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26 de julho de 2021

LIÇÃO 5: O Reinado de Acazias

 


 

TEXTO AUREO

 “Tenha já fim a malícia dos ímpios, mas estabeleça-se o justo; pois tu, ó justo Deus, provas o coração e a mente.” (Sl 7.9)

 

VERDADE PRATICA

A coragem de Elias é exemplo e incentivo para os que são chamados a pregar e a exortar segundo a Palavra de Deus, independentemente de classe, raça ou credo.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Reis 1.1-8,13-17

 

HINOS SUGERIDOS: 116, 242, 382 da Harpa Cristã

         

INTRODUÇÃO

O reinado de Acazias foi fortemente marcado pela idolatria, assim como o de seus antepassados. Após uma queda da sacada do palácio real e consequente ferimento, Acazias cometeu um ato de infidelidade a Deus ao consultar Baal-Zebube sobre o seu destino. O Senhor, através do profeta Elias, advertiu severamente o rei sobre esse gravíssimo erro, anunciando o decreto de sua morte (2 Rs 1.16).

 

Comentário

ACAZIAS

No hebraico, a quem Yahweh sustenta (I Reis 22:40,41 tem uma forma mais longa do nome; e II Reis 16:2, uma forma mais breve). Foi filho e sucessor de Acabe, como rei de Israel. Foi o oitavo rei de Israel. Reinou apenas por dois anos (cerca de 853-852 A.C.). Jezabel exerceu sua péssima influência sobre ele, tal como influenciara seu pai, tendo seguido toda espécie de coisas malignas.

    Revolta. Por ocasião da morte de Acabe, os moabitas revoltaram-se e recusaram-se a pagar tributo a Israel, o qual consistia de cem mil ovelhas e de um igual número de carneiros (ver II Reis 1:1 e 3:4.5).

    Acazias e Josafé, rei de Judá. Esses dois monarcas tentaram reavivar o tráfico marítimo por via do mar Vermelho, mas o projeto terminou em nada (ver II Crô. 20:35,37).

    Acazias e o oráculo. Acazias caiu pelas grades de um quarto elevado em seu oalácio, e quis saber se teria chances de recuperação. Então enviou alguém para consultar o oráculo de Baal-Zebube, deus de Ecrom. Mas Elias saiu ao encontro do grupo, enviando-os de volta, a fim de informarem ao rei que ele não mais recuperaria a saúde (ver II Reis 1:4). Assim sucedeu, e Acazias foi substituído no trono por seu irmão, Jeorão (ver II Reis 1:17; II Crô. 20:35). (S UN)

(CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3735).

 

Aqui encontramos Acazias, o genuíno filho e sucessor de Acabe, no trono de Israel. Seu reinado não durou dois anos. Ele morreu, devido a uma queda em sua própria casa, da qual, após a menção à revolta de Moabe (v. 1), temos aqui um relato. I. A mensagem que, naquela ocasião, ele enviou para o deus de Eerom (v. 2). II. A mensagem que ele recebeu do Deus de Israel (w. -3-8). A destruição dos mensageiros que ele enviou para prender o profeta, mais de uma vez (w. 9-12). IV Sua compaixão, e condescendência, para com o terceiro mensageiro, diante de sua submissão, e a entrega da mensagem para o próprio rei (w. 13-16). V A morte de Acazias (w. 17,18). Na história podemos observai’ quão grande parece o profeta e quão pequeno o príncipe.

(HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 543.)

 

Elias e Acazias (2Rs 1.1-8). O historiador mostra que o embate entre Elias, com sua crença absoluta no Senhor Deus (Javé), e a monarquia israelita, cuja crença ainda repousava basicamente em outras deidades, continua. Acazias é reprovado por consultar um deus estranho (v. 2-8) e sua tentativa em reverter a desaprovação de Javé a seu respeito mostra-se dramática (v. 9-17a). O ponto continua sendo o mesmo do episódio em Carmelo. Deus mostra, através do fogo, que ele não irá dividir sua glória com nenhum outro deus. 2Reis segue o primeiro sem qualquer interrupção.

(Wiseman. Donald J., 1 e 2Reis Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 169.)

 

I – UM REINADO MARCADO PELA IDOLATRIA

1. O deus de Acazias. Acazias era filho de Acabe e Jezabel e foi sucessor de seu pai no trono de Israel. Acazias venerava o deus Baal-Zebube de Ecrom, uma das cinco cidades dos filisteus, a sudoeste de Canaã. Ao adoecer em razão de uma queda, enviou mensageiros para consultar essa divindade a fim de saber se viveria ou morreria (2 Rs 1.2).

 

Comentário

E caiu Acazlas. A narrativa do breve dia e do governo desse rei de Israel teve início em I Reis 22.52-53.1 e II Reis, na Bíblia hebraica, formavam um único livro e, realmente, não havia nenhuma interrupção entre os dois livros. Portanto, aqui a história desse homem, que era filho de Acabe e Jezabel, continua.

“Acazias estava amaldiçoado por maus pais. Ele foi criado na casa da crueldade e da irreligiosidade. Acabe e Jezabel eram seus pais! Como podia um filho de tal casal fazer outra coisa senão ter um mau fim? Acazias andou pelo caminho de seu pai, e pelas veredas de sua mãe (I Reis 22.53). Ruskin observou que a história de uma nação não se escreve por suas guerras, e, sim, por seus lares” (Raymond Calking, in loc.).

Na verdade, lares onde dominam a ganância, a luxúria, o materialismo, as indulgências exageradas e a sensualidade são lugares apropriados para a criação de crianças perturbadas, pelo menos do ponto de vista espiritual. Apesar de não haver garantias — bons pais, às vezes, produzem filhos maus — um bom lar oferece a melhor esperança para que os filhos obtenham a virtude.

A Queda de Acazias. Os cenáculos (no hebraico, ‘aliyyah) normalmente eram uma câmara sobre o teto de uma casa, construída sobre um portão da cidade (II Samuel 18.33), no canto de um telhado de casa (Neemias 3.31). Usualmente dispunham de uma escadaria para acesso. O cenáculo de Acazias era rodeado por alguma espécie de cerca. Ao que tudo indica, Acazias chegou perto demais; a cerca partiu-se e ele desabou. A queda não o matou instantaneamente, mas o feriu de tal modo que ele nunca mais se recuperou. Josefo (Antiq. IX. 2.1), entretanto, conjecturou que ele caiu quando começava a descer pela escadaria. Ou então havia uma grade protetora em uma larga janela aberta, que deixava entrar ar para ventilação. Acazias apoiou-se nessa grade, ela cedeu, e ele caiu.

Buscando Ajuda Divina. A queda afetou muito a saúde de Acazias. Talvez tenha havido infecções e hemorragias internas. Assim sendo, ele buscou ajuda em altar ou santuário do deus pagão Baal-Zebube, uma das divindades do panteão de Ecrom. Esse culto não era para alguma obscura divindade local, conforme alguns têm pensado, mas antes, uma manifestação local do baalismo. No altar ou santuário (ou talvez até templo) haveria sacerdotes capazes de receber oráculos. Ver no Dicionário os artigos chamados Oráculos e Adivinhações.

Baal significa “senhor”, e Baal-Zebube quer dizer “senhor das moscas”, com referência a seu alegado poder de livrar as pessoas das pragas de moscas. Entretanto, a maneira original de grafar a palavra era Baal-Zebul, que significa “senhor exaltado”. Entre seus muitos poderes estava, alegadamente, o seu poder de curar, sendo essa a razão pela qual ele foi consultado, em lugar de qualquer outro deus.

(CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1470).

 

Em sua agonia ele envia mensageiros para inquirir ao deus de Ecrom se ele iria se recuperar ou não (v. 2). E aqui:

    Sua pergunta foi muito tola: Sararei desta doença? Até a própria natureza perguntaria: “Que meios posso usar para que eu possa me recuperar?” Mas como alguém solícito apenas por saber sua sorte, não por saber seu dever, a sua pergunta é somente esta: Sararei desta doença? Pergunta para a qual um pouco de tempo daria a resposta. Nós devemos estar mais preocupados com o que será de nós após a morte do que como, ou quando, ou onde, nós morreremos, e mais desejosos de saber como nos conduzir bem em nossa doença, e conseguir, por meio dela, o bem para as nossas almas, do que se iremos nos recuperar dela.

    Seu envio de mensageiros a Baal-Zebube foi um ato muito ímpio. Fazer de um ídolo morto e mudo, talvez recentemente erigido (por idólatras que gostavam de fazer novos deuses), seu oráculo, não foi menos uma vergonha para a sua razão do que para a sua religião. Baal-Zebube, que significa o senhor de uma mosca, foi um de seus Baals que talvez desse suas respostas, pelo poder dos demônios ou pela astúcia dos sacerdotes, com um zumbido barulhento, como o de uma grande mosca, ou que tinha (como eles imaginavam) livrado seu país do enxame de moscas, com o qual ele foi infestado, ou de alguma doença pestilenta que lhes fora trazida por moscas. Talvez esse deus abjeto tenha sido tão famoso quanto foi o oráculo de Delfos, muito tempo depois, na Grécia. No Novo Testamento, o príncipe dos demônios é chamado Belzebu (Mt 12.24), pois os deuses dos gentios eram demônios, e este talvez tenha se tornado um dos mais famosos.

(HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 544.)

 

Baal-Zebube, “O Senhor das Moscas”, (Septuagintas, Baal-Mvian) não está provado que seja uma troca deliberada de Baal-Zebul (“O Príncipe senhor” ou, possivelmente, “O Senhor da casa”; um epíteto de Baal ou, no ugarítico (“a chama”), como, por exemplo, de Mefibosete para Mefí-Baal). Embora o nome da divindade seja singular, é citado em Mateus 10.25. Consultar aqui significa buscar a vontade divina por meio de um oráculo (Am 5.5-6), uma prática de adivinhação proibida ao povo de Deus (Lv 19.31). Essa prática significava um desterro para Ecrom, atual Khirbet el-Muqanna, próximo a Aqir, cerca de dezesseis quilômetros a sudeste de Jaffa, cidade mais ao norte de Filístia, na fronteira com Judá. Este deus deve ter sido famoso pelas qualidades de cura. Tal consulta, em razão de alguma doença, a despeito da causa (no hebraico h°lî), ‘doença’, ou ‘ferimento’ era uma prática comum daquela época. O resultado, como normalmente referido nos textos com prognósticos médicos, é ‘ele viverá/morrerá’, cf. versículos 6,16 (“Você certamente morrerá ’).

(Wiseman. Donald J., 1 e 2Reis Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 169.)

 

2. Acazias segue os passos de seus pais. O reinado de Acazias foi um dos mais difíceis para Israel. Ele é mencionado na Bíblia como um rei que fez o que era mau aos olhos do Senhor e imitou Acabe, Jezabel e Jeroboão. No seu curto reinado de dois anos, conseguiu superar a maldade de seus antecessores. Acazias seguiu o péssimo exemplo de seus pais que certamente não acataram o sábio conselho de Salomão: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6)

 

Comentário

O reinado de Acazias foi dos mais difíceis para Israel. A Bíblia menciona-o como um rei que fez mal aos olhos do Senhor e imitou Acabe, Jezabel e Jeroboão. Portanto, no seu curto reinado de dois anos, Acazias conseguiu juntar a sua maldade aos seus antecessores.  Ele teve o exemplo danoso de pais que não serviram ao Senhor e que haviam introduzido e incentivado em Israel toda forma de idolatria e ideologias pagãs. Todos se esqueceram do que havia dito o seu antepassado Salomão: “Instrui o menino no caminho em que deve andar, e, até quando envelhecer, não se desviará dele” (Pv 22.6).

Assim, observamos que pais perversos geralmente vão gerar e criar filhos perversos, e essa perversidade esteve presente no reinado de Acazias. Portanto, a consequência de uma educação anti-bíblica refletiu-se também nos súditos de Acazias, da mesma forma como foi com os seus pais. A idolatria estava tão incrustada no coração de Acazias que ele não conseguiu ver as consequências que sucederam aos seus pais por estes terem sido tão idólatras. Mas não é somente o pecado da idolatria que está em jogo aqui. O rei mandou consultar o falso deus, e isso significa buscar a vontade dele por meio de um oráculo, o que era terminantemente proibido em Israel, conforme a Lei mosaica: “Não vos virareis para os adivinhadores e encantadores; não os busqueis, contaminando-vos com eles.

Eu sou o Senhor, vosso Deus” (Lv 19.31). Portanto, Acazias estava num só gesto infringindo dois preceitos da Lei: adorar e consultar um falso deus.

Esse exemplo de Acabe e Jezabel na educação de Acazias serve-nos de alerta na maneira pela qual educamos nossos filhos, pois, na maioria das vezes, aquilo que fazemos de bom ou mal é aquilatado na vida deles de maneira “infinita”. Acazias viu os seus pais adorando Baal, caluniando e perseguindo profetas, ameaçando-os de morte, e foi exatamente isso que ele repetiu no seu reino. Não fosse a intervenção divina duas vezes matando os soldados que vieram buscá-lo, o fim de Elias certamente teria sido trágico nas mãos de Acazias. Além do problema do mau exemplo deixado pelos seus pais, Acazias foi educado mediante o autoritarismo exagerado de Jezabel e de um pai títere da esposa. Isso causava muita tensão na família, além de todas as pressões normais de pessoas famosas e com muito poder, como é o caso. Quando adultos agem com os seus filhos em frequente estado de tensão e coação, as crianças são vencidas interiormente pelo poder exagerado e não conseguem construir os seus próprios pontos de vista, não separam o certo do errado na atitude dos adultos, o que as manterá a predominância do erro durante toda a vida, não construindo princípios de justiça.

Pais controladores, restritivos, hostis, agressores, ou permissivos, negligentes e/ou indiferentes (ambas como formas de rejeição), geram crianças que não sabem expressar suas ansiedades e raivas, podendo tornarem-se depressivas, autodestrutivas, suicidas, passivas, introvertidas, tímidas, desenvolverem hábitos nervosos, terem pesadelos e apresentarem sintomas psicossomáticos. Acazias, criado e educado na corte real, certamente teve muitos problemas com a sua educação e formação, aliado ao mau exemplo dos seus pais, e isso foi refletido no seu reinado.

(Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.)

 

Cerca de uma década antes do acidente de Acazias, Elias havia conquistado uma grande vitória sobre Baal (1 Rs 18), mas Acabe e Jezabel não haviam sido convencidos nem convertidos, nem sua família (1 Rs 22:51-53). Quando Acazias feriu-se gravemente ao cair pelas grades de um quarto alto, buscou a orientação de Baal, não do Senhor Deus de Israel.

(WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 492.)

 

II – ELIAS DESAFIA A ADORAÇÃO A BAAL

 

1. A corajosa intervenção de Elias. O rei Acazias enviou seus emissários para consultar o falso deus Baal-Zebube. Mas o anjo do Senhor ordenou ao profeta Elias que se encontrasse com eles em Samaria e os exortassem com uma dura palavra: “Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom?” (2 Rs 1.3b).

 

Comentário

O anjo do Senhor falara a Elias, instruindo-o a interceptar os mensageiros de Acazias, que estavam a caminho para consultar Baal-Zebube (vs. 2). Uma dura mensagem de repreensão deveria ser dita. Havia o Deus verdadeiro em Israel para ser consultado, Yahweh-Elohim, o Deus Eterno e Todo-poderoso. Mas Acazias insistia em sua idolatria até em momentos de agonia e de morte provável. Ele seguia os maus caminhos exemplificados por seus pais, Acabe e Jezabel (ver I Reis 22.52).

Acazias, sem dúvida, sabia que Elias sempre trouxera uma mensagem triste para seu pai (ver I Reis 22.17,18). Ele queria ouvir falar em esperança, e não em desespero; e Elias não era um bom profeta para dar-lhe esse tipo de palavra.

Deus de Israel, ”… todos os povos andam, cada um em nome do seu deus; mas, quanto a nós, andaremos no nome do Senhor nosso Deus para todo o sempre” (Miquéias 4.5).

(CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1470.)

 

Elias, guiado por Deus, encontra os mensageiros, e os envia de volta com uma resposta que os livraria do trabalho de irem a Ecrom. Tivesse Acazias enviado mensagem para Elias, se humilhado, e implorado suas orações, ele poderia ter recebido uma resposta de paz. Mas se ele enviou mensagem para o deus de Ecrom, ao invés de fazê-lo ao Deus de Israel, este, como Saul ao consultar a feiticeira, preencherá a medida de sua iniquidade, e trará sobre si a sentença de morte. Aqueles que não pedirem a palavra de Deus para o seu conforto deverão ainda assim ouvi-la, queiram eles ou não, para o seu espanto.

    Ele lealmente reprova seu pecado (v. 3): Porventura não há (isto é, vós pensais que não há) um Deus em Israel (porque não há Deus nenhum em Israel, isto pode ser lido assim), para irdes consultar a Baal- Zebube, deus de Ecrom, uma cidade desprezível dos filisteus (Zc 9.7) desde há muito vencida por Israel? Aqui: (1) O pecado era mau o suficiente, dar ao demônio a honra que é devida apenas a Deus, um pecado realizado tanto por suas perguntas quanto por seus sacrifícios. Note: E uma coisa muito perversa, sob qualquer circunstância ou pretexto, consultar-se com o demônio. Essa impiedade reinou no mundo pagão (Is 47.12,13) e continua muito comum mesmo no mundo cristão, e o reino do demônio é apoiado por essa prática. (2) A interpretação que Elias, em nome de Deus, dá a isso, o torna algo muito pior: “Isso é porque tu pensas que não somente o Deus de Israel não é apto a lhe dizer, mas que não há Deus algum em Israel, de outra forma, tu não enviarias mensagem a um lugar tão distante para obter uma resposta divina”. Note: Um ateísmo prático e construtivo é a causa e a perversidade de nosso afastamento de Deus. Certamente nós pensamos que não há Deus em Israel quando vivemos à vontade, fazemos da carne o nosso braço, e buscamos uma porção nas coisas deste mundo.

(HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 544.)

 

O retomo imediato dos mensageiros deu ao rei a certeza de que não houve tempo suficiente para que eles tivessem ido a Ecrom, cerca de setenta e dois quilômetros de Samaria, e retomado, ensejando o questionamento do monarca. Deus interveio mais uma vez através de seu servo a fim de manter os mensageiros longe do destino, pois se Acazias tivesse obtido a palavra de Baal-Zebube, depreciaria Javé junto à opinião do povo. Deus normalmente falava diretamente a Elias (exceto em lRs 19.5), mas aqui deve ter tentado mostrar o contraste entre o seu mensageiro (v. 3, anjo do Senhor) e os de Acazias.

(Wiseman. Donald J., 1 e 2Reis Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 170.)

 

2. A resposta de Elias aos soldados do rei. Quando o rei ficou sabendo da profecia de Elias, enviou, em três ocasiões diferentes, um oficial com cinquenta soldados para conduzir Elias ao palácio (2 Rs 1.9-13). Mas nas duas primeiras vezes, desceu fogo do céu e consumiu todos os soldados e seus capitães (2 Rs 1.14). Na terceira vez, todavia, o capitão do agrupamento, temendo pela própria vida e pela de seus soldados, ajoelhado, suplicou ao homem de Deus que lhes poupasse a vida (2 Rs 1.13). Por bondade e misericórdia, o Senhor ouviu aquele sincero clamor e ordenou ao profeta que os acompanhassem até o palácio, em segurança (2 Rs 1.15).

 

Comentário

Um capitão de cinquenta com seus cinquentas soldados. Um pequeno destacamento foi enviado pelo rei, sob as ordens de um capitão. A tarefa deles era alcançar Elias no caminho e pedir-lhe que fosse a Samaria visitar o rei. É de presumir-se que o pobre capitão tentasse fazer o profeta dar-lhe uma mensagem mais otimista. O rei não estava preparado ainda para morrer. Ainda era um homem jovem. Era rei. Tinha muitas coisas pelas quais deveria viver, planos a cumprir, cidades a fortificar, guerras a combater.

Logo o grupo de soldados encontrou Elias, em alguma colina não identificada. Eles chamaram Elias de “homem de Deus”, e pediram que voltasse com eles, a fim de entregar pessoalmente a mensagem ao rei.

O rei tinha baixado uma ordem. Eliaà teria de cumprir. Caso contrário, teriam de levá-lo ao rei a força. Mas a ameaça deles, apesar de velada, logo foi respondida com fogo descido do céu. É possível (embora não seja provável) que o verdadeiro intuito de Acazias fosse mandar executar o perturbador profeta Elias. Mais provavelmente, ele esperava conseguir uma cura espiritual por meio dos poderes de Elias. Elias estava compreensivelmente temeroso do rei (vs. 15). Mas o homem lá em Samaria, com seu corpo alquebrado e enfermo, não queria fazer mal ao profeta. Estava apenas procurando ajuda.

Outro (o terceiro) grupo de cinquenta soldados, com seu capitão, foi enviado com idêntico propósito dos dois primeiros grupos, conforme foi anotado nos versículos nono e décimo. Mas esse terceiro grupo fez um apaixonado apelo pela vida deles, humilhando-se perante o profeta, pedindo para não serem consumidos por aquele terrível fogo que descia do céu. Eles salientaram que a vida humana é preciosa, e solicitaram que a vida deles fosse considerada dessa maneira pelo homem de Deus. Essa consideração salvou o terceiro grupo de cinqüenta soldados.

Pôs-se de joelhos diante de Elias. De fato, algumas vezes é mais vantajoso para o indivíduo ser humilde, especialmente quando sua vida depende disso.

Lembrando. Fogo descido do céu havia consumido os dois primeiros grupos de cinqüenta soldados, com seus capitães. Assim, o capitão do terceiro grupo pediu misericórdia, para que a vida dos homens fosse considerada preciosa aos olhos de Elias. O anjo do Senhor interveio, a fim de que não houvesse mais matanças. Elias tinha tido medo, conforme o versículo 15 nos diz; mas o anjo do Senhor havia retirado toda a ansiedade dele. Não era seu destino sofrer às mãos de Acazias. Além disso, o rei era apenas uma pessoa enferma e alquebrada. Sua intenção não era fazer mal ao profeta. Ele não tinha ambições no momento, além de receber a cura divina.

Quanto ao ministério dos anjos, na comunicação de mensagens divinas, ver as notas sobre o versículo 3 deste capítulo, onde o tema é desenvolvido. Essa foi a sexta vez que Elias recebeu ordens para ir a algum lugar, a fim de cumprir alguma missão especifica. Ver também I Reis 17.3,9; 18.1; 21.18; II Reis 1.3.

Elias haveria de cumprir a sua missão. Ele nada tinha para temer; nem tinha coisa alguma para lamentar-se. Este episódio reveste-se de importantes lições morais que não podemos negligenciar. Elias era a encarnação da consciência moral que se levantava contra os males do seu tempo. Coisa alguma pode resistir, finalmente, à verdade incorporada na vontade de Deus.

(CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1471-1472.)

 

Acazias mostrasse desesperado na tentativa de reversão da profecia contra ele e usaria a força bruta, se necessário. A moralidade do ato têm sido frequentemente mal-interpre- tada como “a desumanidade da destruição das vidas dos inocentes capitães e seus cinquentas” (Montgomery). É insuficiente descartar este aspecto como uma adição posterior aos versículos de 2-8, uma vez que o versículo 17b soaria abrupto caso fosse lido após o versículo 8 diretamente. Também não deveria ser visto apenas sob os padrões do Novo Testamento, uma vez que Jesus repreendeu seus discípulos por quererem uma demonstração similar do poder do fogo (Lc 9.54-55), embora fossem circunstâncias diversas. Deve-se observar que a interpelação feita a Elias foi equivocada. Um rei não tinha o direito de pedir tal submissão, e suas ações deveriam estar sempre subordinadas à palavra de Deus (cf. ISm 10.25). Deus estava protegendo sua palavra e seu servo. Qualquer contradição concernente a esta passagem deve implicar na negação de outros eventos de julgamento do Antigo Testamento. Elias não agiu a mando de uma vingança particular, mas sim em nome de Deus, e este tipo de julgamento divino também se faz claro no Novo Testamento (Hb 12.29;Ap 11.5;2Ts 1.7-9). Alguns cristãos sensíveis gostariam de pensar que ninguém será amaldiçoado, mas isto não é bíblico.175 As repetições com uma variação menor (v. 9-10; 11-12; a segunda com uma autoridade mais formal) são comuns nesse tipo de narrativa.

Fogo vincula Elias a Moisés mais uma vez (Lv 10.2; Nm 11.3), e deve ter feito o rei lembrar-se de que Deus já havia revelado a si próprio e confirmado Elias através desse artificio (lRs 18.38-39). Existe um pensamento de que há um jogo com as palavras ês eelõhim (“fogo de Deus”, i.é. fogo violento) e ’is ‘elôhim (“homem de Deus”), mas não há necessidade de vermos isto aqui.

13-15. O terceiro grupo foi poupado, não por conta do pedido de clemência, mas por causa da intervenção divina. Não temas (v. 15) mostra que a vida de Elias corria perigo. “O rei conhece a vontade do Deus de Israel, mas se mostra relutante em segui-la” (Robinson), trazendo, assim, condenação sobre si.

(Wiseman. Donald J., 1 e 2Reis Introdução e Comentário. Editora Vida Nova. pag. 170-171.)

 

Parece incrível que os mensageiros do rei não conhecessem Elias e que só tivessem descoberto sua identidade depois de voltar ao palácio! Elias era inimigo de Acabe (1 Rs 2 1:20), e Acazias era filho de Acabe, de modo que Acazias certamente havia comentado com seus cortesãos sobre o profeta. A descrição que os mensageiros deram de Elias nos lembra de João Batista, que ministrou “no espírito e poder de Elias” (Lc 1:17; Mt 3:4). A oração “um homem vestido de pêlos” indica seus trajes e não sua aparência (em algumas versões, “peludo”). Assim como João Batista, Elias usava roupas comuns dos pobres, feitas de pelos de camelo e não os mantos sofisticados de um rei (Mt 11:7-10).

A notificação da sua morte deveria ter levado Acazias a arrepender-se de seus pecados e a buscar o Senhor, mas, em vez disso, ele tentou prender o profeta. (O que nos lembra de que Herodes mandou prender João Batista; Mt 14:1-12.) Acazias sabia que Elias era um adversário temível, de modo que enviou um capitão com cinqüenta soldados para trazê-lo ao palácio, mas subestimou o poder do profeta. Será que Acazias pensou que poderia matar o profeta e, assim, anular a profecia? (As palavras do Senhor, no versículo 15, indicam que o rei pretendia assassinar Elias.) Ou, talvez, o rei esperasse influenciar o profeta para que mudasse a profecia. Elias, porém, recebia suas ordens do Rei dos reis e não de monarcas terrenos, especialmente de um rei idólatra e filho de assassinos. Anos antes, Elias havia se intimidado ao receber a ameaça de Jezabel, mas, dessa vez, ficou onde estava e encarou os soldados sem qualquer receio.

Por certo, o capitão não usou a designação “homem de Deus” como um elogio a Elias ou como uma confissão da própria fé, pois “homem de Deus” era um sinônimo comum da época para “profeta”. Em outras palavras, o que Elias disse com sua resposta foi:

— Uma vez que você me chama de homem de Deus, deixe-me provar que sou, de fato, homem de Deus. Meu Deus tratará de você de acordo com suas próprias palavras. O fogo que desceu do céu matou os cinquenta homens. Esse julgamento repetiu-se quando outro grupo de cinquenta abordou o profeta. Observe que o segundo capitão ordenou a Elias: “Desce depressa”.

Não deixe seu rei esperando! A lembrança do confronto no monte Carmelo deveria ter advertido o rei e seus soldados de que Elias poderia fazer fogo descer do céu (1 Rs 18).1 Não devemos interpretar essas duas demonstrações da ira de Deus como evidências de irritação da parte de Elias ou como injustiça da parte de Deus. Afinal, os soldados não estavam apenas cumprindo seu dever e obedecendo a seu comandante?

Esses dois episódios de julgamento abrasador foram mensagens dramáticas do Senhor avisando que o rei e a nação deveriam arrepender-se ou provariam o julgamento de Deus. O povo havia se esquecido das lições do monte Carmelo, e esses dois julgamentos o lembraram de que o Deus de Israel é “fogo que consome” (Dt 4 :2 4 e 9 :3; Hb 12:29). O rei Acazias era um homem orgulhoso que sacrificou dois capitães e cem homens numa tentativa inútil de evitar a própria morte. Não se tratava de homens inocentes, vítimas dos caprichos de seu rei, mas sim de homens culpados, dispostos a fazer aquilo que o rei ordenava. Se tivessem assumido a atitude do terceiro capitão, também não teriam sido mortos.

(WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 493.)

 

3. Um ministério de fogo. Elias pode ser chamado de “profeta de fogo”. Em três episódios do seu ministério, Deus enviou fogo do céu: no monte Carmelo com os profetas de Baal (1 Rs 18.38); no monte Horebe quando o Senhor visitou o profeta e se manifestou por fogo, embora a presença dele não estivesse nesse elemento (1 Rs 19.12) e; quando por duas vezes, o fogo desceu do céu para consumir os soldados e seus capitães (2 Rs 1.10-12).

 

Comentário

Fogo Divino e Destruidor. O homem de Deus demonstrou seus poderes e imediatamente fez descer fogo do céu sobre o grupo de cinquenta soldados, e destruiu todos. Essa foi a segunda vez que Elias tinha usado o fogo. A primeira vez ocorreu no monte Carmelo, quando ele contestara os sacerdotes de Baal (ver I Reis 18.38). Os críticos, naturalmente, veem embelezamentos diversos nessa descrição, adicionados por algum editor posterior, ou o próprio autor original tivesse apelado para fantasias. Mas onde estiver o poder divino, coisas surpreendentes podem acontecer.

“Esta seção tem afinidades maiores com as histórias sobre Eliseu (cf. II Reis 2.23-25) onde a moral de reverência pelo profeta é instilada da forma mais crua, às vezes, às expensas de idéias ordinárias de justiça e humanidade” (Norman H. Snaith, in ioc.). É significativo, seja como for, que Jesus tenha rejeitado tais julgamentos de incrédulos como indignos do ofício dos apóstolos (ver Lucas 9.54-56): “Vendo isto, os discípulos Tiago e João perguntaram: Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para os consumir? Jesus, porém, voltando-se os repreendeu [e disse: Vós não sabeis de que espírito sois]. [Pois o Filho do homem não veio para destruir as almas dos homens, mas para salvá-las] E seguiram para outra aldeia”.

O Novo Testamento, verdadeiramente, é diferente. Não somos informados sobre como a história da matança dos cinquenta soldados chegou ao conhecimento do rei. Talvez tenha havido algum sobrevivente, ou a cena foi testemunhada por alguma outra pessoa.

Explicação Natural. Um raio fortuito apenas caiu acidentalmente quando o profeta faiava com aqueles soldados! Mas dificilmente é isso que o autor sagrado queria que entendêssemos de seu relato.

Problemas Morais. Conforme ficou entendido anteriormente, alguns levantam perguntas sobre a moralidade do que aconteceu. Contra essa opinião, alguns têm sugerido as seguintes razões:

1.0 ímpio Acazias tinha de ser tratado severamente, pois ele havia continuado com os absurdos de seu pai, Acabe, e de sua mãe, Jezabel.

    Aqueles ímpios soldados estavam planejando executar Elias. Assim, receberam o que mereciam.

    Yahweh foi a verdadeira fonte do fogo, e não Elias, portanto a vontade de Deus se cumpriu. Isso, naturalmente, reflete o voluntarismo, o que expliquei na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. A essência do voluntarismo é que “poder é direito”, independentemente do que pensemos sobre questões morais. Os críticos respondem que aquilo que os homens dizem que Deus faz, e aquilo que Ele realmente faz são duas coisas diferentes.

    O fogo não foi enviado para agradar Elias e para satisfazer algum capricho dele. Foram chamas de julgamento divino.

    Elias havia sido investido da autoridade divina e não hesitou em usá-la. O argumento fica com Deus. Os críticos, entretanto, dizem que o argumento está com o que os homens dizem a respeito de Deus.

    Yahweh tinha de proteger o Seu profeta de homens ímpios e desarrazoados, e Deus escolheu aquele método para cuidar deles.

    No tocante à história do Novo Testamento, em Lucas 9.54-56, podemos dizer que os dois casos (o de Elias e o de Jesus) foram diferentes. Era tarefa de Elias tentar acabar com a idolatria em Israel, mesmo com o emprego da violência entre os seus métodos. Jesus, por outra parte, era o Salvador dos homens. O julgamento de homens ímpios e desarrazoados seria deixado para uma ocasião posterior. Os críticos, entretanto, respondem que explicar as coisas dessa maneira é perder de vista o intuito das palavras de Jesus. As palavras misericordiosas de Jesus visam a alertarnos para o fato de que o Novo Testamento, na realidade, trouxe um Novo Dia, uma mudança radical, misericórdia, amor e salvação. Jesus foi um tipo de profeta maior e diferente de Elias. Isso é exatamente o que esperaríamos ser demonstrado na revelação superior do Novo Testamento.

(CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1471.)

 

Episódios de consequências trágicas para os adoradores dos falsos deuses estiveram muito presentes no ministério do profeta Elias. Ele pode ser chamado de o profeta do fogo, pois em vários episódios, o seu ministério esteve envolvido com fogo: quando do desafio do monte Carmelo, desceu fogo do céu e consumiu o altar e tudo o que havia nele (1 Rs 18.38); Deus chamou a atenção do profeta por meio do fogo (1 Rs 19.12); duas vezes seguidas desceu fogo do céu para consumir os soldados que vieram prendê-lo (2 Rs 1.10-12); e, por último, ele é elevado ao céu num redemoinho (2 Rs 2.11). Dois desses episódios de fogo estão relacionados à adoração a falsos deuses com consequências lastimáveis para os seus adoradores. Primeiro morreram 850 falsos profetas, depois 102 soldados. Assim como no Carmelo, nesse episódio de Acazias, “Deus mostra através do fogo, que ele não irá dividir sua glória com nenhum outro deus”.

Vimos que o ministério do profeta Elias lutou com muito zelo contra a adoração a falsos deuses. Afinado com Jeová, o profeta não tolerou esses desvios perniciosos do seu povo. Que Deus levante muitos profetas na força de Elias para combater as várias formas de idolatria que podem haver entre o povo de Deus e que o fogo do Espírito Santo possa queimar toda idolatria, visto que Jesus é aquEle que nos “batizará com o Espírito Santo e com fogo” (Lc 3.16). Como pentecostais, ansiemos pelo batismo no Espírito Santo com o fogo que nos purifica de todo pecado, pois só ele pode libertar as pessoas daquilo que lhes escraviza e que lhes incita à idolatria. O fogo na Bíblia representa a presença de Deus, como também a purificação operada pelo Espírito Santo.

(Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

 

III – A DOENÇA DE ACAZIAS E A SUA MORTE

 

1. O julgamento do Senhor contra Acazias. Deus mandou Elias dizer ao rei que ele jamais seria curado ou sairia da cama vivo (2 Rs 1.4). Por consequência de sua obstinada idolatria, Acazias estava sentenciado à morte. Ele conhecia as maravilhas que Deus havia operado no meio do seu povo, no passado. Como poderia opor-se a Deus e negligenciar suas leis daquela maneira? Deus não tolera a obstinação daqueles que ouvem sua Palavra e permanecem com a vida deliberadamente entregue ao pecado. Deus não tolera a obstinação daqueles que ouvem sua Palavra e permanecem com a vida deliberadamente entregue ao pecado.

 

Comentário

O Oráculo Espontâneo. Acazias tinha mandado seus mensageiros obter uma mensagem de um oráculo pagão. Mas, antes que os mensageiros pudessem chegar a Ecrom (vs. 3), um oráculo verdadeiro lhes foi dado, o que constituiu uma surpresa. Yahweh foi a fonte originária da amarga mensagem. Acazias estava então em seu leito de morte. Nenhuma recuperação era possível. Ver os vss. 16 e 17 quanto ao cumprimento dessa mensagem aterrorizante.

A Razão. Talvez Acazias sobrevivesse aos efeitos de sua queda, se tivesse se voltado para Yahweh e Seu profeta. Mas a decisão do monarca de buscar ajuda em seu culto idólatra anulou qualquer oportunidade de misericórdia da parle de Deus.

□a cama, a que subiste, não descerás. As pessoas literalmente subiam e desciam da cama, porque no Oriente as camas eram geralmente elevadas e havia degraus ou escadas que davam acesso a elas (Adrichom. Theatrum Ter. Sacnt. foi. 6.1). Além disso, a cama de Acazias estava no cenáculo, e isso também pode explicar essa expressão sobre subir e descer.

(CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1470.)

 

Ele pronuncia claramente a sentença: Ide, dizei- lhe que sem falta, morrerá (v. 4). “Já que ele está tão ansioso por saber seu destino, aí está. Que faça o melhor que puder com essa informação.” A terrível e segura expectativa de castigo e indignação que essa mensagem necessariamente deve causar sem dúvida o atingirá de forma profunda.

(HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 544.)

 

Ao ser levado pela guarnição de soldados, obedecendo à ordem de Deus, Elias não mudou a sua sentença diante da presença do rei e ainda acrescentou uma reprimenda à sua primeira profecia dita aos mensageiros. Ele disse: “Por que enviaste mensageiros a consultar a Baal-Zebube, deus de Ecrom?” (2 Rs 1.16). Deus estava repreendendo diretamente o rei Acazias. Ele poderia ter-se arrependido que, certamente, Deus iria perdoá-lo, só que o seu coração estava empedernido. O seu comprometimento com Baal-Zebube era maior que uma possibilidade de mudança de atitudes. A Bíblia não relata, mas Acazias pode ter tido uma repentina e aparente conversão, mas seria apenas aparente porque isso lhe seria conveniente diante da mensagem de Elias. Geralmente, pessoas idólatras servem ao deus mais conveniente no momento. Talvez Acazias até tenha pensado que Baal-Zebube fosse mesmo um deus falso e optou pelo seu Deus xará “Yahveh prende” para este lhe dar uma chance.

Mas há casos tão comprometedores de idolatria que, mesmo na iminência certa da morte, se torna impossível haver um regresso aos caminhos do Senhor, não porque Ele não possa fazer isso, mas, sim, porque o nível de comprometimento do adorador do falso deus não lhe permite mais voltar. O adorador terá que abrir mão de situações pecaminosas, terá que desnudar o seu coração, terá que admitir que o seu falso deus fracassou, terá que engolir o seu orgulho, mas essas possibilidades não estavam presentes na vida de Acazias. Algumas vezes, mesmo sendo a Palavra de Deus na boca do seu profeta, as pessoas não vão ouvir ou estarão impedidas de entender.

A sentença inspirada pelo Espírito Santo, que Elias deu para o rei Acazias, é consequência direta da importância que o rei deu à divindade Baal-Zebube. Era inadmissível esse rei querer consultar uma divindade falsa, sendo que Jeová, o Deus de Israel, mostrou tantas maravilhas no meio do seu povo no passado. Deus não tolera a estupidez daqueles que ouvem a sua voz e conhecem a sua história, no caso do rei por meio do profeta Elias, e continuam com a sua vida entregue ao pecado.

Elias sabia que Acazias não havia abandonado Baal, porque não é fácil abrir mão de Baal, pois isso significaria deixar de exercer controle sobre deus. Abrir mão de Baal significa que não se terá mais à disposição aquela religiosidade alienadora ao nosso dispor. Para deixar Baal, é preciso abandonar as ilusões confortáveis que permitem “viver uma desonestidade livre de culpas”. Deixar Baal significa que “não mais poderemos usar a religião para assustar, subornar ou intimidar outras pessoas”. Abrir mão de Baal é um convite para crescer espiritualmente, mas crescer dói, especialmente em pessoas acostumadas a “uma cultura que lhes dá passagem livre para uma religião dos contos de fada, de divertimento e êxtase”.

(Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.)

 

2. A determinação de Elias e a morte do rei. Ao ser convocado à presença do rei pelos oficiais e seus soldados, o profeta não titubeou em repetir o que já havia dito anteriormente aos mensageiros de Acazias: “desta cama, a que subiste, não descerás, mas certamente morrerás” (2 Rs 1.16b). Provavelmente, o acidente ocorrido com o rei afetou sua mobilidade e a falta de medicina adequada naquela época não lhe proporcionou uma boa recuperação. Independente disso, a Palavra de Deus dada ao profeta Elias se cumpriu e o rei Acazias faleceu.

 

Comentário

Assim diz o Senhor. A reprimenda do profeta. Uma vez na presença do rei, Elias imediatamente o repreendeu, por causa de sua idolatria, em face da qual ele desprezara Yahweh, o verdadeiro Deus. Acazias tinha esperado alguma medida de misericórdia, mas era seu destino, que ele mesmo havia cultivado, não se recuperar da queda e de suas complicações.

(CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1472.)

 

Ele vem corajosamente ao rei, e lhe diz na cara (agora não importam seus sentimentos) a mensagem que tinha enviado antes (v. 16), que deveria certa e prontamente morrer. Elias não alivia a sentença, nem por medo do desprazer do rei, nem por pena de sua miséria. O Deus de Israel condenou-o, que ele enviasse mensagem para ver se o deus de Ecrom poderia salvá-lo. Assim, Acazias é como que atingido por um raio com esta mensagem, quando ela vem da boca do próprio profeta, a ponto de nem ele nem qualquer daqueles que o rodeavam ousarem fazer-lhe qualquer violência, nem mesmo afrontá-lo. Mas ele sai ileso daquela toca de leões, como Daniel. Quem pode prejudicar aqueles que Deus abriga?

(HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 546.)

 

Acazias estava acamado quando Elias o confrontou pela segunda vez e anunciou que morreria. Quantas vezes o Senhor precisa repetir sua mensagem a um pecador perverso? O rei deixaria este mundo com as palavras: “sem falta, morrerás” ainda soando em seus ouvidos e, mesmo assim, recusou-se a obedecer à Palavra de Deus. Mais uma vez, somos lembrados da forma como Herodes agiu com relação a João Batista, pois Herodes ouviu as palavras de João, mas não se arrependeu (Mc 6 :20 ). Depois de cerca de dois anos no trono, Acazias morreu, conforme Elias havia previsto, sendo sucedido por seu irmão mais novo Jorão (ou Jeorão). Observe que o rei de Judá nessa época também se chamava Jeorão. A fim de evitar confusão, iremos nos referir ao irmão de Acazias e rei de Israel como Jorão e ao filho de Josafá e rei de Judá como Jeorão.

(WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 594.)

 

3. As qualidades de Elias. Nesse episódio várias qualidades de Elias são percebidas, tais como: intimidade com Deus; zelo em promover a adoração ao Deus de Israel e em condenar a idolatria; clareza e assertividade em suas sentenças; fidelidade e, além de tudo, a coragem (2 Rs 1.9-12). Ainda hoje o Senhor busca homens e mulheres que sejam corajosos e obedientes a fim de serem usados por Ele em sua grande obra.

 

Comentário

    Que influência os profetas tinham no céu. O que o Espírito de Deus neles ordenava, o poder de Deus realizava. Elias apenas falou, e foi feito. Ele que anteriormente tinha trazido água dos céus, agora traz fogo. Como é grande o poder da oração! Demandai-me acerca da obra das minhas mãos (Is 45.11).

    Que influência os céus tinham nos profetas! Deus estava sempre pronto para atendei’ a causa deles, e vingar as injúrias feitas a eles. Os reis ainda serão reprovadas por causa deles, e ordenados a não fazer a seus profetas nenhum dano. Um Elias vale mais para Deus do que 10.000 capitães e suas tropas de cinqüenta soldados. Sem dúvida, Elias o fez por um impulso divino, mas nosso Salvador não permitiria que os discípulos usas usassem isto como um precedente (Lucas 9.54).

(HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 545.)

 

Nesse episódio bíblico envolvendo Acazias, percebem-se várias qualidades de Elias: ele tinha intimidade com Deus, pois este lhe ordenou que interpelasse e impedisse os mensageiros do rei por divina revelação; Elias mostrou o seu zelo em promover a adoração ao Deus de Israel; ele tinha clareza e assertividade na sentença, pois previu a morte do rei. Elias foi o profeta a quem Deus falou com riqueza de detalhes para encontrar-se imediatamente com os mensageiros no caminho de Ecrom e, assim, entregar uma mensagem que, humanamente falando, seria impossível alguém conhecer com antecedência. Somente os mensageiros sabiam da ordem do rei, mas o Espírito Santo, que sabe todas as coisas, ordenou a Elias que interrompesse o desígnio equivocado do rei. Os mensageiros nem chegaram a Ecrom. Eles voltaram no meio do caminho contrariando a ordem do rei e obedecendo a Elias.

(Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.)

 

CONCLUSÃO

O reinado de Acazias foi marcado pela idolatria e pela infidelidade para com Deus. Ele fez o que era mau aos olhos do Senhor ao consultar outros deuses sobre o seu futuro (2 Rs 1.2). Era idólatra e infiel para com os mandamentos de Deus. Elias foi o profeta que confrontou as transgressões de Acazias e por esse motivo quase foi preso (2 Rs 1.9). Todavia, seguiu em frente, cumpriu sua missão e honrou a Deus (2 Rs 1.10).

 

 

PARA REFLETIR

 

A respeito de “O Reinado de Acazias”, responda:

Qual deus de Ecrom Acazias venerava?

Baal-Zebube.

Qual foi a advertência que Deus fez ao rei Acazias, através de Elias?

“Porventura, não há Deus em Israel, para irdes consultar Baal-Zebube, deus de Ecrom?” (2 Rs 1.3b).

Como o profeta Elias pode ser chamado? Por quê?

Elias pode ser chamado de “profeta de fogo”. Em três episódios do seu ministério, Deus enviou fogo do céu.

Cite algumas qualidades do profeta Elias.

Intimidade com Deus; zelo em promover a adoração ao Deus de Israel e em condenar a idolatria; clareza e assertividade em suas sentenças; fidelidade e, além de tudo, a coragem (2 Rs 1.9-12).

O que Deus quis mostrar com o ministério de Elias?

Que o Senhor é o verdadeiro Deus, que Ele tem controle sobre tudo e abomina a adoração a falsos deuses.

         

Comentário elaborado por Pb Alessandro Silva. Disponível em: https://professordaebd.com.br/5-licao-3-tri-21-o-reinado-de-acazias/. Acesso em: 26 JUL 2021