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17 de julho de 2018

Lição 4: A Função Social dos Sacerdotes



Lições Bíblicas Adultos – 3° Trimestre 2018
TÍTULO: Adoração,Santidade e serviço
Subtítulo: Os princípios de Deus para sua igreja em Levíticos.
Comentarista: Claudionor de Andrade

Lição 4
22 de Julho de 2018
A Função Social dos Sacerdotes

Texto Áureo

Verdade Prática
“E [Jesus] ordenou-lhe que a ninguém o dissesse. Mas disse-lhe: Vai, mostra-te ao sacerdote e oferece, pela tua purificação, o que Moisés determinou, para que lhes sirva de testemunho.” (Lc 5.14)

As funções do sacerdote iam além da liturgia; sua principal obrigação era zelar pela santidade e pureza do povo de Deus.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
Levítico 13.1-6
1 Falou mais o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo:
2 O homem, quando na pele da sua carne houver inchação, ou pústula, ou empola branca, que estiver na pele de sua carne como praga de lepra, então, será levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, os sacerdotes.
3 E o sacerdote examinará a praga na pele da carne; se o pelo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais profunda do que a pele da sua carne, praga da lepra é; o sacerdote, vendo-o, o declarará imundo.
4 Mas, se a empola na pele de sua carne for branca, e não parecer mais profunda do que a pele, e o pelo não se tornou branco, então, o sacerdote encerrará o que tem a praga por sete dias.
5 E, ao sétimo dia, o sacerdote o examinará; e eis que, se a praga, ao seu parecer, parou, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o encerrará por outros sete dias.
6 E o sacerdote, ao sétimo dia, o examinará outra vez; e eis que, se a praga se recolheu, e a praga na pele se não estendeu, então, o sacerdote o declarará limpo: apostema é; e lavará as suas vestes e será limpo.


Comentário
   INTRODUÇÃO

Além de zelar pelo culto do Senhor, os sacerdotes tinham ainda como função inspecionar a saúde de Israel, fiscalizar-lhe as moradias e regular-lhe a vida social e jurídica. Nesse sentido, eles podem ser vistos também como médicos, sanitaristas e juízes. Todavia, a sua função mais importante era conduzir o povo na Lei de Deus, a fim de torná-lo propício ao Senhor que exige, de cada um de seus filhos, santidade, pureza e distinção. Vejamos, pois, como os sacerdotes levaram os israelitas a ser o povo mais ordeiro, distinto e saudável de seu tempo. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)

Os sacerdotes possuíam, em geral, três categorias de obrigações: eram os responsáveis por ministrar no santuário diante do Senhor, ensinar o povo a guardar a Lei e tomar conhecimento da vontade divina, através do Urim e Turim (Êx 28.30; Ed 2.63; Nm 16.40; 18.5; 2Cr 15.3; Jr 18.18; Ez 7.26; Mq 3.11).
Levítico 9 - 10 identifica vários ministérios sacerdotais. Os sacerdotes deviam oficiar em sacrifícios e ofertas, e assim conduzir em adoração. Eles deviam ‘distinguir entre o santo e o profano’ (Lv 10.10). Deviam também ensinar aos israelitas os decretos de Deus. E tem mais: Os sacerdotes deviam diagnosticar males que tornavam adoradores cerimonialmente impuros (Lv 13 — 14). Ofereciam ritual de purificação para aqueles que fossem recuperados. Examinavam todos os animais sacrificiais para verificar se eram saudáveis e sem defeitos (Lv 22.17-21). Os sacerdotes estabeleciam o valor de todas as mercadorias que eram dedicadas a Deus (Lv 27). Eles supervisionavam o cuidado do Tabernáculo e, mais tarde, do Templo (Nm 3;4). Os sacerdotes anunciavam o início de todas as festas religiosas (Lv 25.9). Atuavam como um tipo de suprema corte, reunida para ouvir os casos difíceis (Dt 17.11). Usavam o Urim e Tumim para transmitir a resposta de Deus a questões expostas pelos líderes da nação (Nm 27.21). E, ainda, acompanhavam o exército, para exortar a confiança em Deus (Dt 20.1-4). Em resumo, eles serviam como guardiões da fé de Israel. Suas obrigações não eram somente rituais, mas chamados para o envolvimento com israelitas comuns em todos os aspectos das suas vidas e relacionamento com o Senhor. Nós que estamos em Cristo somos chamados para o seu real sacerdócio e podemos encontrar direção para o moderno ministério ao meditar na chamada dos sacerdotes do Antigo Testamento(RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia: Uma análise de Gęnesis a Apocalipse capítulo por capítulo. 9.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 81).
 Dito isto, convido-o a pensarmos maduramente a fé cristã!

   TÓPICO l - FUNÇÕES CLÍNICAS

Libertos do Egito, os israelitas corriam o risco de transmitir à próxima geração enfermidades como a lepra (Dt 7.15), a doença mais temida da antiguidade. Por isso, Deus encarregou os sacerdotes de inspecionar clinicamente o seu povo.

1. A inspeção da lepra. Nos tempos bíblicos, a lepra era a doença que causava mais repulsa devido ao seu aspecto e contágio (Lv 13.2). Se Deus não a curasse, médico algum poderia fazê-lo, haja vista o caso do general sírio Naamã (2 Rs 5.1-14). O Senhor Jesus, durante o seu ministério terreno, curou diversos leprosos e ordenou a seus discípulos a que os purificassem em seu nome (Mt 10.8; 11.5). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)
A Lepra (hebraico: tzaraat) era uma palavra usada para várias doenças de pele, manchas em roupas ou paredes, que nós poderíamos chamar hoje de fungo ou mofo, em suma, algo que era cerimonialmente impuro.
A lepra bíblica é a mesma doença que atualmente conhecemos como hanseníase? A Bíblia não menciona de maneira explícita ou inequívoca a hanseníase, como conhecemos a lepra hoje. Quando se fala de pessoas leprosas, a palavra significa uma doença da pele, e pode abranger tipos diferentes de doenças. Em outros casos, a mesma palavra fala de manchas em roupas ou paredes, algo que nós poderíamos chamar hoje de fungo ou mofo. As instruções sobre a lepra, obviamente, serviam para conter uma doença maligna, mesmo séculos antes de cientistas compreenderem como doenças se espalham.
Mas há um segundo – e mais importante – motivo para falar tanto sobre a lepra no Velho Testamento. Há, pelo menos, duas lições espirituais das ordens sobre a lepra:
1. A importância da obediência. Entre as últimas orientações dadas por Moisés ao povo de Israel são estas palavras: “Guarda-te da praga da lepra e tem diligente cuidado de fazer segundo tudo o que te ensinarem os sacerdotes levitas; como lhes tenho ordenado, terás cuidado de o fazer” (Deuteronômio 24:8).
2. A necessidade de distinguir entre o limpo e o imundo. A chave ao entendimento deste significado da lepra aparece em Levítico 14:54-57 – “Esta é a lei de toda sorte de praga de lepra, e de tinha, e da lepra das vestes, e das casas, e da inchação, e da pústula, e das manchas lustrosas, para ensinar quando qualquer coisa é limpa ou imunda. Esta é a lei da lepra.”
Deus usou coisas físicas – sejam doenças, questões de higiene ou diferenças entre animais – para ensinar princípios espirituais.
Quando foi descoberta a imundícia da lepra, não mediam esforço para se livrarem dela. Pessoas leprosas foram publicamente identificadas e afastadas da congregação para não contaminar outros. Quando as tentativas de purificar as casas não foram bem-sucedidas, foi necessário derrubar casas inteiras para não deixar a praga se espalhar (Levítico 14:43-45).
As mesmas leis sobre a lepra não se aplicam hoje, mas os princípios que aprendemos delas têm muita importância para nós.
Devemos ser obedientes a todas as instruções que o Senhor nos deu. E quando a imundícia do pecado invade a nossa vida, devemos agir com urgência para eliminá-lo, mesmo se forem necessárias medidas radicais.
Sejamos santos, para a glória do nosso Senhor perfeito e santo (1 Pedro 1:14-16; 2 Coríntios 6:17-18)”. (por Dennis Allan. Dispinível em: https://www.estudosdabiblia.net/bd13_01.htm. Acesso em: 16 Jul, 2018)



2. A inspeção clínica. Em sua peregrinação à Terra Prometida, os israelitas não contavam com médicos e sanitaristas. Era um luxo restrito aos egípcios (Gn 50.2). Por isso, Deus encarrega os sacerdotes de inspecionar a saúde pública de Israel. Sempre que alguém apresentava algum dos sintomas da lepra deveria encaminhar-se ao sumo sacerdote para ser examinado (Lv 13.1-37). De acordo com o diagnóstico, o paciente era declarado limpo ou impuro. Se constatada a doença, o enfermo era imediatamente separado da comunidade para evitar uma epidemia (Lv 13.46). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)

A Lei não podia curar, mas instruía como proceder em caso de lepra. De acordo com a Lei, uma pessoa leprosa era considerada imunda: “Disse o Senhor a Moisés e a Arão: O homem que tiver na sua pele inchação (inchaço), ou pústula (erupção), ou mancha lustrosa (mancha brilhante), e isto nela se tornar como praga de lepra, será levado a Arão, o sacerdote, ou a um de seus filhos, sacerdotes. O sacerdote lhe examinará a praga na pele; se o pêlo na praga se tornou branco, e a praga parecer mais funda do que a pele da sua carne, é praga de lepra; o sacerdote o examinará e o declarará imundo” (Lv 13.1-3). O diagnóstico era confiado ao sacerdote. Os critérios usados para o diagnóstico da doença eram: inchaço (ou algum tipo de tumoração), pústula e erupção, onde os pêlos se tornaram brancos e a parte afetada aparecia mais afundada que o resto da pele (Lv 13.1-3); caso não se fizesse o diagnóstico de imediato, um novo exame era feito após isolamento de sete dias. Caso houvesse dúvidas ainda, outro exame era feito sete dias depois. Mas a anestesia [supressão da sensação térmica, ou seja, a capacidade de diferenciar entre o frio e o calor, e diminuição da sensação de dor no local, assim como a diminuição da sudorese sobre a mancha, em alguns casos] não é mencionada, nem o espessamento dos nervos superficiais, que são pontos essenciais para o diagnóstico da doença, de modo que a avaliação sacerdotal necessariamente envolvia certo grau de imprecisão.

3. A limitação do sacerdote. Cabia aos sacerdotes inspecionar e diagnosticar os leprosos. Era uma função mais preventiva que curativa. O próprio Senhor Jesus reconheceu a perícia do sacerdote no diagnóstico da doença (Lc 5.14). Quanto à sua cura, só um milagre divino poderia limpar completamente um leproso (2 Rs 5.9-14; Mt 8.1-3). Hoje, apesar dos avanços da medicina, a lepra, modernamente conhecida como Hanseníase, ainda é uma enfermidade assustadora. Entretanto, já não há mais a necessidade de isolar os indivíduos, pois há tratamentos efetivos que curam os portadores da doença. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)

Como disse acima, a lepra descrita no Antigo Testamento não era apenas a atual hanseníase, mas se refere a diversos problemas de pele, bem como de fungos em roupas, utensílios e paredes. A própria palavra “lepra” em hebraico (tzaraat), significa “sofrer doença de pele, ficar leproso”. Esta palavra originou outro termo que é tsara´at que por seu turno significa “doença maligna de pele, lepra”. A hanseníase hoje tem cura e já não é como a lepra no Antigo Testamento, uma doença terrível e incurável. (Leia aqui sobre cura da hanseníase). O comentarista declara: “O próprio Senhor Jesus reconheceu a perícia do sacerdote no diagnóstico da doença (Lc 5.14)”. Na verdade, ao ordenar ao leproso para se apresentar ao sacerdote e fazer a oferta prescrita na lei, Jesus não está reconhecendo nada, mas ele quis mostrar mais uma vez sua submissão à Palavra de Deus. Ao obedecer o que Jesus ordenou, no final do processo que o sacerdote iria realizar, o leproso seria declarado purificado e finalmente restaurado a seu lugar na comunhão com seu povo. Com isso Jesus revela sua preocupação para que a honra e glória sejam atribuídas a Deus.


   TÓPICO II - FUNÇÕES SANITARISTAS

Devido aos povos que a habitavam, Canaã tornou-se doentia e contagiosa (Lv 14.34). Até suas casas e vestes eram tomadas por uma espécie de lepra. Para preservar a saúde dos hebreus, Deus instruiu os sacerdotes a atuarem também como sanitaristas.

1. A função sanitarista do sacerdote. O sanitarista é um especialista em saúde pública; sua função é basicamente preventiva. Manter a cidade livre dos focos de doenças e infecções é o seu trabalho prioritário. Nesse sentido, cabia aos sacerdotes inspecionar as casas e roupas em Israel (Lv 14.34-57). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)
“Hoje sabemos que muitas doenças são devidas a bactérias que se multiplicam rapidamente sob condições favoráveis de escuridão e de umidade. Antes de os homens saberem disso, Deus já tinha providenciado leis higiênicas que preservariam os obedientes destas pragas” (Bíblia Shedd).
“Essas leis foram dadas para saúde e proteção do povo. Elas ajudavam os israelitas a evitar doenças que eram sérias ameaças naquele tempo e lugar. Apesar deles não entenderem as razões médicas para algumas dessas leis, sua obediência a elas os fariam mais saudáveis. Muitas das leis de Deus podiam parecer estranhas aos israelitas. Essas leis, contudo, os ajudavam a evitar não somente contaminação física, mas também contaminação moral e espiritual. A Palavra de Deus provê um padrão para um viver físico, espiritual e mortal saudáveis. Podemos não entender sempre a sabedoria das leis de Deus, mas se as obedecermos, nós iremos prosperar. (Life Application Study Bible).”

2. A lepra na casa. A lepra numa casa tinha início com o aparecimento de manchas verdes e avermelhadas, que, via de regra, pareciam mais fundas que a superfície das paredes (Lv 14.37). Sempre que isso ocorria, o proprietário era instruído a recorrer ao sacerdote, que, após examinar o imóvel, ordenava o seu despejo para que a praga não se espalhasse por toda a propriedade (Lv 14.36). Em seguida, a casa era interditada por sete dias (Lv 14.38). Caso a praga não cedesse, as pedras contaminadas eram retiradas e as paredes todas eram raspadas. Em último caso, o sacerdote tinha autoridade para ordenar a demolição do imóvel (Lv 14.45). Para evitar que a lepra contaminasse outras propriedades, todo o entulho era jogado fora da cidade. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)
A lepra que invade uma casa pode simbolizar o pecado que, querendo tornar conta de uma igreja, que é comparada a uma casa em Ef 2.19-22, e cujos membros são as pedras, 1 Pe 2.5. A primeira coisa a ser feita é remover os móveis, v. 36, que simbolizam todos os hábitos, costumes, cerimônias, e tradições que não têm fundamento na Palavra de Deus. Depois, procuram-se os sinais de corrupção e de podridão, 37; estes se reconhecem logo, seja na prática, na doutrina, seja no culto, pelo contágio que produzem, 39. Procede-se então à remoção das pedras contaminadas, 40 (a excomunhão individual conforme 1 Co 5.1-5). Se depois disto não há cura nem arrependimento, só resta a eliminação da casa, 45 (a rejeição da igreja, Ap 2.5 e 3.16)”. (Disponível em: https://bibliotecabiblica.blogspot.com/2016/05/levitico-14-explicacao-das-escrituras.html. Acesso em: 17 Jul, 2018)
nos vs.33-42 as regulamentações sobre uma casa infectada. Encontramos nestes versos o procedimento que se deveria ter em relação a uma casa infectada pela lepra, isto é, pelo mofo, bolor ou até pelo caruncho. Vale a pena detalharmos essa secção para percebermos suas designações:
1)Cf. o v.34, essas regulamentações seriam válidas principalmente para a época em que Israel habitasse em casas, na Palestina.
2)Ainda cf. o v.34 é necessário um esclarecimento. Essa frase: “e, eu enviar a praga da lepra a alguma casa da terra da vossa possessão...” deve ser bem entendida. Alguém, diante dessas palavras, pode entender que Deus é a fonte imediata de todas as coisas boas ou ruins que nos sobrevém, como p.ex. a lepra. Mas, ao invés de chegarmos a esta conclusão: 1)temos que lembrar que a Bíblia descreve a vontade permissiva de Deus para nós como ato de Deus, cf. Êx 15.26; 1Sm 2.6;Pv 3.33; Is 45.7; 2)temos que lembrar que muitos males são conseqüência da desobediência do ser humano, cf. Gl 6.7-8 e 1Pe 4.14-16; e, 3)temos que lembrar quer muitos males não tem qualquer relação com o mal ou o bem que tenhamos praticado, como vemos o caso do cego em Jo 9.1-3. Portanto, não devemos entender que Deus mandaria a praga sobre alguma casa, mas, se isso acontecesse então vem as regulamentações...
3)Cf. o v.35 o morador da casa é que tinha a responsabilidade de avisar ao sacerdote que tinha suspeita quem sua casa estava contaminada pelo bolor ou mofo.
4)Cf. o 36. o sacerdote deveria pedir que se desocupassem a casa para que ele pudesse examiná-la corretamente e para que os móveis não ficassem contaminados.
5)Depois de um exame acurado, se perceber contaminação, o sacerdote fecharia a casa por sete dias, cf. os vs. 37-38.
6)Cf. os vs. 39-40 Depois de novo exame, constatando que a casa estava contaminada era necessário a retirada das pedras quem apresentavam o bolor ou o mofo e jogassem essas pedras num lugar imundo, fora do arraial.
7)Nos vs. 41-42 as instruções continuam mostrando que, depois da retirada das pedras a casa deveria ser raspada por dentro e até o pó que resultasse dessa raspagem deveria ser jogado fora longe do arraial. E finalmente, com novas pedras limpas se reconstruiria a casa dando também o acabamento.
Querido amigo, todo esse procedimento certamente tinha caráter higiênico, mas também simbolizava a pureza que deveria ter o povo cujo Deus é Santo. Hoje sabemos que em lugares úmidos e escuros a propagação de bactérias que causam bolor ou mofo é facilitada, portanto, preservando a saúde do povo, mas incutindo a necessidade da santidade em suas mentes, Deus deu essas regulamentações...
Mas o texto prossegue nesse mesmo assunto...” (Através da Bíblia - Levítico 14. Disponível em: http://ccrcbdmpn.blogspot.com/2014/07/atraves-da-biblia-levitico-14.html. Acesso em: 17 Jul, 2018)


3. A lepra nas vestes. As vestes também estavam sujeitas à lepra. Nesse caso específico, tratavam-se de mofos e fungos igualmente nocivos à saúde (Lv 13.47-50). De imediato, a roupa deveria ser levada ao sacerdote (Lv 13.51). Se a praga se mostrasse resistente, o vestuário deveria ser queimado, a fim de se evitar a propagação de doenças (Lv 13.52). Deus advertiu solenemente aos israelitas a se guardarem da praga da lepra, pois a doença abria a porta para outras enfermidades e moléstias (Dt 24.8). Por isso, a lepra tornou-se um dos símbolos mais fortes do pecado (Is 1.6). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)

Sendo que as vestimentas são tecidos, e não um organismo vivo, a remoção da parte afetada deveria pôr fim à praga. Havia uma semelhança à lepra no fato de existir a mudança de cores nas manchas, para o verde ou para o vermelho, o que provavelmente era devido à atuação de cogumelos. A limpeza e a higiene exigiam que a praga fosse interrompida e removida. Alguns acham que este trecho se refere ao bolor, ao mofo ou à mangra.
Um leproso usava roupas de luto e devia agir como se a morte já o tivesse vencido. Rasgar as roupas era um sinal costumeiro de calamidade e profunda tristeza (Jó 1.20; 2.12; Mt 26.65). O leproso deveria morar sozinho, e sob nenhuma circunstância poderia entrar na cidade. ele dependia da caridade alheia para viver. “Com o desenvolvimento posterior das sinagogas, foram admitidos ao culto num lugar à parte. Entravam no local de culto antes dos demais adoradores, e saíam depois que a congregação deixava o recinto”. (Bíblia Shedd.)


   TÓPICO III - FUNÇÕES JURÍDICAS

O livro de Levítico apresenta várias disposições jurídicas, a fim de proteger a família, a propriedade privada e, principalmente, a vida humana. Nesse sentido, o sacerdote atuava também como juiz.

1. Proteção da família. Com o objetivo de manter a pureza e a legitimidade no relacionamento familiar, o Senhor, por intermédio de Moisés, proíbe aos israelitas: o sacrifício infantil (Lv 20.2); relações incestuosas (Lv 18.6-9); o abuso sexual doméstico (Lv 18.10); a exposição das filhas à prostituição (Lv 19.29); a homossexualidade e a bestialidade (Lv 18.22,23). Os filhos de Israel, como adoradores do Deus Único e Verdadeiro, eram obrigados a honrar seus pais e a preservar-lhes a autoridade (Lv 19.3; 20.9). Nesse sentido, os sacerdotes atuavam como reguladores da família israelita. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)

Essas leis eram cerimoniais e éticas; as últimas são baseadas nos Dez Mandamentos. A santidade e a perfeição de Deus formam a base para se exigir a justiça da parte de todos aqueles que Lhe pertencem. Jesus disse que deveríamos ser perfeitos, como o é nosso Pai Celestial (Mt 5.48).
Na leitura de hoje, vemos Deus chamando a atenção de volta aos Dez Mandamentos, bem como expondo e re-enfatizando várias leis. O tema dos primeiros quatro mandamentos pode ser resumido no verso 2, “Santidade ao Senhor”, enquanto o tema dos últimos 6 pode ser resumido no versículo 18, “Honra ao próximo.” No entanto, é interessante que os primeiros mandamentos enfatizados nesta linha de lembretes de Êxodo 20 são uma combinação de “honra aos pais ” e ”honra ao sábado“. Infelizmente, nós, como povo de Deus (tanto nos tempos antigos quanto nos atuais) temos a tendência de esquecer de onde viemos e a quem devemos adorar. E assim, Deus está constantemente trazendo os nossos pensamentos de volta para estes dois pontos importantes. “Lembre-se de onde você veio e respeite seus pais. Mas também além de se lembrar deles, lembre-se de Mim, seu Pai celestial! Eu criei você. Você veio de mim! Sua adoração e lealdade pertencem somente a mim, pois eu sou o Senhor vosso Deus”. (Melodious Echo Mason. Disponível em http://revivedbyhisword.org/en/bible/lev/19/. Acesso em: 17 Jul, 2018)

2. Proteção da propriedade privada. A propriedade privada, em Israel, era sagrada; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,8; 1 Rs 21.3). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira amorosa e responsável (Lv 19.9). As colheitas deveriam ser feitas de maneira a atender à carência dos mais pobres (Lv 23.22). Sendo, pois, a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)

Ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam” (Sl 42.1). O Antigo Testamento fala muito sobre a propriedade privada. Em relação à afirmação acima de que todos os bens pertencem ao Senhor, a Escritura diz:
Êxodo 19: 5 declara que "toda a terra é minha".
Êxodo 9:29: "a terra é do Senhor".
Levítico 25:23: "a terra é minha". Deus é o proprietário final, mas delegou os cuidados aos que portam sua imagem. Ele os chamou para dominar ou governar tudo o que fez (Gn 1: 26-28). Ele preserva cuidadosamente os direitos dos indivíduos de manter e usar suas terras e propriedades.
Dois dos Dez Mandamentos, "Não roubarás" e "Não cobiçarás", implicam propriedade privada (Êx. 20:15-17). Roubar envolve tomar algo que é de outra pessoa. Cobiçar envolve desejar o que é de outro. Minimamente, a proibição de roubar significa que é errado tomar a propriedade de outra pessoa sem sua permissão. Esta proibição é sublinhada tanto no Antigo como no Novo Testamento.
As proibições divinas contra os marcadores de fronteiras móveis ocorrem cinco vezes ao longo do Antigo Testamento.
Deuteronômio 19:14 diz: "Não mudes o limite do teu próximo, que estabeleceram os antigos na tua herança."
Esta injunção é repetida em Deuteronômio 27:17: "Maldito aquele que remover os limites do seu próximo".
Provérbios 22:28 diz: "Não removas os antigos limites que teus pais fizeram."
Provérbios 23:10 adverte, "Não removas os limites antigos nem entres nos campos dos órfãos"
Em uma lista dos que fazem o mal, Jó 24: 2 inclui: "Até os limites removem; roubam os rebanhos, e os apascentam."
Em 1 Reis 21, a história da repreensão do profeta Elias de Acabe e Jezabel pelo assassinato de Nabote e sua aquisição de sua vinha é uma clássica história bíblica de roubo. Elias pronunciou severo julgamento sobre Acabe e Jezabel por esta ação perversa. (Art Lindsley)

3. Proteção da vida. Também cabia ao sacerdote inspecionar a edificação das casas (Dt 22.8); a criação de animais (Êx 21.36); a preservação da mulher grávida e do filho que ela trazia no ventre (Êx 21.22). Enfim, a vida nas Escrituras é sagrada; um dom do Criador de todas as coisas (Nm 16.22). Por isso, o Senhor determina no Sexto Mandamento: “Não matarás” (Êx 20.13). Mencionemos ainda as cidades de refúgio, que, administradas pelos levitas, serviam para acolher o que, sem o querer, matava o seu próximo (Nm 35.10-15). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)

A Bíblia começa com o Deus vivo criando coisas vivas. Todas as coisas são dele, por ele e para ele (Romanos 11.36). Tudo na vida deve sua existência a ele. Ele anima todas as coisas. Em resumo, ele é o Deus da vida, um Deus que é vivo e que gera coisas vivas. Mesmo quando o diabo tentou frustrar o seu espetáculo vivo, introduzindo a morte – espiritual e física –, Deus a sobrepujou por meio de Jesus. Nele estava a vida (João 1.4) e essa vida era como o alvorecer de um novo dia trazendo luz para todos os homens e dissipando as trevas do maligno (1 João 2.8). Em Jesus e por sua poderosa ressurreição à vida, Deus está soprando nova vida num mundo tenebroso e caído (2 Coríntios 5.17). Tudo isso está por trás das duas palavras e seis consoantes do texto hebraico de Êxodo 20.13. Ele foi redigido de forma tão simples quanto em nossa Bíblia em português e com notável brevidade: “Não matarás”. Das três palavras hebraicas usadas na Escritura Sagrada para descrever a perda da vida, a que está em Êxodo 20.13 é a mais raramente usada e é muito mais específica. Normalmente, embora nem sempre, é usada em referência ao que chamamos “homicídio”. Homicídio não é meramente o ato de tirar a vida de alguém, mas de tirar a vida de alguém injustamente. Isso, é claro, significa que nem todo ato de matar é proibido. Há casos como a legítima defesa, a guerra justa, a pena de morte e outros, nos quais tirar uma vida não é apenas permitido, mas exigido. (Rev. Brian Tallman é pastor da New Life Presbyterian Church (PCA) em La Mesa, Califórnia, EUA.)

   CONCLUSÃO

A aliança do Senhor com a tribo de Levi era firme e bem conhecida de todo o Israel. Eis por que seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7). Se o Senhor exigiu excelência e correção dos levitas, no Antigo Testamento, como devemos nós agir no âmbito do Testamento Novo? Que o nosso culto seja marcado pelo amor a Deus e ao próximo. Sejamos, pois, uma fiel referência em todas as coisas. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)

Embora tivessem a responsabilidade de serem o referencial de santidade e serviço ao Senhor para a nação, foram, principalmente, os sacerdotes, os culpados pela situação de apostasia em Israel. A advertência de Deus é promulgada em termos da aliança (Ml 2.1). Sete características de um fiel mensageiro de Deus: 1) Possui a vida e paz do Senhor (5a); 2) Teme ao Senhor (5b); 3) Tem a palavra de Deus sempre nos seus lábios (6a); 4) O que fala não está contaminado com o pecado (6b); 5) Anda com o Senhor (6c); 6) Conduz os pecadores para fora do pecado, para a santidade (6d); 7 Prepara-se e procura a instrução do Senhor para poder instruir o seu rebanho (cf. 1 Tm 3.2; 2 Tm 2.14, 15).

“Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Julho de 2018


   PARA REFLETIR

A respeito de “A Função Social dos Sacerdotes”, responda:

1) Quais as atribuições dos sacerdotes quanto ao relacionamento social dos israelitas?
Conduzir o povo na Lei de Deus, a fim de torná-lo propício ao Senhor que exige, de cada um de seus filhos, santidade, pureza e distinção.
2) Qual a função clínica dos sacerdotes?
Cabia aos sacerdotes inspecionar e diagnosticar os leprosos. Era uma função mais preventiva que curativa.
3) Descreva a função sanitarista dos sacerdotes.
Sua função é basicamente preventiva. Manter a cidade livre dos focos de doenças e infecções é o seu trabalho prioritário. Nesse sentido, cabia aos sacerdotes inspecionar as casas e roupas em Israel.
4) Como os israelitas deveriam tratar a propriedade privada?
A propriedade privada, em Israel, era sagrada; uma dádiva de Deus ao seu povo (Êx 3.7,8; 1 Rs 21.3). Por esse motivo, os israelitas deveriam tratar suas casas e campos de maneira amorosa e responsável (Lv 19.9). As colheitas deveriam ser feitas de maneira a atender à carência dos mais pobres (Lv 23.22). Sendo, pois, a terra propriedade do Senhor, não poderia ser explorada de maneira irresponsável e contrária à natureza (Lv 25.3,4). Do texto sagrado, depreendemos que o sacerdote tinha por obrigação supervisionar o uso sustentável da terra.
5) Que qualidades deveriam ter os sacerdotes de acordo com o profeta Malaquias?
Os seus descendentes deveriam ser o mais alto referencial da nação no que tange à Palavra de Deus, à instrução e à administração da justiça (Ml 2.4-7). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 4, 22 Jul 18)