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7 de setembro de 2020

ESPECIAL | Lição 11: Esdras vai a Jerusalém Ensinar a Palavra de Deus | Pb Francisco Barbosa


ANO 12 | Nr 671| 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD EDIÇÃO ESPECIAL JOVENS e ADULTOS - TERCEIRO TRIMESTRE DE 2020
OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE: a reconstrução de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
COMENTARISTA: EURICO BÉRGSTEN

Edição Especial 3º TRI
Jovens e Adultos
Escola Bíblica
11


13 DE SETEMBRO DE 2020

DIA NACIONAL DE MISSÕES

Esdras vai a Jerusalém
Ensinar a Palavra de Deus
Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed Especial Jovens e Adultos - 3º Trimestre, 2020. Lição 11, 13 de setembro de 2020




TEXTO ÁUREO

“E provaram a boa palavra de Deus.” (Hb 6.5a)


VERDADE PRÁTICA

A Palavra de Deus é semelhante a uma afiada espada; é poderosa e penetrante.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Esdras 8.1-12


INTRODUÇÃO

O grande valor do ensino da Palavra de Deus é o assunto desta lição. Veremos como o governo da Pérsia enviou Esdras a Jerusalém, a fim de verificar se a vida eclesiástica dos judeus estava conforme a lei de Deus
- A proclamação da Palavra de Deus, das verdades recebidas e registradas por servos escolhidos e inspirados pelo Espírito Santo, encabeça a lista de recomendações nas Escrituras. Nesta lição veremos o fundamental papel exercido por Esdras, o escriba que liderou um poderoso avivamento entre os judeus que voltaram do exílio na Babilônia. Ele ensinou as Escrituras e levou o povo a se dedicar a Deus. A leitura bíblica em classe traz um texto que não é desenvolvido pela lição, indico aqui, que seja lido Ne 8.1-12, onde de fato se apresenta Esdras ensinando o povo a Lei do Senhor.. Vamos pensar maduramente a nossa fé?


I – ARTAXERXES ENVIA ESDRAS
1
Os judeus sob o domínio dos Persas. Quando o reino da Pérsia derrotou Babilônia, os judeus que viviam naquele lugar passaram automaticamente ao domínio do governo persa. Os judeus puderam logo constatar que os persas eram mais brandos do que os babilônicos
- “Após relatar a história da monarquia e do templo, até o exílio, o autor do livro de Esdras passa por cima do período em que o templo ficou arruinado, quando os principais homens de Judá encontravam- se na Babilônia, e registrou o retorno predito, o que, finalmente, levaria à reconstrução do templo, sob as ordens de Zorobabel (da linhagem de Davi) e de Josué (da linhagem de Arão). Em seguida, o autor sagrado descreveu o estabelecimento da nova comunidade judaica, durante o período de 538-433 A.C. A sorte mudou, e os judeus, no cativeiro, caíram sob o domínio da Pérsia, quando Ciro conquistou a Babilônia, em 539 A.C. O livro de Esdras alista certo número de reis persas. Se considerarmos os livros de Esdras e Neemias como uma unidade, então acharemos ali os nomes de Ciro (539-530 A.C.), que permitiu que alguns cativos judeus retornassem à Palestina; Cambises (530-522 A.C.); Gaumata (pseudo Esmerdis, 522 A.C), que foi um usurpador; Dario I (522-486 A.C.), citado nos capítulos quinto e sexto do livro de Esdras; Xerxes I (486-465 A.C.), referido em Esdras 4.6; Assuero, da rainha Ester; Dario e Xerxes que invadiram a Grécia, mas sem sucesso (a história narrada por Heródoto); Artaxerxes I (464-424 A.C.), aludido em Esd. 4.7-23 e 7.1 -10.44. O ministério inteiro de Neemias cabe dentro desse último período.” (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1731).

2
Esdras é enviado a Jerusalém, para ensinar a lei de Deus.  No seu contato com Esdras, escriba e sacerdote, o rei ficou impressionado com o elevado grau de conhecimento que Esdras possuía da lei do Deus de Israel, e quis, junto com seus sete conselheiros, enviá-lo a Jerusalém a fim de inquirir acerca da situação espiritual dos residentes ali (Ed 7.14)
- Sete conselheiros, esse número está de acordo com a tradição persa (Et 1.14). “Essa carta encontra-se em aramaico. Foi incluída no texto sagrado tal como escrita pelo rei ou seus escribas. A introdução é normal, como em toda correspondência oficial, tratava-se de um decreto real, referendado pelos sete conselheiros (ministros; conf. Ester 1:15 e Heródoto 3:84). O fim era inquirir dos negócios da província de Judá e das condições do povo e da religião. Portanto, Esdras era portador de uma lei que o capacitava para qualquer trabalho que desejasse fazer(Mesquita. Antônio Neves de. Livro de Esdras. Editora JUERP).

3
A importante carta que o rei enviou com Esdras. O rei enviou com Esdras uma carta escrita em aramaico, que está registrada em Esdras 7.12-26. Através desta carta o rei decretou:
a) Qualquer judeu, que assim desejasse, poderia acompanhar Esdras a Jerusalém (v.12).
b) Os que fossem a Jerusalém poderiam levar consigo ouro e prata, voluntariamente dados pelo rei e seus conselheiros, ou dados como ofertas voluntárias do povo (v.15).
c) Os vasos sagrados, que ainda estavam na Babilônia, seriam restituídos (Ed v.19).
d) Qualquer despesa seria paga pelo tesouro do rei.
e) Não seriam impostos aos servidores do templo: direitos, tributos, rendas (v.24).
f) Esdras poderia nomear regentes e juízes, para que a vida eclesiástica viesse a funcionar conforme a lei de Deus (v.25).
Esdras louvou a Deus, que tinha inspirado o rei a fazer tudo isto, estendendo-lhe a beneficência perante o rei (vv. 27,28)
- Esse é um decreto extraordinário que comprova o governo soberano de Deus sobre os reis mortais e a sua intenção de manter as alianças com Abraão, com Davi e as novas alianças com Israel, essa parte está escrita em aramaico, assim corno os vs. 4.8—6.18. Sobre isto, o Comentário Bíblico Beacon traz o seguinte:  A Carta e o Decreto de Artaxerxes (7.11-28) Em resposta a um aparente pedido de permissão de Esdras para empreender uma missão de ensino em Jerusalém, Artaxerxes, o rei da Pérsia, promulgou um decreto, cujo conteúdo ele incluiu em uma carta endereçada ao sacerdote Esdras (12). A última parte do versículo 12 é obscura e traduzida simplesmente como “as mais sinceras saudações” (Smith-Goodspeed). Moffatt traduz “saudações, etc.”. A versão Berkeley observa que “o autor assim indica uma omissão intencional”. De acordo com esse decreto, Esdras recebeu plena permissão para realizar a viagem a Jerusalém. Ele também recebeu autorização do rei e dos sete conselheiros (cf. Et 1.14) a agir como o mensageiro do rei para fazer inquirição em Judá e em Jerusalém (14) e para levar aos exilados que retornavam um generoso presente do tesouro do rei para ajudar nos serviços do Templo. O versículo 19 indica que nem todos os utensílios usados na adoração no Templo tinham sido devolvidos anteriormente (1.7-11). Os remanescentes teriam que ser devolvidos agora. Adicionalmente, Artaxerxes ordenou a todos os tesoureiros que estão dalém do rio (21) que fizessem contribuições de até duzentos mil dólares americanos em prata, 1.150 alqueires de trigo e aproximadamente 3.500 litros de azeite (Berk.). Um convite especial estendeu o decreto a todos os judeus que decidissem acompanhar Esdras nesta missão. Artaxerxes, cuja religião envolvia a adoração de muitos deuses, estava ansioso por garantir as graças do Deus do céu (23), como reconhecia que era o Senhor Deus. No politeísmo (a adoração a muitos deuses) sempre há lugar para mais um. A fé de Israel, por outro lado, reconhecia somente o Senhor como Deus e não admitia a existência de nenhum outro. O versículo 24 talvez seja o primeiro exemplo de isenção de impostos para os ministros. Embora não tivesse a autoridade de um governador, como tinham Zorobabel e Neemias, Esdras recebeu a autoridade para indicar magistrados e juizes (25) para agir nos assuntos religiosos. Ele também tinha o poder de infligir a pena de morte, se necessário, a quem se lhe opusesse. No final do capítulo, Esdras louva a Deus por colocar esse desejo no coração do rei (27) e por tê-lo inspirado a fazer tão generoso decreto a favor deles”. (Demaray. C. E. Comentário Bíblico Beacon. Esdras. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 498).



II – ESDRAS ENSINA A PALAVRA AO POVO
1
Esdras sai da Babilônia e vai a Jerusalém. Conforme a ordem do rei Artaxerxes, Esdras viajou para Jerusalém acompanhado de um grupo de judeus, alguns eminentes líderes do povo (Ed 8.2). Recusando a escolta militar oferecida pelo rei, para garantir-lhes a segurança durante a viagem, Esdras e seus companheiros preferiram confiar na segurança de Deus. Assim sendo, jejuaram e oraram para que tivessem uma boa viagem (Ed 8.21), e Deus os ouviu e os guardou durante todo o trajeto. Assim chegaram em paz a Jerusalém, onde ofereceram holocaustos a Deus (Ed 8.35). O povo ao ouvir a leitura, começou a chorar e a lamentar-se
- A lista a seguir sem dúvida inclui aqueles que viviam nas áreas vizinhas. O número total de pessoas do sexo masculino nessa parte é de 1.496, mais os homens nomeados; portanto, com o acréscimo das mulheres e crianças, esse número pode chegar facilmente a 8.000. Do mesmo modo como estes não tinham partido c.om a primeira leva que retornou, muitos outros judeus permaneceram na Babilônia depois que esse grupo partiu. Durante os 70 anos de exílio, muitos judeus tinham se estabelecido e levavam urna vida confortável. Nenhum tipo de conflito surgiu entre aqueles que retornaram e os que ficaram na Babilônia.
- Em breve eles começariam a longa jornada. Uma viagem como essa era perigosa, pois as estradas eram frequentadas por ladrões que roubavam para sobreviver. Até mesmo os mensageiros viajavam em caravanas para garantir a própria segurança. Esdras e o seu povo não queriam confundir o rei em relação à confiança na proteção de Deus, então eles encarregaram da segurança com jejum e oração. Deus honrou essa oração de fé com a sua proteção.
- Russell N Champlin comenta: “Os judeus estavam viajando com muita bagagem, o que os ajudaria a estabelecer residência em Jerusalém. Também haveria os tesouros do templo quanto ao culto divino. Haveria grande perigo de saque. É provável que eles tenham levado consigo animais domésticos, alguns para serem abatidos nos sacrifícios e outros para servirem de alimento e no trabalho. Isso representava “riquezas” que tinham que ser protegidas. O pequeno bando, mui provavelmente, também seguia armado, mas não seria capaz de resistir muito a um ataque. O livro de I Esdras menciona animais de porte(CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1758-1759).


2
O encontro de Esdras com Neemias. Quando Esdras chegou a Jerusalém encontrou Neemias, o qual vinha sendo o líder espiritual dos judeus em Judá. Posto a par da situação, Neemias uniu-se a Esdras na tarefa para a qual este havia sido enviado
- Não há registro Bíblico deste encontro, mas certamente ele ocorreu e houve um acréscimo de forças, juntamente com Ageu e Zacarias, profetas enviado por Deus para guiar o seu povo na reconstrução física e espiritual da nação de Israel. É importante salientar nesse tópico, que a cena descrita não corresponde ao desenrolar histórico. Esdras foi o primeiro a chegar em Jerusalém conduzindo a segunda leva de judeus, e Neemias chegou somente, cerca de treze anos depois, com a terceira leva de judeus repatriados. Assim, seria correto dizer que, quando Neemias chegou a Jerusalém, encontrou Esdras, sacerdote e líder espiritual do povo.


3
Esdras ensina a Palavra ao povo. Na festa dos tabernáculos, no dia primeiro do mês sétimo houve santa convocação (Lv 23.34,35). O povo se ajuntou como um só homem diante da porta das águas (Ne 8.1), e Esdras trouxe o livro da lei. A lei de Deus foi lida ao povo desde a alva até ao meio-dia. Havia sido construído um púlpito de madeira para aquele fim, e em pé, ao lado de Esdras, havia um grupo de 13 auxiliares (Ne 8.4). Ainda cooperava um grupo de levitas, e o objetivo era fazer todo o povo entender o que estava sendo lido no livro da lei de Deus (Ne 8.8)
- Neemias 8.1 diz que no sétimo mês, que é o mês de tisri (setembro/outubro), do ano de 445 a.C, menos de uma semana depois da conclusão do muro (Ne 6.15), todo o povo se reuniu como se fossem um só homem para ouvir a exposição das Sagradas Escrituras. A Festa dos Tabernáculos normalmente, começava no décimo quinto dia (Ne 6.14; Lv 23.33 44), mas aqui ela teve início no segundo dia (Ne 8.13), e foi uma festa a que toda a nação foi chamada a comparecer. Normalmente a Festa das Trombetas acontecia no primeiro dia (Lv 23.23-25).
- Foi confeccionado um grande púlpito de madeira, grande o bastante para abrigar 14 pessoas durante as longas horas de leitura e explicações. Os homens, provavelmente sacerdotes, ficaram ali de pé com Esdras para demonstrar concordância.
- É interessante notar que era lido o Livro e era dado explicações. Isso pode ter envolvido a tradução para pessoas que falavam apenas o aramaico no exílio; porém, é mais provável, que signifique “esmiuçar” o texto em partes para que o povo pudesse compreendê-lo. Essa foi uma exposição ou explicação do significado e não apenas uma tradução, de maneira que se entendessem o que se lia. Mediante esse ato de instrução, refletiu-se o compromisso pessoal de Esdras de estudar a lei, praticá-la em sua vida e depois ensiná-la (Ed 7.10)


4
O ensino foi maravilhoso. O povo ao ouvir a leitura, começou a chorar e a lamentar-se. Neemias e Esdras tiveram que intervir, exortando-os a que se alegrassem no Senhor, porque a alegria do Senhor é nossa força (Ne 8.10). O povo então foi comer, beber e festejar, porque todos entenderam as palavras que lhes fizeram saber (Ne 8.12)
- O acontecimento pedia por um dia santo de adoração, a fim de prepará-los para os dias difíceis que viriam (Ne 12.43), então eles foram incentivados a se alegrarem. As palavras que eles ouviram os lembraram que Deus pune os pecados, mas também abençoa a obediência. Isso era motivo de celebração. Eles não tinham sido totalmente destruídos como nação, apesar do seu pecado, e, pela graça de Deus, estavam vivendo um novo começo. Isso pedia uma celebração.
- “Então todo o povo se foi a comer, a beber. O povo correspondeu às instruções dadas pelos levitas e em breve estava a caminho de casa para fazer exatamente o que havia sido sugerido: eles comeram, beberam, regozijaram-se e enviaram porções a outras pessoas. O cronista repetiu aqui todos os elementos do vs. 10, assegurando que o povo “entrou no espírito da coisa”. Mediante tal regozijo, Esdras fez aquele dia tornar-se um sucesso tremendo. Ele associou a leitura da Bíblia com a alegria, pois, afinal de contas, os melhores prazeres são os espirituais, e não os carnais. O êxtase é uma das experiências místicas padrões”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1798-1799).



III – A PALAVRA DE DEUS DEVE SER ENSINADA
1
Deus ordenou que a sua Palavra fosse ensinada a todo o povo de sete em sete anos (Dt 31.9-12). Além da leitura da Lei de Moisés, que se fazia a cada sábado (At 15.21), os Escritos e os Profetas deveriam ser lidos e explicados ao povo, em convocação solene, a cada sete anos.
- A lei escrita por Moisés foi entregue aos sacerdotes; estes foram comissionados a zelar pela lei e guardá-la; eles deveriam lê-la para todo Israel a cada ano sabático durante a Festa dos Tabernáculos. Essa leitura da lei a cada sete anos devia lembrar o povo a viver de maneira submissa ao seu Deus inspirador de reverência. “O concerto de Israel tinha de ser lido ao fim de cada sete anos,2 no ano da remissão (10; cf. 15.1-15), durante a Festa dos Tabernáculos (cf. 16.13-15). A responsabilidade da leitura foi dada conjuntamente aos sacerdotes e anciãos (9), ou seja, as autoridades religiosas e civis. Levando em conta que só os homens tinham de comparecer à festa (16.16), no sétimo ano todo o Israel tinha de se reunir: homens, mulheres, meninos (“crianças”, NTLH) e os estrangeiros (11,12). Todos que desfrutam os benefícios do concerto também devem estar cientes de suas obrigações. Embora esta não fosse a única ocasião em que haveria ensinos sobre fatos e significados do concerto (cf. 6.6,7,2025), esta seria uma lembrança dramática e memorável para a nação inteira”. (Jack Ford., A. R. G. Deasley. Comentário Bíblico Beacon. Deuteronômio. Editora CPAD. pag. 483).

2
Jesus ordenou o ensino da sua Palavra. Na GRANDE COMISSÃO Jesus ordenou que seus discípulos ensinassem todas as nações a guardarem tudo o que lhes tinha mandado (Mt 28.19,20)
- É interessante refletir no texto da Grande Comissão e entender o tipo de evangelismo evocado nessa comissão não termina com a conversão do não crente. Matthew Henry comentando a Grande Comissão, escreve: “Qual é a principal intenção dessa comissão: ensinar todas as nações. “Admita-os como discípulos’, fazei o máximo para fazer das nações, nações cristãs”; não: “Ide às nações, e proclamai o juízo de Deus contra elas, como Jonas a Nínive, e como os outros profetas do Antigo Testamento” (embora tivessem motivo suficiente para esperar por isso, devido à maldade demonstrada pelas nações), mas: “Ide, e ensinai-as”. Cristo, o Mediador, ao estabelecer um reino no mundo, traz os povos das nações para serem os seus súditos; estabelecendo uma escola, traz os povos das nações para serem os seus alunos; levantando um exército para a execução da guerra contra os poderes das trevas, alista as nações da terra sob a sua bandeira. A obra que os apóstolos tinham a fazer consistia em estabelecer a religião cristã em todos os lugares, e era um trabalho honrado; as conquistas dos heróis poderosos do mundo não eram nada quando comparadas a isso. Eles conquistaram as nações para si mesmos, e as tornaram infelizes; os apóstolos as conquistaram para Cristo, e as tornaram felizes. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 399-400).


3
O apóstolo Paulo conhecia a importância do ensino da Palavra. Vejamos: “Conjuro-te pois diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo… que pregues a palavra…” (2 Tm 4.1,2). “O que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros (2 Tm 2.2). “Se é ensinar, haja dedicação ao ensino (Rm 12.7)
- “Conjuro-te”, ou melhor “ordeno-te”, o termo grego carrega a ideia de dar um a ordem ou diretriz obrigatória. Toda a Palavra escrita de Deus, toda a sua verdade revelada conforme está contida na Bíblia. A ordem de Paulo a Timóteo é instar, a palavra grega tem uma gama ampla de significados, entre eles surpreender ou, sobrevir. Aqui a forma do verbo sugere as ideias complementares de urgência, preparação e presteza. Era usada como referência a um soldado preparado para ir à batalha ou a um guarda que estava sempre alerta para qualquer ataque inesperado — atitudes que são imperativas para um pregador fiel. Além disto, a ordem inclui que esta pregação ocorra ‘quer seja oportuno, quer não’. O pregador fiel deve proclamar a Palavra quando ela for bem aceita e/ou conveniente, e também em caso contrário; quando parecer que convém fazê-lo e quando parecer que não. Os ditames da cultura popular, a tradição, a reputação, a aceitação ou o apreço na comunidade (ou na igreja) nunca devem alterar o compromisso do pregador de proclamar a Palavra de Deus.




IV – RESULTADOS DO ENSINO DA PALAVRA DE DEUS
1
O ensino da Palavra gera temor a Deus:
a) Deus falou: “Ajunta-me o povo e os farei ouvir a minha palavra, para que me temam todos os dias que na terra viverem” (Dt 4.10). “Guarda os mandamentos do Senhor para o temer” (Dt 8.6).
b) Pelo temor a Deus o crente se aparta do mal (Pv 3.7), se desvia do mal (Pv 16.6), e aborrece o mau caminho (Pv 8.13).c) Como resultado do ensino da lei nos dias de Esdras, o povo confessou os seus pecados, apartou-se de deuses estranhos, adorou ao Senhor seu Deus, e com Ele fez firme concerto (Ne 9.1-3,38). A Palavra de Deus é o PODER de Deus (Rm 1.16)
- a) Deus falouEm Horebe. Trata-se do mesmo Sinai (ver a respeito no Dicionário). A mensagem viera da parte de Yahweh e fora dada a Moisés. As minhas palavras. Aqui significam os Dez Mandamentos (ver a respeito no Dicionário). Esses dez mandamentos tornaram-se a base da legislação mosaica, bem como as primeiras leis morais e espirituais, confirmando coisas que já tinham sido reveladas a Abraão, embora de maneira mais organizada. Talvez seja uma verdade, conforme disse Ellicott (in loc.): “A congregação de Israel data do Sinai, da mesma maneira que a Igreja de Cristo data do Pentecoste”. É notável que a outorga da lei ocorreu cinquenta dias após o êxodo (a Páscoa), da mesma forma que 0 Pentecoste cristão teve lugar cinquenta dias após a ressurreição de Cristo. “Não se pode exagerar a significação da palavra revelada de Deus, pois a demanda mais fundamental feita por Deus ao homem é: ‘Que queres que eu faça?’. Somente em resposta a essa pergunta é que a vontade do homem pode achar emancipação, sua vereda pode ser iluminada, e sua vida pode encontrar propósito’ (Henry H. Shires, in loc.)”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 772).
- b) Deus falouCuidado com a falsa sabedoria – Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal (Pv 3.7). Nada é mais contrário à sabedoria do que a presunção. A sabedoria que se impõe pela empáfia e pela soberba é consumada tolice. O sábio é aquele que não faz propaganda de si mesmo. A sabedoria sempre anda de mãos dadas com a humildade. Sempre se veste de modéstia. Salomão, no texto em apreço, dá três conselhos. O primeiro deles é a necessidade imperativa da humildade. Só os humildes conhecem a essência da sabedoria. E só os humildes serão exaltados. O segundo conselho é a necessidade de sermos guiados na vida pelo temor ao Senhor. Só o temor a Deus nos livra de quedas e fracassos. Só o temor a Deus nos abre os portais da sabedoria. O terceiro conselho é a necessidade de nos afastarmos de tudo que é errado. Ninguém é regido pela sabedoria fazendo o mal e firmando alianças com aqueles que vivem na prática da injustiça. Humildade de coração, temor ao Senhor e santidade de vida são os pilares da verdadeira sabedoria. Buscá-la em outras fontes é cavar cisternas rotas. Tocar trombetas para fazer apologia de si mesmo é insensatez. Nenhum engano é mais perigoso do que o autoengano. Nenhuma humilhação é mais notória do que aquela colhida pelos que exaltam a si mesmos. Não construa monumentos a si mesmo. Viva para a glória de Deus. Fuja da falsa sabedoria!” (LOPES. Hernandes Dias. Provérbios, Manual de sabedoria para a vida. Editora Hagnos. pag. 64).


2
O ensino da Palavra implanta normas espirituais nos crentes. Essas normas dão forma às manifestações da Nova Vida naquele que se converte, naquele que, pela operação do Espírito de Deus, passa a andar nos estatutos de Deus (Ez 36.27). Vejamos algumas destas manifestações da nova vida:
a) O crente é honesto a toda prova (Rm 12.17; 2 Co 8.21; Fp 4.8; 1 Pe 1.12; Hb 13.18).
b) O crente jamais mente (Is 63.8; Ef 4.25; 1 Jo 2.28). O crente tem o testemunho de sua consciência, no Espírito Santo, de que não mentiu (Rm 9.1). Jesus disse: “Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é de procedência maligna” (Mt 5.37).
c) O crente jamais se apodera de alguma coisa que não seja dele. “Aquele que furtava não furte mais” (Ef 4.28). Zaqueu depois de salvo queria restituir aquilo que havia defraudado (Lc 19.8).
d) O crente vive uma vida moral que é exemplo de pureza. “A prostituição e toda a impureza nem ainda se nomeie entre vós” (Ef 5.3).
e) O crente jamais dá falso testemunho de alguém (Êx 20.16; Pv 10.18; Tg 4.11).
Pelo conhecimento podemos saber que Deus quer que todos os homens venham ao conhecimento da verdade
- “Porei dentro em vós o meu Espírito. Haverá mais em operação do que o velho pacto e a lei de Moisés, que guia (Deu. 6.4 ss.). Haverá atividade incomum do Espírito Santo, que inspira e transforma os homens, criando um novo andar. O povo, inspirado e capacitado pelo ministério do Espírito, andará nos estatutos e guardará os juízos divinos. O profeta não abandona as velhas descrições, mas dá um papel importante à operação direta de Deus no coração do homem. O Novo Pacto exigirá um novo modus operandi de espiritualidade, mas a igreja cristã não está em vista aqui, como supõem alguns intérpretes. Israel, na sua restauração, é o assunto do texto. Existe uma realização ainda mais alta, em Cristo, que transforma os homens à Sua própria imagem (Rom. 8.29); neste processo, o homem redimido participará da natureza divina (II Ped. 1.4), de modo finito, mas real”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3314).
- a) O crente é honesto a toda prova A lei do "olho por olho, dente por dente" do Antigo Testamento nunca foi intencionada para ser aplicada a pessoas, seja no Antigo ou no Novo Testamento; tratava-se de um padrão para a sociedade coletiva usar para reforçar a boa conduta entre as pessoas. Os cristãos têm de respeitar o que é intrinsecamente apropriado e honesto. O "bem" também carrega em si a ideia de se ter um comportamento correto visível e óbvio quando estiverem no meio de outros, especialmente incrédulos.
- b) O crente jamais mente Mais do que simplesmente dizer mentiras diretas, mentir também inclui exageros e informações fictícias sobre alguma coisa que é verdadeira. A trapaça, as promessas imprudentes, a traição da confiança e as falsas desculpas — tudo isso são formas de mentira, das quais os cristãos não devem participar. Citando Zc 8.16, “fale cada um a verdade com o seu próximo”, Paulo afirma que a obra de Deus no mundo é baseada na verdade, e nem a igreja nem os cristãos individualmente podem ser instrumentos adequados para o Senhor usar se não forem leais.
- c) O crente jamais se apodera de alguma coisa que não seja dele. Qualquer tipo de furto é pecado e não faz parte da vida de um cristão. Em vez disso, que ele trabalhe, produzindo o que é benéfico. A alternativa ao furto é conceder a si mesmo, à sua família e aos outros o que é respeitável a Deus por meios honestos e justos. Um cristão não só não deve prejudicar ninguém como também deve se esforçar, continuamente, para ajudar aqueles que estão necessitados.
- d) O crente vive uma vida moral que é exemplo de pureza Num contraste absoluto com a santidade e o amor de Deus, pecados assim como esses existem, por meio dos quais Satanás busca destruir a obra divina de Deus em seus filhos e afastá-los tanto quanto possível de sua imagem e vontade. Como é o caso de muitos outros versículos na Escritura, esse mostra a ligação estreita entre o pecado sexual e os outros tipos de impureza e cobiça. Uma pessoa imoral é inevitavelmente gananciosa. Tais pecados são tão deploráveis que o mundo não deve ter razão para sequer suspeitar da presença deles nos cristãos.
- e) O crente jamais dá falso testemunho de alguém Em Tiago 4.11, faleis mal, significa caluniar ou difamar. Tiago não proíbe a confrontação daqueles que estão em pecado, a qual é ordenada em outras passagens bíblicas como Mateus 18.15-17; Atos 20.31; 1Coríntios 4.14; Colossenses 1.28; Tito 1.13; 2.15; 3.10). Em vez disso, ele condena acusações negligentes, depreciativas, críticas e caluniosas contra os outros. Aqueles que falam mal de outros cristãos se colocam como juízes e os condenam. Com isso, difamam e desrespeitam a lei de Deus, que proíbe expressamente essa condenação caluniosa. Ao rejeitarem a se submeter à lei, os caluniadores se colocam acima dela como seus juízes.

3
O ensino da Palavra dá conhecimento. A igreja de Corinto foi enriquecida porque, pelo ensino da Palavra de Deus, havia recebido conhecimento (1 Co 1.5). Consideremos:
a) O conhecimento consolida a força (Pv 24.3), porque pelo conhecimento podemos saber o que nos é dado gratuitamente por Deus (1 Co 2.12). Pelo conhecimento da verdade podemos alcançar plena libertação (Jo 8.32). Pelo conhecimento podemos saber que Deus quer que todos os homens venham ao conhecimento da verdade (1 Tm 2.4).
b) Pelo conhecimento podemos saber como agradar a Deus (2Co 5.9). Agradar a Deus não é resultado da nossa própria força, mas o próprio Deus nos dá graça para agradá-lo
- “porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o conhecimento” - No momento, o cristão tem tudo o que o Senhor tem para dar e, portanto, tudo de que ele necessita. Em particular, as duas bênçãos mencionadas aqui estão relacionadas à apresentação da verdade da Palavra de Deus. No que diz respeito a falar em nome de Deus, os cristãos são capazes de falar quando Deus quer que o façam porque ele os capacita para isso. A oração torna essa habilidade possível, e a diligência no estudo da Palavra de Deus a ajuda. Deus concede aos cristãos todo o entendimento necessário, a fim de que falem em nome dele de maneira efetiva.
- “ela abundância de seus dons espirituais. A igreja de Corinto era famosa por isso. Eles não estavam atrás de nenhuma igreja na manifestação de qualquer dom (v. 7). Ele especifica palavra e conhecimento (v. 5). Onde Deus tem concedido esses dois dons, Ele tem dado grande capacidade para o seu uso. Muitos têm a flor da palavra mas não têm a raiz do conhecimento, e a sua conversão é infecunda. Muitos têm o tesouro do conhecimento, e querem a palavra para usá-lo para o bem dos outros, e, neste caso, ele está por assim dizer envolvido num guardanapo. Mas, onde Deus concede ambos, um homem está qualificado para elevado proveito. Quando a igreja de Corinto foi enriquecida com toda a palavra e todo o conhecimento, era conveniente que muitos louvores fossem dados a Deus, especialmente pelo fato de esses dons serem um testemunho da verdade da doutrina cristã, uma confirmação do testemunho de Cristo entre eles (v. 6). Eles eram “sinais, prodígios e dons do Espírito Santo”, pelos quais Deus levou testemunho aos apóstolos, em sua missão e doutrina (Hb 2.4), de maneira que, quanto mais abundantemente eles eram derramados sobre qualquer igreja, mais pleno testemunho era dado daquela doutrina pregada pelos apóstolos, e maior evidência comprobatória eles tinham de sua missão divina. E não é de admirar que, por terem tal fundamento para a sua fé, eles deviam viver na expectativa da vinda do Senhor Jesus Cristo (v.7). É da natureza dos cristãos que eles esperem a segunda vinda de Jesus Cristo; toda a nossa religião atenta para isso: nós cremos nela, e a esperamos, e ela é a ocupação de nossa vida no sentido de nos prepararmos para ela, se realmente somos cristãos. E quanto mais confirmados estivermos na fé cristã, mais firme será a nossa fé na segunda vinda de nosso Senhor, e mais zelosa será a nossa expectativa por ela(HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição completa. Editora CPAD. pag. 429)



QUESTIONÁRIO

A respeito de “Esdras vai a Jerusalém Ensinar a Palavra”, responda:

• Por que Esdras foi enviado a Jerusalém?
Para ensinar a Palavra de Deus.
• Em que língua estava escrita a carta que o rei persa enviou com Esdras?
Na língua aramaica.
• Quando Esdras começou a ensinar a Palavra de Deus?
Na festa dos Tabernáculos.
• Que importante líder judaico ajudou Esdras nesta importante tarefa?
Neemias.
• De acordo com a lição, qual o primeiro resultado gerado pelo ensino da Palavra de Deus?
O temor a Deus.

Pb Francisco Barbosa