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1 de março de 2022

LIÇÃO 10: AS PROFECIAS DESPERTAM E TRAZEM ESPERANÇA

 


 

 

TEXTO ÁUREO

Bem -aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo.” (Ap 1.3)  [Apocalipse é o único livro bíblico que vem com uma bênção para aquele que ouve a leitura e explanação do mesmo e, então, responde com obediência. Essa é a primeira das sete bem-aventuranças do livro, as demais se encontram nos versículos 3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14. Aqui, "tempo" se refere a épocas, eras ou estações. A próxima grande época da história redentora de Deus está iminente. Porém, embora a vinda de Cristo seja o próximo acontecimento, este pode ser adiado por tão longo tempo que as pessoas começarão a questionar se ele algum dia virá (M t 24.36-39; 2Pe 3.3-4).]

 

VERDADE PRÁTICA

As profecias são mensagens que expressam a soberana vontade do Senhor. Elas servem para alertar o povo de Deus, produzindo esperança e confiança nas promessas divinas.   

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE   

Jeremias 1.4-10; Joel 1.1-3; Apocalipse 1.1-3

 

INTRODUÇÃO

Os livros proféticos do Antigo Testamento se dividem em “Profetas Maiores” e “Profetas Menores”. A designação serve para diferenciar o tamanho dos livros e não o grau de importância de seus autores. Os Profetas Maiores são Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel. Já os outros doze, de Oséias a Malaquias, são os Profetas Menores. No Novo Testamento apenas o livro de Apocalipse é classificado como profético. A mensagem deste livro desperta e, ao mesmo tempo, produz esperança para o povo de Deus.   

COMENTÁRIO   

Nossa lição de hoje objetiva despertar-nos a atenção para a organização do texto bíblico. Houve entre o povo os profetas orais, ou melhor, os que não escreveram suas mensagens, e os profetas literários, estes divididos em dois grupos: Profetas Maiores (cinco) e Profetas Menores (doze). Foram assim classificados por Agostinho[1] em virtude do volume de seus escritos. O estudo sistêmico das Escrituras é a chave para um fiel entendimento. Temos aprendido que os santos profetas falaram o que Deus queria transmitir à humanidade, e em muitos casos, encontramos oráculos que apontam um mesmo acontecimento sendo proferidos por profetas distintos, Sofonias e Jeremias, por exemplo. É preciso compreendermos a organização dos livros proféticos e, consequentemente, de toda a Bíblia, a fim de que tenhamos uma base firme para prosseguir nos estudos bíblicos e teológicos. Neste subsídio, faremos uma exegese do texto da Leitura Bíblica em Classe e um resumo dos livros proféticos. Os livros que compõem o bloco chamado de Livros Proféticos da Bíblia, são divididos em “Profetas Maiores” e “Profetas Menores”. Fazem parte do sub-bloco Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel. No sub-bloco Profetas Menores, temos: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. As designações “Profeta Maior” e “Profeta Menor” foram dadas por Agostinho no princípio do século IV d.C. O critério utilizado para separar estes dois subgrupos refere-se à brevidade (o número de páginas), afinal ambos tem sua importância relativa. Os profetas eram homens chamados e levantados para levar a mensagem de Deus para o povo ou expressarem publicamente Sua mensagem. Alguns foram reformadores, outros evangelistas e outros trouxeram um reavivamento. Eles eram também pessoas que desempenhavam a função de escribas e, então, escreveram histórias, biografias e publicações periódicas para sua nação. Nessa função, eles compilaram ou escreveram grandes porções dos livros que formam o Antigo Testamento. Além disso, eram capazes de compreender e discernir o futuro, predizendo eventos que ocorreriam mais tarde.

 

I – OS PROFETAS MAIORES   

1- Os profetas e a profecia. A palavra grega prophetes significa proclamador e intérprete da revelação divina. No hebraico, a palavra frequentemente usada é nãbi, como sendo aquele que declara uma mensagem em nome de Deus. Os profetas tinham acesso à presença dos reis, ofereciam-lhes assessoramento e, quando necessário, até censuravam os seus atos (Is 37.5-7; 2 Sm 12.7). O Dicionário Vine atesta que o termo grego para profecia é propheteia que significa “descrição antecipada da vontade de Deus, quer com referência ao passado, quer do presente ou futuro” (Gn 20.7; Ap 1.19 ). A Bíblia registra que Deus falou muitas vezes e de várias maneiras por meio dos profetas (Hb 1.1).   

COMENTÁRIO   

O cumprimento das profecias não é um acidente, elas revelam os propósitos do Senhor. A morte e ressurreição de Jesus foram preditas nas Escrituras, como também, um chamado ao arrependimento e a remissão dos pecados. Os profetas sabiam que o Messias viria, embora não soubessem quando e como (Is 7.14; 9.6; 11.1; Dn 12.6,9). Moisés profetizou que um dia um profeta como ele apareceria; para os judeus, ninguém era maior do que Moisés, mas eles sabiam que Deus levantaria outro profeta como Moisés; quando os fariseus perguntaram se João Batista era o ‘profeta’ (Jo 1.21), eles se referiam a Dt 18.15: “ O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;”.

A palavra grega prophetes significa proclamador e intérprete da revelação divina. No hebraico, a palavra mais frequente é nãbi, como sendo aquele que declara uma mensagem em nome de Deus. Ademais, os profetas usavam vários meios de adivinhação e envolviam-se em oráculos. Os termos hebraicos roeh e hozek também são usados. Ambos significam «aquele que vê», ou seja, «vidente». Todas as três palavras aparecem em I Crô. 29:29. Os eruditos procuram estabelecer distinções entre elas, mas talvez sejam meros sinônimos, usados para emprestar variedade literária às composições escritas. Nabi é termo usado por mais de trezentas vezes no Antigo Testamento.

 

2- Os profetas Isaías e Jeremias. Isaías e Jeremias profetizaram no reino de Judá.   Isaías denunciou a rebeldia do povo, e apontou o cativeiro como juízo divino (Is 5.13 ). Predisse o retorno de Judá do exílio (Is 48. 20), e profetizou a respeito de Cristo, tal como seu nascimento de uma virgem (Is 7.14); sua descendência de Davi (Is 11.1); e seu ministério libertador (Is 61.1,2). Jeremias, igualmente, vaticinou a queda de Judá por causa do pecado (Jr 1.16), anunciou a restauração do remanescente (Jr 50.19,20) e a chegada de Cristo como um Renovo de justiça (Jr 33.15). Nas Lamentações, temos o registro do clamor de Judá pelo perdão divino (Lm 1.2;5.1). Ambos os profetas anunciaram despertamento e esperança.   

COMENTÁRIO 

  Isaías profetizou no reino de Judá. Seu ministério ocorreu nos dias dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1 ss). Paulo aplica a profecia de Isaías 10. 22, 23 e 1.9 para confirmar que Deus, em sua misericórdia, preservou um remanescente do Israel físico. Se não houvesse agido assim, toda a nação apóstata teria perecido. Isaías profetizou que uns poucos judeus seriam salvos e Paulo, conhecedor dessa profecia, em todos os lugares que pregou, antes se dirigiu às Sinagogas e pregou aos judeus, embora, poucos aceitaram a mensagem do Evangelho. Romanos 9.27, 28 refere-se a Isaías 10.22, 23 e Romanos 9.29, a Isaías 1.9.

CHAMPLIN escreve: “Conforme se pode ver, Isaías (ou o deutero-lsaías?) viveu na época em que impérios caíram e se levantaram. Em sua confiança de que nada de mal poderia acontecer a um obediente povo de Israel, ele partia da ideia de que as tribulações do povo de Deus se deviam a causas morais e espirituais, e não apenas políticas e militares. Ele pressupunha que Deus controla todas as coisas, e que todo o desastre que recaiu sobre Israel poderia ter sido impedido, se o povo de Deus se tivesse mostrado fiel ao Senhor. Porém, o que sucedeu foi precisamente o contrário. As nações de Israel e Judá haviam caído em adiantado estado de decadência moral e espiritual. Na primeira metade do século VIII A.C, tanto Israel (sob Jeroboão II, cerca de 782—753 A.C.) quanto Judá (sob Uzias) haviam desfrutado de um período de grande prosperidade material. Foi uma espécie de segunda época áurea, perdendo em resplendor somente diante da glória da época de Salomão. Os capítulos dois a quatro de Isaías nos fornecem indicações sobre isso.

Mas, ao mesmo tempo em que prevalecia a riqueza material, prevalecia a pobreza espiritual, incluindo a mais desabrida idolatria, que encheu a terra (Isa. 2.8). De tão próspera e elevada situação, Israel e Judá em breve cairiam. A Assíria deu início à derrubada, e a Babilônia a terminou. Isaías, em seu ministério, enfatizava os fatores espirituais e sociais. Ele feriu as dificuldades da nação em suas raízes—sua apostasia e idolatria—e procurou salvar Judá da corrupção moral, política e social. Porém, não conseguiu fazer com que seus compatriotas se voltassem para Deus. Sua comissão divina envolvia a advertência de que sobreviria o castigo fatal (Isa. 6.9-12).

Dali por diante, ele declarou, ousadamente, a inevitável queda de Judá e a preservação de um pequeno remanescente fiel a Deus (Isa. 6.13). Todavia, alguns raios de esperança alegram as suas predições: Através desse pequeno remanescente, ocorreria uma redenção de âmbito mundial, quando viesse o Messias, em seu primeiro advento (Isa. 9.2,6; 53.1-12). E, por ocasião do segundo advento do Messias, haveria a salvação e a restauração da nação (Isa. 2.1-5; 9.7; 11.1-16; 35.1-10; 54.11-17). O tema de que Israel, um dia, será a grande nação messiânica no mundo, um meio de bênção para todos os povos (o que terá cumprimento somente no futuro), que fez parte tão constante das predições de Isaías, tem atraído para ele o título de profeta messiânico” (Unger, em seu artigo sobre Isaías).

A esperança, em meio ao juízo divino e à condenação, era um tema constante nas predições de Jeremias. O exílio de Judá era inevitável, embora não houvesse de perdurar para sempre. Haveria de redundar em um digno propósito, visando o bem do povo judeu, em última análise (Jer. 19.10; 25.11). Nisso consiste a própria natureza do julgamento. O julgamento tem um aspecto remediai, não sendo mera reparação e, menos ainda, vingança. Ver o trecho de I Ped. 4.6, que ensina essa verdade no tocante ao julgamento dos incrédulos. O próprio hades tem um aspecto remediai, conforme se vê no relato bíblico da descida de Cristo ao hades.

A esperança de Jeremias, em meio ao juízo divino iminente, deu origem a um ato de fé, quando ele comprou um terreno em Anatote (não distante de Jerusalém), pois sabia que o povo de Judá haveria de retornar à sua pátria. É lamentável que o próprio Jeremias tenha sido assassinado no exílio (no Egito), o que significa que o ato de compra do terreno era simbólico, não lhe tendo trazido nenhuma vantagem pessoal. Porém, Deus também estava controlando a situação, e podemos ter certeza de que o profeta nada perdeu, mas somente teve a ganhar”. CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2780; 2984. 

 

3- Os profetas Ezequiel e Daniel. Ezequiel e Daniel profetizaram na Babilônia. Judá estava no exílio e tinha o coração obstinado (Ez 2.4). Ezequiel foi levantado para os admoestar no cativeiro (Ez 2.3), lembrar de que a restauração requeria arrependimento (Ez 3.20,21), e prenunciou a Cristo como pastor e rei (Ez 34.23,24). Daniel também foi para o exílio, porém, como um dos oficiais da corte (Dn 5.29). Ele entendeu que o cativeiro duraria 70 anos (Dn 9.2), e passou a clamar por misericórdia (Dn 9.19). Como resposta, Deus lhe revelou o tempo da restauração da nação, a vinda de Cristo, o advento do Anticristo e o Julgamento Final (Dn 9.24-27). Essas profecias despertaram a esperança de reconciliação com Deus.   

COMENTÁRIO   

Ezequiel era filho de Buzi, pelo que ou era sacerdote ou filho de um sacerdote (provavelmente, ambas as coisas), tendo sido chamado por Deus como profeta, por ocasião da maior crise de Judá; e então tornou-se um dos pastores de todo o Israel no exílio. Foi chamado por Deus para o exílio profético no quinto ano do primeiro exílio judaico, que teve início em 598 A.C., ou seja, o seu trabalho profético começou em 593 A.C. Sua última mensagem vem datada do ano 571 A.C. (ver Eze. 29.17). No livro de apoio à lição, o pastor Douglas Baptista esclarece: “Ezequiel é um profeta do cativeiro que foi conduzido ao exílio na deportação promovida por Nabucodonosor em 597 a.C. (2 Rs 24.14-16). Ele tinha sido sacerdote em Jerusalém (Ez 1.3) e na Babilônia foi chamado para ser profeta do Altíssimo (Ez 1.2). Seu ministério profético desenvolveu-se por cerca de 22 anos. O nome Ezequiel significa “aquele que Deus sustenta”. Embora Judá estivesse no exílio, o coração do povo era obstinado. Estavam seguindo o mesmo caminho de rebeldia de seus pais (Ez 2.3,4), mas Deus não desistiu de seu povo. Ezequiel foi levantado para os admoestar: “quer ouçam quer deixem de ouvir” (Ez 2.5). A mensagem lembrava a todos de que a restauração requeria arrependimento. Sua função era advertir a nação para deixar a maldade, seguir a justiça e persistir no caminho da retidão (Ez 3.20,21). Ele também profetizou a restauração da nação (Ez 34.1-39.29), prenunciou a Cristo como pastor e rei (Ez 34.23,24) e como fonte de águas vivas (Ez 47.1,2). O tema preponderante no livro engloba a justiça e a misericórdia divina, a responsabilidade individual e a esperança para o futuro. Daniel pertencia à alta nobreza judaica (Dn 1.3). Ainda muito jovem, foi enviado para a Babilônia por volta do ano 605 a.C., e tornou-se um dos oficiais da corte (Dn 5.29). O profeta exerceu seu ministério por aproximadamente 70 anos (605 a.C.-535 a.C.), desde o primeiro ano de Nabucodonosor (Dn 1.1) até o terceiro ano de Ciro (Dn 10.1). Seu nome significa “Deus é, o meu juiz”. O livro denota que o Juiz dos judeus, embora tivesse permitido o cativeiro, iria restaurar o seu povo por obra de seu grande amor e compaixão. Ao estudar as profecias de Jeremias (Jr 25.11,12; 29.10), Daniel soube que o cativeiro duraria 70 anos (Dn 9.2), reconheceu a culpa do povo e com oração, súplica, jejum e com pano de saco e cinzas, passou a clamar pela misericórdia divina (Dn 9.3,19). Como resposta, Deus lhe revelou o tempo da restauração da nação, a vinda de Cristo, o advento do anticristo e o julgamento final (Dn 9.24-27). Essas profecias ilustram que Deus está no controle de tudo e tem propósito para cada indivíduo. Portanto, promovem despertamento e esperança de reconciliação com Deus”. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.   

Sobre Daniel, o Comentário Bíblico Beacon (CPAD) nos traz o seguinte: “O livro de Daniel é o desvendar de um mistério. E, se por um lado desvenda o mistério, por outro, o envolve em surpresa e admiração, deixando grande parte do mistério da revelação em aberto. Daniel era um homem de extraordinária sabedoria e percepção. Vivendo no meio de grandes e repentinas mudanças mundiais, ele foi capaz de manter seu equilíbrio e sanidade, observando o que estava acontecendo com um olhar atento. Ele serviu a reis. Ele foi um valoroso conselheiro de governantes. Porém, mais importante de tudo, ele tinha um relacionamento íntimo com o Deus dos céus. Ele estava com os seus pés firmemente plantados na terra, entre os acontecimentos terrenos. Mas, a sua cabeça ficava numa atmosfera mais clara; ele vivia diante da realidade de coisas eternas. Algumas verdades tomam-se claras na mensagem de Daniel, revelando o plano de Deus para a Terra e seus habitantes. Em primeiro lugar, poderes terrenos e circunstâncias são temporários. As tiranias mais poderosas ficam no poder durante um curto período. Em segundo lugar, Deus faz com que a ira do homem acabe se transformando em louvor a Ele e faz com que todo o resto seja impedido. Tanto Nabucodonosor, o déspota enfurecido, quanto Ciro, o soberano sábio e cordial, testificaram dessa verdade. Em terceiro lugar, Deus mantém as suas promessas para o seu povo; Ele não esquece. Em quarto lugar, Deus tem seu próprio tempo para realizar a sua obra. Ele nunca se adianta nem se atrasa. Em quinto lugar, os reinos desse mundo são designados para dar lugar ao reino do nosso Senhor e do seu Cristo. Em sexto lugar, embora Deus tenha uma visão eterna e cósmica, Ele tem um interesse amoroso em relação aos afazeres mais insignificantes de um indivíduo. O livro de Daniel foi um livro para Daniel e para o atribulado povo remanescente de Deus dos seus dias. Esse também é um livro para todas as gerações, designado para manter a história em perspectiva. O livro continua sendo relevante para os nossos dias. Certamente, estamos mais próximos do tempo da consumação do Reino de Deus do que qualquer povo que viveu antes de nós. Em dias de profunda escuridão e conflitos cruciais, vamos extrair esperança e coragem da mensagem transmitida a DanielRoy E. Swim. Comentário Bíblico Beacon. Daniel. Editora CPAD. Vol. 4. pag. 500

 

 

II – OS PROFETAS MENORES   

 

1- Os profetas do Reino do Norte. Dois profetas menores profetizaram para Israel: Amós e Oséias. Amós profetizou quando Israel vivia grande prosperidade (Am 6.1). Contudo, Deus reprovava as ações do povo, tais como: suborno, corrupção e injustiça (Am 2.6-8; 5.11). Em razão disso, Amós vaticinou o cativeiro como julgamento (Am 6.7). Oséias condenou a infidelidade de Israel, que como uma meretriz, traiu e abandonou o Senhor para seguir o caminho da idolatria, da luxúria, do homicídio, do roubo e da opressão (Os 1.2; 4.10; 5.2; 7.1; 12.7). Como consequência, a nação foi conduzida ao cativeiro pela Assíria (Os 9.3). Apesar dos erros, ambos os profetas anunciaram que Deus prometeu restaurar o povo (Am 9.14; Os 14.4).   

COMENTÁRIO   

Dois profetas menores profetizaram para Israel: Amós e Oseias. Amós era de Tecoa, uma pequena vila c. 15 km, ao sul de Jerusalém. Ele é o único profeta que declara qual era a sua ocupação antes de ter sido comissionado por Deus para seu ministério; não tinha vindo de uma família nobre ou sacerdotal, mas trabalhava como pastor de rebanhos (1,1; cf. 2Rs 3.4) e "colhedor de sicômoros" (7.14); foi contemporâneo de Jonas (2Rs 14.25), de Oseias (Os 1.1) e de Isaías (Is 1.1). Seu escrito é data[1]do de meados do século 8® a.C., durante os reinados de Uzias, rei de Judá (c. 790-739 a.C.) e de Jeroboão II, rei de Israel (c. 793-753 a.C,), dois anos antes de um memorável terremoto (1.1; cf. Zc 14.5). Amós era um profeta da tribo de Judá, chamado para transmitir uma mensagem essencialmente para as tribos do norte de Israel (7.15). Politicamente, Israel vivia um tempo de prosperidade, sob o longo e seguro reinado de Jeroboão II que, seguindo o exemplo de seu pai Joás (2Rs 13.25), "restabeleceu... os limites de Israel" (2Rs 14.25) de modo significativo. Também foi um tempo de paz, tanto com Judá como com seus vizinhos mais distantes. A sempre constante ameaça da Assíria havia sido reprimida, possivelmente por causa do arrependimento de Nínive diante da pregação de Jonas (Jn 3.10). Espiritualmente, contudo, foi um tempo de grave corrupção e decadência moral (4.1; 5.10-13; 2Rs 14.24). Amós falou dos dois principais pecados de Israel:

1) a ausência de uma adoração verdadeira, e

2) a falta de justiça. Conquanto desempenhassem seus rituais de adoração, as pessoas não buscavam ao Senhor de coração (4.4-5; 5.4-6), nem seguiam o modelo de justiça ordenado em relação aos seus semelhantes (5.10-13; 6.12). Essa apostasia, que era evidenciada por uma rejeição obstinada e contínua da mensagem profética de Amós, recebe a afirmação de que o castigo divino virá. Por causa de sua aliança, contudo, Deus não abandonará Israel de todo, mas fará a restauração do remanescente fiel no futuro (9.7-15).

Oséias (hb הוֹשֵׁעַ, Hošea, Salvação do/é o Senhor; gr σηέ, Ōsēe), profeta em Israel no século VIII a.C., filho de Beeri. Casado com a prostituta Gomer, filha de Diblaim, por ordem de Deus, viveu no Reino do Norte durante o período de 780 a 725 a.C. A vida familiar de Oséias refletia a relação ‘adúltera’ que Israel havia construído com os deuses cananeus. Os nomes de seus filhos lhes transformaram em profecias ambulantes da queda da dinastia dominante e do pacto rompido com Deus - de maneira muito semelhante ao profeta Isaías uma geração mais tarde. Oséias frequentemente é visto como um ‘profeta do destino’, porém sob sua mensagem de destruição está uma promessa de restauração. O Talmude[2] (Pesachim 87a) alega que ele teria sido o maior profeta de sua geração (que incluiu o mais notório Isaías). Os escritos sagrados hebraicos são conhecidos como Tanakh, escritos em hebraico e em aramaico a partir do século XVI e até o século V a.C. Tanakh ou Tanach (hb תנ״ך) é um acrônimo[3] utilizado dentro do judaísmo para denominar seu conjunto principal de livros sagrados, sendo o mais próximo do que se pode chamar de uma Bíblia Judaica. O conteúdo do Tanakh é equivalente ao Antigo Testamento, porém com outra divisão. O Tanach é às vezes chamado de Mikrá (מקרא). Paulo fundamentava sua pregação e seu ensino na Torah (Lei) e nos Neviim (Profetas) e dizia que não pregava outra coisa senão o que “os profetas e Moisés disseram que devia acontecer” (At 26.22). Escrevendo aos Romanos (9.25), ele cita Oséias 2.23 e 1.10 que em sua composição original referem-se à restauração do Israel apóstata à Deus, para nos ensinar que há um Israel espiritual (a igreja) além de um Israel nacional fazendo referência ao texto do profeta. Ele faz referência, ainda, à Is 10.22, 23 e 1.9 para falar da misericórdia divina em preservar um remanescente do Israel físico, não deixando a nação apóstata ser aniquilada. Ele claramente cita os livros proféticos em ordem sistêmica – Profetas Menores e Profetas Maiores. A narrativa desse livro mostra a evidente misericórdia divina em seu tratamento com os gentios; Paulo defende seu ensino afirmando que nem todos os que são chamados para ser ‘vasos de misericórdia’ pertence ao Israel físico, mas ele via em Oséias a inclusão dos gentios (Rm 9.24-26). O apóstolo encarava as profecias do AT sobre a nação de Israel como realizadas na Igreja, o novo Israel espiritual.

 

2- Os profetas Pré-exílio. Os profetas de Judá Pré-exílio são quatro: Joel, que pregou o arrependimento (Jl 2.12), e profetizou o derramamento do Espírito Santo (Jl 2.28); Miquéias, que denunciou a falsa espiritualidade (Mq 2.11; 3.11), anunciou a destruição de Jerusalém , o cativeiro babilônico, e a restauração de Judá (Mq 3.12; 4.10); Habacuque, que reclamou da violência, do litígio e da sentença distorcida (Hc 1.1-4), vaticinou que Deus usaria os babilônios para punir a nação (Hc 1.6); Sofonias, que apontou os pecados dos príncipes, a destruição no grande “ Dia do Senhor” (Sf 1.4, 8, 14), e a restauração do remanescente (Sf 3.13). Todas as profecias abordam o juízo, mas enfatizam a misericórdia divina em prover o livramento.   

COMENTÁRIO   

Os Profetas Menores são 12: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Talvez os "menores" tenham pregado tanto quanto os "maiores". Só não escreveram tanto quanto eles. São classificados em: Antes do Exílio na Babilônia; Durante o Exílio e Pós exílio na Babilônia. “Esse título refere-se ao período da história dos judeus que começou no ano de 597 A.C., quando foi deportado o primeiro grande grupo de judeus juntamente com seu rei, Jeoiaquim, para Babilônia por determinação de Nabucodonosor. Esse período terminou em 538 A.C., quando Ciro, vencedor persa da Babilônia, baixou um decreto concedendo aos judeus o direito de retornarem a Jerusalém a reconstruírem o templo (ver o artigo). No período entre essas duas datas, tiveram lugar diversas outras deportações, entre as quais aquela após a destruição do templo, em 587 A.C. As fontes informativas diferem no tocante ao número de judeus que foram exilados, conforme se vê mediante a comparação dos trechos de II Reis 24:14,16 e Jeremias 52:28-30. O certo, porém, é que pelo menos vinte mil judeus foram deportados. Os judeus, chegados a Babilônia, desfrutaram de condições relativamente favoráveis. O solo ali era mais fértil que o da Judéia, e os agricultores judeus facilmente podiam cultivá-lo. Alguns deles conseguiram enriquecer. Muitos tornaram-se tão bem sucedidos na Babilônia que recusaram-se a retomar à Palestina, quando Ciro lhes permitiu o retomo. Contudo, ajudaram financeiramente àqueles que desejaram voltar do exílio. Cerca de quarenta e dois mil judeus retomaram a Judéia, em 538 A.C. E aqueles que permaneceram na Babilônia, formaram o núcleo de uma comunidade que, séculos mais tarde, tornou-se um importante centro da erudição e das tradições judaicas. Tanto o cativeiro assírio quanto o babilónico haviam sido preditos pelos profetas do Antigo Testamento. Por detrás desses cativeiros havia razões morais e espirituais, e não apenas econômicas, militares e políticas, que se originam dos conflitos entre os povos. É verdade que todos esses fatores existiam; mas ao povo de Deus só sucede aquilo que Ele permite ou ordena. É assim, todas as grandes modificações, relativas a indivíduos ou nações, dependem, em última análise, da vontade de Deus. O juízo divino sobrevêm aos desobedientes e interrompe, se não mesmo destrói, tudo quanto estiver sendo feito de positivo. Todavia, o juízo divino sempre é remediai, e não apenas punitivo. A apostasia pode ser revertida pelo julgamento divino; e, com frequência, Deus pode fazer coisas boas através do juízo divino, que não podem ser realizadas de outra maneira qualquer. Quanto à interpretação das predições proféticas de que o cativeiro babilónico foi um juízo divino, ver os trechos de Isaías 54:9,10 e Jeremias 31:3-6. Resultados do cativeiro babilónico: Esse evento demonstrou a soberania de Deus e também o Seu interesse pelo Seu Povo. A universalidade de Deus foi demonstrada, porquanto ficou provado que Ele trata com todas as nações, e não apenas com Israel. Além disso, os judeus exilados levaram o judaísmo a lugares que doutra sorte, só teriam sido atingidos dentro de muitos séculos. E isso deu um grande avanço à mensagem espiritual. (ALB AM BAD BAR E)” CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3988-3989.

 

3- Os profetas Pós-exílio. Os profetas de Judá Pós-exílio são três: Ageu, que persuadiu o povo a reconstruir o Templo (Ag 1.2-6), e Deus prometeu prover os recursos da construção (Ag 2.8), e assegurou que a glória dessa casa seria maior do que a da primeira (Ag 2.9); Zacarias, que animou o povo e Zorobabel a concluírem o Templo, com a mensagem “ não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4.6), e anunciou a vinda do Messias, como o renovo do Senhor (Zc 3.8); Malaquias, que repreendeu o desleixo dos sacerdotes (Ml 1.7,8), os pecados do povo (Ml 3.5), e a negligência com os dízimos e ofertas (Ml 3-8,9 ). O livro encerra o cânon do Antigo Testamento e conclui com a promessa de que o Dia do Senhor está vindo (Ml 4.4-6).   

COMENTÁRIO   

Os profetas de Judá Pós-exílio são três: Ageu, que persuadiu o povo a reconstruir o Templo (Ag 1.2-6), e Deus prometeu prover os recursos da construção (Ag 2.8), e assegurou que a glória dessa casa seria maior do que a da primeira (Ag 2.9); Zacarias, que animou o povo e Zorobabel a concluírem o Templo, com a mensagem “ não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito” (Zc 4.6), e anunciou a vinda do Messias, como o renovo do Senhor (Zc 3.8);

Malaquias: - repreendeu o desleixo dos sacerdotes (Ml 1.7,8), os pecados do povo (Ml 3.5), e a negligência com os dízimos e ofertas (Ml 3-8,9 ). O livro encerra o cânon do Antigo Testamento e conclui com a promessa de que o Dia do Senhor está vindo (Ml 4.4-6). De Joel até Ageu passaram-se mais de 300 anos. A hegemonia política e militar, nessa fase da história mundial, estava com os persas, pois os assírios e babilônios não existiam mais como impérios. Quanto ao pecado de Judá, este não era a idolatria, pois o cativeiro erradicara de vez essa prática. O problema agora, igualmente grave, era a indiferença, a mornidão e o comodismo espiritual dos judeus em relação à obra de Deus.

Ageu: - Muito pouco se sabe a respeito de Ageu à parte dessa curta profecia. Ele é mencionado de passagem em Ed 5.1; 6.14, em ambas as ocasiões em con[1]junto com o profeta Zacarias. A lista de refugiados em Esdras não menciona Ageu e não há nenhuma indicação quanto à sua ascendência ou linhagem tribal. A História também não fornece nenhum registro de sua ocupação. É a única pessoa do AT com esse nome, apesar de mencionar outros homens com nomes semelhantes (Gn 46.16; Nm 26.15; 25m 3.4; lCr 6.30). De acordo com Ag 2.3, é possível que o profeta também tenha visto a glória do templo de Salomão antes de sua destruição e, portanto, estivesse com pelo menos 70 anos de idade quando escreveu a sua profecia. A data da profecia não apresenta nenhuma ambigüidade ou controvérsia. A ocasião de cada uma de suas quatro profecias é claramente especificada (1.1; 2.1; 2.10; 2.20) num período de quatro meses no segundo ano (c. 520a.C.) do rei persa Dario Histaspes (c. 521-486 a.C.). É bem provável que Ageu tenha voltado da Babilônia para Jerusalém com Zorobabel 18 anos antes, em 538 a.C. Ageu era um homem idoso quando começou a profetizar (Ag 2.3). O início de seu ministério se deu no ano 520 a.C., correspondente ao “sexto mês do segundo ano do rei Dario” (Ag 1.1). Nesse tempo, após 17 anos de paralisação, a obra do Templo foi retomada. Ageu persuadiu o governador Zorobabel, o sumo sacerdote Josué, os líderes judeus e o povo a concluir a reconstrução do Templo de Jerusalém (Ag 1.2-9; 2.2,4). Deus prometeu prover os recursos da construção (Ag 2.8) e assegurou que a glória dessa casa seria maior do que a da primeira (Ag 2.9). O livro encerra com uma mensagem de esperança. Deus fará abalar céus e terra para abençoar o seu povo, e, numa referência a Cristo, estabelecerá o Reino messiânico para sempre (Ag 2.21-23).

Zacarias: - Zacarias era membro da família sacerdotal (Ne 12.4). Foi comissionado profeta em 520 a.C., no segundo ano de Dario (Zc 1.1). Zacarias é considerado o mais messiânico dos profetas menores. Ele anuncia a vinda do Messias como o renovo do Senhor (Zc 3.8), e, nos capítulos 1.7–6.8 apresenta uma profunda descrição acerca de Cristo. Malaquias significa “mensageiro”, e seu ministério teve início por volta de 433 a.C. Como Jeremias e Ezequiel, Zacarias também era sacerdote (Ne 12.12-16). De acordo com a tradição, era membro da Grande Sinagoga, um conselho com 120 membros criado por Neemias e presidido por Esdras. Posteriormente, o conselho se transformou no Sinédrio, o grupo de anciãos que liderava a nação. Ele nasceu na Babilônia e acompanhou o seu avô, Ido, quando os exila[1]dos regressaram para Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (cf. Ne 12.4). Uma vez que Zacarias é mencionado ocasionalmente como filho de seu avô (cf. Ed 5.1; S.14; Ne 12.16), acredita-se que seu pai, Baraquias, morreu quando Zacarias ainda era jovem demais para sucedê-lo como sacerdote. As palavras iniciais de Zacarias são datadas de 520 a.C., o segundo ano de Dario I (cf. 1.1). Ciro, o imperador persa, havia morrido e sido sucedido por Cambises (c. 530-521 a.C.), que conquistou o Egito. Quando Cambises, que não possuía filhos, cometeu suicídio, Dario subiu ao trono ao suprimir uma revolução. Zacarias foi contemporâneo de Ageu e começou a profetizar dois meses depois dele (cf. Introdução a Ageu). É chamado de "jovem" em 2.4, uma indicação de que Ageu provavelmente era mais velho do que ele. Não se sabe ao certo a duração de seu ministério; a última profecia com data (7.1) foi transmitida cerca de dois anos depois da primeira, num período correspondente ao do ministério de Ageu (520-518 a.C.). Acredita-se que os caps. 9—14 sejam de um período posterior de seu ministério. As diferenças de estilo e referências à Grécia indicam uma data por volta de c. 480-470 a.C., depois de Dario I (c. 521-486 a.C.), durante o reinado de Xerxes (c. 486-464 a.C.), o rei que escolheu Ester para ser rainha da Pérsia. De acordo com Mt 23.35, Zacarias foi assassinado entre o templo e altar, um fim semelhante ao de outro Zacarias de tempos mais antigos (cf. 2Cr 24.20-21) que havia sido morto por apedrejamento.

 

4- Os demais profetas. O profeta Jonas foi enviado para pregar em Nínive, a capital da Assíria (Jn 1.2). A mensagem era de destruição por causa da maldade do povo (Jn 3.4). Porém, a nação se converteu, e Deus cancelou o juízo sobre ela (Jn 3.8-10). Contudo, 150 anos depois, Naum profetizou a condenação de Nínive (Na 1.1,9). Os Assírios foram destruídos pela insistência em praticar a crueldade (Na 3.1-4). Obadias denunciou a soberba dos Edomitas (Ob 1.1-3). Eles eram descendentes de Esaú e praticavam violência contra Judá (Ob 1.8-11). Por essa razão, Deus os condenava à destruição (Ob 1.15,16), enquanto Judá seria restaurada (Ob 1.17).   

COMENTÁRIO   

JONAS: - Esse profeta e homem de Deus ouviu a palavra do Senhor: “E veio a palavra do Senhor a Jonas, filho de Amitai, dizendo: Levanta-te, vai à grande cidade de Nínive e clama contra ela, porque a sua malícia subiu até mim” (Jn 1.1). Jonas foi chamado para pregar aos inimigos do povo de Deus, os assírios, que tinham um histórico de crueldades para com os povos dominados. Tal mensagem era um desafio aos israelitas daqueles dias. Deus era Deus dos israelitas, e não um Deus que deveria mostrar compaixão para com outras nações. E Jonas aprendeu isso do próprio Deus: “… não hei de eu ter compaixão da grande cidade de Nínive, em que estão mais de cento e vinte mil homens, que não sabem discernir entre a sua mão direita e a sua mão esquerda, e também muitos animais?” (Jn 4.11). Se para os dias de Jonas tal mensagem era inconcebível, o mesmo ocorreu nos dias de Jesus. Nos dias em que o Senhor esteve nesta terra, trouxe a mensagem do Reino de Deus primeiramente aos judeus, mas não desprezou os estrangeiros. A mulher siro-fenícia, os gregos que queriam ver Jesus, a mulher samaritana e o centurião são exemplos de que Deus se interessa por todas as pessoas, e não apenas pelos israelitas. Mesmo depois da vinda do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, os então apóstolos tiveram dificuldades em administrar esse tipo de conflito. A nacionalidade dos estrangeiros atrapalhava a pregação do evangelho — pelo menos para os primeiros cristãos! Pedro inicialmente teve dificuldades em entender que Deus o estava chamando para falar a um gentio, Cornélio. Mesmo depois de ter recebido a revelação divina, quando chegou à casa do centurião, não sabia o que fazer: E disse-lhes: Vós bem sabeis que não é lícito a um varão judeu ajuntar-se ou chegar-se a estrangeiros; mas Deus mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo. Pelo que, sendo chamado, vim sem contradizer. Pergunto, pois: por que razão mandastes chamar-me? (At 10.28,29) Jonas, portanto, é o exemplo do judeu de seus dias, mas também de outras épocas. Mas como veremos, Deus trabalharia na visão de Jonas, de forma que ele viesse a entender que o Senhor não resume sua atuação salvífica aos filhos de Israel. Ainda mostrando Jonas como um homem tributário do seu tempo, vemos que ele não apenas reconhece a voz de Deus, mas tenta fugir dela. Quando confrontado pelos marinheiros durante a tempestade que acometeu a embarcação em que estava, ele diz: “Eu sou hebreu e temo ao Senhor, o Deus do céu, que fez o mar e a terra seca. Então, os homens se encheram de grande temor e lhe disseram: Por que fizeste tu isso? Pois sabiam os homens que fugia de diante do Senhor, porque ele lho tinha declarado” (Jn 1.9,10). Ele já deveria saber que, sendo profeta do Deus que fez o mar e a terra seca (por sinal, muito desejada naquele momento…), não poderia fugir da presença divina. A mão de Deus sempre é mais longa do que imaginamos. Mas não culpemos Jonas. Quantas vezes agimos como ele, praticando coisas que são contrárias aos preceitos divinos e tentando fugir de sua presença?  

NAUM: - Naum significa “compassivo”, mas a mensagem que ele traz, pelo menos em parte, é uma demonstração do juízo de Deus. Por isso é preferível dividir sua mensagem em duas partes: a condenação de Nínive e o consolo aos judeus. Naum apresenta o limite da tolerância divina para com os inimigos do seu povo. Isso não anula o fato de que Ele é misericordioso, mas também demonstra que há um limite para que as atitudes de um povo sejam toleradas. O principal objetivo de Naum foi consolar Judá com referência ao seu feroz inimigo, a Assíria. No seu recado profético, Naum revelou o detalhado plano divino para destruir e devastar Nínive completamente. Essa mensagem foi entregue ao povo de Judá a fim de lembrá-los da soberania do Senhor sobre todas as nações, e que Ele não tolera por muito tempo aqueles que governam com pilhagem e violência… Era uma mensagem muito positiva para os israelitas, aqueles que estavam padecendo nas mãos dos assírios. Não é a toa que o nome Naum significa “consolação”, pois sua mensagem era um consolo aos israelitas, que esperavam o juízo de Deus para os seus inimigos. Naum começa seu livro com a expressão “peso de Nínive”, uma referência à pesada sentença do Deus de Israel contra o império conhecido por suas conquistas e crueldades. A forte mão de Deus se absteve temporariamente de punir àquela nação, mas como o Império Assírio manteve suas maldades, revogando o arrependimento originário advindo da pregação de Jonas, a destruição não tardaria. Sobre a mensagem do profeta, comenta Matthew Henry: Dizia respeito a Nínive, e à monarquia assíria, da qual este era o assento real. Cerca de 100 anos antes disso Judá tinha, em nome de Deus, predito a rápida derrubada dessa grande cidade; mas, então, os ninivitas se arrependeram e foram poupados, e esse decreto não saiu. Os ninivitas viram então o quão era vantajoso para eles deixarem os seus maus caminhos; era a salvação da cidade. No entanto, logo depois, eles voltaram a ele novamente; ela se tornou pior do que antes, uma cidade sangrenta e cheia de mentiras e roubos. Eles se arrependeram de seu arrependimento, voltaram como o cão para o seu vômito, e por fim se tornaram piores do que haviam sido. Então, Deus não lhes enviou este profeta, como Jonas, mas esta profecia, para ler a eles a sua condenação, que era agora irreversível. Note que a suspensão temporária da pena não continuará se o arrependimento não continuar. 

OBADIAS: - Obadias traz sua profecia contra os descendentes de Esaú, os edomitas. Os “irmãos” dos israelitas seriam duramente julgados pela forma com que os trataram quando estavam sendo atacados pelos invasores. Esse tratamento desprezível dado ao povo de Deus em um momento em que estavam vulneráveis foi motivo suficiente para que Deus declarasse a queda de Edom. Relatos nos dizem que a maldade dos edomitas chegou ao cúmulo de preparar armadilhas para os israelitas que conseguiram escapar da cidade com vida: Refugiados judeus, para salvarem suas vidas, correram para a nação vizinha de Edom, primos raciais que como Judá, eram descendentes de Abraão e Isaque. Mas Edom recebeu seus primos? Não, Edom lhes preparou uma emboscada. Então Edom os prendeu, e os entregou aos invasores, e saqueou de Judá tudo o que tinha ficado para trás. Os muitos pecados de Israel foram o motivo de seu exílio e da perda temporária de sua nação. Mas isso não era motivo para que Edom aproveitasse a situação e colocasse em prática seu desprezo pelos israelitas, tratando-os com malignidade. Alexandre Coelho e Silas Daniel. Os Doze Profetas Menores. Editora CPAD. pag. 48-50; 66-67; 41-42. 

 

III – O LIVRO DO APOCALIPSE   

 

1- Autoria, propósito e destinatários. O Dicionário Bíblico Wycliffe assevera que o termo grego apokalypsis significa “revelação especial de Deus ao homem em Jesus Cristo” (Lc 17.30; Rm 8.18; 2 Ts 1.7; 1 Pe 1.13). No versículo de abertura, o livro atesta ser a “revelação de Jesus Cristo” (Ap 1.1a), assegura que o propósito é “mostrar as coisas que brevemente devem acontecer” (Ap 1.1b) e apresenta o apóstolo João como seu autor (Ap 1.1c). Os destinatários são identificados pelas cidades das sete Igrejas da Ásia Menor: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Filadélfia, Laodiceia e Sardes (Ap 1.11). O livro encerra o cânon do Novo Testamento, e revela a vitória final do Reino de Deus.   

COMENTÁRIO   

Em português, o nome desse livro é "Apocalip[1]se" sendo também chamado de "Revelação de Jesus Cristo", segundo as palavras iniciais do livro (1.1). "Revelação" (em grego, apokalypsis) significa "desocultamento", "desvendamento" ou "manifestação". No NT, essa palavra descreve o desvendamento da verdade espiritual (Rm 16.25; Gl 1.12; Ef 1.17; 3.3), a revelação dos filhos de Deus (Rm 8.19), a encarnação de Cristo (Lc 2.32) e o seu glorioso aparecimento na sua segunda vinda visível (2Ts 1.7; IPe 1.7). Em todos os seus sentidos, "revelação" se refere somente a alguma coisa ou a alguém que, anteriormente oculto, se torna visível. 0 que esse livro revela ou desvenda é Jesus Cristo em glória. Verdades a respeito dele e sua vitória final, às quais o restante da Escritura apenas alude, se tornam claramente visíveis por meio da revelação de Jesus Cristo (veja Temas históricos e teológicos). Essa revelação foi dada a Cristo por Deus Pai e comunicada ao apóstolo João por um anjo (1.1).

Apocalipse começa com João, o último apóstolo sobrevivente e homem idoso, exilado na pequena e desabitada ilha de Patmos, localizada no mar Egeu, a sudoeste de Éfeso. As autoridades romanas haviam banido o apóstolo para lá por causa de sua fiel pregação do evangelho (1.9). Enquanto em Patmos, João recebeu uma série de visões que expuseram a história futura do mundo. Quando foi preso, João estava em Éfeso, ministrando às igrejas dali e às cidades das redondezas. Procurando fortalecer as congregações, João não teve mais condições de ministrar a elas em pessoa e, seguindo o mandamento divino (1.11), endereçou Apocalipse às mesmas (1.4). As igrejas tinham começado a sentir os efeitos da perseguição; pelo menos um homem — provavelmente um pastor — já tinha sido martirizado (2.13), e o próprio João havia sido exilado. Mas a tempestade da perseguição estava por manifestar-se com plena fúria às sete igrejas tão queridas ao coração do apóstolo (2.10). A essas igrejas, Apocalipse forneceu uma mensagem de esperança: Deus está no controle soberano de todos os acontecimentos da história humana; embora muitas vezes o mal e poderosos homens perversos pareçam dominar, o fim final deles é certo. Cristo virá em glória para julgar e reinar.

 

2- Uma mensagem de esperança. Na revelação, Cristo disse a João: “escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que vão acontecer” (Ap 1.19). Significa o registro do passado, presente e futuro. No passado, João testificou da Palavra de Deus (Ap 1.2). No presente, todos devem guardar as palavras da profecia (Ap 1.3,22.14). No futuro, irá se cumprir a esperança da volta de Jesus (Ap 1.7). Desse modo, o livro nos ensina a viver com Deus no presente, a fim de participar da eternidade com Ele. As revelações do futuro atestam que Deus controla a história (Ap 14.7,8); Satanás será derrotado (Ap 20.10); o pecado será banido; e aqueles que vencerem herdarão a Nova Jerusalém (Ap 21.2-4). Por isso, somos encorajados a clamar: “Ora, vem, Senhor Jesus!” (Ap 22.20).   

COMENTÁRIO   

Apocalipse 1.19 fornece um simples esboço de todo o livro; "as coisas que viste" se referem à visão que João acabara de ver (cap. 1); "as que são" indicam as cartas às igrejas (caps. 2—3); e "as que hão de acontecer depois destas" se referem à revelação ou história futura (caps. 4—22). Os Evangelhos desvendam a vinda de Cristo em humilhação; Apocalipse o revela na exaltação: 1) em ardente glória (vs. 7-20); 2) sobre sua igreja, com o Senhor dela (caps. 2—3); 3) na sua segunda vinda, com o aquele que retoma a terra do usurpador, Satanás, e estabelece o seu reino (caps. 4—20); e 4) dá início ao estado eterno (caps. 21—22). O s escritores do NT ansiosamente antecipam esse desvendamento (1Co 1.7; 2Ts 1.7; 1Pe 1.7)

 

O pastor Presbiteriano Hernandes Dias Lopes esclarece: “O tema do livro de Apocalipse é a vitória de Cristo e de sua igreja sobre Satanás e seus seguidores (17:14). A intenção do livro é mostrar que as coisas não são como parecem ser. O diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos os ímpios perecerão, mas a igreja triunfará. Cristo é sempre apresentado como Vencedor e conquistador (1:18; 5:9-14; 6:2; 11:15; 19:9-11; 14:1,14; 15:2-4; 19:16; 20:4; 22:3. Jesus triunfa sobre a morte, o inferno, o dragão, a besta, o falso profeta, a babilônia e os ímpios.

A igreja que tem sido perseguida ao longo dos séculos, mesmo suportando martírio é vencedora (7:14; 22:14; 15:2).

Os juízos de Deus mandados para a terra são uma resposta de Deus às orações dos santos (8:3-5)”. LOPES. Hernandes Dias. Apocalipse: o Futuro Chegou, as Coisas que em Breve Devem Acontecer” Editora Hagnos. 1 Ed. 2005.   

Também o pastor Norte-americano Stanley Horton, escreve: “A Esperança da Igreja (Ap 1.7) “Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém”. Apesar de João estar aproximando-se do fim de sua longa vida, esta esperança ainda acha-se firme nele. A vinda de Jesus, nas nuvens, será o cumprimento de Daniel 7.13, uma profecia que o próprio Cristo aplicou-se a si mesmo (Mt 26.64). No versículo sete, João olha para o futuro, e vislumbra-nos o que discorrerá com mais detalhes no capítulo 19. Com o pensamento no poder e no domínio de Cristo, o evangelista imediatamente manifesta a esperança da Igreja: “Ele vem com as nuvens”. A maioria das pessoas a quem está escrevendo é gentia que, à semelhança dos crentes em Tessalônica, haviam se convertido dos ídolos para Deus, para servir Aquele que é vivo, Quando de seu retorno, “todos” (nações, povos e tribos)” lamentar-se-ão num terrível gemido por causa de sua presença. Contudo, este não é o desejo de Deus. A promessa feita a Abraão era de que este e a sua semente (Jesus) trouxessem a benção sobre todas as famílias da terra. Mas devido à rejeição do mundo aos planos divinos, Jesus terá de retornar “como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2 Ts 1.7). É claro que a Igreja não estará mais na terra quando Cristo retornar trazendo este julgamento. Nós já estaremos com Ele. São os que não foram arrebatados, por ocasião do rapto, é que hão de se lamentar sobre Ele. Nos dias atuais, temos o privilégio de obter a salvação e receber o Espírito Santo. Entretanto, quando Jesus já houver retornado, triunfando sobre os exércitos do Anticristo, só restará aos descrentes o batismo do fogo do julgamento. João aqui adiciona “sim, certamente”. Com esta dupla afirmativa, não deseja necessariamente que o julgamento venha sobre o mundo, mas confirma a verdade da profecia. A vitória e o reino pertencem verdadeiramente ao Senhor”. HORTON. Stanley M. Serie Comentário Bíblico Apocalipse. As coisa que brevemente devem acontecer. Editora CPAD. 7ª Edição 2011.   

 

CONCLUSÃO

A mensagem dos profetas é de suma importância para despertar o cristão. Nos livros proféticos, a soberania, a justiça e a misericórdia divina estão claramente reveladas. Os fatos narrados comprovam o poder, a autoridade e o controle divino sobre todas as coisas. Eles nos servem de experiência de fé, que produz esperança (Rm 5.4).   

COMENTÁRIO   

Apesar de muito antigos, os escritos dos Profetas, quer Maiores, quer Menores, tratam de questões relevantes para os nossos dias e servem de edificação espiritual a todo o povo de Deus. Entre os temas tratados em suas páginas, temos: a família, a sociedade, a política e a espiritualidade. Dado esta atualidade, o Bloco de livros dos Profetas, como parte integrante das Santas Escrituras, são inspirados e não devem ficar em segundo plano. O Velho Testamento termina com a promessa: Jesus Cristo virá outra vez! (Ml 3.1). Depois de 400 anos de silêncio (entre os Testamentos), Jesus Cristo veio para ser o Salvador. Também Jesus Cristo virá no fim dos tempos a segunda vez (Ml 4.2-6). O Novo Testamento também termina com a mesma promessa. Jesus Cristo virá outra vez! (Ap 22.20). Do mesmo jeito que depois da última promessa do Velho Testamento da Sua Vinda houve um tempo de silêncio, Ele veio; depois de muito tempo de silêncio desde a última promessa do Novo Testamento da Sua Vinda do Apóstolo João, Ele virá outra vez com toda certeza!

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Em Cristo,

Pb Francisco Barbosa

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REVISANDO O CONTEÚDO

1- O que significa a palavra “ Profeta”?

Significa proclamador e intérprete da revelação divina. 

2- Em que local Ezequiel e Daniel profetizaram ?

Ezequiel e Daniel profetizaram na Babilônia. 

3- Cite os quatro profetas pré-exílio de Judá.

Joel, Miquéias, Habacuque e Sofonias. 

4- Para onde o profeta Jonas foi enviado a pregar?

Jonas foi enviado para pregar em Nínive. 

5- Segundo a lição, o que o livro de Apocalipse nos ensina?

O livro nos ensina a viver com Deus no presente, a fim de participar da eternidade com Ele.