ANO 12 | Nr 666| 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD EDIÇÃO ESPECIAL JOVENS e ADULTOS
- TERCEIRO TRIMESTRE DE 2020
OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE: a reconstrução
de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
COMENTARISTA: EURICO BÉRGSTEN
Edição Especial 3º TRI
Jovens e Adultos
Escola Bíblica
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06
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9 DE AGOSTO DE 2020
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Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed Especial Jovens e
Adultos - 3º Trimestre, 2020. Lição 6, 9 de agosto de 2020
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TEXTO ÁUREO
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“Nunca mais se ouvirá de violência na tua
terra, de desolação ou destruição, nos teus termos; mas aos teus muros
chamarás salvação, e às tuas portas, louvor.” (Is 60.18)
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VERDADE PRÁTICA
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Somente despertados,
podemos vencer qualquer obstáculo para realizarmos a obra de Deus.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
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Neemias 1.1-4; 2.1-9
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INTRODUÇÃO
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Nesta lição
estudaremos como os muros de Jerusalém foram levantados, e como Deus levantou
o homem certo para executar esta obra. A obra era de Deus, o qual, como dono
da obra, providenciou tudo que era necessário para a sua realização, desde a
autorização do rei para o envio de Neemias, até os recursos para custear a
construção.
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Hoje temos uma lição muito longa e que vai exigir esforço para ministrar, dado
a quantidade de detalhes que não podem deixar de ser comentados e expostos para
uma aprendizagem mais profunda e concreta. Este estilo de comentário é
antididático, pois não respeita o exíguo tempo que dispomos para expor a lição.
Assim, vou tentar ser conciso e preciso no aprofundamento de cada tópico, a fim
de auxiliar o professor na ministração de sua aula.
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Neemias (o Senhor consola) somente aparece nas Escrituras no livro que leva seu
nome; Os autores do Novo Testamento não citam Neemias. O livro narra alguns
fatos que ocorreram durante a sua liderança e recebeu como título o seu nome. Nas
traduções Septuaginta, em grego, como a Vulgata, em latim, esse livro é chamado
de "Segundo Esdras". Nos textos em hebraico, Esdras e Neemias são um
único livro, e foi escrito por Esdras em algum momento durante ou depois do
segundo mandato de Neemias, mas antes de 400 a.C.
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No momento mais importante da revitalização de Judá, Deus levantou Neemias para
exercer um dos ofícios de maior confiança no império, o de copeiro e confidente
do rei Artaxerxes. É interessante ressaltar que Ester era a madrasta de
Artaxerxes (Et 1.9), também é interessante ressaltar que as 70 semanas proféticas
de Daniel tiveram início com o decreto para a reconstrução da cidade emitido
por Artaxerxes em 44 a.C. (Ne 1 e 2; Dn 9.24-26).
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A cuidadosa atenção à leitura da palavra de Deus a fim de realizar a sua
vontade é um tema constante. O reavivamento espiritual veio como resposta à
leitura de Esdras do "Livro da Lei de Moisés" (Ne 8.1). Depois da
leitura, Esdras e alguns dos sacerdotes cuidadosamente explicaram o seu
significado às pessoas que ali compareceram (Ne 8.8). No dia seguinte, Esdras
se reuniu com alguns dos cabeças das famílias, os sacerdotes e os levitas,
"para atentarem nas palavras da Lei" (Ne 8.13). O sistema de
sacrifícios foi seguido com muita atenção para que tudo fosse feito "como
está escrito na Lei" (Ne 10.34,36). Tão profundo era o cuidado em seguir a
vontade revelada de Deus que eles se comprometeram "numa imprecação e
num juramento, de que andariam na Lei de Deus..." (Ne 10.29). Quando
as reformas nos casamentos foram realizadas, eles agiram de acordo com aquilo
que "se leu para o povo no Livro de Moisés" (Ne 13.1).
Obediência! Deus trabalhou por meio da obediência de Neemias. Vamos pensar
maduramente a nossa fé?
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I – DEUS RESPONDE AS ORAÇÕES DE NEEMIAS
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Deus envia emissário a
Neemias. Deus enviou emissário
para informar Neemias acerca da situação reinante em Jerusalém. Esta pessoa
foi Hanani, irmão de Neemias (Ne 1.2). Hanani contou como os judeus, que
haviam retornado a Judá após o cativeiro, estavam- em grande miséria. Muros
fendidos, e portas queimadas a fogo, eram símbolo de miséria e de desprezo, e
faziam dos moradores da cidade vítimas fáceis de. assaltantes (Ne 1.3).
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Hanani aparentemente era irmão de Neemias, ele tinha ido para Jerusalém no
segundo retorno sob a liderança de Esdras. Neemias estava profundamente
preocupado com o povo e a cidade, especialmente nos últimos 13 anos, desde o
segundo retorno sob Esdras. A oposição a reconstrução dos muros em Jerusalém havia
logrado êxito em frustrar as tentativas dos judeus de restabelecerem Jerusalém
como cidade distintamente judaica capaz de resistir aos ataques dos inimigos,
que poderiam levar a mais uma destruição do templo recentemente construído.
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Neemias, angustiado,
jejua e ora. Deus despertou em
Neemias uma profunda angústia pela situação de seu. povo, que morava em Judá.
Neemias começou a jejuar e a orar. A oração inicial de Neemias está
registrada em Neemias 1.5-11. Iniciou seu período de oração no mês de quisleu
(dezembro), e Deus, que ouve as orações, fez a resposta chegar no mês de nisã
(março) (Ne 2.1).
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A oração de Neemias representa uma das confissões e intercessões mais tocantes
diante de Deus da Escritura. Depois de 70 anos de cativeiro na Babilônia, Deus cumpriu
a sua promessa de fazer o seu povo voltar para a Terra Prometida. A promessa
parecia estar falhando, e Neemias apelou ao caráter de Deus e à sua aliança
como os fundamentos pelos quais ele deveria intervir e cumprir suas promessas
para o seu povo. Nas palavras de Neemias nessa oração, ele expressa o
pensamento de que os pecados dos que retornaram tinham feito Deus mudar de ideia,
retirando o seu favor dos judeus. Neemias aludiu ao fato de Israel ser o lugar
que Deus escolhera para o seu nome habitar (1.9); o povo desejava temer o seu
nome e, portanto, estavam orando pela intervenção de Deus. perante este homem.
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Deus responde às
orações de Neemias. Como resposta às orações de Neemias, Deus despertou o rei
para assumir a responsabilidade do empreendimento. Neemias era copeiro do
rei. Certo dia ele apresentou-se diante do rei com semblante triste.
Interrogado acerca do motivo de sua tristeza, Nemias relatou a situação da
cidade de Jerusalém e de seu povo que ali vivia (Ne 2.2-3). Por inspiração de
Deus, o rei perguntou a Neemias: “Que me pedes agora?” (Ne 2.4). Neemias orou
ao Deus do céu para que pudesse responder ao rei dentro da direção de Deus.
Em um momento, Neemias teve sua chamada para ir a Jerusalém confirmada, e
respondeu ao rei: “Peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de
meus pais, para que eu a edifique” (Ne 2.5).
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Como um acompanhante do monarca durante as refeições, o copeiro possuía a
vantagem única para levar uma petição ao rei. Não era só o fato de o rei dever
a sua vida a ele, já que o copeiro provava todas as bebidas do rei para o caso
de um possível envenenamento, colocando a própria vida em risco, mas ele também
se tornara um confidente muito próximo. A soberania de Deus usou esse
relacionamento entre um gentio e um judeu para livrar o seu povo, tal como
havia feito com José, Daniel, Ester e Mordecai. Como o ato de provar o vinho
para assegurar que este não era perigoso para o rei fortalecia a confiança
entre o rei e o copeiro, esse era o momento apropriado para Neemias obter a
atenção e a aprovação de Artaxerxes. Não era de admirar que os reis
desenvolvessem tanta confiança em seus copeiros que estes acabavam por se tomar
seus conselheiros. Era perigoso alguém demonstrar tristeza na presença do rei.
O rei queria que seus súditos fossem felizes, pois isso refletia o bem-estar
produzido pela sua habilidade administrativa. – ‘O que me pedes agora?’
O rei interpretou corretamente o semblante triste de Neemias como um desejo de
fazer alguma coisa pelo seu povo e sua pátria. Sua resposta imediata à pergunta
do rei ilustra como era contínua a sua vida de oração. Diante da pergunta do
rei, Neemias solicita autorização para viajar até Jerusalém. Não há dúvida de
que o pedido se referia aos muros da cidade, pois não haveria permanência sem
os muros, embora pudesse também incluir uma reconstrução política e
administrativa.
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Deus despertou o rei a
atender pedido de Neemias. Neemias recebeu carta do rei dirigida aos governadores
da região e ainda uma carta com ordem para que o necessário para a construção
fosse dado a Neemias. Tudo segundo a boa mão de Deus sobre Neemias (Ne 2.8).
Deus é verdadeiramente o Deus daquilo que é impossível aos homens.
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A madeira era uma mercadoria muito valiosa. Isso foi bem ilustrado num
documento de uma antiga cidade da Mesopotâmia, em que um oficial florestal foi
levado ao tribunal por ter cortado uma árvore. As matas eram cuidadosamente
guardadas, e a permissão por escrito do rei garantiria a Neemias a madeira
necessária para a construção da cidadela, os reforços dos muros e a sua própria
residência, de onde ele poderia administrar a reconstrução. ‘a boa mão do
meu Deus era comigo’ comum tanto a Esdras como a Neemias, esse refrão
aponta para o reconhecimento de que tudo o que estava acontecendo era por
intermédio da intervenção de Deus. É um lembrete frequente nesses livros
inspirados e moslra que Deus trabalha por meio de seus servos para fazer a sua vontade
(Ed 1.5; 7.6).
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II – NEEMIAS CHEGA A JERUSALÉM (Ne 2.7-11)
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Neemias faz
levantamento da real situação dos muros. Saiu à noite na companhia de poucos
homens, sem dizer a ninguém qual era seu objetivo em Jerusalém (Ne 2.12-16).
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Neemias gastou três dias discernindo que caminho seguir antes de informar a
qualquer pessoa o seu plano; então, ele sabiamente vistoriou o território
secretamente e examinou o extremo sul da cidade, observando a condição das
portas e dos muros desmoronados e queimados.
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Neemias declara sua
intenção de reedificar os muros. Tendo-se inteirado da verdadeira situação dos muros de
Jerusalém, Neemias convocou os judeus, os nobres, os magistrados e todos os
que faziam a obra, a juntos reedificarem os muros, para que não mais
estivessem em opróbrio, declarando-lhes como a mão de Deus lhe fora
favorável, como também as palavras do rei. Então disseram todos:
“Levantemo-nos, e edifiquemos. E esforçaram as suas mãos para o bem” (Ne
2.17-18).
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A destruição da cidade por Nabucodonosor trouxe grande opróbrio sobre Israel,
mas especialmente sobre o seu Deus. Neemias garantiu aos judeus que Deus os
faria prosperar em sua empreitada para a glória dele, por isso eles deviam
prosseguir. A visão das credenciais de Neemias e a sua mensagem motivacional
reavivaram o ânimo abatido do povo a começar a construção apesar do escárnio
amargo de homens influentes.
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III – NEEMIAS INICIA O LEVANTAMENTO DOS MUROS
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O plano de Neemias. Ver capítulo 3. Neemias dividiu a
tarefa de construção em partes, tendo cada parte uma porta. Simultaneamente,
lado a lado, haveria pessoas encarregadas de levantar o muro ao longo de toda
a sua extensão, muitas delas edificando o pedaço do muro que ficava em frente
à sua própria casa. Havia -também grupos encarregados de levar entulho,
trazer material. etc. O coração do povo se inclinou a trabalhar (Ne 4.6). E
logo já era possível notar que os muros cresciam e as roturas começavam a ser
tapadas (Ne 4.7).
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Um relato detalhado da reedificação do muro é encontrado nos capítulos 3.1—7.3.
A narrativa se passa ao redor do perímetro de Jerusalém, em sentido anti-horário.
É interessante que Neemias afirme aqui o entusiasmo do povo no início dos
trabalhos; quando um projeto começa todos estão motivados, animados, pois no
princípio tudo é uma novidade, um desafio. Mas conforme a obra anda, o povo vai
sentindo o cansaço e, parece que a outra metade começa a ficar difícil de ser
realizada. Um líder nato deve conduzir seus liderados sempre motivados,
perseverantes, mantendo o mesmo ânimo e disposição para levar à cabo aquilo que
foi iniciado. Os inimigos queriam impedir que a restauração continuasse e
atuaram para isso; as barreiras vão se levantar em nossa frente tentando nos
desmotivar e impedir o avanço. A estratégia de Neemias foi orar e colocar
guardas dia e noite.
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A tática de Neemias. A tática de Neemias de engajar
todos os judeus na obra de edificação do muro é um exemplo muito importante a
ser seguido pelas igrejas em seu trabalho de evangelização. Neemias tinha um
plano que aproveitava todos os que quisessem trabalhar, designando a cada um
a sua função. Assim também o pastor da igreja deve, na direção do Espírito
Santo, orientar os crentes a entregarem-se a Deus para realizarem a obra do
Senhor. Trabalhar para o Senhor enche o coração dos crentes de grande
alegria.
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O exemplo de liderança de Neemias nos mostra um servo que teve discernimento e
que de acordo com a situação estabeleceu a estratégia correta. O momento que
estava enfrentando não requeria somente orar e vigiar, mas também que se
colocasse mãos as armas, pois a guerra estava estabelecida em outro nível, mas
a obra teria que ser concluída. Como proposto pelo comentarista, o que nos
falta hoje em nosso engajamento na Obra, é o discernimento espiritual, e por
isso, perdemos muitas guerras. Um líder visionário, entusiasmado e cheio de
discernimento é muito útil à obra, no entanto, fica a importante lição de
Neemias nesse quesito: Deus usou a oposição dos adversários de Judá para levar
o seu povo a se prostrar de joelhos do mesmo modo que usara o favor de Ciro
para levar de volta o seu povo para a Terra Prometida, para financiar o seu
projeto de construção, e até mesmo para proteger a reconstrução dos muros de Jerusalém.
Não foi surpresa, então, quando Neemias reconheceu o verdadeiro motivo da sua
estratégia para repovoar Jerusalém: "o meu Deus me pôs no coração"
(7.5). Foi Deus quem realizou tudo! É Deus quem faz tudo!
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A união dos judeus ficou ameaçada. Apesar da boa organização, a união necessária para
a realização daquela grande obra estava ameaçada. Surgiu um problema entre os
pobres e os ricos. Neemias tomou conhecimento do problema e sabiamente o
resolveu, e a obra prosseguiu. Este tópico será retomado na lição número 8.
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Apesar de ser retomado na lição 8, esse tópico merece um comentário mais
profundo. A oposição dos inimigos e os tempos difíceis em geral tinham
precipitado condições econômicas de efeito devastador para a frágil vida
daqueles de Judá. Os ricos começaram a emprestar dinheiro a juros altos,
extorquindo os mais pobres e isso trouxe uma desavença entre irmãos, que não
era apropriado para o momento que estavam vivendo. O efeito dessa extorsão
sobre a moral dos que haviam retornado era pior do que a oposição do inimigo. O
povo estava fatigado com o trabalho árduo, esgotado pelo contínuo assédio dos
inimigos, pobre e sem as condições mínimas de sobrevivência, sem dinheiro para
os impostos e fazendo empréstimos, trabalhando no muro em vez de no campo pelo alimento.
Além de tudo isso, havia reclamações contra a terrível exploração e extorsão
feita pelos judeus ricos que não estavam ajudando, mas forçavam as pessoas a
vender suas casas e seus filhos, sem que tivessem qualquer perspectiva de resgatá-los
no futuro. Em condições normais, a lei oferecia a esperança do livramento desses
moços mediante a remissão das dívidas, o que acontecia a cada sete anos, ou no
50º ano do Jubileu (Lv 25), O costume da redenção tornava possível
"comprar de volta" o indivíduo escravo em qualquer momento, mas a
situação financeira desesperadora desses tempos fazia com que isso parecesse
impossível. O compromisso dos nobres e magistrados com o projeto de
reedificação era ínfimo (Ne 3.5), enquanto a lealdade deles a Tobias e a outros
adversários aumentava ainda mais as atitudes oportunistas, colocando-os muito
próximos da posição dos inimigos. Eles haviam se tornado os adversários
internos. De acordo com a lei mosaica, os judeus eram proibidos de cobrar juros
de seus irmãos quando lhes concediam empréstimos de dinheiro, alimentos ou
qualquer outra coisa. Se a pessoa era miserável, eles deviam considerar o
empréstimo como uma doação. Se a pessoa tivesse condições de pagar mais tarde,
teria que ser livre de juros (Lv 25.36-37; Dt 23.19-20). Essa generosidade era
a marca dos piedosos (Sl 15.5; Jr 15.10; Pv 28.8). Neemias denunciou com
severidade justificada a conduta iníqua de vender um irmão por meio da usura.
Ele contrastou essa atitude à sua própria de redimir com o próprio dinheiro
alguns dos judeus exilados, que por causa de dívidas tinham perdido a liberdade
na Babilônia. Neemias estabeleceu o exemplo ao novamente; emprestar dinheiro,
mas sem cobrar juros. Para remediar o mal que eles haviam causado, os culpados de
usura deviam devolver a propriedade confiscada àqueles que não podiam pagar os
empréstimos de volta, bem como devolver os juros cobrados (Lc 19. 2-10). A
consciência dos culpados foi tocada pelas palavras de Neemias, tanto que o
temor, vergonha e contrição os fizeram jurar pelo resgate das dívidas e
restauração das propriedades e dos juros, inclusive libertando os escravos.
Esse cancelamento das dívidas promoveu a união de ambos os lados do compromisso.
Neemias clamou pela ira de Deus para todo aquele que não cumprisse o seu
compromisso de abrir mão das dívidas. O povo concordou e agiu de acordo com o
prometido. Note, que mesmo debaixo da visível mão operosa do Senhor no meio do
povo, há aqueles que se aproveitam do próximo mais necessitado, isso é o mesmo
em qualquer época e cultura. Hoje, quando enfrentamos essa pandemia, podemos
contemplar desvios de verbas que deveriam salvar vidas, omissão dos poderes,
omissão do povo, enfim, necessitamos, a exemplo de Neemias, nos posicionar e
denunciar com severidade justificada, e mais, clamando a Deus pela ira de Deus
sobre todo aquele culpado por tantas vítimas que não tiveram um leito para
amenizar seu sofrimento, porque o dinheiro foi para o bolso de alguém. Pense
nisto!
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IV – O LEVANTAMENTO DOS MUROS PROVOCOU GRANDE
OPOSIÇÃO
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Iniciada a edificação
dos muros, Sambalate e Tobias indignaram-se grandemente, e usaram várias
estratégias para fazerem parar a obra. Todavia, Neemias e seus liderados,
ajudados pelo Senhor, conseguiram vencer todos os obstáculos que se
levantaram, e trabalharam sem cessar até à conclusão do muro. As diferentes
formas de ataque dos inimigos dos judeus, e como Neemias conseguiu vencê-los,
será assunto da Lição 9 deste trimestre.
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Não somente Sambalate e Tobias, a oposição era maior, tinham também os arábios,
os amonitas e os asdoditas. É provável que Sambalate e Tobias estivessem por trás
da oposição descrita em Ed 4.7-23, que interrompeu os trabalhos em Jerusalém.
Sambalate era governador da Samaria, ele era provavelmente um moabita, e Tobias
da região a leste do Jordão. Esses magistrados dos distritos eram líderes de
facções samaritanas ao norte e a leste, eles tinham perdido todos os recursos
para impedir Judá de reconstruir, já que o povo de Deus tinha autorização para
fortificar o seu povoado contra ataques dos inimigos, como esses dois oficiais.
Atacar ou se opor abertamente aos judeus era o mesmo que se opor ao rei da Pérsia.
Além da lista de inimigos já daria, havia também os habitantes de Asdode, uma
das antigas cidades da Filistia a oeste de Jerusalém. Aparentemente, eles
chegaram ao ponto de pensar em promover um ataque em grande escala a Jerusalém
por causa do rápido progresso na reedificação do muro. Os judeus demonstraram
equilíbrio entre a fé em Deus e a prontidão, encarregando alguns dos
construtores de ficarem de guarda.
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“Metade dos meus moços trabalhava na obra, e a outra metade empunhava as
lanças, os escudos, os arcos e as couraças” (Ne 4.16) e “cada um com uma
das mãos fazia a obra e com a outra segurava a sua arma” (v. 17). Estavam
prontos para o ataque e para a defesa, mas não paravam de trabalhar. Assim
também devemos fazer. Não parar o que estamos fazendo, mas em estado de alerta
constante, com nossas armas afiadas e prontas para entrarem em ação a qualquer
hora. Deus fez com que a estratégia fosse conhecida, deixando que os judeus
mais próximos ficassem cientes; assim, eles contariam aos líderes de Judá.
Embora vigilantes, armados e de prontidão, Neemias e os outros a quem liderava ofereceram
consistentemente a glória de suas vitórias e êxitos na construção a Deus.
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O muro foi concluído
(Ne 6.15). Esta vitória teve
grande repercussão. Até os inimigos tiveram de reconhecer que “O NOSSO DEUS
FIZERA ESTA OBRA” (Ne 6.16).
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O projeto levou 52 dias até sua conclusão, teve início no quarto dia de abe
(julho/agosto) até vinte e cinco dias do mês de elul (agosto/setembro) de 445
a.C. Conquanto os leitores modernos possam se sentir tentados a exaltar as
qualidades de liderança que conduziram a conclusão do trabalho, a conclusão de
Neemias foi vista através dos olhos de seus inimigos, ou seja, Deus trabalha
por intermédio de pessoas fiéis, mas é Deus quem trabalha.
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V – O MURO FOI SOLENEMENTE INAUGURADO
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Para a dedicação dos
muros foram convocados todos os levitas, a fim de dedicarem os muros com
alegria, com louvores, com canto, com saltério, com alaúdes e com harpas (Ne
12.27). Purificaram-se os
sacerdotes e os levitas, e logo purificaram todo povo, e as portas, e o muro
(Ne 12.30).
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Do mesmo modo que havia marcado as dedicações do templo nos dias de Salomão
(2Cr 5—7) e do templo reconstruído muitas décadas mais tarde (Ed 6.16-18), a
reedificação dos muros foi dedicada com canções de ações de graças,
provavelmente logo após os acontecimentos de Neemias capítulo 9. A purificação
cerimonial retratava o perdão de Deus disponível para todos os que cressem e se
arrependessem. A expiação real estava baseada na purificação por meio do
sacrifício de Cristo (Rm 3.25-26; Hb 9.15).
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O ato de dedicação
incluiu duas procissões ao longo dos muros, as quais pararam diante da Casa
de Deus, onde houve sacrifícios (Ne 12.30,38,40). A alegria de Jerusalém era tão
grande, que o som da festa podia ser ouvido de longe (Ne 12.43)..
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Provavelmente, eles se reuniram na Porta do Vale. Um dos coros foi liderado por
Esdras, o outro foi acompanhado por Neemias. Movendo-se em direções distintas,
eles se reuniram na área do templo. A frase ‘Os instrumentos músicos de Davi’,
no versículo 36, refere-se ao mesmo tipo de instrumentos usados pelos músicos
de Davi ou pode fazer referência aos instrumentos feitos na época de Davi,
nesse momento sendo usados, muitos séculos depois (1Cr 13.16; 23.3; 2Cr 29.26; Ed
3.10). O segundo coro seguia no sentido horário, para o norte (Ne 12.31). O
Deus de toda alegria (1Cr 12.40; Ne 8.10; SI 16.11; 33.1; 43.4; Gl 5.22) provocou
a alegria interior deles, o que trouxe grande celebração. Embora tenham sido
poucos e bem espaçados, os momentos como esse caracterizavam a vida de
obediência e bênçãos que Deus colocara diante de Israel. Alegria aqui referida
é uma felicidade baseada nas promessas divinas imutáveis e nas realidades
espirituais. E no sentido do bem-estar experimentado por aquele que sabe que
tudo está bem entre ele mesmo e o Senhor (1Pd 1.8). É importante que se diga
que a nossa alegria não é resultado de circunstâncias favoráveis, ela ocorre
mesmo quando as circunstâncias são as mais dolorosas e difíceis (Jo 16.20-22).
A alegria é um dom de Deus, e como tal, os cristãos não devem produzi-la, mas
deleitar-se na bênção que já possuem (Rm 14.17; Fp 4.4).
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VI – OS MUROS TRAZEM ENSINO
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A Bíblia fala da
salvação como um muro. “Aos teus muros chamarás salvação, e às tuas portas
louvor” (Is 60.18). E ainda, “Uma forte cidade temos, a quem Deus pôs a
salvação por muro e antemuros” (Is 26.1).
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Os muros e os portões da cidade
referem-se à proteção divina que o Senhor lhes dispensará, contra qualquer tipo
de violência ou destruição. O remanescente redimido cantou louvores a Deus por causa
da obra concluída em Jerusalém, a cidade inexpugnável deles.
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O muro da salvação
fala da divina proteção que beneficia aqueles se abrigam dentro dele. Observamos que o levantamento dos
muros foi resultado de um despertamento. O crente despertado sente uma
imperiosa necessidade de conservar-se dentro dos muros de salvação, onde ele
é protegido pela excelente grandeza do poder de Deus. E pode dizer como Paulo:
“Eu sei em quem tenho crido, e estou certo que é poderoso para guardar o meu
depósito até àquele dia” (2 Tm 1.12).
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O apóstolo Paulo não tinha medo algum da perseguição nem da morte por pregar o
evangelho num ambiente hostil porque tinha plena confiança de que Deus havia
selado sua glória e bênção futuras – ‘sei em quem tenho crido’; "Sei"
aqui descreve a certeza do conhecimento íntimo que Paulo tinha da salvação —
sendo o objeto desse conhecimento o próprio Deus. A forma do verbo grego
traduzido por "tenho crido" refere-se a algo que começou no passado e
tem resultados contínuos. Esse "saber" equivale ao "conhecimento
da verdade" (1Tm 2.4). A vida de Paulo no tempo e na eternidade fora
entregue ao seu Senhor. Ele vivia com confiança e ousadia inabaláveis por causa
da verdade revelada acerca do poder e da fidelidade de Deus, bem como de sua
própria experiência de um relacionamento inquebrantável com o Senhor (Rm 8.3
1-39). Paulo esperava com firme confiança que Deus o preservaria no caminho da
fé ‘até aquele Dia’, também chamado "o dia de Cristo" (1Pd
1.10), em que os cristãos estarão diante d o tribunal e serão recompensados (1Co
3.13; 2Co 5.10; 1Pd 1.5). Você goza de tranquilidade e paz no espírito por
saber que sua salvação está garantida?
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O muro da salvação é
uma per manente linha divisória entre o reino de Deus e o reino deste mundo. Fronteiras deste mundo foram muitas
vezes alteradas, porém a fronteira entre o reino da Luz e o reino das Trevas
continua inalterada. A Bíblia diz: “Eu, o Senhor, não mudo” (ML 3.6). O reino
de Deus e o reino deste mundo são inteiramente irreconciliáveis. “Que
comunhão tem a luz com as trevas?” (2 Co 6.14).”Ninguém pode servir […] a
Deus e a Mamom” (Mt 6.24).
O fato de o muro da
salvação ser uma divisa entre o reino de Deus e o mundo, não significa que há
uma “proibição” pela qual o crente não tem “direito” de fazer o que quer. O
crente é livre! Todavia, a mesma linha divisória representada pelo muro da
salvação, passa também DENTRO DO NOSSO CORAÇÃO! Por isso Paulo escreveu: “A
não ser na cruz de nosso Senhor Jesus, pela qual o mundo está crucificado para
mim, e eu para o mundo” (GL 6.14). E podemos, assim, fazer nossas as palavras
de Paulo: “O que para mim era ganho, reputei-o perda por Cristo!” (Fp 3.7).
Finalmente, a salvação
transforma o crente de tal forma que ele começa a querer aquilo que o Senhor quer,
e passa a orar: “Seja feita a TUA vontade” (Mt 6.10). O segredo de uma vida
cheia do Espírito Santo é: “Quem crer em mim COMO DIZ A ESCRITURA, rios de
água. viva que correrão do seu ventre” (Jo 7.38).
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É interessante fazer uma ressalva aqui quanto ao texto de Gl 6.14, onde o
apóstolo Paulo utiliza o termo ‘gloriar-me’, a palavra grega usada é uma
expressão básica de louvor, bem diferente da nossa palavra ‘glória’ em
português, a qual, necessariamente, inclui o aspecto de orgulho. Paulo se gloriava
e se regozijava no sacrifício de Jesus Cristo, isto é uma expressão de louvor e
adoração à Cristo por causa da obra do Calvário! (Rm 8.1-3; 1Co 2.2; 1Pe 2.24).
É importante também explicar que, ao utilizar o termo ‘mundo’, o
apóstolo faz referência ao sistema mau e satânico (1Jo 2.15-16; 5.19). Esse
sistema corrupto, sob domínio de Satanás, que se levanta e se opõe ao reino de
Deus, Paulo diz que estava ‘crucificado para mim, e eu, para o mundo’. O
mundo está morto espiritualmente para os cristãos, e nós estamos mortos para o
mundo (Gl 2.20; Rm 6.2-10). O Cristão que se regozija por estar seguro de sua
salvação não pode ao mesmo tempo, se comprometer com as políticas deste mundo
mau e diabólico, com suas pautas anticristãs!
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Nada nesse mundo caído pode nos atrair, note bem, refiro-me ao sistema mau e
corrupto e suas pautas antibíblicas, que como Paulo, ‘o que, para mim, era
lucro... considerei perda’. "Lucro" aqui é "ganho",
e "perda" é prejuízo. Paulo usou a linguagem dos negócios para
descrever a transação espiritual ocorrida quando Cristo o redimiu. Todas as
suas credenciais religiosas judaicas que ele achava que eram ganhos, na
verdade, eram sem valor e condenatórias (Lc 18.9-14). Portanto, ele as
contabilizou como prejuízo e sem valor algum quando viu as glórias de Cristo
(Mt 13.44-45; 16.25-26).
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De igual forma, o cristão convicto deve ter como prioridade aquilo que é
prioritário no reino de Deus. A dádiva do Espírito Santo é a fonte de vida
espiritual e eterna.
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QUESTIONÁRIO
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A respeito de “Neemias
Reconstrói os Muros de Jerusalém”, responda:
• Como se chamava o
emissário enviado a Neemias?
R: Hanani.
• Como viviam os
judeus que haviam voltado de Babilônia?
R: Viviam em grande
miséria.
• Antes de iniciar a
reconstrução dos muros, que fez Neemias?
R: Faz um levantamento minucioso e real da
situação.
• Que profissão
exercia Neemias na corte persa?
R: Profissão de
copeiro.
• O que nos lembra o
muro da salvação?
R: A proteção de
que desfrutam todos aqueles que se refugiam em Cristo Jesus.
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Pb Francisco Barbosa