ANO 12 | Nr 662| 2020
LIÇÕES BÍBLICAS CPAD EDIÇÃO ESPECIAL JOVENS e ADULTOS
- TERCEIRO TRIMESTRE DE 2020
OS PRINCÍPIOS DIVINOS EM TEMPOS DE CRISE: a reconstrução
de Jerusalém e o avivamento espiritual como exemplos para os nossos dias
COMENTARISTA: EURICO BÉRGSTEN
Edição Especial 3º TRI
Jovens e Adultos
Escola Bíblica
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02
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12 DE JULHO DE 2020
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“E isto digo, conhecendo o tempo,
que é já hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais
perto de nós do que quando aceitamos a fé” (Rm 13.11).
VERDADE PRÁTICA
O Despertamento espiritual é uma
consequência da submissão à vontade de Deus.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ed
1.1-7; Ne 1.1-4
INTRODUÇÃO
||Nesta lição iremos ver a origem
do despertamento espiritual e as suas finalidades||.[Fonte:
Lições Bíblicas CPAD. Ed Especial Jovens e Adultos - 3º Trim 2020. Lição 2, 12
Julho, 2020]
- De início, é vital
estabelecermos que ‘Despertamento espiritual’ e ‘reavivamento’ são a mesma
coisa e que sua fonte é a soberana obra de Deus na qual Ele visita o seu próprio
povo, restaurando-o, reanimando-o e libertando-o para receber a plenitude de
sua bênção; Apesar de ser produzido por Deus, deve ser buscado pela igreja,
através da oração – aliás, a oração suprema, que a Igreja precisa em nosso
mundo, deve ser por reavivamento – “... aviva, ó Senhor, a tua obra no meio
dos anos, no meio dos anos faze-a conhecida” (Hc 3.2). O significado
bíblico do termo "Avivamento" é:
“1.1. No Antigo Testamento:
O verbo hebraico hyh (avivar)
tem o significado primário de "preservar" ou "manter vivo".
Porém, "avivar" não significa somente preservar ou manter vivo, mas
também purificar, corrigir e livrar do mal. Esta é uma conseqüência natural em
toda vez que Deus aviva. Na história de cada avivamento, dentro ou fora da
Bíblia, lemos que Deus purifica, livra do mal e do pecado, tira a escória e as
coisas que estavam impedindo o progresso da causa. O verbo "avivar",
em suas várias formas (2), é usado mais de 250 vezes no Antigo Testamento, das
quais 55 vezes estão num grau chamado piel. Um verbo nas formas do Piel
expressa uma ação ativa intensiva no hebraico. Neste sentido, o avivamento é
sempre indicado como uma obra ativa e intensiva de Deus. Alguns exemplos de sua
ocorrência são as clássicas orações de Davi, como esta: "Porventura, não
tornarás a vivificar-nos (3), para que em ti se regozije o teu povo?" (Sl
85.6) (4), e da clássica oração do profeta Habacuque: "Tenho ouvido, ó
Senhor, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó Senhor,
no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira,
lembra-te da misericórdia" (Hc 3.2).
1.2. No Novo Testamento:
Encontramos no Novo Testamento
grego um conjunto de palavras que expressam o conceito básico de avivamento.
São elas: 'egeíro, 'anastáso, 'anázoe e 'anakaínoo. Outras palavras gregas
comparam o avivamento ao reacender de uma chama que se apaga aos poucos (cf.
'anazopyréo em 2 Tm 1.6) ou uma planta que lança novos brotos e "floresce
novamente" (cf. 'anaphállo em Fp 4.10). No Novo Testamento grego as
palavras supracitadas aparecem, no contexto de avivamento, apenas sete vezes,
embora a idéia básica de avivamento seja sugerida com mais freqüência. Uma
possível explicação para o uso escasso dos termos, em comparação ao Antigo
Testamento, é que o Novo cobre apenas uma geração, durante a qual a Igreja
Cristã desfrutou, na maior parte do tempo, um grau incomum de vida espiritual” (O
Padrão Bíblico de Avivamento, por Rev. Josivaldo de França Pereira). Vamos
pensar maduramente a nossa fé?
I - O DESPERTAMENTO
ESPIRITUAL EMANA DO PRÓPRIO DEUS
||“No primeiro ano de Ciro
despertou o Senhor o espírito de Ciro” (Ed 1.1). Deus despertou Daniel para
orar pelo futuro do seu povo. Todavia, não foram as orações de Daniel e nem a
sua vida santificada que produziram o despertamento, mas foi o próprio Deus que
fez o milagre do despertamento de Ciro (Is 26.12; 1 Co 12.6). Deus usa
instrumentos para cooperarem com ele, mas o autor do despertamento é Ele mesmo.
Por isto, o despertamento é um mistério. As coisas humanas podem ser
explicadas, previstas e calculadas. Mas a operação do Espírito Santo é
diferente. Jesus disse: “O vento assopra onde quer e ouves a sua voz, mas não
sabes de onde vem nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do
espírito” (Jo 3.8). Nós, na verdade, podemos ver o resultado do despertamento,
e até mesmo sentir a operação das virtudes do século futuro” (Hb 6.5). Mas na
verdade nada sabemos e nada entendemos do poder de Deus||.[Fonte:
Lições Bíblicas CPAD. Ed Especial Jovens e Adultos - 3º Trim 2020. Lição 2, 12
Julho, 2020]
- “despertou o SENHOR o
espírito de Ciro” é uma expressão forte a respeito do fato de que Deus
trabalha soberanamente na vida dos reis para realizar os seus propósitos (Pv
21.1; Dn 2.21; 4.17). Não obstante a
fonte do avivamento ser o próprio Deus, todo avivamento começa com oração e
Palavra de Deus, os quais geram temor, sede por mais de Deus. O derramamento do
Espírito é para os sedentos –“A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo”
(Sl 42.1). O despertamento espiritual é percebido pela ação de Deus envolvendo
o Seu povo no cumprimento de Sua vontade. Então a palavra chave de um
despertamento não é envolvimento. O verdadeiro despertamento não é medido pelo choro,
mas pelo envolvimento voluntário cheio de fé! O que falta entendermos é que
esse trabalho é do Espírito Santo e não se inicia com uma programação agendada
pela igreja. Apesar de ser preciso orar e ansiar pelo avivamento, a igreja não
promove e nem faz avivamento, não é agente de avivamento. A igreja só pode
buscar o avivamento e preparar o caminho da sua chegada. O avivamento jamais
virá se a igreja não preparar o caminho do Senhor, se a igreja não se humilhar;
sem oração da igreja, as chuvas torrenciais de Deus não descerão. “Avivamento
é se tornar mais vivo, mais ativo, mais fervoroso, mais intenso. É um des
pertamento sobrenatural
provocado pelo próprio Deus operando nos corações dos crentes para uma busca
mais intensa da santificação, comunhão e evangelização, que reverberará na vida
dos incrédulos gerando conversões em massa.” (Pr.
Eloízio Coelho, Pastor Auxiliar 8ª IPB)
II – AS FINALIDADES DO
DESPERTAMENTO
||1. A restauração nacional de
Israel. Deus, quando quer realizar os
seus propósitos, pode incutir a sua vontade no espírito do homem. Foi assim que
Ele fez com Ciro. Embora fosse rei de uma nação idólatra, Ciro foi despertado
por Deus, o qual incutiu a Sua vontade no seu espírito, dominado pelas
tradições e pela idolatria, a fim de que ele cumprisse os Seus desígnios
relativos ao povo de Israel, conforme havia falado pela boca do profeta Isaías,
cerca de 180 anos antes (Is 44.28; 45.1-6). Quando o propósito de Deus chegou
ao conhecimento de Ciro era um fato já aceito e aprovado por ele, e logo foi
consumado. Assim, logo no início de seu reinado, Ciro proclamou um edito
autorizando os judeus a retornarem a Jerusalém e a edificarem a casa do Senhor
“em Jerusalém, que é em Judá” (Ed 1.2). Começava, assim, a restauração nacional
do povo israelita||Lições Bíblicas CPAD, Revista
Adultos, 2º Trimestre 2020. Lição 12, 21 Junho, 2020]
- Esdras faz referência à
construção do segundo templo, que aconteceu depois do retorno de Zorobabel para
a Terra Prometida. A principal mensagem subjacente de Esdras e Neemias é que a
soberana mão de Deus trabalha em perfeita harmonia com o seu plano e o tempo
designado por ele. Como Isaías havia profetizado, os setenta anos de cativeiro
foram concluídos, então Deus despertou não só o espírito de Ciro para lazer o
decreto, mas o seu próprio povo para ir e construir Jerusalém e o templo.
- É importante lembrar que essa
profecia foi feita um século e meio antes de Ciro ter nascido e se tornado rei
da Pérsia. Nesse papel, Ciro, rei separado pela providência de Deus para seus
propósitos divinos, prefigurou o Servo do Senhor, que deverá guiar o rebanho de
Israel em sua reunião final (Mq 5.4). O título "pastor" é usado para
os reis enquanto líderes do povo de Deus (2Sm 5.2; Jr 3.15). Em At 13.22, Paulo
compara Davi ao padrão de obediência de Ciro.
- Não há registro de que Ciro
tenha se convertido e passado a adorar ao Deus verdadeiro e embora não fosse
adorador do Senhor, o monarca persa desempenhou um papel incomum como pastor de
Israel (Is 44.28) e como juiz ungido de Deus sobre as nações. Por amor a
Israel, o Senhor levantou Ciro, chamando-o pelo nome, ainda que Ciro não
tivesse qualquer relacionamento pessoal com ele. Em certo ponto, certamente
Ciro se tornou consciente da existência do verdadeiro Deus e de seu soberano
controle sobre as questões humanas, talvez pela influência de Daniel (Ed
1.1-4).
||2. A restauração espiritual de
Israel. Deus quer usar o homem como seu
instrumento. Todavia só são usados aqueles que cooperam com Deus, aqueles que
seguem a orientação divina por livre arbítrio. O homem é livre para obedecer ou
não a orientação divina. Por isso, nem todos os que experimentam um
despertamento adquirem o mesmo progresso espiritual, porque não abrem
igualmente seu coração para Deus, a fim de obedecer à risca a orientação divina
(Pv 23.26, Dt 6.5). Durante o cativeiro, o povo israelita havia assimilado
muitos dos costumes dos babilônios, porém havia aprendido a lição concernente à
vontade de Deus: não servir aos deuses das nações, não adorar os ídolos. Antes
do exílio, Israel estava espiritualmente enfermo dos pés à cabeça (Is 1.2-6),
mas agora havia sido curado da idolatria para sempre. Para Israel, o sofrimento
resultou no despertamento e este na sua restauração espiritual. A finalidade
principal do despertamento é sempre a restauração espiritual do povo de Deus. Cada
despertamento tem por objetivo principal a salvação e restauração do homem.
Encontramos sempre estes dois pólos: A GRAÇA e O PECADO. O Espírito Santo está
sempre pronto para convencer o mundo sobre o pecado, a justiça, e o juízo” (Jo
16.8,9). Vejamos:
a . O Espírito Santo é sempre intolerante com o pecado.
O Espírito Santo convenceu Saulo
de que havia pecado contra a pessoa de Jesus (At 9.4,5). Foi o Espírito Santo
que convence de pecado a mulher samaritana (Jo 4.16,19) e fez Zaqueu confessar
a sua falta (Lc 19.8). O Espírito Santo torna manifesta as coisas más (Ef
5.13,14). O profeta de lábios impuros sentiu que perecia na presença da
santidade de Deus (Is 6.5). O Espírito Santo faz com que os crentes andem na
luz (1 Jo 1.7).
b. Mas o Espírito Santo também aponta para Jesus como aquele que perdoa
e salva (1 Jo 1.9, 2.1,2; Rm 3.25; 2 Co 5.18-21). Este era o ensino nos dias
dos apóstolos e deve continuar sendo nos dias de hoje, pois a Palavra de Deus
não muda, e as nossas necessidades espirituais também não (At 13.38-41;
14.15-17; 17.26-31)||.[Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed
Especial Jovens e Adultos - 3º Trim 2020. Lição 2, 12 Julho, 2020]
- É importante que se diga aqui
que o avivamento verdadeiro traz consigo o temor de Deus. Nesse sentido, avivamento
é a manifestação da presença de Deus no coração de seu povo, trazendo consigo o
temor que nos faz reconhecer Sua santidade e o quanto precisamos nos consertar
com Ele, desfazendo-se de nossos pecados e submetendo-se inteiramente à Sua Palavra.
Portanto, das coisas que acontecem em um avivamento, o arrependimento de
pecados é a principal. O arrependimento é o início da mudança para uma vida com
Deus.
- “Quando falamos de
avivamento ou despertamento, sempre vem à nossa mente a idéia de manifestações
poderosas e visíveis do Senhor, sempre pensamos em Deus agindo de maneira
grandiosa através do Seu Espírito Santo. Realmente, às vezes, o Senhor se
revela de maneira poderosa e visível em nossas vidas. Mas isso nem sempre é
assim. Às vezes, Deus também age de maneira diferente, e um despertamento pode
se manifestar de maneira bem diversa. Quando acontece isso? Quando Deus decide
deixar um despertamento acontecer em pequena escala, dentro da vida de uma só
pessoa. Avivamento significa em primeiro lugar que os crentes mornos, cansados,
despertem para uma nova vida espiritual e entrem outra vez em contato com
"rios de água viva". Ou expressando-o com uma passagem bíblica:
"... a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Cl
3.3). Esse é quase sempre o início de um avivamento. Mas nós pensamos sempre em
acontecimentos espetaculares quando falamos em rios de água viva e em
despertamento. Entretanto, o acontecimento maior e mais espetacular é quando
filhos de Deus que estavam mornos e cansados espiritualmente se tornam outra
vez ardorosos pelo Senhor; quando em suas vidas começam a jorrar outra vez os
"rios de água viva".” (Marcel Malgo)
III – DEUS CUMPRE
AS SUAS PROMESSAS
||1. A fidelidade de Deus em suas
promessas. Pelo despertamento que Ciro
recebeu, Deus cumpriu literalmente a sua Palavra em relação ao retorno de Judá
à sua terra (Jr 27.22), bem como à derrota da Babilônia diante do exército
medo-persa, sob o comando de Ciro da Pérsia (Jr 25.12; Is 44.28; 45.2-6)||.[Fonte:
Lições Bíblicas CPAD. Ed Especial Jovens e Adultos - 3º Trim 2020. Lição 2, 12
Julho, 2020]
- Robert A Coleman escrevendo
sobre a responsabilidade humana em buscar o avivamento, diz: “Alguns jogam
sobre Deus toda a responsabilidade pela renovação espiritual. Sendo humanos,
não podemos fazer nada a respeito - simplesmente precisamos esperar no Senhor.
Essa ideia realça corretamente a absoluta soberania de Deus. Mas se a soberania
de Deus serve para justificar a indiferença, então não está sendo bem
compreendida. É certo que os avivamentos são enviados por Deus. Sendo
demonstrações da graça soberana, são inteiramente sobrenaturais. Mas Deus não
viola sua integridade quando os envia. Os avivamentos precisam estar em
harmonia com a Palavra de Deus. Se as condições divinas são preenchidas,
podemos confiar que o avivamento virá. Como disse Charles Finney: 'O avivamento
é o uso correto dos meios adequados. Os meios que Deus prescreveu [...] produzem
avivamento, Caso contrário, Deus não os teria prescrito'. Portanto, se
precisamos ser renovados, a nossa tarefa é sermos renovados. Se é nossa tarefa,
é possível.' Billy Graham salienta o mesmo princípio quando afirma: 'Creio que
podemos ter um avivamento sempre que preenchemos as condições de Deus. Creio
que Deus é fiel à sua Palavra e que Ele fará chover a justiça sobre nós, se
preenchermos suas condições.' Portanto, não é uma questão de Deus ter a
capacidade ou o desejo de enviar um avivamento. A questão é: Queremos que se
cumpra a vontade de Deus? Se ousarmos pensar sim, então nos comprometeremos a
remover de nossa vida todos os obstáculos que poderiam impedir o avivamento.
[...] A vontade de Deus é clara. O próximo passo cabe a nós"” (COLEMAN,
Robert. A Chegada do Avivamento Mundial. 1.ed. RJ: CPAD, 1996, pp. 37-8).
||2. Deus renova as suas promessas
de bênçãos. Em cada despertamento, Deus
vivifica e renova as promessas de bênçãos ao seu povo. O Espírito Santo revela
as riquezas escondidas em Cristo, isto é, as riquezas de glória que Cristo
ganhou na cruz do Calvário, para dar àqueles que o servem (Rm 9.23; Ef 1.18;
2.7; Fp 4.19; Cl 1.27). O batismo com o Espírito Santo é uma bênção que faz
parte dos rudimentos da doutrina (Hb 6.1-3; At 2.38). No despertamento que
operava no tempo dos apóstolos, eles faziam questão de que todos os convertidos
recebessem esta maravilhosa unção do alto (At 8.14 17; 19.1-6). Os dons
espirituais também fazem parte das bênçãos que Jesus deseja dar por meio do
despertamento (1 Co 12.7-11). Deus ainda deseja despertar os corações para ter
fé renovada na cura do corpo, também resultado da morte expiatória de Jesus (Is
53.3-5; Mt 8.14 17; Tg 5.14-17; Mc 16.17,18)||.[Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed
Especial Jovens e Adultos - 3º Trim 2020. Lição 2, 12 Julho, 2020]
- O despertamento espiritual é
visto na renovação espiritual que traz mais fervor e dedicação ao serviço do
Reino. O avivamento pode ser individual ou coletivo, podendo afetar comunidades
inteiras. “Tempos de renovação ocorreram periodicamente no período dos reis.
A marcha de Davi, entrando com a arca em Jerusalém, possui muitos ingredientes
de um avivamento (2 Sm 6.12-23). A dedicação do templo, no início do reinado de
Salomão, é outro grande exemplo (I Rs 8). O avivamento também chega a Judá nos dias
de Asa (I Rs 15.9-15). E Josafá, outro rei de Judá, lidera uma reforma (I Rs
22.41-50), bem como o sacerdote Joiada (2 Rs 11.4-12.16). Outro poderoso
despertamento é vivenciado na terra sob a liderança do rei Ezequias (2 Rs
18.1-8). Por fim, a descoberta do livro da lei, durante o reinado de Josias, dá
início a um dos maiores avivamentos registrados na Bíblia (2 Rs 22,23; 2 Cr
34,35). Ainda, sob a liderança de Zorobabel e Jesua, outra vez começa a
reacender um novo avivamento (Ed 1.1-4.24). Tendo as intimidações dos inimigos
induzido os judeus a interromperem a reconstrução do templo, os profetas Ageu e
Zacarias entraram em cena para instigar o povo a prosseguir (Ed 5.1-6.22; Ag
1.1-2.23; Zc 1.1-21; 8.1-23). Setenta e cinco anos depois, com a chegada de outra
expedição liderada por Esdras, novas reformas são iniciadas em Jerusalém,
dando-se mais atenção à lei (Ed 7.1-10.44). O avivamento alcança o auge poucos
anos depois, quando Neemias se apresenta para completar a construção dos muros
de Jerusalém e estabelecer um governo teocrático (Ne 1.1-13.31).” (O
Padrão Bíblico de Avivamento, por Rev. Josivaldo de França Pereira).
Entendemos claramente que o verdadeiro despertamento suscita no crente temor,
zelo doutrinário, fome e sede por mais de Deus, arrependimento, confissão e
abandono de pecados, dedicação à obra do Reino. Embora possa haver abundância
de dons espirituais, estes não servem para autenticar ou avaliar o despertamento
espiritual – haja visto a igreja de Corinto, possuidora de todos os dons, no
entanto, carnal... Não podemos limitar o avivamento a milagres, curas e demonstrações
espirituais. Este é um sério perigo! Toda vez que super-enfatizamos uma verdade
em detrimento de outra, nós produzimos deformações e distorções nesta verdade,
corremos o risco de nós mesmos nos tornarmos hereges. Hernandes Dias Lopes,
sobre esse perigo, escreve: “Deus pode e faz maravilhas, curas e prodígios
extraordinários quando Ele quer. Ele é soberano. Ninguém pode deter a sua mão.
Ninguém pode ser o conselheiro de Deus. Ninguém pode instruir a Deus e dizer o
que Ele pode e o que Ele não pode fazer. Ninguém pode obstaculá-lo nem
ensinar-lhe qualquer coisa. Ele faz tudo quanto Ele quer, como quer, onde quer,
quando quer, com quem quer. "Ele faz todas as coisas conforme o conselho
da sua vontade" (Ef 1.11). Ele não obedece à agenda dos homens. Ele não se
deixa pressionar. Ele é livre. Entretanto, esta não é a ênfase do avivamento. A
igreja hoje está correndo mais atrás de sinais do que atrás de santidade. A
igreja hoje empolga-se mais com milagres do que com vida cheia do Espírito. A
igreja hoje anseia mais as bênçãos de Deus do que o Deus das bênçãos. A igreja
hoje busca mais uma vida antropocêntrica do que teocêntrica. Avivamento não é
efervescência carismática. Uma igreja pode ter todos os dons sem ser uma igreja
avivada. Avivamento não é conhecido pelos dons do Espírito, mas pelo fruto do
Espírito. A igreja de Corinto possuía todos os dons, todavia, era uma igreja
imatura e bebê espiritualmente. Naquela igreja profundamente carismática, havia
divisões, cismas, brigas, partidos, contendas, imoralidade e irmãos levando
outros irmãos aos tribunais mundanos. Havia falta de compreensão acerca do
casamento e da liberdade cristã. Naquela igreja a ceia do Senhor estava sendo
incompreendida, os dons estavam sendo usados erradamente, a ressurreição dos
crentes estava sendo negada, e a cooperação financeira com os pobres
negligenciada”
- Logicamente, nós pentecostais,
enfatizamos a atualidade e necessidade dos dons espirituais tais quais eram
ministrados no início da Igreja. É verdade que, em épocas de avivamento, os
dons são buscados e exercidos para a glória de Deus e a edificação da igreja. É
verdade que experimentamos mais de Deus nesse sentido quando Ele derrama um
despertamento sobre o seu povo, mas a ênfase nos dons espirituais não é
sinônimo de avivamento.
||3. Deus renova a fé dos abatidos.
Pelo despertamento, Deus cria ambiente de fé, de expectativa, e de oração. O
despertamento nasceu da oração, e só poderá prosseguir se continuar acesa a
chama da oração. No Antigo Testamento, o fogo no altar de incenso não se podia
deixar apagar (Êx 30.7,8) Do mesmo modo Deus quer que o fogo do Espírito Santo
não se apague em nossos corações, mas, sim, que continue aceso, hoje, como no
dia do Pentecoste. Todavia, isto só se pode conseguir através da oração
incessante, por parte de cada um de nós||.[Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed
Especial Jovens e Adultos - 3º Trim 2020. Lição 2, 12 Julho, 2020]
- Despertamento espiritual é
quando o Espírito Santo renova, reaviva e desperta a igreja apática. Só
acontece em meio ao povo de Deus, revitalizando a vida espiritual, o primeiro
amor. É quando Deus nos chama ao retorno à nossa verdadeira natureza e
propósito!
- “Um avivamento é algo que
acontece de dentro para fora. Quando o avivamento acontece, o Espírito Santo
toca os corações das pessoas de maneira especial. Essa transformação do coração
se reflete nas vidas e nas ações, com uma maior dedicação às coisas de Deus,
como a evangelização, a justiça e o amor ao próximo (Atos dos Apóstolos
4:31-33).
O efeito de um avivamento é
contagioso. A mudança na vida das pessoas é visível e atrai mais pessoas. Por
isso, um avivamento é um tempo de grande oportunidade para espalhar o
evangelho.” (O que é um avivamento?)
IV – O
DESPERTAMENTO TORNA OS HOMENS OBEDIENTES A PALAVRA
||1. O culto que foi restabelecido
em Jerusalém foi exatamente aquele que a lei de Deus determinava (Ne 12.44-47).
Não foram introduzidas novas formas de culto, nem qualquer mistura de doutrinas
babilônicas!||.[Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed
Especial Jovens e Adultos - 3º Trim 2020. Lição 2, 12 Julho, 2020]
- Nesse ponto, é importante
frisarmos que avivamento não depende de forma de culto, de liturgia animada, de
música, louvor ou qualquer outro meio que induza ao emocionalismo. Não é seguir
formas pré-estabelecidas, como bater palmas, dizer aleluia, amém e levantar as
mãos. Louvor que não produz mudança de vida, quebrantamento, obediência e não
leva as pessoas a confiarem em Deus, não é louvor, é barulho aos ouvidos de
Deus (Am 5.23).
||2. O despertamento dado pelo
Espírito Santo faz com que os crentes desejem intensamente ser fiéis à Palavra
de Deus. Paulo escreveu: “para que em nós
aprendais a não ir além do que está escrito” (1 Co 4.6). O crente despertado
inclina-se a guardar os estatutos de Deus até o fim (Sl 119.112). E esta forma
de proceder, esta atitude do crente, é uma das bases para a comunhão uns com os
outros. “Companheiro sou de todos os que te temem, e dos que guardam os teus
preceitos” (SL 119.63)||.[Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed
Especial Jovens e Adultos - 3º Trim 2020. Lição 2, 12 Julho, 2020]
- Escrevendo
sobre o padrão bíblico de avivamento, o Rev Hernandes Dias Lopes esclarece: “Uma
vez que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, é ela e somente ela que
nos pode dar a direção certa deste assunto. A relação entre a Bíblia e o
avivamento é tão intrínseca que é impossível um avivamento de verdade sem que a
Bíblia faça parte dele. Além disso, numa época de tantos extremos como este em
que vivemos, é fundamental o equilíbrio que só a Bíblia oferece. Sabemos que
hoje existem desde aqueles que vêem toda e qualquer manifestação entusiástica
como avivamento, até àqueles que negam a sua existência, ou quando muito acham
que avivamento é a mais nova onda do momento, uma coqueluche moderna, uma
inovação humana sem respaldo bíblico. É necessário, mais do que nunca,
recorrermos à lei e ao testemunho. Permita-me ilustrar o que queremos dizer por
"extremos". Edwin Orr (10), uma das maiores autoridades sobre
avivamentos, disse que viu duas igrejas nos Estados Unidos convidando pessoas
para suas reuniões de avivamentos. Uma delas dizia: "Reavivamento aqui
todas às segundas-feiras à noite", enquanto que a outra prometia:
"Reavivamento aqui todas às noites, exceto às segundas-feiras". Orr
menciona este fato para relatar um desses extremos em que a palavra
"avivamento" ou "reavivamento" é usada aleatoriamente, como
se o avivamento fosse produzido simplesmente pelo desempenho humano com data e
hora marcadas. Voltando ao lugar da Bíblia no avivamento, é importante
salientar que ela foi, é e sempre será a espada do Espírito Santo em todo
avivamento bíblico. Não existe verdadeira espiritualidade sem a Bíblia.
Observando os avivamentos ocorridos na Bíblia e na história da igreja, notamos
que os objetos do Espírito eram sempre persuadidos com e para a Bíblia.
Avivamento onde a Bíblia não está presente não passa de um mero pentecostalismo
convencional. "Um reavivamento", diz o Dr. Héber de Campos, "que
é produto da obra do Espírito Santo na igreja, certamente tem sua ênfase
naquilo que tem sido esquecido por muito tempo: a Palavra de Deus. A autoridade
da Palavra de Deus passa ser algo extremamente forte num momento genuíno de
reavivamento. A Bíblia passa novamente a ser honrada como a única Palavra
inspirada de Deus" (11).” (O
Padrão Bíblico de Avivamento, por Rev. Josivaldo de França Pereira)
QUESTIONÁRIO
|| A respeito de ”Despertamento
Espiritual -Um Milagre”, responda:
• Em que ano o Senhor despertou o
espírito de Ciro?
No primeiro ano do rei Ciro, da Pérsia.
• De onde emanam os
despertamentos espirituais?
Do próprio Deus.
• Na obra do despertamento, quem
Deus usa?
Aqueles que se colocam
integralmente à disposição de Deus.
• Como era o culto restabelecido
em Jerusalém?
De acordo com a Lei de Deus.
• O que o despertamento provoca
no crente?
Leva os crentes a desejarem ser
mais fiéis à Palavra de Deus|| [Fonte: Lições Bíblicas CPAD. Ed
Especial Jovens e Adultos - 3º Trim 2020. Lição 2, 12 Julho, 2020]
Pb Francisco Barbosa