LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - ADULTOS
2º Trimestre de 2018
Título: Valores cristãos — Enfrentando as questões morais de nosso tempo
Comentarista: Douglas Baptista
Lição 10
3 de Junho de 2018
Ética Cristã e Vida Financeira
Texto Áureo
|
|
Verdade Prática
|
"Por que gastais o dinheiro naquilo que não é
pão? E o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer?" (Is
55.2a)
|
|
As finanças do crente devem ser bem administradas
para ele garantir o sustento da família, contribuir na manutenção da igreja
local e ajudar o próximo.
|
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
|
1 Crônicas 29.10-14; 1Timóteo 6.8-10
|
1
Crônicas 29.10-14
10 Por isso Davi louvou ao SENHOR na presença de toda a congregação; e
disse Davi: Bendito és tu, SENHOR Deus de Israel, nosso pai, de eternidade em
eternidade.
11 Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e
a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, SENHOR,
o reino, e tu te exaltaste por cabeça sobre todos.
12 E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e
na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a
tudo.
13 Agora, pois, ó Deus nosso, graças te damos, e louvamos o nome da tua
glória.
14 Porque quem sou eu, e quem é o meu povo, para que pudéssemos oferecer
voluntariamente coisas semelhantes? Porque tudo vem de ti, e do que é teu to
damos.
1Timóteo
6.8-10
8 Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso
contentes.
9 Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas
concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e
ruína.
10 Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e
nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com
muitas dores.
|
Comentário
INTRODUÇÃO
O Senhor é a fonte de toda riqueza e tanto a prata
quanto o ouro pertencem a Ele (Ag 2.8). Logo, as posses e os bens são
concedidos ao ser humano por meio do nosso Deus. Assim, cada um prestará contas
de tudo o que recebeu nesta vida para administrar (Rm 14.12), inclusive na
esfera financeira (Mt 25.19). Nesta lição, veremos como podemos gerir melhor as
nossas finanças. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 10, 3 Jun 18)
O cristão, como filho de Deus,
dEle recebe todas as coisas, incluindo o dinheiro, que deve ser utilizado de
maneira correta, sensata e temente a Deus, para glória do Seu Nome. É por esta
razão que a vida do cristão deve ser equilibrada e satisfeita com aquilo que
Deus colocou em nossas mãos. Todas as áreas de nossa vida estão norteadas pelas
regras estabelecidas por Deus em sua Palavra, tudo visando o nosso bem-estar; Inclusive
a forma como gastamos nosso dinheiro e a administração dos bens amealhados ao
longo da vida. As riquezas podem ser uma bênção ou podem se tornar uma maldição,
a maneira como desfrutamos dela é que dirá; administrando de modo judicioso,
para glória de Deus e expansão do seu reino, com gratidão pelos bens
adquiridos, seremos recompensados pelo Senhor. Certamente, o equilíbrio e a
bênção na vida financeira começam pelo reconhecimento de quem Deus é – “a fonte de toda riqueza e tanto a prata
quanto o ouro pertencem a Ele” (Ag
2.8). A forma como empregamos nosso dinheiro também demonstra a realidade de
nosso amor por Deus. Devemos honrar a Deus com aquilo que produzimos, com
integridade – “Dai a César o que é de
César e a Deus o que é de Deus” (Mc 12.17) e com alegria e gratidão. Que
possamos utilizar nossos recursos financeiros de modo honesto, como verdadeiros
mordomos de nosso Senhor Jesus Cristo. Saiba-se que a avareza é uma forma de
idolatria (Cl 3.5). Que os princípios que vamos estudar hoje nos orientem na
manutenção ou recuperação de uma vida financeira equilibrada! Dito isto, convido-o a pensarmos maduramente a fé
cristã!
TÓPICO l - UMA TEOLOGIA PARA A VIDA
FINANCEIRA
O equilíbrio financeiro foge dos extremos da
riqueza e da pobreza, e ainda possibilita uma vida desprovida de preocupações
desnecessárias.
1. Vida financeira equilibrada. No livro de Provérbios estão registradas as palavras de Agur (Pv 30.1).
Ele fez dois pedidos ao Senhor pelos quais almejava usufruir antes de sua morte
(Pv 30.7). O primeiro pedido foi por uma vida íntegra, livre da vaidade e da
falsidade (Pv 30.8a). O segundo foi uma vida financeira equilibrada: "não
me dês nem a pobreza nem a riqueza" (Pv 30.8b). O motivo desse segundo
pedido é explicado no versículo nove: "para que, porventura, de farto te
não negue e diga: Quem é o SENHOR? Ou que, empobrecendo, venha a furtar e lance
mão do nome de Deus". Agur desejava dinheiro suficiente para uma vida
digna que não o levasse a pecar. ELe não queria muito dinheiro, objetivando,
assim, evitar a soberba; mas também não desejava que Lhe faltasse para não ser
desonesto. Nesse propósito, ele apenas aspirava à porção necessária para cada
dia (Pv 30.8c). Foi exatamente isso que Cristo nos ensinou a pedir: "o pão
nosso de cada dia dá-nos hoje" (Mt 6.11). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição
10, 3 Jun 18)
Equilíbrio financeiro não
depende do quanto ganhamos, mas de como administramos aquilo que está em nossas
mãos; e isso não tem sido fácil, principalmente, nestes dias, marcados pelo consumismo,
pelo materialismo, pelo viver na moda, pela procura de status, ou seja: uma
vida apoiada sobre falsos valores e em aparências. “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos, e sê
sábio. Pois ela, não tendo chefe, nem guarda, nem dominador, Prepara no verão o
seu pão; na sega ajunta o seu mantimento”(Pv 6.6-8) - Este texto nos fala
de inteligência, integridade e iniciativa - atitudes que Deus valoriza e quer
ver reproduzidas em nosso caráter.
“Muitos
têm ficado em situação difícil, por causa do uso irracional do cartão de
crédito — na verdade, cartão de débito. As dívidas podem provocar muitos males,
tais como falta de tranquilidade (causando doenças); desavenças no lar; perda
de autoridade e independência. Devemos lembrar: “O rico domina sobre os pobres,
e o que toma emprestado é servo do que empresta” (Pv 22.7). Outro problema é o
mau testemunho caloteiro perante os ímpios, quando o crente compra e não paga.
b)
Evitar extremos. De um lado, há os avarentos, que se apegam demasiadamente à
poupança, em detrimento do bem-estar dos familiares. São os “pães-duros”. De
outro lado, há os que gastam tudo o que ganham, e compram o que não podem, às
vezes para satisfazer o exibicionismo a insensatez da concorrência com os
vizinhos e conhecidos, à mania de esbanjar, a inveja de outros, ou por mera
vaidade. Isso é obra do Diabo” (3º Trimestre de 2002. Título: Ética Cristã —
Confrontando as questões morais. Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima. Lição
11: O cristão e as finanças. Data: 15 de setembro de 2002).
2. O perigo do amor do dinheiro. O apóstolo Paulo confirma que a vida moderada é o melhor caminho para
fugir dos Laços e das tentações das riquezas (1 Tm 6.9). É fato que a cobiça
pelo dinheiro corrompe os homens e os faz desviar da fé (1Tm 6.10). Entretanto,
o texto bíblico mostra que o mal em si não está no dinheiro e sim no "amor
do dinheiro". O mal está em perder a comunhão com Deus e passar a
depositar a confiança nas riquezas. A Bíblia revela que essa atitude foi
empecilho de libertação na vida de muitos, como nos exemplos do jovem rico (Lc
18.23), de Judas Iscariotes (Lc 22.3-6) de Ananias e Safira (At 5.1-5) que
valorizaram o dinheiro em detrimento da salvação. Portanto, mesmo que o Senhor
nos permita enriquecer, o salmista nos adverte quanto ao pecado em relação às
riquezas: "se as vossas riquezas aumentam, não ponhais nelas o
coração" (SI 62.10). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 10, 3 Jun 18)
Amor ao dinheiro é o que chamamos de ‘Avareza’. O avarento não passa de um escravo do vil metal - “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda
espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a
si mesmos com muitas dores” (1Tm 6.9,10). Notemos que não há nas Escrituras
uma proibição quanto o enriquecimento, mas há inúmeras advertências quanto à
ambição, cobiça, exploração, usura e à avareza. Ao longo das Escrituras
encontramos muitos servos que foram abastados, possuíram grandes riquezas, como
Abraão e seus filhos depois dele, Jó, Davi, Salomão entre outros, e nenhum
deles foi repreendido por isso. Notemos, também, que o problema real não é o
dinheiro, mas o estado pecaminoso que nos encontramos, nos levando à ganância e
à ambição desenfreada (cf. Pv 28.20). O dinheiro mal usado fatalmente fará o
crente cair em tentação e cilada - "Mas
os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas
concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína”.
(1Tm 6.9). Por isso, solenemente Paulo adverte: "o amor ao dinheiro é raiz de todos os males” (1Tm 6.10). Em 1Tm
6.7-11 o apóstolo Paulo alerta seu filho na fé Timóteo que há um perigo que nos
rodeia que devemos tomar redobrado cuidado, esse perigo é a ganância. Que é o
desejo de ficar rico sem qualquer escrúpulo. A Bíblia nos alerta é que quem é
dominado por esse desejo é levado a ruína e a perdição (1Tm 6. 9).
“Observe como essa ruína e perdição ocorrem. Em primeiro lugar Paulo diz
que essa cobiça é uma tentação, ou seja, procede de Satanás, pois Deus não
tenta ninguém e nem pode ser tentado: “Ninguém, ao ser tentado, diga: Sou
tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele mesmo a
ninguém tenta” (Tg 1.13). Deus prova os seus servos e provação é diferente de
tentação (cf. Gn 22).
Em segundo lugar, Paulo nos diz que isso é uma cilada, uma
armadilha para derrubar os incautos. Essa tentação leva a uma cilada que leva a
muitas concupiscências insensatas e perniciosas, ou seja, o senso moral fica
totalmente ofuscado como resultado da paixão que o domina [2]. A pessoa passa a
agir de forma impensada, pois é dominada por um desejo incontrolável, tal
pessoa perde o senso, ou seja, é dominado por uma concupiscência insensata (sem
senso, que perdeu a razão). Outro detalhe que Paulo nos chama a atenção é que
essa concupiscência é perniciosa. Esse termo quer dizer que é algo prejudicial,
nocivo, ruinoso; perigoso. É como se a pessoa estivesse com uma febre muito
grave, acompanhada de delírios, e amiúde mortal.
Em terceiro lugar, Paulo fala que tal desejo leva a pessoa
à morte; morte essa que pode ser tanto espiritual quanto física, pois a pessoa
é afogada na ruína e perdição. Paulo está dizendo que tal pessoa está em total
decadência e desgraça. Esse é o preço pago pela ganância. Um exemplo disso é o Mister Colibri, onde
milhares de pessoas pensam que irão ficar ricas ou até mesmo milionárias da
noite para o dia ganhando cerca de 240% de lucro ao mês. Isso não existe, mas
tem pessoas cegas pela ganância que não conseguem ver isso.” (Silas Alves
Figueira, ‘Quando a ganância nos domina’. Disponível em: http://www.napec.org/heresias-igreja/quando-a-ganancia-nos-domina/. Acesso em: 29 maio,
2018)
TÓPICO II - MEIOS HONESTOS PARA GANHAR DINHEIRO
Ganhar dinheiro não é pecado, mas uma necessidade
indispensável. Trabalhar de modo honesto para o sustento de sua família é uma
atitude altruísta.
1. Trabalho e emprego. Desde a queda no Éden, o homem precisa empregar esforços para obter os
bens de que necessita para sobreviver. Disse Deus: "No suor do teu rosto,
comerás o teu pão..."(Gn 3.19a). Assim, o trabalho passou a ser um meio
legítimo para prover o sustento humano. O Senhor Jesus ensinou que "digno
é o trabalhador do seu salário" (Lc 10.7 - ARA). Quando escreveu aos
irmãos de Tessalônica, Paulo enfatizou que o trabalho é um meio digno de ganhar
dinheiro (1Ts 2.9). Porém, no afã de obter o seu salário, o cristão não pode
envolver-se com meios ilícitos ou criminosos (Pv 11.1; 20.10), nem tampouco
explorar ou extorquir seu semelhante (Am 2.6). A responsabilidade individual de
trabalhar para o próprio sustento é tão relevante que a Bíblia condena o
preguiçoso (Pv 21.25; 22.13) e ainda assevera: "Se alguém não quiser
trabalhar, não coma também"(2Ts3.10). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 10, 3
Jun 18)
“A ética bíblica nos orienta que devemos trabalhar com afinco para
fazermos jus ao que percebemos. Desde o Gênesis, vemos que o homem deve
empregar esforço para obter os bens de que necessita. Disse Deus: “No suor do
teu rosto, comerás o teu pão…” (Gn 3.19a). O apóstolo Paulo escreveu, dizendo:
“Porque bem vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadiga; pois, trabalhando
noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós, vos pregamos o evangelho
de Deus” (1Ts 2.9); “e procureis viver quietos, e tratar dos vossos próprios
negócios, e trabalhar com vossas próprias mãos, como já vô-lo temos mandado”
(1Ts 4.11). “Se alguém não quiser trabalhar, não coma também”(2Ts 3.10). Daí, o
preguiçoso que recebe salário está usando de má fé, roubando e insultando os
que trabalham. O cristão não dever recorrer a meios ou práticas ilícitas para
ganhar dinheiro, como o jogo, o bingo, a rifa, loterias, e outras formas
“fáceis” de buscar riquezas. Em Provérbios, lemos: “O homem fiel abundará em
bênçãos, mas o que se apressa a enriquecer não ficará sem castigo” (Pv 28.20).
O cristão também não deve frequentar casas de jogos, como cassinos e
assemelhados. Esses ambientes estão sempre associados a outros tipos de
práticas desonestas, como prostituição e drogas. O trabalho diuturno deve ser
normal para o cristão. A preguiça não condiz com a condição de quem é nascido
de novo. Jesus deu o exemplo, dizendo: “Meu Pai trabalha até agora, e eu
trabalho também” (Jo 5.17). O livro de Provérbios é rico em exortações contra a
preguiça e o preguiçoso (Pv 6.9-11).” (3º Trimestre de 2002. Título: Ética Cristã — Confrontando
as questões morais. Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima. Lição 11: O
cristão e as finanças. Data: 15 de setembro de 2002).
2. Escolarização e Mobilidade Social. A sociedade é formada por classes sociais. A possibilidade de um cidadão
trocar de classe é denominada "mobilidade social". Um dos meios
disponíveis para isso é a escolarização, ou seja, a educação acadêmica. A
escolarização proporciona a capacitação profissional e o acesso a níveis
superiores de ensino. Os que alcançam maior escolarização possuem maior
probabilidade de encontrar empregos com bons salários. No entanto, o cristão
precisa tomar cuidado na busca de seu aprimoramento intelectual para não ser
enredado por meio de filosofias e vãs sutilezas (Cl 2.8). Precisa também ter em
mente que não devemos buscar conhecimento por vanglória ou para nos considerar
melhor que outros (Fp 2.3). Assim, o padrão bíblico está em usarmos a escolarização
e a ascensão social para servir melhor o Reino de Deus (Fp 2.4,21; 1Co
10.32,33). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 10, 3 Jun 18)
“O termo
mobilidade social significa o deslocamento de indivíduos ou grupos entre
posições socioeconômicas diferentes. Em sociedades regidas pelos regimes de
castas ou estamentos, essa mobilidade é praticamente inexistente, uma vez que a
posição social do indivíduo está estabelecida desde o seu nascimento e não pode
ser alterada. Nas sociedades ocidentais modernas – onde o capitalismo é o modo
de produção predominante – a mobilidade entre diferentes classes sociais é mais
freqüente. Tal mobilidade pode se dar em dois sentidos: de forma ascendente
(quando há um aumento nos ganhos financeiros e, conseqüentemente, um maior
acesso a bens e serviços) ou, no sentido contrário, de forma decrescente.” (Camila
Betoni, ‘Mobilidade social’. Disponível em: https://www.infoescola.com/sociologia/mobilidade-social/. Acesso em: 29 maio,
2018)
Ainda segundo Camila Betoni, Mestre em Sociologia Política
(UFSC, 2014), “o número de pessoas que
transitam entre uma classe e outra torna-se um importante indicador do grau de
democracia de um país” (Mobilidade
Social). Assim, teoricamente, há a possibilidade de ascendermos
socialmente, e o meio para alcançarmos isso é sem dúvida a educação de boa
qualidade, esta, aliás, não está acessível a todos.
“Houve algum progresso nos últimos anos, que ajudou a reduzir a
desigualdade. Segundo o IBGE, 47,4% das pessoas com mais de 25 anos atingiram
um nível de instrução superior ao do pai e 51,4% ao da mãe. Mas os dados também
revelam que persistem as dificuldades de progredir nos estudos para aqueles que
nascem em famílias menos instruídas. Entre aqueles cujos pais não tinham
instrução, 63,6% se mantiveram no mesmo nível ou conseguiram apenas começar o
ensino fundamental, sem chegar à conclusão. Apenas 4% dos filhos de pais
analfabetos completaram o ensino superior, o equivalente a um milhão de
pessoas. Já dos que têm pais com ensino superior, 69,1% completaram o curso
universitário. Em geral, quanto maior a instrução, maior o rendimento do
trabalho do pai, e o filho entra no mercado de trabalho mais tarde. Quanto mais
precária a situação profissional dos pais, mais as crianças precisam contribuir
para o orçamento da família. A maioria dos filhos de agricultores, 59,6%,
começou a trabalhar antes dos 13 anos, geralmente na mesma atividade do pai, e
tem menos tempo para estudar. Por outro lado, 37% dos profissionais de ciências
e artes entram no mesmo ramo dos pais depois dos 20 anos e podem estudar mais.
Da população pesquisada, 73,9% começaram a trabalhar até os 17 anos; sendo que
um terço começou ainda criança, com menos de 13 anos” (Educação ainda é
grande barreira à mobilidade social. Disponível em: https://www.forumensinosuperior.org.br/cms/index.php/noticias/item/educacao-ainda-e-grande-barreira-a-mobilidade-social. Acesso em: 29 maio, 2018)
TÓPICO III - COMO ADMINISTRAR O DINHEIRO?
A mordomia das finanças é de responsabilidade de
todos os membros da família. A má gestão financeira provoca endividamento e
constrangimentos desnecessários.
1. Fidelidade na Casa do Senhor. A boa administração financeira tem início com a fidelidade do cristão na
entrega dos dízimos e das ofertas. O dízimo era praticado antes da Lei (Gn
14.18-20), requerido no período da Lei (Ml 3.7-10) e permaneceu em vigor na
Nova Aliança (Mt 23.23; Lc 11.42). É mandamento da Lei e da Graça - da antiga e
da nova dispensação. Entregar os dízimos significa devolver ao Senhor a décima
parte de todos os nossos rendimentos. Já a oferta é extra ao dízimo. Tanto um
quanto outro devem ser dados com alegria (2 Co 9.7), amor, altruísmo e
voluntariedade. O sentimento que deve predominar no coração do crente no
momento da entrega solene é o da gratidão a Deus: "O povo se alegrou com
tudo o que se fez voluntariamente; porque de coração íntegro deram eles
liberalmente ao SENHOR; também o rei Davi se alegrou com grande júbilo."
(1Cr 29.9-ARA). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 10, 3 Jun 18)
“Mordomo quer dizer,
literalmente, ecônomo, isto é, aquele que é incumbido da direção da casa, o
administrador. É aquela pessoa a quem é entregue tudo quanto o senhor possui
para ser cuidado e desenvolvido. É aquele a quem o senhor incumbe o governo
daquilo que lhe é mais precioso." – Walter Kachel – Lições de
Mordomia. A mordomia cristã é é um princípio bíblico - “Assim, se vocês não forem dignos de confiança com as riquezas deste
mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas?” (Lc 16.11),
considerando que Deus é dono de tudo (1 Cr 29.11), precisamos ser fiéis em tudo
- “Ora, além disso, o que se requer dos
despenseiros é que cada um seja encontrado fiel” (1Co 4.2). Diante disso, como
contribuir para o reino de Deus?
1. Sacrificalmente, isto é, algo que custo alguma coisa
para você: 2 Co 8.2, Pv 11.24-25
2. Alegremente: 2 Co 9.7
3. Voluntariamente, não por que é "lei": 2 Co
8.3, 9.7
4. Regularmente (pelo menos uma vez por mês): 1 Co 16.2
5. Começar pelo dízimo (10% da renda total): Ml 3.8, 10-11,
Lc 11.42
2. Estabelecendo prioridades. A Bíblia ensina que o dinheiro serve de proteção (Ec 7.12 - ARA).
Contudo, o dinheiro somente será uma bênção se a família souber administrar os
rendimentos. Estipular prioridades e metas a serem atingidas é o caminho mais
fácil para aplicar habilidosamente os recursos e evitar o desperdício (Pv
21.5). As metas devem ser estabelecidas, obviamente, de acordo com as condições
financeiras da família. O planejamento evita aplicação do dinheiro em
atividades supérfluas ou desnecessárias (Is 55.2). Nesse sentido, as
prioridades devem ser ordenadas pela necessidade e urgência de cada situação.
Assim, uma administração transparente e sincera demonstra temor de Deus na
aplicação das finanças da família (l Tm 5.8). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 10,
3 Jun 18)
O dinheiro em si é neutro. Tudo depende do uso que
se faz dele. 1 Tm 6.10 ensina que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os
males, e não o dinheiro em si.
“Vivemos em
um mundo extremamente capitalista. A mídia nos sufoca de propagandas e
campanhas publicitárias que, em geral, possuem um objetivo muito claro: gerar
necessidade nas pessoas. Desse modo, compramos o que não precisamos, com o
dinheiro que não temos, para agradar as pessoas e mostrar para a sociedade que
somos capazes. Capazes de quê? Antes de
decidir comprar algo, se pergunte: Eu realmente preciso disso? Posso realmente
pagar? Quero mesmo isto?
a) não
devemos gastar sem sabedoria. Muitos são compulsivos e gastam o que não têm, e
se tornam prisioneiros. “Por que gastar dinheiro naquilo que não é pão e o seu
trabalho árduo naquilo que não satisfaz?” (Is 55.2).
b) O
crente deve honrar seus compromissos. A nossa palavra tem de ter valor; tem de
ter valor de documento.
c)
economizar para alcançar. Além de orar e pedir ao Senhor, o crente deve
aprender a planejar (economizar) para alcançar seus objetivos. Pare com os
gastos desnecessários! Coloque seus propósitos diante do Senhor.
d)
Cuidado com os empréstimos.“...o que toma emprestado é servo do que
empresta. ” (Pv 22.7,26,27)” (SÉRIE MORDOMIA NA FAMÍLIA. Disponível
em: http://www.batistadopovo.org.br/PortalIBP/licoes/9193-mordomia-nas-financas. Acesso em: 29 maio, 2018)
Se não houver planejamento para o uso do dinheiro e
impulsivamente gastá-lo, não demora muito, problemas chegarão. Muitos não estão
dizimando ou ofertando porque se enredaram com dívidas – muitas vezes
desnecessárias. Se estiver endividado, sair dessa situação começa com um bom
planejamento. Em seguida, coloque-se diante do Senhor com o propósito de não
contrair mais dívidas e ore por isso. Se necessário, procure ajuda do seu
pastor ou de sua liderança na execução do seu planejamento. Dizimar é muito
importante para a manutenção e progresso da obra do Senhor, mas se você estiver
endividado e for necessário fazer a escolha: ‘dizimar ou pagar dívida’, opte
por honrar com seus credores, nisto você estará honrando o Nome do Senhor. Pagar
dívidas é um dever; dizimar é "opcional". A doação financeira
sacrificial faz parte do chamado de Deus para todos os cristãos e não podemos
negligenciar esse chamado, adoramos à Deus quando devolvemos o dízimos e
ofertamos. No entanto, se for realmente impossível pagar a dívida e continuar a
dizimar ao mesmo tempo, não seria errado diminuir a doação, ou temporariamente
parar por completo, e quitar as dívidas – não voltando a se enredar nelas.
3. Evitando as dívidas. A falha no estabelecimento de prioridades provoca o endividamento.
Quando a família não planeja suas compras acaba por contrair dívidas acima de
suas posses, assim, o lar passa a sofrer privações e se torna refém do credor,
pois "o que toma emprestado é servo do que empresta" (Pv 22.7). O
comprometimento da renda familiar acarreta uma série de outros prejuízos, tais
como: impaciência, nervosismo e desavenças no lar. Para evitar essas
desagradáveis situações é aconselhável comprar tudo à vista (Rm 13.8), não ser
fiador de estranhos (Pv 11.15; 27.13), fugir dos agiotas (Êx 22.25; Lv 2536) e
ser fiel nos dízimos e nas ofertas (Ml 3.10,11). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição
10, 3 Jun 18)
Muitos têm ficado em situação difícil, por causa do
uso irracional do cartão de crédito (que aliás, é comprar o que não precisa com
o dinheiro que não tem). Perdemos o sono, a tranquilidade, a saúde; aparecem as
desavenças no lar e toda sorte de problemas que nos desafiam a continuar... Foi
por isso que o sábio escreveu: “O rico
domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que empresta”
(Pv 22.7). Quantos de nós estamos escravizados pelo banco, pagando altas taxas
de juros pelo cheque especial, pela dívida do cartão de crédito, pela
agiotagem? Ou aquele bem adquirido quando não poderíamos comprá-lo? E não
somente escravizados mas, dando o mau testemunho de ‘caloteiro’ perante os ímpios, comprando e não pagando.
“b) Evitar
extremos. De um lado, há os avarentos, que se apegam demasiadamente à poupança,
em detrimento do bem-estar dos familiares. São os “pães-duros”. De outro lado,
há os que gastam tudo o que ganham, e compram o que não podem, às vezes para
satisfazer o exibicionismo a insensatez da concorrência com os vizinhos e
conhecidos, à mania de esbanjar, a inveja de outros, ou por mera vaidade. Isso
é obra do Diabo.
c)
Comprar à vista, se possível. Faz bem quem só compra à vista. Se comprar a
prazo, é necessário, que o crente avalie sua renda e, quanto vai se comprometer
com a prestação assumida, incluindo os juros. É importante que se faça um
orçamento familiar em que se observe quanto ganha, o que vai gastar (após pagar
o dízimo do Senhor), e sempre procurar ficar com alguma reserva para
imprevistos.
d) Não
ficar por fiador. Outro cuidado importante, é não ficar por fiador. A Bíblia
desaconselha isso (Pv 11.15; 17.18; 20.16; 22.26; 27.13). Outro perigo é
fornecer cheque para alguém utilizar em seu nome. Conheço casos de irmãos que
ficaram em aperto por isso. É importante fugir do agiota. É verdadeira maldição
quem cai na não dessas pessoas, que cobram “usura” ou juros extorsivos (Êx
22.25; Lv 25.36).
e) Pagar
os impostos. Em Romanos 13.7, lemos: “Portanto, dai a cada um o que deveis: a
quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem
honra, honra” (Rm 13.7). A sonegação de impostos acarreta prejuízo para toda a
nação. O cristão não deve ser contrabandista pois isso não glorifica a Deus” (3º Trimestre de 2002. Título: Ética Cristã — Confrontando
as questões morais. Comentarista: Elinaldo Renovato de Lima. Lição 11: O
cristão e as finanças. Data: 15 de setembro de 2002).
CONCLUSÃO
O cristão deve trabalhar honesta e diligentemente
para suprir o sustento de sua família. Ele deve administrar bem seus recursos a
fim de não pecar contra Deus e não expor a sua família ao vexame moral e
privações. Devemos, em primeiro lugar, confiar que Deus suprirá todas as nossas
necessidades (Fp 4.7); em segundo, fazer todo o possível ao nosso alcance para
bem administrar os recursos que Deus nos deu.. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 10, 3 Jun 18)
O cristão não foi chamado para
acumular riquezas, mas para dar tanto quanto Deus o dirige a fazê-lo. Deus é a
fonte de tudo aquilo que foi colocado em nossas mãos, e deve ser honrado com
isso. Os Seus benefícios ultrapassam os custos. "E isto afirmo: aquele que semeia pouco também ceifará; e o que semeia
com fartura com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver
proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a
quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que,
tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra"
(2Co 9.6-8).
“Para que a
generosidade seja manifesta exteriormente, o coração deve antes estar
enriquecido de amor e compaixão sinceros para com o próximo. Dar de nós mesmos
e daquilo que temos, resulta em: (1) Suprir as necessidades dos nossos irmãos
mais pobres; (2) louvor e AÇÕES de graças a Deus (v.12) e (3) amor recíproco da
parte daqueles que recebem a ajuda”. Para conhecer mais leia Bíblia de
Estudo Pentecostal, CPAD, p.1782.
“Achando-se as tuas palavras, logo
as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque
pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Maio de 2018
PARA REFLETIR
A respeito do tema "Ética Cristã e Vida
Financeira" responda:
• Quais foram os dois pedidos de Agur?
O primeiro pedido foi por uma
vida íntegra, livre da vaidade e da falsidade. O segundo foi uma vida
financeira equilibrada.
• Contra os laços e a tentação das riquezas, o que
o apóstolo Paulo confirma?
O apóstolo Paulo confirma que a
vida moderada é o melhor caminho para fugir dos laços e das tentações das
riquezas.
• Elenque os meios honestos de ganharmos dinheiro.
Trabalho, emprego, escolarização
e mobilidade social.
• Qual é o início da boa administração financeira?
A boa administração financeira
tem início com a fidelidade do cristão na entrega dos dízimos e das ofertas.
• A sua vida financeira está em ordem ou em
desordem? Por que não começar colocar em prática as sugestões mostradas nesta
lição?
Resposta pessoal. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 10,
3 Jun 18)