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26 de julho de 2020

ESPECIAL | Lição 05: Zorobabel Recomeça a Construção do Templo | Pb Francisco Barbosa


ANO 12 | Nr 665| 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD EDIÇÃO ESPECIAL JOVENS e ADULTOS - TERCEIRO TRIMESTRE DE 2020
OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE: a reconstrução de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
COMENTARISTA: EURICO BÉRGSTEN

Edição Especial 3º TRI
Jovens e Adultos
Escola Bíblica
05


2 DE AGOSTO DE 2020


Zorobabel Recomeça a Construção do Templo
Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed Especial Jovens e Adultos - 3º Trimestre, 2020. Lição 5, 2 de agosto de 2020




TEXTO ÁUREO

“Ao vigésimo quarto dia do mês nono, no segundo ano de Dário, veio a palavra do SENHOR pelo ministério do profeta Ageu, dizendo: [...] Ponde, pois, eu vos rogo, [...] desde o dia em que se fundou o templo do SENHOR, ponde o vosso coração nestas coisas.” (Ag 2.10,18).


VERDADE PRÁTICA

Sob o poder de Deus, a Igreja torna-se imbatível no cumprimento das tarefas que Cristo lhe entregou.


LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Esdras 5.1,2; Ageu 1.1,12; Zacarias 4.6-10


INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos como Deus, depois de a construção do Templo ter ficado parada por 15 anos, enviou socorro através do ministério de dois profetas, Ageu e Zacarias.
- Nesta lição veremos mais atentamente o trabalho profético desenvolvido por Ageu e Zacarias. Muito pouco se sabe a respeito de Ageu à parte da curta profecia registrada no livro que leva o seu nome. Ele é mencionado de passagem em Ed 5.1; 6.14, em ambas as ocasiões em conjunto com o profeta Zacarias. Como Jeremias e Ezequiel, Zacarias também era sacerdote (Ne 12.12-16). Ele nasceu na Babilônia e acompanhou o seu avô, Ido, quando os exilados regressaram para Jerusalém sob a liderança de Zorobabel e do sumo sacerdote Josué (Ne 12.4). Passaram-se 16 anos (Ed 5.1-2), Zacarias e Ageu foram incumbidos pelo Senhor de incentivar o povo a reconstruir o templo. Quatro anos depois, em 516 a.C., os trabalhos de reconstrução foram concluídos (Ed 6.15). Para aprender mais sobre Profeta no AT leia aqui e no NT leia aqui. Vamos pensar maduramente a nossa fé?


I – DEUS SUSCITA OS PROFETAS AGEU E ZACARIAS.

1
Deus levantou dois profetas. Primeiro veio Ageu (Ag 1.1), e depois levantou-se Zacarias (Zc 4.1,6). Não vieram atendendo convite de líderes de Jerusalém, mas o Deus dos céus os enviou. Chegaram de surpresa em Jerusalém, e ali entraram em contato com os dois líderes, e também com o povo judeu (Ed 5.1).
Vejamos:
a. ZOROBABEL, o líder político, recebeu uma mensagem pessoal. Deus, conhecedor da insuficiência espiritual de Zorobabel, e sabendo que este não tinha mais nenhum vigor para tentar modificar a situação imposta pelos inimigos, deu-lhe uma maravilhosa mensagem de encorajamento.
A mensagem de Deus veio sob a forma de uma visão que Zacarias havia recebido. Deus lhe mostrara um castiçal com sete lâmpadas, símbolo da obra de Deus. O óleo que as lâmpadas precisavam tinha que fluir através de canos ligados a um vaso de azeite que ficava acima. O vaso de azeite, por sua vez, estava em contato com duas oliveiras (Zc 4.1-4,13).
E o recado de Deus para Zorobabel foi: “Não por força, e nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6). As dificuldades, que pareciam “montes grandes” diante de Zorobabel, seriam como uma campina, uma planície (Zc 4.7). Deus ainda garantiu a Zorobabel que as mãos dele acabariam a construção do templo (Zc 4.9).
b. JOSUÉ, o sumo sacerdote e líder espiritual do povo, recebeu também uma mensagem pessoal. Observamos, na lição passada, que ele estava com vestidos sujos. A mensagem de Deus para ele foi de perdão e de restauração. Deus lhe disse que havia feito passar dele toda a sua iniquidade, e que havia ordenado que fosse vestido de vestes novas (Zc 3.4), e que se pusesse sobre a sua cabeça uma mitra limpa (Zc 3.4,5).
c. O POVO recebeu também uma mensagem de Deus. O profeta Ageu mostrou ao povo que os prejuízos materiais, que haviam sofrido, eram consequência da omissão frente ao dever que tinham com a Casa do Senhor (Ag 1.6,9). Ageu falou-lhes do prejuízo que sofre o homem que busca somente a sua prosperidade material, e deixa a casa de Deus deserta (Ag 1.4). O profeta deu ao povo uma ordem estimulante: “Subi o monte, e trazei madeira, e edificai a casa; e dela me agradarei, e eu serei glorificado” (Ag 1.8).
- Desanimado com a oposição de seus vizinhos (Ed 4.1-5,24), o povo havia concluído equivocadamente que ainda não era o momento de reconstruir o templo. Com uma pergunta mordaz, o Senhor lembra aos judeus que não era certo viverem em casas apaineladas enquanto o templo se encontrava em ruínas e exorta-os a considerar com atenção as consequências de sua indiferença. Dario I (que não deve ser confundido com Dario, o Medo de Dn 5.31), subiu ao trono da Pérsia em 521 a.C. depois da morte de Cambises. Corno oficial de Cambises e bisneto do irmão de Ciro, o Grande, Dario manteve a lealdade do exército persa e, com isso, derrotou outros concorrentes ao trono. Reinou até sua morte em 486 a.C. ‘No sexto mês, no primeiro dia’ - o primeiro dia do mês de elul corresponde a 29 de agosto de 520 a.C. Zorobabel era neto de Joaquim (o Jeconias de Mt 1.12) e, portanto, da linhagem davídica. Ainda que sua identificação com Sesbazar (Ed 1.8,11; 5.14,16) seja extremamente questionável, não há dúvidas quanto ao seu papel como líder civil (Ed 2.2) e superintendente do projeto de reconstrução do templo (Zc 4.6-10). Apesar de ter sido restabelecido nessa ocasião, o trono davídico só virá a ser ocupado no tempo do Messias (SI 2;110). Josué, o sumo sacerdote, chamado de Jesua em Ed 3.2, era um descendente de Zadoque (1Cr 6.15) e líder religioso da comunidade exilada que regressou a Jerusalém. Restabeleceu a linhagem sumo sacerdotal de Arão por meio da família de Eleazar. Jozadaque era um dos cativos de Nabucodonosor (1Cr 6.15).
- a. ZOROBABEL - A quinta visão focaliza o líder civil Zorobabel, descendente de Davi, e tem o propósito de encorajá-lo no trabalho de reconstrução do templo, garantir-lhe a capacitação divina para essa empreitada e a provisão inesgotável de glória futura do templo e do reino do Messias. O candelabro retrata Israel plenamente abastecido por Deus para ser sua luz naquele momento e no futuro. Convém observar que, no presente, esse papel foi assumido temporariamente pela igreja (Ef 5.8-9; Ap 1.12-13,20) até que Israel seja salvo, restaurado à bênção da aliança e volte a ser útil ao Senhor (Rm 11.11-24). ‘Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito’ - não há poder riqueza ou força física humana que baste para completar a obra. Somente uma provisão abundante do Espírito Santo, representado pelo ‘vaso’ Zc 4.2 pode capacitá-lo para realizar sua tarefa e permitir que Israel volte a ser luz no mundo por meio da operação do Espírito durante o reino do Messias (Ez 36.24). Uma vez que o resultado está garantido (Zc 4.6,9), toda oposição, ainda que grande como um monte, será removida por Deus e transformada em terreno plano. Nenhum obstáculo poderá impedir a conclusão do templo nem nos dias de Zorobabel, nem no reinado final do Messias.
- b. JOSUÉ Ao empregar a frase ‘vestes sujas’, é mostrada a repugnante condição habitual de contaminação do sacerdócio e do povo naquele momento (Is 4.4; 64.6) e serve de base para a acusação de Satanás, segundo o qual a nação é moralmente impura e indigna da proteção e da bênção de Deus. É interessante notar no texto (Zc 3.4) os anjos retirando as vestes sujas; isso retrata a futura justificação prometida, a salvação de Israel como nação (Rm 11.25-27). O sumo sacerdote é vestido simbolicamente com trajes suntuosos que representam a justiça imputada (Is 61.10) e a restauração de Israel ao seu chamado inicial (Êx 19.6; Is 61.6; Rm 11.1-2). Note, ainda, que ele recebeu ‘um turbante limpo’ - o turbante fazia parte das vestes do sumo sacerdote e trazia a inscrição ‘Santidade ao Senhor’ (Êx 28.36-37; 39.30-31). É notável a entrada em cena de Zacarias pedindo que o turbante seja colocado na cabeça de Josué, pois simboliza com clareza a restauração de Israel à sua posição sacerdotal junto do Deus.
- c. O POVO - Apesar de ter sido estimulada pela oposição hostil dos vizinhos de Israel (Ed 4.1-5,24) e pela falta de prosperidade econômica, em última análise, a origem da relutância do povo era a sua indiferença egoísta ao Senhor. O desprazer de Deus pode ser observado no fato de ele se referir aos judeus como ‘este povo’ e não ‘meu povo’. Em vez de um templo, queriam acumular riquezas para si. A busca egoísta do povo por satisfazer seus próprios prazeres, revelada na pergunta retórica do profeta Ageu (Acaso, é tempo de habitardes vós em casas apaineladas, enquanto esta casa permanece em ruínas? Ag 1.4), mostra sua hipocrisia e suas prioridades equivocadas: em seu egoísmo, haviam deixado de lado a casa de Deus e, com isso, atraíram sobre si apenas mais dificuldades (Mt 6.33).

2
O resultado da mensagem dos profetas. O poder de Deus se manifestou através da mensagem destes homens de Deus. Assim, os dois líderes criaram coragem; e o povo, também, foi renovado pelo impacto da mensagem. Então Zorobabel ordenou que todos imediatamente voltassem à construção, “e começaram a edificar a casa” (Ed 5.2). Os profetas de Deus ficaram com eles, ajudando os líderes do povo na direção do trabalho. Quando os inimigos vieram a eles perguntando quem havia dado ordem para edificar a casa, responderam que a ordem havia sido dada pelo próprio rei Ciro.
Os olhos do Senhor estavam sobre o seu povo e sobre a reconstrução do Templo, e os inimigos não puderam impedir a obra até que fosse dado conhecimento dos fatos ao rei Dario, que agora reinava sobre todo o Império Persa (Ed 5.5). O rei Dario mandou que os seus escrivães verificassem o referido édito de Ciro e se ele havia dado ordem para a construção da Casa do Senhor em Jerusalém. Feita a verificação nos registos dos éditos dos reis da Pérsia, foi encontrada a ordem dada por Ciro, e, assim, o rei Dario confirmou a permissão para a reconstrução do templo.
- É interessante notar que parte da mensagem de Ageu (Ag 1.13) é endereçada especificamente a Zorobabel, o líder político, e a Jesua, o líder religioso, dizendo a eles que fossem fortes e trabalhassem no templo porque Deus estava com eles (Ag 2.4)! Que mensagem fortalecedora! Mas não somente isso, esses dois profetas repreenderam severamente o povo e fizeram sérias ameaças caso eles não voltassem ao trabalho da edificação, como também prometeram prosperidade nacional caso o povo voltasse a edificar. Não muito tempo depois de os exilados terem ouvido essa mensagem, o trabalho no templo recomeçou mais uma vez depois de um intervalo de 16 anos. A mão protetora de Deus, que liderava esse empreendimento, permitiu que o trabalho continuasse enquanto o comunicado oficial chegava a Dario, rei da Pérsia.

3
O impulso espiritual dado pelos profetas continuou dominando os construtores até à conclusão da construção. Os profetas Ageu e Zacarias continuavam dando a sua cooperação. “Prosperando pela profecia do profeta Ageu e de Zacarias, filho de Ido; e edificaram a casa e a aperfeiçoaram conforme o mandado do Deus de Israel, e conforme o mandado de Ciro, e de Dario, e de Artaxerxes, rei da Pérsia” (Ed 6.14).
“E acabou-se esta casa” (Ed 6.15). Que grande bênção! O despertamento dado por Deus ao rei Ciro propagou-se e agora, com a ajuda dos profetas, foi renovado e levado a resultado glorioso. Toda honra e glória sejam somente ao Senhor!
- A mensagem aqui é poderosa. Era um decreto de Deus, o soberano do universo, que concedia autoridade administrativa para a reconstrução do templo. Os decretos de três dos grandes monarcas da história do antigo Oriente Próximo eram apenas uma questão secundária. Deus governa o universo; ele levanta reis, e depois que eles já serviram à sua administração, ele os tira do trono. Note que, não há nada no texto que nos assegure que Ciro, assim como Dário, tenham sido alcançados pela salvação, que tenham reconhecido o Deus de Israel como o único Deus verdadeiro. Assim, não está correta a afirmação do comentarista ‘Que grande bênção! O despertamento dado por Deus ao rei Ciro propagou-se e agora, com a ajuda dos profetas’, dado que, despertamento é o mesmo que avivamento e este só pode vir sobre aqueles que já pertencem ao Senhor. Deus, como soberano do universo, se utilizou desses reis para dar continuidade ao seu projeto.



II – O MINISTÉRIO PROFÉTICO, UMA PROVA DA MANIFESTAÇÃO DE DEUS




1
Uma inesperada operação sobrenatural, por parte de Deus, solucionou o grave problema da reconstrução do templo.

Manifestações sobrenaturais no Antigo Testamento. Há muitos exemplos no Antigo Testamento. Vamos mencionar apenas dois:
a. MOISÉS, o grande líder que Deus levantou para libertar seu povo da escravidão do Egito, recebeu de Deus um preparo sobrenatural, o que lhe deu muita autoridade espiritual. Com a sua vara fazia grandes maravilhas (Êx 4.17).
b. ELIAS, o profeta de Deus, foi revestido de autoridade sobrenatural, para ajudar Israel, que havia sido levado à idolatria pelas suas lideranças políticas, em particular pelo ímpio Acabe, rei de Israel nos dias de Elias. Pôde, assim, realizar grandes milagres: fez com que não chovesse sobre a terra por três anos e meio, além de outros. O ponto alto de seu ministério foi o confronto com os profetas de Baal no monte Carmelo. Nesta ocasião, a manifestação sobrenatural do poder de Deus fez o povo clamar: “Só o Senhor é Deus!” (1 Rs 18.39)
- a. MOISÉS - Moisés, criado na coorte egípcia, educado em toda ciência do Egito, depois de quarenta anos no deserto como pastor, não se vê capacitado para atender ao chamado, e tenta se eximir dando algumas desculpas – ‘Quem sou eu...?’ A primeira resposta foi uma objeção de Moisés ao chamado divino, uma expressão de inadequação para uma missão tão séria. A resposta de Deus ‘Eu serei contigo’ foi uma promessa feita também aos patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, e deveria ter sido suficiente para acalmar os temores e os sentimentos de inadequação de todos os agentes escolhidos para a tarefa. Notemos ainda, que Deus ao chamar Moisés, apesar de todas as descupas desse para fugir da tarefa, garantiu-lhe o sucesso da missão, quando afirmou: ‘servireis a Deus neste monte’ (Êx 3.12). Essa promessa divina apontava para o sucesso futuro na missão, sugerindo que Israel não seria libertado simplesmente da escravidão e opressão, mas resgatado para cultuar a Deus (At 7.7).
- b. ELIAS - Elias significa “o Senhor é Deus”. O ministério do profeta Elias correspondia ao seu nome. Ele foi enviado por Deus para enfrentar Baal, o principal deus da religião dos cananeus. Ele era o deus da tempestade que fornecia a chuva necessária para a fertilidade da terra. O culto a Baal estava bem disseminado entre os cananeus, com muitas manifestações localizadas sob vários outros títulos; os de Tiro o chamavam de Baal Melqart. O culto a Baal havia se infiltrado em Israel muito antes dos dias de Acabe (Jz 2.11,13; 3.7; 10.6,10; 1Sm 12.10). Entretanto, Acabe lhe deu sanção oficial em Samaria mediante a construção de um templo dedicado a essa divindade (2Rs 3.2). Assim como Davi havia conquistado Jerusalém e seu filho Salomão construído um templo para o Senhor naquele lugar, do mesmo modo Onri estabeleceu Samaria e seu filho Acabe construiu um templo para Baal nesse lugar. Elias foi divinamente capacitado para eliminar o baalinismo e para declarar a Israel que o Senhor era Deus e que não havia-outro. O ponto alto do ministério de Elias foi o embate com os profetas de Baal, no entanto, antes desse embate, teve um momento chave quando o profeta foi enviado a Sarepta, cidade no litoral do Mediterrâneo, para viver nesse lugar, num território hostil, controlado pelo sogro de Acabe, Etbaal. Desse modo, ele mostrou o poder de Deus na própria região onde o impotente Baal era adorado, assim como proveu milagrosamente para a viúva durante a fome.

2
Manifestações sobrenaturais no Novo Testamento. Quando o Espírito foi derramado em sua plenitude, os dons espirituais começaram a entrar em ação, e passaram a ser a própria preparação divina para o ministério (1 Co 12.4-6). Os apóstolos eram revestidos desses dons, meio divino para a conversão de muitas almas. O apóstolo Paulo, enriquecido por Deus com muitos dons, escreveu para o evangelista Timóteo, representante da segunda geração, uma mensagem de exortação: “Não desprezes o dom que há em ti” (1 Tm 4.14). Pouco antes de ser martirizado, Paulo voltou a escrever a Timóteo: “Despertes o dom de Deus, que existe em ti […]” (2 Tm 1.6). Paulo recomenda: “Procurai com zelo os melhores dons” (1 Co 12.31) e “Procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar” (1 Co 14.1).
- É interessante notar que as manifestações sobrenaturais no Novo testamento não se iniciam apenas depois do Pentecostes, mas é evidenciado desde as primeiras páginas. O comentarista optou pelo episódio ocorrido em Atos 2 e que deu origem à Igreja. No Novo Testamento, a habilidade de realizar milagres estava limitada aos apóstolos e seus companheiros próximos, como por exemplo, Filipe em At 8.13. Isso produzia admiração e respeito pelo poder divino. É importante lembrar que a plenitude do Espírito afeta todas as áreas da vida, não apenas o testemunho ousado por meio de palavras (Ef 5.19-33). “Há três sinais que mostram a ação sobrenatural do Espírito Santo por ocasião de sua descida no dia de Pentecostes: o som como de um vento (At 2.2), a visão das línguas repartidas como que de fogo (2.3) e o falar em línguas (2.4). Os dois primeiros sinais jamais se repetirão, pois foram manifestações exclusivas que tiveram como objetivo anunciar a chegada do Espírito Santo. Alguém tão importante quanto o Filho, cuja encarnação e nascimento em Belém, ainda que extraordinários, porque o Verbo se fez carne (Lc 2.9-11; Jo 1.4), não tiveram sinais semelhantes. Além de marcar a chegada do Espírito Santo, no dia de Pentecostes, as manifestações sobrenaturais também inauguraram a Igreja. Assim, o som soava como vento, mas não era vento, e da mesma forma a visão não era fogo, mas lembrava o fogo de Deus (Êx 3.2; 1Rs 18.38). Foi um acontecimento singular, algo que ocorreu uma única vez.(Lição 10, As Manifestações do Espírito Santo 3º Trimestre de 2017 - Título: A Razão da Nossa Fé: Assim Cremos, assim Vivemos Comentarista: Pr. Pres. Esequias Soares).
- Os dons espirituais são manifestações do poder de Deus que nos capacitam a continuar a missão de Cristo no mundo e as demonstrações desse poder na vida da Igreja (At 1.8). A Igreja não se sustenta sozinha, por isso o Senhor Jesus enviou o Espírito Santo (Jo 14.16-18). Há pelo menos três listas desses dons (Rm 12.6-8; 1Co 12.8-10,28-30), embora não seja correto fixarmos os dons apenas a estas listas, pois não existe uma descrição exaustiva deles no Novo Testamento. É importante lembrar, ainda, que em 1Co 12.4, os dons ali referidos não são talentos, perícias ou habilidades naturais que tanto os cristãos quanto os incrédulos possuem. Eles são, de maneira soberana e sobrenatural, concedidos pelo Espírito Santo a todos os cristãos (1Co 12.7,11) visando capacitá-los a edificar espiritualmente uns aos outros de modo efetivo e, assim, honrar ao Senhor.


III – O MINISTÉRIO DE PROFETA À LUZ DA BÍBLIA




1
O profeta exerce a função ministerial, determinada por Deus. “Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus” (Hb 5.4).

O profeta na dispensação do Antigo Testamento. O profeta, além de transmitir a mensagem de Deus para o povo, era consultado pelo povo acerca de assuntos espirituais e até mesmo acerca de assuntos materiais.
Exemplos:
a. Em Ezequiel 20.2, os anciãos vieram a Ezequiel para que este consultasse o Senhor por eles; Deus, por meio de Ezequiel, lhes respondeu que por causa das suas abominações eles não receberiam respostas.
b. Em 1 Samuel 9.6,7, o profeta Samuel foi consultado acerca das jumentas do pai de Saul que se haviam perdido.
c. Em 1 Reis 14.2,3 está registrada uma consulta sobre um doente, se ele levantaria ou não, e o profeta respondeu da parte de Deus (1 Rs 14.4-7).
d. Moisés transmitia aos anciões o que Deus lhe falava (Êx 19.7,8). Vemos que no Antigo Testamento o profeta era uma espécie de mediador entre Deus e o povo.
- “A Bíblia retrata o profeta como alguém que era aceito nas câmaras do conselho divino, onde Deus 'revela o seu segredo' (Am 3.7). O texto hebraico de 1 Samuel 9.15 retrata Deus 'revelando aos ouvidos' do profeta. Pelo processo da inspiração divina, Deus revelava o que estava oculto (2 Sm 7.27), de forma que o profeta percebia o que o Senhor dissera (Jr 23.18). Esta comunhão com DEUS era essencial para que a verdade de Deus fosse revelada pelo processo de inspiração profética. A Palavra do Senhor era comunicada ao profeta e mediada ao povo pelo Espírito Santo - com uma convicção poderosa e precisão exata(LA.HAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. l.ed. Rio de janeiro: CPAD, 2008, p.383). “A pessoa se tornava profeta ao perceber que Deus estava falando com ela e precisava então transmitir a mensagem recebida. A consciência disso se manifestava de várias maneiras e a mensagem era transmitida conforme a personalidade única do profeta Jeremias diz simplesmente que a mão do Senhor o tocou e palavras foram postas em sua boca (Jr 1.9). Outros profetas tiveram visões e sonhos (1 Sm 28.6,15; Zc 1.8). Algumas vezes a mensagem profética era dada recapitulando a visão (ls 6), outras vezes contando parábolas ou histórias (ls 5.1-7), repetindo um oráculo (2 Rs 13.14-19; Ez 4.1-3), ou escrevendo (ls 30.8). [ ... ] Grupos de profetas trabalhavam nos centros de adoração (1 Sm 10.5) e se associavam então com os sacerdotes e levitas (2 Rs 23.2). Em vista de conhecerem os abusos do sistema de sacrifícios e compreenderem que a vida moral dos adoradores não correspondia ao cerimonial, eles tendiam a atacar esse. Fizeram o que Jesus fez mais tarde com a samaritana, quando afirmou que a verdadeira adoração aceitável a Deus é 'em espírito e em verdade')(GOWER, Ralph. Uso e Costumes dos Tempos Bíblicos. 1. ed. Rio de janeiro: CPAD, 2002, pp.367,368). “Aparentemente, homens que desejavam ser profetas se reuniam para aprender os caminhos de Deus e para ser treinados em questões teológicas. Sem dúvida, eles buscaram a deus e foram ungidos com o Espírito Santo como em outros períodos. Ao longo das épocas, certos homens tiveram fome de Deus e se inclinaram espiritualmente para o Senhor. Houve assembleias como esta desde os dias de Samuel (vv 1 Sm 19.20, 24; 10.5-12; 1Rs 18.4, 13). Aqueles que se reuniram nos dias de Elias e de Eliseu foram chamados de filhos dos profetas (1Rs 20.35, 41; 2Rs 2.2-7, 15)”. (Estudos Temáticos, Bíblia Dake, CPAD, p. 529).

2
O profeta na dispensação do Novo Testamento. Entre os dons espirituais está o dom de profetizar (1 Co 12.10). Estaria entre as consequências do derramamento do Espírito Santo que aconteceria nos últimos dias (At 2.17).
Ter alguém o dom de profecia não significa que seja profeta. O termo profeta designa quem tem o ministério de profeta. Este ministério de profeta é um ministério da Palavra, para o qual o ministro recebeu de Deus uma preparação especial do Espírito profético. Lemos em Atos 21.8,9 que Filipe tinha quatro filhas que profetizavam, e que depois de alguns dias veio à sua casa UM PROFETA, Ágabo (At 21.10). Existe, porém, uma diferença importante entre o ministério de profeta no Antigo e no Novo Testamento. No Antigo os profetas eram consultados pelo povo, e transmitiam-lhe a resposta de Deus. Mas a Bíblia diz: “A Lei e os Profetas duraram até João, e desde então é anunciado o Reino de Deus” (Lc 16.16).
No Pacto, na Nova Aliança, temos Jesus como o ÚNICO MEDIADOR (1 Tm 2.5). É importante notar que no Novo Testamento não há um único exemplo de alguém consultando um profeta. No Novo Pacto todos temos acesso a Deus por Jesus Cristo (Ef 2.18). Jesus é o único mediador (1 Tm 2.5). É, portanto, um erro doutrinário quando alguém, que possui o dom de profecia, procura usá-lo para responder a consultas de qualquer natureza, como casamento, viagens, compra de imóveis, etc. Fica neste caso falando sozinho, porque Deus diz: “NÃO MANDEI OS PROFETAS; TODAVIA, ELES FORAM CORRENDO, NÃO LHES FALEI A ELES; TODAVIA, ELES PROFETIZARAM” (Jr 23.21). É fundamental que os obreiros ensinem à igreja acerca do uso correto dos dons, inclusive o de profecia.
- Inicialmente, uma breve explicação de Lc 16.16: ‘até João’; O ministério de João Batista marcou o ponto de mudança da história da redenção. Antes disso, as grandes verdades de Cristo e seu reino estavam veladas nos tipos e sombras da lei, bem como prometidas nos escritos dos profetas (1Pe 1.10-12). Mas João Batista apresentou o próprio Rei (Mt 11.11). Os fariseus, que se consideravam especialistas na lei e nos profetas, desprezaram a importância daquele para quem a lei e os profetas apontavam. João era maior do que os profetas do Antigo Testamento porque ele de fato viu com seus olhos e participou pessoalmente do cumprimento do que eles haviam apenas profetizado (1Pe 1.10-11). Contudo, depois da cruz, todos os crentes são ainda maiores, porque participam do pleno entendimento e experimentam algo que João simplesmente anteviu de modo vago: a verdadeira obra expiatória de Cristo. “Trata-se aqui de João Batista. Cristo declara que João não era uma cana agitada pelo vento. Referia-se Jesus ao caráter justo de João e ao fato de ser ele um pregador que não transigia com o erro. O pensamento dos fariseus era que uma observância rígida da Lei fosse o caminho para a justiça e não perceberam que o fim da Lei era o Messias. João surge com uma mensagem nova: arrependimento e fé eram os meios para ingressar no Reino. ‘...emprega força...’ ‘Jesus declara o avanço do Reino de Deus como o resultado de duas coisas: pregação e esforço. Ele mostra que o Evangelho do Reino deve ser proclamado com paixão espiritual’ [...]”. (Bíblia de Estudo Plenitude, SBB, p.1052). Para saber mais sobre João Batista, leia aqui.
- Para se conhecer as coisas de Deus são necessários dois elementos: Uma revelação de Deus pelo Espírito Santo e uma resposta espiritual adequada pelo homem. A fonte de inspiração profética na Nova Aliança é a mesma do Antigo Pacto: O Espírito Santo. No dizer de Paulo, ‘Deus no-las revelou pelo seu Espírito’. “E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.” (Ef 4.11). Este versículo alista os dons de ministério (isto é, líderes espirituais dotados de dons) que Cristo deu à igreja. Paulo declara que Ele deu esses dons para preparar o povo de Deus ao trabalho cristão (4.12) e para o crescimento e desenvolvimento espirituais do corpo de Cristo, segundo o plano de Deus (4.13-16). Pedro afirma a divina origem e autoridade das profecias da Escritura: ‘Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo’. Tal qual o valente Pedro, todos os crentes devem, de modo semelhante, manter um conceito firme e final da inspiração e autoridade das Sagradas Escrituras.
- Dito isto, é necessário, ainda, esclarecer que o dom de profecia é para todos: "Todos podereis profetizar" (1Co 14.31), no entanto, o ministério profético não: "São todos profetas?" (1Co 12.29).
- O saudoso Pr Antônio Gilberto esclarece:
   O ministério profético é exercido através de um ministro dado por Deus à Igreja. O dom de profecia é uma capacitação sobrenatural do Espírito Santo concedida a uma pessoa do povo para transmitir a mensagem divina. No ministério profético, Deus usa principalmente a mente do profeta; no dom de profecia, Deus usa principalmente o aparelho fonador da pessoa.
O profeta é um pregador especial, com mensagem especial. Sua mensagem apela à consciência da pessoa em relação a Deus, a si própria, ao pecado e à santidade. Vemos isso nos profetas do Antigo Testamento. É só conferirmos as mensagens dos livros proféticos. No Novo Testamento, podemos ver isso em profetas como Silas (At 15.32) e Ágabo (At 21.10).
O profeta de Deus é também um intercessor diante de Deus pelos homens, pela obra etc (Gn 20.7). O forte do profeta de Deus é expor os padrões da justiça divina para o povo. Ele é um arauto da santidade de Deus. Com autoridade e unção divinas, está sempre a condenar o pecado (Is 58.1). Seu espírito ferve com isso e ele geme por isso, pois para isso foi chamado. A Igreja precisa muito desse ministério para os dias atuais.
A Palavra de Deus sai da boca do profeta como flechas de fogo divino! João 5.35 diz de João Batista, o profeta: "Ele era a candeia que ardia". O profeta de Deus faz o homem carnal estremecer, parar e considerar o seu mau caminho.
A profecia, como estamos tratando aqui, é uma mensagem sobrenaturalmente inspirada ou revelada da parte de Deus. A mensagem profética vem do Espírito Santo através da fé (Rm 12.6). Portanto, o ministério profético é um ministério de fé.
Duas curiosidades sobre os profetas de Deus na Bíblia: dois deles no Novo Testamento eram também apóstolos: Barnabé e Saulo (At 13.1); e há um alerta de Deus para o povo a respeito deles: "Não toqueis nos meus ungidos, e não maltrateis os meus profetas", Sl 105.15.
Nos tempos bíblicos havia falsos profetas: "E veio a mim a Palavra do Senhor, dizendo: Filho do homem, profetiza contra os profetas de Israel que são profetizadores, e dize aos que só profetizam o que vê o seu coração: Ouvi a Palavra do Senhor: Assim diz o Senhor Jeová: Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito e coisas que não viram", Ez 13.1-3. Como naqueles tempos, ainda há falsos profetas(Os dons ministeriais (3ª Parte), Pr Antonio Gilberto – CPADNews)



QUESTIONÁRIO

A respeito de “Zorobabel Recomeça a Construção do Templo”, responda:

• Por quanto tempo esteve paralisada a construção do Templo?
R: Quinze anos.
• Que profetas o Senhor levantou para animar os judeus na reconstrução do Templo? R: Ageu e Zacarias.
• Como atuava o profeta do Antigo Testamento? R: No Antigo Testamento, o profeta além de transmitir a mensagem de Deus para o povo, era consultado pelo povo acerca de assuntos espirituais e até mesmo acerca de assuntos materiais.
• Como atuava o profeta do Novo Testamento? R: Exercia o ministério da Palavra, para o qual o ministro recebeu de Deus uma preparação especial do Espírito profético.
• Por que, hoje, não necessitamos mais consultar os profetas? R: Porque possuímos a Palavra de Deus, que é a nossa única regra de fé e conduta.

Pb Francisco Barbosa