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7 de setembro de 2021

LIÇÃO 11: O REINADO DE EZEQUIAS

 

11 LIÇÃO 3 TRI 21 O Reinado de Ezequias

 Comentário elaborado por: Pb Alessandro Silva

TEXTO AUREO

“No Senhor, Deus de Israel, confiou, de maneira que, depois dele, não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele.” (2 Rs 18.5)

 

VERDADE PRATICA

Deus sempre ouve e guarda os sinceros de coração, que o obedecem e procuram agradá-Lo.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Reis 18.1-3,13,28,29; 19.1,5-7,15,16,20,21

 

INTRODUÇÃO

O reinado de Ezequias foi um dos melhores de Judá. Seu governo foi reto, justo, honesto e agradável aos olhos do Senhor. Ele fez importantes reformas no culto e na adoração a Deus. A partir da destruição dos ídolos de Judá, reestruturou todo o sistema religioso, o que culminou num grande avivamento para o povo de Deus.

 

Comentário

Ezequias começou a reinar com 11 anos de idade em 729 a.C. em corregência com o seu pai, Acaz, mas incrivelmente não foi influenciado pela apostasia espiritual promovida pelo seu pai. Aos 25 anos, quando finalmente assumiu o trono sozinho, a sua primeira iniciativa foi promover a reforma das instituições religiosas de Judá.

Nos seus anos de corregência, Ezequias provavelmente discerniu que a forma como o seu pai reinou não agradava a Jeová, pois isso havia trazido sérias consequências para o povo de Deus, inclusive o Reino do Norte. Israel já estava em processo final como nação. Essa sensibilidade do rei ao que estava acontecendo com o Norte pode ter sido uma das influências que veremos adiante.

Boa parte do sucesso da reforma de Ezequias deu-se em virtude do impacto que o povo de Judá teve diante das ameaças assírias, bem como a derrota completa que o império estava infligindo no Reino do Norte, que, na época da reforma de Ezequias, estava sendo levado cativo pela Assíria. Mas, para muito além disso, o seu segredo está nos seguintes fatos apontados por Hoff: ele dava ouvidos ao seu grande conselheiro, o profeta Isaías (2 Rs 19.6; 20.1-6); ele fez um pacto com o Senhor (2 Cr 29.10); e começou a sua obra reformista assim que assumiu o trono (2 Cr 29.3).

Outro motivo possível para o rompimento de Ezequias para com as idolatrias do seu pai pode ter sido a influência de Isaías, um profeta palaciano que atuou como conselheiro ou, simplesmente, como um crítico de muitos reis, especialmente advertindo e profetizando contra a idolatria que imperava em Jerusalém.

Provavelmente, o contato de Ezequias com Isaías ainda na sua tenra idade tenha sido fator decisivo na sua busca por Deus e pelas reformas profundas na adoração.

Ezequias promoveu grandes obras em Judá. A primeira delas foi a reforma religiosa, que limpou e reformou o Templo, recolocou os altares no lugar próprio, organizou os turnos dos sacerdotes e levitas, destruindo ídolos e altares pagãos, instituindo ofertas para a manutenção dos oficiais religiosos, refazendo o pacto com Jeová e assumindo compromisso de fidelidade, restabelecendo as ofertas e sacrifícios e comemorando a Páscoa, que levou vários dias, conforme afirma Bentho:

As primeiras profecias de Isaías revelam a superstição, a idolatria e a cegueira espiritual em que se encontrava o povo (Is 2.6s; 8.16s). Ezequias tentou corrigir a situação no começo de seu reinado (2 Cr 29.2-11). O templo foi reaberto e purificado de tudo quanto o tornava impróprio para o uso consagrado, a verdadeira adoração foi restabelecida e o antigo pacto entre Yahweh e Israel foi confirmado. A celebração da Páscoa foi efetuada numa escala sem precedentes desde o rompimento do reino em dois (2 Cr 30.26), tendo sido frequentada por numerosos israelitas (do Reino do Norte), em resposta ao convite de Ezequias (2 Cr 30.5-11).

Diante da amplitude das reformas e na maneira como se relacionou com o Senhor, Ezequias é quase uma exceção em Judá. O seu reinado foi justo e procurou agradar a Deus destruindo os ídolos e articulando essa ampla reforma religiosa que culminou num grande avivamento para o povo de Deus. Esse avivamento trouxe alegria e satisfação e mostrou-se eficaz quando do enfrentamento de crises — especificamente, a invasão assíria.

Uma das construções de Ezequias foi a escavação do túnel de água de 540 metros na rocha maciça, uma grande obra de engenharia da época, que vinha desde a fonte de Giom até o tanque de Siloé e servia para abastecer a cidade em tempos de cercos de guerra. Além disso, ele tapou as fontes de água que estavam próximas a Jerusalém para que o inimigo não tivesse acesso a água. Essas obras tinham como pano de fundo a possível invasão assíria, que acabou acontecendo depois, como veremos adiante.

Segundo alguns estudiosos, é provável que a doença e a cura de Ezequias tenham ocorrido antes da invasão assíria, tendo sido motivada especialmente por causa dos embaixadores da Babilônia que foram recebidos por Ezequias e uma provável aliança entre a Babilônia e Judá, o que motivou o cerco de Senaqueribe, o rei assírio, a Jerusalém. Essa evidência está baseada no fato de que, para acalmar Senaqueribe, Ezequias chegou a arrancar o ouro da porta do Templo. Caso a visita tivesse ocorrido depois, ele não poderia ter mostrado a riqueza do Templo, pois não existiria mais.

A falta de astúcia de Ezequias ao mostrar as riquezas ao inimigo, talvez querendo livrar-se das ameaças assírias, foi um gesto de falta de confiança plena no Senhor. Ele quis aliar-se aos babilônios, que, na verdade, vieram espionar as riquezas que seriam levadas para a Babilônia mais tarde.

A doença de Ezequias, a sua oração e a intervenção milagrosa de Deus por meio do profeta são comprovações de que o Senhor ouve e atende as orações sinceras que partem de um coração contrito. Perceba, porém, que não é apenas a Palavra de Deus na boca do profeta que provê a cura, pois o próprio profeta lança mão da medicina da época para que a cura seja cooperativamente efetuada. Esse episódio também demonstra que o Senhor pode lançar mão de recursos humanos para operar os seus milagres. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

Ezequias foi um dos maiores reis de Judá, líder e reformador capaz. Assim sendo, o cronista dedicou a ele nada menos que quatro capítulos de sua narrativa (II Crô. 29-32). E o escritor de II Reis dá-lhe um tributo excelente em 18.3-6.  O paralelo é II Reis 18.1-20.21, três capítulos inteiros. Portanto, ambos os autores sagrados reconheceram a importância de Ezequias e registraram sua história com detalhes.

Ver no Dicionário os seguintes artigos que dão sumários para auxiliar a exposição feita aqui: Ezequias; Reino de Judá; e Rei, Realeza. Ver os gráficos comparativos no terceiro desses artigos.

“Fora de qualquer dúvida, Ezequias foi um governante bom e iluminado. II Reis 18.3-6 paga um tributo sem qualificações às virtudes dele:’… não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele’. Esse elogio superlativo parece deixar de fora o pensamento sobre Davi, e sobre o ainda futuro Josias, com suas decisivas reformas.

O reinado de Ezequias proporcionou ao cronista razões plenas para louvá-lo, pintando-o como um segundo e santificado Davi. Não é surpreendente, pois, encontrar na longa seção devotada a Ezequias (mais de três capítulos) novos materiais, sem paralelo nos livros de Reis” (W. A. L. Elmslie, in ioc.).

Ezequias corrigiu os erros que tinham sido cometidos antes dele. Ele varreu para longe a influência do horrendo rei Acaz, que tanto havia influenciado Judá. Ele reabriu as portas do templo, purificou-o e renovou-o. Restaurou o yahwismo e aniquilou o paganismo. Chegou mesmo a remover os lugares altos, algo que nenhum outro monarca de Judá tinha conseguido fazer antes dele. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1700).

 

Estamos aqui entrando em uma cena agradável, o bom e glorioso reinado de Ezequias, no qual encontraremos mais de Deus e da religião do que talvez em qualquer dos bons reinados com que já nos deparamos; porque ele foi um homem muito zeloso, devoto e bom. Dificilmente alguém pode ter sido como ele. Neste capítulo temos um relato da obra de reforma que ele executou com vigor, imediatamente após a sua ascensão à coroa. Aqui temos: I. A sua exortação aos sacerdotes e levitas, quando os coloca outra vez de posse da Casa de Deus, w. 1-11. II. 0 cuidado e os esforços que os levitas tiveram para purificar o templo, e colocar as coisas em ordem ali, w. 12-19. III. Uma restauração solene das ordenanças de Deus que tinham sido negligenciadas. Uma expiação foi feita pelos pecados do último reinado, e as rodas foram postas para girar novamente, para a grande satisfação do rei e do povo, w. 20-36. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 752-753).

 

Ezequias, 716-687 a.C., co-regente a partir de 729 (29.1—32.33)

Ezequias foi o maior reavivalista e reformador dos reis de Judá. Ele ultrapassou Josafá e Josias no resultado de suas reformas. O Reino do Sul durou quase um século e meio a mais do que Israel, principalmente por causa do reavivamento promovido por Ezequias e pelos profetas Isaías e Miquéias. O seu reinado também é importante para os estudiosos do Antigo Testamento, porque é um período-chave para a obtenção dos indícios que levam à determinação da cronologia dos reis de Israel e Judá a partir dos livros de Reis14. Ezequias, aparentemente, reinou com Acaz, como co-regente, de 729 a 720 a.C., pois 2 Reis 18.10 indica que 723 a.C. foi o sexto ano de seu reinado. (Robert L. Sawyer. Comentário Bíblico Beacon I e II Cronicas. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 469).

 

I – O JUSTO REINADO DE EZEQUIAS

 

1.      Um rei reformista. Ezequias instaurou uma ampla renovação espiritual do povo de Deus, em Jerusalém. Reuniu os sacerdotes e levitas e lhes propôs uma nova aliança com Deus (2 Cr 29.4-11). Esta aliança incluiria uma reforma radical no comportamento e na espiritualidade do povo. O rei mandou destruir os altares pagãos; reabrir as portas do Templo; restabelecer as ofertas e os sacrifícios; restituir os ofícios sacerdotais e, ainda, celebrar a Páscoa. A despeito de tudo isso, o que mais se destaca nas atitudes de Ezequias é que ele “se chegou ao SENHOR, não se apartou de após ele e guardou os mandamentos que o SENHOR tinha dado a Moisés” (2 Rs 18.6). Assim, o rei Ezequias tinha um coração disposto a fazer a vontade de Deus no Reino de Judá. Por isso ele reuniu os sacerdotes, demais levitas e lideranças para reconhecer o verdadeiro estado pecaminoso da nação (2 Cr 29.4-11). Ezequias tinha um coração quebrantado e, por honrados isso, foi reformista.

 

Comentário

Ezequias restaurou o culto a Deus fazendo uma ampla reforma em Jerusalém. Os seus antepassados fecharam as portas do Templo, apagaram as lâmpadas e pararam de queimar incenso e oferecer sacrifícios a Deus, o Senhor (2 Cr 29.7). Ezequias, então, propôs-se a fazer uma ampla reforma espiritual em Judá. Ele destruiu os altares dos deuses pagãos, inclusive aquele que Acaz fizera seguindo o modelo do que havia em Damasco (2 Rs 16.10); destruiu a serpente de bronze que Moisés erguera no deserto, que foi guardada durante centenas de anos; reabriu as portas do Templo; restabeleceu as ofertas e sacrifícios; instituiu os ofícios sacerdotais e celebrou a Páscoa; mas a principal característica de Ezequias foi que ele “se chegou ao Senhor, não se apartou de após ele e guardou os mandamentos” (2 Rs 18.6), uma grande qualidade para um verdadeiro homem de Deus.

O fato de Ezequias achegar-se a Deus significa que o coração dele estava disposto a pagar qualquer preço para que a honra e a adoração ao Senhor fosse a principal característica do seu reino, o que ele fez com muita dedicação. Ele começou fazendo uma grande reunião com os sacerdotes, levitas e lideranças reconhecendo o erro que estavam cometendo (2 Cr 29.4-11). Na reunião, Ezequias exortou os líderes dizendo: “Agora, filhos meus, não sejais negligentes, pois o Senhor vos tem escolhido para estardes diante dele para os servirdes, e para serdes seus ministros, e para queimardes incenso” (2 Cr 29.11). Portanto, ele não somente voltou à verdadeira adoração, como também incitou os líderes e chamou-lhes à responsabilidade para servirem ao povo e ao Senhor na sua casa.

A serpente de bronze, chamada Neustã, tinha um significado profundo para os israelitas, motivo pelo qual foi tão venerada. Entretanto, os símbolos degeneram-se quando não apontam mais para o objetivo último, que é Deus. Se transformarmos o próprio símbolo naquilo que pretensamente era para significar, o significado transforma-se em significante, tornando-se, assim, um ídolo.

Quando os símbolos religiosos tornam-se ídolos, quando as tradições solidificam-se, quando os costumes viram regra infalível, quando aquilo que um dia foi uma salvação temporária torna-se falsamente eterna, quando aquilo que era provisório torna-se permanente, deu-se a destruição do símbolo pela sua supervalorização. Esse é o perigo que ronda as instituições e os seus dogmas quando, ao invés de apontarem para o transcendente Deus, advogam para si um poder para além daquele que têm de fato.

Tornando-se um ídolo, torna-se mau, porque todo ídolo mata, cega diante da realidade do verdadeiro Deus e tira completamente a vitalidade. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

Trouxe os sacerdotes e os levitas. A Restauração do Ministério. Na parte final do reinado de Acaz, os levitas e os sacerdotes estavam inativos e talvez até corressem perigo de ser executados. O país tinha sido transformado em um oásis do paganismo, pelo ímpio rei Acaz. Ezequias agora estava revertendo tudo isso. Ele reuniu os ministros religiosos, fê-los santificar-se e também consagrar o templo, e restaurou a adoração ordenada por Yahweh-Elohim, em contraste com as intrusões do paganismo assírio. O culto restaurado de Yahweh era a religião tradicional de Israel-Judá, por isso Ezequias estava promovendo um movimento “de volta à Bíblia”. Foi removida a “imundícia” do templo, provavelmente uma referência às formas e à aparelhagem dos objetos idólatras. E também havia a imundícia física, visto que o templo tinha caído na deterioração e carecia de urgentes reparos. Kimchi falou sobre a idolatria que tinha invadido o próprio templo.

Na praça oriental. Cf. Esd. 10.9; Nee. 8.1,3,16. “O lugar de reuniões provavelmente era uma área aberta defronte do portão oriental do âmbito sagrado” (Ellicott, in Ioc.).

Porque nossos pais prevaricaram. Os pais, sobretudo os reis recentes, inspirados pelo mau exemplo deixado por Acabe e por outros que tinham promovido o paganismo, em suas transgressões esqueceram Yahweh. Eles também envolveram os habitantes de Judá, os quais, se tivessem sido liderados corretamente, não se envolveriam na idolatria. Os líderes da nação, pois, abandonaram o caminho reto e desviaram-se para o mal. Essa situação precisava ser remediada imediatamente, e o dever dos ministros era ajudar Ezequias a continuar com a reforma religiosa e moral da nação.

Desviaram os seus rostos do tabernáculo do Senhor. Ou seja, o templo, o lugar onde Yahweh manifestava Sua presença. Eles “voltaram seus pescoços” para longe daquele lugar, como diz o hebraico literal. Cerrar o templo foi o golpe final de Acaz no desvio da habitação de Yahweh. Mas ele tinha o apoio do Senhor. Um grande programa de limpeza precisava ser efetuado. Cf. este versículo com Jer. 2.27 e Eze. 8.16, onde encontramos expressões e mensagens similares.

Também fecharam as portas do pórtico. O Fim de Funções Vitais. Tudo quanto era vital à realização do culto de Yahweh cessou. Ninguém mais podia entrar no templo de Jerusalém. As lâmpadas foram apagadas. Os sacerdotes não mais podiam adentrar para limpar as lâmpadas pela manhã e no começo da noite, a fim de mantê-las acesas. Nenhum sacrifício ou incenso era oferecido. Em outras palavras, toda a operação do templo foi encerrada. “O ritual sagrado foi inteiramente descontinuado” (Jamieson, in Ioc.). As lâmpadas do candeeiro de ouro do Lugar Santo foram apagadas e, juntamente com isso, a luz de Israel (ou Judá). Ver no Dicionário o verbete chamado Lâmpada (Candeeiro). Ver também ali os artigos chamados Incenso e Sacrifícios e Ofertas.

Pelo que veio grande ira do Senhor sobre Judá e Jerusalém. A ira de Yahweh quase reduzira Judá e Jerusalém a nada, transformando-as em motivo de zombaria diante de outros povos, ou seja, um objeto de ridículo. Esses foram sofrimentos causados pelos sírios, pelos israelitas, pelos edomitas e pelos filisteus. Os judeus ficaram em estado de desespero e torpor, condição que deixava admirados até os seus inimigos, os quais assobiavam ao ver as desgraças que tinham atingido o povo de Deus. Cf. este versículo com Deu. 28.25,37 e Jer. 25.9,18, que têm declarações similares. Jeremias disse que os inimigos de Judá estavam “espantados” diante do que tinha acontecido aos judeus.

Porque eis que nossos pais caíram à espada. Os pais foram mortos à espada, e os filhos (e esposas) foram levados para o cativeiro, primeiramente pelos israelitas (II Crô. 28.8) e depois pelos edomitas (II Crô. 28.17). E agora, esperando entrar também no palco, estavam os babilônios, que fariam a mesma coisa, embora para isso ainda tivessem de passar mais de cem anos. As tribos do norte (Israel), contudo, já tinham entrado no cativeiro, na Assíria, para nunca mais retornarem, até hoje. As tribos do norte haviam sido liquidadas, e o sul teria a sua de aflição. Cf. II Crô. 28.5,6, a que o autor também faz referência.

Agora estou resolvido a fazer aliança com o Senhor. Ezequias achou sábio e útil entrar em um pacto novo com Yahweh. Isso seria uma renovação do pacto davídico e do pacto mosaico. Ele nada inventaria, tão somente reafirmaria os antigos pactos e tentaria fazer o povo voltar ao yahwismo puro. A lei mosaica uma vez mais dominaria as coisas, e os levitas cuidariam para que essa legislação fosse aplicada a cada aspecto da vida. Quanto a um artigo de sumário, ver no Dicionário o verbete intitulado Pactos. Em seguida, ver, particularmente, o Pacto Davídico, em II Sam. 7.4, e o Pacto Mosaico, na introdução ao capítulo 19 do livro de Êxodo.

Yahweh não destruíra Judá por causa de Sua aliança com Davi (II Crô. 21.7). Joiada tinha feito um novo pacto (ver II Crô. 23.16), como também o fez o rei Asa (ver II Crô. 15.22). A renovação é o espírito básico de todo o princípio, e o homem espiritual sempre tem necessidade de renovar-se. Nenhum indivíduo é tão bom durante tanto tempo que não sofra lapsos nem precise voltar a seus antigos votos.

Filhos meus, não sejais negligentes. Encorajando os Ministros Religiosos. Uma das bases do encorajamento dado para que os levitas cumprissem seu dever, e ajudassem na restauração do templo e do culto, foi o fato de que eles tinham escolhido Yahweh para adorar. Somente os descendentes diretos de Arão podiam ser sacerdotes, e à casta religiosa de Levi (que tinha deixado de ser uma tribo) coube ocupar-se das tarefas ministeriais secundárias. Esses homens eram ministros de Yahweh, e são aqui chamados “filhos” de Ezequias. Assim exaltados, deveriam estar ansiosos por cooperar na renovação. Quanto ao fato de terem sido escolhidos, ver I Crô. 23.13 e Deu. 10.8. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1700-1701).

 

A sua palavra aos sacerdotes e levitas. Era bem conhecido, sem dúvida, que ele tinha uma bondade real pela religião e estava insatisfeito com as corrupções do último reinado; no entanto, não encontramos os sacerdotes e os levitas solicitando-lhe a restauração do serviço do templo, mas ele os convoca, o que, sem dúvida, indica tanto a frieza deles quanto o zelo de Ezequias; e, talvez, se eles tivessem feito a sua parte com vigor, as coisas não tivessem chegado a uma situação tão ruim quanto esta encontrada por Ezequias. Sua exortação aos levitas é muito comovente.

  1. Ele apresentou diante deles as desolações da religião e a condição deplorável a que ela foi levada entre eles (w. 6,7): Nossos pais transgrediram. Ele não disse “Meu pai,” porque convinha a ele, como um filho, ser tão carinhoso quanto pudesse para com o nome de seu pai, e porque seu pai não teria feito tudo isso se o pai deles não tivesse negligenciado o seu dever. Urias, o sacerdote, havia se unido a Acaz ao estabelecer um altar idólatra. Ele se queixou: (1) De que a Casa de Deus havia sido desertada: Eles deixaram a Deus, desviaram o rosto do tabernáculo do Senhor, e lhe voltaram as costas. Note que aqueles que voltam as suas costas para as ordenanças de Deus podem verdadeiramente ser considerados como homens que deixaram o próprio Deus. (2) Que a adoração a Deus, instituída anteriormente, havia sido negligenciada e abandonada. As lâmpadas não eram acesas, e o incenso não era queimado. Ainda há negligências como esta, e elas não trazem em si uma culpa menor; esta mesma negligência ocorre quando a palavra não é devidamente aberta e lida (pois este era o significado de acender as lâmpadas), e quando as orações e os louvores não são devidamente oferecidos, pois, este era o significado de queimar incenso.
  2. Ele mostrou as tristes conseqüências da negligência e da decadência da religião entre eles, w. 8,9. Esta foi a causa de todas as calamidades a que eles tinham ficado sujeitos. Deus, em ira, os havia entregado à aflição, à espada, e ao cativeiro. Quando estamos sob as repreensões da providência de Deus é bom que perguntemos se não temos negligenciado as ordenanças de Deus, e se a controvérsia que Ele tem conosco não pode estar ligada a esta negligência.
  3. Ezequias declarou o seu próprio propósito e determinação plenos para restaurar a religião, e de assumir como sua responsabilidade a tarefa de promovê-la (v. 10): “Agora me tem vindo ao coração (isto é, estou totalmente determinado) que façamos um concerto com o Senhor, Deus de Israel (isto é, para adorarmos somente a Ele, e da maneira que Ele determinou); pois estou certo de que, de outra forma, o ardor da sua ira não se desviará de nós.” Esta era uma aliança que ele não só faria, pessoalmente, mas também traria o seu povo a este compromisso.
  4. Ezequias exortou e animou os levitas e sacerdotes a cumprirem o seu dever nesta ocasião. Com isto ele começou (v. 5); com isto ele terminou, v. 11. Ele os chamou de levitas para lembrá-los da sua obrigação para com Deus; chamou-os de seus filhos para lembrá-los da sua relação consigo mesmo; assim, ele esperava que, como um filho age em relação ao pai, eles servissem com ele na reforma da terra. (1) Ele lhes disse qual era o dever que tinham: Se santificarem primeiro (arrependendo-se da sua negligência, corrigindo seus próprios corações e vidas, e renovando as suas alianças com Deus para cumprirem melhor o seu dever no tempo por vir), e então santificarem a Casa de Deus. Como seus servos, deveriam purificá-la de tudo o que estivesse em desacordo, pelo seu desuso ou pela sua profanação, e estabelecê-la para os propósitos para os quais ela foi instituída, (2) Ele os incentivou a fazerem isso (v. 11): “Não sejais 106.43. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 751).

 

 

2.      A purificação dos lugares sagrados. Com a convocação de Ezequias, os sacerdotes e os levitas se reuniram e se prontificaram a purificar e santificar a casa do Senhor (2 Cr 29.3-5). Retiraram e jogaram fora todas as coisas impuras que estavam no Templo e restabeleceram o culto e os sacrifícios, conforme a Lei de Moisés (2 Cr 29.18-21). A purificação foi tão completa que, no relato do segundo livro de Crônicas, capítulo 29 e versículos 18 e 19, a palavra “todos” é repetida várias vezes no texto. Nada ficou de fora!

 

Comentário

Após o chamado de Ezequias, os levitas e sacerdotes congregaramse, pois a tempo não o faziam, santificaram-se, purificaram a Casa do Senhor, tiraram e jogaram fora tudo o que era impuro e que estava na Casa do Senhor e começaram a restabelecer os cultos e sacrifícios conforme a Lei Mosaica. Notem o uso da palavra “todos” várias vezes, referindo-se à completa purificação de todos os espaços, todas as peças e todo o Templo (2 Cr 29.18,19). Nada ficou para trás. Todo crente deve fazer a entrega e consagração total da sua vida ao Senhor, não restando nenhum espaço, pensamento, decisão, vontade ou desejo que não esteja submetido àquEle que sonda os corações (Sl 139.1,23). (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

Então foram ter com o rei Ezequias no palácio. Tendo os levitas e sacerdotes terminado o trabalho de purificação, um relatório completo foi apresentado a Ezequias. Os homens indicados para apresentar o relatório deram todos os detalhes necessários para que o rei estivesse certo de que coisa alguma havia sido esquecida. O templo estava agora pronto para ser usado no culto a Yahweh.

Todos os vasos usados no culto, bem como os móveis principais, e também o altar de bronze (usado para os sacrifícios), tinham sido purificados. Todos os vestígios do paganismo haviam sido removidos. Quaisquer entulhos deixados dos sacrifícios pagãos tinham sido removidos e o altar estava impecável. O altar foi restaurado a seu devido lugar, porquanto Acaz o havia substituído por outro. O altar pagão, modelado segundo o grande altar da Assíria, foi removido e destruído. Ver II Reis 16.10 ss. quanto à história de como Acaz substituiu o altar de Yahweh por outro, de origem pagã. A mesa dos pães da proposição foi purificada, juntamente com todos os instrumentos do culto. No tabernáculo havia apenas uma mesa dos pães da proposição, mas Salomão havia preparado dez dessas mesas (ver II Crô. 4.8) para o templo de Jerusalém.

Também todos os objetos que o rei Acaz no seu reinado lançou fora. Os levitas recolheram os vasos do templo que o ímpio rei Acaz havia removido, substituindo-os pelos aparelhos do culto pagão. O desprezível rei não os havia destruído por terem sido feitos de prata e ouro e, portanto, terem valor como dinheiro. Mas descartou-os. Kimchi supõe que ele os tenha transformado em instrumentos para os cultos pagãos, e, dessa maneira metafórica, descartou-se deles, mas não parece ser isso o que o texto diz. O Targum indica que os próprios sacerdotes de Yahweh tinham ocultado esses objetos, pondo outros itens no lugar, a fim de impedir que os artigos genuínos fossem usados pelo idólatra Acaz. Essa explicação tem a concordânda do Targum Bab. Avodah Zarah, foi. 54.2, mas parece que também não é isso que o texto sagrado diz. Seja como for, os levitas devolveram ao templo os instrumentos do culto, para que a adoração a Yahweh pudesse recomeçar.

Então o rei Ezequias se levantou de madrugada. Reconsagração. O templo agora estava pronto para ser rededicado. E Ezequias era o homem que encabeçaria a cerimônia de rededicação e os sacrifícios. Os vss. 20-30 contam essa história. O rei ‘… tomou a primeira oportunidade para estar presente à adoração a Deus, e deu exemplo para o povo. Ele reuniu os governantes da cidade, os anciãos do povo, os principais magistrados de Jerusalém e subiu para a casa do Senhor, ou seja, o templo, a fim de adorar ali” (John Gill, in loc.). “Ezequias estava ansioso para entrar no culto de expiação com toda a pressa possível, agora que o templo havia sido devidamente preparado. Portanto, ele convocou todos os representantes de Israel” (Jamieson, in loc.).

Mandou trazer sete novilhos, sete carneiros, sete cordeiros e sete bodes. Vários tipos de animais, dentre aqueles apropriados para os propósitos de sacrifício, foram trazidos para a cerimônia de expiação, em um total de vinte e oito animais. Eles seriam uma oferenda pelo pecado (ver Lev. 4.1-5,13). Expiação pela nação de Judá também foi feita (ver II Cro. 29.20-24), e assim as coisas seriam “corrigidas” para uma nova era, a era do bom rei Ezequias. Ver as notas expositivas sobre os cinco tipos de animais próprios para serem sacrificados (os animais nobres), em Lev. 1.14-16.

E aos filhos de Arão, os sacerdotes. Somente os descendentes diretos de Arão podiam ser sacerdotes, e somente eles podiam oferecer sacrifícios conforme ditava a legislação mosaica. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1701-1702).

 

Consagração dos utensílios. A restauração do templo envolveu três etapas: purificação, reconsagração e por último a celebração de uma cerimônia inaugural de dedicação. Os utensílios removidos por Acaz tiveram de ser reconsagrados porque foram tirados dos recintos sagrados, portanto considerados impuros.

Ritual sacrificial. Nenhum ritual sacrificial foi usado durante a dedicação do tabernáculo. Quando o templo de Salomão foi dedicado, os animais sacrificados eram numerosos demais para serem contados. Não há nenhuma passagem dando instruções quanto ao número de sacrifícios descrito aqui. Para informações sobre a oferta pelo pecado, ver os comentários em Levítico 4.1-3 e 4-12. (John H. Walton, Victor H. Matthews, Mark W. Chavalas; Comentário Bíblico Atos Antigo Testamento. Editora Atos. pag. 465).

 

3.      A adoração nacional. A fim de restabelecer o culto a Deus, Ezequias convocou os maiorais da cidade para estarem na Casa do Senhor (2 Cr 29.20). Ali foram oferecidos diversos sacrifícios para a reconciliação de todo o Israel. Foi nesse momento de muita comoção, que o rei, seus assessores, e toda a congregação de Israel se prostraram diante do Senhor (2 Cr 29.28,29). Que cenário maravilhoso! Uma nação inteira se prostrando e adorando àquele que é digno de toda honra, glória e louvor. Além de toda a reforma, Ezequias também mandou celebrar a Festa da Páscoa, que há muito tempo não se via (2 Cr 30.1). Todos foram convidados a participar, inclusive as tribos do Norte. Houve um grande ajuntamento de pessoas em Jerusalém. Depois, Ezequias, aos sacerdotes e os levitas, oraram pela cura e santificação do povo (2 Cr 30.27). A convocação do rei Ezequias ao povo para a santidade, adoração a Deus e amplas reformas espirituais ocasionou um dos maiores avivamentos do Antigo Testamento. Houve um impacto espiritual tão grande que, ao voltar para a casa, o povo destruiu as estátuas dos falsos deuses, rompeu com a idolatria. Deus ainda levanta líderes para promover verdadeiras reformas espirituais.

 

Comentário

Quando o rei chamou o povo para uma espécie de reinauguração do Templo e foram oferecidos os sacrifícios e as ofertas acompanhados dos cânticos dos levitas, a comoção do povo foi tal que todos se prostraram e adoraram ao Senhor, tendo como consequência que também o rei e todos os seus assessores prostraram-se diante dEle (2 Cr 29.28-29). Que cena inaudita! Uma nação inteira, desde o mais simples artesão a toda corte real, prostrada adorando aquEle que é digno de toda adoração, e tudo isso porque um líder levantou-se para convocar todos ao arrependimento, inclusive ele mesmo se arrependeu (2 Cr 29.10).

O rei Ezequias ainda observou a celebração da Festa da Páscoa, que não era realizada há muito tempo, pelo que convidou as tribos do Reino do Norte, Israel, para participarem, e houve um grande ajuntamento de pessoas em Jerusalém e uma festa como nunca foi vista desde o reinado de Salomão. Ezequias orou a Deus para que Ele santificasse e curasse o povo. Os sacerdotes e levitas também oraram pelo povo, e o Senhor ouviu a oração deles (2 Cr 30.20,27).

Houve muito júbilo e alegria, e criou-se uma convicção forte de que somente Deus, o Senhor, deveria ser adorado (2 Cr 30.25,26).

Essa convocação à santidade, celebração da adoração a Deus e amplas reformas religiosas e espirituais promovidas por Ezequias ocasionaram um dos maiores avivamentos em toda a nação de Judá, que foi além dos domínios do rei Ezequias, atingindo a nação vizinha de Israel. O impacto espiritual foi tão grande que, quando o povo voltou para a sua casa, destruiu todos os ídolos e estátuas dos falsos deuses. O mesmo Deus ainda levanta nos dias de hoje líderes que promovem verdadeiras reformas e avivamentos no meio do seu povo.

As reformas de Ezequias, embora oriundas de um rei cujo coração foi reto diante de Deus, foram de forma superficial e temporária, pois, após a sua morte, bem como a de Isaías, a vida espiritual do povo, sem líderes fortes e tementes a Deus, declinou outra vez, especialmente sob o reinado de Manassés, filho de Ezequias, que lhe sucedeu no trono. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

Prostraram-se, e adoraram. Uma adoração reverente pôs fim à cerimônia. Agora, o ruído dos cânticos e dos instrumentos musicais tinha cessado. Os adoradores prostraram-se no solo e deram graças, fazendo muitas petições de bênçãos a Yahweh, renovando os antigos costumes no coração deles. De fato, algumas vezes precisamos voltar às nossas raízes e recomeçar nossa determinação e nossos propósitos espirituais. As chamas do zelo diminuem e, de outras vezes, apagam. A renovação era a palavra daquela hora e, algumas vezes, é a palavra que deve governar nossa vida. O conhecimento que possuímos pode cair na negligência. Saber não é o suficiente. Precisamos também sentir, fazer, tocar no fogo da presença de Deus. Ver no Dicionário o verbete intitulado Desenvolvimento Espiritual, Meios do.

Não se faz nenhuma menção aqui às mulheres e a seus tamborins e danças, que acompanhavam tempos jubilosos de adoração. Talvez essa prática, que existia no tempo de Davi, tivesse sido descontinuada. Ver II Sam. 6.14,20,22.

Então o rei Ezequias e os príncipes ordenaram aos levitas. Este versículo explica o que aconteceu durante os ritos sacrificiais (vs. 25), e não alguma espécie de festa de cânticos posterior, embora isso também seja possível. Os salmos de Davi e de Asafe tinham-se tomado parte do rito sacrificial, uma espécie de liturgia acompanhante. Os críticos supõem que isso represente condições posteriores ao término do cativeiro babilónico, mas não há nenhuma razão para duvidarmos da cronologia do cronista nesta altura de seu relato. Jarchi identificou o Salmo 105 como o mais provável salmo usado na oportunidade. Ver I Crô. 16.7. Mas não há como sabermos nada sobre isso com precisão. Talvez tudo quanto esteja aqui destacado é que os cânticos foram feitos em consonância com as leis que Davi havia depositado, e que nenhum salmo foi empregado, conforme alguns comentadores explanam. Nesse caso, os cânticos podem ter sido espontâneos, e não segundo uma liturgia formal. Contudo, não há como ter certeza sobre tais questões. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1702-1703).

 

Canto. Referências às palavras de Davi e Asafe indicam que os levitas provavelmente usavam um hinário ou saltério, talvez algo parecido com o Livro dos Salmos. A maioria dos monarcas do antigo Oriente Próximo empregavam cantores (masculinos e femininos) para servir no palácio ou no templo. Os arquivos de Mari descrevem em detalhes a contratação de cantoras e as provisões de alimento necessárias para sustentá-las. Foram registradas mais de vinte e quatro categorias de cantores em Israel (2 Cr 25) e três chefes de famílias de cantores são mencionados pelo nome (Asafe, Hemã e Etã; 1 Cr 6.18-32). Geralmente, os cantores eram homens livres, mas escravos também podiam estar ligados ao templo (Ed 2.43-58; Ne 7.46-60). As mulheres desempenhavam uma função específica no tabernáculo (Êx 38.8), mas não há referências claras de cantoras relacionadas ao templo.

Postura de adoração. Alguns textos indicam que os israelitas oravam de pé (1 Sm 1.26; 1 Rs 8.22; Jr 18.20), outros descrevem uma postura de joelhos (como 2 Cr 6.13), com as mãos levantadas (SI 28.2; Is 1.15; Lm 2.19) ou totalmente prostrados (SI 5.8; 99.5, 9). Talvez a postura variasse dependendo do tipo de oração. Os israelitas não eram os únicos a adotar uma postura de oração. Há muitos exemplos na Mesopotâmia de indivíduos adotando as posturas mencionadas acima, como as orações de encantamento dirigidas a Istar, nas quais o suplicante deveria se prostrar e praticar um ritual de levantar as mãos. Fontes hititas sugerem posturas e gestos semelhantes.

Adoração ao ar livre. Os israelitas de Jerusalém normalmente oravam nos pátios do templo, de frente para o santuário (SI 5.8; 28.2; 138.2). Os judeus que viviam fora de Jerusalém deveriam voltar-se na direção da cidade de Jerusalém e do templo (1 Rs 8.4448). Na maioria das culturas do antigo Oriente Próximo, o povo não tinha acesso ao interior do templo, devendo permanecer nos pátios. No mundo antigo, os templos não eram construídos para abrigar os fiéis, mas para servir como morada da divindade. A adoração (orações e sacrifícios) era feita no templo, mas não havia cultos regulares com a participação dos fiéis. (John H. Walton, Victor H. Matthews, Mark W. Chavalas; Comentário Bíblico Atos Antigo Testamento. Editora Atos. pag. 465).

 

 

II – SENAQUERIBE INVADE JUDÁ

 

1.      As ameaças de Senaqueribe. O Império Assírio estava em franco crescimento. Ele havia invadido várias nações do Oriente Médio, inclusive, Israel, que fora levado para o cativeiro (2 Rs 18.11,12). Agora, Senaqueribe, rei da Assíria, expedir seu poderoso exército para sitiar Jerusalém e ameaçar o rei Ezequias, visto que ele havia se rebelado contra o governo assírio (2 Cr 32.1). Durante o cerco a Jerusalém, Senaqueribe, por meio de seus oficiais, usou como estratégia intimista a difamação de Ezequias e o afrontamento da grandeza de seu Deus (2 Cr 32.10-15). Como seu propósito era abalar o moral do rei e do povo, todas essas injúrias foram pronunciadas em hebraico.

 

Comentário

O Império Assírio estava crescendo e invadindo vários países do Oriente Médio. Invadiu Israel e levaram-no cativo (2 Rs 18.11,12). Agora, Senaqueribe, rei da Assíria, achava que poderia fazer o mesmo com Judá. Assim, ele enviou um poderoso exército para cercar Jerusalém e mensageiros para assustar o rei Ezequias e o povo, pois este se rebelara contra a Assíria, que tornara Judá um reino vassalo. Durante o cerco de Jerusalém, os oficiais de Senaqueribe começaram a difamar o rei e afrontar a grandeza do Senhor Deus, abalando, dessa forma, a moral do povo, pois falaram para todos ouvirem na língua hebraica.

As ameaças inimigas sempre usam elementos conhecidos e de confiança tentando abalar a legitimidade da fé. Ameaças inimigas são inflacionadas, exageradas e eivadas de mentiras e meias verdades bem contadas e organizadas; tudo para gerar um clima de insegurança e desconfiança. Mas elas também contêm elementos de verdade para convencer. Por exemplo, Judá não tinha mesmo um poderio militar para fazer jus à Assíria. Segundo o pensamento pagão, se os deuses das nações conquistadas pela Assíria não lhes livraram, como Deus iria fazê-lo? Os oficiais assírios também disseram que o Senhor já havia autorizado a queda de Jerusalém, mas não sabiam eles que estavam afrontando o único Deus verdadeiro com aquelas palavras zombeteiras e difamatórias. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

O rei da Assíria transportou Israel para a Assíria. Este versículo é paralelo ao de II Reis 17.6, e é ali que apresento os comentários. O reino do norte, Israel, sendo o mais forte dos dois, foi completamente derrotado, rebaixado, aniquilado e deportado. E o reino do sul, Judá, sendo o mais fraco, foi submetido a tributo, mas não foi destruído. Isso se deveu à espiritualidade superior do reino do sul.

Porquanto não obedeceram à voz do Senhor seu Deus. Razão Espiritual da Queda do Reino do Norte, Israel. Israel estivera há muito tempo na apostasia, no meio de sua elaborada idolatria. A paciência divina, finalmente, esgotou-se, e, juntamente com ela, a identidade do reino do Norte. A desobediência à legislação mosaica também significou o anulamento do pacto mosaico (anotado na introdução ao capítulo 19 de Êxodo). Esse anulamento significou o anulamento da nação do Norte. Não havia mais razão para ela continuar existindo. Israel tinha-se tornado apenas outra nação pagã entre nações pagãs. Havia perdido seu caráter distintivo, o qual lhe fora dado pela lei mosaica. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1539).

 

O sucesso de Salmanasar, rei da Assíria, contra Israel, do cerco que levantou contra Samaria (v. 9), tomando-a (v. 11), com a explicação do motivo pelo qual Deus trouxe esse julgamento sobre eles (v. 12): Porquanto não obedeceram à voz cio Senhor, seu Deus. Isso foi relatado mais largamente no capítulo anterior, mas aqui é repetido:

  1. Como aquilo que moveu Ezequias e seu povo a remover a idolatria com muito mais zelo, porque eles viram a ruína que ela trouxe a Israel. Quando a casa de seus vizinhos estava em chamas, e a sua própria em perigo, era tempo de lançar fora as coisas amaldiçoadas.
  2. Como aquilo de que Ezequias muito se lamentou, mas não tinha força para evitai’. Embora as dez tribos tivessem se revoltado contra a casa de Davi e com frequência tivesse causado problemas para ela, não muito tempo antes no reinado de seu pai, sendo Ezequias da semente de Israel, ele não poderia se alegrar com suas calamidades.
  3. Como aquilo que expôs Ezequias e seu reino ao rei da Assíria e lhe facilitou muito mais invadir a terra. E dito aqui que as dez tribos não ou viram os mandamentos de Deus nem o fizeram (v. 12). Muitos que se contentam em dar ouvidos a Deus não lhe darão mais que isso (Ez 33.31), mas esses, estando resolvidos a não cumprirem seu dever, não se importaram em ouvir. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 611).

 

2.      O temor do rei Ezequias. As ameaças dos assírios pasmaram Ezequias e o medo se espalhou por toda a corte de Judá (2 Rs 18.37: 19.1); o que levou o rei a consultar o profeta Isaías (Is 37.1-7). E a palavra dele foi de vitória para o povo de Deus. Aqui aprendemos que a obediência a Deus não é sinônimo da ausência de problemas e enfrentamentos. Entretanto, a mão protetora do Altíssimo nunca deixa seu povo desamparado.

 

Comentário

Vieram ter com Ezequias, com suas vestes rasgadas. As conversações de paz tinham terminado, a conferência tinha-se acabado, e os três representantes de Judá (ver o vs. 18) anunciaram a Ezequias tudo quanto tinha acontecido. Em sua consternação, eles rasgaram as próprias vestes. Quanto a esse costume e suas implicações. Ezequias não tinha resposta alguma para o problema, mas o profeta Isaías viria em seu socorro. Ele prometeria uma repentina e inesperada vitória que seria conseguida.

Quanto ao rasgar das vestimentas, como um gesto de consternação, cf. os trechos de Gênesis 37.29; Josué 7.6; II Reis 5.7; 6.30; 11.14; 22.11; Ester 4.1; Jó 1.20 e 2.12.

Tendo o rei Ezequias ouvido isto. Este versículo repete a informação que já nos fora dada em II Reis 18.37, mas aqui, à questão de Ezequias vestir-se de pano de saco, é acrescentado outro sinal de sua consternação e humildade. Ver no Dicionário o artigo chamado Pano de Saco, quanto a detalhes sobre esse ato.

Ezequias humilhou-se sob a potente mão de Deus (I Pedro 5.6).

Verdadeira humildade —

A maior das virtudes, mãe delas todas.

(Tennyson)

Entrou na casa do Senhor. Lá se foi Ezequias, buscando refúgio para a sua alma; buscando respostas para além de si mesmo; acima de si mesmo; para além de suas próprias forças.

Um Trecho Paralelo. O trecho de Isaías 36.1-39.8 reproduz essencialmente a seção de II Reis 18.13-19.37. A maioria dos eruditos supõe que o autor de I e II Reis foi o produtor do trecho, e que o autor do livro de Isaías copiou-o, fazendo algumas omissões e inserções. O autor de Isaías tomou o material por empréstimo a fim de dar maiores detalhes concernentes à vida e às obras do profeta, os quais, ao que tudo indica, ele não encontrou em outras fontes informativas.

Então enviou Eliaquim… ao profeta Isaías. Mensageiros enviados a Isaías. Naquela conjuntura, Ezequias novamente empregou seus oficiais especiais, Eliaquim, o mordomo, e Sebna, o escrivão, em importantíssima missão. Cf. II Reis 18.18, onde eles foram enviados como representantes de Judá para falarem com os três representantes da Assíria. Neste versículo, porém, não há menção a Joá, o cronista. Mas nesta ocasião outros foram enviados juntamente com os dois, ou seja, certos anciãos que eram homens de confiança. O grupo foi enviado ao profeta Isaías para ver se, porventura, ele poderia ajudar naquela situação desesperadora.

A 77, Alma Etema, sejam os louvores!

Tu que, desde os dias antigos até nossos dias,

Através de almas de santos e profetas, Senhor,

Tens enviado Tua Luz, Teu Amor, Tua Palavra.

(Francis Thompson)

Isaias sempre fora contra alianças com potências estrangeiras e cria na ajuda de Yahweh, em qualquer situação. Ele simpatizaria, sem dúvida, com a causa de Judá. Talvez ele tivesse alguma solução secreta para o problema. Ele se opusera à aliança de Ezequias com o Egito. Dali só poderia vir o desastre.

Agora que qualquer outra ajuda tinha falhado, conforme Isaías dissera que aconteceria, somente a confiança em Yahweh produziria bons resultados.

Este dia é dia de angústia, de disciplina e de opróbrio. Uma potência estrangeira estava nos portões da cidade, dizendo como Yahweh a havia enviado para destruir o povo de Judá. Obscenidades estavam sendo clamadas a plenos pulmões; a insolência dominara o dia. Judá era como uma mulher completamente exangue, que não tinha forças para dar à luz. Foi o dia mais escuro de Judá. O poder de resistira Assíria foi retratado mediante essa metáfora. A resistência recusava-se a nascer da mãe debilitada. “O quadro simbólico é muito definido e apropriado. Sem um milagre, seria impossível o livramento de Judá” (Adam Clarke, in loc.).

“Até parecia que a nação inteira morreria. A esperança de Ezequias era que Deus, tendo sido ridicularizado pelos assírios, agiria… e provaria que Ele era o Deus verdadeiro e vivo, concedendo um livramento miraculoso ao Seu povo” (Thomas L. Constable, in loc).

Porventura o Senhor teu Deus terá ouvido todas as palavras de Rabsaqué. As Duas Esperanças. A primeira seria que Yahweh não permitiria que a tirada do abominável Rabsaqué contivesse, finalmente, alguma verdade; antes, ele seria repreendido por sua insolência e blasfêmia, mediante alguma espécie de livramento miraculoso de Judá. E a segunda era que as orações de Ezequias, pedindo livramento, fossem eficazes.

Ora pela minha alma.

Mais coisas são operadas pela oração do que este mundo sonha.

Levanta-te como uma fonte por mim, de noite e de dia.

(Tennyson)

“Por mais cético que um homem seja sobre a eficácia de suas próprias orações, permanece nas câmaras secretas do coração da maioria dos homens uma fé inarticulada, sem explicação, mas inextinguível nas orações de um homem de Deus’ (Raymond Calking, in loc).

Pelos que ainda subsistem. Era o remanescente. “Israel, a nação do norte, fora levada para o exílio. Judá, um remanescente da antiga nação de Israel, ainda restava; mas até esse remanescente era agora ameaçado. Além disso, Senaqueribe tinha capturado a maior parte das cidades fortes de Judá, e somente “a filha de Sião é deixada como choça na vinha, como palhoça no pepinai” (Isaías 1.8). Cf. II Crônicas 32.1″ (Ellicott, in loc).

Um remanescente de israelitas permaneceu nos antigos territórios da nação do norte, Israel, e sua mistura com vários povos pagãos tinha produzido os samaritanos (ver II Reis 17.29). Naquele momento, Judá era apenas outro remanescente da antiga nação de Israel, e se Jerusalém fosse capturada, a própria identidade do reino do sul estaria ameaçada.

Foram, pois, os servos do rei Ezequias a ter com Isaías. Os oficiais do rei de Judá foram consultar o profeta Isaias, na esperança de ouvir alguma boa palavra em favor de Judá. Eles foram consultar o oráculo (ver a respeito no Dicionário). Sabiam que o profeta teria uma visão clara do que iria acontecer e, se assim o quisesse Yahweh, um milagre poderia ser obtido. Os homens sempre querem saber do futuro, na esperança de que algo ali possa livrá-los do desconforto, da agonia ou simplesmente do enfado do presente. O conhecimento anterior é uma função comum do espírito humano, não precisando ser usado pelo poder divino ou pelo poder satânico. Mas os profetas têm esse poder em maior abundância do que outras pessoas. Eles possuem o “dom profético”.

A Mensagem Foi Consoladora. Yahweh tinha uma surpresa tanto para Judá quanto para a Assíria. Não havia razão para temor, a despeito da aparente impotência de Judá diante da situação. Yahweh reconheceu que os assírios haviam blasfemado contra Ele, e não deixaria isso passar sem o devido castigo. ‘O Senhor tinha ouvido as blasfêmias dos assírios. Ele estava prestes a confundi-los. Ezequias tinha somente de permanecer firme” (Raymond Calking, in loc). (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1542-1543).

 

Ezequias revelou uma profunda preocupação com a afronta feita a Deus pela blasfêmia de Rabsaqué. Quando ele a ouviu, embora de segunda mão, rasgou as suas vestes e se cobriu de pano de saco (v. 1). Os bons homens costumavam fazer isso quando ouviam qualquer afronta ao nome de Deus. E grandes homens não devem pensar que seja uma humilhação para eles sofrerem quando a honra do grande Deus é violada. Os mantos reais não são tão bons que não devam ser rasgados, nem as carnes reais tão boas que não devam ser vestidas com pano de saco, em humilhação pelas indignidades feitas a Deus e pelos perigos e terrores de sua Jerusalém. Ele clamou agora a esse Deus, e ficou descontente com aqueles que não estavam afetados dessa forma. Isaías 22.12-14 se refere a esse mesmo evento: Mas eis aqui gozo e alegria; matam-se vacas e degolam -se ovelhas; embora fosse dia de alvoroço, e de vexame, no vale da Visão (v. 5). O rei estava em pano de saco, mas muitos de seus súditos vestiam roupas finas.

Ele entrou na casa do Senhor, de acordo com o exemplo do salmista, que, quando foi afligido pelo orgulho e pela prosperidade dos ímpios, entrou no santuário de Deus. E lá, entendeu o fim deles (SI 73.17).

Ele foi à Casa de Deus para meditar e orar, e conseguiu que seu espírito ficasse sereno e tranqüilo, depois de sua perturbação. Ele não estava considerando que resposta retornar a Rabsaqué, mas entrega o assunto a Deus: “Tu responderás, Senhor, por mim.” (cf. Herbert). Na Casa do Senhor ele encontrou um lugar de descanso e refúgio, um tesouro, um depósito, uma câmara do conselho, tudo de que precisava, tudo em Deus. Note: Quando os inimigos da Igreja são muito atrevidos e ameaçadores, é sabedoria e dever dos amigos da Igreja recorrer a Deus, apelar para Ele, e deixar a sua causa com Ele.

Ele enviou mensagem, por mensageiros ilustres, ao profeta Isaías, em sinal do grande respeito que tinha por ele, para pedir suas orações (w. 2-4). Eliaquim e Sebna eram dois daqueles que tinham ouvido as palavras de Rabsaqué e eram os mais aptos, tanto em informar quanto em influenciar Isaías com o caso. Os próprios anciãos dos sacerdotes deviam orar pelo povo em tempos de tribulação (J1 2.17). Mas eles deviam ir para atrair as orações de Isaías, porque ele poderia orar melhor e tinha mais influência no céu. Os mensageiros deveriam ir em pano de saco porque eles deviam representar o rei, que estava vestido assim.

  1. A missão deles para Isaías era: Faze, pois. oração pelo resto que se acha, isto é, por Judá, que é apenas um remanescente agora que as dez tribos se foram — por Jerusalém, que é apenas um remanescente agora que as cidades muradas de Judá foram tomadas.” Note: (1) E muito desejável, e algo que devemos desejar quando estivermos em tribulação, ter as orações de nossos amigos por nós. Ao pedir que orem por nós, honramos a Deus, honramos a oração e honramos nossos irmãos. (2) Quando desejamos as orações de outros por nós, não devemos pensar que ficamos com isso dispensados de orar. Quando Ezequias enviou uma mensagem a Isaías para que orasse por ele, ele mesmo entrou na Casa do Senhor para oferecer-lhe suas próprias orações. (3) Aqueles que falam para nós da parte de Deus devem falar por nós a Deus. Profeta é ele e rogará por ti (Gn 20.7). O grande profeta é o grande intercessor. (4) Aqueles que levantam suas orações, isto é, que levantam seus corações em oração devem ser, provavelmente, bem sucedidos com Deus. (5) Quando os interesses da Igreja de Deus são muito baixos, de maneira que haja apenas um remanescente, poucos amigos, e esses ainda fracos e confusos, então é hora de fazer, pois, oração pelo resto.
  2. Duas coisas são solicitadas a Isaías, para engajar suas orações por eles: — (1) Os temores que eles tinham do inimigo (v. 3): “Ele é insolente e arrogante. Este dia é dia de angústia e de vituperação. Nós somos desprezados. Deus está desonrado. Por causa de tudo isso, hoje é um dia de desgraça. Nunca um rei e reino foram tão pisados e abusados como nós estamos sendo: A nossa alma está sobremodo farta do desprezo dos soberbos, e é como ferida mortal em nossos ossos ouvi-los censurar nossa confiança em Deus e dizer: Onde está agora o vosso Deus? E, o que é pior, nós não vemos de que forma podemos resolver isso e responder à censura. Nossa causa é boa, nosso povo é fiel. Mas nós estamos em grande desvantagem numérica. As crianças estão para nascer. Agora é a hora, o momento crítico, o momento em que mais devemos ser socorridos. Um golpe bem sucedido dado no inimigo realizaria nossos desejos. Mas, meu Deus! Não somos capazes de dar esse golpe: Não há força para ter os bebês. Nossa situação é tão deplorável, e clama por um socorro tão veloz quanto aquele de uma mulher em trabalho de parto, que está completamente exaurida com suas dores, de maneira que ela não tem força para dai1 à luz a criança. Compare Oséias 13.13 com isso. Estamos quase perecendo: mas se tu podes fazer alguma coisa, tem compaixão de nós e ajuda-nos” (2) A esperança que eles têm em Deus. Eles olham para Ele, eles dependem dele, de se manifestar em favor deles. Uma palavra proveniente dele mudará o equilíbrio do poder, e salvará o remanescente que está afundando. Se Ele apenas reprovai’ as palavras de Rabsaqué (isto é, refutá-las, v. 4) — se Ele se encarregar de convencer e confundir o blasfemador — tudo estará bem. E isso eles confiam que Ele fará, não por causa dos méritos deles, mas por causa da sua própria honra, porque ele afrontou o Deus vivo, ao colocá-lo no mesmo nível dos ídolos surdos e mudos. Eles têm razão em pensar que o resultado será bom porque eles podem contai’ com Deus na disputa. Salmos 74.22: Levanta-te, Deus, pleiteia a tua própria causa. “Ele é o Senhor, o teu Deus”, dizem eles para Isaías — “teu, por cuja glória te importas, e de cujo favor tu desfrutas. Ele ouviu e conhece as palavras blasfemas de Rabsaqué, e por isso, pode ser que Ele os ouvirá e repreenderá. Nós esperamos que Ele o fará. Ajuda- nos com tuas orações a levai’ a causa diante dele, e então estaremos satisfeitos em deixá-la com Ele.” (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 614-615).

 

Ezequias busca uma palavra do Senhor (19.1-5). A história do cerco de Senaqueribe em Jesuralém continua a primeira referência a um aconsulta ao profeta Isaías (v. 1 -7). Ele era francamente contrário as egípcios e aos assírios (Is 30.1 -7; 31.1-9; 10.5-19). Ezequias foi levado pelas circunstâncias a se arrepender (cf. v. 14), e sua entrada dentro do templo recém-reaberto pode estar relacionada a um ato público de jejum (cf. Jr 36.6-9). Isto não deve ser visto como mera ênfase editorial para o ato de religiosidade do monarca, pois as mudanças de atitude contidas no versículo 6-7 são explicadas como resultantes da mensagem de Deus. Ele envolveu tanto o estado quanto as autoridades religiosas neste período de crise (v. 2, o secretário e sacerdotes líderes, cf. Jr 19.1). Sobre Eliaquim e Sebna, veja 18.18,37.

A mensagem a Isaías (v. 3-5) reflete a visão sombria de Ezequias a respeito da situação crítica e o sentimento de impotência (o parto difícil pode ser um provérbio, v. 4). Ele tinha consciência de que Deus havia escutado a blasfêmia (v. 6), demonstrada pelas palavras dos oficiais assírios, quando eles “escarnecem” (v. 4, nrsv; niv ‘ridicularizam’ reb “insultam”) de Deus ao colocá-lo no mesmo nível que os falsos deuses. As palavras ditas contra o povo de Deus têm o mesmo peso que palavras ditas contra o próprio Deus. Por este motivo, tanto o locutor quanto aquele que o enviou, serão chamados a prestar contas. Para Ezequias, Deus está vivo, ao contrário dos falsos deuses (18.331-35). Ele tinha ao profeta Isaías como um homem de oração, a exemplo de Moisés (Ex 32.31 -32; Nm 14.13-19) e Samuel (ISa 7.8-9; SI 99.6; Jr 15.1).

A doutrina dos restantes (v. 4, 30) deixada pela graça de Deus em tempos de provação, foi demonstrada por Isaías, cujo filho recebeu o nome de Shear- Jashub, “um resto volverá”. (Is 7.3; 37.30-32). Os israelitas se refugiaram em Judá, de modo que, de certa forma, Judá congregava também os remanescentes de Israel para carregarem o nome e o trabalho de Deus. (Wiseman. Donald J., 1 e 2Reis Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 242-243).

 

 

 

III – A ORAÇÃO DO REI E O LIVRAMENTO DO SENHOR

 

1.      A oração confiante de Ezequias. Para intensificar ainda mais sua estratégia do medo, o rei assírio enviou cartas atrevidas e ameaçadoras ao rei Ezequias (2 Cr 32.17). A mensagem exigiu a rendição de Jerusalém. Mas o rei de Judá apresentou essas cartas diante do Senhor, e orou fervorosamente (Is 37.14-20). Nessa oração Ezequias agradeceu a Deus e declarou sua soberania sobre tudo e todos. E, apresentando as afrontas de Senaqueribe, pediu ao Eterno que o livrasse daquele ímpio.

 

Comentário

Não se tem certeza se a Assíria cercou Jerusalém uma ou duas vezes no reinado de Ezequias. Alguns estudiosos dizem que o relato bíblico refere-se ao mesmo evento, mas também existem evidências que dizem o contrário, afirmando que a Assíria invadiu duas vezes Judá. Na primeira vez, foi convencida a abandonar o cerco por causa das altas taxas que Ezequias mandou para a Assíria (2 Rs 18.14-16), embora várias cidades tivessem sido tomadas. E a segunda vez foi pela intervenção divina (2 Rs 19.35,36).

A reação de Ezequias às ameaças do grande exército assírio é um modelo para todo crente que sabe que o socorro só pode vir do Senhor, não adiantando confiar em apoios humanos — no caso de Ezequias, a referência é do rei do Egito. Para intensificar as ameaças, o rei assírio enviou uma carta a Ezequias, que a tomou nas mãos e literalmente a apresentou na Casa do Senhor num gesto de fé simples, porém cheio de sinceridade, fazendo, assim, uma oração de quem confia em Deus mesmo em meio a maior angústia. Ezequias engrandeceu ao Senhor Deus, declarou o seu domínio e soberania sobre tudo e todos, apresentou as palavras de Senaqueribe e a afronta diante do Senhor e pediu a ajuda e livramento dEle. Entretanto, o mais importante é que Ezequias expressou a sua alma diante de Deus no singelo gesto de colocar as cartas na presença dEle. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

Senaqueribe escreveu também cartas, para blasfemar do Senhor. Além da diatribe oral, havia cartas que faziam os mesmos tipos de ameaças. O rei da Assíria continuava tentando poupar tempo e dinheiro forçando os habitantes de Jerusalém a render-se incondicionalmente. Esse tempo e dinheiro poderiam ser gastos em outros empreendimentos militares. As cartas, pois, enfatizavam as mesmas coisas que os discursos orais; confiar no fator divino seria uma estupidez. Cf. Isa. 37.33, um trecho paralelo. Ver também II Reis 19.8-14. A primeira missão (II Reis 18) tinha fracassado.

Portanto, foi necessária outra missão de negociações (II Reis 19). A narrativa de II Crônicas não dá nenhuma indicação clara de que houve duas missões distintas. O cronista estava condensando suas fontes informativas e fazendo alterações em consonância com o seu propósito de apresentar um relato mais simples dos acontecimentos. O capítulo 19 de II Reis mostra-nos que Ezequias tinha sido encorajado pelo profeta Isaías a rejeitar as exigências da Assíria. Ezequias seguiu os conselhos de Isaías. Então chegaram as cartas e a nova tentativa de forçar uma rendição incondicional de Jerusalém. Ver II Reis 19.10-12, que é trecho paralelo ao presente versículo. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1711).

 

Ezequias mostra uma atitude diferente da que tinha mostrado uns dez anos antes, quando o comandante-em-chefe de Senaqueribe fez as suas ameaças. Ele viu a profecia cumprida. Desta vez ele não rasgou as suas vestes ou vestiu pano de saco ou enviou mensageiros que rogassem a Isaías. Ele levou a carta imediatamente e a estendeu diante do Senhor.

Desta vez o próprio Ezequias ora, reconhecendo o SENHOR como o SENHOR dos Exércitos, o Deus de Israel, entronizado “entre os querubins”: o lugar mais santo no templo. Ele o reconheceu como o único Deus (um tema de Isaías), não apenas o único e verdadeiro Deus sobre “todos os reinos da terra”, mas também como o Criador dos céus e da Terra. Ezequias se aproximou assim em uma atitude de fé que honrava a Deus pelo que Ele é.

Ele pede a Deus que preste plena atenção ao que Senaqueribe disse para desafiar e afrontar “o Deus vivo”. Em chamando Deus de “vivo”, Ezequias reconhece que Deus é diferente dos ídolos, diferente de todos os falsos deuses das outras nações. Ele confia em Deus e deseja que Deus seja honrado.

Ezequias não nega que a Assíria destruiu todos os outros países.

Ezequias reconhecia que aqueles ídolos não eram Deus, mas apenas “madeira e pedra”, formados pelas “mãos de homens”. Ele indubitavelmente sabia o que Isaías tinha dito sobre eles (veja 2.8,20; 31.7). Além disso, ele sabia que Senaqueribe havia destruído os deuses das outras nações. Isto era especialmente verdade a respeito dos muitos deuses secundários da Babilônia que foram despedaçados em 689 a.C.6 (Esta é uma outra confirmação de que a carta foi escrita em uma segunda campanha ocidental de Senaqueribe em 688 a.C.).

Ezequias não quer somente a lib ertação da opressão de Senaqueribe, por causa de Jerusalém, mas como um testemunho para “todos os reinos da terra” de que Deus é Yahweh — o Deus que tirou Israel do Egito, o Deus fiel, o guardião da aliança, o Deus que era e é e sempre será. Não há nenhum outro Deus. (HORTON. Staleym. M. Serie Comentário Bíblico Isaias. Editora CPAD. pag. 326-328).

 

 

2.      Deus conforta o rei. Deus usou o profeta Isaías para confortar o rei Ezequias e mostrar que estava com ele. O Senhor disse que tinha ouvido as orações do rei a respeito do atrevimento de Senaqueribe (Is 37.6,7,21,22). Aquele ímpio havia afrontado e blasfemado do verdadeiro e único Deus. Naquela mesma noite, sem que Ezequias usasse qualquer arma, o Senhor dos Exércitos lhe deu o livramento. Um anjo do Senhor foi enviado por Deus e matou, de uma só vez, cento e oitenta e cinco mil assírios (2 Rs 19.35). O fim de Senaqueribe não poderia ser mais trágico. Foi assassinado pelos próprios filhos (2 Cr 32.21).

 

Comentário

Quase imediatamente, Deus enviou uma mensagem a Ezequias por intermédio do profeta Isaías, em forma de poesia, para confortar o rei e dar-lhe garantia de que o Senhor estava do seu lado. Naquela noite mesmo, Deus deu livramento sem que Ezequias tivesse que portar qualquer arma. Um anjo do Senhor matou 185 mil assírios e deu livramento ao seu povo (2 Rs 19.35). Dessa forma, a queda de Senaqueribe começou quando ele tentou afrontar ao Deus vivo e colocar-se como maior do que Ele. O fim de Senaqueribe foi trágico, sendo este assassinado pelos próprios filhos (2 Cr 32.21).

O trágico fim de Senaqueribe mostra que ninguém pode zombar nem afrontar a Deus, pois os seus servos, mesmo em desvantagem, têm enorme vantagem quando confiam nEle. O reinado de Ezequias foi muito diferente da maioria dos reis de Judá, especialmente durante a reação às ameaças de Senaqueribe e às reformas que ele fez no culto ao Senhor. Ezequias foi temente a Deus, confiou nEle nos momentos de crise e deixou uma grande lição espiritual para todo crente: o Senhor sempre ouve um coração sincero que confia nEle mesmo nos momentos de medo e insegurança. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

Foram, pois, os servos do rei Ezequias a ter com Isaías. Os oficiais do rei de Judá foram consultar o profeta Isaias, na esperança de ouvir alguma boa palavra em favor de Judá. Eles foram consultar o oráculo (ver a respeito no Dicionário). Sabiam que o profeta teria uma visão clara do que iria acontecer e, se assim o quisesse Yahweh, um milagre poderia ser obtido. Os homens sempre querem saber do futuro, na esperança de que algo ali possa livrá-los do desconforto, da agonia ou simplesmente do enfado do presente. O conhecimento anterior é uma função comum do espírito humano, não precisando ser usado pelo poder divino ou pelo poder satânico. Mas os profetas têm esse poder em maior abundância do que outras pessoas. Eles possuem o “dom profético”.

A Mensagem Foi Consoladora. Yahweh tinha uma surpresa tanto para Judá quanto para a Assíria. Não havia razão para temor, a despeito da aparente impotência de Judá diante da situação. Yahweh reconheceu que os assírios haviam blasfemado contra Ele, e não deixaria isso passar sem o devido castigo. ‘O Senhor tinha ouvido as blasfêmias dos assírios. Ele estava prestes a confundi-los. Ezequias tinha somente de permanecer firme” (Raymond Calking, in loc).

Eis que meterei nele um espfrlto. A promessa foi que o rei da Assíria mudaria sua mente a respeito do cerco de Jerusalém, por causa de circunstâncias adversas, que não mais deixariam a campanha militar desejável ou mesmo possível. Um inimigo inesperado levantar-se-ia contra a Assíria, no momento oportuno para Judá. Senaqueribe teria de combater no sul e no leste por muitos anos. Finalmente, ele morreria de morte violenta. Assim sendo, o que os assírios tinham esperado concretizar, foi deixado aos babilônios, que conseguiriam realizar o cativeiro de Judá, e de quem Yahweh não livraria Judá. Isso ocorreria em um tempo quando não houvesse nenhum rei bom, como Ezequias, para orar. Judá sofreria por causa de seu grande acúmulo de pecados.

Um espírito. Não o Espírito de Deus, mas o próprio espirito de Senaqueribe, sua ansiedade sobre os rumores que se estavam espalhando sobre as tribulações da Assíria, com inimigos orientais. “… um espirito de temor e preocupação devido ao rumor que ele ouvira. A palavra hebraica aqui usada, ruah, é usada em seu sentido psicológico de um impulso dominador, que decide os atos humanos, quase a despeito de si mesmo (cf. I Reis 10.5)’ (Norman H. Snaith, in loc).

O nono versículo deste capítulo mostra no que consistiria esse rumor. Os assírios haviam causado muita perturbação ao redor, e outros podiam perturbar a Assíria. Tiraca, rei da Etiópia, era um desses perturbadores.

A virgem, filha de Sião. Essa é uma personificação poética de Sião. A figura fala sobre a “inviolável segurança da cidadela de Yahweh” (Ellicott, in toe.). Essa virgem indefesa, a jovem (Sião), não era tão indefesa que não pudesse zombar dos assírios que tinham vindo para atacá-la. Ela tinha confiança em um poder maior que faria a violência parar antes que pudesse realizar-se. A jovem mulher, ameaçada de violência sexual, era capaz de rir-se de seus estupradores. Ela veria a destruição deles. Ver Lamentações 1.15 quanto a uma declaração que contrastava com isso.

A quem afrontaste e contra quem blasfemaste? A jovem virgem (Sião) não deveria ser ameaçada, vítima de abusos e Dlasfêmias. Antes, Yahweh, seu Deus, era o recebedor desses abusos. O resultado da bataiha estava nas mãos d’Ele (ver sobre a soberania de Deus, nas notas expositivas sobre o versícuio 15).

“Essa zombaria (vss. 21-28) era um cântico contra a Assíria e foi escrita na métrica qinah, ou seja, três mais dois, com seu peculiar ritmo saltitante, especialmente adaptado para uma lamentação o-saiira” (Norman H. Smith, in loc.).

O Santo de Israel. Uma designação comum dos hebreus para Deus, muito encontrada nesse livro de Isaías. No livro de Isaías apareço por vinte e sete vezes. Como exemplos, ver Isaías 1.4; 5.19; 6.3; 10.17; 12.6; 17.7- 29.19; 30.r- 31.3; 41.14; 43.3; 45.11; 54.5 e 60.9. Em outras passagens do Antigo Testamento encontra-se apenas por cinco vezes. Ver Salmos 71.22; 78.41; 89.18; Jeremias 1.29 e 51.5. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1543; 1545).

 

A resposta de Isaías para Ezequias (19.6-7). A resposta surge com autoridade divina (Assim diz o Senhor), e condiz com a palavra de Deus ao seu povo em necessidade através dos tempos: Não temas (cf. lRs 17.13; 2Rs 6.16).

O porta-voz de Deus está dizendo o que o próprio Deus sempre disse (cf Gn 15.1; Mt 10.26; 14.27; Ap 1.17; 2.10). ÉDeus que também move os corações e mentes dos homens; aqui, usando um boato a fim de refrear o ataque inimigo. Isto também poderia significar a aproximação de Tiraca com suas forças egípcias (v. 8-9), ou conflitos na Síria, que posteriormente levaram à morte de Senaqueribe.

A idéia de que Tiraca (egíp. Taharqa; assír. Tarqu) era jovem demais para liderar as forças combinadas da Núbia (Cush) e Egito, não é correta, conforme agora podemos perceber, pois ele tinha mais de vinte anos de idade, e, mais tarde, se tomaria o rei da vigésima quinta dinastia (690-664 a.C.). Por esse tempo. Tiraca era o comandante supremo de seu irmão Shebitku, rei do Egito, o qual morreu em 691 a.C.292 Embora Senaqueribe tenha derrotado uma aliança em Elteque (altaqü), não capturou o rei egípcio, que pode ter retrocedido. Não há necessidade de supor uma segunda invasão assíria em Judá em 686 a.C., pois os anais assírios nada mencionam. (Wiseman. Donald J., 1 e 2Reis Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 242-243).

 

 

CONCLUSÃO

A lição que aprendemos nesta história é que ninguém pode afrontar e zombar do Todo-poderoso e ficar impune. O reinado de Ezequias foi muito diferente da maioria dos reis de Judá, pois ele foi temente ao Senhor e confiou nEle nos momentos mais difíceis de seu reinado. Ezequias nos deixou uma grande lição: Deus sempre ouve os sinceros de coração, que confiam nEle mesmo diante do medo e da insegurança.

 

 

PARA REFLETIR

 A respeito de “O Reinado de Ezequias”, responda:

·         Quem foi Ezequias?

Um rei de Judá temente a Deus.

·         Qual foi a lição deixada por Ezequias?

Deus sempre ouve os sinceros de coração, que confiam nEle mesmo diante do medo e insegurança.

·         O que significa dizer que “Ezequias chegou-se a Deus”?

Significa que Ezequias não se afastou do Senhor e guardou os seus mandamentos (2 Rs 18.6). Ele estava disposto a honrar e adorar somente a Deus.

·         O que promoveu uma adoração nacional em Judá?

Um apelo de Ezequias a toda a nação de Judá à santidade, ao arrependimento e à adoração a Deus.

·         Qual foi o livramento dado por Deus ao povo de Judá?

O anjo de Deus eliminou cento e oitenta e cinco mil assírios.

 

Subsídio elaborado por: Pb Alessandro Silva. Disponível em: https://professordaebd.com.br/11-licao-3-tri-21-o-reinado-de-ezequias/. Acesso em: 7 SET 21.