante: os primeiros 12 capítulos centram-se em Pedro; os demais
capítulos giram em torno de Paulo. Com Pedro, a ênfase está na igreja judaica em
Jerusalém e na Judeia; com Paulo, o foco é a igreja gentílica dispersa pelo
mundo romano, que começou na igreja de Antioquia. O texto começa informando que
aquela igreja possuía profetas. Eles desempenhavam papel importante na igreja
apostólica. Eram pregadores da Palavra de Deus e eram os responsáveis, nos
primeiros anos, pela igreja na função de instruir congregações locais. Em
algumas ocasiões, receberam nova revelação de natureza prática, como em
Colossenses 11.28 e 21.10.
Antioquia foi a primeira igreja gentílica que veio a ser, depois de
Jerusalém, a cidade mais importante para o Cristianismo do primeiro século (At.
11.19-26). Ela não só foi a primeira igreja gentílica a missionar, como também
foi a primeira igreja fora de Jerusalém, e tornou-se a maior igreja missionária
da época, servindo como base missionária do apóstolo Paulo (At 11.25,26). Antioquia
é o exemplo a ser seguido pelas igrejas da atualidade que precisa reconhecer
sua responsabilidade na vida dos seus missionários em orar, contribuir, amar,
socorrer e compreender.
III – A
MISSÃO CUMPRIDA NAS CARTAS E NO APOCALIPSE
1. Nas
Cartas Paulinas. O apóstolo
Paulo escreveu suas epístolas como um missionário. Seu objetivo missionário era
instruir, nos assuntos doutrinários e práticos, as igrejas que ele plantava.
Por exemplo, a Carta aos Romanos é uma carta em que a universalidade do pecado
e o processo de salvação são ensinados; a Carta aos Efésios traz a unidade da
igreja a partir da queda “do muro da separação” entre judeus e gentios por meio
de Jesus Cristo (Ef 2.14); as Cartas a Timóteo e Tito lidam especificamente com
qualificações para a vocação de novos líderes das igrejas plantadas, como
dirigir os assuntos de uma igreja local.
- A missão de Paulo apóstolo:
anunciar o evangelho (1Ts 2,1-12). Ele fala em ousada confiança com o fim de anunciar
o evangelho de Deus, em meio a muita luta. As boas-novas de Deus
proclamadas por Paulo incluíam estas verdades: 1) a autoridade e a veracidade da
Escritura (v. 13); 2) a divindade de Cristo (Rm 10.9); 3) a pecaminosidade da
raça humana (Rm 3.23); 4) a morte e ressurreição de Cristo (I Co 15.4-5); e 5)
a salvação da pessoa pela graça por meio da fé (Ef 2.3-9). A passagem de 1 Co
15.1-3 é um resumo que Paulo faz do evangelho.
- Paulo, judeu de língua grega, cidadão
romano desde o nascimento (At 22,29), preparado para ser um Rabi, desempenhou
com intensa paixão a sua missão entre os Gentios da Ásia Menor e da Grécia. Não
foi o primeiro missionário de sua época, mas sem dúvida foi o maior, porque era
a pessoa mais qualificada para realizar a missão cristã entre o mundo judaico e
o mundo greco-romano, pois pertencia a ambos. É bom lembrar que as cartas mais
importantes foram escritas durante o período mais intenso de sua atividade
apostólica. Com efeito, todas essas cartas, a não ser Romanos, foram
endereçadas a comunidades que surgiram graças ao esforço e à fadiga do trabalho
missionário de Paulo.
Já Romanos, surgiu do desejo
missionário de chegar mais longe, onde o evangelho ainda não havia sido pregado,
e contava com o apoio e ajuda dos crentes de Roma! Romanos é uma carta missional!
Em Paulo, entendemos que a missão
consiste:
- a. em ter consciência da iniciativa de Deus;
- b. em proclamar com franqueza o Evangelho;
- c. num contexto de “grandes lutas.”
2. Nas
Cartas Gerais. As epístolas gerais dão um forte testemunho sobre Missões,
como por exemplo: a Carta aos Hebreus demonstra a descontinuidade entre a
Antiga e a Nova aliança, enfatizando a nova como “melhor” (Hb 7.19,22), a qual,
uma vez aceita, a missão de Deus nos levará para o centro da vontade de Deus,
para realizar a sua vontade como lhe agrada (Hb 13.20); a Carta de Tiago contém
a sabedoria prática para viver o Evangelho de Cristo. E, finalmente, as Cartas de Pedro asseguram
a nossa posição de povo de Deus e a esperança da vinda do Senhor Jesus.
- Chamam-se Epístolas Universais ou Gerais
às cartas do Novo Testamento que vão de Tiago a Judas. São as oito cartas do
Novo Testamento que não foram escritas pelo apóstolo Paulo. São elas: Hebreus,
Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas. Com exceção de 2º e 3º João, é
difícil determinar a quais problemas específicos, se é que existiam, estas cartas
pretendiam tratar, nem fica claro se elas foram escritas para destinatários em
especial.
Tanto as Epístolas Paulinas quanto as Epístolas Gerais, tratam da
continuidade do ministério de Jesus, e nos apresenta os cuidados que seus
autores tiveram com as igrejas que iam sendo abertas, com o discipulado, e a
obediência até os confins da terra, como o próprio Jesus orientou em Atos 1.8.
3. No
Apocalipse. Nesse livro o
Senhor Jesus revela ao apóstolo João a conclusão da longa jornada e o destino
de toda a raça humana. As sete igrejas localizadas na província da Ásia Menor,
nos capítulos 2 e 3, devem ser vistas como “igrejas missionarias”. Nesse
sentido, o apóstolo João relata que Deus se interessa pela salvação de todos os
homens (Ap 5.9,10; 7.9; 11.15).
- Falar de Missões a partir do livro
de Apocalipse pode soar inusitado sendo o gênero
apocalíptico comumente relacionado às revelações catastróficas dos últimos
dias, à manifestação de poderes satânicos, à perseguição da igreja e ao juízo final.
A definição de missão num estudo desse livro deve ser ampla, não se delimitando
ao trabalho da igreja local em ações evangelísticas ou a missões
transculturais, mas no sentido empregado no Novo Testamento, que envolve o
comissionamento de pessoas para uma determinada tarefa (Mt 28.18-20; Lc
24.46-48; Jo 20.21-23): a proclamação do evangelho da salvação e perdão dos
pecados por meio de Cristo Jesus apropriada pela fé.
Apocalipse 1.7
funciona como uma chave hermenêutica para o tema da missão em todo o livro de
Apocalipse. O versículo traz duas citações combinadas de profecias do Antigo
Testamento, Daniel 7.13 e Zacarias 12.10, e, estando situado no prólogo do
livro, introduz uma deliberada ambiguidade para definir a ação missionária da
igreja. A dificuldade interpretativa se encontra no uso do texto de Zacarias
12.10, sendo este o centro das discussões. A tese de que esta profecia fala do
futuro das nações em que o lamentar escatológico será em arrependimento não é
amplamente aceita pelos acadêmicos. No contexto original de Zacarias 12.10 e no
seu uso na literatura no Judaísmo do Segundo Templo, o tom de julgamento está
completamente ausente. O lamentar escatológico de todas as tribos de Israel é,
então, universalizado para todas as tribos da terra nas citações de Zacarias
12.10 no Novo Testamento
CONCLUSÃO
O Novo Testamento mostra
claramente a forma pela qual Deus planejou a redenção da humanidade caída por
meio da sublime tarefa missionária. Para esse fim, Ele enviou seu único Filho
que, com preço de sangue, pagou o pecado dos homens de todas as tribos,
línguas, povos e nações, constituindo-os seus cooperadores na obra de redenção
de toda a Criação, decaída e prisioneira de Satanás. Ora, se Missões nasce do
coração de Deus, ela deve estar no coração de quem ama a obra missionária.
- No Novo Testamento há vários
paradigmas missiológicos que dão diferentes perspectivas de missão. Por
exemplo, os primeiros quatro livros doo Novo Testamento não são simplesmente
biografias de Jesus e sim são evangelhos, histórias com uma mensagem
específica. A missão no Novo Testamento começa em Cristo, o cumprimento do
plano de salvação proposto por Deus. O ide é para todos, não só para os
apóstolos, o plano de salvação, como temos visto, não é só para os judeus,
desde o começo o plano de Deus era salvar a toda a criatura, como a Bíblia
deixa bem claro. A vinda de Cristo não foi aleatória, impensada, feito na
emoção, um plano B, ao contrário, Jesus veio em um momento propício, onde
existiam estradas, idioma e uma cultura que facilitava a propagação da
mensagem. Foi tudo muito bem pensado, planejado como só um Deus o faria, para
que o homem ouvisse e recebesse a mensagem de salvação.
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REVISANDO
O CONTEÚDO
1. Por que podemos dizer que a
Bíblia é um livro eminentemente missionário?
A Bíblia Sagrada,
de Gênesis ao Apocalipse, é um livro eminentemente missionário porque sua
inspiração emana de um Deus missionário, aquele que envia: “Assim como o Pai me
enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21; Jo 3.16).
2. Qual é a tarefa inacabada da
Igreja de Cristo?
Anunciar o
Evangelho a toda a criatura (Mt 28.19).
3. Como a natureza missionária na
formação dos Evangelhos pode ser vista?
Essa natureza
missionária pode ser vista também na formação dos Evangelhos a medida que eles
foram produzidos sob a inspiração do Espírito Santo para que as pessoas
pudessem conhecer o Senhor Jesus (Jo 8.32,36).
4. Segundo a lição, quem foi o
primeiro missionário transcultural da Igreja?
Filipe foi o
primeiro missionário transcultural da Igreja Primitiva.
5. Qual era o objetivo
missionário do apóstolo Paulo com a suas Cartas?
Seu objetivo
missionário era instruir nos assuntos teológicos e práticos das igrejas que ele
plantava.