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UM COMENTÁRIO APROFUNDADO DA LIÇÃO, PARA FAZER A DIFERENÇA!

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2 de agosto de 2021

LIÇÃO 6: O PROFETA ELIAS E ELISEU, SEU SUCESSOR

 6 LIÇÃO 3 TRI 21 O PROFETA ELIAS E ELISEU, SEU SUCESSOR

 

TEXTO AUREO

“Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.” (2 Rs 2.9)

 

VERDADE PRATICA

A história de Elias e Eliseu nos inspira a andarmos com pessoas que desfrutam de intimidade com Deus e que, por isso, vale a pena serem seguidas e imitadas.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

2 Reis 2.1-15

 

INTRODUÇÃO

O ministério de Elias estava terminando quando Deus o ordenou que ungisse seu sucessor. O escolhido foi Eliseu (1 Rs 19.16). Eliseu era muito próximo e leal a Elias. Antes de ser levado aos céus pelo Senhor, Elias perguntou a Eliseu sobre o que ele gostaria de receber de sua parte. E Eliseu mais que depressa pediu porção dobrada do espírito de Elias sobre ele (2 Rs 2.9). E assim foi. O fim do ministério de Elias e o início do de Eliseu são os assuntos desta lição.

 

Comentário

“Na época de Elias, as lideranças estavam fragmentadas e fragilizadas pela idolatria e pelo afastamento das leis divinas. Em alguns momentos, houve voltas e supostos arrependimentos, mas o que prevalecia era a apostasia e a profunda crise espiritual, o que também ocasionavam crises na liderança, tanto nas decisões que eram tomadas quanto no preparo e na maturidade desta liderança, tanto a civil quanto a religiosa. Dessa forma, o profeta Elias tornou-se um baluarte e um modelo de fidelidade a ser seguido por um pouco de lideranças sadias que restaram. Ambos os profetas, Elias e Eliseu, ressuscitaram mortos e tiveram ministérios que chamaram muito a atenção do povo.

Diferentemente de Elias, que surgiu na história do nada, o ministério de Eliseu teve uma bela história de início, quando Elias, ao passar próximo dele, lançou a sua capa sobre Eliseu. Este entendeu que, a partir de então, a sua vida mudaria para cumprir o chamado divino. Ele, porém, não abandonou simplesmente tudo de imediato. O novo profeta demonstra que tem afetos, especialmente pelos seus pais, pois faz uma festa com os instrumentos de trabalho e com os bois que são mortos para alimentar as pessoas na festa de despedida. A chamada calou fundo na sua alma. Ele entendeu que não haveria mais laços familiares, que o cumprimento da vocação seria difícil e que teria de deixar a sua família. Eliseu, entretanto, não os abandonou emocionalmente, dando-lhes o consolo da despedida, pois o novo profeta é terno diante dos afetos familiares.

O profeta Elias estava chegando ao final do seu ministério, e o próprio Deus encarregou-lhe de providenciar um sucessor (1 Rs 19.16), que, por sua vez, seria Eliseu, sobre o qual Elias jogou a sua capa como sinal da chamada. Eliseu foi muito leal e próximo de Elias a tal ponto de receber espírito dobrado de Elias quando este lhe deixou cair a sua capa pela segunda vez, quando subia ao Céu. O episódio das capas assume grande importância, porque a capa era a própria identificação da pessoa na história antiga de Israel. Por esse motivo, Eliseu, ao ser separado de Elias, rasgou a sua capa e passou a usar a capa de Elias, numa clara demonstração da perpetuidade profética de Elias na vida de Eliseu. Essa decisão facilitou o reconhecimento de Eliseu pela comunidade de profetas de Jericó, aliado ao fato de Eliseu ter dividido as águas do Jordão com essa mesma capa. Eles disseram: “O espírito de Elias repousa sobre Eliseu” (2 Rs 2.15). Em seguida, prostraram-se em reconhecimento ao ofício profético de Eliseu — um começo bem promissor para ele.

Eliseu certamente se tornou um importante líder da escola de profetas que havia em Betel, Gilgal e Jericó, pois se percebe que ele dá ordens que são obedecidas em vários momentos da história (2 Rs 2.16,19; 4.38; 6.1-3).

Eliseu continuou a obra que Elias iniciara, porém existem diferenças marcantes entre um ministério e outro. Embora ambos tivessem uma grande consagração e compromisso com o Senhor, Elias vivia isolado, enquanto Eliseu estava no meio das pessoas. Não  consta que Elias tivesse posses; já Eliseu, antes de seguir o seu chamado, tinha 12 juntas de bois, o que denota que tinha terras. Elias denunciou e advertiu severamente muitos reis; já Eliseu foi amigo e conselheiro de reis. Alguns milagres de Elias causaram mortes e prejuízos; já Eliseu, na maioria das vezes, praticou milagres de misericórdia e promoção da vida. Elias é comparado a João Batista, e Eliseu, pelos seus milagres de cura, faz lembrar a obra de Cristo.

O ministério de Eliseu foi extraordinário e durou aproximadamente 50 anos, somente superado, no Antigo Testamento, pelos milagres de Moisés em número e variedade.

Incluindo a ressurreição ocorrida após a morte do profeta, quando o cadáver encostou-se à sepultura, somam-se aproximadamente 20 milagres, que chamam atenção por evidenciar a importância da vida e da provisão para a vida, conforme Baxter observa:

[…] a ênfase principal de todo o ministério de Eliseu está na ressurreição e na esperança de uma nova vida, que dependem apenas da resposta do povo. A nação chegou agora a um estado tal que dificilmente poderá recuperar-se, exceto por alguma coisa que se iguale à ressurreição. Assim sendo, através do ministério de Eliseu, o povo pode ver, numa sucessão de milagres simbólicos, o poder da ressurreição em atividade e a esperança da nova vida que lhes pertence no Senhor, se apenas voltarem para ele.

Medite um pouco em alguns milagres de Eliseu. Veja como é característica esta sugestão da vida procedendo da morte. Seu primeiro milagre é o da cura das águas mortais de Jericó, de maneira que aquilo que antes provocara morte agora dava vida (capítulo 2). A seguir, os exércitos são salvos da morte por meio da água suprida de forma milagrosa (capítulo 3). No capítulo seguinte, lemos a respeito da ressurreição do filho da sunamita, que voltou da morte para uma nova vida (capítulo 4). Logo depois vem a história do cozido venenoso: “a morte na panela” transforma-se em vida e saúde. Lemos aqui também sobre a multiplicação dos pães de cevada. Em seguida, temos a cura de Naamã pelo batismo simbólico no Jordão que eliminou a morte e o fez levantar-se das águas para uma nova vida (capítulo 5). O milagre do machado recuperado representa o mesmo de maneira diversa. “Fez flutuar o ferro” — um novo poder vital, superando o peso da morte. Finalmente, sem mencionar outros milagres, temos o estranho milagre em que um homem é trazido de volta à vida junto à sepultura de Eliseu, mediante contato acidental com os ossos do profeta morto! A ênfase na ressurreição e na nova esperança que percorre esses milagres é certamente muito clara.

O próprio nome de Eliseu indica essas evidências presentes no seu ministério, significando “Deus é salvação”. Por isso, salvou reis, curou enfermos, ressuscitou mortos e purificou águas amargas”. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

“O próprio grande profeta Elias, finalmente, precisou abandonar o palco das realizações. Por conseguinte, foi mister que um outro profeta verdadeiro tomasse o seu lugar, demonstrando os mesmos poderes que seu mestre. Israel era uma nação plena de profetas e videntes, mas a maioria deles não se qualificava como homens de Deus. Yahweh, porém, não ficaria sem uma testemunha, embora pouco tivesse sido realizado para levar Israel a ser restaurado ao yahwismo. A usual síndrome do pecado-calamidade continuou, arrebatando mais e mais vítimas, que não conseguiam desvencilhar-se da teia da depravação de Israel, nação do norte.

Elias Havia Terminado a Sua Missão. Eliseu insistiu em acompanhá-lo a Gilgal. Por nada menos de três vezes (em Gilgal, Betei e Jericó), Elias disse a Eliseu que ficasse para trás, mas de cada vez ele insistiu em acompanhar o homem mais velho. Elias agora estava prestes a ser arrebatado. Eliseu foi informado do que iria acontecer, e podemos estar seguros de que Eliseu queria estar no local, a fim de testificar esse evento estupendo. Eliseu, pois, apegou-se ao mestre, até que, de repente, de forma miraculosa, Elias foi removido deste mundo. Naquele momento, os poderes de Elias desceram sobre Eliseu, e até os profetas locais reconheceram que o homem mais novo era o legítimo sucessor de Elias.

Literatura. Os críticos e os eruditos classificam este segundo capítulo do segundo livro de Reis como um dos mais nobres capítulos da Bíblia. Este capítulo (além de ser uma literatura superior, com uma história notadamente bem narrada) ensina elevadas lições espirituais”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1472).

 

I – A DESPEDIDA DE ELIAS

 

1.      O ministério de Elias termina.

Elias realizou grandes feitos em seu ministério profético: foi vitorioso diante dos profetas de Baal e Aserá (1 Rs 18.40); foi ousado e perspicaz para repreender, aconselhar e direcionar os reis (1 Rs 17.1); foi alimentado de forma milagrosa por Deus em tempos de adversidades (1 Rs 19.4-6). No entanto, mesmo diante de tamanhas realizações, chegou a hora de o profeta encerrar sua missão na terra.

 

Comentário

“Que jornada a de Elias! Treinado em Querite, lapidado e refinado em Sarepta, usado de maneira magnífica no monte Carmelo, ungido poderosamente para colocar-se diante do rei Acabe em várias ocasiões, e, finalmente, recebendo a companhia de seu amigo, Eliseu, o velho profeta surgira como o homem de Deus do momento. Heróico de maneira quase inacreditável, ainda que humilde de coração, Elias parecia ter alcançado o pináculo das experiências de sua vida. Mas agora ele iria passar pela maior de todas: iria escapar da morte. A foice da morte não o encontraria.

Não passar pela morte colocava Elias na rara categoria de “partidas sem morte”. Somente duas pessoas em todos os registros históricos daqueles que passaram por aqui não foram apanhados pelas garras da morte. Isso mesmo: apenas duas pessoas foram levadas desta terra diretamente à presença de Deus segundo o registro bíblico. O primeiro foi Enoque (Gn 5:21-24). Elias foi o segundo. A última experiência deste tipo acontecerá com os crentes que estiverem vivos na terra no momento da Segunda Vinda de Cristo. Não sabemos o dia nem a hora, mas sabemos isso: aqueles que estiverem vivos quando Cristo voltar para os seus não verão a morte. Paulo escreve sobre isso com segurança em sua primeira carta aos coríntios.

Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela vitória.

1 Coríntios 15:51-54

O mais notável da história de Elias é que ele sabia que seria levado aos céus sem passar pela morte. Por causa disso, ele nos dá um excelente exemplo de como devemos viver enquanto esperamos a volta de Cristo.

A partir do contexto, fica claro que Deus dera informações antecipadas a Elias sobre sua partida, apesar de não sabermos quando e como Deus o fez. Veremos adiante que o Senhor também informou os “discípulos dos profetas” e Eliseu, o velho amigo do profeta e divinamente escolhido como seu sucessor”. (SWINDOLL. CHARLES R.,. Elias Um homem de heroísmo e humildade. Editora Mundo Cristão. pag. 182-183).

 

“O rei Acazias morreu, mas Elias não! Foi levado para o céu num redemoinho acompanhado de uma carruagem de fogo puxada por cavalos flamejantes. Assim como Enoque, nos tempos mais antigos, Elias andou com Deus e, de repente, foi estar com Deus (Gn 5:21-24; Hb 11:5). Os dois homens ilustram o arrebatamento dos santos quando Jesus voltar (1 Ts 4:13-18). Porém, antes de Elias deixar Eliseu para dar continuidade a seu trabalho, caminhou com seu sucessor de Gilgal até a região além do Jordão, o que deve ter sido uma caminhada e tanto!” (WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 494).

 

“O fim do ministério de Elias é anunciado com antecedência pelo próprio profeta, quando este pediu a Deus que lhe tirasse a vida. Portanto, os preparativos para a partida começaram cedo. Todavia, entre o pedido e a concretização do desaparecimento de Elias, passaram-se de oito a treze anos aproximadamente, tempo este suficiente para preparar um bom sucessor, pois, logo após esta conversa franca com Deus sobre a morte, Elias foi orientado a ungir Eliseu no seu lugar (1 Rs 19.16).

A partir desse momento, Eliseu passou a andar com Elias e a servir-lhe como serviçal, aprendendo de Elias e, especialmente, admirando-o como homem de Deus. É por isso que Eliseu pediu a ele porção dobrada, pois reconheceu que Elias era, de fato, um homem de Deus. Algumas vezes, basta a aproximação de alguém que se admira para, logo em seguida, perceber-se que, na verdade, na intimidade, essa pessoa não condiz com a realidade espiritual que ostenta. Mas com Elias é diferente. Aquilo que ele era no público também o era no privado.

Após os grandes feitos de Elias, a sua esplêndida vitória diante dos profetas de Baal e Aserá, a sua ousadia e perspicácia para repreender, aconselhar e direcionar vários reis; após ter ungido reis para assumirem o trono, após ter sido alimentado milagrosamente por Deus várias vezes e de diferentes formas; após também o seu cansaço e subsequente desânimo, como é natural a todo ser humano, o seu ministério começou a chegar ao fim. Todo ser humano usado por Deus entra na história e tem um fim, só que esse fim depende das escolhas que a pessoa fez enquanto exercia o seu ministério.

Portanto, com vistas a ter um substituto à altura, Elias passa a ser o mentor de Eliseu, assumindo a sua paternidade espiritual e permitindo que o futuro profeta tivesse as suas experiências com Deus. Nas atuais crises ministeriais e de referenciais de liderança bíblica e espiritual, faz-se necessário que Deus levante novos Elias para assumirem a paternidade espiritual desta geração. Não nos referimos a lideranças que se impõem pela força do poder e nem do liderado que se submete pela força de uma folha de pagamento mensal, ou porque aspira lugares de honra como títulos e posições eclesiásticas. Refiro-me a líderes e liderados que, apesar da linha sutil que separa uma coisa da outra, assumem uma relação de pai/filho, mentor/discípulo e que seguem o modelo deixado por Elias e Eliseu, em que o compromisso com Deus e a fidelidade à sua Palavra está em primeiro lugar, sem comprometer-se com conluios políticos com os poderosos, como Elias o fez muito bem.

A paternidade espiritual é muitas vezes necessária num mundo confuso, violento e individualista como o nosso. Portanto, mentoria trata-se de uma relação informal de cuidador da alma do mentoreado, levando-o a prestar atenção ao falar de Deus ao seu coração, com uma viva sensibilidade pastoral, gerando uma fé viva e responsável diante de Deus e dos homens, como um testemunho vivo do evangelho de Cristo. Isso é feito levando-se em conta os paradoxos e fronteiras entre a orientação espiritual sugestiva e o domínio da mente e da espiritualidade do mentoreado, entre o respeito à individualidade e a necessidade concreta de intervir a contra gosto do mentoreado e entre o discernimento espiritual já presente no discípulo e o possível equívoco orientativo do mentor”. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

2.      Um profeta com grandeza de alma.

Embora Elias seja considerado um dos maiores profetas do Antigo Testamento, a ponto de aparecer no monte da transfiguração ao lado de Jesus e Moisés (Mt 17.3), ele não proferiu nenhuma profecia de longo prazo e, provavelmente, não escreveu nenhum livro. Isso nos ensina que a grandeza de um profeta não é medida somente pelo tempo do cumprimento de suas profecias, mas, principalmente, pela integridade e grandeza de sua alma.

Comentário

“Embora Elias fosse um dos maiores profetas do Antigo Testamento — tanto que aparece no monte da transfiguração com Jesus e Moisés —, ele não proferiu nenhuma profecia de longo prazo e provavelmente não escreveu nenhum livro. Todas as suas profecias foram cumpridas em um curto espaço de tempo. Isso nos mostra que a grandeza de um profeta não é definida pela grandeza das profecias em si, mas, sim, pela grandeza de alma do profeta. Elias nunca se comprometeu com alianças políticas ou com as benesses da mesa do rei, embora tivesse inúmeras oportunidades para corromper-se. Ele vivia uma vida simples como todo servo de Deus deve viver (2 Rs 1.8), não vivia em palácios reais e nem recebia salários de reis, mas foi cuidado pelo próprio Deus.

Elias foi severo e zeloso para com a Lei de Deus e exigiu o seu cumprimento por parte do povo e dos reis, mas ele cuidou do seu ministério até o fim, para que não se deixasse levar pela fama e nem pelo orgulho. Ele não se desviou da sua fé e preservou-se confiante naquele em quem cria. Nunca negociou os valores do seu ministério nem mesmo com reis poderosos e ameaçadores, nem se deixou intimidar nem mesmo com ameaças de morte. Elias, portanto, terminou o seu ministério sendo honrado pelas pessoas que temiam a Deus e respeitado pelos inimigos de Deus e dos adoradores de falsos deuses. Ninguém conseguiu tocar no ungido do Senhor, nem conseguiu pará-lo porque o Ele assim o preservou. Logicamente que Elias teve muitos problemas e enfrentamentos, mas estes apenas confirmaram que Deus era com ele, pois o guardou em todas as perseguições que sofreu.

Elias é um exemplo de líder capaz de suportar grandes pressões, contrariedade e perseguições sem perder de vista os seus ideais. Ao mesmo tempo, ele é seguramente humano a tal ponto de, em toda sinceridade, conversar com Deus quando não suportava mais as pressões e ameaças, deixando que o Senhor tomasse conta dele, apesar do seu cansaço. Nesses momentos, Deus assume o controle e cuida dos seus filhos, dando a medida exata da provisão física, emocional e espiritual”. (Pommerening. Claiton Ivan,. O Plano de Deus para Israel em meio a infidelidade da Nação. Editora CPAD).

 

“O maior objetivo do cristão é ser como Cristo. Queremos reproduzir sua vida exemplar, usar seu método de ensino, resistir às tentações como ele resistiu, lidar com os conflitos como ele lidou, nos concentrar na missão para a qual Deus nos chamou do mesmo modo como Cristo fez. Certamente também é nosso desejo ter comunhão com o Pai do mesmo modo que o Filho fez em todo o seu ministério e sofrimento. Não há maior elogio do que este: “Quando estou com aquela pessoa, é como se estivesse na presença do próprio Jesus”.

Durante todo este estudo da vida de Elias, fiquei pensando sobre como a vida deste profeta relembra o Messias, que ainda estava por vir: o modo como ele passava o tempo sozinho; a coragem que mostrou ao se colocar na presença de seus inimigos e entregar a mensagem de Deus; o poder que exibiu quando foi necessário um milagre para convencer a audiência de que ele era um homem com uma mensagem vinda de Deus — o único e verdadeiro Deus; a compaixão demonstrada quando tratou do pranto da viúva e trouxe seu filho de volta à vida; até mesmo a angústia que sentiu em seu próprio Getsêmani ao lutar com sua alma. E finalmente, quão semelhante à de Cristo foi sua partida. Enquanto as pessoas olhavam para cima, ele subiu ao céu diante de seus olhos (Mt 16:13-14).

Não é de surpreender, portanto, que quando nosso Salvador pergunta a seus discípulos: “Quem diz o povo ser o Filho do Homem?” a resposta tenha sido “Elias” ? Claro que não! A vida dos dois são semelhantes em muitos aspectos. Quando dois homens apareceram diante de Jesus e de três de seus discípulos no monte da Transfiguração, um era Moisés e o outro era ninguém mais senão Elias (Mt 17:3).

Qualquer pessoa que fizer uma lista dos grandes homens da Bíblia – mesmo que seja uma lista pequena – certamente incluirá Elias. Poucos são melhores modelos dos dois traços que enfatizei seguidas vezes em todo este livro: heroísmo e humildade.

Todo aquele que acha que Jesus só dizia palavras brandas, pacientes e condescendentes precisa estudar Elias. Tal qual o profeta de Tisbé, Jesus era capaz de falar palavras extremamente duras de julgamento e retribuição. E para que todos acreditem que nosso Senhor sempre foi um homem de presença poderosa, operando milagres e assumindo uma posição firme contra a hipocrisia dos fariseus, vá novamente a Elias. Veja-o na calma solidão de Querite, nos meses da purificação de Sarepta e no grande tempo que passou em oração por todo o seu ministério.

Estudar Elias nos dá uma oportunidade de ver pequenos traços de Jesus refletidos na vida do profeta, enquanto aguardamos ver o Senhor face a face em sua glória. Para ser completamente franco com você, ao chegar ao final do último capítulo, vejo-me ansiando pela morada eterna. Senti aquele vento do céu em meu coração e fiquei com uma estranha inveja de Elias sendo levado num redemoinho à presença de Deus. A qualquer momento que o Senhor estiver pronto para me levar, quero dizer também “estou pronto para ir!”” (SWINDOLL. CHARLES R.,. Elias Um homem de heroísmo e humildade. Editora Mundo Cristão. pag. 195-196).

 

 

3.      Gilgal, um lugar de boas recordações.

Elias estava em Gilgal quando iniciou os preparativos para o seu arrebatamento. Esse lugar foi cenário de grandes e marcantes acontecimentos: Em Gilgal foi estabelecido o memorial da travessia do Jordão realizada por Josué (Js 4.19,20); ali, também, os israelitas foram circuncidados (Js 5.1-9) e celebraram a primeira páscoa na Terra Prometida (Js 5.10). Foi em Gilgal que Elias tomou ciência do término do seu ministério profético.

 

Comentário

“GILGAL

O Nome

Esse nome significa «círculo». Talvez a alusão seja a um círculo feito com pedras, usado para assinalar um território. O sentido básico do vocábulo é «rolante», derivado do hebraico galai, «rolar». O uso original da palavra Gilgal é curioso. Depois que Israel escapou do Egito, foi dada a Josué a ordem divina de que o sinal da circuncisão deveria ser aplicado a todos os israelitas, a fim de ser renovada a antiga identidade deles com Abraão. Esse ato de circuncisão, portanto, foi referido como um «rolar para longe o opróbrio do Egito», dentre o povo de Israel. Ora, o local onde isso foi feito foi precisamente Gilgal. Ver Jos. 5:9 e seu contexto. Subsequentemente, o nome foi empregado para designar várias outras cidades de Israel.

Várias Cidades

Gilgal Perto de Jericó.

Essa cidade ficava a leste da antiga cidade de Jericó, situada entre esta e o rio Jordão. Esse é o lugar referido no quinto capítulo do livro de Josué, o acima descrito em relação à origem do uso do termo. Um monumento de pedras foi levantado ali (Jos. 4:19,20), que pode ter tido ou não o formato de um círculo. Todavia, é possível que esse não tenha sido o motivo do uso original do termo, visto que a circuncisão foi a razão para o uso da palavra. A páscoa foi observada nesse lugar, e dali os israelitas lançaram-se à marcha em redor de Jericó, durante sete dias. As circunstâncias indicam que Gilgal foi usada como uma espécie de acampamento geral enquanto que as localidades em volta foram sujeitadas a ataques. Josué foi encontrado ali pelos gibeonitas, depois que Ai fora destruída; e, novamente, depois que ele erigira um altar no monte Ebal (Jos. 8:30; 9:6). Foi de Gilgal que os israelitas partiram, a fim de defender Gibom; e foi para ali que eles retornaram, após conquistar a vitória (Jos. 10:15,43).

Juí. 2:1 e 3:19, provavelmente, referem-se à mesma Gilgal. A arca da aliança foi transferida para Silo; mas Gilgal continuou sendo um importante lugar para Israel, como uma das três cidades que faziam parte do circuito de Samuel (I Sam. 7:16). Saul utilizava-se de Gilgal como base de operações, quando lutava contra os amalequitas. ípi ali que ele tentou explicar sua desobediência, por não haver extirpado completamente o povo proscrito por Deus. Isso provocou a famosa sentença de Samuel: «Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, melhor do que a gordura de carneiros» (I Sam. 15:22). Posteriormente, vários profetas de Israel denunciaram Gilgal. Ver Osé. 9:15; Amós 4:4. Nos dias de Samuel, a cidade estava intimamente associada a Betei. Alguns eruditos supõem que a Gilgal em questão deve ser entendida como aquela mencionada em

II Reis 2:1, a cidade descrita sob o ponto «b» abaixo. No século VIII A.C., na época entre Uzias e Ezequias, Gilgal tornou-se o centro de uma adoração inadequada, formalizada, o que também ocorreu no caso de Betei. Uma estrada ligava essas duas cidades e ao que tudo indica, estavam vinculadas por fortes laços uma com a outra (II Reis 2:1,2). Miquéias (6:5) relembrou o povo de Israel sobre esse lugar e sobre a responsabilidade deles de darem testemunho sobre a retidão e sobre o poder salvador de Deus.

  1. A Gilgal Associada a Elias e a Eliseu

Ver II Reis 2:1,2; 4:38. Pensa-se que esse lugar ficava situado cerca de seis quilômetros e meio de Betei e Silo. Descrevemos esse lugar no último parágrafo sobre a Gilgal descrita sob «a». É possível que a moderna cidade de Jilmiliah, um pouco ao norte de Betei, assinale o local antigo. Foi nessa Gilgal que Eliseu lançou ervas na panela envenenada, tornando comestível a comida que estava sendo ali preparada.

A Gilgal da Galiléia

O trecho de Josué 12:23 alista o rei de Goim, em Gilgal, como um dos monarcas vencidos por Israel. Algumas traduções dizem ali «rei das nações de Gilgal», o que corresponde, mais de perto, ao texto hebraico. A Septuaginta diz «Galiléia». A tradução inglesa fíevised Standard Version diz «o rei de Goim na Galiléia» (vertendo o trecho para o português). Os goiim, mui provavelmente, foram um dos povos deslocados de sua terra em razão da conquista da Terra Prometida por Israel. Nenhuma identificação certa dessa Gilgal (se essa é a forma correta do texto) tem sido feita; mas, por causa de lugares nomeados juntamente com ela, pode-se afirmar, com plena confiança, que a mesma ficava localizada entre o mar Mediterrâneo e a Galiléia, na porção norte de Samaria.

A Gilgal da Fronteira de Judá

Essa Gilgal ficava defronte da subida para Adumim, que fica no lado sul do vale do filho de Hinom (Jos. 15:7). O trecho de Josué 18:17 fala sobre uma certa cidade, chamada Gelilote em termos similares, de tal modo que é possível que esses nomes refiram-se ao mesmo lugar. Na verdade, Gilgal e Gelilote, vêm de uma mesma raiz. A única diferença é que Gelilote é a forma feminina plural de Gilgal. Alguns estudiosos pensam que a mesma cidade descrita sob «a» está em pauta. Caso contrário, devemos pensar em uma cidade um pouco mais para o ocidente.

A Gilgal Perto do Monte Ebal

Esse lugar é mencionado em Deuteronômio 11:30. Alguns têm identificado essa cidade com a Gilgal mencionada no ponto «a», mas o trecho de Deu. 11:29 parece requerer uma identificação diferente, visto que esta cidade ficava nas proximidades dos montes Ebal e Gerizim.

Bete-Gilgal

Esse foi o lugar de onde vieram cantores para participar da dedicação da muralha recém-construída de Jerusalém, nos dias de Esdras e Neemias. Essa também poderia ser a Gilgal descrita no ponto «a», mas alguns eruditos supõem que seria ainda um outro lugar com esse mesmo nome, e que ainda não foi identificado. Ver Nee. 12:29.

A Arqueologia e Gilgal

Estamos agora abordando o caso da Gilgal do ponto 2. a. James Muilenburg escavou a área e identificou a moderna Khirbet el-Mefjir, perto de Jericó, como o local da antiga Gilgal. Fica a pouco menos de dois quilômetros a nordeste de Tell es-Sultan, que é a mesma Jericó do Antigo Testamento. Mas há quem ponha em dúvida essa opinião, disputando, especialmente, acerca da antiguidade do lugar. Acha-se ali o palácio Umaiada do califa Hisã (724-732 D.C.). Khirbet en-Nitleh, a cinco quilômetros a sudeste de Jericó, é um outro local que poderia assinalar a antiga Gilgal. Ruínas bizantinas de considerável extensão têm sido encontradas ali. Josefo (Anti. 5.6,4) situava Gilgal a quarenta estádios do vau do Jordão, que atualmente é identificada como al-Maghatas. Ficava a dez estádios de Jericó. Isso poderia coincidir com a identificação feita por Muilenburg, ou seja, Khirbet el-Mefjir. Seja como for, cerâmica feita durante a Idade do Ferro foi encontrada nas escavações feitas por Muilenburg pelo que foi ocupada pelo menos desde 1000 A.C. Isso elimina a crítica contra a antiguidade da ocupação do lugar, mesmo que não nos faça retroceder até as datas a que pertencem algumas referências bíblicas”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. Editora Hagnos. Vol. 2. pag. 907-908).

 

“Como mencionei anteriormente, lugares específicos presentes nas Escrituras muitas vezes têm grande significado. Já vimos isso em nosso estudo sobre a vida de Elias. Estes últimos três lugares que ele visitou não são exceção.

Gilgal era o lugar do início. De acordo com Josue 4, Gilgal foi o lugar onde os filhos de Israel acamparam logo depois de terem cruzado o Jordao em direção a Canaã. Se você se lembra da historia bíblica, vera que este era o lugar onde eles estavam a salvo e em segurança, pouco antes de começarem a invasão do território inimigo. Subiu, pois, do Jordao o povo no dia dez do primeiro mês; e acamparam-se em Gilgal, do lado oriental de Jerico.

Josué 4:19

Em Gilgal os israelitas estavam na iminência da batalha, ouvindo Josué, seu comandante-em-chefe, dar as instruções finais e apresentar a estratégia que Deus lhe dera. Estavam próximos do lugar da batalha, mas ainda não no local exato. Permaneciam em um lugar seguro, de comunhão, de compartilhamento, de preparação.

Gilgal foi o lugar do início da preparação da jornada final de Elias.

Betei, a próxima parada de Elias, era o lugar da oração. “Betel” significa “casa de Deus”. Como explicado anteriormente, foi ali que Abraão construiu um altar e onde frequentemente se encontrava com Deus.

Passando dali para o monte ao oriente de Betel, armou a sua tenda, ficando Betei ao ocidente e Ai ao oriente; ali edificou um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor.

Genesis 12:8

Durante seus momentos de busca e de provação, assim como nos tempos de dedicação e preparação, o patriarca voltava com frequência a Betei, o lugar onde pela primeira vez ele adorara e tivera comunhão com Deus.

E possível que, durante sua passagem pelas ruas da Betei antiga, olhando para as pedras ainda com as marcas de seus ancestrais espirituais, Elias tenha pensado em todos os altares de sua própria vida.

Primeiro houve o altar em Querite, onde ele precisou confiar em Deus contra todas as impossibilidades. Ali, Elias tinha pouca comida.

Não tinha abrigo. Era um homem procurado. A comunhão de Elias com Deus nunca foi tão forte quanto naquele altar ao lado de um riacho tranquilo.

O próximo altar de Elias foi em Sarepta, onde ele permaneceu com uma viúva e seu filho, ambos quase mortos de fome. Naquele lugar Elias colocou diante de Deus suas necessidades diárias. Foi ali que sua fé amadureceu a tal ponto que ele pode, com total confiança em Deus, tomar o filho morto dos braços da viúva e soprar nova vida em seu corpo. Como Elias poderia esquecer as vitorias obtidas em oração no altar de Sarepta?

Ao andar pelas ruas de Betei, Elias viu os altares de sua própria vida passando como uma reprise.

Elias foi então para Jericó, o lugar da batalha. Jerico foi o lugar onde o povo de Deus lançou fortes bases contra a oposição. Jerico foi para os israelitas o que o Dia D significou para os Aliados na Segunda Guerra Mundial. Foi a Normandia do povo de Deus. Jerico era uma cidade de grandes e vivas lembranças.

Com os olhos de sua mente, Elias viu as muralhas caindo; ouviu o zunido das flechas e o grito do inimigo. Naquele lugar de batalha Elias, sem dúvida, reviveu as batalhas de sua própria vida.

No monte Carmelo ele lutou contra as forças malignas de Baal.

E não podemos nos esquecer das diversas batalhas que teve com Acabe e sua ímpia mulher, Jezabel. Sob o zimbro, Elias travou sua batalha pessoal, quando não tinha mais esperanças com relação a sua própria vida.

Sabendo que aquele era seu último dia na terra, Elias certamente revisitou e reviveu as batalhas do passado.

Finalmente Elias se dirige ao Jordão, o lugar da morte – não da morte física, mas da morte do eu. Ali, Elias lembrou-se dos dias em que morrera para seus próprios desejos, seus planos e onde rendeu as forças de sua própria carne. Com o passar dos anos, este homem rude, musculoso e determinado de Tisbe aprendeu a confiar em seu Deus, não em si mesmo. Ele aprendera a andar na forca do Senhor, não em sua própria vontade. Ele aprendera a se submeter, a esperar, a obedecer.

Tal negação de si mesmo não vem naturalmente. E uma virtude que se aprende, encorajada por alguns e modelada por menos pessoas ainda, aquelas que costumamos chamar de pessoas Classe A. Os profetas são notáveis por exibirem este tipo de temperamento, do qual Elias e o mais notável. Sem se prender ao heroísmo, ele era como barro macio nas mãos do Mestre.

Como vimos anteriormente, ele fez sua melhor obra “a sombra do Onipotente”. Sua vida era de poder, pois ele fora ao lugar onde recebeu com gratidão a morte de seus próprios desejos, pois isso significava a exibição da gloria maior de Deus. O lugar do início, o lugar da oração, o lugar da batalha, o lugar da morte. Nos também temos esses lugares em nossas vidas”. (SWINDOLL. CHARLES R.,. Elias Um homem de heroísmo e humildade. Editora Mundo Cristão. pag. 186-188).

 

 

II – O PEDIDO OUSADO DE ELISEU

 

1.      A fidelidade de Eliseu.

Antes de Deus levar Elias “num redemoinho ao céu” (2 Rs 2.1b), ele mandou o profeta fazer uma viagem da cidade de Gilgal à Betel. Elias disse a Eliseu que ele não precisava ir, mas Eliseu respondeu: “Não te deixarei.” Durante a viagem, Elias disse duas vezes para Eliseu voltar, mas ele se recusou (2 Rs 2.1-6). Para Eliseu, era uma honra servir Elias porque esse era o trabalho que Deus lhe tinha dado para fazer.

 

Comentário

“O historiador deixa de lado a narrativa sobre a história dos reis e volta a sua atenção para o término da grande missão de Elias, e o início do ministério de seu sucessor. Essa seção retorna à vida de Eliseu, que deixou de ser mencionado desde a breve introdução de 1 Reis 19.19-21”. (Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 343).

 

“Por um redemoinho. As experiências místicas são usualmente inefáveis. Portanto, termos literais e físicos são usados para falar sobre os eventos espirituais. Esses modos de expressão são, naturalmente, muito inexatos e com frequência enganadores. Algo “como um redemoinho”, haveria de arrebatar o profeta de súbito, mas estamos falando sobre um acontecimento espiritual desconhecido que é impossível de descrever com quaisquer termos precisos. É um erro reduzir tais eventos a meros acontecimentos físicos, conforme fazem alguns intérpretes literalistas da Bíblia. Há boas evidências em acreditarmos que Analee Skarin sofreu um moderno arrebatamento.

Conheci um missionário evangélico que supunha que, se um homem pudesse atingir tamanho grau de espiritualidade, ele não morreria, mas seria (pessoalmente) arrebatado, escapando assim à morte física. Essa é a doutrina que Analee Skarin ensinava. Talvez algo como isso exista realmente, e talvez não. Se tal possibilidade existe para alguns, então podemos afirmar, mediante a observação, que poucos, de fato, têm atingido esse tipo de espiritualidade.

Eliseu acompanhou fielmente Elias naquele dia, que seria seu último dia na terra. Então o evento estupendo teve lugar. Para todo acontecimento há um tempo apropriado. O dia em que o ministério de Elias terminou foi o dia em que começou o ministério de Eliseu. Yahweh foi o planejador e a causa do evento. Portanto, nosso destino está em Suas mãos.

Redemoinho. A palavra hebraica aqui usada refere-se a um grande vendaval, com frequência associado, nas Escrituras, à vinda de Deus e Seus atos especiais, como aqueles de ira e de manifestação de Sua presença. Somente no Salmo 107.25 essa palavra hebraica é usada para indicar uma tempestade ordinária. Cf. Isaías 29.6; 40.24; Ezequiel 13.11; Zacarias 9.14. A tradução que aparece na Vulgata Latina, turbo, deu origem à tradução “redemoinho” em traduções posteriores. Mas devemos entender algum grande e dominador vendaval divino, algo parecido com um vendaval, mas também divino. Ver no Dicionário o verbete intitulado Misticismo.

Fica-te aqui. O arrebatamento não ocorreria em Gilgal. Elias foi enviado a Betel. A Gilgal associada com Elias e Eliseu não era a mesma da Galileia ou da fronteira de Judá. O local é desconhecido, mas existem opiniões plausíveis. Talvez ficasse a seis quilômetros de Betel, conforme alguns supõem. Eliseu recebeu ordens de “ficar”, por parte de Elias, mas ele recusou-se a isso. A ordem era ideia de Elias, e não de Yahweh, de forma que Eliseu pôde ignorá-la com segurança. Eliseu sabia que o evento estupendo estava prestes a acontecer, e ele não o perderia por coisa alguma deste mundo. Talvez a ordem de Elias tenha sido inspirada por sua incerteza se Eliseu deveria testemunhar ou não o evento extraordinário. Eiiseu, por sua vez, não haveria de permitir que a incerteza de Elias o detivesse.

Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma… Temos aqui um solene juramento alicerçado no Ser eterno de Yahweh, cujo nome significa “o Eterno”. A vida do profeta Elias também era preciosa e estava segura. Sobre esses fatores, Eliseu fez o juramento de que não deixaria o seu senhor por nenhuma razão. Cf. I Samuel 20.3 e II Reis 4.30.

Sabes que o Senhor hoje tomará o teu senhor… ? É significativo que as ‘notícias se tivessem propagado”. Os profetas associados com Betel sabiam que Elias estava prestes a ser arrebatado. A história pode ter-se espalhado até eles, proveniente de outra fonte, ou talvez eles tivessem recebido a notícia diretamente em suas próprias profecias. Seja como for, eles sabiam.

Eliseu assegurou aos discípulos dos profetas que ele já sabia o que aconteceria e ordenou-lhes que não falassem sobre a questão. Verdadeiramente, seria um acontecimento maravilhoso, mas também o separaria de seu senhor, o que seria motivo de intensa tristeza. O valor humano é renovado em outras esferas, pelo que jamais se perde. Mas a morte remove uma pessoa de nosso meio, portanto não mais podemos falar com ela. E nisso há tristeza. A translação de Elias não seria causada pela morte, mas quanto a esse aspecto agiria como se o fosse.

Fica-te aqui. Outro adiamento no arrebatamento. Elias já estivera em Gilgal. Dali, fora enviado a Betel. Em seguida, Yahweh falou com ele e o enviou a Jericó. Novamente Elias ordenou que Eliseu ficasse em Betel. Mas Eliseu, uma vez mais, recusou-se a fazer isso, conforme anotei no segundo versículo deste capítulo. Portanto, lá se foram eles para Jericó. Esta ficava a pouco mais de seis quilômetros de Betel, portanto a jornada não foi muito longa.

Quanto ao juramento de Eliseu, sobre a vida de Yahweh e de Elias, ver o último parágrafo da exposição sobre o segundo versículo. Haveria um grande propósito para Eliseu estar ali. Ele sabia disso em seu coração, e não permitiria que as “ordens” de Elias perturbassem a sua mente.

Os discípulos dos profetas que estavam em Jericó. Em Jericó havia mais profetas, que também falaram com Eliseu sobre o vindouro arrebatamento de Elias. E lhe perguntaram se ele sabia disso. Eliseu replicou que sabia, e também ordenou que eles se calassem sobre o assunto. Este é virtualmente igual ao terceiro versículo, exceto pelo fato de que o local mudara de Betei para Jericó. Ver as notas ali, que também se aplicam aqui.

“Embora Jericó tivesse sido reconstruída recentemente, a despeito da maldição lançada contra seu reconstrutor, contudo, era um lugar abençoado por uma escola de profetas” (John Gill, in xx., referindo-se à antiga maldição de Josué sobre o lugar, em Josué 6.26). Nos dias do rei Acabe, Hiel tentou reconstruir a cidade. Por causa disso, ele perdeu dois filhos, e isso foi interpretado como consequência da maldição de Josué. (Ver I Reis 16.34.)

Fica-te aqui. As margens do rio Jordão. Pela terceira vez, Elias pediu que Eliseu deixasse de segui-lo. Em Gilgal, em Betei e agora em Jericó, Elias deu essa ordem para que Eliseu ficasse, mas sempre Eliseu se recusou a fazê-lo. Era importante continuar Eliseu já possuía discernimento profético suficiente para saber que estava envolvido em um acontecimento verdadeiramente importante, e não queria perdê-lo. E assim continuaram a caminhada os dois profetas, e foram até as margens do rio Jordão. Pouco depois de atravessarem aquele rio, o grande evento ocorreria. Não somente Eliseu, mas também as várias escolas de profetas tinham consciência do que estava prestes a acontecer. Os grandes eventos projetam suas sombras adiante deles, e algumas pessoas têm a capacidade de 1er esses eventos através das sombras que eles lançam”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1472-1473).

 

“Eliseu sabia que seu mestre iria deixa-lo (vv. 1, 3, 5) e desejava estar com ele até o fim, ouvir seus conselhos e aprender com ele. A impressão e que Elias queria que Eliseu ficasse para trás deixando-o ir sozinho, mas se tratava apenas de um teste da devoção de Eliseu. Quando Elias jogou seu manto sobre Eliseu e fez dele seu sucessor, o rapaz prometeu: “te seguirei” (1 Rs 19:20) e cumpriu essa promessa.

Ao longo dos anos que esses dois homens trabalharam juntos, sem dúvida desenvolveram afeição e admiração mais profundas um pelo outro. A declaração: “Não e bom que o homem esteja só” (Gn 2:18) não se aplica apenas ao casamento, mas também ao ministério.

Moises e Arão trabalharam juntos, e Davi e Jonatas encorajaram-se mutuamente. Paulo viajou primeiro com Barnabé e, depois, com Silas, e, ao que parece, Lucas foi um companheiro constante do apostolo. Até mesmo Jesus enviou seus discípulos dois a dois (Mc 6:7; ver Ec 4:9-12). Não somos apenas colaboradores do Senhor, mas também do povo de Deus e, ao servir ao mesmo Senhor juntos, não deve haver rivalidade (Jo 4:34-38; 1 Co 3:1-9).

Não temos como saber quando um amigo e colega de trabalho nos será tirado. Deus disse a Eliseu que Elias o estava deixando, mas não sabemos quando e chegada a nossa hora ou a hora de um amigo ir para o céu.

Que grandes oportunidades desperdiçamos aos perder tempo com coisas insignificantes, enquanto poderíamos estar aprendendo uns com os outros sobre o Senhor e sua Palavra! Alegra-me o coração quando vejo cristãos mais jovens e obreiros cristãos dando o devido valor aos membros mais idosos de suas congregações e aprendendo com eles. Um dia, esses “gigantes” serão chamados de volta ao lar, e não poderemos mais aprender com eles.

Esses dois homens representam gerações diferentes e personalidades opostas, no entanto, foram capazes de andar juntos. Que forte repreensão para aqueles participantes da igreja que rotulam as gerações e que as separam umas das outras. Certa vez, ouvi um pastor jovem dizer que não queria ninguém com mais de 40 anos de idade em sua igreja e fiquei imaginando onde ele iria obter os conselhos sábios que normalmente vêm com a maturidade. Dou graças a Deus pelos “Elias” em minha vida que foram pacientes comigo e que dedicaram tempo para me ensinar. Agora, estou tentando compartilhar essa mesma bênção com outros”. (WIERSBE. Warren W. Comentário Bíblico Expositivo. A.T. Vol. II. Editora Central Gospel. pag. 494-495).

 

2.                  A porção dobrada. Quando Elias percebeu que Eliseu realmente não o deixaria, em razão de sua lealdade e companheirismo, lhe deu o direito de pedir qualquer coisa que desejasse. Eliseu então disse: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (2 Rs 2.9b). O que realmente Eliseu estava pedindo? Em Israel, duas partes de uma herança eram para o filho primogênito (Dt 21.15-17). Assim, Eliseu estava pedindo para ser herdeiro de Elias, ou seja, para ficar no lugar dele como profeta. Ele também pediu para ter o espírito ou atitude de Elias porque queria a mesma coragem e zelo pela verdadeira adoração (1 Rs 19.13,14).

 

 

Comentário

“Pede-me o que queres que eu te faça. Eliseu tinha sido fiel seguidor, e agora era a sua estrela que se estava elevando. Elias logo seria soerguido para as alturas superiores. O homem mais novo t:nha ganho o direito de receber alguma grande bênção, e Elias havia dito que daria qualquer coisa que ele quisesse. Em sua sabedoria, como Salomão, ele não pediria coisas mundanas. Queria aquele poder miraculoso. De fato, ele queria uma porção dupla do poder miraculoso de Elias. É um fato curioso que o número de milagres que Eliseu, finalmente, realizou foi mais ou menos o dobro daqueles realizados por Elias Ver o gráfico que acompanha o presente texto para ilustrar esse fato.

Alguns estudiosos, não sendo capazes de acreditar que Eliseu faria tão fabuloso pedido, supõem que a dupla porção do Espírito teria sido daaa em comparação com a de outros profetas, e não em comparação com a de Elias. Mas o texto sagrado é contra essa suposição. Não seria difícil (vs. 10) que esse fosse o sentido do que está aqui entendido. Antes, Eliseu era um filho espiritual primogênito de seu pai espiritual (Elias), e sua herança não seria meramente o dobro aa dos profetas menores. Bem pelo contrário, de alguma maneira, ele ultrapassaria o homem de mais idade. Ver Deuteronômio 21.17, quanto à porção dupla dos filhos primogênitos.

Pede-me o que queres. Pensava-se, entre os hebreus, que um pai moribundo teria poder e autoridade em suas palavras finais. Sua bênção era muito procurada. Quaisquer profecias que ele pronunciasse em seu leito de morte eram seguríssimas. Ver Gênesis 27.4 e suas notas expositivas quanto a isso. Elias não estava morrendo, mas sendo retirado da cena terrestre, um tipo de equivalência.

‘Eliseu queria bênçãos espirituais, e não materiais. Ele não estava pedindo para ser duplamente popular em relação a Elias… Ele estava pedindo para ser seu sucessor… para ter o privilégio de levar avante o ministério de Elias sob Deus” (Thomas L. Constable, in loc.).

A DUPLA PORÇÃO

Eliseu solicitou uma porção dupla do poder milagroso de Elias, cujo poder era obra do Espírito Santo. Ver II Reis 2.9-10. É curioso que Eliseu tenha efetuado numericamente quase, exatamente, o dobro de milagres de Elias.

  1. Elias é alimentado por corvos (I Reis 17.2 ss.)
  2. A comida da viúva multiplicada (I Reis 17.8 ss.)
  3. Ressurreição do filho da viúva (I Reis 17.17 ss.)
  4. O altar e o sacrifício de Elias consumidos por fogo (I Reis 18.25 ss.)
  5. Acazias e seus 102 soldados consumidos fogo celestial (II Reis 1.2 ss.)
  6. O rio Jordão é separado (II Reis 2.7 ss.)
  7. O arrebatamento de Elias (II Reis 2.11 ss.)

 

  1. O rio Jordão é separado (II Reis 2.14 ss.)
  2. As águas perto de Jerico são purificadas (II Reis 2.19 ss.)
  3. O óleo da viúva multiplicado (II Reis 4.1 ss.)
  4. O filho da sunamita levantado dos mortos (II Reis 4.31 ss.)
  5. A sopa venenosa purificada (II Reis 4. 38 ss.)
  6. A comida do profeta multiplicada (II Reis 4.42 ss.)
  7. Naamã curado da lepra (II Reis 5.1 ss.)
  8. Geazi punido com lepra (II Reis 5.20 ss.)
  9. O machado flutua (II Reis 6.1 ss.)

10 A proteção de um exército celestial em Dotã (II Reis 6.17 ss.)

  1. Soldados inimigos cegados (II Reis 6.18 ss.)
  2. Póstumo: um homem ressuscitado quando tocou nos ossos de Eliseu (II Reis 13.20-21)” (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1473; 1477).

 

“O último pedido de Eliseu (2.9-10). “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (9; hebraico). Essa frase tem sido muitas vezes mal interpretada como um pedido para receber o dobro do Espírito que estava na vida de Elias, e os maiores milagres que ele realizou foram considerados como indicação dessa assertiva. No entanto, esse pedido estava baseado em Deuteronômio 21.15-17, onde a mesma expressão porção dobrada (9) é aplicada àquilo que o primogênito recebia da herança de seu pai. Eliseu se considerava o primogênito de Elias, o “filho do profeta” porque havia sido chamado para sucedê-lo como líder (cf. 1 Rs 19.19-21). Ele também estava profundamente preocupado porque passaria a ter aquele importante Espírito na qualidade de primogênito.

Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 344.

 

Eliseu, tendo esta justa oportunidade de se enriquecer com as melhores riquezas, roga por uma porção dobrada de seu espírito. Ele não pede por riquezas materiais, nem por honra, nem ausência de problemas, mas pede para estar qualificado para o serviço de Deus e de sua geração. Ele pede: (1) Pelo Espírito, não que Elias tivesse capacidade de conceder os dons e as graças do Espírito. Por essa razão ele não diz: “Dê-me o Espírito” (ele sabia muito bem que isso era dom de Deus), mas: “Peço-te que ele esteja sobre mim, intercede junto a Deus por mim nesse sentido”. Cristo disse a seus discípulos que pedissem o que quisessem, não alguma coisa, mas tudo, e prometeu enviar o Espírito, com muito mais autoridade e certeza do que poderia Elias. (2) Por seu espírito, porque ele deveria ser um profeta em seu lugar, continuar seu trabalho, para gerar os filhos dos profetas e encarar os inimigos deles, porque ele deveria encontrar as mesmas dificuldades e lidar com a mesma geração perversa, de maneira que, se ele não tiver seu espírito, não terá força suficiente para enfrentar a tarefa. (3) Por uma porção dobrada de seu espírito. Ele não quer dizer o dobro do que tinha Elias, mas o dobro do que o resto dos profetas tinha, dos quais não se poderia esperar tanto quanto de Eliseu, o qual tinha sido educado por Elias. E uma ambição sagrada procurar com zelo os melhores dons, e aqueles que nos tornarão mais úteis a Deus e a nossos irmãos. Note: Nós todos, tanto ministros quanto povo, temos que colocar diante de nós os exemplos de nossos predecessores, trabalhar a exemplo do espírito deles, e ser sérios com Deus buscando a graça que os conduziu em seu trabalho e os habilitou a cumpri-lo”. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 548).

 

3.                  Elias, a inspiração de Eliseu.

Para receber o que pediu, Eliseu não poderia retirar os olhos de Elias (2 Rs 2.10). Isso para ele não era difícil, pois tinha o profeta como sua fonte de inspiração e estava sempre atento a tudo o que Elias fazia.  As melhores oportunidades para aprender e crescer ministerialmente acontecem quando podemos nos espelhar em alguém que realmente serve a Deus com amor e fidelidade.

 

Comentário

“Se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará. A condição. A fim de que a dupla porção do Espirite fosse concedida a Eliseu, ele teria de ser testemunha ocular do arrebatamento de Elias. Ele teria de estar presente. Ver o poema ilustrativo nas notas sobre o vs. 14. Então ele receberia o manto miraculoso, e seu pedido lhe seria proporcionado… Cf. o fato de que, no Novo Testamento, os apóstolos de Jesus tinham de ser testemunhas oculares de Seus milagres e de Sua vida (Atos 1.21,22). Entrementes, Eliseu precisava “ter olhos para ver o arrebatamento de Elias. Nem todos os homens, mesmo que estivessem presentes, teriam tal visão espiritual (ver II Reis 6.17). Seria uma experiência mística da mais elevada ordem, e não um acontecimento físico.

Coisas Difíceis. O recebimento da dupla porção do Espírito não estava sujeito ao poder e à autoridade de Elias conceder. Yahweh seria o agente ativo nessa concessão. Não obstante, o profeta de mais idade teria o poder de pedir tal coisa, a qual, sem dúvida, seria concedida a Eliseu. O milagre, portanto, não viria de Elias, iras fluiria através dele”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1473-1474).

 

“A resposta de Elias era que não podia conceder esse pedido; somente Deus tinha o poder para tanto. Porém, se o Senhor permitisse a Eliseu presenciar a sua subida ao céu, então ele receberia a “porção dobrada” (10)”. (Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 344).

 

“Elias prometeu-lhe o que ele pediu, mas sob duas condições (v. 10). (1) Contanto que ele valorizasse e estimasse isto muito: isso ele o ensina a fazer ao chamá-lo coisa dura, não tão difícil para Deus realizar, mas muito grande para ele esperar. Aqueles que estão mais preparados para as bênçãos espirituais são aqueles mais sensíveis ao quanto elas valem e à sua própria indignidade para recebê-las. (2) Contanto que ele se mantivesse próximo a seu senhor, até ao final, e fosse o observasse: Se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará, do contrário, não. Uma atenção diligente às instruções de seu senhor, e uma observação cuidadosa de seu exemplo, principalmente agora nesta última cena, eram a condição e seriam um meio adequado de obter muito de seu espírito. Observar cuidadosamente a maneira de sua ascensão seria também de grande utilidade para ele. Os confortos dos santos que partiram, e suas experiências, ajudarão poderosamente tanto a dourar nossos confortos quanto a fortalecer nossas resoluções. Ou, talvez, isto fosse planejado apenas como um sinal: “Se Deus te favorecer tanto a ponto de fazer com que me vejas quando eu ascender, aceita isso como um sinal de que Ele fará isso para você, e confia nisso.” Os discípulos de Cristo

o viram ascender e, por causa disso, tiveram certeza de que, em pouco tempo, seriam preenchidos por seu Espírito (At 1.8). Podemos supor que depois disso Eliseu orou seriamente: Senhor, Mostra-me esse sinal perra bem”. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 548

 

 

III – ELISEU TOMA A CAPA DE ELIAS

 

1.      A comunhão de Elias e Eliseu. Enquanto Elias e Eliseu caminhavam juntos e conversavam, o que denota intimidade e comunhão entre os dois, Elias foi separado de Eliseu por um carro de fogo que o elevou num redemoinho (2 Rs 2.11). A amizade sincera e a comunhão na igreja, entre irmãos que se amam e se respeitam, sempre resulta em bênçãos extraordinárias para a obra de Deus.

 

Comentário

“Um carro de fogo, com cavalos de fogo. Alguma manifestação grandiosa, acompanhada por um carro e por cavalos de fogo, foi o aspecto visível do acontecimento. Não devemos pensar em termos de um redemoinho literal, e nem em termos de cavalos e de um carro literal. O acontecimento manifestou-se em termos que podiam ser compreendidos. As verdadeiras experiências místicas, em sua essência, são inefáveis. Para que depois os homens sejam capazes de falar a respeito, deve haver, por assim dizer, alguns elementos físicos que possam ser descritos. A chave para a compreensão aqui é o fogo. Esse fogo, porém, não foi literal. Esse fogo era apenas a conflagração do céu manifestando-se sob formas que podiam ser comparadas a um carro de fogo e a cavalos de fogo. Quanto ao redemoinho, ver o parágrafo final das notas sobre o primeiro versículo deste capítulo. Os críticos consideram esse acontecimento uma lenda, o que também dizem sobre o arrebatamento antecipado da Igreja. Não obstante, temos razões que nos levam a crer que tais arrebatamentos podem ocorrer. Há um paralelo moderno na experiência de Analee Skarin, poucos anos atrás, em Salt Lake City, estado de Utah, Estados Unidos da América, onde nasci e fui criado. Não conheci pessoalmente a dama, mas conheci uma pessoa de confiança que atestou a realidade do acontecimento. Se compreendermos essas questões de maneira crassa e física, então diríamos “isso é uma lenda”. Mas se as compreendermos em um sentido não-material, espiritual, então confessaremos que eventos assim estupendos podem ocorrer e realmente ocorrem.

“As realidades espirituais não são discernidas pelo olho externo, mas são percebidas somente por aqueles que prestam atenção e se mostram sensíveis a elas. São luminosas imediatamente apenas para os sensíveis de coração, bem como dotados de intelecto arguto, e devotos de alma… Se não virmos essas realidades, não será porque não estão ali para serem vistas, mas, antes, porque não possuímos olhos capazes de vê-las. A dificuldade não estará com a coisa a ser percebida, mas com quem não a percebe” (Raymond Calking, in loc.).

Supõe-se que Elias tenha sido transformado em um ser espiritual para estar apto para viver no mundo das luzes. Dificilmente podemos pensar que seu corpo físico poderia ter sido transportado para as dimensões celestiais.

Tipologia. Cf. o arrebatamento da Igreja. O presente texto cf. I Tessalonicenses 4.13 ss. e I Coríntios 15.51 ss. Comparar a experiência de Eliseu a certa ocasião posterior, historiada em II Reis 6.17”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1474).

 

“Elias é tomado em um rodamoinho (2.11-12). Quando os dois caminhavam juntos, Elias foi levado para o céu. Esse fenômeno de fogo que apareceu com cavalos e carruagens, era uma característica das revelações especiais de Deus (cf. Ex 19.16-25; SI 18.7- 15). Eliseu recebeu a permissão de testemunhar essa translação e, clamando disse: Meu pai, meu pai (12). Esta atitude demonstra o reconhecimento por parte de Eliseu de que Elias era o seu líder espiritual e o seu reverenciado predecessor”. (Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 344).

 

“Elias é levado ao céu num carro de fogo (v. 11).

Como Enoque, ele foi trasladado, para não ver a morte. E foi (como Cowley o expressa) o segundo homem que saltou o fosso no qual todo o resto da humanidade caiu e ele não foi para o céu descendo. Muitas perguntas curiosas poderiam ser feitas sobre este assunto, mas não poderiam ser respondidas. Que nos baste a informação que temos aqui sobre:

  1. O que o seu Senhor, quando chegou, o encontrou fazendo. Ele estava conversando com Eliseu, instruindo-o e encorajando-o, orientando-o em seu trabalho, e estimulan- do-o, para o bem daqueles que ele deixava para trás. Ele não estava meditando ou orando, como alguém completamente enlevado pelo mundo para o qual estava indo, mas como alguém dedicado à pregação, como alguém preocupado com o reino de Deus entre os homens. Nós nos enganamos se pensamos que nossa preparação para os céus é feita apenas pela contemplação e os atos de devoção. A utilidade que representamos para os outros nos será cobrada como qualquer outra coisa. Pensar em coisas divinas é bom, mas falar delas (se isso vier do coração) é melhor, porque é para a edificação (1 Co 14.4). Cristo ascendeu ao céu enquanto estava abençoando seus discípulos.
  2. Que escolta seu Senhor lhe enviou — um carro de fogo, com cavalos de fogo, o qual apareceu ou descendo sobre eles das nuvens ou (como pensa o bispo Patrick) correndo na direção deles por sobre o chão: nesta forma os anjos apareceram. As almas de todos os fiéis são carregadas por uma invisível guarda de anjos para dentro do seio de Abraão. Mas, tendo Elias carregado seu corpo consigo, esta guarda celestial tornou- se visível, não numa forma humana, como de costume, embora eles pudessem tê-lo carregado em seus braços, ou o levado como nas asas de uma águia, mas isto seria carregá-lo como a uma criança, como a um cordeiro (Is 40.11,31). Eles aparecem na forma de um carro e cavalos, para que ele pudesse conduzir com pompa, para que pudesse conduzir em triunfo, como um príncipe, como um vencedor, sim, mais cio que vencedor. Os anjos são chamados na Escritura de querubins e serafins, e a aparência deles aqui, embora possa parecer estar abaixo de sua dignidade, corresponde a ambos os nomes. Pois (1) Serafim significa flamejante, e diz-se que Deus faz deles um fogo abrasador (SI 104.4). (2) Querubim (na opinião de muitos) significa carruagens, e eles são chamados de os- carros de Deus (SI 68.17), e diz-se que Ele montou num querubim (SI 18.10), aos quais talvez exista uma alusão na visão de Ezequiel de quatro seres viventes, e rodas, como cavalos e carros. Na visão de Zacarias eles também são representados assim (Zc 1.8; 6.1. Compare com Apocalipse 6.2ss.). Veja a prontidão dos anjos para fazerem a vontade de Deus, mesmo nos serviços mais desprezíveis, para o bem daqueles que devem ser herdeiros da salvação. Elias devia mudar-se para o mundo dos anjos, e por essa razão, para mostrar quão desejosos eles estavam de sua companhia, alguns deles viriam buscá-lo. O carro e os cavalos apareceram como fogo, não por queimar, mas pelo brilho, não para torturá-lo ou consumi-lo, mas para tornar sua ascensão notável e ilustre aos olhos daqueles que ficaram de longe para vê-la. Elias tinha queimado com zelo santo por Deus e por sua honra, e agora, com o fogo sagrado ele foi refinado e trasladado.
  3. Como ele foi separado de Eliseu. Este carro os separou. Note: Os mais queridos amigos devem partir. Eliseu tinha afirmado que não o deixaria, mas agora ele é deixado para trás por Elias.
  4. Para onde ele foi carregado. Ele subiu ao céu num redemoinho. O fogo tende a subir. O redemoinho ajudou a carregá-lo através da atmosfera, para fora do alcance da força magnética da terra, e então, quão suavemente ele ascendeu através do puro éter para o mundo dos espíritos sagrados e abençoados que nós não podemos conceber.

“Mas onde ele parou nunca se saberá,

Até que a Natureza Fênix, envelhecida,

Aspire tornar-se um ser melhor,

Subindo ela mesma, como ele, para a eternidade em fogo.”

Cowley.

Uma vez Elias, em aflição, tinha desejado morrer. Mas Deus foi tão gracioso com ele a ponto de não apenas não aceitar seu pedido na ocasião, mas de honrá-lo com este privilégio singular, de que ele nunca veria a morte. E por este exemplo, e por aquele de Enoque: (1) Deus mostrou como os homens deveriam deixar o mundo se não tivessem pecado, não pela morte, mas pela trasladaç-ão. (2) Ele concedeu um vislumbre daquela vida e imortalidade que são trazidas à luz pelo evangelho, da glória reservada para os corpos dos santos, e da abertura do reino dos céus para todos os crentes, como então ocorreu para Elias. Isso também foi uma figura da ascensão de Cristo”. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 548-549).

 

2.      A capa de Elias. Elias deixou sua capa cair quando foi elevado ao céu. Essa capa foi herança que o profeta deixou para seu servo Eliseu (2 Rs 2.13). Ela legitimou o ministério dele publicamente, ao tocar nas águas do Jordão e dividi-las para uma e outra banda (2 Rs 2.14). Esse episódio foi visto pelos filhos dos profetas de Jericó que imediatamente reconheceram que a unção de Elias estava sobre Eliseu (2 Rs 2.15).

 

Comentário

“Então levantou o manto que Elias deixara cair. O manto ficou e agora estava à disposição de Eliseu. Naquele momento, Eliseu recebeu a dupla porção espiritual que Elias tinha possuído. Ver os versículos 9 e 10 deste capítulo. A fonte do poder era o Espírito de Deus, mas permeava aquele manto como se fora uma grande coisa viva. Equipado pelo poder divino, o profeta mais jovem retornou ao Jordão, e assim logo testaria sua autoridade como sucessor de Elias. O manto era o sinal de sua autoridade e ofício profético.

Onde está o Senhor, Deus de Elias? O primeiro teste. Este versículo, no texto massorético, repete a mensagem do versículo oitavo. Naquele versículo, fora Elias quem fizera as águas separar-se ao feri-las. Aqui, Eliseu, sucessor de Elias, demonstrou obter o mesmo sucesso, ao reatravessar o rio. Essa era a prova de seu poder e de sua autoridade como principal profeta de Israel, e também prova de que o manto de Elias retivera seus poderes miraculosos.

Variante Textual. A Vulgata, Luciano e um dos manuscritos da Septuaginta (Poliglota 1513-1517) dão-nos a ideia de que a primeira tentativa de Eliseu fracassou, quando ele experimentou dividir as águas, e teve que bater na água uma segunda vez. Alguns críticos textuais supõem que assim dizia o texto original, e o texto padronizado hebraico, o texto massorético, o tenha suavizado, tornando este versículo 14 igual ao versículo oitavo. Digo aqui “suavizou” porque seria uma declaração difícil de que o grande Eliseu, com dupla porção do Espírito que controlava Elias, tivesse de bater na água por duas vezes para obter o resultado desejado. Ver o texto massorético no Dicionário intitulado Massora (Massorah); Texto Massorético. Ver também o artigo Manuscritos do Antigo Testamento, seção VII.

Não resta sobre a terra

Nenhum homem vivo que conheceu (considerai isto!)

Que viu com seus olhos ou tocou com suas mãos,

Aquele que era desde o princípio, a Palavra da Vida.

Como será quando ninguém puder dizer: “Eu vil”

Yahweh-Elohim. Eliseu invocou o poder real que apenas fluía de maneira humilde através do manto que fora de Elias. Ele invocou o Deus Eterno e Todo-poderoso, a fonte dos milagres. Por assim dizer, Eliseu submeteu a teste o Deus de Israel. Agora que Elias se tinha ido embora, haveria poder que restasse para fazer outros milagres? As águas do Jordão dividiram-se. A resposta foi “sim”.

Vendo-o… O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. Honra a quem honra. Os membros da escola dos profetas viram tudo, incluindo o fato de que o espírito de Elias repousara sobre Eliseu. Isso significava que Eliseu era o legítimo sucessor de Elias e levaria avante a sua missão. Isso requeria o respeito da parte de todos. Foi por essa razão que os profetas menores vieram e se prostraram diante do agora poderoso Eliseu. Elias tinha sido o mestre de todos. Naquele momento, Eliseu tomara o lugar de Elias como cabeça da escola dos profetas.

Os discípulos dos profetas. Ou seja, os cinquenta profetas de Jericó (ver o sétimo versículo deste capítulo). Esses homens eram filhos espirituais de seus líderes, e que estavam sendo treinados para profetas. Eram profetas secundários, ensinados por seus pais espirituais”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1474).

 

“O manto de Elias caiu onde Eliseu podia apanhar. A disponibilidade do manto autenticava que Eliseu havia recebido a “porção dobrada”. Na verdade, ele representava o endosso de Deus como sucessor de Elias e o símbolo de que o poder do Senhor permaneceria nele, da mesma forma como havia se estabelecido em Elias. Ao retornar, Eliseu feriu as águas (14) do Jordão, como Elias havia feito anteriormente (cf. 8). Ele foi, então, aceito como o novo líder dos profetas de Jericó (15). Ele permitiu a um grupo satisfazer sua curiosidade a respeito da partida de Elias, pois eles achavam que o velho profeta havia sido lançado em algum dos montes ou em algum dos vales (15). Ele usou sal para purificar uma fonte em Jericó, cuja água era imprópria para beber e irrigar. Até ao dia de hoje (22) poderia significar até o dia em que o historiador vivia.

Os versículos 1-15 realçam a “porção dobrada”. No registro da Bíblia Sagrada sobre a profunda experiência de Eliseu com Deus, podemos ver: (1) Um homem de Deus percebeu sua necessidade diante de suas maiores responsabilidades, 1-3; (2) ele era atento e persistente, 2-6; (3) ele enxergou o poder de Deus na vida de outra pessoa, 7,8; (4) ele foi determinado em sua solicitação, 9,10; (5) ele atendeu as condições prescritas, 10-12; (6) ele exerceu a fé e recebeu a promessa, 13,14; e (7) seus seguidores reconheceram a diferença, 15.

A pergunta de Eliseu: “Onde está o Senhor, Deus de Elias?” (14) é muito significativa. O Dr. J. B. Chapman costumava explicar que Eliseu tinha o manto, símbolo da função de profeta, mas ele precisava também ter a presença do Senhor dentro de si. As lições da vida de Eliseu podem ser resumidas em relação a essa grande frase. (1) O Senhor de Elias é um Deus que dispensa cuidados providenciais, 1 Rs 17; (2) O Senhor de Elias é um Deus que responde através do fogo, 1 Rs 18.1-40; (3) O Senhor de Elias é um Deus que ouve as orações, 1 Rs 18.41-46; (4) O Senhor de Elias ainda é o Deus da árvore de “zimbro”, 1 Rs 19.4-18; e (5) O Senhor de Elias derrama o seu precioso Espírito sobre os seus servos, 2.9-12”. (Harvey E. Finley. Comentário Bíblico Beacon I e II Reis. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 344-345).

 

“Os sinais da presença de Deus com Eliseu, e as marcas de sua elevação ao lugar de Elias, para ser, como Elias tinha sido, um pai para os filhos dos profetas, e os carros e os cavaleiros de Israel.

  1. Ele agora possuía o manto de Elias, o símbolo de seu ofício, o qual, podemos supor, ele colocou e vestiu por causa do seu mestre (v. 13). Quando Elias foi para os céus, embora ele não tenha deixado cair seu corpo como os outros fazem, ele deixou cair, ao invés disso, o seu manto. Pois ele foi despido para que pudesse ser vestido com a imortalidade: Ele estava indo para um mundo onde não precisaria do manto para adorná-lo, nem para abrigá-lo do tempo, nem para envolver seu rosto, como em 1 Reis 19.13. Ele deixou seu manto como um legado para Eliseu, e, embora em si mesmo fosse de pouco valor, como era um sinal da descida do Espírito sobre ele, era mais do que se lhe tivesse legado milhões em ouro e prata. Eliseu o pegou, não como uma relíquia sagrada a ser adorada, mas como um artigo de vestuário significativo a ser usado, e uma recompensa a ele por suas próprias roupas, que ele tinha rasgado. Ele amou este manto desde que fora lançado a ele (1 Reis 19.19). Ele que tão alegremente obedeceu à convocação do manto, e tornou-se o servo de Elias, é agora dignificado com ele, e se torna seu sucessor. Há coisas de grandes e bons homens, que, como este manto, devem ser juntadas e preservadas pelos sobreviventes, seus dizeres, seus escritos, seus exemplos, para que, como suas obras os seguem em sua recompensa, o que deixaram possa permanecer para benefício dos que ficaram.
  2. Ele agora possuía o poder de Elias para abrir o Jordão (v. 14). Tendo se separado de seu pai, ele retorna para seus filhos nas escolas dos profetas. O Jordão estava entre ele e eles. O rio tinha sido dividido para abrir caminho para Elias para a sua glória. Ele tentará dividi-lo para abrir caminho para si para dar continuidade a suas tarefas, e com isso ele saberá que Deus está com ele, e que ele tem a porção dobrada do espírito de Elias. O último milagre de Elias deve ser o primeiro de Eliseu, assim ele começa onde Elias parou e não há lacuna. Ao dividir as águas: (1) Ele fez uso do manto de Elias, como o próprio Elias tinha feito (v. 8), para mostrar que ele decidiu manter os métodos de seu mestre, e não introduziria nada novo, como fingem fazer aqueles que pretendem ser mais sábios do que seus predecessores. (2) Ele se dirigiu ao Deus de Elias: Onde está o Senhor, Deus de Elias? Ele não perguntou: ‘‘Onde está Elias?” Como se estivesse examinando sua perda, como se ele não pudesse ficar tranquilo agora que ele se fora, ou como se estivesse duvidando de seu estado de felicidade, como se, como os filhos dos profetas aqui, ele não soubesse o que tinha sido feito dele — ou como se curiosamente estivesse inquirindo a respeito dele e das particularidades daquele estado para o qual Elias fora removido (não, trata-se de uma vida escondida, ainda não é manifesto o que nós devemos ser), — nem como se esperasse ajuda dele. Elias está feliz, mas não é nem onisciente, nem onipotente. E ele pergunta: Onde está o Senhor, Deus de Elias? Agora que Elias foi levado para os céus, Deus tinha provado grandemente ser o Deus de Elias. Se ele não lhe tivesse preparado aquela cidade, e feito mais para ele lá do que já tinha feito por ele neste mundo, se envergonharia de se chamar seu Deus (Hb 11.16; Mt 27.31,32). Agora que Elias tinha sido levado ao céu, Eliseu perguntou: [1] Por Deus. Quando nossos confortos humanos são removidos, nós temos um Deus a quem nos dirigir, o qual vive para sempre. [2] Pelo Deus de Elias, o Deus a quem Elias serviu, e honrou, e a quem suplicou, e a quem aderiu quando todo o Israel o tinha abandonado. Esta honra é feita àqueles que se voltam a Deus em tempos de geral apostasia, para que Deus seja, de uma maneira singular, o Deus deles. “O Deus que confirmou, e protegeu, e supriu Elias, e de muitas maneiras, o honrou, especialmente agora no fim, onde está Ele? Senhor, não me foi prometido o espírito de Elias? Cumpra essa promessa”. As palavras que se seguem no original, Aph-his — até Ele, que nós juntamos à sentença seguinte, quando ele feriu as águas, alguns entendem como resposta a esta pergunta: Onde está o Deus de Elias ? Etiam ille adhuc superest – “Ele ainda existe, e está bem perto. Nós perdemos Elias, mas não perdemos o Deus de Elias. Ele não abandonou a Terra; é Ele mesmo que ainda está comigo.” Note: Primeiro: E dever e interesse dos santos na Terra perguntar por Deus, e se dirigirem a Ele como o Senhor Deus dos santos que foram antes para o céu, o Deus de nossos pais. Segundo: E muito confortável para aqueles que perguntam por Deus saber onde encontrá-Lo; é Ele mesmo que está no seu santo templo (SI 11.4.) e próximo de todos os que o invocam (SI 145.18). Terceiro: Aqueles que caminham no espírito e seguem os passos de seus antecessores fiéis e piedosos devem certamente experimentar a mesma graça que eles experimentaram. O Deus de Elias será também o Deus de Eliseu. O Senhor Deus dos profetas sagrados é o mesmo ontem, hoje, e para sempre. E qual é a vantagem de termos os mantos daqueles que se foram, seus lugares, seus livros, se não tivermos seu espírito, seu Deus?
  3. Ele agora possuía a influência de Elias sobre os filhos dos profetas (v. 15). Alguns dos companheiros da escola em Jericó, os quais tinham ficado convenientemente perto do Jordão, para ver o que se passava, ficaram surpresos ao ver o Jordão dividir-se diante de Eliseu em seu retorno, e tomaram aquilo como uma evidência convincente de que o espírito de Elias repousava sobre ele, e que por isso eles lhe deviam o mesmo respeito e deferência que a Elias. Por isso, eles foram encontrá-lo, congratulá-lo por sua passagem segura através de fogo e água, e pela honra que Deus tinha colocado sobre ele. E eles se prostraram diante dele em terra. Eles haviam estudado nas escolas. Eliseu fora tirado do arado. Mas quando eles perceberam que Deus estava com ele, e que ele era o homem que Deus se agradara. cle honrar, eles prontamente se submeteram a ele como seu guia e pai, como as pessoas fizeram com Josué quando Moisés morreu (Js 1.17). Aqueles que têm o espírito e a presença de Deus com eles devem ter nossa estima e os melhores sentimentos, apesar da insignificância de sua origem e educação. A quem quer que Deus honre, devemos honrar. Está pronta submissão dos filhos dos profetas, sem dúvida, foi um encorajamento a Eliseu e ajudou a confirmar seu chamado”. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Antigo Testamento Josué a Ester. Editora CPAD. pag. 549-550).

 

 

CONCLUSÃO

O que identifica um profeta de Deus atualmente não é o uso de uma capa, mas o modo de viver, suas virtudes e comportamento. A exemplo de Eliseu, devemos nos espelhar em homens e mulheres de Deus que sejam genuínos imitadores de Cristo. E não apenas isso: precisamos também ser exemplo para os outros, refletindo a imagem do Senhor, não somente nas palavras, mas, principalmente, nas ações.

 

PARA REFLETIR

A respeito de “Elias e Eliseu, seu Sucessor”, responda:

⁕ O que realmente Eliseu estava querendo de Elias quando pediu porção dobrada do seu espírito?

Eliseu estava pedindo para ser herdeiro de Elias, para ficar no lugar dele como profeta. Ele também pediu para ter o espírito ou atitude de Elias porque queria a mesma coragem e zelo pela verdadeira adoração (1 Reis 19.13,14).

⁕ O que nos ensina o fato de as profecias de Elias serem cumpridas a curto prazo, diferente de outros profetas?  

Isso nos ensina que a grandeza de um profeta não é medida somente pelo tempo do cumprimento de suas profecias, mas, principalmente, pela integridade e grandeza de sua alma.

⁕ De que maneira Eliseu terminou seu ministério?

Honrado pelos que temiam ao Senhor e respeitado pelos inimigos de Deus.

⁕ Qual foi a maior herança espiritual que Elias deixou para Eliseu?

A sua capa, sua unção, isto é, a sua autoridade de profeta.

⁕ O que representou a capa de Elias para o ministério de Eliseu?

Ela legitimou o ministério dele publicamente, ao tocar nas águas do Jordão e dividi-las para uma e outra banda (2 Rs 2.14).

 

 

Comentário elaborado pelo Pb Alessandro Silva. Disponível no endereço: https://professordaebd.com.br/6-licao-3-tri-21-o-profeta-elias-e-eliseu-seu-sucessor/. Acesso em: 02 Ago 2021.