ANO 12 | Nr 671| 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD EDIÇÃO ESPECIAL JOVENS e ADULTOS
- TERCEIRO TRIMESTRE DE 2020
OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE: a reconstrução
de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
COMENTARISTA: EURICO BÉRGSTEN
Edição Especial 3º TRI
Jovens e Adultos
Escola Bíblica
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13 DE SETEMBRO
DE 2020
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DIA NACIONAL DE
MISSÕES
Ensinar a
Palavra de Deus
Fonte:
Lições Bíblicas CPAD. Ed Especial Jovens e Adultos - 3º Trimestre, 2020. Lição 11,
13 de setembro de 2020
TEXTO ÁUREO
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“E provaram a boa palavra de Deus.” (Hb
6.5a)
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VERDADE PRÁTICA
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A Palavra de Deus é
semelhante a uma afiada espada; é poderosa e penetrante.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
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Esdras 8.1-12
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INTRODUÇÃO
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O grande valor do
ensino da Palavra de Deus é o assunto desta lição. Veremos como o governo da
Pérsia enviou Esdras a Jerusalém, a fim de verificar se a vida eclesiástica
dos judeus estava conforme a lei de Deus
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A proclamação da Palavra de Deus, das verdades recebidas e registradas por
servos escolhidos e inspirados pelo Espírito Santo, encabeça a lista de
recomendações nas Escrituras. Nesta lição veremos o fundamental papel exercido
por Esdras, o escriba que liderou um poderoso avivamento entre os judeus que
voltaram do exílio na Babilônia. Ele ensinou as Escrituras e levou o povo a se
dedicar a Deus. A leitura bíblica em classe traz um texto que não é desenvolvido pela lição, indico aqui, que seja lido Ne 8.1-12, onde de fato se apresenta Esdras ensinando o povo a Lei do Senhor.. Vamos pensar maduramente a nossa fé?
I – ARTAXERXES ENVIA ESDRAS
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Os judeus sob o
domínio dos Persas. Quando o reino da Pérsia derrotou Babilônia, os judeus
que viviam naquele lugar passaram automaticamente ao domínio do governo
persa. Os judeus puderam logo constatar que os persas eram mais brandos do
que os babilônicos
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“Após relatar a história da monarquia e do templo, até o exílio, o autor do
livro de Esdras passa por cima do período em que o templo ficou arruinado,
quando os principais homens de Judá encontravam- se na Babilônia, e registrou o
retorno predito, o que, finalmente, levaria à reconstrução do templo, sob as
ordens de Zorobabel (da linhagem de Davi) e de Josué (da linhagem de Arão). Em
seguida, o autor sagrado descreveu o estabelecimento da nova comunidade
judaica, durante o período de 538-433 A.C. A sorte mudou, e os judeus, no
cativeiro, caíram sob o domínio da Pérsia, quando Ciro conquistou a Babilônia,
em 539 A.C. O livro de Esdras alista certo número de reis persas. Se
considerarmos os livros de Esdras e Neemias como uma unidade, então acharemos
ali os nomes de Ciro (539-530 A.C.), que permitiu que alguns cativos judeus
retornassem à Palestina; Cambises (530-522 A.C.); Gaumata (pseudo Esmerdis, 522
A.C), que foi um usurpador; Dario I (522-486 A.C.), citado nos capítulos quinto
e sexto do livro de Esdras; Xerxes I (486-465 A.C.), referido em Esdras 4.6;
Assuero, da rainha Ester; Dario e Xerxes que invadiram a Grécia, mas sem
sucesso (a história narrada por Heródoto); Artaxerxes I (464-424 A.C.), aludido
em Esd. 4.7-23 e 7.1 -10.44. O ministério inteiro de Neemias cabe dentro desse
último período.” (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1731).
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Esdras é enviado a
Jerusalém, para ensinar a lei de Deus. No seu contato com Esdras, escriba e
sacerdote, o rei ficou impressionado com o elevado grau de conhecimento que
Esdras possuía da lei do Deus de Israel, e quis, junto com seus sete
conselheiros, enviá-lo a Jerusalém a fim de inquirir acerca da situação espiritual
dos residentes ali (Ed 7.14)
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Sete conselheiros, esse número está de acordo com a tradição persa (Et 1.14). “Essa
carta encontra-se em aramaico. Foi incluída no texto sagrado tal como escrita
pelo rei ou seus escribas. A introdução é normal, como em toda correspondência
oficial, tratava-se de um decreto real, referendado pelos sete conselheiros
(ministros; conf. Ester 1:15 e Heródoto 3:84). O fim era inquirir dos negócios
da província de Judá e das condições do povo e da religião. Portanto, Esdras
era portador de uma lei que o capacitava para qualquer trabalho que desejasse
fazer” (Mesquita. Antônio Neves de. Livro de Esdras. Editora JUERP).
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A importante carta que
o rei enviou com Esdras. O rei enviou com Esdras uma carta escrita em aramaico,
que está registrada em Esdras 7.12-26. Através desta carta o rei decretou:
a) Qualquer judeu, que
assim desejasse, poderia acompanhar Esdras a Jerusalém (v.12).
b) Os que fossem a
Jerusalém poderiam levar consigo ouro e prata, voluntariamente dados pelo rei
e seus conselheiros, ou dados como ofertas voluntárias do povo (v.15).
c) Os vasos sagrados,
que ainda estavam na Babilônia, seriam restituídos (Ed v.19).
d) Qualquer despesa
seria paga pelo tesouro do rei.
e) Não seriam impostos
aos servidores do templo: direitos, tributos, rendas (v.24).
f) Esdras poderia
nomear regentes e juízes, para que a vida eclesiástica viesse a funcionar
conforme a lei de Deus (v.25).
Esdras louvou a Deus,
que tinha inspirado o rei a fazer tudo isto, estendendo-lhe a beneficência
perante o rei (vv. 27,28)
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Esse é um decreto extraordinário que comprova o governo soberano de Deus sobre
os reis mortais e a sua intenção de manter as alianças com Abraão, com Davi e
as novas alianças com Israel, essa parte está escrita em aramaico, assim corno os
vs. 4.8—6.18. Sobre isto, o Comentário Bíblico Beacon traz o seguinte: “A Carta e o Decreto de Artaxerxes
(7.11-28) Em resposta a um aparente pedido de permissão de Esdras para
empreender uma missão de ensino em Jerusalém, Artaxerxes, o rei da Pérsia,
promulgou um decreto, cujo conteúdo ele incluiu em uma carta endereçada ao
sacerdote Esdras (12). A última parte do versículo 12 é obscura e traduzida
simplesmente como “as mais sinceras saudações” (Smith-Goodspeed). Moffatt
traduz “saudações, etc.”. A versão Berkeley observa que “o autor assim indica
uma omissão intencional”. De acordo com esse decreto, Esdras recebeu plena
permissão para realizar a viagem a Jerusalém. Ele também recebeu autorização do
rei e dos sete conselheiros (cf. Et 1.14) a agir como o mensageiro do rei para
fazer inquirição em Judá e em Jerusalém (14) e para levar aos exilados que
retornavam um generoso presente do tesouro do rei para ajudar nos serviços do
Templo. O versículo 19 indica que nem todos os utensílios usados na adoração no
Templo tinham sido devolvidos anteriormente (1.7-11). Os remanescentes teriam
que ser devolvidos agora. Adicionalmente, Artaxerxes ordenou a todos os
tesoureiros que estão dalém do rio (21) que fizessem contribuições de até
duzentos mil dólares americanos em prata, 1.150 alqueires de trigo e
aproximadamente 3.500 litros de azeite (Berk.). Um convite especial estendeu o
decreto a todos os judeus que decidissem acompanhar Esdras nesta missão.
Artaxerxes, cuja religião envolvia a adoração de muitos deuses, estava ansioso
por garantir as graças do Deus do céu (23), como reconhecia que era o Senhor
Deus. No politeísmo (a adoração a muitos deuses) sempre há lugar para mais um. A
fé de Israel, por outro lado, reconhecia somente o Senhor como Deus e não
admitia a existência de nenhum outro. O versículo 24 talvez seja o primeiro
exemplo de isenção de impostos para os ministros. Embora não tivesse a
autoridade de um governador, como tinham Zorobabel e Neemias, Esdras recebeu a
autoridade para indicar magistrados e juizes (25) para agir nos assuntos
religiosos. Ele também tinha o poder de infligir a pena de morte, se
necessário, a quem se lhe opusesse. No final do capítulo, Esdras louva a Deus
por colocar esse desejo no coração do rei (27) e por tê-lo inspirado a fazer
tão generoso decreto a favor deles”. (Demaray. C. E. Comentário
Bíblico Beacon. Esdras. Editora CPAD. Vol. 2. pag. 498).
II – ESDRAS ENSINA A PALAVRA AO POVO
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Esdras sai da
Babilônia e vai a Jerusalém. Conforme a ordem do rei Artaxerxes, Esdras viajou para
Jerusalém acompanhado de um grupo de judeus, alguns eminentes líderes do povo
(Ed 8.2). Recusando a escolta militar oferecida pelo rei, para garantir-lhes
a segurança durante a viagem, Esdras e seus companheiros preferiram confiar
na segurança de Deus. Assim sendo, jejuaram e oraram para que tivessem uma
boa viagem (Ed 8.21), e Deus os ouviu e os guardou durante todo o trajeto.
Assim chegaram em paz a Jerusalém, onde ofereceram holocaustos a Deus (Ed
8.35). O povo ao ouvir a leitura, começou a chorar e a lamentar-se
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A lista a seguir sem dúvida inclui aqueles que viviam nas áreas vizinhas. O
número total de pessoas do sexo masculino nessa parte é de 1.496, mais os
homens nomeados; portanto, com o acréscimo das mulheres e crianças, esse número
pode chegar facilmente a 8.000. Do mesmo modo como estes não tinham partido
c.om a primeira leva que retornou, muitos outros judeus permaneceram na Babilônia
depois que esse grupo partiu. Durante os 70 anos de exílio, muitos judeus
tinham se estabelecido e levavam urna vida confortável. Nenhum tipo de conflito
surgiu entre aqueles que retornaram e os que ficaram na Babilônia.
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Em breve eles começariam a longa jornada. Uma viagem como essa era perigosa,
pois as estradas eram frequentadas por ladrões que roubavam para sobreviver.
Até mesmo os mensageiros viajavam em caravanas para garantir a própria
segurança. Esdras e o seu povo não queriam confundir o rei em relação à
confiança na proteção de Deus, então eles encarregaram da segurança com jejum e
oração. Deus honrou essa oração de fé com a sua proteção.
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Russell N Champlin comenta: “Os judeus estavam viajando com muita bagagem, o
que os ajudaria a estabelecer residência em Jerusalém. Também haveria os
tesouros do templo quanto ao culto divino. Haveria grande perigo de saque. É
provável que eles tenham levado consigo animais domésticos, alguns para serem
abatidos nos sacrifícios e outros para servirem de alimento e no trabalho. Isso
representava “riquezas” que tinham que ser protegidas. O pequeno bando, mui
provavelmente, também seguia armado, mas não seria capaz de resistir muito a um
ataque. O livro de I Esdras menciona animais de porte” (CHAMPLIN,
Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora
Hagnos. pag. 1758-1759).
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O encontro de Esdras
com Neemias. Quando Esdras chegou a Jerusalém encontrou Neemias, o qual vinha sendo o
líder espiritual dos judeus em Judá. Posto a par da situação, Neemias uniu-se
a Esdras na tarefa para a qual este havia sido enviado
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Não há registro Bíblico deste encontro, mas certamente ele ocorreu e houve um
acréscimo de forças, juntamente com Ageu e Zacarias, profetas enviado por Deus
para guiar o seu povo na reconstrução física e espiritual da nação de Israel. É importante salientar nesse tópico, que a cena descrita não corresponde ao desenrolar histórico. Esdras foi o primeiro a chegar em Jerusalém conduzindo a segunda leva de judeus, e Neemias chegou somente, cerca de treze anos depois, com a terceira leva de judeus repatriados. Assim, seria correto dizer que, quando Neemias chegou a Jerusalém, encontrou Esdras, sacerdote e líder espiritual do povo.
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Esdras ensina a
Palavra ao povo. Na festa dos tabernáculos, no dia primeiro do mês sétimo houve santa
convocação (Lv 23.34,35). O povo se ajuntou como um só homem diante da porta
das águas (Ne 8.1), e Esdras trouxe o livro da lei. A lei de Deus foi lida ao
povo desde a alva até ao meio-dia. Havia sido construído um púlpito de
madeira para aquele fim, e em pé, ao lado de Esdras, havia um grupo de 13
auxiliares (Ne 8.4). Ainda cooperava um grupo de levitas, e o objetivo era
fazer todo o povo entender o que estava sendo lido no livro da lei de Deus
(Ne 8.8)
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Neemias 8.1 diz que no sétimo mês, que é o mês de tisri (setembro/outubro), do
ano de 445 a.C, menos de uma semana depois da conclusão do muro (Ne 6.15), todo
o povo se reuniu como se fossem um só homem para ouvir a exposição das Sagradas
Escrituras. A Festa dos Tabernáculos normalmente, começava no décimo quinto dia
(Ne 6.14; Lv 23.33 44), mas aqui ela teve início no segundo dia (Ne 8.13), e
foi uma festa a que toda a nação foi chamada a comparecer. Normalmente a Festa
das Trombetas acontecia no primeiro dia (Lv 23.23-25).
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Foi confeccionado um grande púlpito de madeira, grande o bastante para abrigar
14 pessoas durante as longas horas de leitura e explicações. Os homens,
provavelmente sacerdotes, ficaram ali de pé com Esdras para demonstrar
concordância.
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É interessante notar que era lido o Livro e era dado explicações. Isso pode ter
envolvido a tradução para pessoas que falavam apenas o aramaico no exílio;
porém, é mais provável, que signifique “esmiuçar” o texto em partes para que o
povo pudesse compreendê-lo. Essa foi uma exposição ou explicação do significado
e não apenas uma tradução, de maneira que se entendessem o que se lia. Mediante
esse ato de instrução, refletiu-se o compromisso pessoal de Esdras de estudar a
lei, praticá-la em sua vida e depois ensiná-la (Ed 7.10)
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O ensino foi maravilhoso.
O povo ao ouvir a
leitura, começou a chorar e a lamentar-se. Neemias e Esdras tiveram que
intervir, exortando-os a que se alegrassem no Senhor, porque a alegria do
Senhor é nossa força (Ne 8.10). O povo então foi comer, beber e festejar,
porque todos entenderam as palavras que lhes fizeram saber (Ne 8.12)
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O acontecimento pedia por um dia santo de adoração, a fim de prepará-los para
os dias difíceis que viriam (Ne 12.43), então eles foram incentivados a se
alegrarem. As palavras que eles ouviram os lembraram que Deus pune os pecados,
mas também abençoa a obediência. Isso era motivo de celebração. Eles não tinham
sido totalmente destruídos como nação, apesar do seu pecado, e, pela graça de
Deus, estavam vivendo um novo começo. Isso pedia uma celebração.
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“Então todo o povo se foi a comer, a beber. O povo correspondeu às
instruções dadas pelos levitas e em breve estava a caminho de casa para fazer
exatamente o que havia sido sugerido: eles comeram, beberam, regozijaram-se e
enviaram porções a outras pessoas. O cronista repetiu aqui todos os elementos
do vs. 10, assegurando que o povo “entrou no espírito da coisa”. Mediante tal
regozijo, Esdras fez aquele dia tornar-se um sucesso tremendo. Ele associou a
leitura da Bíblia com a alegria, pois, afinal de contas, os melhores prazeres
são os espirituais, e não os carnais. O êxtase é uma das experiências místicas
padrões”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento Interpretado
versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 1798-1799).
III – A PALAVRA DE DEUS DEVE SER ENSINADA
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Deus ordenou que a sua
Palavra fosse ensinada a todo o povo de sete em sete anos (Dt 31.9-12). Além da leitura da Lei de Moisés,
que se fazia a cada sábado (At 15.21), os Escritos e os Profetas deveriam ser
lidos e explicados ao povo, em convocação solene, a cada sete anos.
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A lei escrita por Moisés foi entregue aos sacerdotes; estes foram comissionados
a zelar pela lei e guardá-la; eles deveriam lê-la para todo Israel a cada ano
sabático durante a Festa dos Tabernáculos. Essa leitura da lei a cada sete anos
devia lembrar o povo a viver de maneira submissa ao seu Deus inspirador de
reverência. “O concerto de Israel tinha de ser lido ao fim de cada sete
anos,2 no ano da remissão (10; cf. 15.1-15), durante a Festa dos Tabernáculos
(cf. 16.13-15). A responsabilidade da leitura foi dada conjuntamente aos
sacerdotes e anciãos (9), ou seja, as autoridades religiosas e civis. Levando
em conta que só os homens tinham de comparecer à festa (16.16), no sétimo ano
todo o Israel tinha de se reunir: homens, mulheres, meninos (“crianças”, NTLH)
e os estrangeiros (11,12). Todos que desfrutam os benefícios do concerto também
devem estar cientes de suas obrigações. Embora esta não fosse a única ocasião
em que haveria ensinos sobre fatos e significados do concerto (cf. 6.6,7,2025),
esta seria uma lembrança dramática e memorável para a nação inteira”. (Jack
Ford., A. R. G. Deasley. Comentário Bíblico Beacon. Deuteronômio. Editora CPAD.
pag. 483).
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Jesus ordenou o ensino
da sua Palavra. Na GRANDE COMISSÃO Jesus ordenou que seus discípulos ensinassem todas as
nações a guardarem tudo o que lhes tinha mandado (Mt 28.19,20)
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É interessante refletir no texto da Grande Comissão e entender o tipo de
evangelismo evocado nessa comissão não termina com a conversão do não crente. Matthew
Henry comentando a Grande Comissão, escreve: “Qual é a principal intenção
dessa comissão: ensinar todas as nações. “Admita-os como discípulos’, fazei o
máximo para fazer das nações, nações cristãs”; não: “Ide às nações, e proclamai
o juízo de Deus contra elas, como Jonas a Nínive, e como os outros profetas do
Antigo Testamento” (embora tivessem motivo suficiente para esperar por isso,
devido à maldade demonstrada pelas nações), mas: “Ide, e ensinai-as”. Cristo, o
Mediador, ao estabelecer um reino no mundo, traz os povos das nações para serem
os seus súditos; estabelecendo uma escola, traz os povos das nações para serem
os seus alunos; levantando um exército para a execução da guerra contra os
poderes das trevas, alista as nações da terra sob a sua bandeira. A obra que os
apóstolos tinham a fazer consistia em estabelecer a religião cristã em todos os
lugares, e era um trabalho honrado; as conquistas dos heróis poderosos do mundo
não eram nada quando comparadas a isso. Eles conquistaram as nações para si
mesmos, e as tornaram infelizes; os apóstolos as conquistaram para Cristo, e as
tornaram felizes. (HENRY. Matthew. Comentário Matthew Henry Novo
Testamento MATEUS A JOÃO Edição completa. Editora CPAD. pag. 399-400).
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O apóstolo Paulo
conhecia a importância do ensino da Palavra. Vejamos: “Conjuro-te pois diante de
Deus e do Senhor Jesus Cristo… que pregues a palavra…” (2 Tm 4.1,2). “O que
de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens fiéis, que sejam
idôneos para também ensinarem os outros (2 Tm 2.2). “Se é ensinar, haja
dedicação ao ensino (Rm 12.7)
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“Conjuro-te”, ou melhor “ordeno-te”, o termo grego carrega a ideia
de dar um a ordem ou diretriz obrigatória. Toda a Palavra escrita de Deus, toda
a sua verdade revelada conforme está contida na Bíblia. A ordem de Paulo a
Timóteo é instar, a palavra grega tem uma gama ampla de significados,
entre eles surpreender ou, sobrevir. Aqui a forma do verbo sugere
as ideias complementares de urgência, preparação e presteza.
Era usada como referência a um soldado preparado para ir à batalha ou a um
guarda que estava sempre alerta para qualquer ataque inesperado — atitudes que
são imperativas para um pregador fiel. Além disto, a ordem inclui que esta
pregação ocorra ‘quer seja oportuno, quer não’. O pregador fiel deve
proclamar a Palavra quando ela for bem aceita e/ou conveniente, e também em
caso contrário; quando parecer que convém fazê-lo e quando parecer que não. Os
ditames da cultura popular, a tradição, a reputação, a aceitação ou o apreço na
comunidade (ou na igreja) nunca devem alterar o compromisso do pregador de
proclamar a Palavra de Deus.
IV – RESULTADOS DO ENSINO DA PALAVRA DE DEUS
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O ensino da Palavra
gera temor a Deus:
a) Deus falou:
“Ajunta-me o povo e os farei ouvir a minha palavra, para que me temam todos
os dias que na terra viverem” (Dt 4.10). “Guarda os mandamentos do Senhor
para o temer” (Dt 8.6).
b) Pelo temor a Deus o
crente se aparta do mal (Pv 3.7), se desvia do mal (Pv 16.6), e aborrece o
mau caminho (Pv 8.13).c) Como resultado do ensino da lei nos dias de Esdras,
o povo confessou os seus pecados, apartou-se de deuses estranhos, adorou ao
Senhor seu Deus, e com Ele fez firme concerto (Ne 9.1-3,38). A Palavra de
Deus é o PODER de Deus (Rm 1.16)
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a) Deus falou “Em Horebe. Trata-se do mesmo Sinai (ver a
respeito no Dicionário). A mensagem viera da parte de Yahweh e fora dada a
Moisés. As minhas palavras. Aqui significam os Dez Mandamentos (ver a respeito
no Dicionário). Esses dez mandamentos tornaram-se a base da legislação mosaica,
bem como as primeiras leis morais e espirituais, confirmando coisas que já
tinham sido reveladas a Abraão, embora de maneira mais organizada. Talvez seja
uma verdade, conforme disse Ellicott (in loc.): “A congregação de Israel data
do Sinai, da mesma maneira que a Igreja de Cristo data do Pentecoste”. É
notável que a outorga da lei ocorreu cinquenta dias após o êxodo (a Páscoa), da
mesma forma que 0 Pentecoste cristão teve lugar cinquenta dias após a
ressurreição de Cristo. “Não se pode exagerar a significação da palavra
revelada de Deus, pois a demanda mais fundamental feita por Deus ao homem é:
‘Que queres que eu faça?’. Somente em resposta a essa pergunta é que a vontade
do homem pode achar emancipação, sua vereda pode ser iluminada, e sua vida pode
encontrar propósito’ (Henry H. Shires, in loc.)”. (CHAMPLIN, Russell
Norman, Antigo Testamento Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos.
pag. 772).
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b) Deus falou “Cuidado com a falsa sabedoria – Não sejas
sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal (Pv 3.7). Nada
é mais contrário à sabedoria do que a presunção. A sabedoria que se impõe pela
empáfia e pela soberba é consumada tolice. O sábio é aquele que não faz
propaganda de si mesmo. A sabedoria sempre anda de mãos dadas com a humildade.
Sempre se veste de modéstia. Salomão, no texto em apreço, dá três conselhos. O
primeiro deles é a necessidade imperativa da humildade. Só os humildes conhecem
a essência da sabedoria. E só os humildes serão exaltados. O segundo conselho é
a necessidade de sermos guiados na vida pelo temor ao Senhor. Só o temor a Deus
nos livra de quedas e fracassos. Só o temor a Deus nos abre os portais da
sabedoria. O terceiro conselho é a necessidade de nos afastarmos de tudo que é
errado. Ninguém é regido pela sabedoria fazendo o mal e firmando alianças com
aqueles que vivem na prática da injustiça. Humildade de coração, temor ao
Senhor e santidade de vida são os pilares da verdadeira sabedoria. Buscá-la em
outras fontes é cavar cisternas rotas. Tocar trombetas para fazer apologia de
si mesmo é insensatez. Nenhum engano é mais perigoso do que o autoengano.
Nenhuma humilhação é mais notória do que aquela colhida pelos que exaltam a si
mesmos. Não construa monumentos a si mesmo. Viva para a glória de Deus. Fuja da
falsa sabedoria!” (LOPES. Hernandes Dias. Provérbios, Manual de
sabedoria para a vida. Editora Hagnos. pag. 64).
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O ensino da Palavra
implanta normas espirituais nos crentes. Essas normas dão forma às
manifestações da Nova Vida naquele que se converte, naquele que, pela
operação do Espírito de Deus, passa a andar nos estatutos de Deus (Ez 36.27).
Vejamos algumas destas manifestações da nova vida:
a) O crente é honesto
a toda prova (Rm 12.17; 2 Co 8.21; Fp 4.8; 1 Pe 1.12; Hb 13.18).
b) O crente jamais
mente (Is 63.8; Ef 4.25; 1 Jo 2.28). O crente tem o testemunho de sua
consciência, no Espírito Santo, de que não mentiu (Rm 9.1). Jesus disse:
“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não, porque o que passa disso é
de procedência maligna” (Mt 5.37).
c) O crente jamais se
apodera de alguma coisa que não seja dele. “Aquele que furtava não furte
mais” (Ef 4.28). Zaqueu depois de salvo queria restituir aquilo que havia
defraudado (Lc 19.8).
d) O crente vive uma
vida moral que é exemplo de pureza. “A prostituição e toda a impureza nem
ainda se nomeie entre vós” (Ef 5.3).
e) O crente jamais dá
falso testemunho de alguém (Êx 20.16; Pv 10.18; Tg 4.11).
Pelo conhecimento
podemos saber que Deus quer que todos os homens venham ao conhecimento da
verdade
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“Porei dentro em vós o meu Espírito. Haverá mais em operação do que o velho
pacto e a lei de Moisés, que guia (Deu. 6.4 ss.). Haverá atividade incomum do
Espírito Santo, que inspira e transforma os homens, criando um novo andar. O
povo, inspirado e capacitado pelo ministério do Espírito, andará nos estatutos
e guardará os juízos divinos. O profeta não abandona as velhas descrições, mas
dá um papel importante à operação direta de Deus no coração do homem. O Novo
Pacto exigirá um novo modus operandi de espiritualidade, mas a igreja cristã
não está em vista aqui, como supõem alguns intérpretes. Israel, na sua
restauração, é o assunto do texto. Existe uma realização ainda mais alta, em
Cristo, que transforma os homens à Sua própria imagem (Rom. 8.29); neste
processo, o homem redimido participará da natureza divina (II Ped. 1.4), de
modo finito, mas real”. (CHAMPLIN, Russell Norman, Antigo Testamento
Interpretado versículo por versículo. Editora Hagnos. pag. 3314).
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a) O crente é honesto a
toda prova A lei do "olho por olho,
dente por dente" do Antigo Testamento nunca foi intencionada para ser
aplicada a pessoas, seja no Antigo ou no Novo Testamento; tratava-se de um
padrão para a sociedade coletiva usar para reforçar a boa conduta entre as pessoas.
Os cristãos têm de respeitar o que é intrinsecamente apropriado e honesto. O
"bem" também carrega em si a ideia de se ter um comportamento correto
visível e óbvio quando estiverem no meio de outros, especialmente incrédulos.
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b) O crente jamais mente
Mais do que simplesmente dizer
mentiras diretas, mentir também inclui exageros e informações fictícias sobre
alguma coisa que é verdadeira. A trapaça, as promessas imprudentes, a traição
da confiança e as falsas desculpas — tudo isso são formas de mentira, das quais
os cristãos não devem participar. Citando Zc 8.16, “fale cada um a verdade
com o seu próximo”, Paulo afirma que a obra de Deus no mundo é baseada na
verdade, e nem a igreja nem os cristãos individualmente podem ser instrumentos
adequados para o Senhor usar se não forem leais.
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c) O crente jamais se
apodera de alguma coisa que não seja dele. Qualquer
tipo de furto é pecado e não faz parte da vida de um cristão. Em vez disso, que
ele trabalhe, produzindo o que é benéfico. A alternativa ao furto é conceder a
si mesmo, à sua família e aos outros o que é respeitável a Deus por meios
honestos e justos. Um cristão não só não deve prejudicar ninguém como também
deve se esforçar, continuamente, para ajudar aqueles que estão necessitados.
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d) O crente vive uma
vida moral que é exemplo de pureza
Num contraste absoluto com a santidade e o amor de Deus, pecados assim como
esses existem, por meio dos quais Satanás busca destruir a obra divina de Deus
em seus filhos e afastá-los tanto quanto possível de sua imagem e vontade. Como
é o caso de muitos outros versículos na Escritura, esse mostra a ligação
estreita entre o pecado sexual e os outros tipos de impureza e cobiça. Uma
pessoa imoral é inevitavelmente gananciosa. Tais pecados são tão deploráveis
que o mundo não deve ter razão para sequer suspeitar da presença deles nos
cristãos.
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e) O crente jamais dá
falso testemunho de alguém Em Tiago 4.11,
faleis mal, significa caluniar ou difamar. Tiago não proíbe a confrontação
daqueles que estão em pecado, a qual é ordenada em outras passagens bíblicas como
Mateus 18.15-17; Atos 20.31; 1Coríntios 4.14; Colossenses 1.28; Tito 1.13;
2.15; 3.10). Em vez disso, ele condena acusações negligentes, depreciativas,
críticas e caluniosas contra os outros. Aqueles que falam mal de outros
cristãos se colocam como juízes e os condenam. Com isso, difamam e desrespeitam
a lei de Deus, que proíbe expressamente essa condenação caluniosa. Ao
rejeitarem a se submeter à lei, os caluniadores se colocam acima dela como seus
juízes.
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O ensino da Palavra dá
conhecimento. A igreja de Corinto
foi enriquecida porque, pelo ensino da Palavra de Deus, havia recebido
conhecimento (1 Co 1.5). Consideremos:
a) O conhecimento
consolida a força (Pv 24.3), porque pelo conhecimento podemos saber o que nos
é dado gratuitamente por Deus (1 Co 2.12). Pelo conhecimento da verdade
podemos alcançar plena libertação (Jo 8.32). Pelo conhecimento podemos saber
que Deus quer que todos os homens venham ao conhecimento da verdade (1 Tm
2.4).
b) Pelo conhecimento
podemos saber como agradar a Deus (2Co 5.9). Agradar a Deus não é resultado
da nossa própria força, mas o próprio Deus nos dá graça para agradá-lo
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“porque, em tudo, fostes enriquecidos nele, em toda a palavra e em todo o
conhecimento” - No momento, o cristão tem tudo o que o Senhor tem para dar
e, portanto, tudo de que ele necessita. Em particular, as duas bênçãos mencionadas
aqui estão relacionadas à apresentação da verdade da Palavra de Deus. No que diz
respeito a falar em nome de Deus, os cristãos são capazes de falar quando Deus
quer que o façam porque ele os capacita para isso. A oração torna essa
habilidade possível, e a diligência no estudo da Palavra de Deus a ajuda. Deus
concede aos cristãos todo o entendimento necessário, a fim de que falem em nome
dele de maneira efetiva.
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“ela abundância de seus dons espirituais. A igreja de Corinto era famosa por
isso. Eles não estavam atrás de nenhuma igreja na manifestação de qualquer dom
(v. 7). Ele especifica palavra e conhecimento (v. 5). Onde Deus tem concedido
esses dois dons, Ele tem dado grande capacidade para o seu uso. Muitos têm a
flor da palavra mas não têm a raiz do conhecimento, e a sua conversão é
infecunda. Muitos têm o tesouro do conhecimento, e querem a palavra para usá-lo
para o bem dos outros, e, neste caso, ele está por assim dizer envolvido num guardanapo.
Mas, onde Deus concede ambos, um homem está qualificado para elevado proveito.
Quando a igreja de Corinto foi enriquecida com toda a palavra e todo o
conhecimento, era conveniente que muitos louvores fossem dados a Deus,
especialmente pelo fato de esses dons serem um testemunho da verdade da
doutrina cristã, uma confirmação do testemunho de Cristo entre eles (v. 6). Eles
eram “sinais, prodígios e dons do Espírito Santo”, pelos quais Deus levou
testemunho aos apóstolos, em sua missão e doutrina (Hb 2.4), de maneira que,
quanto mais abundantemente eles eram derramados sobre qualquer igreja, mais
pleno testemunho era dado daquela doutrina pregada pelos apóstolos, e maior
evidência comprobatória eles tinham de sua missão divina. E não é de admirar
que, por terem tal fundamento para a sua fé, eles deviam viver na expectativa
da vinda do Senhor Jesus Cristo (v.7). É da natureza dos cristãos que eles
esperem a segunda vinda de Jesus Cristo; toda a nossa religião atenta para
isso: nós cremos nela, e a esperamos, e ela é a ocupação de nossa vida no
sentido de nos prepararmos para ela, se realmente somos cristãos. E quanto mais
confirmados estivermos na fé cristã, mais firme será a nossa fé na segunda
vinda de nosso Senhor, e mais zelosa será a nossa expectativa por ela” (HENRY.
Matthew. Comentário Matthew Henry Novo Testamento ATOS A APOCALIPSE Edição
completa. Editora CPAD. pag. 429)
QUESTIONÁRIO
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A respeito de “Esdras
vai a Jerusalém Ensinar a Palavra”, responda:
• Por que Esdras foi
enviado a Jerusalém?
Para ensinar a
Palavra de Deus.
• Em que língua estava
escrita a carta que o rei persa enviou com Esdras?
Na língua aramaica.
• Quando Esdras
começou a ensinar a Palavra de Deus?
Na festa dos
Tabernáculos.
• Que importante líder
judaico ajudou Esdras nesta importante tarefa?
Neemias.
• De acordo com a
lição, qual o primeiro resultado gerado pelo ensino da Palavra de Deus?
O temor a Deus.
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Pb
Francisco Barbosa