TEXTO AUREO
“Muitos propósitos há no coração do homem, mas o conselho do SENHOR permanecerá.” (Pv 19.21)
VERDADE PRATICA
Ressaltar a importância de ouvir bons conselhos.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
1 Reis 12.1-10,13,14,26-29
INTRODUÇÃO
Após a morte de Salomão em 931 a.C., seu filho Roboão subiu ao trono (1 Rs 11.43). Ele foi o principal responsável pela divisão do reino em duas partes: o reino do Norte (Israel) e o reino do Sul (Judá). A fatídica história de insensatez desse rei nos mostrará as consequências de uma má decisão. Essa história nos ensina a dependermos cada vez mais de Deus em momentos que tomamos decisões importantes na vida.
Comentário: Após a entrada na Terra Prometida, Israel começou a desenvolver-se como nação. O seu modelo social era o teocrático, onde Deus era, por excelência, o mandante supremo. Contudo, no livro dos Juízes, vemos esse modelo social entrando em profunda decadência. As pessoas não obedeciam mais a Deus, e cada um fazia o que achava bem aos seus olhos fazer (Jz 21.25). Após vários séculos, com o enfraquecimento do modelo social teocrático, Israel pediu por um rei (1 Sm 8.4) e, a partir de então, migrou do modelo teocrático para o monárquico.
Todavia, a monarquia unida sobreviveu por pouco tempo. Foram três os reis que reinaram no período da monarquia unida: Saul, Davi e Salomão. Esse período durou até meados de 926/931 a.C. Saul inaugurou a monarquia, sendo o primeiro rei; Davi, pelo seu amor a Deus, foi escolhido como um padrão de um bom rei, bem como para inaugurar a dinastia real, cujo ápice deu-se em Cristo, e cujo reinado é eterno, e Salomão marcou o seu reino com riquezas, poder e muita prosperidade para Israel. Entretanto, toda a majestade, pompa e riqueza do reinado de Salomão, que tanto orgulho e soberania nacional haviam trazido para os israelitas, estavam prestes a desmoronar com a morte dele. A sua ruína havia sido anunciada por Deus (1 Rs 11.9-13), que disse a ele que, pelo fato de não ter guardado o pacto estabelecido, rasgaria o seu reino e entregá-lo-ia a um servo de Salomão, apesar de Deus ter-lhe aparecido duas vezes e apesar das orações sinceras e bonitas que fizera outrora. O profeta Aías também predisse a ruína do reinado de Salomão ao rasgar a sua capa de profeta e dar dez pedaços a Jeroboão e vaticinar que Deus rasgaria o reino da mão de Salomão, justamente pelo fato de este se ter curvado aos deuses falsos e ter-se desviado dos caminhos do Senhor (1 Rs 11.29-39).
Seria simplista dizer que a culpa da divisão do reino é exclusiva de Salomão ou da insensatez de Roboão, o seu filho. Os sinais de insatisfação do povo mostraram-se presentes no reinado de Salomão, cujas causas serão analisadas neste texto, mas já remontavam à época de Davi, como veremos adiante. Após a morte de Salomão em 931 a.C., o seu filho Roboão subiu ao trono, o qual foi igualmente responsável pela divisão do reino em duas partes, o Reino do Norte (Israel) e o Reino do Sul (Judá). A fatídica história de insensatez desse rei irá mostrar-nos as consequências de uma má decisão. Essa história auxilia-nos a dependermos cada vez mais de Deus em momentos em que tomamos decisões importantes na vida.
O Reino do Norte ficou com a maior parte das tribos — dez no total — e teve 19 monarcas que reinaram por quase 200 anos até 722 a.C., momento do primeiro grande cativeiro protagonizado pelos assírios e que exterminou a nação do Norte (2 Rs 17.22,23). O Reino do Sul ficou com apenas duas tribos, Judá e Benjamim, e teve 20 monarcas que reinaram por pouco mais de 200 anos até 586 a.C., data do segundo cativeiro, quando foram dizimados pela Babilônia. Na ocasião, os babilônicos destruíram o Templo, queimaram as casas e os muros da cidade e levaram o povo, que permaneceu em cativeiro por 70 anos (Jr 25.11).
Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.
Roboão (Reoboão) tomou o lugar de Salomão como rei, e o capítulo 12 descreve o seu reinado. Foi nos dias de Roboão que ocorreu a divisão entre o norte (Israel) e o sul (Judá) do reino unido de Salomão. Isso, como sabemos, aconteceu devido à idolatria de Salomão (I Reis 11.11,12). Mas Roboão, por causa de sua arrogância e falta de diplomacia, também contribuiu para a divisão, conforme lemos, com detalhes, no capítulo seguinte.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1407.
Nós temos aqui a conclusão da história de Salomão, e nela:
- E feita uma referência a uma outra história então existente, mas (não sendo divinamente inspirada) perdida: o livro da história de Salomão (v. 41). Provavelmente, esse livro foi escrito por um cronista ou historiador, a quem Salomão empregou para escrever seus anais, de onde o autor sagrado extraiu o que Deus achou adequado para transmitir à sua igreja.
- Um sumário dos anos de seu reinado (v. 42): e o tempo que reinou Salomão em Jerusalém (não como seu pai, parte em Hebrom e parte em Jerusalém), sobre todo
o Israel (não como seu filho, e seu pai no começo do seu tempo, apenas sobre Judá), foram quarenta anos. Seu reinado foi tão longo quanto o de seu pai, mas não a sua vida. O pecado encurtou seus dias.
- A sua morte e sepultamento, e seu sucessor (v. 43).
(1) Ele seguiu seus pais à sepultura, dormiu junto deles e foi sepultado no túmulo de Davi, sem dúvida com honra.
(2) Seu filho o sucedeu no trono. Assim, as sepulturas vão se enchendo com os que morrem, e as casas vão se enchendo com aqueles que estão crescendo. Assim como clama a sepultura: “dá, dá”, assim também a terra nunca se perde por falta de herdeiro.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 491.
I – AS PRINCIPAIS CAUSAS DA CISÃO
1. AS PRINCIPAIS CAUSAS DA CISÃO Devido às alianças externas feitas por Salomão, ele não precisou se dedicar às guerras. Seu reinado foi marcado, em parte, pela paz; seu trabalho era proteger, ampliar o Estado e conservá-lo uno. Seus investimentos eram direcionados para construções e projetos arquitetônicos grandiosos, tais como templos, palácios, e tantos outros que marcaram seu governo (1 Rs 5.3-5). Contudo, para que todas essas idealizações se tornassem realidade, a população pagava impostos muito pesados (1 Rs 12.4). Além disso, com o objetivo de colocar em prática os projetos do rei, havia a obrigação do uso da mão de obra de trabalhadores de quase todas as tribos.
Comentário: A carga tributária imposta por Salomão foi pesada tanto para dar conta das despesas normais do reino quanto para sustentar o harém de mil mulheres juntamente com os seus vassalos. Setecentas eram princesas, e cada uma delas requeria funcionárias ao seu dispor, com locais de moradia, alimentação, roupas caras e sustento tanto para as princesas quanto para os funcionários. Além disso, Salomão empreendeu duas grandes obras, o Templo e o seu próprio palácio, bem como palácios para algumas das suas esposas. Tudo isso era uma máquina governamental e palaciana pesada e cara para sustentar, que exigia meticulosos controles, funcionários e gastos para funcionar corretamente.
Devido às alianças externas feitas por Salomão, ele não precisou dedicar-se às guerras. O seu reinado foi marcado, em parte, pela paz, e o seu trabalho era proteger e ampliar o estado e conservá-lo unido.
Os seus investimentos eram direcionados para construções, projetos arquitetônicos grandiosos, como, por exemplo, a construção do Templo e de palácios, dentre outros eventos que marcaram o seu governo. Contudo, para que todas essas construções tornassem-se realidade, a população pagava um alto preço com impostos muito pesados determinados para a nação, como também a exigência da mão de obra de trabalhadores de quase todas as tribos para tornarem reais os projetos do rei. Apesar de Salomão ter escrito em Provérbios que “o príncipe falto de inteligência também multiplica as opressões, mas o que aborrece a avareza prolongará os seus dias” (Pv 28.16), isso mostra que nem sempre, mesmo o discurso sábio, condiz com a prática de vida.
Salomão, assim como Davi, teve alguns inimigos no seu reino, e a ação desses inimigos sempre causam transtornos e prejuízos a qualquer reinado, ainda que um sólido como o de Salomão. Um dos inimigos de Salomão foi Hadade de Edom, cujo reino havia sido massacrado por Davi (2 Sm 8.13,14). Sendo Hadade adolescente, fugiu para o Egito, mas voltou para a sua terra quando soube que Davi morrera e, então, tornou-se inimigo de Salomão, numa atitude de vingança ao que fizera Davi aos edomitas (1 Rs 11.14). Outro inimigo de Salomão, como consequência das conquistas bélicas de Davi, foi Rezom de Damasco (1 Rs 11.23-25); e, por fim, o inimigo mais perigoso foi Jeroboão (1 Rs 11.26-28, 40), que se tornaria rei das tribos do Norte de Israel. Levantes já se mostravam até mesmo no reinado de Davi, que se manifestaram também com Salomão e consolidaram-se com Roboão sob o lema: “Que parte temos nós com Davi?” (2 Sm 20.1; 1 Rs 12.16).
A insatisfação das dez tribos com Judá e Benjamim tinham outras e várias causas. Uma delas era a supremacia de Judá e a inveja de Efraim (Gn 48). Outras foram as controvérsias quanto às pelejas (Jz 8.1-3; 12.1-6). Quando da coroação de Davi, ela deu-se apenas na tribo de Judá inicialmente. Na rebelião de Seba, iniciou-se outra divergência entre as tribos do Norte e de Judá e a decisão de levar o rei Davi para Jerusalém (2 Sm 19.41-20.22).
A principal causa da divisão do reino de Israel eclodiu no reinado de Salomão, que, além da pesada carga de tributos imposta ao povo, permitiu corromper o seu coração com as alianças políticas e todas as articulações e tribulações delas decorrentes, despertando um imenso desejo de poder e ostentação, mesmo com as lindas orações que Salomão fez no início do reinado e na consagração do Templo.
As lealdades dos súditos seriam comprometidas e, especialmente, o rei comprometeu o seu perfeito e sincero relacionamento com Deus suscitando ausência de paz interior.
Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.
As palavras-chaves para descrever o tratamento duro de Salomão foram “dura servidão” e “pesado jugo”. Provavelmente essas expressões falavam sobre o trabalho forçado que havia reduzido praticamente a totalidade das tribos do norte à posição de meros escravos; e, em segundo lugar, os pesados impostos que desperdiçavam os labores dessas tribos, outra forma de opressão. Somente aqui a palavra “jugo” foi usada para descrever o que acontecia aos cidadãos hebreus. Em todos os outros lugares o termo é usado para a subjugação de nações estrangeiras. “A princípio, supõe-se que Salomão não tenha empregado nenhum israelita em seu jugo. Depois, quando ele esqueceu o Deus da compaixão, parece tê-los usado como escravos, tendo assim revivido a escravidão egípcia” (Adam Clarke, in loc.). A disposição de servir foi expressa pelos delegados, mas sob condições mais humanas e com a promessa lealdade ao novo rei.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1408.
Os representantes das tribos se dirigiram a ele, pedindo que fossem aliviadas das taxas a que eram submetidas. Assim que acertaram a reunião, povo enviou alguém para trazer Jeroboão do Egito, para vir e ser seu interlocutor. Eles não precisavam fazer isso: ele sabia que Deus o havia apontado e teria vindo ainda que não tivesse sido chamado, pois agora era a sua hora de esperar para tomar posse da coroa que lhe havia sido prometida. Em seu discurso:
Eles se queixam do último remado: teu pai agravou o nosso jugo (v. 4). Eles não se queixam da idolatria de seu pai e de haver se revoltado contra Deus. Aquilo que era a maior falta de todas não era nada para eles, tão descuidados e indiferentes estavam no que tocava aos assuntos religiosos, como se Deus e Moloque fossem o mesmo, de maneira que eles poderiam apenas viver em paz e não pagar nenhuma taxa. Mas a queixa era sem fundamento e injusta. Nenhum povo viveu mais em paz do que eles, nem com maior fartura. Eles pagavam taxas? Era para investir na força e na magnificência do seu reino. Se os edifícios de Salomão lhes custaram dinheiro, não lhes custaram sangue, como a guerra faria. Muitas mãos de servos foram empregadas neles? Não foram as mãos dos israelitas. Os impostos eram um fardo? Como poderiam ser, se Salomão importou ouro e prata em tal quantidade que a prata, em certo sentido, era tão comum como as pedras? De maneira que eles não faziam senão devolver a Salomão as coisas que eram de Salomão. Mais ainda, suponhamos que houvesse alguma privação colocada sobre eles, não haviam sido avisados antes que essa seria a maneira dos reis e mesmo assim quiseram um? O melhor governo não pode se safar de reprovação e censura, nem o de Salomão. Aos espíritos facciosos jamais faltará algo de que reclamar. Eu não conheço nada na administração de Salomão que pudesse fazer penoso o jugo do povo, a menos que, talvez, as mulheres a quem em seus últimos dias ele amou fossem coniventes em oprimir ao povo. Eles exigem que ele os alivie e sob essa condição continuarão leais à casa de Davi. Eles não pediram para ficarem completamente livres dos impostos, mas terem alívio de sua carga; isso era tudo o que queriam: poupar seu dinheiro, fosse a sua religião mantida e o governo beneficiado ou não. Todos cuidam somente das suas coisas.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 491-492.
2. A divisão do reino.
O autoritarismo do rei Salomão culminou no descontentamento das dez tribos do Norte, em contrapartida, as tribos de Judá e Benjamim, que ficavam ao sul de Israel, participavam ativamente do governo e faziam parte de sua corte. Quando Salomão morreu em 931 a.C., seu filho Roboão foi questionado pelos líderes de Israel, sob o comando de Jeroboão, sobre o aperto vivido por eles. O povo pediu para que Roboão diminuísse sua carga de trabalho (1 Rs 12.4), mas, ao contrário, seguindo o conselho dos jovens (v.10) e não dos anciãos (v.6), Roboão tornou o fardo ainda mais pesado para os trabalhadores (v.11). As dez tribos do norte, sob a liderança de Jeroboão, se rebelaram contra essa decisão e formaram um novo reino, o reino do Norte (1 Rs 12.16-20).
Comentário: A situação de opressão da parte do rei Salomão culminou na insatisfação das dez tribos do Norte. Em contrapartida, as tribos de Judá e Benjamim, que ficavam ao sul de Israel, participavam ativamente do governo de Salomão e faziam parte da sua corte.
Quando Salomão morreu em 931 a.C., o seu filho Roboão foi questionado pelos líderes de Israel, sob o comando de Jeroboão, sobre a situação de opressão vivida por eles. O povo pediu a Roboão para diminuir os trabalhos pesados dos ombros do povo (1 Rs 12.4), só que Roboão, seguindo o conselho dos jovens (v. 10) e não dos anciãos (v. 6), tornou o fardo dos trabalhadores ainda mais pesado (v. 11). As dez tribos do Norte, sob a liderança de Jeroboão, rebelaram-se contra essa decisão e constituíram um novo reino: o Reino do Norte.
A atitude de Roboão de endurecer ainda mais o peso de impostos e trabalhos forçados que Salomão impusera foi o estopim de uma série de eventos que já se vinham acumulando, como demonstrado anteriormente. Ele não levou em conta que a verdadeira liderança do povo é feita servindo-o, e não o explorando ainda mais; é feita com atitudes de humildade e sensibilidade para com aquilo que são as demandas que o povo traz. Não é atitude de rebaixamento ouvir e atender quando as reivindicações são justas, pois a carga tributária estava excessivamente alta. A solução que Roboão poderia ter tomado seria reduzir a máquina governamental, com corte de gastos e dispensa de boa parte do luxo a que estava acostumado. No entanto, abrir mão dos luxos tornou-se mais difícil do que o alto preço que o rei pagou para mantê-los. Certamente, o povo agora tinha menos gente pagando impostos, pois foi reduzido à Judá e Benjamim. Os altos custos, portanto, tiveram que ser obrigatoriamente cortados.
Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.
A Casa Real de Davi foi prontamente rejeitada pelos representantes das dez tribos do norte. Eles formariam uma nova casa real, a casa de Jeroboão, que seria um governo mais são. As tribos do norte tinham uma longa história de antagonismos, e já haviam rejeitado o governo de Davi (ver II Sam. 19.41-20.22). Fora com relutância que a parte norte do país aceitara, finalmente, o reinado de Davi. Além disso, havia o temor da guerra civil e de outras confusões. Agora, através da resposta tola dada por Roboão, antigos antagonismos rebentaram sob a forma de rebelião e cisma. Duas nações surgiram onde antes havia uma única.
Não há para nós heranças no filho de Jessé! Cf. II Sam. 20.1, que contém elementos quase idênticos. O antigo espírito de contenção e rebelião de súbito se renovou. Mas, naquele caso, Davi conseguiu corrigir as atitudes populares. Roboão, porém, não seria capaz de duplicar o feito de seu avô, nem mesmo tentou fazê-lo. Pairou uma ameaça de guerra civil, que por fim foi evitada (ver I Reis 12.21-24). Para tanto, porém, foi mister uma intervenção divina. A divisão foi necessária, mas não a guerra civil. A vontade divina impediu isso.
Às vossas tendas, ó Israel! Em outras palavras, os representantes das tribos do norte “voltaram para suas casas”. Não há nessas palavras nenhuma indicação de preparação para a guerra. Nos dias das perambulações pelo deserto, a população vivia em tendas. Embora agora contassem com casas que lhes serviam de residências fixas, estas continuavam, ocasionalmente, a ser chamadas de “tendas”. Cf. II Sam. 20.1.
Cuida agora da tua casa, ó Davi! Em outras palavras: “Agora tens teu próprio reino. Esqueça-te da parte norte, que não mais te pertence. Tu perdeste as dez tribos!”. Roboão, em sua arrogância, havia garantido para si mesmo um pequeno reino, a saber, a tribo isolada de Judá, que já havia absorvido as tribos de Simeão e Benjamim. Que Davi cuidasse daquele lugar miserável. De súbito, Roboão perdera a grandeza de Salomão e encerrara para sempre a época áurea de Israel. E o próprio Salomão era a causa desse lamentável estado de coisas (ver I Reis 11.11,12). “A ameaça ditatorial de Roboão alienou os súditos que sofriam. Ali eles secíonaram e quebraram a unidade das doze tribos” (Thomas L. Constable, in loc).
Quanto aos filhos de Israel. Os nortistas que tinham vindo residir em Judá decidiram permanecer onde estavam e suportar a Roboão como rei. Este versículo não aparece na Septuaginta, mas sua base é II Crô. 11.16, sendo possível que ela tenha sido acrescentado aqui por algum editor posterior, a bem da harmonização com o trecho paralelo. Todavia, em II Crônicas, a idéia é outra; trata das pessoas que deixaram o norte, por causa da adoração idólatra que ali havia sido instalada, para viver no sul. Eles queriam viver no sul por causa da adoração centralizada no templo de Jerusalém. Essa fé religiosa parecia-lhes mais importante do que acompanhar o cisma nortista, por mais justo que tenha sido esse cisma. O movimento para o sul, da parte de algumas pessoas, ocorreu quando Jeroboão expulsou os sacerdotes leviticos e criou um sacerdócio todo seu. Ademais, ele já havia entrado nos estágios iniciais da idolatria (ver II Crô. 11.15), Assim, o povo fugiu dali e submeteu-se ao governo de Roboão, a fim de conservar as antigas formas religiosas do yahwismo. Assim sendo, quando a poeira assentou, houve algumas mudanças de residência. Mas, na maior parte, o norte continuou o norte, e o sul continuou o sul.
Adorão, superintendente dos que trabalhavam forçados. Esse homem é mencionado aqui e em II Sam. 20.24. Formas variantes de seu nome são Adonirão e Hadorão. Era um dos oficiais de Salomão, e então passou a ser um dos oficiais de Roboão, encarregado do trabalho forçado e do tributo. Ao que tudo indica, o rei Roboão o tinha acompanhado, ou então não estava distante, porque, quando Adorão foi apedrejado, o rei precisou fugir para permanecer vivo. Parece que Roboão enviou Adorão como embaixador ao norte, talvez para tentar endireitar as coisas. Ou, o que é menos provável, para tentar continuar recebendo tributos das dez tribos do norte. Seja como for, Roboão continuava agindo como um tolo, tomando más decisões. Adorão era odiado de forma especial, e dificilmente era o homem certo para atuar como embaixador. E tentar obter mais tributos das tribos do norte era outro absurdo. O resultado foi que os homens do norte, sem fazer nenhuma pergunta, simplesmente apedrejaram o pobre homem até a morte.
Josefo ajunta que a missão de Adorão era de reconciliação e de um esperado diálogo (Antiq. 1.8, cap. 8, sec. 3). Mas Adam Clarke (in loc), supõe que o objetivo dele era de recolher os impostos regulares. Não há como solucionar essa questão. “A visão do homem que fora o capataz da opressão naturalmente despertou a multidão a uma nova explosão de fúria, do que resultou o assassinato deste, e talvez até ameaças a seu senhor, o qual teve de fugir apressadamente para Jerusalém” (Ellicott, in loc.).
O assassinato de Adorão foi outro acontecimento decisivo que confirmou a divisão do reino de Israel. As coisas tinham evoluído para além da possibilidade de reparo e, quando o autor sagrado escreveu este livro, a divisão continuava. Naturalmente, isso implica uma data pré-exílica, pelo menos quanto à seção à nossa frente, enquanto outras partes, com toda a probabilidade, foram adicionadas após os cativeiros. O cativeiro assírio pôs fim às dez tribos, do norte. Até então, as duas nações continuaram a existir, frequentemente em antagonismo.
Tendo ouvido todo o Israel que Jeroboão tinha voltado. O norte como um todo, exceto os poucos que migraram para o sul, por razões religiosas (ver o vs.
17), concordou em fazer de Jeroboão o novo rei. Não houve quem discordasse, nem houve tentativas de rebelião. Por consentimento unânime, Jeroboão foi reconhecido como o homem do momento, cumprindo assim a profecia de Aias (ver I Reis 11.35-37). O versículo sugere uma coroação formal, visto que Jeroboão foi chamado para tomar parte em uma assembléia formal. Essa assembleia provavelmente ocorreu em Siquém (ver I Reis 12.1 e suas notas expositivas).
Senão somente a tribo de Judá. Essa foi a tribo que permaneceu com Roboão, concordando com a expressão “uma tribo” de I Reis 11.13,32 e 36. Mas a Septuaginta adiciona aqui a tribo de Benjamim, porque o número tradicional das tribos era de doze. Não obstante, Benjamim havia sido absorvida por Judá, tendo deixado de existir como uma tribo separada e funcional, pelo que, de fato, só havia uma tribo no sul. Juizes 20, fala da quase aniquilação da tribo de Benjamim e, daquele tempo em diante, ela nunca foi uma tribo poderosa. O vs. 21 retém, contudo, a tribo de Benjamim. Havia uma distinção territorial, mas não uma distinção real, entre Judá e Benjamim.
Jeroboão fez de Siquém a sua capital (ver o vs. 25). Ele se tornou o rei de Israel, título que, para os nortistas, sem dúvida indicava que ele era “o único rei de Israel”, fazendo de Roboão um dissidente e um rei falso, que tinha seu pequeno reino para o sul.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1409-1410.
Rebelião, e Jeroboão Foi Feito Rei (12.16-20)
Os líderes de Israel já haviam apresentado sua queixa (12.4), mas não está claro se Jeroboão estava disposto a atender a alguma outra demanda caso fosse apresentada. Depois de receber a resposta dele, eles tiveram a certeza de que não seriam contemplados com nenhuma consideração por parte do descendente de Davi; portanto se perguntaram: “Que parte temos nós com Davi?” (16; cf. 2 Sm 20.1).
Esses são os fatos conhecidos sobre os eventos que aconteceram na época da divisão entre Judá e as tribos do Norte. O que está escrito nos versículos 17-20 reflete o ponto de vista de um evento já consumado. O reinado de Roboão ficou limitado a governar sobre Judá, inclusive sobre as tribos do Norte que habitavam as cidades de Judá (17). Mais tarde, Roboão acompanhou seu capataz, Adorão (18; cf. 4.6), em uma tentativa de persuadir as tribos do Norte; porém, Adorão foi apedrejado e Roboão quase perdeu a vida. A palavra tributo (18) deve ser entendida como “trabalho escravo” (Berk). Uma anotação feita pelo historiador indica que a rebelião contra a casa de Davi ainda não havia sido dominada por Roboão, ou pelos reis que o seguiram, até a data em que esse registro foi feito. Pouco tempo depois que a assembleia de Siquém havia se dissolvido, o povo novamente se reuniu e oficialmente escolheu Jeroboão como seu rei (20).
Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 315-316.
II – OS ERROS DE ROBOÃO
1. A repetição dos erros de Salomão. Ao tomar conselho com os anciãos e com os jovens, Roboão decidiu acatar o conselho dos jovens, demonstrando total despreparo para exercer a posição em que estava (1 Rs 12.8-11). O conselho dos anciãos dizia que a solução do problema era dar às dez tribos o que pediam. Isso significaria desacelerar o projeto de expansão e desenvolvimento do reino, mas também abrandaria os ânimos agitados do povo, evitando assim a ruptura (1 Rs 12.6,7).
Comentário: Algumas pessoas apenas usam Deus para conseguir atingir os seus propósitos e, quando os atingem, descartam Deus das suas vidas. Essa atitude esteve presente na vida de Roboão, conforme o texto bíblico: “Sucedeu, pois, que, havendo Roboão confirmado o reino e havendo-se fortalecido, deixou a lei do Senhor, e, com ele, todo o Israel” (2 Cr 12.1). Isso demonstra uma atitude superficial de confiança em um Deus que deve cumprir e satisfazer nossas necessidades, que serve para atingir os objetivos pessoais de forma egoística, sem realmente levar em conta a vontade divina e os seus preceitos. Uma pessoa assim até aparenta certa piedade e obediência, mas, em atingindo os seus objetivos por meio da fé que apenas espera os favores de Deus, afasta-se assim que possível, passando a confiar na sua capacidade e prosperidade. Essa atitude hipócrita de Roboão durou três anos (2 Cr 11.17). O problema de eleger uma fé utilitarista é o que originou as igrejas neopentecostais, cuja ênfase está nas bênçãos que Deus pode dar e na pouquíssima ênfase num compromisso de fidelidade e adoração a Deus como Senhor.
As ênfases neopentecostais têm influenciado e mudado o rosto do pentecostalismo no Brasil. Algumas igrejas, cuja linha teológica era anteriormente chamada de Pentecostalismo Clássico, em alguns casos, veem-se inclinadas a repetir, embora muitas vezes veladamente, algumas das práticas neopentecostais. Numa correlação religiosa, esse fenômeno é a repetição daquilo que algumas igrejas históricas fizeram em relação ao pentecostalismo: pentecostalizaram-se, assimilando essa liturgia e a ênfase no batismo no Espírito Santo e nos dons. Essa rotinização demonstra a volatilidade religiosa presente na religiosidade brasileira e na pósmodernidade, em que as espiritualidades encontram-se diluídas e volúveis na medida em que vão surgindo novas formas de religiosidade.
Hoje se percebe que a linha que separa o pentecostalismo do neopentecostalismo é muito tênue, o que leva a perguntar sobre a capacidade do pentecostalismo de manter-se firme nas suas tradições primordiais. Em algumas situações, essa assimilação neopentecostal tem-se mostrado forte. Quando da sua não assimilação, em algumas poucas situações, tem-se percebido um apego vigoroso à observância dos usos e costumes. Entretanto, certamente existem muitas situações em que o pentecostalismo tem feito uma boa transição no sentido teológico, caminhando para aberturas positivas sem comprometer a sua teologia ortodoxa. “
No neopentecostalismo, a prática da interpretação bíblica de revalorização do Antigo Testamento faz com que personagens deste contexto sejam reinterpretados e ressignificados, gerando novos arquétipos religiosos contemporâneos. Em certo sentido, pode-se afirmar que o Deus do Antigo Testamento, com as suas formas de ser adorado e venerado, assume, agora, o caráter de “Deus Mercado”, em que este dita as normas para ser corretamente adorado para poder-se obter o seu favor. Assim, o dinheiro assume caráter sagrado de oferta-sacrifício a ser oferecido sobre o altar do holocausto, realizando trocas simbólicas para merecer o favor de Deus. Dessa forma, volta-se para a religiosidade primitiva da magia, em que a ira da divindade, para abençoar as colheitas ou evitar doenças, teria que ser aplacada por meio de sacrifícios e oferendas.
Quando se atrela religiosidade à prosperidade, está-se sugerindo às pessoas que as duas coisas são inseparáveis. Portanto, não ser próspero, perder os bens ou estar doente é sinônimo de falta de Deus. Assim, Deus só pode ser adorado nessas igrejas enquanto tem capacidade de dar alguma coisa, gerando-se um discipulado raso e que sucumbe facilmente aos percalços da vida. Essa parece ser a lógica de Roboão durante os anos que supostamente serviu a Deus. Será que Roboão foi o primeiro neopentecostal?
Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.
Tomou o rei Roboão conselho. A Consulta. Roboão ainda nada decidira sobre a questão. Assim sendo, solicitou três dias para considerar a questão e, nesse prazo, consultou seus sábios, conselheiros, oficiais, anciãos, os subchefes da nação, de várias profissões e ofícios. Provavelmente havia obras públicas em andamento que Salomão não terminara, e elas eram agora responsabilidade de seu filho, Roboão. Os custos do trabalho eram elevados, e muitas pessoas eram necessárias nesse tipo de trabalho. As tribos do norte eram vitais para tal programa, pois elas sempre haviam carregado a parte maior do peso. Havia, pois, muita coisa em jogo para o novo rei. Provavelmente, ele queria tolamente manter a grandeza de seu pai e terminou tomando más decisões por causa de maus motivos.
O rei Roboão consultou dois grupos: os homens antigos que conheceram e sen/iram a Salomão (vs. 7); e os homens novos que cresceram com Roboão, um bando de jovens cruéis, gananciosos e extremamente ambiciosos, que deram a ele um conselho desastroso (vs. 8).
O Bom Conselho. Os homens de mais idade, que tinham servido durante o reinado de Salomão, recomendaram um tratamento mais justo e humano, com o alívio das tribos do norte, o que poderia torná-los súditos leais. “Condescende diante deles; conduza-te de maneira humilde… agrada-os e serve-os” (John Gill, in loc.). Tal conduta haveria de conquistá-los como amigos e súditos leais, de modo que ele não deveria antagonizá-los e levá-los à revolta.
O Mau Conselho. Os jovens, que tinham crescido em companhia de Roboão e nada conheciam da sabedoria salomônica, eram arrogantes e gananciosos, cruéis e destituídos de coração. E eles também se mostraram convincentes, porquanto contra todo o bom senso foi com eles que Roboão acabou concordando. Esses jovens eram nobres mimados, filhos de oficiais e chefes, que sempre tiveram tudo em abundância e não compreendiam a agonia do povo comum. O rei estava com cerca de 40 anos de idade na época (ver I Reis 14.21) e deveria ter tido sabedoria suficiente para perceber as falácias dos jovens. Os vss. 9-11 contêm o terrível conselho que os mais jovens deram ao rei. O próprio rei era, ao mesmo tempo, estúpido e arrogante, embora estivesse acostumado a ouvir palavras de sabedoria.
Elementos dos Maus Conselhos:
- l/s. 5. Enquanto as tribos do norte queriam medidas que aliviassem o pesado jugo que Salomão lhes impusera, de modo geral, esse jugo tomar-se-ia ainda mais pesado que antes. Cf. com o vs. 4 deste capítulo, cujas notas também se aplicam aqui. A ganância aumentaria; o trabalho forçado aumentaria; a cobrança de impostos aumentaria.
- Vs. 10. O peso aumentado tornar-se-ia esmagador e totalmente debilitador. O dedo mínimo de Roboão ficaria mais grosso que a cintura de Salomão, O pesado jugo de Salomão tornar-se-ia leve em comparação com o jugo muito mais pesado do novo rei.
Era costume educar o herdeiro do trono junto com os jovens nobres do reino. O intuito era estimular o novo rei a ultrapassar os outros jovens privilegiados. Ademais, essa seria uma oportunidade de saber quais contemporâneos ele deveria escolher para ajudá-lo: futuros ministros, auxiliares, chefes etc. Israel, ao que tudo indica, também seguia esse costume, mas no caso de Roboão e de seus amigos não havia muita sabedoria no grupo.
- l/s. 11. O jugo já pesado seria aumentado tanto que se tornaria virtualmente insuportável. Por quê? Para escravizar de modo absoluto, de forma que os servos se tomassem escravos que produzissem um trabalho barato, o que seria bom para as ambições de Roboão, mas muito ruim para o próprio povo de Israel.
Nos grupos de trabalho forçado, Salomão usava o chicote para certificar que nenhum homem teria um minuto sequer de descanso. Sob o novo rei, esses chicotes tornar-se-iam escorpiões. Provavelmente está em pauta o tipo de chicote que os romanos usavam, equipado com uma ponta de metal posta a intervalos, para adicionar dor e injúria às chibatadas. Tal chicote era chamado de “escorpião” por ser capaz de ferroar suas vítimas. Vários intérpretes antigos descreveram de forma diferente o tipo de chicote que poderia ser chamado de “escorpião”, mas a expressão, na verdade, é uma metáfora para indicar um tratamento cruel para os escravos, incluindo espancamentos brutais, sem especificar algum tipo especial de chicote que porventura fosse usado.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1408.
A decisão de Roboão (12.5-11). Primeiramente, Roboão consultou aqueles que haviam servido sob seu pai Salomão, provavelmente os que haviam sido relacionados como oficiais em 4.1ss. O conselho que recebeu foi para aliviar a carga dos impostos, pois aparentemente reconheciam que a queixa era justificada.
Essa é a primeira afirmação direta em relação aos impostos que Salomão havia instituído; porém, essa taxação está implícita em sua organização fiscal e administrativa (4.7-19) e em suas disseminadas atividades de construção, industrial e comercial. Entretanto, pode parecer que muitas das despesas dessas atividades eram cobertas por impostos e taxas coletados dos estados vassalos (10.14,15). Embora essa queixa tivesse fundamento, ela também pode ter se originado do ciúme e da inveja, pois a maior parte do dinheiro era gasta na cidade de Jerusalém e nas de Judá, ao Sul.
Os jovens da própria geração de Roboão insistiam em medidas mais rigorosas, e sua linguagem figurada indicava uma atitude tirânica; eles o aconselharam a exagerar (10), a colocar um certo abuso em sua autoridade, a exceder o rigor de seu pai na medida em que seu “dedo mínimo” fosse mais grosso que os “lombos” (coxas) de seu pai. Escorpiões (11) é uma referência às bordas em farpas na extremidade de um açoite. Embora tenha procurado o conselho de outros, ele se baseou em sua própria decisão, isto é, aumentar a carga de impostos e não aliviá-la (12-14). Ele escolheu, de forma egoísta, seguir o curso de um tirano ao invés de caminhar na trilha de um servo, exatamente o que o rei de Israel deveria ser. Escolher entre ser um egoísta ou um servo é uma decisão que muitos, além de Roboão, já tiveram que tomar.
Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 315.
2. Os maus conselhos dos amigos de Roboão. o seguir os conselhos dos jovens, Roboão assinou sua própria sentença: as dez tribos se rebelaram e sob seu domínio ficaram apenas duas (Judá e Benjamim). Roboão deu ouvidos aos maus conselheiros e isso o levou à ruína (1 Rs 12.13).
Comentário: Os conselhos dos anciãos eram muito valorizados nas culturas antigas, como também na cultura israelita. Tanto Davi quanto Salomão tinham vários sábios e anciãos que lhes ajudavam a tomar decisões importantes no reino (2 Sm 15.12; 1 Cr 27.34).
Roboão (1 Rs 11.43) tinha 41 anos quando subiu ao trono e reinou 17 anos no Reino do Sul. Em idade, era um homem maduro, mas em experiência e sensatez, não. Ao tomar conselhos com os anciãos e com os jovens, decidiu acatar os conselhos dos jovens. Dessa forma, Roboão demonstrou total despreparo para exercer a posição em que estava. Os conselhos dos anciãos direcionavam para a resolução do problema. Dar às dez tribos o que eles pediam significava parar, em boa medida, com o projeto de expansão e desenvolvimento do reino, mas também significaria abrandar os ânimos agitados e evitar a ruptura a qualquer custo. Certamente que os anciãos já estivessem plenamente apercebidos do perigo que o reino corria já na época de Salomão, pelo que queriam evitar a divisão do reino, mas os seus sábios conselhos foram preteridos pelos dos mais jovens, que eram afoitos e inexperientes.
Ao optar por seguir os conselhos dos jovens, Roboão assinou a sua própria sentença: as dez tribos rebelaram-se e, sob o seu domínio, ficaram apenas duas: Judá e Benjamim. Roboão deu ouvidos aos maus conselheiros e aos seus maus conselhos, e isso o levou à ruína. Maus conselhos podem provocar um estrago irremediável na vida de uma pessoa. Roboão, ao acatar os conselhos dos jovens, acatou a sua própria insensatez e aos seus próprios desejos e vontades, que, ao invés de estarem entregues a Deus, estavam entregues a ele próprio e às suas aspirações de grandeza.
O conselho que lhe deram foi baseado num dito popular: “Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai” (1 Rs 12.10c); e ainda: “[…] meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões” (v. 11). Isso foi uma resposta estúpida e grosseira que aprofundou ainda mais a crise e a revolta no meio do povo, que queria ver-se livre da impiedade e sofrimento contínuos imposto por Salomão. Se não fosse pela interferência divina por intermédio do profeta Aías, Roboão teria até guerreado contra os seus irmãos do Norte.
A decadência do reinado não se percebe somente pela ruptura do reino, mas também pelo incremento da idolatria, que já havia sido iniciado por Salomão e pela invasão do rei do Egito, que levou os escudos de ouro, que foram substituídos por escudos de bronze — um claro sinal de empobrecimento do reino.
Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.
Desprezara o conselho que os anciãos lhe haviam dado. Roboão rejeitou os conselhos corretos que os homens de mais idade haviam dado. E fez isso deliberadamente, influenciado por seu próprio coração endurecido e pelo conselho dos jovens nobres, que nada conheciam sobre as dores do povo.
“De maneira brutal, ele lhes falou com palavras duras, em meio a severas ameaças, todas inspiradas para demonstrar tal espirito por seus jovens conselheiros” (John Gill, in loc).
Porventura Yahweh endureceu o coração de Roboão, conforme fizera com o Faraó (ver Êxo. 7.13)? Ver também I Reis 15.15. Lembre-se o leitor de que o Faraó também endureceu o próprio coração (ver Êxo. 8.32), o que significa que o divino e o humano trabalharam na direção do mesmo alvo. No caso do Faraó, foi necessário que seu coração se endurecesse daquela para que houvesse uma luta entre Yahweh e o Egito, através da qual o poder e a glória de Yahweh seriam exibidos. No caso de Roboão, entretanto, o endurecimento, tanto divino quanto humano, foi necessário para dividir o reino e punir a idolatria apóstata de Salomão. Esse evento foi necessário, assim como o endurecimento de seu coração. Poderia esse acontecimento ter sido impedido? Podemos responder com um sim, em razão da sabedoria de Roboão e do arrependimento de seu pai, com o abandono dos abusos. Nisso, o livre-arbítrio (ver a respeito no Dicionário) poderia ter entrado em ação. Não obstante, provavelmente é correto supor que o destino também estivesse envolvido, pois o reino tinha de ser dividido. Nesse caso, a vontade de Deus, inescrutável para nós, entrou em operação, visando um propósito maior. Israel tinha de cair a fim de que a Igreja pudesse surgir, e a divisão do reino em dois contribuiu de alguma forma para isso. Israel, porém, será restaurado, embora através de outra operação da vontade divina (ver Rom. 11.26,27).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1409-1410.
O rei Jeroboão nomeou os próprios sacerdotes e transformou as dez tribos do Norte num centro de idolatria, mas, durante três anos, Roboão manteve o povo de Judá fiel à lei de Moisés. Em decorrência disso, os sacerdotes e levitas em Israel que eram dedicados ao Senhor foram para Judá e enriqueceram grandemente a nação. Alguns sacerdotes e levitas simplesmente “recorreram a Roboão” (v. 13) e permaneceram em Israel, mas outros abriram mão de suas propriedades em Israel e se mudaram de vez para Judá (v. 14) Outro grupo permaneceu em Israel, mas viajava para Jerusalém três vezes por ano a fim de comparecer às festas anuais (v. 16).
WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 443.
3. O cuidado com os conselhos. Quando o orgulho se torna o centro de nossas vidas, ficamos à mercê de nós mesmos e não conseguimos discernir entre o bem e o mal; assim foi com Roboão (Pv 28.26). A falta de sábios conselhos pode levar o ser humano ao declínio moral, ético e espiritual, tornando-o empobrecido e decadente.
Comentário: A palavra hebraica para conselho neste texto em apreço é ‘etsâ, cujo significado é dar conselho, mas existe outra palavra no hebraico que é tahhulâ, que significa direção ou orientação, no sentido de puxar as cordas de um navio para dirigi-lo, expressando que o conselho é cheio de forças e pode mudar o rumo das circunstâncias.
Na Septuagima, ‘etsâ foi traduzido por boule, com muito mais significado teológico, expressando a presciência da imutável vontade divina, significando que o conselho de Deus é perfeito e imutável, apontando para Jesus, o Maravilhoso Conselheiro (ver Is 9.6). Nesse sentido, o salmista lembra que “o Senhor desfaz o conselho das nações; quebranta os intentos dos povos. O conselho do Senhor permanece para sempre; os intentos do seu coração, de geração em geração” (Sl 33.10,11).
Deus concede-nos a graça de podermos contar com os conselhos de nossos amigos, que é como “o óleo e o perfume [que] alegram o coração; assim a doença do amigo, com o conselho cordial” (Pv 27.9).
Portanto, buscar conselho é um gesto de humildade e dependência de Deus, pois é Ele que nos permite ser assim orientados, pois nossa limitação humana não consegue organizar todas as questões, nuances e perspectivas de um caminho a tomar ou um problema a resolver. “Onde não há conselho os projetos saem vãos, mas, com a multidão de conselheiros, se confirmarão” (15.22); “[…] há vitória na multidão dos conselheiros” (24.6b). É o próprio Senhor Deus quem revela o seu conselho a nós pessoalmente e também por meio dos amigos, como o salmista afirma: “O conselho do Senhor é para aqueles que o temem, e ele lhes faz saber o seu pacto” (Sl 25.14, JFAA).
Devemos escolher de quem tomar conselho, pois o exemplo de Roboão adverte-nos bem quanto a isso. Se buscamos um conselho que queremos ouvir, já estamos num caminho perigoso: “O caminho do tolo é reto aos seus olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio” (Pv 12.15). O salmista ora a Deus para que o proteja de conselhos ruins dos mal-intencionados: “Esconde-me do secreto conselho dos maus e do tumulto dos que praticam a iniquidade” (Sl 64.2). Há uma advertência contra os que tomam conselho dos ímpios: “Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores” (Sl 1.1).
Quando o orgulho que pode haver em nós torna-se o centro de nossas vidas, ficamos à mercê de nós mesmos e não conseguimos discernir entre o bem o mal, entre um bom ou um mau conselho, como aconteceu com Roboão. Maus conselhos levam o ser humano para a queda espiritual, para o declínio moral e ético, tornando-o empobrecido e decadente. Quem dá conselhos insensatos ao rei, ao líder ou ao pastor, não se importando com as consequências que ele sofrerá devido aos conselhos, é o tipo de conselheiro que não aconselha em amor; pelo contrário, ele ama a si próprio e está preocupado apenas em agradar e em falar o que o rei quer ouvir para, dessa forma, garantir o seu lugar à sua mesa. Quando um líder não percebe a astúcia, os interesses egoístas e a bajulação dos seus conselheiros e liderados, ele está fatalmente destinado ao fracasso.
Essa tem sido a atitude de muitos líderes que perderam o seu senso de dependência de Deus e tornaram-se reféns de artimanhas maldosas das pessoas que o cercam, preferindo a servilidade e a subserviência de pessoas fracas e de caráter duvidoso a cercar-se de pessoas sábias, independentes e que conseguem enxergar além para o benefício da obra de Deus ou de algum empreendimento qualquer.
O líder sábio tem ciência de que maus conselhos podem arruiná-lo e que maus conselheiros podem provocar um estrago na sua vida e na sua liderança e, por isso, não admite que tais conselheiros estejam à sua volta.
Quando o crente tem Deus como o seu guia, ele não toma conselhos com pessoas que lhe falarão o que ele quer ouvir, mas decidirá por ouvir pessoas que lhe falem verdadeiramente o que precisa ser falado, mesmo que isso doa e confronte as suas próprias concepções. O crente guiado por Deus não tem a si mesmo como o fiel da balança, mas humildemente admite que, assim como qualquer pecador, ele também pode falhar ou estar errado, reconhecendo, portanto, que o único conselheiro confiável é Deus.
Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.
O que confia no seu próprio coração é insensato. O homem bom não confia em ganhos materiais e caminhos dúbios para adquirir riquezas (vs. 25); também não confia no próprio coração, nos próprios esquemas e planos para obter o que necessita, material ou espiritualmente. Pelo contrário, confia no Senhor (ver Pro. 28.25b). O homem que confia em si mesmo é um insensato tão grande como aquele que confia no ganho secular. Essas duas coisas estão na mesma classificação das “coisas humanas”. “Confiar nas próprias habilidades é uma insensatez concentrada. Um sábio confia em Deus. Quanto à mente, ver Pro.
2.2. Aqui essa palavra poderia ser traduzida por ‘eu’, pois a mente é o homem” (Charles Fritsch, in loc). A mente é o construtor. É daí que as coisas procedem. Mas o mestre convoca os seus ouvintes a uma confiança superior, a saber, no divino Construtor. Examinando a segunda linha, compreendemos que o homem insensato está a caminho da ruína. Ele não será livrado da destruição.
“Ele não cederá diante de sua própria vontade e de seus próprios impulsos (ver Pro. 3.5,7; 23.4; Osé. 10.13)” (Fausset, in loc.).
Antítese. Em contraste com o insensato egocêntrico, o sábio anda na sabedoria da lei. Ver no Dicionário o verbete chamado Andar. Ele será livrado de calamidades, de vexames e da morte prematura. Um homem sábio terá inteligência dada por Deus para evitar perigos e abismos, pelo que terá vida longa, próspera, saudável e útil. A sabedoria começa com o temor do Senhor (o lema do livro de Provérbios). O sábio estará em segurança. Ver Pro. 3.5,6; 28.18 e 29.25.0 Targum diz aqui: “Ele será protegido do mal”.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 2680.
O coração não é um bom mestre. Ele é enganoso e desesperadamente corrupto. E do coração que procedem os maus desígnios. Confiar no próprio coração, portanto, é consumada tolice. John Locke diz que o ser humano é produto do meio. Mas a verdade dos fatos é que o meio é produto do ser humano. A corrupção da sociedade não vem de fora; vem de dentro do coração humano. Não é o poder que corrompe; o poder revela os corrompidos. O coração humano é o laboratório no qual todas as maldades são processadas. E o útero no qual é gestado todo engano e insensatez. Confiar em si mesmo, consequentemente, é caminhar por uma estrada escorregadia cujo destino é a perdição. Por outro lado, aquele que anda em sabedoria será salvo. Sabedoria é olhar para vida com os olhos de Deus. E ver a vida como Deus a vê. E sentir as coisas com o coração de Deus. E tomar as decisões que Jesus, a nossa Sabedoria, tomaria. Aqueles que seguem as pegadas da Sabedoria andam em segurança, são poupados de acidentes de percurso e chegam salvos e seguros a seu bem-aventurado destino. A autoconfiança é insensatez; ela pavimenta o caminho da queda. Mas a sabedoria é livramento; ela nos conduz com passos resolutos rumo à glória.
LOPES. Hernandes Dias. Provérbios, Manual de sabedoria para a vida. Editora Hagnos. pag. 585.
III – O REINADO E A IDOLATRIA DE JEROBOÃO
1. A rebeldia de Jeroboão. Jeroboão, filho de Nebate, pertencia à tribo de Efraim, foi o primeiro rei do Norte e reinou por 22 anos em Israel. Ainda jovem, Jeroboão serviu ao rei Salomão, que se agradou de seu trabalho e o nomeou chefe dos servos da casa de José (1 Rs 11.28). Todavia, durante o reinado de Salomão, Jeroboão se rebelou contra ele, e Aías, o profeta, lhe comunicou que Deus o havia escolhido para reinar sobre as dez tribos de Israel (1 Rs 11.29-31). Sabendo disso, Salomão tentou matá-lo, mas sem sucesso, pois ele se refugiou no Egito e lá permaneceu até a morte de Salomão (1 Rs 11.40).
Comentário: Jeroboão, filho de Nebate, pertencia à tribo de Efraim e foi o primeiro rei do Reino do Norte e reinou por 22 anos em Israel. Ainda jovem, Jeroboão serviu ao rei Salomão, que se agradou do seu trabalho e nomeou-o chefe dos servos da tribo de José (1 Rs 11.28) e, portanto, conhecia o intrincado esquema de impostos do reino e as reclamações do povo. Ele era um homem laborioso, de grande vigor e habilidade. Todavia, durante o reinado de Salomão, Aías, o profeta, comunicou a Jeroboão que Deus havia-o escolhido para reinar sobre as dez tribos de Israel e que o reino seria dividido como consequência do pecado de idolatria cometido por Salomão (1 Rs 11.29-38). Logo em seguida, Jeroboão rebelou-se contra o rei. Sabendo disso, Salomão tentou matá-lo (1 Rs 11.40), mas sem sucesso, pois o mesmo se refugiou no Egito e lá permaneceu até a morte de Salomão.
Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.
A Causa Divina. O autor sagrado teve o cuidado de registrar o encontro do profeta Aias com Jeroboão. Embora houvesse causas humanas (econômicas e de relações públicas), conforme ilustra com detalhes o capítulo 12, a causa primária da divisão do reino de Israel em duas porções — norte e sul – foi o julgamento divino. A idolatria de Salomão precisava ser tratada com severidade, e a casa de Davi sofreria um grande recuo. Entrementes, a estrela de Jeroboão se elevava, enquanto caía a estrela de Salomão, bem como a estrela do reino de Israel, porquanto agora o país já estava na vereda do cativeiro.
A revolta, sem dúvida alguma, teve o forte apoio da casa de Eli, que havia favorecido a Saul. Posteriormente, o profeta tornou-se amargamente hostil a Jeroboão, mas isso não faria a nação de Israel recuperar a sua unidade. Ver no Dicionário o artigo chamado Aias, no primeiro ponto, quanto a detalhes. Anos mais tarde, Aias anunciou a queda de Jeroboão (ver I Reis 11.29-40 e 14.2-18). Jeroboão, afinal, conduziu a nação do norte (Israel) à idolatria, e assim ficou sujeito à ira do profeta e de Yahweh, com resultados desastrosos.
E isso se tornou em pecado. Os dois bezerros colocados por Jeroboão, um em Betei e outro em Dã, constituíram pecado. O profeta Aias teve uma conversa particular com Jeroboão, em um campo. Ele tinha vestido uma veste nova para o encontro, porque essa veste haveria de tornar-se uma vívida lição objetiva. De súbito, o profeta tirou a veste nova e rasgou-a em doze pedaços, sem dúvida diante dos olhos assustados do futuro rei. Os doze pedaços representavam as doze tribos de Israel, que até ali tinham estado unidas, tal como, antes da rasgadura, havia só uma peça de fazenda. Alguns intérpretes pensam que a veste pertencia ao próprio Jeroboão, mas as melhores traduções parecem indicar que ela era mesmo propriedade do profeta.
Doze. Esse sempre foi o número tradicional das tribos de Israel, e pelo momento o profeta Aias ignorou o fato de a tribo de Benjamim ter sido absorvida pela tribo de Judá, de maneira que, na realidade, havia somente uma tribo no sul. Ver I Reis 11.13.
Jeroboão recebeu dez pedaços das vestes rasgadas, simbolizando as dez tribos do norte que passaram a chamar-se Israel, em contraste com Judá (a parte sul). Vieram à existência duas nações, onde antes só havia somente uma, o reino unido.
Yahweh-Elohim, o Deus Todo-poderoso e Eterno tinha ordenado a divisão do reino unido e também a entrega de dez das tribos a Jeroboão, que se tornou assim o agente da divisão. No entanto, à semelhança de Salomão, Jeroboão começaria bem e terminaria mal (e com o mesmo antigo inimigo, a idolatria).
A incumbência dada pelo profeta segue, com todos os detalhes, o que lemos no livro de Deuteronômio, tal como sucedera na incumbência de Yahweh a Salomão (ver I Reis 3.14 e 9.1-9). A lei de Moisés é que tornava Israel um povo distinto (ver Deu. 4.4-8). A forma como Israel tratasse a legislação mosaica é que seria uma bênção ou um desastre.
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1405-1406.
2. Jeroboão, o primeiro rei do Norte.Após a divisão do reino, Jeroboão foi nomeado rei pelas dez tribos de Israel e estabeleceu seu trono em Siquém (1 Rs 12.20,25). Temendo que a peregrinação dos judeus ao Templo para adoração pudesse promover a reunificação do reino, Jeroboão mandou erigir dois santuários de adoração com bezerros de ouro, um ao norte, em Dã, e outro ao sul, em Betel (1 Rs 12.28,29), a fim de evitar que o povo fosse a Jerusalém. A atitude idólatra de Jeroboão resultou no castigo divino sobre ele e sua família (1 Rs 14.7-14).
Comentário: Após a ruptura, Jeroboão foi nomeado rei pelas dez tribos de Israel e estabeleceu o seu trono em Siquém. Temendo que a peregrinação dos judeus ao Templo para adoração pudesse promover a reunificação da nação, Jeroboão mandou erigir dois santuários de adoração com bezerros de ouro; um ficava ao norte, em Dã, e o outro ficava ao sul de Israel, em Betel, para evitar que o povo fosse a Jerusalém. A atitude idólatra de Jeroboão acarretou o castigo de Deus sobre a sua vida e a da sua família (1 Rs 14.7-14). Ele foi um líder idólatra que levou toda uma nação a cair nesse abominável pecado.
Jeroboão tomou para si o poder absoluto em Israel, tomando decisões de um déspota (1 Rs 13.33), o que foi prova de que as pretensões do povo de livrar-se da dinastia davídica foi um equívoco, pois os primeiros atos de Jeroboão foram tomados de decisões que arruinaram o povo em vários sentidos: ele criou ídolos para serem cultuados pelo povo e dizia que esses falsos deuses que tiraram Israel do Egito, pois ficou com medo de que o povo retornasse para Jerusalém a fim de adorar a Deus, o que facilitaria uma revolta contra ele; ele edificou altares, locais de culto e instituiu práticas abomináveis (1 Rs 13.32; 2 Rs 17.29), desviando, assim, o povo do verdadeiro local de culto; Jeroboão também introduziu sacerdotes que não eram levitas, sem qualquer preparo espiritual, o que levou à fuga dos sacerdotes verdadeiros (2 Cr 11.13,14) e impôs um novo calendário religioso antecipando-se à Festa dos Tabernáculos para evitar que o povo fosse a Jerusalém (1 Rs 12.32).
Apesar da terrível idolatria e rebelião, uma intensa atividade profética ocorreu durante o reinado de Jeroboão. Isso demonstra que Deus, apesar da desobediência do rei e do povo, nunca deixa de agir.
Dois capítulos de Reis são destinados a esses ocorridos (1 Rs 13 e 14).
Enquanto o rei sacrificava em altares pagãos, um “homem de Deus” (1 Rs 13.1) chegou a Jeroboão e proferiu uma dura sentença contra ele. Quando, porém, o rei quis revidar e matar o profeta, a sua mão definhou, e ele teve que rogar ao profeta para que Deus restituísse-lhe a mão (1 Rs 13.4-6). Aqui se percebe a fidelidade do homem de Deus, pois, apesar da oferta feita por Jeroboão para recompensar a cura da sua mão, o profeta não aceitou (1 Rs 13.8). Porém, ao ser enganado por outro profeta (1 Rs 13.18), aquele profeta desobedeceu a ordem do Senhor e foi morto por um leão à beira do caminho (1 Rs 13.24).
Mais tarde, quando o filho de Jeroboão ficou doente, Deus novamente lhe falou por intermédio do profeta Aías, o mesmo que havia profetizado a ascensão de Jeroboão ao trono e que agora estava velho e cego. Ele, porém, foi avisado por Deus sobre o disfarce da mulher de Jeroboão, e deu-lhe uma dura sentença de extermínio de todo o seu reinado e, inclusive, da sua descendência (1 Rs 14.7-16).
Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.
Os dois lugares estavam separados por uma distância de cerca de 160 quilômetros. Dã ficava no extremo norte, e Betei no extremo sul de Israel. Isso facilitava as cerimônias de adoração e permitia a todo o Israel pronto acesso a esses dois santuários. Jeroboão suponha que, se ele facilitasse essa adoração, seria possível substituir Jerusalém e seu templo. Betei, naturalmente, era um antigo lugar santo. Meu artigo sobre essa cidade ilustra isso. Dã, em contraste, era apenas um bom lugar “ao sul”, uma localização conveniente para um novo santuário.
“A idolatria de Salomão havia preparado o povo para as abominações de Jeroboão!” (Adam Clarke, in loc.).
12.30
Cada um para adorar o bezerro. Neste versículo, a versão de Luciano menciona tanto Betei quanto Dã, repetindo a informação do versículo anterior. A Revised Standard Version segue essa versão. Nossa versão portuguesa, no entanto, segue o texto massorético e fala somente sobre Dã. A versão de Luciano parece ser a correção de um texto mais difícil para um texto mais fácil. Não sabemos dizer por que o autor sacro não repetiu aqui o nome de Betei, mas é provável que se trate apenas de um esquecimento, sem nenhum propósito oculto. Ver sobre o texto massorético no artigo intitulado Massora (Massorah) Texto Massorético, no Dicionário. Ver também Manuscritos do Antigo Testamento, seção VII.
Dois santuários principais, portanto, permitiam que a parte norte da nação exibisse seu impulso devocional, sem ter de fazer as três viagens anuais a Jerusalém (ver o vs. 27). Jeroboão fez bom uso da conveniência para servir às suas finalidades políticas.
12.31
Outras provisões para a adoração foram o uso de lugares altos e bosques de árvores em locais elevados. Ali, sem dúvida, desenvolveram-se muitos santuários secundários e em breve Jeroboão contava com grande pluralidade de adorações, em lugar da adoração monista de Jerusalém e seu templo. Ver no Dicionário o artigo chamado Lugares Altos, quanto a detalhes sobre as formas de adoração.
Em seguida, Jeroboão instituiu um sacerdócio “popular e democrático”. Pessoas comuns foram transformadas em sacerdotes, embora não fossem levitas. A legislação mosaica só permitia que descendentes de Arão, da linhagem de Levi, fossem sacerdotes; ao passo que a tribo geral de Levi tornou-se uma casta sacerdotal, e não mais uma tribo. Ver no Dicionário o artigo chamado Sacerdotes e Levitas, quanto a completas explicações. Isso foi simplesmente ignorado, e uma prática inteiramente nova tomou seu lugar. Em tempos bem antigos, não-levitas (por exemplo, chefes de família), também eram sacerdotes. Mas com a vinda da lei mosaica houve restrições. Ver Êxo. 6.18,20 e 28.1. Os levitas tomavam conta de todos os aspectos do serviço sagrado, incluindo trabalho manual. Dentre eles, eram ordenados sacerdotes que se ocupavam diretamente dos rituais divinos e dos sacrifícios. Jeroboão recusou-se a continuar essa tradição e despediu os sacerdotes levíticos, os quais então migraram para Judá (II Crô. 11.14).
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1411.
O modo como ele fez isso foi impedindo o povo de subir a Jerusalém para adorar. Aquele era o lugar que Deus tinha escolhido para ali colocar o seu nome. O Templo de Salomão estava ali, do qual Deus tinha tomado posse solene em uma nuvem de glória, à vista de todo o Israel, o que estava na memória de muitos que então viviam. O sacerdote do Senhor atendia ali no altar, lá todo o Israel devia guardar as festas e para lá ele devia trazer seus sacrifícios.
Sendo assim:
- Jeroboão temia que se o povo continuasse a fazer isso, logo retornaria à casa de Davi, fascinado pela magnificência,
tanto da corte quanto do Templo. Se o povo fosse fiel à sua antiga religião, ele voltaria para seu antigo rei. Podemos supor que, se ele tivesse tratado com Roboão no tocante a se conduzirem com segurança, ele e o seu povo, para entrar e sair de Jerusalém nos tempos apontados para suas festas solenes, isso não lhe seria negado; mas ele não teme que o povo seja levado de volta pela força, mas voluntariamente, a Roboão.
- Por isso, ele os dissuadiu de subirem a Jerusalém, fingindo preocupar-se com seu bem-estar: “Muito trabalho vos será o irdes tão longe para adorardes a Deus (v. 28). É um jugo pesado e é hora de sacudi-lo de vós; tendes ido longe o suficiente até Jerusalém’’ (lêem alguns). “0 Templo ao qual estais acostumados, não parece tão glorioso e sagrado como antigamente” (glórias que se podem perceber com os sentidos murcham gradualmente na estima dos homens); “tende vos libertado de outros fardos, libertai-vos desse também: por que nós devemos estar agora mais presos a um lugar do que no tempo de Samuel?”
- Ele providenciou para que houvesse a assistência à devoção do povo em seu próprio reino. Após consulta com alguns de seus políticos, ele decidiu o seguinte: levantar dois bezerros de ouro, como sinais ou símbolos da presença divina, e persuadir o povo de que ele podia tanto ficar no país e oferecer sacrifícios àqueles quanto ir a Jerusalém para adorai’ diante da arca: e alguns são tão tolerantes a ponto de pensar que eles foram feitos para representar o propiciatório e os querubins sobre a arca; mas, é mais provável que ele tenha adotado a idolatria dos egípcios em cuja terra ele tinha permanecido por algum tempo e que adoravam seu deus Apis na forma de um boi ou bezerro. (1) Ele não podia se encarregar da construção de um templo de ouro, como Salomão tinha feito; dois bezerros de ouro era o máximo que ele tinha condições de bancar. (2)Sem dúvida, ele pretendia com eles representar, ou melhor, fazer presente, não algum falso deus, como Moloque ou Quemos, mas apenas o verdadeiro Deus, o Deus de Israel, o Deus que os trouxera da terra do Egito, como ele declara no versículo 28. De maneira que isso não foi nenhuma violação do primeiro mandamento, mas do segundo. E ele escolheu assim conquistar a devoção do povo porque sabia que havia muitos deles que amavam imagens, e que por causa dos bezerros iriam, de boa vontade, romper com o templo de Deus, onde todas as imagens eram proibidas. (3) Ele levantou duas, para gradualmente fazer o povo parar de crer na unidade da divindade, o que abriria caminho para o politeísmo dos pagãos. Ele erigiu as duas em Dã e em Betei, uma na extrema fronteira de seu país, ao norte, a outra ao sul, como se elas fossem as guardiãs e protetoras do reino. Betei estava próxima de Judá. Ele levantou uma imagem ali para atrair para si aqueles súditos de Roboão que eram inclinados à adoração de imagens, em lugar daqueles seus súditos que continuavam indo a Jerusalém. Ele estabeleceu a outra em Dã, para a conveniência daqueles que moravam mais distantes e porque as imagens de Mica tinham sido colocadas ali, e por muito tempo se devotou grande veneração por elas (Jz 18.30,31). Betei significa a casa de Deus, o que dava algum fundamento à superstição; mas o profeta a chamou de Bete-Aven, a casa da vaidade, ou iniqüidade.
HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 494.
3. Consequências da idolatria. O pecado da idolatria foi um dos principais motivos dos infortúnios do povo de Israel. Deus não admite dar a sua glória a outrem (Is 42.8); por isso, o pecado da idolatria tem como consequência a separação de Deus e a maldição (Dt 11.26-28).
Comentário: O pecado da idolatria foi uma das principais causas dos infortúnios do povo de Israel. Deus não admite qualquer pecado no meio do seu povo e, mais cedo ou mais tarde, Ele requer prestação contas com todos os que se dobram diante de qualquer ídolo, seja físico seja invisível, no coração. A idolatria vai muito além de um joelho dobrado diante de uma estátua, pois, quando o coração humano elege e ajoelha-se diante de qualquer grandeza supostamente maior que Deus, o pecado da idolatria está sendo cometido. Comete idolatria todo aquele que direciona o seu culto e a sua reverência a qualquer coisa que não seja Deus: trabalho, casamento, dinheiro, bens materiais, etc. Quando nosso culto está direcionado às coisas, esvaziamo-nos do significado pleno da existência, e nosso mundo torna-se do tamanho daquela coisa, daquele objeto ou sentimento cultuado (Sl 135.15-18). Como o ídolo é abominação (do hebraico shiqquts, que significa coisa detestável) contra Deus, o próprio idólatra torna-se uma abominação, pois passa a identificar-se com os ídolos, conforme atestou o profeta Oseias: “[…] se tornaram abomináveis como aquilo que amaram” (Os 9.10).Quando nosso culto está direcionado para Deus, tudo se torna do tamanho de Deus e tem sentido pleno.
Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD.
Esta breve subseção apresenta-nos uma das passagens mais bem conhecidas deste livro. A neutralidade é impossível quando estão em foco as causas divinas. O povo de Israel mostrou-se negativo quanto à ocasião anterior, quando chegou às fronteiras da Terra Prometida, e teve de retroceder para o deserto por quarenta anos. Houve uma segunda oportunidade, porém. Uma ação positiva e afirmativa precisava caracterizá-los. Eles não podiam ter outra atitude negativa, e nem mesmo podiam ser neutros, pois então as consequências seriam drásticas. Essa circunstância traz até nós, vividamente, uma vida real, nas circunstâncias diárias, que podemos enfrentar por muitas ocasiões. Há necessidade de convicção e de decisão correta. Os maus obreiros sempre se mostram intensos e apaixonados por sua causa má. Mas os bons por muitas vezes não exibem a mesma intensidade de propósitos.
Há tristeza na indecisão.
(Cícero)
Esta breve seção funciona como uma espécie de conclusão à incumbência de Moisés para que Israel avançasse e conquistasse a Terra Prometida. Avançar era prosseguir para a bênção; retroceder era ter de enfrentar a maldição divina. A neutralidade estava excluída. “A escolha positiva em favor ou contra Deus é fundamental para a experiência cristã” (Henry H. Shires, in loc.). “A opção não é entre Deus e uma vida agnóstica e sem Ele; mas é entre Deus e outros deuses (vs. 28)” (G. Ernest Wright, in loc.).
Jesus ensinou que o homem que não é em favor Dele é contra Ele (Mar. 9.40). Há dois caminhos, ou mesmo, algumas vezes, muitos caminhos. A tarefa do Espírito de Deus é mostrar-nos o caminho.
A bênção. De acordo com a mentalidade do Pacto Mosaico (ver as notas a respeito no capítulo 19 de Êxodo), a lei era tudo. Era o código de toda a vida, o padrão de fé e de prática. Ver no Dicionário o artigo chamado Dez Mandamentos. O Pentateuco frisa repetidamente o ensino que a fonte de todo o bem era a lei. A própria vida, bem como a vida abundante, gira em torno dela. Ver as notas sobre isso em Deu. 4.1; 5.33 e 6,2. Cf. Tiago 1.17, onde o próprio Deus aparece como essa fonte, no Novo Testamento, Cristo toma o lugar da lei. Ele é a água, o pão da vida, o cabeça do Novo Testamento. Ver na Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia o verbete intitulado Novo Testamento (Pacto). Ver Deu. 30.15-19 quanto a uma repetição e expansão do texto presente.
A ordem para avançar \d\ tão divina e enfática que se desviar dela resultaria em seguir outros deuses, ou seja, voltar à idolatria (ver a esse respeito no Dicionário). Aquele que se dedicasse a Yahweh avançaria e lutaria pela conquista da Terra Prometida. Nenhum homem profano recuaria de novo ao chegar à fronteira. O sucesso estava garantido por meio da obediência. Os deuses pagãos eram inúteis, fatores desconhecidos em Israel. Eles nada representavam nem tinham feito coisa alguma; mas aquelas não-entidades capturariam a atenção dos israelitas insensatos.
“Se a bondade divina não o tivesse impedido, eles seriam amaldiçoados em corpo e em sua situação; em tigela de massa e nos mantimentos de boca; em rebanhos de gado vacum e ovino; dentro e fora das portas; nas cidades e nos campos; em sua saída e em sua entrada; neste mundo e no mundo vindouro” (John Gill, in loc.). Ver Deu. 28.15-20, a passagem de onde GUI extraiu as suas idéias. Ver também Deu. 29.20.
O céu não ajuda o homem que não age. (Sófocles)
CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 805.
Se Deus não tivesse colocá-lo no poder deste povo, quer para obedecer ou desobedecer, se eles não tinham o livre arbítrio, sobre a qual eles tinham plena autoridade, para usá-lo tanto na maneira de querer ou faturar; poderia Deus, com qualquer propriedade, ter dado tais preceitos como estes, sancionada com essas promessas e ameaças? Se não fossem os agentes livres, eles não poderiam ser punidos por desobediência, nem poderiam, em qualquer sentido da palavra, tem sido recompensador para a obediência. A pedra não é recompensador, porque, em obediência às leis da gravidade, ele sempre tende para o centro, nem é punível ser causa, ao ser removido do que o centro, em sua tendência ou caindo em direção a ela novamente, tira a vida de um homem. Que Deus deu ao homem um livre, autodeterminação de vontade, que não pode ser forçada por qualquer poder, mas o que é onipotente, e que o próprio Deus nunca vai forçar, é declarado de maneira mais formal, através do conjunto dos escritos sagrados. Nenhum argumento pode afetar isso, enquanto a Bíblia é considerada como uma revelação divina, sem sofisma pode explicar a sua prova, desde que a conta capaz do homem para sua conduta é admitido, e enquanto os eternos limites da boa moral e do mal permanecem e as distinções essenciais entre o vício e a virtude existe. Se vos obedecer, (pois Deus está sempre pronto a ajudar), e vós vivereis; se vos desobedecem e se recusam essa ajuda, haveis de morrer. Então o SENHOR falou, e o homem não pode revertê-la.
ADAM CLARKE. Comentário Bíblico de Adam Clarke.
CONCLUSÃO
Enquanto Jeroboão praticou a idolatria de forma direta, Roboão se envolveu numa espécie de veneração que, embora oculta aos olhos humanos, produz as mesmas danosas consequências. Os desejos egoístas de Roboão estavam acima da vontade de Deus, o ídolo dele era ele mesmo, sua própria vontade. Quando o crente tem Deus como seu guia, ele não toma conselhos com pessoas que lhe falarão o que ele quer ouvir, mas decidirá por ouvir pessoas que lhe falem a verdade.
PARA REFLETIR
A respeito de O Reino Dividido: Jeroboão e Roboão, responda:
· Qual foi a postura de Roboão diante do pedido do povo para diminuir a carga de trabalho?
Ouviu o conselho dos jovens e tornou o trabalho do povo ainda mais pesado.
· O que pode acontecer ao ser humano na ausência de sábios conselhos?
A falta de sábios conselhos pode levar o ser humano ao declínio moral, ético e espiritual, tornando-o empobrecido e decadente.
· Qual rei mandou construir dois santuários de adoração idólatra?
Jeroboão.
· Qual foi a principal causa das desgraças do povo de Israel?
A idolatria.
· Quem era o ídolo de Roboão?
Ele era ídolo dele mesmo, sua própria vontade.
Comentário: Pb Alessandro Silva. Disponível em: https://professordaebd.com.br/