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1 de setembro de 2020

ESPECIAL | Lição 10: Provai se os espíritos são de Deus| Pb Francisco Barbosa


ANO 12 | Nr 670| 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD EDIÇÃO ESPECIAL JOVENS e ADULTOS - TERCEIRO TRIMESTRE DE 2020
OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE:a reconstrução de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
COMENTARISTA: EURICO BÉRGSTEN

Edição Especial 3º TRI
Jovens e Adultos
Escola Bíblica
10
6 DE SETEMBRO DE 2020

Provai se os espíritos são de Deus
Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed Especial Jovens e Adultos - 3º Trimestre, 2020. Lição 10, 6 desetembro de 2020




TEXTO ÁUREO

“Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo” (1Jo 4.1).


VERDADE PRÁTICA

Através dos dons espirituais, a Igreja discerne os espíritos enganadores.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Neemias 6.10-14; 1 Tessalonicenses 5.20,21; 1 Coríntios 14.29


INTRODUÇÃO

Na lição passada estudamos as diferentes formas de ataques que o Inimigo da obra de Deus usa para lutar contra os servos de Deus. Vamos dedicar esta lição ao estudo de como o Inimigo ataca por meio dos falsos profetas
- Esta é mais uma daquelas imensas lições, difíceis de serem ministradas no exíguo tempo destinado à ministração da aula. O Professor terá que desdobrar-se e ainda assim, passar por cima de pontos importantes, caso queira concluir a lição numa aula só. Esse formato é antididático e acaba por tornar a lição confusa. Mas, a fim de ajudar àqueles que terão a tarefa de conduzir a aula nesse domingo, tentarei ser conciso e preciso em cada tópico e subtópico, sem aprofundar o conteúdo, mas sendo direto. Aqui, veremos que o inimigo mantém seus agentes dentro dos círculos cristãos, pessoas usadas por ele como porta-vozes do engano, também veremos que, dado essa artimanha, precisamos possuir o dom de discernir espíritos.Vamos pensar maduramente a nossa fé?


I –CUIDADO COM OS FALSOS PROFETAS!
1
Os samaritanos observaram que os judeus davam muito valor à palavra dos profetas. Lembravam-se dos profetas Ageu e Zacarias, os quais profetizavam com tanta graça que a construção do templo, que havia estado parada por quinze anos, recomeçou imediatamente, e continuou até a inauguração da casa de Deus. Por ocasião da construção do muro, a comunicação entre judeus e samaritanos estava interrompida. Os judeus recusavam as propostas de cooperação dos samaritanos e não aceitavam as visitas deles. Em vista das constantes recusas das suas ofertas de amizade, os samaritanos procuraram então influenciá-los por meio de profecias. Tobias e Sambalate conseguiram subornar alguns profetas, entre eles a profetisa Noadias, a fim de atemorizar Neemias, dizendo que ele estava em perigo de morte, e deveria fugir para dentro do templo, para assim salvar sua vida (Ne 6.10-14). O exemplo deixado por Balaão prova que qualquer profeta que aceita suborno, ou recebe dinheiro para profetizar, é um falso profeta. Devemos ter cuidado, a fim de que os falsos profetas não encontrem guarida em nossas igrejas
- Quando a carta aberta não conseguiu intimidar Neemias a ponto de levá-lo a interromper o trabalho e comparecer ao encontro, seus inimigos decidiram tentar intimidá-lo interiormente. Eles contrataram um falso profeta, Semaías, para atrair Neemias ao lugar santo do templo para se refugiar de um plano de assassinato. Se ele entrasse e se trancasse no lugar santo, estaria profanando a Casa de Deus e faria o povo questionar a sua reverência a Deus. Semaías era filho de um sacerdote, amigo íntimo de Neemias. Esse plano lhes daria fundamentos para fazer um relatório desfavorável a respeito de Neemias, que não era sacerdote e não tinha o direito de entrar no lugar santo. Também faria com que as pessoas questionassem a sua coragem. Neemias precisou enfrentar outros judeus desleais incluíam:
            1) os nobres (3.5; 6.17);
            2) os judeus que viviam próximos a Sambalate (4.12);
            3) Noadia (6.14);
            4) Mesulão (6.17-19);
            5) Eliasibe (13.4,7); e
            6) o neto do sumo sacerdote (13.28).

2
Neemias tinha o dever de examinar a profecia recebida. E ele o fazia! Em primeiro lugar, estranhou a ordem para fugir: “Um homem como eu fugiria?”. Além disso, ele observou que não tinha o direito de entrar no templo, uma vez que não era sacerdote. Compreendeu facilmente que tudo não passava de um ardil de Tobias e Sambalate, para atemorizá-lo e seduzi-lo a pecar. Assim, concluído o exame da profecia, Neemias pôde dizer: “Conheci que não era de Deus” (Ne 6.12)
- Foi preciso discernir seu chamado, Neemias sabia que Deus não o havia chamado para o sacerdócio, não tinha o direito de entrar no lugar Santo. Como precisamos desse dom! O inimigo do Reino sabe que não tem chance contra aquele que procura andar segundo a vontade do Senhor. Paulo nos ensina em Romanos 8.37: “Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou”. Sabedor disto, ele usa a estratégia de fazer com que o homem desista da guerra e abandone o campo de batalha. Essa é a sua única chance de prevalecer e as suas armas para atingir tal objetivo são as intimidações. Intimidadoa pelo inimigo, somos tentados a tomarmos decisões fora da vontade de Deus. Neemias discerniu no espírito o que estava sendo tramado e rejeitou qualquer manipulação.




II –A BÍBLIA REVELA A EXISTÊNCIA DOS FALSOS PROFETAS
1
No Antigo Testamento:

a. O trágico exemplo relatado em 1 Reis 13. Um fervoroso homem de Deus, procedente de Judá, profetizou com muita coragem advertindo o ímpio rei de Israel, que estava junto do altar queimando incenso. Ele disse: “Altar, altar! Assim diz o SENHOR: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso, e ossos de homens se queimarão sobre ti” (v.2). E deu um sinal de que aquela palavra era do Senhor: “Eis que o altar se fenderá, e a cinza […] se derramará” (1Rs 13.3).Ouvindo o rei aquela palavra, estendeu a sua mão sobre o altar ordenando que prendessem o homem de Deus. Todavia a mão que ele estendeu contra o profeta secou-se, e não a podia tornar a trazer a si. O altar se fendeu, e a cinza se derramou, como o profeta havia dito. A pedido do rei, o profeta orou a Deus e a mão lhe foi restituída sã. A ordem de Deus para o profeta era que não comesse pão e nem bebesse água naquele lugar, e que não voltasse pelo mesmo caminho (1Rs 13.9). Havia, porém, naquele lugar um velho profeta, cujo filho lhe contou o que fizera o profeta vindo de Judá. O velho profeta foi ao encontro do homem de Deus, e convidou-o para comer pão. Ante a recusa do homem de Deus, o velho profeta argumentou que um anjo lhe havia falado; ordenando que convidasse o profeta de Judá a voltar, para comer pão em sua casa (1Rs 13.11-15). O homem de Deus não discerniu a mentira e aceitou o convite do velho profeta. E sucedeu que quando ele estava comendo pão, Deus tomou o velho profeta em profecia e disse: “Visto que foste rebelde à boca do SENHOR, […] antes, voltaste, e comeste pão, […] o teu cadáver não entrará no sepulcro de teus pais” (1Rs 13.21,22). Depois de ter comido pão, voltou, e no caminho um leão o matou, deixando-o prostrado na estrada (1Rs 13.23,24). O velho profeta o recolheu, e sepultou-o no seu sepulcro, chorando lágrimas, certamente de fingimento (1Rs 13.26-28).

b. Nos dias de Jeremias havia falsos profetas, os quais com suas profecias combatiam a palavra que Deus havia enviado a Israel, por meio de Jeremias (Jr 29.21-23).

c. Quando o rei Josafá, de Judá, visitou o rei Acabe, de Israel, este tinha um grande número de profetas que profetizavam segundo a vontade de Acabe. Então o rei Josafá perguntou: “Não há aqui ainda algum PROFETA DO SENHOR? E o rei Acabe respondeu que havia o profeta Micaías. Os que foram buscá-lo disseram-lhe: “Vés aqui que as palavras dos profetas, a uma voz, predizem coisas boas para o rei; seja. pois, a tua palavra como a palavra de um deles, e fala bem”. Então disse Micaías: “O que o Senhor me disser isto falarei”. Como Micaías profetizou, assim aconteceu: Acabe morreu na batalha (1Rs 22.5-28,35-37).

d. Ainda nos dias de Jeremias, falsos profetas conseguiram influenciar alguns dos sacerdotes e enganar o povo, por meio deles (Jr 5.31). Dessa maneira, o povo desviava-se dos caminhos de Deus, e recusava-se a ouvir as verdadeiras anunciadas por Jeremias. Moisés, Jeremias e Ezequiel combateram tenazmente os falsos profetas e seus ensinos heréticos (Dt 13.1-18; 18.20-22; Jr 23.11-32; 28.6-17; Ez 13.1-18)
- a. O trágico exemplo relatado em 1 Reis 13. Este profeta previu que Josias mataria os sacerdotes ilegítimos dos altos do seu dia que fizessem ofertas no altar de Betel. Essa profecia foi cumprida em 2Rs 23.15-20, pela execução da sentença divina sobre os sacerdotes não levitas estabelecidos por Jeroboão (1Rs 12.31-32). O sinal dado pelo profeta foi na verdade um milagre instantâneo que serviu para confirmar a confiabilidade dessa previsão de longo prazo, esse sinal aconteceu de fato. Note que ao dizer que as cinzas seriam derramadas, o profeta está afirmando que Deus recusava tais sacrifícios. O ritual correto exigia que as cinzas do sacrifício fossem jogadas num lugar "limpo" especial (Lv 4.12; 6.10, 11). O contato com o solo tornava as cinzas "impuras" e anulava todo o procedimento. Agora note que a comissão divina do profeta proibia firmemente que ele aceitasse qualquer tipo de hospitalidade em Betel. Até exigia que ele voltasse para casa usando uma rota diferente daquela pela qual viera, para que não fosse reconhecido. A própria conduta do profeta deveria simbolizar a total rejeição por parte do Senhor do falso culto de Israel e o reconhecimento que todas as pessoas tinham se tornado apóstatas. O profeta velho designado na narrativa era um porta-voz do Senhor que havia comprometido o seu ministério pela sua disposição de viver no centro do falso sistema de culto sem se pronunciar contra ele, sem denunciá-lo. O texto não explica porque o profeta velho enganou o homem de Deus, pode ser que seus próprios filhos fossem adoradores em Betel, ou talvez sacerdotes, e esse homem quisesse obter favor junto ao rei ao mostrar que o homem de Deus era um impostor, que agia de maneira contrária à sua alegação de estar falando o que ouvira de Deus. Acostumado a receber revelações diretamente, o profeta de Judá devia ter encarado essa suposta mensagem angelical com suspeita e buscado a verificação divina dessa ordem contrária. A mentira havia surgido de sua própria imaginação, mas a profecia verdadeira veio do Senhor. Os israelitas costumavam enterrar os seus mortos junto aos ossos dc seus pais num sepulcro comum, e se isso não fosse feito, era considerado um castigo severo e uma desgraça. Agora perceba o exemplo de obediência demonstrado pelos animais da narrativa: tanto o jumento como o leão agiram de maneira contrária à sua natureza. O jumento não correu, nem o leão atacou o jumento ou o corpo do homem. Diferente do profeta desobediente, os animais se sujeitavam à vontade soberana de Deus.
- b. Nos dias de Jeremias havia falsos profetas  Dois cativos, falsos profetas de Israel, que haviam estado enganando os exilados na babilônia (veja Jr. 29.15) acabariam por trazer sobre si a ira do rei que os havia capturado e que os lançaria numa fornalha de fogo, como em Daniel 3. Eles atraíram para si não apenas a inimizade dos poderosos inimigos, mas também a de Deus, por causa de profecias contra suas palavras e de adultério físico. O castigo contra Semaías, um profeta de quem não sabe mais nada, que se opunha a Jeremias, foi muito parecido com o que aconteceu com Hananias (Jr 28.15-18).
- c. Quando o rei Josafá, de Judá, visitou o rei Acabe, de Israel  Josafá estava disposto a ajudar Acabe a lutar contra a Síria, mas primeiro lembrou a este da necessidade de buscar a vontade do Senhor antes de ir para a batalha. Os 400 profetas de Acabe não eram verdadeiros profetas do Senhor. Eles adoravam em Betel no centro do bezerro de ouro edificado por Jeroboão e eram apoiados por Acabe, cuja política religiosa também permitia o culto a Baal. Suas palavras tinham o propósito de agradar a Acabe, de modo que eles se recusaram a começar com as palavras de autoridade "assim diz o Senhor" e também não usaram o nome da aliança para o Deus dc Israel, "Senhor".
- d. Ainda nos dias de Jeremias Aqui estão incluídos os profetas com mensagens falsas, os sacerdotes que querem afirmar a sua própria autoridade e também os seus seguidores, que toleram tais falsidades. Todos são culpados diante de Deus!

2
No Novo Testamento:

a. Jezabel. Jesus advertiu o anjo da Igreja em Tiatira, por este ter permitido que uma mulher, por nome Jezabel, falsa profetisa, ensinasse e enganasse os membros daquela igreja, prostituindo-os (Ap 2.20-23).

b. A Bíblia adverte que nos últimos tempos aparecerão falsos profetas (Mt 24.11,24). O espírito do Anticristo estará então operando grandemente (1Jo 2.18; 4.2,3), e fará esses falsos profetas operarem sinais e prodígios de mentira, com todo engano e injustiça (2Ts 2.9,10)
- a. Jezabel. Provavelmente Jezabel aqui seja um pseudônimo de uma mulher que influenciava a igreja do mesmo modo que a rainha Jezabel havia influenciado os judeus do Antigo Testamento, com sua idolatria e imoralidade. Havendo dado tempo para essa mulher se arrepender, Deus estava por julgá-la sobre uma cama. Já que usava uma cama luxuosa para cometer imoralidade, e o divã reclinável na festa do ídolo para comer coisas oferecidas a falsos deuses, Deus lhe dará uma cama no inferno, na qual ela ficará para sempre. Deus tem conhecimento perfeito e íntimo de cada coração humano; nenhum mal pode ser escondido dele (Sl 7.9; Pv 24.12; Jr 11.20; 17.10; 20.12).
- b. A Bíblia adverte  Uma ressalva deve ser feita quanto ao texto citado de 1º Jo 2.18, onde acontece a primeira ocorrência do termo "anticristo", sendo que seu uso é encontrado somente nas epístolas de João. Nesse texto, é um nome próprio e refere-se ao governante mundial que virá no fim, revestido pelo poder de Satanás, e que tentará ocupar o lugar do verdadeiro Cristo e se opor a ele (Dn 8.9-11). Agora, como segue-se no versículo, muitos anticristos têm surgido, e embora a primeira ocorrência do termo refira-se a uma pessoa em particular sobre quem a Escritura profetizou, o termo no plural refere-se a muitos indivíduos. João usa o plural para identificar e caracterizar os falsos mestres que estavam perturbando as congregações porque suas falsas doutrinas distorciam a verdade e se opunham a Cristo. O termo, portanto, refere-se a um princípio do mal encarnado nos homens que são hostis para com Deus e se opõem a ele. João escreve para denunciar os falsos mestres, os lobos vestidos de ovelhas que propagam mentiras destrutivas.




III –DEVEMOS JULGAR AS PROFECIAS
1
Deus quer a sua Igreja revestida com todos os dons do Espírito Santo. A igreja em Corinto deve ser o nosso exemplo neste sentido: Paulo dirigiu-se a ela dizendo que nenhum dom lhe faltava (1Co 1.7). O conselho bíblico para nós é: “Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1Co 14.1)
- "Dom" em grego é, especificamente, "um dom da graça". Enquanto as bênçãos da palavra e do conhecimento eram, principalmente, para a evangelização do perdido, os dons edificam a igreja. Como os dons são dados a cada cristão sem considerar a maturidade ou espiritualidade, os coríntios, apesar de pecadores, os tinham em sua plenitude. Paulo deixa um imperativo para todos os cristãos: Segui o amor! Como a falta de amor era a raiz dos problemas espirituais na igreja de Corinto, o amor piedoso descrito deveria ter sido buscado por eles com particular determinação e diligência. Os dons espirituais são concedidos, de maneira soberana, por Deus a cada cristão e são necessários para a edificação da igreja. O desejo por eles, nesse contexto, é em referência ao uso deles, coletiva e fielmente, em seu serviço — e não um anseio pessoal por ter um dom que a pessoa admira mas não possui. Como uma congregação, os coríntios deveriam estar desejosos de que a expressão plena de todos os dons fosse exercitada. Paulo usa o plural para ressaltar o desejo coletivo da igreja. O dom espiritual de profecia era desejável na vida da igreja para servir de um modo que o dom de línguas não conseguia, ou seja, edificar toda a igreja.

2
O despertamento renova os dons. Quando Deus renova o dom de profecia e os dons de variedade de línguas e interpretação, por meio de um despertamento espiritual, então se torna necessário que a igreja esteja bem doutrinada para saber como usar os dons espirituais, e também como se deve julgar as profecias, conforme a Palavra de Deus nos orienta! (1Ts 5.19). Nenhuma mensagem tida como profética está isenta de exame por parte da igreja. Conforme o ensino do apóstolo Paulo, na referência supracitada, temos o direito e o dever de julgar as profecias, para ver se elas estão de acordo com as Escrituras. Se não estiverem, são consideradas anátema, pois têm o objetivo de conduzir o povo de Deus ao erro. Fujamos das falsas profecias e dos falsos profetas
- É importante esclarecer que a palavra ‘profecias’ pode se referir a uma revelação proferida da parte de Deus, porém, no mais das vezes refere-se à palavra escrita da Escritura (veja por exemplo Mt 13.14; 2Pe 1.19-21; Ap 1.3; 22.7,10,18-19). Essas "profecias" são mensagens autorizadas dc Deus por meio de um porta-voz, que, devido à sua origem divina, não devem ser tratadas com leviandade. Também deve-se esclarecer quem quando a Palavra de Deus é pregada ou lida, deve ser recebida com grande seriedade, pois é a palavra de Deus sendo verbalizada por um porta-voz. Agora, todos nós somos chamados a julgar todas as coisas, fazer um exame cuidadoso do que está sendo profetizado, à luz das Escrituras. Jamais devemos minimizar a Palavra de Deus, mas examinar cuidadosamente a palavra proclamada (At 17.10-11). O que for "bom" deve ser retido de todo o coração. O que for "mal" ou não bíblico deve ser evitado.




IV – POR QUE DEVEMOS JULGAR AS PROFECIAS?
1
Porque a Palavra de Deus nos manda julgá-las (1Ts 5.19-21; 1Co 14.29)
- É importante que se diga que não apenas os profetas tinham de julgar os outros com discernimento, como também tinham de exercer controle sobre eles próprios. Deus não quer experiências fora do espírito ou fora da mente. Aqueles que recebiam e proclamavam a verdade tinham de ter a mente limpa. Nada havia de bizarro, extático, transcendental ou espantoso em receber e pregar a Palavra de Deus. Em 1Co 14, Paulo está colocando em ordem algo que era feito na igreja de todo jeito, sem ordem. Aqui, temos quatro regras para a pregação deles:
            1) somente dois ou Ires deviam falar;
            2) os outros profetas tinham de julgar o que fora dito;
            3) se, enquanto um estivesse falando, Deus concedesse a revelação, o que estivesse falando tinha de ceder aquele que ouviu de Deus; e
            4 ) cada profeta tinha de esperar o outro acabar de falar para ter a sua vez.

2
Porque os que profetizam são sujeitos a falhas. Mesmo que a mensagem venha de Deus, pode acontecer que o instrumento esteja sem o fruto do Espírito na sua vida, e a transmissão da mensagem seja prejudicada por esta causa (1Co 13.1-3)
- Os dons espirituais estavam presentes em Corinto; a doutrina correta estava no lugar apropriado (1Co 11.2), mas o amor estava ausente. Isso levava a contendas e exibições de egoísmo e orgulho que contaminavam a igreja — particularmente na área dos dons espirituais. Em vez de desejar, de maneira egoísta e invejosa, os melhores dons não concedidos a eles, os cristãos deveriam procurar o maior de todos: o amor de uns pelos outros. O capítulo 13 de 1º Coríntios é considerado por muitos a passagem literária mais importante que Paulo escreveu. Ela é básica para o tratamento sério que ele faz dos dons espirituais, porque, depois de discutir a distribuição dos dons no capítulo 12, e antes de apresentar as funções deles no capítulo 14, ele aborda a atitude necessária em todos os ministérios da igreja neste capítulo.

3
Porque pode haver conhecimento prévio dos fatos. Quando o que profetiza conhece os problemas da pessoa para quem está profetizando, pode haver o perigo de que a sua opinião pessoal venha a influenciar o conteúdo da mensagem. A Bíblia diz: “Que tem a palha com o trigo?” (Jr 23.28). A mensagem pode ser um produto da opinião daquele que profetiza. Temos na Bíblia um exemplo, quando o profeta Natã, entregou, por conta própria, uma “mensagem profética” ao rei Davi (2Sm 7.2), porém Deus mandou que ele corrigisse a palavra dada (2Sm 7.4-6)
- O profeta Natã incentivou Davi a realizar o projeto nobre que ele tinha em mente e lhe garantiu a bênção do Senhor. Entretanto, nem Davi nem Natã haviam consultado o Senhor. O Senhor revelou sua vontade a Nata nessa questão, a fim de redirecionar os melhores pensamentos humanos do rei.

4
Existe a possibilidade de que o “profeta”, ao enunciar a “mensagem profética”, esteja sendo influenciado por um espírito maligno, disseminador de mentiras. Lemos sobre isto em 1Rs 22.7,11,19,21-23.
- Convenhamos que, nessa situação, só pode tratar-se de um falso profeta. Como no caso de Josafá que reconheceu que aqueles 400 profetas não eram verdadeiros profetas do Senhor, e quis ouvir a palavra de um profeta verdadeiro. O espírito mentiroso, como referido em 1Rs 22.22, trata-se do próprio Satanás, a quem o Senhor permitiu que falasse por meio dos 400 demônios que habitavam nos 400 falsos profetas. Por esta razão, é importantíssimo que, na igreja local, haja o dom de discernimento de espíritos, a fim de identificar os falsos profetas.





V – COMO DEVEMOS JULGAR AS PROFECIAS?
1
Examinando as Escrituras. Uma profecia jamais pode estar em conflito com a Palavra de Deus. A Palavra de Deus é o PRUMO (Am 7.7,8). A Palavra de Deus é perfeita (Sl 19.7). Uma mensagem que estiver em desacordo com a Palavra de Deus, seja ela transmitida por quem for, até por um anjo do céu, está reprovada e deve ser rejeitada, pois é anátema (Gl 1.8)
- Ao longo da História, Deus tem devotado certos objetos, pessoas e grupos de pessoas para a destruição, veja por exemplo Js 6.17-18; 7.1,25-26. O Novo Testamento oferece muitos exemplos de um grupo desses: os falsos mestres (Mt 24.24. Jo 8.44; 1Tm 1.20; Tt 1.16), onde os judaizantes são identificados como membros desse grupo infame. Paulo faz uso de um argumento hipotético, invocando os exemplos mais improváveis para o falso ensino - ele próprio e os santos anjos – trazendo uma mensagem que não se coadune com a sã doutrina. Os gálatas não deveriam receber nenhum mensageiro, independentemente do quão perfeitas fossem suas credenciais, caso a doutrina da salvação que ele anunciasse diferisse, ainda que num ponto mínimo, da verdade de Deus revelada por meio de Cristo e dos apóstolos, tal mensagem deveria ser tida como anátema. A tradução da conhecida palavra grega anathema, a qual se refere a devotar alguém à destruição no inferno eterno (Rm 9.3; 1Co 12.3; 16.22). Essa deve ser nossa conduta na igreja local, não podemos aceitar nada menos que a sã doutrina sendo expostas de forma clara e sem mistura.

2
Através do dom de discernimento de espíritos. A Bíblia diz que “O que é espiritual discerne bem tudo”. Devemos buscar, incansavelmente, receber de Deus este dom (1Co 2.15; Jo 7.17; Fp 1.10; Lc 12.57).
Quando uma profecia é inspirada por Deus, aquele que tem discernimento logo a reconhece (1Jo 1.5). Todo aquele que “anda na luz, como Ele na luz está” conhece e pratica a sua Palavra, e tem comunhão uns com os outros (1Jo 1.7). Desse modo, o espírito de mentira não o engana com suas falsas profecias. O crente, que é uma ovelha do Senhor, conhece sempre a voz do seu pastor (Jo 10.4). A noiva conhece a voz do seu amado (Ct 2.8; 5.2)
- O discernimento de espíritos é um dos dons espirituais concedidos aos crentes, em Jesus; ele nos capacita a distinguir o real do aparente e a verdade da mentira. Aqueles que estão fundamentalmente comprometidos em fazer a vontade de Deus serão guiados por Ele na afirmação da verdade divina. A verdade de Deus é auto-autenticada pelo ministério de ensino do Espírito Santo (1Co 16.13; 1Jo 2.20,27). O cristão genuíno tem por hábito andar na luz (verdade e santidade) e não em trevas (falsidade e pecado). Em todos os lugares e em todas as épocas, sempre existiram falsas imitações, e só com o discernimento do Espírito Santo é possível identificar a fonte de tais manifestações. Isso mostra a importância e a atualidade do dom de discernir os espíritos (1Co 12.10). O dom de discernir os espíritos aparece logo após o dom de profecia (1Co 12.10); por essa razão, muitos associam o referido dom como meio de “julgar” as profecias (1Co 14.29). Mas o contexto do Novo Testamento mostra que essa não é a sua única função. Serve também para distinguir a manifestação do Espírito Santo das manifestações de profecias, línguas, visões, curas provenientes de fontes demoníacas, e para proteger-nos dos ataques satânicos. Manifesta-se em situações nas quais não é possível, com recursos humanos, identificar a origem da manifestação sobrenatural.

3
A profecia se conhece pelo seu “sabor” (Jó 6.6,7; 12.11). Também o “sotaque” de quem fala, faz com que “o filho da terra” conheça quando um “estrangeiro” fala. Compare “sibolet” e “chibolet” (Jz 12.6). Finalmente, os que são perfeitos têm, em razão de costume, os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal (Hb 5.14)
- Pronunciar a palavra chibolete era o método usado para descobrir um efraimita, pela maneira como essa palavra era pronunciada. Se pronunciasse mal a palavra, trocando o som de "ch" por "s", a pessoa se revelava por meio do seu dialeto singular, falado pelos efraimitas.
- Satanás é perito no engano e no disfarce, na mentira e na aparência: “porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2Co 11.14). Ele é um ser habilidoso e acima de qualquer ser humano na arte do engano e da mentira; os seus disfarces só são discerníveis pelo Espírito Santo: “porque não ignoramos os seus ardis” (2Co 2.11). Às vezes, até mesmo os crentes, por falta de vigilância, terminam caindo no laço do Diabo.





VI – CONCLUSÃO
1
Quando as profecias são provadas, o conceito e a consideração dos dons espirituais são conservados. Deste modo, a sã doutrina é preservada de qualquer influência e erros humanos, e o Espírito Santo tem liberdade de usar os seus servos, conforme a sua soberana vontade
- Pedro afirma a divina origem e autoridade das profecias da Escritura (1Pe 1.21). Todos os crentes devem, de modo semelhante, manter um conceito firme e final da inspiração e autoridade das Sagradas Escrituras. Há várias razões para isso:
            (1) É a única maneira de ser fiel ao que Jesus Cristo, os apóstolos e a própria Bíblia ensinam a respeito das Escrituras (ver Sl 119; Jo 5.47).
            (2) Sem uma convicção inabalável nas Sagradas Escrituras, a igreja fica sem alicerce autêntico e seguro para sua fé, sem certeza da salvação, sem valor moral absoluto, sem mensagem
garantida para pregar, sem nenhuma certeza do batismo no Espírito Santo e da operação de milagres e nenhuma esperança da volta iminente de Jesus Cristo.
            (3) Sem uma convicção inabalável nas Sagradas Escrituras, os cristãos fiéis à Bíblia não têm nenhuma verdade absoluta e objetiva, baseada na autoridade do próprio Deus, com a qual possam julgar e rejeitar os valores movediços deste mundo, as filosofias humanas e as práticas ímpias da cultura mundana (Sl 119.160).
            (4) Sem uma convicção inabalável nas Sagradas Escrituras, o cristão não tem condições de suportar as terríveis dificuldades dos últimos dias (ver 1 Ts 2.1-12; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1).
            (5) Sem uma convicção inabalável nas Sagradas Escrituras, ficam enfraquecidas a plena autoridade e as doutrinas da Bíblia; em conseqüência disso, ela será substituída pela experiência religiosa subjetiva humana, ou pelo raciocínio independente e crítico, também humano (2.1-3)

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Quando provamos as profecias, estamos em condições de corrigir e doutrinar a pessoa que usou erradamente o dom de profecias. Assim, doutra vez, ele dará lugar ao Espírito Santo e irá usar o dom profético de modo correto
- É fundamental à comunhão do crente com o Senhor, a sua fidelidade a Deus e à Palavra revelada dEle (8.3). No texto de Dt 13.1-5 vemos que a tentação visando a destruir nossa lealdade a Deus, às vezes surge através de pessoas parecendo espirituais. Várias inferências decorrem disso, para nossa vida como crentes.
            (1) Deus, às vezes, testa a sinceridade do nosso amor e dedicação a Ele e à sua Palavra (cf. 8.2).
            (2) Deus, às vezes, nos prova permitindo que surja entre o seu povo, pessoas afirmando que são profetas de Deus, e que realizam "sinal ou prodígio" (vv. 1,2). Tais pessoas, às vezes, falam com muita "unção", predizem corretamente o futuro, e operam milagres, sinais e prodígios. Ao mesmo tempo, porém, podem pregar um evangelho contrário à revelação bíblica, acrescentar inovações à Palavra de Deus ou subtrair partes dela (cf. 4.2; 12.32). Aceitar esses falsos pregadores, significa abdicar da fidelidade total a Deus e à sua Palavra inspirada (v. 5).
            3) O Novo Testamento também, por sua vez, adverte que falsos profetas e falsos mestres perverterão grandemente o evangelho de Cristo nos últimos dias desta era. O crente deve ter firme determinação quanto a sua fidelidade à revelação escrita de Deus, como a temos na Bíblia. A autenticidade do ministério de uma pessoa e do seu ensino não deve ser avaliada apenas pela sua pregação talentosa, alocuções proféticas poderosas, realização de milagres ou número de decisões. Esses critérios tornam-se cada vez menos dignos de confiança à medida que se aproximam os tempos do fim. O padrão da verdade sempre deverá ser a infalível Palavra de Deus. (Extraído de apazdosenhor.org.br).

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Quando provamos as profecias recebemos as bênçãos que Deus, por meio delas, quer nos dar. Ficamos com o bom e rejeitamos o que não veio de Deus (1Ts 5.21)
- Em 2Pe 1.19, Pedro contrasta as idéias humanistas com a Palavra de Deus (v. 16). Ele atesta a origem divina das Escrituras e afirma que toda a profecia teve sua origem em Deus, e não no ser humano (cf. v. 16). Assim, temos a certeza de que a mensagem de Deus é infalível (não é passível de conter erros ou enganos) e inerrante (livre de erros, falsificação ou logro). A infalibilidade e a inerrância da Bíblia são inseparáveis, porque a inerrância é o resultado da infalibilidade da própria Palavra de Deus. As Escrituras, na sua totalidade, são verdadeiras e fidedignas em todos os seus ensinos (2 Sm 23.2; Jr 1.7-9; 1 Co 14.37). Portanto, não há como recebermos uma parte da profecia e descartarmos o resto, ou é Palavra de Deus ou não é, ou recebemos ou rejeitamos, anátema!




QUESTIONÁRIO

A respeito de “Provai se os Espíritos são de Deus”, responda

• O que os samaritanos observavam nos judeus?
Que os judeus davam valor à palavra profética.
• Qual o dever de Neemias?
Examinar, pelo crivo da Palavra de Deus, as profecias recebidas.
• O que acontece aos dons do Espírito Santo quando há despertamento espiritual?
O despertamento renova os dons espirituais.
• Qual o primeiro passo que devemos dar ao julgar uma profecia?
Examinar as Escrituras.
• Por que o dom de discernir os espíritos é importante?
Porque nos ajuda a identificar se os espíritos procedem, ou não, de Deus

Pb Francisco Barbosa