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20 de março de 2022

LIÇÃO 13: A LEITURA DA BÍBLIA E A EDUCAÇÃO CRISTÃ

 


 

TEXTO ÁUREO

“Persiste em ler, exortar e ensinar, até que eu vá.” (1 Tm 4.13)

VERDADE PRÁTICA

A leitura e o estudo da Bíblia fortalecem a fé e a comunhão com Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Timóteo 4.6-16

INTRODUÇÃO

A Educação Cristã tem como finalidade a formação espiritual e o desenvolvimento do caráter do cristão. A Escola Dominical, dentre outros, é uma agência educadora no contexto da Igreja. A fonte para o ensino é a Bíblia Sagrada, autoridade suprema de fé e prática para o salvo em Cristo. A leitura e o estudo das Escrituras servem de base para o conteúdo programático a ser observado tanto em sala de aula como fora dela.  AJUDE ESTA OBRA A CONTINUAR! Contribua PIX: 69381925291

COMENTÁRIO

Alimentar-se continuamente das verdades das Escrituras é essencial para a saúde espiritual de todos os cristãos (2Tm 3.16-17), mas, principalmente, de líderes espirituais como Timóteo. Somente mediante a leitura, o estudo, a meditação e o manejo do conteúdo da Palavra é que um pastor pode cumprir o seu mandato (2Tm 2.15). Timóteo vinha fazendo isso desde a infância (2Tm 3.15), e Paulo encorajou-o a continuar essa prática (cf. v. 16; 2Tm 3.14). "As palavras da fé" é uma referência geral à Escritura, a verdade revelada de Deus. "Boa doutrina" indica a teologia que a Escritura ensina. A responsabilidade do ministro envolve tanto os aspectos positivos quanto os negativos da doutrina. Ele deve ensinar fielmente a doutrina íntegra, mas resistir e esquivar-se de mitos ateus. Além de estarem comprometidos com a Palavra de Deus, os cristãos devem evitar todo ensino falso. Paulo denunciou esse tipo de erro como "fábulas" (mythos, da qual deriva a palavra "mitos") "profanas" (mundanas; o oposto do que é "santo"), que convém somente a "velhas caducas" (um epíteto comum que indica algo adequado apenas para pessoas sem instrução e nem sofisticação filosófica). Ao invés de deter-se nestas coisas bobas, seu pupilo deveria “Exercita-te... na piedade”; "Piedade" (a atitude e a reposta adequadas a Deus é o pré-requisito do qual flui todo ministério eficaz. "Exercita-te" é um termo do atletismo que descreve o treinamento rigoroso e sacrificado a que se submete um atleta. A autodisciplina espiritual é o caminho que conduz à vida piedosa (1Co 9.24-27).

A salvação que Deus pretendia para todos os homens é dada por ele aos fiéis. Aqueles que não acreditam, que fracassam ao se apoderar das riquezas da graça de Deus, terão uma eternidade para expressar seu arrependimento. Em sua capacidade de líder espiritual, Timóteo deveria ir ao encontro da falsa doutrina em Éfeso ordenando e ensinando a doutrina correta. Sua conduta não deveria ser motivo de crítica, mas deveria trazer à tona o respeito de seu povo e servir de exemplo a eles. A repreensão de Paulo a Timóteo descreve a responsabilidade do ministro em estudar, expor e aplicaras Escrituras. A referência é à ocasião quando os presbíteros de Icônio e Listra impuseram as mãos sobre Timóteo e profetizaram em relação aos dons e propósitos de Deus. A imposição das mãos, junto com a profecia, é uma das maneiras que o Espírito Santo emprega para revelar sua vontade e propósitos a seus serventes. Paulo estimulou Timóteo a exercitar seu dom.

Os propósitos de Deus precisam ser muito bem firmados em nosso coração e mente, e devemos dar nosso tempo e atenção a eles. Assuntos importantes não surgem automaticamente. Aqueles ao nosso redor observam 0 progresso que fazemos ou a base que perdemos. A vida pessoal dos ministros de Deus deveria ser tão pura quanto a doutrina deles. Os dois foram feitos um para 0 outro. Se o servente do Senhor não presta atenção em si mesmo, sua doutrina será esporádica e vaga. A influência de Deus pode se afastar do coração humano através da negligência, e nossas mentes podem perder a intensidade de seu chamado.

 

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I – A BÍBLIA É O LIVRO TEXTO DA ESCOLA DOMINICAL

 

1. O currículo adotado. A Escola Dominical (ED) é por excelência “ensino bíblico”. As revistas que integram o currículo são de Lições Bíblicas. A Bíblia é o livro base para todo o seu ensino-aprendizagem (Jo 5.39). O currículo da ED preserva a autoridade suprema da Palavra de Deus como única regra infalível de fé e prática (2 Tm 3.14-17). Em vista disso, as doutrinas bíblicas reproduzidas no material didático servem como padrão para o viver diário e a formação do caráter cristão (Sl 119.105). O conteúdo expressa a ortodoxia professada pelas Assembleias de Deus, contribui para manter a unidade doutrinária da igreja e atua como antídoto contra as heresias.

COMENTÁRIO

A Escola Dominical corresponde a um espaço de aprendizado e reflexão sobre os diferentes temas bíblicos e doutrinários que são fundamentais para a saúde da igreja. Diferente de outras reuniões, a Escola Dominical trata-se de um estudo sistemático em sala de aula. Nela, o aluno aprende a pesquisar, conceituar (significar), relacionar, interpretar e aplicar as Escrituras Sagradas em sua vida cotidiana.

 O vocábulo curriculum é de origem latina e significa “pista de corrida”. Era um caminho ou uma trilha que orientava o corredor até o seu objetivo final. O renomado teólogo e educador Antônio Gilberto apresenta a seguinte definição para currículo: “É um grupo de assuntos constituindo um curso de estudos, planejado e adaptado às idades e necessidades dos alunos. Em outras palavras, são os meios educacionais adotados, visando aos objetivos do ensino”. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

Por que a necessidade de um currículo? Em 1Tm 5.8 Paulo afirma à Timóteo que uma pessoa que não tem cuidado dos seus não apenas fracassa em viver de acordo com os princípios da fé que ela professa, mas também fracassa em viver de acordo com o código dos infiéis em relação às obrigações filiais. Ao empregar “se”, no início desse versículo, que seria melhor traduzido por “uma vez que", Paulo reafirma de um modo negativo o princípio positivo do versículo 4 ao usar a construção grega que indica urna condição verdadeira, sugerindo que havia numerosas violações desse princípio em Éfeso. Assim, a necessidade de um planejamento disciplinar para estudo da sã doutrina professada, é mais do que útil, é necessária em dias de tanta confusão doutrinária. Se assim a igreja não agisse, seria pior que os incrédulos!

A organização dos conteúdos em forma de um currículo para a Escola Dominical facilita a execução dos trabalhos realizados em sala de aula. Haja vista que o processo de ensino-aprendizagem tem por natureza o desenvolvimento do aluno, assim, também, o planejamento de ensino precisa estar organizado em objetivos, conteúdos, etapas e períodos bem definidos. A realização eficiente do ensino na Escola Dominical começa com um planejamento bem elaborado, sem o qual, professores e alunos ficam a mercê do improviso. Vale destacar que o currículo de Escola Dominical é constituído de um propósito de formação e, portanto, requer progressão e adaptação no estudo dos conteúdos para cada faixa etária. Portanto, ter um currículo, torna a Escola Dominical mais eficiente e pedagogicamente adequada.

 

2. A prática pedagógica. No contexto da Escola Dominical é muito importante observar a metodologia, bem como o objetivo a ser alcançado em cada lição. Desse modo, torna-se indispensável que o texto bíblico seja o referencial permanente da prática pedagógica. Nesse sentido, o ensino não deve ser limitado a “transferência de conhecimento”, mas sobretudo, o estudo das verdades reveladas deve instruir, expor e corrigir o erro (2 Tm 3.16), a fim de produzir verdadeira transformação na velha natureza humana (Ef 4.22,23). A ED terá cumprido o seu papel educacional cristão quando for perceptível as mudanças na vida dos alunos que atestem o Novo Nascimento e o crescimento espiritual (1 Co 6.10-12).

COMENTÁRIO

Paulo delineando o conteúdo da "verdade" em 1Tm 3.16, diz que o mistério, ou segredo revelado, é grande em sua importância, não em sua obscuridade; e é sem dúvida alguma, isto é, acima de qualquer pergunta. Seu objetivo e seu resultado devem produzir a piedade. A construção rítmica do resumo de Paulo sugere que ele pode estar citando um antigo hino ou confissão de credo.

A prática pedagógica é a expressão das atividades rotineiras que são desenvolvidas no âmbito da ED. É o somatório de todas as atividades planejadas com o intuito de possibilitar o processo educativo. As múltiplas dimensões da prática pedagógica compreendem, entre outros: a gestão, os professores, os alunos, a metodologia, o material didático, a avaliação e a relação professor aluno.

Nesse sentido, cabe esclarecer que a Pedagogia é uma ciência ou disciplina do ensino que começou a se desenvolver no século XIX. Popularmente a Pedagogia é vista como o modo de ensinar. Tem pedagogia quem ensina bem. Uma pessoa estuda ou se serve da pedagogia para ensinar melhor a matéria, a utilizar técnicas de ensino; desse modo, o pedagógico seria o metodológico.

A pedagogia tem como objetivo principal a melhoria no processo de aprendizagem dos indivíduos, através da reflexão, sistematização e produção de conhecimentos. Como ciência social, a pedagogia está conectada com os aspectos da sociedade e também com as normas educacionais do país.

Note que a salvação envolve a mente (Rm 12.2; 2Co 10.5) que é o centro do pensamento, do entendimento, da crença, bem como da razão e da ação (Cl 3.1-2,10). Quando uma pessoa se torna cristã, Deus concede a ela uma completa e nova capacidade espiritual e moral que uma mente separada de Deus jamais poderia alcançar (ICo 2.9-16). O revestimento do novo homem (Ef 4.24) consiste na renovação da mente na salvação, e não traz, simplesmente, uma renovação de caráter, mas uma transformação do velho ser num novo ser (2Co 5.17), “criado segundo Deus”. Em Cristo, o velho ser já não mais existe como existia no passado; o novo ser é criado à própria semelhança de Deus (Gl 2.20), “em justiça e retidão procedentes da verdade”. A justiça está relacionada com a responsabilidade moral do cristão para com seus companheiros, refletindo a segunda tábua da lei (Êx 20.12-17), enquanto a retidão diz respeito às responsabilidades para com Deus, refletindo a primeira tábua da lei (Êx 20.3-11). Nesse escopo, vê-se a importância da metodologia aplicada na ED, para que haja de fato um aprendizado, e crescimento espiritual.

 

3. O padrão ético e moral. A Bíblia é a principal fundamentação para a ética e a moral cristã. O texto bíblico é divinamente inspirado e, portanto, permanece inalterado (Mt 24.35). Os valores cristãos são permanentes, pois sua fonte de autoridade é imutável (1 Pe 1.25). Em suma, a Palavra de Deus não pode ser relativizada, revogada ou ajustada aos interesses humanos (Is 40.8). Assim, no propósito de cumprir o seu papel de instituição educadora, a Escola Dominical também atua como multiplicadora dos princípios éticos e dos valores morais da fé cristã. A Igreja que zela pelo ensino sólido das Lições Bíblicas não é influenciada pelo erro, mas estabelece o padrão moral e ético a ser observado pelos cristãos (1 Tm 4.6; 2 Tm 3.10).

COMENTÁRIO

O cristão, como sal da terra e luz do mundo, não adere aos valores da sociedade mundana rebelada contra Deus. Ao contrário, sua vida é orientada pelos altos princípios esposados pelas Escrituras. Enquanto os valores morais do mundo são relativos e mutáveis, os padrões éticos divinos mostram-se infalíveis no combate às trevas morais e espirituais da pós-modernidade: “Lâmpada para os meus pés é tua palavra e luz, para o meu caminho” (Sl 119.105). Portanto, é imprescindível ao crente não apenar afastar-se dos pecados dessa sociedade, mas condená-los com veemência (Ef 5.11). É grande a nossa responsabilidade diante de Deus!

A ética trata dos princípios e valores que orientam a conduta de uma pessoa. A moral é a prática dessa conduta ética. A ética trata dos princípios e a moral da prática baseada nesses princípios. Sendo assim, ética e moral não são a mesma coisa, mas estão conectadas – ética e moral são como a teoria e a prática. Por exemplo, se eu tenho um princípio ético que me orienta a dizer a verdade, minha conduta moral será mentir ou não.

Moralidade, cuja base é o termo mos (Moris), ccstume», «vontade», «uso», A ela corresponde a palavra ética, que vem do grego, éthos, um virtual sinônimo de mos. Naturalmente, a moralidade difere, dependendo de cada individuo, e não segue, necessariamente, meros costumes, hábitos ou volições pessoais, conforme a palavra indica, literalmente.

Imutabilidade, entretanto, não é a única característica divina necessária para uma ética cristã sistemática. Soberania é até mais importante.

II. A ÉTICA CRISTÃ É PARA TODAS AS FAMÍLIAS

As leis de muitos países favorecem à imoralidade e à falta de ética na sociedade. Muitas delas são estabelecidas sob a égide de filosofias materialistas, relativistas e pluralistas. A Bíblia, todavia, trás em seu âmago todos os referenciais éticos e morais para a plena felicidade da família em qualquer civilização. Os que os rejeitarem ficarão perdidos, inseguros, sem rumo e orientação. O resultado disso é a tragédia moral que vem se abatendo, especialmente sobre a família, e a sociedade como um todo.

1. A ética para os pais (Ef 6.4). Deus estabeleceu um padrão ético e moral para toda a família. O marido não é apenas a cabeça da mulher, mas da família (Ef 5.22,23; 1 Tm 3.4). Ele deve amar sua esposa como Cristo amou a Igreja; e a mulher deve sujeitar-se ao marido como a Igreja está sujeita a Cristo (Ef 5.22-33). Contudo, a educação dos filhos é dever de ambos, marido e mulher: “E vós, pais” (Ef 6.1). Vejamos alguns princípios éticos para os pais.

a) O relacionamento com os filhos. A Bíblia ensina que os pais não devem provocar a ira a seus filhos, mas sim, criá-los na doutrina e admoestação do Senhor (Ef 6.4). Eles devem ter pelos filhos o mesmo respeito, amor e paciência que o Pai celestial demonstra para com eles. Muitos pais modernos preocupam-se mais com o desempenho de seus filhos na escola, no trabalho e na igreja, do que com o bom relacionamento que devem ter com eles. Em função disso, tratam-lhes com austeridade e injustiça, razão pela qual alguns se tornam desobedientes e rebeldes. Quanto à disciplina, deve ser aplicada com moderação e sabedoria (Pv 19.18; 1 Tm 3.4).

b) O cuidado com a educação espiritual dos filhos. A responsabilidade dos pais sobre os filhos também envolve o crescimento espiritual deles: “criai-os na doutrina e na admoestação do Senhor” (Ef 6.4). “Criar” aqui refere-se tanto ao desenvolvimento do caráter (admoestar) quanto ao ensino no caminho da justiça (doutrina). Os filhos, quando bem instruídos, jamais se esquecem da Palavra de Deus (Pv 22.6). É a educação dos pais que os protege e previne contra as drogas, a prostituição, a imoralidade e todo tipo de vícios e males (Dt 11.18-21).

2. A ética para os filhos (Ef 6.1,2). A obediência dos filhos aos pais deve refletir a mesma submissão manifestada no relacionamento com o Senhor Jesus: “sede obedientes a vossos pais no Senhor” (Ef 6.1). Assim como obedecem a Deus, devem também obedecer aos pais, pois isto é justo e “agradável ao Senhor” (Cl 3.20). Os filhos devem “honrar” os pais porque é um mandamento do Senhor (Ef 4.2). É obedecendo aos pais que eles serão ricamente abençoados por Deus: “para que te vá bem”. Dentre essas prósperas bênçãos está a longevidade: “e vivas muito tempo sobre a terra”.” Lição 10: A Bíblia: o código de ética divino. 4º Trimestre de 2008, Data: 07 de Dezembro de 2008.

 

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II – A EDUCAÇÃO CRISTÃ E A FORMAÇÃO DE LEITORES DA BÍBLIA

 

1. Conceito de Educação Cristã. A palavra “Educação” vem do Latim “educare”, que significa literalmente “guiar”, “instruir”, “conduzir” para fora. No texto do Novo Testamento, destaca-se a palavra grega paideia com o sentido de “instrução”. O Dicionário Bíblico Wycliffe assegura que, quando aplicada às crianças, a palavra tem sentido de treinamento e correção (Hb 12.5-11); no caso de adultos, se refere ao que desenvolve a alma, corrigindo erros e controlando as paixões (2 Tm 3.16). Em virtude disso, a Educação Cristã se fundamenta na revelação divina, seu livro texto é a Bíblia e a sua ocupação é o ensino sistemático e contínuo das doutrinas bíblicas (Mt 28.20; At 15.35; Cl 1.2 8 ,2 Tm 2.2).

COMENTÁRIO

Vivemos em uma época de diversidade de conceitos, ideologias e paradigmas, fruto de um ambiente pluralista. Diversidade esta que se faz presente em todos os segmentos da sociedade. Na educação não é diferente. Penso que é desejo de todo líder cristão oferecer a sua igreja uma educação que seja eficaz, mas também bíblica. Sendo assim, para não cair na armadilha das muitas filosofias pós-modernas, precisamos estabelecer alguns pressupostos para a educação cristã. O Pastor Douglas Baptista assim comenta em sua obra de apoio à lição: “As palavras “educação” e “educar” vêm do latim educare, que significa literalmente “guiar”, “levar”, “tirar de”, “retirar”, “conduzir para fora”. No texto do Novo Testamento, entre outros, destaca-se o emprego da palavra grega paideia, com o sentido de “instruir”, “formar”, “ensinar” e “educar”. Na Grécia Antiga, a paideia referia-se tanto ao modo como à meta da educação. O Dicionário Bíblico Wycliffe assegura que, quando aplicada às crianças, “abrange todo o cultivo da mente e da moral e o emprego de ordens, admoestações e censuras com o objetivo de treinamento e correção” (Hb 12.5-11); e, no caso de adultos, “se refere aquilo que desenvolve a alma, corrigindo erros e controlando as paixões (2 Tm 3.16)”.

Em termos gerais, a educação é um processo contínuo de desenvolvimento e aperfeiçoamento do ser humano. No sentido formal, designa o ensino como um sistema que compreende tanto a teoria quanto a prática. No aspecto da Educação Cristã, entendemos que ela começa por Deus: “É Ele quem prescreve o que deseja que saibamos e nos ensina por meio de sua Palavra, a fim de vivermos, por graça, à altura do privilégio de nossa filiação”.

O Dicionário Teológico corrobora com essa definição nos seguintes termos: “programa pedagógico que, tendo por base a Bíblia Sagrada, visa ao aperfeiçoamento espiritual e moral dos que se declaram cristãos e daqueles que venham a entender o chamado do Evangelho de Cristo”. Em suma, a Educação Cristã molda o nosso viver segundo as Escrituras e produz crescimento e amadurecimento espiritual.

Nesse entendimento, reiteramos que o ensino-aprendizagem da Educação Cristã se fundamenta na revelação divina, cujo livro texto é a Palavra de Deus. No âmbito eclesiástico, especialmente na ED e no culto de doutrina, sua ocupação é o ensino sistemático e contínuo das doutrinas bíblicas (Mt 28.20; At 15.35; Cl 1.28, 2 Tm 2.2). Na esfera da sociedade civil, dedica-se à educação formal, como, por exemplo, colégios confessionais e instituições de ensino superior que oferecem formação acadêmica e intelectual com o embasamento e a práxis dos princípios cristãos (Mt 5.13-14; Rm 12.1-2)”. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

Comparada com a educação em geral, a educação cristã é uma forma particular de educar. Ela pode ser simplesmente definida como a instrução formal feita sob a perspectiva do cristianismo, buscando “o desenvolvimento da pessoa e de seus dons naturais à luz da perspectiva cristã da vida, da realidade, do mundo e do homem”. 10 De forma mais específica ela tem sido conceituada como “a tentativa de organizar sistematicamente o pensamento quanto à educação conforme os ensinamentos bíblicos que constituem a fé cristã ortodoxa”.11 Como disciplina pode se considerar a educação cristã como “o esforço deliberado, sistemático e sustentado, divino e humano, de compartilhar ou adquirir conhecimento, valores, atitudes, habilidades, sensibilidades e comportamentos que compõem ou são compatíveis com a fé cristã”.12 Subjacente a este entendimento encontra-se a convicção de que qualquer disciplina pode ser abordada e ensinada de uma perspectiva cristã se a análise parte das pressuposições bíblicas sobre o Criador, o homem e a natureza.

De acordo com a cosmovisão cristã, o alvo do educador não consiste apenas da transmissão de conhecimento, mas requer a esperança de uma transformação do aluno a ser operada pela ação do Espírito Santo. A fim de atingir este objetivo, o educador cristão deve atentar para um esforço sistemático em termos de exposições sequenciais e interações contínuas com seus alunos, sempre buscando refletir em seu procedimento as características de um discípulo de Cristo. Dessa forma, as definições acima enfatizam a agência divina e a intencionalidade humana como essenciais à perspectiva cristã sobre a educação”. EDUCAÇÃO CRISTÃ: CONCEITUAÇÃO TEÓRICA, E IMPLICAÇÕES PRÁTICAS. Valdeci da Silva Santos. Disponível em: https://cpaj.mackenzie.br/wp-content/uploads/2020/01/7-Educa%C3%A7%C3%A3o-crist%C3%A3-conceitua%C3%A7%C3%A3o-te%C3%B3rica-e-implica%C3%A7%C3%B5es-pr%C3%A1ticas-Valdeci-da-Silva-Santos.pdf

 

2. Objetivos da Educação Cristã. O Senhor Jesus confiou à Igreja a tarefa da Grande Comissão (Mt 28.19,20; Mc 16.15). Trata-se de uma ordenação proclamadora e de um mandato educacional. É responsabilidade dos discípulos de Cristo evangelizar e ensinar (1 Tm 4.13; 2 Tm 4.2). Nesse aspecto, a Escola Dominical desempenha com excelência o papel de agência educadora, porque a evangeliza enquanto ensina, atendendo os dois lados da ordem de Jesus. Nessa compreensão, o saudoso teólogo Antônio Gilberto enfatizava que são três os principais objetivos da Educação Cristã:

(a) Ganhar alma para Jesus (2 Co 12.15);

(b) Desenvolver a espiritualidade e o caráter cristão (G1 5.22); e

(c) Treinar o cristão para o serviço do Mestre (2 Tm 2.15).

COMENTÁRIO

Educação Cristã é um processo de educação e aprendizado sustentado pelo Espírito Santo e baseado nas Escrituras. Procura guiar indivíduos a todos os níveis de crescimento através de métodos do ensino em direção ao conhecimento e vivência do plano e propósito divinos mediante Cristo em todos os aspectos da vida. Também equipa as pessoas para o ministério efetivo com uma ênfase geral em Cristo como Mestre Educador por excelência e seus mandamentos de fazer e treinar discípulos. A Educação Cristã é o processo Cristocêntrico, baseado na Bíblia e relacionado com o estudante, para comunicar a Palavra de Deus através do poder do Espírito Santo com o propósito de levar outros a Cristo e edificá-los em Cristo. A Educação Cristã é o esforço divino-humano deliberado, sistemático e contínuo de comunicar ou apropriar-se do conhecimento, valores, atitudes, habilidades, sensibilidades e o comportamento que constituem ou são consistentes com a fé cristã. Apóia a transformação e a renovação de pessoas, grupos e estruturas pelo poder do Espírito Santo para conformar-se à vontade de Deus, tal como expressa do Velho e Novo Testamentos e preponderantemente na pessoa de Jesus Cristo. Educação Cristã é um processo que ocorre tanto informalmente como através de uma série de eventos planejada, sistemática e contínua, objetivando levar o crente à conformar-se à imagem de Cristo (maturidade), tendo como base autoritativa as Escrituras Sagradas e sustentada pelo Espírito Santo, visando a glória de Deus.

Paulo em Cl 1:28 diz: “ o qual nós anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo”. Note bem que Paulo diz que ensinava com uma finalidade: “apresentar todo homem perfeito em Cristo”. Obviamente que perfeito aqui não significa ausência de pecados, mas maturidade espiritual. O que queremos dizer por maturidade cristã é o processo de santificação, o caminho progressivo para a conformidade à imagem de Cristo no crente. A imagem original, desfigurada com a Queda (Gn 1:26-27), porém agora é renovada em Cristo quando da conversão (Cl 1:15; Rm 8:29; I Jo 3:2, II Co 9:18). Sabemos que a conversão apenas dá início a uma nova vida, mas, ao nascer o novo crente inicia uma longa caminhada na espiritualidade, a qual necessitará de uma educação e que seja cristã, a fim de proporcionar-lhe crescimento na fé, e assim, torná-lo “perfeito” em Cristo, ou seja, um crente maduro.

Esta maturidade cristã (santificação progressiva) pode ser vista em passagens como Cl 3:9,10, onde o apóstolo Paulo lembra a seus ouvintes de que eles se despiram do velho homem e se revestiram do novo. Este novo homem é descrito como aquele “que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou” (v.10).

A palavra grega avnakainou,menon (anakainoumenon) traduzida por “que se refaz” ou que “está sendo refeito”, é um particípio e encontra-se no tempo presente. Com isto o significado pretendido pelo autor é uma renovação que perdura por toda a vida do crente. Um crente maduro é aquele que está crescendo progressivamente e continuamente sendo transformado á imagem de Cristo, e sob a obra graciosa do Espírito Santo, ele prossegue mortificando as práticas pecaminosas a que era inclinado. (cf. 2 Co 3:18; Cl 3:3; Rm 6:6; 8:13; Ef 4:22-24).

 

3. A capacitação dos alunos. Capacitar significa “tornar capaz”, “preparar” e “qualificar”. Na Educação Cristã, o processo de desenvolvimento do caráter e habilitação do cristão para servir no Reino de Deus acontece por meio do estudo acurado da Bíblia. Desse modo, os alunos são formados não apenas como leitores do texto bíblico, mais qualificados ao exame e minucioso das Escrituras (At 17.10,11). Essa meta somente pode ser atingida por meio da leitura diária das Escrituras Sagradas (SI 1.1,2), sob a iluminação do Espírito Santo (Ef 1.17,18), e da aplicação dos princípios hermenêuticos, tais como, as regras gramaticais e o contexto histórico e literário (1 Ts 5 -21). extraclasss.blogspot.com - EBD é com a gente!

COMENTÁRIO

Quais sãos os objetivos finais do processo de educação cristã? Qual é o ponto principal do ensino bíblico? Por que nos gastamos tempo, esforços e energia no processo educacional dentro da igreja?

O Catecismo Maior de Westminster em resposta a pergunta 1 diz: “O fim supremo e principal do homem é glorificar a Deus e gozá-lo plena e eternamente”. [26] Existem muitas passagens bíblicas que sustentam esta proposição. [27] Se concordarmos que este é nosso objetivo último na educação cristã, então isso irá mudar a forma como ensinamos as Escrituras. Iremos ensinar não apenas para que os membros em nossas igrejas aprendam o conteúdo bíblico, mas também para que eles venham a ter uma relação com o Autor da Bíblia. Nós não iremos apenas ensinar para que aprendam mais sobre Deus, mas para crescerem em sua relação com Deus.

Jesus Cristo disse a seu Pai na oração sacerdotal: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer”. N ós glorificamos a Deus com a educação cristã, fazendo aquilo que ele nos confiaste para fazer: levar os crentes à maturidade em Jesus Cristo. Isto glorifica a Deus. Entendemos que o fim último da Educação Cristã é atender ao chamado de Deus para sermos educadores, e assim colaborando em Seu projeto que é o de transformar os homens renovando-os à Imagem de Cristo. “A Educação da alma é a alma da educação”.

Portanto, o processo de educar (edu cere = trazer para fora) o povo de Deus, fazendo-o crescer no “conhecimento e na graça do Senhor Jesus”, é, com toda certeza, algo que glorifica a Deus.

CHAMPLIN escreve: “«…mais nobres…» «Talvez a tradução melhor dessas palavras seja ‘mais liberais’, no sentido de serem isentos de preconceitos, em contraste com os judeus de Tessalônica». (F.J. Foakes Jackson, «The Acts of the Apostles», 1931, págs. 161 e 162).

«Em Tessalônica, muitos judeus, por motivo de orgulho e de preconceitos se recusaram a ouvir a mensagem do evangelho. Mas aqui os judeus acolheram alegremente os dois visitantes judaicos. Paulo havia exposto as Escrituras diariamente, tanto aqui como em Tessalônica; mas os bereanos, ao invés de se ressentirem ante a apresentação que para eles era uma novidade, examinavam (o vocábulo grego usado aqui, ‘anakrino’, significa fazer passar pelo crivo, fazendo uma pesquisa cuidadosa e exata, como se fora um processo legal, conforme aparece em Atos 4:9; 12:19, etc.) as Escrituras por si mesmos. Os bereanos estavam intensamente interessados na nova mensagem de Paulo e Silas, mas queriam compreender as coisas por si mesmos. Que nobre atitude! A pregação de Paulo fazia de seus ouvintes estudantes bíblicos». (Robertson, in loc.).

«O dever da interpretação pessoal, pois, é aqui deixado bem claro». (Hovey, in loc.).

«…nobres…» Vemos aqui a necessidade da interpretação pessoal das Escrituras. A palavra ‘nobre’, que literalmente traduzida do grego seria ‘bem nascido’, como em I Cor. 1:26, tal como a maioria dos vocábulos de origem similar, tinha… uma grande latitude de significado. Neste caso indica o temperamento generoso e leal que idealmente deveria caracterizar aqueles de nobre origem. Essa foi exatamente a qualidade que o apóstolo e o historiador mais admiraram nos bereanos. Não se mostraram escravos dos preconceitos. Ver notas completas sobre a nobreza espiritual em Atos 17:13.

A pesquisa honesta das Escrituras nos leva a encontrar verdadeiras joias. «Pérolas podem ser encontradas nas águas profundas das Escrituras; que Deus nos envie muitos outros mergulhadores, que as possam achar! Não aceitas uma moeda, ó homem, sem primeiro examiná-la. Por que razão, pois, aceitarias superficialmente um credo, o qual, caso seja falso, te infligirá posteriormente uma perda irreparável? É dotado de mente verdadeiramente nobre aquele cuja mente está alicerçada não no homem, e, sim, na Palavra de Deus». (Starke, in loc.).

«…eram de mais nobre disposição; não pendiam para a inveja, e, sim, para a inquirição». (Alford, in loc.).

«…examinando as Escrituras…« «…para verificarem se a interpretação cristã das Escrituras do Antigo Testamento, exposta pelo apóstolo, era a verdadeira». (Brown, in loc.).

«Esses de Beréia tinham uma melhor disposição, não se tendo mostrado tão amargos e morosos e tão mal inclinados para com tudo que não estivesse de acordo com a sua mentalidade… Nem julgaram previamente a causa e nem se deixaram arrastar pela inveja contra seus expositores; mas, pelo contrário, deram a ambos uma justa atenção, sem demonstrarem qualquer paixão ou parcialidade». (Matthew Henry, in loc.)”. CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. Vol. 3. Pag. 358.

 

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III – É PRECISO LER A BÍBLIA DIARIAMENTE

 

1. A leitura e a disciplina cristã. A disciplina tem relação com “castigo” e “punição”, mas também significa “ordem” e “obediência às regras”. O termo “discípulo” está relacionado com a “disciplina” e, por isso, todo o autêntico discípulo é disciplinado. Assim, em termos gerais, o zelo espiritual de um discípulo de Cristo repousa na prática das disciplinas cristãs. Dentre elas, estão a oração, a leitura da Bíblia e o jejum. A disciplina não é um meio de salvação, mas por meio dela conhecemos a perfeita vontade de Deus (Rm 12.1,2). A disciplina cristã requer regularidade e prioridade na busca da santificação (Rm 6.22). Portanto, a leitura bíblica, por exemplo, deve ser diária (SI 119.97; 1 Tm 4.13).

COMENTÁRIO

Disciplina (substantivo feminino)

    1. obediência às regras, aos superiores, a regulamentos.

    "d. militar"

    2. ordem, regulamento, conduta que assegura o bem-estar dos indivíduos ou o bom funcionamento (p.ex., de uma organização).

    "é essencial a d. dentro de um hospital"

Disciplina é a obediência ao conjunto de regras e normas que são estabelecidos por determinado grupo. Também pode se referir ao cumprimento de responsabilidades específicas de cada pessoa.

Do ponto de vista social, a disciplina ainda representa a boa conduta do indivíduo, ou seja, a característica da pessoa que cumpre as ordens existentes na sociedade.

Neste aspecto, o oposto de disciplina é a indisciplina, quando há a falta de ordem, regra, comportamento ou de respeito pelos regulamentos.

Como dito, cada grupo social apresenta o seu conjunto de normas e regras de conduta, que variam de acordo com os seus preceitos. O significado de manter a disciplina no trabalho ou a disciplina na igreja, por exemplo, são diferentes, visto que para cada parte as regras e comportamentos costumam variar, de acordo com aquilo que estas consideram de maior importância.

Manter a disciplina ainda pode estar relacionado com o ato de ser constante, ou seja, se dedicar no cumprimento de determinada tarefa para o alcance de um objetivo final, por exemplo. Aliás, ter disciplina no trabalho é fundamental para o bom desempenho de qualquer profissional.https://www.significados.com.br/disciplina/

O Comentarista da lição escreve: “A disciplina tem relação com “castigo” e “punição”, mas também significa “ordem” e “obediência às regras”. O conceito se relaciona com a prática regular de certos princípios que pautam a atividade diária e as metas de uma pessoa. Com esse sentido, encontramos três símbolos na Bíblia que exemplificam a vida disciplinada: (a) o Soldado — a disciplina na aflição: “Sofre, pois, comigo, as aflições, como bom soldado de Jesus Cristo” (2 Tm 2.3); (b) o Lavrador — a disciplina da paciência: “porque o que lavra deve lavrar com esperança, e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante” (1 Co 9.10); (c) o Atleta — a disciplina no treinamento: “os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio” (1 Co 9.24). Em resumo, a “disciplina” compreende abnegação, regularidade, prioridade, metas e perseverança. Essas ações reivindicam renúncia e compromisso. Dentre as “disciplinas cristãs”, citamos a oração, a leitura da Bíblia e o jejum. Contudo, não podemos alcançar ou merecer o favor e a justiça do Reino de Deus meramente observando as disciplinas cristãs. Quem incorre nesse erro embarca no legalismo do qual Cristo já nos libertou (Rm 7.6). A disciplina cristã é um meio de nos aproximar de Deus. Paulo disse: “Quem semeia para a sua própria carne, da carne colherá corrupção; mas quem semeia para o Espírito, do Espírito colherá vida eterna” (Gl 6.8). Richard Foster escreveu que “o mesmo acontece com as Disciplinas Espirituais — elas são um meio de semear para o Espírito”. Nesse sentido, o objetivo da disciplina cristã é propiciar intimidade singular com Deus por meio da “oração incessante” (1 Ts 5.17); “exame das Escrituras” (Jo 5.39); e a “prática do jejum” (1 Co 7.5). Em vista disso, o autêntico discípulo observa os exercícios espirituais. O termo “discípulo” está relacionado com a “disciplina” e, por isso, todo o discípulo é disciplinado. Em termos gerais, o zelo espiritual de um discípulo de Cristo repousa na prática das disciplinas cristãs. Repete-se que a disciplina não é um meio de salvação, mas por meio dela conhecemos a perfeita vontade de Deus (Rm 12.1,2). A disciplina cristã, ratifica-se, requer regularidade e prioridade na busca da santificação (Rm 6.22). Portanto, a leitura bíblica, por exemplo, deve ser diária (Sl 119.97; 1 Tm 4.13).”  Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

CHAMPLIN por sua vez, escreve: “A palavra disciplina vem do latim. Disciplina, «instrução», «treinamento», «disciplina». A palavra discípulos, «aprendiz», está relacionada a ela. A forma verbal discere, significa «aprender». Nossa palavra portuguesa «discípulo», que quer dizer «aprendiz, ou «seguidor», deriva-se dessa raiz latina.

É óbvio, portanto, que o verdadeiro discípulo precisa ser uma pessoa disciplinada.

Usos específicos do termo:

Indica um modo de vida, que alguém aceita quando pertence a algum grupo especifico, ou quando abraça alguma ideologia especifica, supondo-se que esse meio de vida só pode ser mantido através da observância de certas normas e requisitos.

Indica qualquer sistema de ascetismo e mortificação.

Relaciona-se à ideia de açoite, objeto usado com propósitos disciplinadores na vida monástica.

Também indica os métodos mediante os quais um modo de vida é posto em execução, bem como as penas aplicadas aos que erram.

Indica o treinamento sistemático que prepara urna pessoa para alguma tarefa especifica, ou a fim de ser ela um membro melhor de alguma organização dotada de algum propósito a cumprir.

Também aponta para algum curso acadêmico ou alguma matéria de estudo.

Princípios da Disciplina

Os ministros do evangelho estio autorizados a estabelecer a disciplina nas igrejas (ver Mat. 16:19 e 18:18).

Estas são as suas características: a. preciso que mantenha a sã doutrina (ver I Tim. 1:13).

Deve ser uma linha mestra para a ação (ver I Cor. 11:34 e Tito 1:5).

É mister que repreenda aos ofensores (ver I Tim.5:20).

Deve remover os ofensores obstinados (ver I Cor. 5:3 e ss e I Tirn. 1:20).

O homem espiritual submete-se à disciplina (ver Heb. 13:17).

Seu propósito ê edificar os crentes (ver II Cor. 10:8).

Deve estabelecer a boa ordem e a decência (ver I Cor. 12:40).

O amor cristão deve ser seu guia padrão (ver II Cor; 2:6-8)”. CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. Pag. 178-179.

 

2. A leitura e o aprendizado. O aprendizado é parte intrínseca de um discípulo. Isso porque “discípulo” significa literalmente “aprendiz”. Uma máxima pedagógica afirma que “ler é aprender”. Desse modo, por meio da leitura da Bíblia aprendemos acerca de Deus e de seu plano de salvação (Rm 1.2-4). Esse aprendizado orienta o discípulo a taca-lo parecido com Cristo (Ef 4.13). Por isso, o aprendizado deve ultrapassar a teoria e ser aplicado na vida diária. Paulo repreende os “ que aprendem sempre e nunca podem chegar ao conhecimento da verdade” (2 Tm 3.7). Por essa razão, o apóstolo adverte a Timóteo a observar o aprendizado bíblico que o faria sábio para a salvação, pela fé em Cristo Jesus (2 Tm 3.14,15). extraclasss.blogspot.com - EBD é com a gente!

COMENTÁRIO

A perseverança é uma Necessidade (3.l4,15). Timóteo tem a responsabilidade de continuar naquilo que aprendeu e tornar-se cada vez mais convencido disto, a saber, da verdade do evangelho. A veracidade da doutrina de Timóteo está na integridade de seus mestres (tanto do apóstolo como também de sua mãe e de sua avó) e em seu conhecimento vitalício das Escrituras. Tal conhecimento mesclado com a fé em Cristo Jesus produz a “salvação””. Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento. Editora CPAD. Pag. 1500.

O Pastor Presbiteriano Hernandes Dias Lopes escreve em 2 Timóteo. O testamento de Paulo à igreja (Hagnos): “A firmeza dos fiéis (3.14). A ordem de Paulo a Timóteo para permanecer firme nas Escrituras nunca foi tão oportuna quanto em nossa geração, pois, como diz Stott, “os homens se orgulham de inventar um novo cristianismo com uma nova teologia e uma nova moral, tudo isso dando sinais de uma nova reforma” Paulo ordena que Timóteo permaneça firme nas Escrituras, e isso porque ele não as aprendeu de nenhum aventureiro espiritual, mas, desde a infância, de sua avó e de sua mãe (1.15; 3.15) e mais tarde do próprio apóstolo Paulo, a quem Jesus confiara esse sagrado depósito (1.2; 1.6; 1.11,12; 3.10). [..] a superioridade da Palavra de Deus em relação ao engano dos impostores (3.15-17). As Escrituras são sagradas, confiáveis e úteis. A Bíblia é o Livro dos livros: inspirada por Deus, escrita por homens santos, concebida no céu, nascida na terra, odiada pelo inferno, pregada pela igreja, perseguida pelo mundo e crida pelos fiéis. A Palavra de Deus é infalível, inerrante e suficiente. E vencedora invicta em todas as batalhas. Tem saído ilesa do ataque implacável dos críticos e das fogueiras da intolerância. A Palavra de Deus é a bigorna que tem quebrado todos os martelos dos céticos. Homens perversos se esforçam para destruí-la, queimá-la, escondê-la ou taca-la, mas ela tem saído incólume de todas essas investidas. E viva e poderosa. E atual e oportuna. E a divina semente. Por meio dela somos gerados de novo. Por meio dela cremos em Cristo. Por meio dela somos fortalecidos. A Palavra de Deus é água para os sedentos, pão para os famintos e luz para os errantes. Por meio dela somos santificados e através dela recebemos poder. Ela é a arma de combate e o escudo que nos protege. E mais preciosa que o ouro e mais doce que o mel”. LOPES. Hernandes Dias. 2 Timóteo. O testamento de Paulo à igreja. Editora Hagnos. Pag. 97-98.

 

3. A leitura e o devocional. Um dos aspectos da adoração é o culto devocional (Jo 4 .23,24). Não se refere ao culto público que prestamos a Deus no templo, nem ao culto doméstico em família, mas aquele praticado de forma individual (SI 55.17). Inclui a oração, o louvor e a leitura bíblica. Essa atividade fortalece a comunhão com Deus (Sl 119.11,15,24). O devocional é também uma oportunidade para o estudo sistemático/indutivo das Escrituras, que, por ação do Espírito Santo, abre o nosso entendimento (Jo 14.26). O conhecimento bíblico ainda pode ser aprimorado por meio de pesquisas em periódicos como a nossa Declaração de Fé, que expressa a ortodoxia pentecostal (Jd 1.3).

COMENTÁRIO

“E a vida eterna é esta: que te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”  (Jo 17.3).

Devocional é a demonstração da devoção e admiração por algo ou alguma coisa, normalmente relacionado com aspectos religiosos. No âmbito religioso, devocional é o período de tempo que uma pessoa separa para se dedicar a Deus, ou seja, fazer orações, agradecimentos, leituras e discussões sobre a Bíblia”. https://www.significados.com.br/devocional/

O Rev. Ricardo Barbosa de Souza escreve em seu artigo O A Leitura Devocional: “Se a leitura devocional é algo que precisa ser feito como mais um item em nossa apertada agenda diária, perdemos o significado da devoção que nos leva à meditação.

        Uma das grandes preocupações que envolve a experiência espiritual hoje é o analfabetismo bíblico cada vez mais crescente nas novas gerações de cristãos. O desinteresse pela Bíblia é alarmante. Vivemos hoje aquilo que o profeta Jeremias profetizou dizendo: “ Porque dois males cometeu o meu povo: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas”(Jr. 2:13). A espiritualidade moderna é nutrida por fontes cujas águas não são perenes. Daí a inquietação, o frenesi, a busca louca e insana por experiências que nunca satisfazem a alma. Precisamos voltar ao manancial perene de águas que satisfazem a sede do coração, uma fonte que jorra para sempre e nos liberta das cisternas rotas que secam e não satisfazem. Gostaria de propor um velho caminho para a leitura bíblica chamada “lectio divina”, ou leitura devocional.

        Leitura devocional é uma forma diciplinada de devoção e não mais um método de estudo bíblico. Não me refiro aqui à leitura indutiva que fazemos quando procuramos investigar o texto bíblico, ou àquela na qual buscamos respostas mais imediatas para conflitos diários, nem mesmo a leitura de onde saem os sermões e estudos bíblicos. Pelo contrário, a leitura devocional nunca deve ser usada para algum outro propósito utilitário ou pragmático. É feita pura e simplesmente para conhecer a Deus, colocar-se diante da Sua Palavra e ouvi-lo. Esta atitude de silêncio, reverência, meditação e contemplação define a postura de quem deseja aproximar-se da Palavra de Deus. O exemplo bíblico desta postura encontramos em Maria, irmã de Marta, que “quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos” (Lucas 10:39), “enquanto sua irmã agitava-se de um lado para o outro, ocupada em muitos serviços” (Lucas 10:40). Há muitos outros exemplos de devoção que encontramos na Bíblia, de pessoas que simplesmente se punham diante do Senhor, sem esboçar uma única palavra, sem apresentar um único pedido, apenas ouvindo, meditando e contemplando”. http://www.monergismo.com/textos/vida_piedosa/leitura.htm

O Pastor Douglas Baptista nos auxilia: “A plena comunhão com Deus é o aspecto mais importante para uma vida cristã espiritualmente frutífera e bem-sucedida. Em vista disso, reforçamos que a leitura e o estudo sistemático das Escrituras Sagradas nos auxiliam a manter a necessária intimidade com Deus e a sua Palavra. Como afirmou o salmista, é possível guardar a Palavra no coração e, dessa forma, não pecar contra Deus (Sl 119.11). Significa que “ela deve ocupar os sentimentos, assim como o entendimento; toda a mente precisa estar impregnada com a Palavra de Deus”. Por conseguinte, o correto aprendizado bíblico conduz o crente à plena adoração. Aquele que se dedica em aprender a Bíblia descobre que a verdadeira adoração é praticada “em espírito e em verdade” (Jo 4.23).

Apesar de todo genuíno cristão concordar com essas afirmações, nem sempre o dia a dia do crente reflete a prática do devocional e da adoração devida. A falta de tempo, em virtude da agenda cheia e os mais variados compromissos são o pretexto mais comuns apresentados por boa parte dos evangélicos. No entanto, nenhuma atividade, seja eclesiástica, seja secular, pode ser mais importante que nosso devocional com Deus. Não é salvo aquele que conhece e até ensina a Bíblia, mas não mantém comunhão com o seu autor. É preciso ter em mente a mesma preocupação paulina: “Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado” (1 Co 9.27).

Portanto, recordamos que um dos aspectos da adoração é o culto devocional (Jo 4.23,24). Não se refere ao culto público que prestamos a Deus no templo, nem ao culto doméstico em família, mas aquele praticado de forma individual e constante (Sl 55.17).

Inclui a oração, o louvor, o jejum e a leitura bíblica. Essa atividade fortalece a comunhão com Deus (Sl 119.11,15,24). O devocional é também uma oportunidade para o estudo sistemático indutivo das Escrituras, que, por ação do Espírito Santo, abre o nosso entendimento (Jo 14.26). A intimidade com as Escrituras acontece, em primeiro lugar, com a leitura diária dos textos sagrados.

Depois, pela leitura de bons comentários da Bíblia. Dicionários e tratados de teologia enriquecem o nosso conhecimento bíblico tal como a nossa Declaração de Fé, que expressa a ortodoxia pentecostal (Jd 1.3)”. Baptista., Douglas, A Supremacia das Escrituras a inspirada, inerrante e infalível palavra de Deus. Editora CPAD. 1ª edição: 2021.

 

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CONCLUSÃO

 

A Educação Cristã fundamenta o seu currículo na Inspirada, Inerrante e Infalível Palavra de Deus, a Bíblia. Seus principais objetivos são ganhar alma, desenvolver o caráter e preparar o salvo para o serviço cristão. Nesse propósito, seus alunos são instruídos à leitura e ao estudo da Bíblia e, sobretudo, a pautar suas vidas na autoridade suprema das Escrituras Sagradas. Aleluia!

COMENTÁRIO

A educação cristã não consiste apenas em se conhecer um corpo de doutrinas ou práticas de certos ritos. Mas, é o processo que transforma, desenvolve, enriquece e aperfeiçoa a própria vida da pessoa mediante sua relação com Deus em Jesus Cristo. A educação cristã tem como propósito principal glorificar a Deus e este engloba os demais como: a evangelização, o ensino centrado na Bíblia e a edificação da igreja de Cristo. A EBD - Escola Bíblia Dominical é uma importante reunião que ocorre geralmente nos domingos de manhã em todas as igrejas evangélicas. A EBD, como é conhecida, tem como finalidade proporcionar um ambiente colaborativo para o estudo da Palavra de Deus. Nela, pastores, professores, teólogos, pedagogos e alunos discutem a Bíblia, práticas cristãs, problemas da atualidade e outros assuntos de grande importância para o crescimento espiritual dos envolvidos. Este subsídio foi útil para você? AJUDE ESTA OBRA A CONTINUAR! Contribua PIX: 69381925291

 

REVISANDO O CONTEÚDO

Qual é o livro base da Escola Dominical?

A Bíblia Sagrada.

O que é importante no contexto da Escola Dominical?

Observar a metodologia, bem como o objetivo a ser alcançado em cada lição. Desse modo, torna-se indispensável que o texto bíblico seja o referencial permanente da prática pedagógica.

Em que a Educação Cristã se fundamenta?

A Educação Cristã se fundamenta na revelação divina, seu livro texto é a Bíblia e a sua ocupação é o ensino sistemático e contínuo das doutrinas bíblicas.

Quais os objetivos da Educação Cristã?

Três principais objetivos da Educação Cristã são: Ganhar alma para Jesus (2 Co 12.15); Desenvolver a espiritualidade e o caráter cristão (G1 5.22); Treinar o cristão para o serviço do Mestre (2 Tm 2.15).

Como o aprendizado deve ultrapassar a teoria?

O aprendizado deve ultrapassar a teoria ao ser aplicado na vida diária, nos tornando mais parecidos com Cristo.

 

 

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