TÍTULO: Adoração,Santidade e serviço
Subtítulo: Os princípios de Deus para
sua igreja em Levíticos.
Comentarista: Claudionor de Andrade
Lição 3
15 de Julho de 2018
Os Ministros do Culto Levítico
Texto Áureo
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Verdade Prática
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“Toma os levitas em lugar de todo primogênito entre os filhos de Israel
e os animais dos levitas em Lugar dos seus animais; porquanto os levitas
serão meus. Eu sou o Senhor.” (Nm 3.45)
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O chamamento divino exige, de cada um de nós, amor, excelência e
dedicação integral ao Senhor da Seara.
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LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
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Levítico
8.1-13
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1 Falou mais o SENHOR a Moisés, dizendo:
2 Toma a Arão, e a seus filhos com ele, e as
vestes, e o azeite da unção, como também o novilho da expiação do pecado, e
os dois carneiros, e o cesto dos pães asmos
3 e ajunta toda a congregação ŕ porta da tenda da
congregação.
4 Fez, pois, Moisés como o SENHOR lhe ordenara, e
a congregação ajuntou-se à porta da tenda da congregação.
5 Então, disse Moisés à congregação: Isto é o que
o SENHOR ordenou que se fizesse.
6 E Moisés fez chegar a Arão e a seus filhos, e os
lavou com água,
7 e lhe vestiu a túnica, e cingiu-o com o cinto, e
pôs sobre ele o manto; também pôs sobre ele o éfode, e cingiu-o com o cinto
lavrado do éfode, e o apertou com ele.
8 Depois, pôs-lhe o peitoral, pondo no peitoral o
Urim e o Tumim;
9 e pôs a mitra sobre a sua cabeça e na mitra,
diante do seu rosto, pôs a lâmina de ouro, a coroa da santidade, como o
SENHOR ordenara a Moisés.
10 Então, Moisés tomou o azeite da unção, e ungiu o
tabernáculo e tudo o que havia nele, e o santificou;
11 e dele espargiu sete vezes sobre o altar e ungiu
o altar e todos os seus vasos, como também a pia e a sua base, para
santificá-los.
12 Depois, derramou do azeite da unção sobre a
cabeça de Arão e ungiu-o, para santificá-lo.
13 Também Moisés fez chegar os filhos de Arão, e
vestiu-lhes as túnicas, e cingiu-os com o cinto, e apertou-lhes as tiaras,
como o SENHOR ordenara a Moisés.
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Comentário
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos como se deu a chamada dos
filhos de Levi para o ministério sacerdotal. Entre outras perguntas, responderemos
a estas: Quem eram os levitas? E por que a sua chamada foi necessária? Veremos
ainda como eles deveriam exercer o seu ofício. À semelhança dos levitas, nós
também fomos chamados a trabalhar na expansão do Reino de Deus. Nesse sentido,
atuamos como nação santa, profética e sacerdotal, proclamando o Evangelho e
intercedendo tanto pelos crentes quanto pelos que ainda não creem. Que o
Espírito Santo nos ajude neste estudo. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 3, 15
Jul 18)
O chamado de Deus para o
ministério vocacional é diferente do chamado à salvação e do chamado que atinge
todos os crentes: o serviço. Trata-se de uma convocação de homens selecionados
para servir como líderes da igreja. O sacerdócio em Israel e a chamada divina são
tratado a partir do capítulo 28 de Êxodo. A razão para esta chamada divina era
a necessidade do povo aprender a adorar a Deus. Era necessário que homens
chamados por Deus cuidassem da prática do culto ao Senhor no Tabernáculo e
também através da congregação de Israel. A tribo de Levi foi separada para o
serviço no Tabernáculo e para o santo ministério sacerdotal. Constuma-se
esquecer que antes da entrega da lei por Deus a Israel, havia sacerdotes, uma
vez que a Bíblia menciona o rei de Salém, Melquizedeque, como “sacerdote do
Senhor” (Gn 14.18; Hb 7.1-3). Antes da lei, qualquer homem podia desempenhar
esse papel desde que possuísse a capacidade para tanto. Já no período
patriarcal, o sacerdócio era desempenhado pelo cabeça de cada família, conforme
lê-se em Gn 8.20; 22. 13; 26.25; 33.20. Com a entrega da Lei, o sacerdócio foi
organizado e separou-se os descendentes de Arão. Todavia, isso não sucedeu de
modo absoluto, pelo que, se é geralmente correto dizer que todos os sacerdotes
pertenciam à tribo de Levi (através de Arão), isso não ocorria no caso de todos
eles. Pode-se dizer que, se um levita pudesse ser achado, ele era a preferência
natural; mas houve exceções a essa regra. Assim, Samuel exercia poderes
sacerdotais, mas ele mesmo não era da tribo de Levi. Talvez seja correto dizer
que Salomão foi um rei - sumo sacerdote; e, no entanto, era da tribo de Judá.
Os profetas também desempenhavam certa função sacerdotal, posto que não formal,
no tabernáculo ou no templo. Em face de sua ocupação, os sacerdotes também eram
juízes. O filho de Mica, que era efraimita, atuou como sacerdote (Jz 17.5).
Outro tanto fizeram alguns dos filhos de Davi (2Sm 8.18), Gideão (Jz 6.26) e
Manoá, este da tribo de Dã (Jz 13.19). Hoje, é comum alguns se arvorarem
levitas por exercerem alguma atividade ligada ao “louvor” dentro da liturgia,
dado as informações acima, sem uma exegese mais profunda, essa ideia cai por
terra.]. Dito isto, convido-o a pensarmos
maduramente a fé cristã!
TÓPICO l - O CULTO NO ANTIGO TESTAMENTO
Em primeiro lugar, vejamos quem foi Levi. Depois,
constataremos quão zelosos foram os seus descendentes e como se deu a sua
vocação ao ofício sagrado.
1.
O nascimento de Levi. Ao dar à luz
a Levi, declarou Lia: “Agora, esta vez se ajuntará meu marido comigo, porque
três filhos lhe tenho dado” (Gn 29.34). Por isso, a esposa desprezada de Jacó
foi impulsionada a dar o nome de Levi ao seu terceiro filho. E, de fato, os
levitas sempre estiveram ligados ao Senhor. Foi assim que o menino passou a ser
contado entre os patriarcas das doze tribos de Israel (At 7.8). (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 3, 15 Jul 18)
O terceiro filho de Jacó e Lia e patriarca
da tribo dos levitas. Levi foi um homem violento mas seus descendentes se
tornaram uma grande tribo.
Deus concedeu, a essa família estendida, a vocação
sacerdotal, sem o direito de possuir propriedade de terra. Os levitas eram
vistos como grupos de pessoas ou famílias que se dedicaram exclusivamente à expansão
e realização do culto de Javé. O material bíblico, a respeito dos levitas, é
amplo e diversificado. Cada grupo ligado a uma tradição de Israel trata o
levita de modo diferenciado (SIQUEIRA, 2007, p. 87).
Conforme Números 8.14, Deus
reservou a Levi e sua descendência por estatuto perpétuo, o exercício das
funções do templo e a condução espiritual do povo de Deus. Deus escolheu os
levitas para serem Seus, por isso a tribo de Levi não é contada entre as tribos
de Israel.
2.
O zelo dos levitas. Levi, pelo que inferimos do texto
sagrado, sempre teve uma postura zelosa e conservadora em relação à honra da
família, haja vista o episódio envolvendo o estupro de sua irmã, Diná (Gn
34.25-31). Mais tarde, após a saída de Israel do Egito, os levitas juntaram-se
a Moisés no combate à idolatria gerada pelo bezerro de ouro (Êx 32.26-28). Eram
homens da maior firmeza (2 Cr 26.17). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 3, 15
Jul 18)
Nesse episódio romântico-trágico são
mencionados nominalmente Simeão e Levi. Jacó havia acabado de voltar para sua
terra natal, com seus filhos e rebanhos. Fez as pazes com seu irmão Esaú e
comprou um campo em Siquém. (Gn 33.19). Esse evento, não fala de zelo, fala
antes de ódio e de desejo de vingança! Fala de traição! Os irmãos de Diná
(Simeão e Levi) tomaram em suas mãos a vingança, matando toda aquela população
por conta de um caso de sedução. Jacó os repreende severamente por este ato de
vingança cruel na profecia ao final do livro de Gênesis (49.5-6). A tribo de
Levi não tinha nada de especial em relação às outras tribos de Israel. Tanto os
membros dessa tribo como os membros das demais tribos eram homens de dura
cerviz e coração endurecido! leia Números 14:21-33.
“Em Números,
capítulo 16, vemos a revolta de Coré (levita), Datã e Abirão (filhos de Rúben)
contra Moisés, elevando-se em seus insensatos corações contra a liderança dele.
Pela leitura do primeiro verso "E Coré, filho de Izar, filho de Coate,
filho de Levi, tomou consigo a Datã e a Abirão, filhos de Eliabe, e a Om, filho
de Pelete, filhos de Rúben" temos a idéia de que Coré foi o propagador da
revolta, tomando então consigo outros homens de Israel”. (Ler mais: https://vozdapalavra.webnode.com.br/news/escolha-soberana-de-deus-a-tribo-de-levi/)
Por que Deus escolheu a tribo de
Levi? Esta escolha deu-se provavelmente na época quando Moisés, indignado por
causa da idolatria praticada pelo povo de Israel, lançou um repto: “Quem é do Senhor venha a mim.” (Êx 32.26).
Israel hesitou. De toda aquela vasta multidão apenas uma tribo ousou pôr-se à
frente: “Então se ajuntaram a ele todos
os filhos de Levi.” (Êx 32.26). Esse corajoso ato da parte da tribo de Levi
certamente influiu em sua escolha para o serviço de Deus. O ofício sacerdotal
foi reservado para Arão e seus descendentes, enquanto os outros trabalhos
auxiliares ficaram sob encargo dos demais integrantes da tribo de Levi (Êx 28.41;
Nm 1.47-51; 3.1-8).
3.
A vocação sacerdotal dos levitas. Não
foi sem motivo que o Senhor escolheu a tribo de Levi como o berço de Moisés e
Arão (Êx 6.14-27). De um lar tão piedoso, saíram homens e mulheres de
comprovada piedade. Aliás, tinha o Senhor uma aliança particular com Levi e sua
descendência (Ml 2.4,5). Tendo em vista o caráter santo e distintivo da tribo
de Levi, aprouve a Deus separá-la para o sacerdócio (Nm 3.45). Nesse processo,
o Senhor apresentou os levitas como resgate de toda a nação de Israel. Ao invés
de cada família entregar o seu primogênito ao serviço divino, a tribo de Levi
foi apartada das demais para dedicar-se inteiramente a Deus (Nm 3.12). Os
levitas, pois, foram concedidos como dons a Israel, assim como os obreiros de
Cristo foram entregues com o mesmo objetivo à Igreja (Ef 4.8-12). (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 3, 15 Jul 18)
Durante a escravatura dos
israelitas no Egito, nasceram os levitas mais famosos de Israel: Moisés e seus
irmãos Arão e Miriã. Debaixo da liderança de Moisés, os israelitas se libertaram
e saíram do Egito, rumo à terra prometida. Miriã era profetisa e Arão foi
escolhido por Deus para ser Seu sacerdote, a ponte entre o povo e Deus (Êx 28.1).
Apesar da dureza de coração daqueles homens, a escolha de Deus não foi mudada,
como está escrito: "Deus não é
homem, para que minta; Nem filho do homem, para que se arrependa" (Nm
23.19). A escolha de Levi nos mostra o quanto Deus é gracioso e que as Suas escolhas
não dependem da conduta de homens! Notemos que uma vez determinado algo sobre a
vida de alguém, nada pode fazer a Sua poderosa mão tornar atrás! "Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e
ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; agindo eu, quem o impedirá?"
(Is 43.13). Os Levitas foram escolhidos para herdar ao próprio Deus como
herança! O próprio Deus incorruptível, Todo Poderoso, Santíssimo e Imaculado
como Herança para Sempre!
TÓPICO II - O SUMO SACERDOTE
O sumo sacerdote de Israel teria de ser,
obrigatoriamente, descendente de Arão, ungido, vitalício e servo de Deus.
1.
Descendente de Arão. O sumo sacerdote era o principal
representante do culto divino no Antigo Testamento (Êx 28.1). Por essa razão, o
Senhor exigia que ele proviesse de uma tribo específica, a de Levi, e de uma
família ainda mais específica, a casa de Arão (Êx 6.16-23). Assim, duplamente
separado, tinha condições de apresentar-se como a maior autoridade espiritual
da nação; era o símbolo da plenitude espiritual requerida pelo Deus de Israel
(Sl 133.1-3). Constituído a favor dos homens nas coisas concernentes ao
Altíssimo, o sumo sacerdote oferecia sacrifícios pelos pecados do povo (Hb
5.1). Portanto, ele fazia a intermediação entre o povo de Israel e o santíssimo
Deus. Era sua responsabilidade também instruir o povo santo (Lv 10.10,11). (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 3, 15 Jul 18)
Como já explanado, em Êxodo 28.1
aprendemos que Arão e seus filhos foram separados para o ministério sacerdotal
no Tabernáculo. Os sacerdotes Levíticos foram ordenados por Deus sob o regime
da Velha Aliança para servirem no Tabernáculo e na adoração no Templo. Seu
trabalho era simbólico e tipificava o verdadeiro sacerdócio de Jesus Cristo,
nosso grande Sumo Sacerdote.
“O trabalho
destes sacerdotes é resumido em Hebreus 5:1-2. Eles deviam ser descendentes de
Arão e tinham de preencher qualificações rígidas (Levítico 21). O traje deles é
descrito em Êxodo. Todo serviço do Tabernáculo estava sob os cuidados deles.
Eles ofereciam sacrifícios, aspergiam sangue, queimavam incenso, trocavam os
pães da proposição e transportavam o Tabernáculo quando necessário. Muitos dos
deveres ligados à pureza cerimonial de Israel estavam também nas mãos deles
(Levítico 12-15 nos dá um exemplo disto). E por fim, os sacerdotes deveriam
instruir a nação na lei de Deus (Dt 33.10)” (O Sacerdócio. Disponível
em: https://www.palavraprudente.com.br/estudos/ron_c/guiaexodo/cap35.html.
Acesso em: 10 Jul, 2018)
Levíticos 21 e 22 falam da
santidade dos sacerdotes e de algumas responsabilidades específicas deles. No estudo
do livro de Levítico, estamos nos preparando para compreender conceitos do Novo
Testamento, onde aprendemos que todos os cristãos são sacerdotes com o
privilégio de oferecer sacrifícios a Deus. O Protestantismo acabou com a
divisão hierárquica católica entre clero e leigos; não temos esta distinção e
cremos que todos o s fiéis são sacerdotes diante de Deus. Pedro disse: “também vós mesmos, como pedras que vivem,
sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de
oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus
Cristo” (1Pd 2,5). (Leia
mais sobre o laicato aqui)
2.
Ungido para o ofício. O Senhor
determinou que o sumo sacerdote fosse ungido a fim de dignificá-lo como
ministro extraordinário do culto divino (Êx 28.41; 29.1-7). Sob a unção divina,
teria condições de tornar a nação israelita propícia diante do Santíssimo Deus
(Hb 5.1). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 3, 15 Jul 18)
O sumo sacerdote (Kohen
Gadol) era o principal dos sacerdotes e o líder espiritual do povo de Israel no
Antigo Testamento. Era sua responsabilidade apresentar os sacrifícios pelos
pecados da nação e consultar a Deus em favor do povo. Trabalhavam no
tabernáculo e depois no templo, oferecendo sacrifícios e louvores a Deus e
ensinando as Escrituras ao povo
“Tanto
o sumo sacerdote como os demais sacerdotes eram ungidos (Êx 29.7; 30.30). Todos
aqueles que são chamados para o serviço de Deus precisam da unção de Deus, isto
é, do poder do Espírito Santo sobre suas vidas para realizarem com excelência a
obra que o Senhor confiou em suas mãos para fazer. O azeite tinha que ser
especial (Êx 30.22-25), não poderia ser misturado, nem com composição
diferente. Sua fórmula era exclusiva, não podendo ser usada para outro fim nem
aplicada em estranhos, mas só para o serviço na obra de Deus (Êx 30.31-33). Deus
não aceita mistura. Sua unção não poderá ser misturada com fórmulas mundanas.
Não há concórdia entre a luz e as trevas (1 Co 6.14-18)’ (COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e o Caminho a
Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 142).
Uma vez por ano, no Dia da
Expiação, o sumo sacerdote entrava na área restrita do templo, chamada de lugar
Santíssimo, para oferecer um sacrifício especial a Deus. Diante da Arca da
Aliança, o símbolo da presença de Deus, o sumo sacerdote oferecia o sangue de
um sacrifício por seus pecados e os pecados de todo o povo durante esse ano.
Assim, todos os pecados seriam perdoados (Lv 16.32-34). Somente o sumo
sacerdote podia entrar no lugar Santíssimo.
3.
Vitalício no cargo. A vitaliciedade do sumo
sacerdócio está patente na história da família de Arão. Antes de este morrer,
Moisés o desvestiu das roupas sacerdotais, para vesti-las em Eleazar, seu filho
(Nm 20.23-29). Mais tarde o mesmo Eleazar seria substituído por seu filho
Fineias (Js 24.33; Jz 20.28). Todavia, no tempo do Novo Testamento, a
vitaliciedade já não era observada (Jo 11.49-51). Ao que tudo indica, havia um
rodízio entre os principais membros da família de Arão (Lc 3.2). (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 3, 15 Jul 18)
Quando um sumo sacerdote
morria, outro era escolhido e consagrado para o trabalho (Êx 29.29-30). Deus estabeleceu
o sacerdócio como “estatuto perpétuo” (Êx 29.9), o que significa que ele era
imutável e deveria ocorrer enquanto o Santuário existisse. A expressão hebraica
traduzida por “perpétuo” nessa passagem traz a ideia de “imutável”. Para
aqueles que iriam exercer esse ministério, ao final das orientações referentes
à cerimônia, Deus promete abençoar todas as obras do seu ofício. O Senhor é
assim: Ele não apenas nos cobra responsabilidades; Ele também promete estar
conosco e nos abençoar em tudo o que precisamos fazer para a sua glória e a
bênção do seu povo.
4.
Servo de Deus. Apesar da importância do cargo, o
sumo sacerdote não era considerado infalível, nem estava acima da Lei de Deus.
Sua obrigação era servir o altar e conservar-se puro, a fim de que o nome do
Senhor fosse exaltado entre os filhos de Israel (Êx 28.43). O capítulo três de
Zacarias descreve a dignidade do sumo sacerdote constituído sobre Israel. (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 3, 15 Jul 18)
O sacerdote estava sujeito a leis
especiais (Lv 10.8). Em referência ao casamento, só poderia tomar mulher que
fosse de sue própria nação, mulher virgem ou viúva, que não fosse divorciada, e
cuja genealogia fosse tão regular como a dos próprios sacerdotes (Lv 21.7; Ed
10.18,19). Usavam vestimentas especiais que consistiam de calções curtos desde
os rins até as coxas; uma camisa estreita, tecida de alto a baixo e sem
costura, descendo até aos artelhos e apertada na cinta por um cíngulo bordado,
simbolicamente ornamentado; uma tiara em forma cônica, tudo feito de linho fino
e branco (Ex 28.40-42). Os sacerdotes e outros oficiais de serviço religioso usavam
um éfode de linho, sem bordados e sem os adornos custosos como o que usava o
sumo sacerdote (1Sm 2.18; 22.18; 2Sm 4.14).
“Os
sacerdotes tinham o direito de receber dízimos e porções determinadas das
oferendas. Cuidavam do santuário e das formas externas do culto, e envolviam-se
no sistema sacrificial. Eram os guardiões das tradições e protegiam a pureza da
adoração. Os sacerdotes comuns realizavam todos os sacrifícios (Lv 1-6),
cuidavam de questões sobre alimentos próprios e impróprios (Lv 13-14), e
estavam encarregados de diversos outros deveres secundários (Nm 10.10; Lv
23.24; 25.9). No judaísmo posterior, o sacerdote (no hebraico, cohen) retinha o
privilégio de pronunciar a bênção sacerdotal, e de ser o primeiro a ler o livro
da lei. Quando o sacerdócio formal caiu e desapareceu da história, os rabinos
retiveram o trabalho dos sacerdotes, em forma simbólica, embora também literal
em outros sentidos, tomando-se então os líderes espirituais do povo de Israel.
Os sacerdotes eram guardiões dos ritos sagrados, os quais promoviam o
conhecimento sobre a santidade de Deus e a necessidade de os homens se
aproximarem dele sem a polução do pecado. mediante os holocaustos apropriados e
a mudança de vida correspondente. Eles queimavam o incenso sobre o altar de
ouro, no lugar santo, o que era mesmo um símbolo das funções sacerdotais.
Também cuidavam das lâmpadas, acendendo-as a cada novo começo de noite; e
arrumavam os pães da proposição sobre a mesa própria a cada sábado (Êx 27.21;
30.7,8; Lv 24.5-8). Eles mantinham a chama sempre acesa no altar dos
holocaustos (Lv 6.9,12); limpavam as cinzas desse altar (vss. 10,11); ofereciam
sacrifícios matinais e vespertinos (Êx 29.38-44); abençoavam o povo após os
sacrifícios diários (Lv 9.22; Nm 6.23-27); aspergiam o sangue e depositavam
sobre o altar as várias porções da vítima sacrificial; sopravam as trombetas de
prata e o chifre do jubileu, por ocasião de festividades especiais;
inspecionavam os imundos quanto à lepra (Nm 6.22 ss. e capítulos 13 e 14);
administravam o juramento que uma mulher deveria fazer quando acusada de
adultério (Nm 5.15); eram os mestres da lei e agiam como juízes quanto às
queixas do povo, tomando decisões válidas quanto aos casos apresentados (Du
17.8 ss.; 19.17; 21.5)” (CHAMPLIN, Russell Norman, Enciclopédia de
Bíblia Teologia e Filosofia. Vol. 6. Editora Hagnos. pag. 16; 17-19.)
TÓPICO III - DIREITOS E DEVERES
Os descendentes de Levi, principalmente os da casa
de Arão, deveriam observar estes direitos e deveres: viver do altar,
santificar-se ao Senhor e ser uma referência moral, ética e espiritual.
1.
Viver do altar. Já que os sacerdotes dedicavam-se
ao ministério do altar, desse mesmo altar deveriam viver (Lv 7.35). Portanto,
não tinham eles direito a qualquer herança territorial entre os seus irmãos,
porque a sua herança e porção era o Senhor (Nm 18.20). Moisés, porém, divinamente
instruído, destinou-lhes cidades estratégicas por todo o Israel (Nm 35.8).
Algumas delas serviam também como refúgio aos que, acidentalmente, matavam
alguém (Nm 35.6). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 3, 15 Jul 18)
“No Antigo Testamento, os
sacerdotes eram designados por Deus para oferecer sacrifícios” (GRUDEM, 1995,
p. 525).
“[...] A
tribo de Levi foi a única que não obteve terras depois de os israelitas terem
conquistado Canaã. Em contrapartida, receberam 48 cidades, espalhadas por todas
as partes do país (Nm 35.7; Js 21.19). Como não receberam terras, não
conseguiam sustentar a si mesmos – seu sustento provinha dos dízimos do
restante de Israel” (HALLEY, 2001, p. 125).
“Além de eles
terem sido separados por Deus para o serviço no Santuário, os levitas foram os
únicos a não receber terra como herança (Números 18:20; Josué 13:33) e nem
podiam dedicar-se ao trabalho secular. Por esta razão o mandamento requeria que
eles fossem sustentados com os dízimos, os quais eram em forma de mantimentos
entregues pelas demais tribos de Israel como recompensa pelos seus trabalhos no
Santuário. A esse respeito Deus declara o seguinte: “Eis que aos filhos de Levi
tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo serviço que prestam, o
serviço da tenda da revelação. ...Porque os dízimos que os filhos de Israel
oferecerem ao Senhor em oferta alçada, Eu os tenho dado por herança aos
levitas; porquanto Eu lhes disse que nenhuma herança teriam entre os filhos de
Israel.” Números 18:21 e 24. Faz-se necessário ressaltar que, de acordo com essa
lei, os sacerdotes tinham o direito de receber dos levitas o dízimo do dízimo
que era entregue pelo povo (Números 18:26-28). Outro detalhe importante é que o
dízimo podia ser comido por suas famílias em qualquer lugar (Números 18:31),
prática esta válida enquanto viviam como nômades” (Dízimo – Uma Análise à Luz da
Palavra de Deus (Parte II). Disponível em: http://verdadeemfoco.com.br/estudo.php?id=76.
Acesso em: 10 Jul, 2018)
2.
Santificar-se ao Senhor. Em virtude
de seu ofício, os sacerdotes deveriam erguer-se, em Israel, como referência de
santidade e pureza. O sumo sacerdote, por exemplo, tinha de ostentar uma faixa
de ouro, em sua mitra, na qual estava escrito: “Santidade ao Senhor” (Êx
28.36). Caso o sacerdote profanasse o seu ofício, seria punido com todo o rigor
(Lv 10.1-3). (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 3, 15 Jul 18)
O sacerdote deveria ministrar no
Santuário perante Deus e ensinar ao povo a guardar a Lei de Deus. Por esta
razão jamais deveriam se contaminar (Lv 21.1-24). E, eventualmente, ele também
tomava conhecimento da vontade divina em situações muito difíceis por meio da
consulta ao Urim e Tumim. Na cabeça, o sumo sacerdote usava a mitra de linho
fino (A mitra era uma cobertura para a cabeça do Sumo-Sacerdote, um tipo de
turbante; o principal propósito da mitra era levar a lâmina de ouro sobre a
testa de Arão). A lâmina ao redor da mitra era de ouro e nela estava gravada a
frase: “Santidade ao Senhor”. A lâmina era presa à parte superior da mitra por
um fio azul (Êx 39.30-31). Ela era uma lembrança constante da aliança de
santidade para o povo de Israel e para o sumo sacerdote em seu chamado.
3.
Tornar-se uma referência espiritual e moral. Os
sacerdotes, por serem responsáveis pela aplicação da Lei de Deus, tinham a
obrigação de ser uma referência espiritual, moral e ética para os filhos de
Israel (Ml 2.1-10). Os filhos de Eli, em consequência de seu proceder,
tornaram-se um péssimo exemplo aos israelitas. E, por causa disso, Deus os
matou (1 Sm 2.25). Andemos, pois, em santidade e pureza diante do Senhor, pois
Ele continua a exigir santidade de todo o seu povo (1 Pe 1.15). (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 3, 15 Jul 18)
Por causa dos juízos do Senhor
contra os rebeldes no tabernáculo (Nm 16.31-35) e sua defesa miraculosa do sumo
sacerdócio de Arão (Nm 17.10-13), os israelitas estavam aterrorizados só de ter
o tabernáculo no meio deles. "Acaso morreremos todos?" (Nm 17.13),
lamentou o povo. Na verdade, a presença de Deus em seu acampamento era a marca
distintiva do povo de Israel (Êx 33.1-16), pois era a única nação a ter a
glória do Deus vivo presente com ela e indo adiante dela (Rm 9.4). Deus falou
especificamente a Arão (Nm 18.1, 8, 20), exaltando ainda mais seu ministério
como sumo sacerdote. O Senhor deixou claro que era responsabilidade dos
sacerdotes ministrar no tabernáculo e guardá-lo da profanação, e era
responsabilidade dos levitas assistir os sacerdotes em seu ministério no
tabernáculo. Desde que os sacerdotes e levitas obedecessem a essas regras, o
povo não seria julgado (v. 5). Qualquer desobediência, até mesmo no modo de se
vestir (Êx 28.35,42,43) ou de se lavar (Êx 30.17-21), era arriscada. Deus considerava
Arão e seus filhos responsáveis pelas ofensas cometidas contra o santuário e o
sacerdócio. O sacerdócio era uma dádiva de Deus a Israel, pois sem os
sacerdotes o povo não poderia chegar a Deus. Os levitas eram a dádiva de Deus aos
sacerdotes, aliviando-os de tarefas servis de modo que pudessem dedicar-se
inteiramente a ministrar ao Senhor e a atender o povo. Os sete homens
escolhidos em Atos 6, normalmente chamados de diáconos, tinham uma relação
semelhante com os apóstolos. Não há menosprezo em servir mesas, mas os
apóstolos tinham um trabalho mais importante a fazer. O sucesso ou o fracasso
dependem da liderança, e Arão era o líder da família sacerdotal. Devia prestar
contas a Deus de tudo o que acontecia no santuário. Deus não habita em templos
feitos por mãos humanas (At 7.48), mas sim em nosso corpo, pelo Espírito Santo (1Co
6.19,20), e no meio de seu povo na congregação local (1Co 3.16ss). Devemos ter
cuidado com a forma como tratamos nosso corpo e com aquilo que fazemos à Igreja
de Jesus Cristo. "Se alguém destruir
o santuário de Deus, Deus o destruirá; porque o santuário de Deus, que sois
vós, é sagrado" (1Co 3.17).
CONCLUSÃO
O sacerdócio levítico era glorioso;
seus membros eram considerados príncipes de Deus (Zc 3.8). Todavia, o Senhor
Jesus Cristo é superior ao sacerdócio levítico, pois é eterno (Sl 110.4; Hb
7.13-17). Quanto a nós, somos uma nação santa, profética e sacerdotal, pois
recebemos a incumbência de proclamar o Evangelho e interceder pelos que perecem
(1 Pe 2.9). Portanto, sirvamos ao Senhor com todo o nosso ser, para que,
através de nossa vida, venha o Reino de Deus a este mundo que jaz no Maligno. (LB CPAD, 3º Trim
2018, Lição 3, 15 Jul 18)
Em síntese, o sacerdote deveria
ministrar no santuário perante Deus e ensinar ao povo a guardar a Lei de Deus.
E eventualmente, ele também tomava conhecimento da vontade divina em situações
muito difíceis por meio da consulta ao Urim e Tumim (Êx 29.10; Nm 16.40; 27.21;
Ed 2.63). No Novo Testamento, o Sumo Sacerdote é Cristo, que através do Seu
sacrifício acabou com a necessidade de novas ofertas e sacrifícios (Hb
7.1-8.13); e todos os cristãos são sacerdotes (Ap 1.6; 5.10). Aliás, a Bíblia
diz que originalmente Deus desejava tornar a nação de Israel, como um todo, em
um reino sacerdotal (Êx 19.6). Há características do ministério sacerdotal que
são, de forma geral, princípios válidos para todo ministro do Senhor até hoje.
As características gerais do ministério sacerdotal são: chamado divino (Hb
5.4); purificação (Êx 29.4); unção e santificação (Lv 8.12); submissão (Lv
8.24-27) e vestes santas para glória e ornamento (Êx 28.2; 29.6,9). Tais
características resultam do caráter regenerado pela mensagem do Evangelho
“Achando-se as tuas palavras, logo as
comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo
teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Julho de 2018
PARA REFLETIR
A
respeito de “Os Ministros do Culto Levítico”, responda:
1) Quem foi Levi?
Foi um dos filhos de Jacó com Lia.
2) Descreva o caráter de Levi.
Levi, pelo que inferimos do texto sagrado, sempre
teve uma postura zelosa e conservadora em relação à honra da família. Após a
saída de Israel do Egito, os levitas juntaram-se a Moisés no combate à
idolatria gerada pelo bezerro de ouro. Eram homens da maior firmeza.
3) Como se deu a chamada dos levitas?
O Senhor escolheu a tribo de Levi como o berço de
Moisés e Arão. De um lar tão piedoso, saíram homens e mulheres de comprovada
piedade. Aliás, tinha o Senhor uma aliança particular com Levi e sua
descendência. Tendo em vista o caráter santo e distintivo da tribo de Levi,
aprouve a Deus separá-la para o sacerdócio. Nesse processo, o Senhor apresentou
os levitas como resgate de toda a nação de Israel. Ao invés de cada família
entregar o seu primogênito ao serviço divino, a tribo de Levi foi apartada das
demais para dedicar-se inteiramente a Deus.
4) Quais as características do sumo sacerdote?
Descendente de Arão, ungido para o ofício,
vitalício no cargo e servo de Deus.
5) Quais os deveres e direitos dos levitas?
Viver do altar, santificar-se ao Senhor, tornar-se
uma referência espiritual e moral. (LB CPAD, 3º Trim 2018, Lição 3, 15
Jul 18)