ANO 12 | Nr 668| 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD EDIÇÃO ESPECIAL JOVENS e ADULTOS
- TERCEIRO TRIMESTRE DE 2020
OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE: a reconstrução
de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
COMENTARISTA: EURICO BÉRGSTEN
Edição Especial 3º TRI
Jovens e Adultos
Escola Bíblica
|
08
|
|
23 DE AGOSTO DE 2020
|
Fonte:
Lições Bíblicas CPAD. Ed Especial Jovens e Adultos - 3º Trimestre, 2020. Lição 8,
23 de agosto de 2020
TEXTO
ÁUREO
|
|
“Oh!
Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união!” (SI 133.1)
|
VERDADE
PRÁTICA
|
|
A união é uma força indispensável
para a Igreja. É um testemunho diante do mundo e um estímulo para o
crescimento da obra de Deus.
|
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
|
|
Neemias 5.1,6-12
|
INTRODUÇÃO
|
|
Veremos nesta lição um conflito que
surgiu entre diferentes classes sociais, e como o problema foi solucionado
|
- A
reconstrução de Jerusalém e da vida religiosa do povo de Deus, seria realizada
depois do cativeiro, tanto pelos judeus que concluíram a construção do templo
em 516 a.C., quanto por Esdras e Neemias, depois deles. Tal reconstrução da
vida religiosa dos israelitas, exigiu determinação e abnegação, para que
pudesse ser levada a bom termo. Muitos inimigos precisaram ser vencidos,
inclusive dentro do próprio povo, a desunião devido o descompromisso de alguns.
Esta mesma determinação e abnegação será exigida de todos aqueles que estiverem
empenhados em trabalhar em prol da obra de reino, que será uma necessidade
sempre presente, enquanto estivermos neste mundo. Vamos pensar maduramente a
nossa fé?
I – A
UNIÃO CARACTERIZAVA OS JUDEUS LIBERTOS DO CATIVEIRO
|
|
1
|
Qual era a base desta união?
a. Todos eram do mesmo povo, e
confessavam a sua fé no único Deus verdadeiro. O altar havia sido renovado, o
Templo levantado, e o culto a Deus restaurado, conforme os ritos da lei.
b. Todos haviam experimentado o
despertamento que se havia iniciado pelo rei Ciro. Todos haviam cooperado
ativamente para a restauração da cidade de Jerusalém
|
- a. Há de se notar aqui que o povo autorizado a
retornar para Jerusalém, nem todos tinham pureza étnica comprovada, à luz de
Esdras 2.59-63 e Neemias 7.61-65. No entanto, a reprovação deles não acabou em deportação, continuaram entre os moradores da terra aguardando o Urim e o Tumim (Ed 2.63; Ne 7.65).
- b. Mais uma vez o comentarista insiste na ideia de que
o rei Ciro experimentou o despertamento espiritual, pelo menos é o que está
expresso aqui - o despertamento que se
havia iniciado pelo rei Ciro.
Já foi elucidado em lição anterior que somente o povo de Deus pode receber o
despertamento espiritual e pelo que temos, o rei Ciro não se converteu ao
Senhor de toda a terra. Ciro foi instrumento nas mãos do Eterno para dar
continuidade ao Seu plano redentor. Para abençoar o Seu povo Ele pode em Seu
poder e soberania, até mesmo usar aqueles que não O conhecem, tal como era o
caso de Ciro (Is 45.4).
“Deus
operou através de Ciro, determinando que os povos vizinhos de Israel, lhes
dessem provisões para a reconstrução da vida deles na Palestina, bem como
determinou que todos os utensílios sagrados do templo, que haviam sido levados
para Babilônia nos dias de Nabucodonosor, retornassem a Jerusalém.” (retornoevangelhoverdadeiro).
2
|
Esta união entre os judeus simboliza
a união que deve haver na Igreja de Deus (Gl 6.16). Também na Igreja há muitas coisas
unificantes. Todos experimentaram o novo nascimento. Todos que nasceram de
novo amam aos que são nascidos por Ele – Jesus. Todos na Igreja são
aproximados uns dos outros, porque Cristo derrubou o muro da separação que
havia entre gentios e judeus, tornando-os uma verdadeira “Família de Deus”
(Ef 2.12-19). Esta união não se baseia em nacionalidade, nível social ou
cultural, mas todos são UM EM CRISTO (GI 3.28). No meio da Igreja opera o
Espírito Santo, o qual faz com que todos se tornem um coração e uma alma (At
4.32). Quando a Igreja vive cheia do Espírito Santo, a união funciona em sua
plenitude, e, então, ela se torna uma antessala do céu. Consideremos algumas
bênçãos decorrentes da união:
a. Os crentes sentem apoio espiritual
para a sua vida. Muitos crentes vivem cercados de pessoas que são contrárias
à sua fé. São alvos de críticas e de isolamento, seja no trabalho, na escola
ou na família. Que riqueza então é chegar à igreja e encontrar o ambiente
fraternal e a união que predomina entre os irmãos! Ouçamos o que diz o
salmista: “Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união…” (SI 133.1).
b. Na igreja levamos as cargas uns dos
outros (GI 6.2). Existem cargas que cada um tem de levar sozinho (GI 6.5).
Mas existem também cargas em que podemos ajudar uns aos outros. Que bênção na
hora de aperto, saber que a igreja pode ajudar em oração!
c. A união nos faz fortes. Uma ovelha
sozinha é facilmente arrebatada, mas quando está com o rebanho é protegida.
Uma pedra sozinha, pode ser levada ou jogada, porém, quando estiver edificada
dentro do muro, é mais difícil tirá-la (1 Pe 2.4,5).
d. Uma igreja que vive em união, tem
um testemunho maravilhoso. Jesus disse que através dessa união o mundo
conheceria que Ele foi enviado por Deus (Jo 17.21,23; 13.35). Pela união o
mundo conhecerá também os verdadeiros discípulos de Jesus (Jo 13.35).
|
- A Igreja é
caracterizada pela comunhão que mantem com o Senhor Jesus Cristo e pela unidade
espiritual de seus membros. Todo aquele que confia somente em Cristo para a
salvação, seja judeu ou gentio, é levado à união espiritual e intimidade com
Deus. Essa é a reconciliação de 2Co 5.18-21. A obra expiatória realizada por
meio da morte de Cristo na cruz retirou o castigo do pecado, e por fim, até
mesmo a sua presença. A unidade observada na Igreja de Cristo não é um mero
fenômeno social. É o resultado da ação direta do Espírito Santo na vida
daqueles que recebem a Jesus como o seu único e suficiente Salvador (Ef 2.19).
É uma comunhão, aliás, que ultrapassa ao ajuntamento da congregação dos filhos
de Israel que, nos momentos de crise, reuniam-se como se fossem um só homem (Jz
20.1). Hoje, a Igreja permanece unida, universal e invisível, no Espírito Santo
e assim estará para todo o sempre!
- a. Não é conhecido em que momento Davi escreveu o
Salmo 133, talvez tenha sido motivada pela chegada das nações, em união, à sua
coroação, como registrado nos textos de 2Sm 5.1-3 e 1Cr 11.1-3. Essa lição
sobre a união fraternal seria útil aos filhos de Davi, que eram adversários
entre si; por exemplo, Absalão assassinou Amnom (2Sm 13.28-33) e Adonias tentou
usurpar o direito de Salomão ao trono (1Rs 1.5-33). Todos aqueles cuja linhagem
pode ser traçada a Abraão, Isaque e Jacó, são os irmãos a quem Davi se refere,
e a união descrita no salmo é a nacional, sendo a união espiritual o alicerce.
Essa deveria ser a ênfase, aqui, pois esses cânticos eram entoados pelos
peregrinos judeus que viajavam para as três grandes festas. A comunhão é o
"vínculo de unidade fraternal mantida pelo Espírito Santo e que leva os
cristãos a se sentirem um só corpo em Jesus Cristo" (Dicionário
Teológico, CPAD). A palavra grega koinonia traz a ideia de
cooperação e relacionamento espiritual entre os santos. A comunhão da Igreja
Primitiva era completa (At 2.42). Reuniam-se em oração e súplica, mas também
reuniram-se para socorrer os mais necessitados. A comunhão de sua igreja tem
como modelo os cristãos de Jerusalém? Ou não passa de um mero ajuntamento
social? Como dito antes, o alicerce da verdadeira comunhão é a unidade
espiritual.
- b. Levar as cargas uns dos outros diz respeito aos
fardos muito pesados que, aqui, representam as dificuldades ou os problemas com
que as pessoas acham difícil lidar. "Levar" indica carregar algo com perseverança,
a lei de Cristo. A lei do amor que cumpre toda a lei (Gl 5.14; Jo 13.34; Rm
13.8,10).
- c. Um dos muitos benefícios da união fraternal dos
irmãos é a segurança e proteção “Um homem sozinho pode ser vencido, mas dois
conseguem defender-se. Um cordão de três dobras não se rompe com facilidade”
(Ec 4.12).
- d. Uma igreja que cultiva a comunhão e não se acha
dividida só tem a crescer: "[...] E todos os dias acrescentava o Senhor
à igreja aqueles que se haviam de salvar" (At 2.47b). A Igreja como a
agência por excelência do Reino de Deus não pode ficar estagnada. Haverá de
crescer local e universalmente.
3
|
Esta união é uma verdadeira força. Foi por causa da união que os
judeus, numericamente inferiores aos seus inimigos, conseguiram construir o
Templo, e também os muros da cidade. Esta união é também o segredo da vitória
da Igreja. O santo óleo desce da cabeça do Sumo Sacerdote Jesus Cristo, e os
crentes vivem em união (SI 133.1,2). Jesus disse: “Eu dei-lhes a glória que a
mim me deste, para que sejam UM” (Jo 17.22). Sejamos, pois, UM; assim como o
Pai, o Filho e o Espírito Santo são UM (1 Jo 5.7). O autor de Eclesiastes já
dizia: “O cordão de três dobras não se quebra tão depressa” (Ec 4.12).
|
- No Salmo
133 Davi faz menção ao ‘óleo... sobre a barba de Arão’, referindo-se à
unção de Arão como sumo sacerdote da nação (Êx 29.7; 30.30), o que demonstraria
alta prioridade para as ricas bênçãos espirituais. Pentecostais que somos,
acreditamos piamente que Deus ainda opera sinais e maravilhas entre o seu
povo. Mas, para que isso ocorra, é urgente que vivamos uma perfeita comunhão
com o Pai e com cada um de seus filhos. Lucas realça que, na Igreja Primitiva,
o sobrenatural era algo bastante natural entre os crentes: "e muitas
maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos" (At 2.43). O segredo? A
comunhão. A base dessa unidade centra-se na adesão à revelação que o Pai deu
aos primeiros discípulos por meio do Filho. Os crentes também devem estar
unidos em fé comum na verdade que é recebida na palavra de Deus (Fp 2.2). Isso
não é mais um desejo, mas tornou-se realidade quando o Espírito veio (At 2.4;
1Co 12.13). Não é uma unidade experimental, mas a unidade de vida eterna comum
partilhada por todos que creem na verdade, e resulta no corpo de Cristo, todos
partilhando da vida dele.
II – A
UNIÃO ENTRE OS JUDEUS ESTAVA AMEAÇADA
|
|
1
|
Qual era a ameaça? Tratava-se de uma grande injustiça
social. Financeiramente, a vida dos que voltaram da Babilônia era bem
difícil. Muitos eram obrigados a tomar dinheiro emprestado, não só para seu
sustento, como também para pagar o imposto do governo. Tomavam emprestado dos
seus irmãos mais ricos, os quais cobravam juros altos, até mesmo com usura.
Quando os mais pobres não conseguiam pagar os empréstimos tomados, os irmãos
mais ricos executavam as dívidas, tomando as casas, as terras, e até mesmo os
filhos e as filhas dos devedores (Ne 5.1-5). Isto foi causa de grande clamor
entre os Judeus. Este assunto chegou ao conhecimento de Neemias, o qual ficou
muito enfadado (Ne 5.6).
|
- A oposição
dos inimigos e os tempos difíceis em geral tinham precipitado condições
econômicas de efeito devastador para a frágil vida daqueles de Judá. O efeito
dessa extorsão sobre a moral dos que haviam retornado era pior do que a
oposição do inimigo. Os nobres, além de não trabalhar na reconstrução e manter
alianças com os inimigos (Ne 3.5), afligia seus irmãos mais pobres com a usura.
O povo estava fatigado com o trabalho árduo, esgotado pelo contínuo assédio dos
inimigos, pobre e sem as condições mínimas de sobrevivência, sem dinheiro para
os impostos e fazendo empréstimos, trabalhando no muro em vez de no campo pelo alimento.
Além de tudo isso, havia reclamações contra a terrível exploração e extorsão
feita pelos judeus ricos que não estavam ajudando, mas forçavam as pessoas a
vender suas casas e seus filhos, sem que tivessem qualquer perspectiva de
resgatá-los no futuro. Em condições normais, a lei oferecia a esperança do
livramento desses moços mediante a remissão das dívidas, o que acontecia a cada
sete anos, ou no 50º ano do Jubileu (Lv 25). O costume da redenção tornava possível
"comprar de volta" o indivíduo escravo em qualquer momento, mas a
situação financeira desesperadora desses tempos fazia com que isso parecesse
impossível. Então, a Lei Mosaica que previa alguns dispositivos para evitar
injustiças sociais, como a lei do levirato, e os exemplos citado, foram
pervertidos para usufruto inescrupuloso dos mais abastados. Em todas as épocas
isso aconteceu no meio do povo de Deus, e foi contra essa interpretação maldosa
da Lei que jesus pregou e importunou os doutores da lei. No caso em estudo,
Neemias repreendeu os nobres e magistrados não somente pela usura e falta de
compaixão para com os irmãos, mas também pelo descompromisso para com o projeto
de reedificação (Ne 3.5), enquanto a lealdade deles a Tobias e a outros
adversários aumentava ainda mais as atitudes oportunistas, colocando-os muito
próximos da posição dos inimigos. Eles haviam se tornado os adversários
internos. De acordo com a lei mosaica, se a pessoa era miserável, eles deviam considerar
o empréstimo como uma doação. Se a pessoa tivesse condições de pagar mais
tarde, teria que ser livre de juros (Lv 25.36-37; Dt 23.19-20). Essa
generosidade era a marca dos piedosos (SI 15.5; Jr 15.10; Pv 28.8).
2
|
Como se explica esta grande
injustiça?
a. Em primeiro lugar era uma expressão
de FALTA DE AMOR dos mais ricos para com os mais pobres. Desta forma os mais
ricos pecavam contra seus irmãos mais pobres, não lhes dando o devido valor.
A Bíblia diz que cada um deve considerar “os outros superiores a si mesmo”
(Fp 2.3), e que devemos suportar “uns aos outros em amor” (Ef 4.2). Por falta
de amor, os ricos chegaram a cobrar juros com usura, coisa proibida na lei
(Lv 22.36; Êx 22.25). O assunto é muito sério, porque a Bíblia diz que quem
peca contra o irmão, peca contra Cristo (1 Co 8.12).
b. A atitude dos ricos era uma
expressão de DUREZA CONTRA SEUS IRMÃOS. Eles queriam ficar ainda mais ricos
às custas da miséria de seus irmãos mais pobres. Não lhes importava o choro
de seus irmãos (Ne 5.1). “A opressão faz endoidecer até o sábio” (Ec 7.7).
|
- a. A cobrança de juros altos sobre um empréstimo era
proibida pela lei mosaica (Êx 22.25), que também obrigava o povo a ser generoso
com os pobres, emprestando-lhes livremente, e cancelando a dívida no ano da
remissão, que acontecia de sete em sete anos (Dt 15.1-11). Também os que se
tivessem vendido deveriam ser despedidos forros no sétimo ano, e enriquecidos
pelo seu senhor (Dt 15.12-15). Assim, vemos que a Lei previa algo muito além
daquilo que outras culturas contemporâneas aos judeus daqueles dias jamais
preveriam. A luta contra a injustiça social permeou os ministérios de diversos
profetas, apontando para um comportamento que é intrínseco do ser humano – o
desamor. Mesmo com a Lei que foi entregue pelas mãos de Deus à Moisés, o povo
vivia como se não tivesse Lei e, pior, interpretando conforme seu bel-prazer. O
apóstolo Paulo escreve em 1º Timóteo 6.10: "o amor do dinheiro é a raiz
de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se
traspassaram a si mesmos com muitas dores", e Tiago, irmão do Senhor:
"onde há inveja e espírito faccioso, aí há perturbação e toda obra
perversa" (Tg 3.16). O amor ao dinheiro continua perturbando a igreja
de Deus no mundo, a começar por Ananias e Safira, que mentiram ao Espírito
Santo sobre o produto da venda de um imóvel e por isso foram executados (At 5.1-10).
Quantos irmãos nossos, hoje, padecem necessidade e deixamos de socorrer com a
desculpa que o que temos é corbã? (Mt 5.23,24). É importante frisar que
desprezar os deveres de piedade filial em nome da religião é invalidar a
palavra de Deus! O problema aqui não era apenas FALTA DE AMOR, mas era tornar
inválida a Lei, não socorrendo os necessitados e aflitos mas subjugando-os,
exploravam o povo, tirando vantagem da carência de
alimentos. “O cristianismo atualmente é objeto da zombaria do mundo. Em
grande parte isso é devido à conduta dos que se dizem cristãos, mas agem de
forma igual ou mesmo pior do que os descrentes, negando assim a santificação
que se espera daquele que leva o nome de Cristo. Cuidemos para que nós próprios
não estejamos contribuindo para essa situação deprimente.” (bible-facts.info).
- b. Ao saber do que estava acontecendo, Neemias se
indignou muito e procurou resolver o problema rapidamente; convocou os nobres e
magistrados que exploravam o povo, tirando vantagem da carência de alimentos e acusou-os
do crime de cobrar juros dos seus compatriotas e convocou uma grande reunião
contra eles. Confrontados por Neemias, eles ficado em silêncio, Neemias
declarou que não era certo o que faziam, e que deviam andar no temor de Deus
para evitar a zombaria dos outros povos, seus inimigos.
III – NEEMIAS
SOLUCIONOU O PROBLEMA
|
|
1
|
Neemias convocou um grande
ajuntamento (Ne 5.8). Reuniu o povo e lembrou a todos que os irmãos mais
pobres estavam sendo literalmente escravizados. Confrontou-os com sua
injustiça, perguntando-lhes: “Vender-se-iam a nós? Então se calaram e não
acharam o que responder” (Ne 5.8).
|
- Neemias
denunciou com severidade justificada a conduta iníqua de vender um irmão por
meio da usura. Ele contrastou essa atitude à sua própria de redimir com o
próprio dinheiro alguns dos judeus exilados, que por causa de dívidas tinham perdido
a liberdade na Babilônia. Reunida a assembleia, Neemias lembrou-os que na
medida do possível ele e seus companheiros haviam comprado de volta os judeus
que haviam sido vendidos a outros povos. Agora estes aproveitadores estavam até
vendendo seus irmãos, e assim eles teriam que ser vendidos a Neemias e seus
companheiros de novo.
2
|
Neemias fez uma proposta
conciliadora. “Deixemos este ganho!” Restituí-lhes hoje!” (Ne 5.10,11). Neemias
Inclui-se na proposta. Ele e seus auxiliares haviam emprestado a juro (notem
bem, a juro, mas não com usura!), e Neemias estava disposto a não receber os
juros (Ne 5.10).
|
- Neemias
estabeleceu o exemplo ao novamente; emprestar dinheiro, mas sem cobrar juros. Neemias
deu a subentender que ele próprio poderia ter se aproveitado da situação para
enriquecer como aqueles outros. Mas ele não quis ter esse lucro ilícito. Para
remediar o mal que eles haviam causado, os culpados de usura deviam devolver a
propriedade confiscada àqueles que não podiam pagar os empréstimos de volta, bem
como devolver os juros cobrados.
3
|
A proposta de Neemias foi acatada. “Restituir-lho-emos, e nada procuraremos deles;
faremos assim como dizes” (Ne 5.12). Neemias fez com que jurassem diante dos
sacerdotes que assim fariam (Ne 5.12). Um ato simbólico de Neemias confirmou
aquele juramento solene (Ne 5.13).
|
- A
consciência dos culpados foi tocada pelas palavras de Neemias, tanto que o
temor, vergonha e contrição os fizeram jurar pelo resgate das dívidas e
restauração das propriedades e dos juros, inclusive libertando os escravos.
Esse cancelamento das dívidas promoveu a união de ambos os lados do
compromisso. Os processos eram consumados formalmente quando as pessoas envolvidas
faziam um juramento solene diante dos sacerdotes (com eles como
administradores) que seriam fiéis a esse compromisso. Em 5.13 temos a descrição
de um ritual de imprecação (Também sacudi o meu regaço) do governador,
Neemias, clamava pela ira de Deus para todo aquele que não cumprisse o seu
compromisso de abrir mão das dívidas. O povo concordou e agiu de acordo com o
prometido.
IV – A PAZ
VOLTOU A REINAR ENTRE OS JUDEUS
|
|
1
|
Surgindo um problema entre os
irmãos, deve logo ser tratado com muita diligência. Quando um líder do povo
for ignorante, desinteressado ou negligente, o resultado poderá vir a ser uma
contaminação grave. Faz parte das atribuições do ministro manter a boa ordem
na igreja. Ele deve enfrentar os problemas com humildade, imparcialidade, e
com sabedoria de Deus. Neemias foi neste sentido um exemplo para os que estão
à frente da obra do Senhor. Assim como Deus fez com Neemias, Ele quer fazer
com seus servos, hoje, isto é, Deus quer abençoar seus servos e confirmar as
obras das suas mãos (SI 90.17).
|
- “Cauteloso,
Neemias convocou os sacerdotes para ouvir uma declaração solene deles sob
juramento, confirmando o que haviam prometido. Neemias ainda pronunciou uma
praga sobre qualquer que não cumprisse o juramento: que Deus o despojasse de
sua casa e de seus bens. Neemias era prudente, não confiava em promessas,
portanto exigiu que o acordo fosse devidamente formalizado e estabeleceu uma
forte sanção pela falta de cumprimento. Deveríamos confiar na palavra de um
irmão na fé, mas infelizmente muitos se aproveitam da nossa confiança e
acabamos sendo prejudicados. Um empresário cristão certa vez declarou: "Já
não mais gosto de trabalhar com cristãos. Eu prefiro muito mais fazer negócios
com gente do mundo porque automaticamente os vigio de perto. Mas o crente - eu
assumo que ele é honesto, mas isso nem sempre é o caso". Todos na assembleia
confirmaram o acordo, e louvaram o SENHOR. E o povo cumpriu o que prometera.”
(bible-facts.info).
A graça do Senhor pressupõe seu prazer, aprovação e favor. Pela misericórdia e
graça de Deus, a vida de uma pessoa pode ter valor, importância e significado (1Co
15.58). Não desprezemos ninguém na congregação dos justos, o preço pago foi
altíssimo, todos têm o mesmo valor!
2
|
Problemas relacionais devem ser
tratados carinhosamente. “Bem aventurados os pacificadores” (Mt 5.9).
a. A desunião representa uma obra da
carne (Gl 5.19,20). Estas coisas entristecem o Espírito Santo (Ef 4.30).
b. A desunião destrói a comunhão e o
amor entre os irmãos, coisa tão preciosa na Igreja. “Andai em amor como
também Cristo vos amou” (Ef 5.2). “Quem ama a Deus, ame também a seu irmão”
(1 Jo 4.21). Jesus orou: “Para que todos sejam um, como tu, ó Pai, o és em
mim, e eu, em ti” (Jo 17.21).
c. Finalmente devemos cultivar nosso
testemunho diante do mundo. A união entre os crentes é o selo da estabilidade
espiritual e da paz na Igreja (Jo 17.4)
|
- O amor de
Deus se estende até mesmo aos seus inimigos. Esse amor universal de Deus é manifesto
em bênçãos que Deus concede a todos de maneira indiscriminada. Os teólogos
chamam isso de graça comum. Deve ser diferenciada do amor eterno de Deus pelos
seus eleitos (Jr 31.3), mas trata-se, de qualquer maneira, de boa vontade
sincera (cf. SI 145.9).
- a. Como obra da carne, esse pecado caracteriza toda a
humanidade não redimida que vive debaixo das impotentes exigências da lei que
produz somente iniquidade, embora nem todas as pessoas manifestem todos esses
pecados ou os exibam no mesmo grau. Em Gálatas 5 Paulo lista três áreas da vida
humana: o sexo, a religião e os relacionamentos humanos. As
"inimizades" resultam em "porfias" (conflito). Os
"ciúmes" (ressentimento maligno) resulta em "iras" (súbitas
e desenfreadas expressões de hostilidade). Deus se entristece quando seus
filhos se recusam a mudar dos velhos caminhos do pecado para os caminhos justos
da nova vida. Deve-se observar que essas reações do Espírito Santo indicam que
ele é uma pessoa, fato indicado pelos seus sentimentos (Rm 8.27).
- b. Em seu amor altruísta pelos pecadores perdidos (Ef 4.32;
Rm 5.8-10), o Senhor é o supremo exemplo. Ele tomou sobre si o pecado do ser
humano e deu a sua própria vida para que as pessoas pudessem ser redimidas de
seus pecados, recebessem uma natureza nova e santa e herdassem a vida eterna. Daí
em diante, eles devem ser imitadores de seu grande amor em novidade e poder do
Espírito Santo, o qual possibilita a eles demonstrar o amor divino, em aroma
suave. A oferta de Cristo de si mesmo pelo ser humano caído agradou e
glorificou o seu Pai celestial, porque demonstrou do modo mais completo e
perfeito o soberano, perfeito, incondicional e eterno amor de Deus.
- c. O que une os crentes não são laços de sangue ou
interesses em comum mas o amor incondicional de Cristo. Paulo faz uma descrição
da Igreja de Cristo em 1 Coríntios 12:12-30 como um corpo, que tem de estar
completamente unido para funcionar bem. Os membros são muito diferentes mas
cada um tem um papel muito importante para a comunidade toda. Quando a Igreja
está unida, mostra a glória de Jesus (Jo 17.22).
QUESTIONÁRIO
|
|
A respeito de “As Causas da Desunião
devem der Eliminadas”, responda:
• O que caracterizava os judeus
libertos do cativeiro?
R: A união.
• O que simbolizava a união entre os
judeus que retornaram do cativeiro e Deus?
R: A união que deve haver
entre Jesus e a Igreja.
• O que estava ameaçando a união
entre os judeus?
R: A injustiça social.
• O que representa a desunião?
R: A desunião representa a
obra da carne.
• De acordo com a lição, o que
representa a união entre os crentes?
R: Representa o selo da
estabilidade espiritual e da paz na Igreja.
|
Pb
Francisco Barbosa