LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - ADULTOS
2º Trimestre de 2018
Título: Valores cristãos — Enfrentando as questões morais de nosso tempo
Comentarista: Douglas Baptista
Lição 8
20 de Maio de 2018
Ética Cristã e Sexualidade
Texto Áureo
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Verdade Prática
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"Venerado seja entre todos o matrimônio e o
leito sem mácula; porém aos que se dão à prostituição e aos adúlteros Deus os
julgará." (Hb 13.4)
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A sexualidade é uma dádiva divina que deve ser
usufruída dentro dos parâmetros instituídos pelo Criador.
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LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
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1 Coríntios 7.1-16
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1 ORA, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não
tocasse em mulher;
2 Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e
cada uma tenha o seu próprio marido.
3 O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a
mulher ao marido.
4 A mulher não tem poder sobre o
seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido
não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher.
5 Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum
tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez,
para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.
6 Digo, porém, isto como que por
permissão e não por mandamento.
7 Porque quereria que todos os homens fossem como eu mesmo; mas cada um
tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra.
8 Digo, porém, aos solteiros e às viúvas, que lhes é bom se ficarem
como eu.
9 Mas, se não podem conter-se, casem-se. Porque é melhor casar do que
abrasar-se.
10 Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se
aparte do marido.
11 Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com
o marido; e que o marido não deixe a mulher.
12 Mas aos outros digo eu, não o Senhor: Se algum irmão tem mulher
descrente, e ela consente em habitar com ele, não a deixe.
13 E se alguma mulher tem marido descrente, e ele consente em habitar
com ela, não o deixe.
14 Porque o marido descrente é santificado pela mulher; e a mulher
descrente é santificada pelo marido; de outra sorte os vossos filhos seriam
imundos; mas agora são santos.
15 Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão,
ou irmã, não esta sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz.
16 Porque, de onde sabes, ó mulher, se salvarás teu marido? ou, de onde
sabes, ó marido, se salvarás tua mulher?
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Comentário
INTRODUÇÃO
Se por um lado a sexualidade tem sido desvirtuada
na sociedade pós-moderna, por outro Lado alguns cristãos insistem em tratar o
assunto como tabu. Embora o tema possa trazer desconforto para alguns, a
sexualidade humana não pode ser subestimada. Por isso, estudaremos o conceito
da sexualidade, o propósito do sexo segundo as Escrituras e o casamento como o
parâmetro para o sexo. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 8, 20 Maio 18)
O tabu deste assunto no meio cristão tem causado
problemas, por isso é necessário, mesmo que muitos se sintam desconfortáveis,
tratarmos sobre a fé e sexo segundo a visão bíblica. Uma lição apenas é pouco
para dirimir todas as dúvidas, mas o momento deve ser útil para incentivar a
busca por conteúdo que discuta como o cristão deve lidar com sua própria
sexualidade, o significado do sexo, como deve encará-lo e as muitas
dificuldades da castidade em uma sociedade onde os relacionamentos são
banalizados e consumíveis e a sexualidade tem sido tratada como mero elemento
hormonal e como promotor de satisfação pessoal. Infelizmente, o sexo, no
aspecto negativo e pecaminoso, tem dominado nossa cultura de forma destrutiva
para o homem. As sociedades (moderna e antiga) transformaram a beleza da
sexualidade em uma deusa, que é adorada, e a quem pessoas servem
cotidianamente. O crente precisa entender, em primeiro lugar, que foi Deus quem
criou a sexualidade (partes “sexuais” no homem e na mulher), criando-os com um
sistema nervoso para que possam desfrutar de prazeres delicados e saudáveis. Em
segundo lugar, a sexualidade faz parte do indivíduo, mas ela não é o maior alvo
de vida para o homem, e sim a Salvação em Cristo. Em terceiro lugar, o prazer
sexual foi projetado por Deus para ser desfrutado somente no casamento. O
relaxamento dos valores familiares e, principalmente, da espiritualidade, nos
desperta para estudar esse tema à luz das Escrituras. Dito isto, convido-o a pensarmos maduramente a fé
cristã!
TÓPICO l - SEXUALIDADE; CONCEITOS E
PERSPECTIVAS BÍBLICAS
Sexo e sexualidade possuem conceitos próprios, pois
ambos constituem-se atos da criação divina.
1. Conceito de Sexo e Sexualidade. A biologia define "sexo" como um conjunto de características
orgânicas que diferenciam o macho da fêmea. O sexo de um organismo é definido
pelos gametas que produzem. Gametas são células sexuais que permitem a
reprodução dos seres vivos. O sexo masculino produz gametas conhecidos como
"espermatozoides" e o sexo feminino produz gametas chamados
"óvulos". A expressão "sexo" ainda pode ser usada como
referência aos órgãos sexuais ou a prática de atividades sexuais. Já o termo
"sexualidade" representa o conjunto de comportamentos, ações e
práticas dos seres humanos que estão relacionados com a busca da satisfação do
apetite sexual, seja pela necessidade do prazer ou da procriação da espécie. (LB
CPAD, 2º Trim 2018, Lição 8, 20 Maio 18)
Segundo o dicionário Priberam da
Língua Portuguesa, sexo (latim sexus,
-us), tem os seguintes significados:
1. Diferença física ou
conformação especial que distingue o macho da fêmea (ex.: sexo feminino, sexo
masculino).
2. Conjunto dos indivíduos que
têm o mesmo sexo (ex.: vestiário para o sexo feminino).
3. Relação sexual. = COITO,
CÓPULA
4. Conjunto dos órgãos sexuais
externos. ("sexo", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa
[em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/sexo [consultado em
13-05-2018]
Já o termos sexualidade, encerra
o sentido de:
1. Qualidade do que é sexual.
2. Modo de ser próprio do que
tem sexo.("sexualidade", in Dicionário Priberam da Língua
Portuguesa [em linha], 2008-2013, https://www.priberam.pt/dlpo/sexualidade
[consultado em 13-05-2018].).
O sexo do indivíduo é
definido através da interação de genes que estão situados em pares homólogos,
ou seja, cromossomos sexuais (heterossomos ou alossomos). Existem quatro tipos
de determinação sexual: XY, XO, ZW e ZO. Tipo XY: Nos seres humanos, o sexo é
determinado pelo sistema XY. O homem tem 44 autossomos + XY, sendo
heterogamética: 22 A + 22 A + Y. E as mulheres têm 44 autossomos + XX, sendo
homogamética: 22 A + X. Mesmo sendo diferentes os cromossomos masculinos dos
femininos, esses cromossomos sexuais são homólogos e pareia-se na meiose, porém
no cromossomo masculino não há cromátides, e por esse motivo o pareamento deles
é parcial. Nas regiões homólogas, há pareamento entre os cromossomos X e Y, e
nas regiões não homólogas, não há pareamento entre os cromossomos X e Y. O
homem produz dois tipos de espermatozóides, sendo que são compostos de
quantidades iguais de cromossomo X e cromossomo Y, por isso é chamado de
heterogamético. Já a mulher é considerada homogamética, pois no óvulo que ela
produz há apenas um cromossomo X. Se o óvulo for fertilizado por um
espermatozóide que possui cromossomo X, consequentemente o zigoto terá um
cromossomo X e um Y, isso quer dizer que o sexo do filho será masculino. Caso
contrário, se o óvulo for fertilizado por um espermatozóide X, o zigoto terá
dois cromossomos X, e o sexo dele será feminino. Todo este processo de
definição do sexo ocorre na fecundação. (Determinação do sexo por cromossomos
sexuais). Disponível em:
https://www.colegioweb.com.br/determinacao-e-heranca-relacionada-ao-sexo/determinacao-do-sexo-por-cromossomos-sexuais.html.
Acesso em: 14 Maio, 2018). http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/sexualidade-e-espiritualidade/
2. O sexo foi criado por Deus. No ato da criação Deus fez o homem e a mulher sexualmente diferentes:
"macho e fêmea os criou" (Gn 1.27). Portanto, o sexo faz parte da
constituição anatómica e fisiológica dos seres humanos. Homens e mulheres, por
exemplo, possuem órgãos sexuais distintos que os diferenciam sexualmente. Sendo
criação divina, o sexo não pode ser tratado como algo imoral ou indecente. As
Escrituras ensinam que ao término da criação "viu Deus tudo quanto tinha
feito, e eis que era muito bom" (Gn 1.31). Desse modo, o sexo não deve ser
visto como algo pecaminoso, sujo ou proibido. Tudo o que Deus fez é bom. O
pecado não está no sexo, mas na perversão de seu propósito. (LB CPAD, 2º Trim
2018, Lição 8, 20 Maio 18)
Em Genesis encontramos
a descrição do ato divino de criação e distinção entre os gêneros - o
relacionamento mais íntimo de todos havia sido estabelecido por Deus,
relacionamento este que é a união permanente do “homem e sua mulher” no
casamento (Gn 2.21-25). Deus declarou Adão e Eva como marido e mulher e eles se
tornaram uma só carne (Gn 2.24). Tal envolvimento sexual é sempre para marido e
mulher, casados, que pertencem um ao outro. O sexo fora do casamento é,
portanto, condenado na Bíblia.
“Como visto, Deus faz tudo com propósito.
Isso inclui a nossa sexualidade. O fato do ser humano nascer do sexo masculino
ou feminino não é por acaso. Toda vez que isso acontece, os propósitos eternos
de Deus para as suas criaturas racionais são manifestos, a saber: a glória de
Deus na formação da família. “Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem
esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea.” (Gn 2:18). Observe
que tanto aqui, quanto em Gn 1: 27-28 citado acima, Deus basicamente conduziu
Eva pela mão ao altar até Adão, oficializando o primeiro casamento entre o
primeiro homem e a primeira mulher. Deste modo, se estabeleceu o precedente de
que, embora diferentes, homens e mulheres, como repositórios da imagem de Deus,
são iguais e de que o casamento é um dom a ser desfrutado por um homem e uma
mulher. Portanto, Deus criou o corpo masculino e feminino para que o prazer
sexual fosse desfrutado dentro do casamento sem que eles tivessem que se
envergonhar, o que se apreende dos famosos versos, “[…] Por essa razão, o homem deixará pai e mãe e
se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne. O homem e sua mulher
viviam nus, e não sentiam vergonha.”” (Gn 2: 24-25). (O PROPÓSITO DE
DEUS PARA NOSSA SEXUALIDADE. Disponível em: http://www.iparacaju.org/2014/05/30/o-proposito-de-deus-para-nossa-sexualidade/. Acesso em: 14 Maio,
2018)
3. A sexualidade é criação divina. Ao criar o homem e a mulher, Deus também criou a sexualidade: "E
Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a
terra..." (Gn 1.28). O relacionamento sexual foi uma dádiva divina
concedida ao primeiro casal, bem como às gerações futuras: "deixará o
varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma
carne" (Gn 2.24). Sempre fez parte da criação original de Deus a união
sexual entre o homem e a sua mulher, formando assim, ambos uma só carne. O
livro poético de Cantares exalta a sexualidade e o amor entre o marido e a sua
esposa (Ct 4.10-12). Portanto, não é correto "demonizar" o desejo e a
satisfação sexual. Assim como o sexo, a sexualidade também não é má e nem
pecaminosa. O pecado está na depravação sexual que contraria os princípios
estabelecidos nas Escrituras Sagradas. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 8, 20 Maio
18)
A banalização do sexo nesta
geração tem por meta final coisificar, degradar e aviltar o que Deus criou. Temos
o dever de anunciar que o sexo não é pecado, é dádiva, aliás, homem e mulher
foram criados com a capacidade de dar e sentir prazer. O homem pós queda e tudo
nele tende a contrariar o divino, e o que foi criado belo, como a suma
intimidade, foi desvirtuado (1Ts 4.3-9; Pv 6.32; Rm 1.24-28). É por esta razão
que aqueles que vivem de acordo com os preceitos de Deus são mais felizes nesta
área do que aqueles que se entregam à devassidão (1Co 7.5; Hb 13.4).
“O sexo foi criado por Deus para dar prazer
dentro do casamento. Quando “Abraão e Sara já eram velhos, de idade bem
avançada, e Sara já tinha passado da idade de ter filhos” (Gn 18.11), Deus
disse-lhes que eles teriam um filho. “Por isso [Sara] riu consigo mesma, quando
pensou: ‘Depois de já estar velha e meu senhor já idoso, ainda terei esse
prazer?’” (v. 12). Existe um “prazer” genuíno entre marido e mulher na
intimidade do casamento. Abimeleque, rei dos filisteus, pensou que Rebeca fosse
irmã de Isaque: “Certo dia, Abimeleque... estava olhando do alto de uma janela
quando viu Isaque acariciando Rebeca, sua mulher” (26.8). Isaque provavelmente
estava beijando Rebeca e talvez iniciando as preliminares do relacionamento
sexual com sua mulher. Deus deu ao homem uma atração natural pela mulher, e deu
à mulher uma atração pelo homem. Alguém pode não entender o relato bíblico que
declara que o ato de fazer a corte possui uma rica história (cf. Ct 2.8-17). A
tragédia é que homens e mulheres pecaminosos desobedecem ao projeto de Deus e
entram na intimidade sagrada da satisfação sexual sem os laços do casamento.
Por este motivo, Deus ordenou: “Não adulterarás” (Êx 20.14). Deus também
ordenou: “Entre vocês não deve haver nem sequer menção de imoralidade sexual
como também de nenhuma espécie de impureza... pois essas coisas não são
próprias para os santos” (Ef 5.3).”. (Ron J. Bigalke. ‘A Bíblia, o
Casamento e a Sexualidade’. Disponível em: https://www.chamada.com.br/mensagens/biblia_casamento_sexualidade.html. Acesso em: 14 Maio,
2018)
TÓPICO II - O PROPÓSITO DO SEXO SEGUNDO AS ESCRITURAS
1. Multiplicação da espécie humana. A finalidade primordial do ato sexual refere-se à procriação. Deus
abençoou o primeiro casale disse-lhes: "Frutificai e multiplicai-vos, e
enchei a terra" (Gn 1.28). Tal como o Criador ordenara a procriação dos
animais (Gn 1.22), também ordenou a reprodução do género humano. Neste ato.
Deus concedeu ao ser humano os meios para se multiplicar, assegurando-Lhe a
dádiva da fertilidade. Depois da queda no Éden (Gn 3.11,23), e a consequente
corrupção geral (Gn 6.12,13), o Altíssimo enviou o dilúvio como juízo para
eliminar o género humano (Gn 6.17), exceto Noé e sua família (Gn 7.1). Passado
o dilúvio, Noé recebeu a mesma ordem recebida por Adão: "E abençoou Deus a
Noé e a seus filhos e disse-lhes: frutificai, e multiplicai-vos, e enchei a
terra" (Gn 9.1). A terra, que outrora fora despovoada, agora deveria ser
repovoada por Noé a fim de dar continuidade aos desígnios divinos (Gn 3.15, cf.
Rm 16.20). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 8, 20 Maio 18)
Noé, como pai da
humanidade resgatada do dilúvio, recebe uma bênção semelhante a do Gn 1.28,
embora não inclui os mandatos "subjuguem" e "senhoreiem". A
função do sexo dentro do casamento é tríplice: unir, recrear e procriar. Todos
estes papéis demonstram a necessidade da fidelidade conjugal. Sempre que o
relacionamento sem igual do casamento é quebrado pelas relações sexuais
extraconjugais, a pessoa não somente destruiu a união sem igual do casamento
como também diminuiu a possibilidade do prazer verdadeiro, sem falar do
enfraquecimento da base da estabilidade para quaisquer filhos desta união.
2. Satisfação e prazer conjugal. Por muito tempo ensinou-se que a procriação era o único propósito da
relação sexual. O Concílio de Trento (1545-1563) disciplinou a pratica sexual
com fins exclusivos de reprodução e proibiu o sexo aos domingos, nos dias
santos e no jejum quaresmal. Não obstante, a Bíblia também se refere ao sexo
como algo prazeroso e satisfatório entre o marido e a sua esposa: "Seja
bendito o teu manancial, e alegra-te com a mulher da tua mocidade..." (Pv
5.18,19); e ainda: "Goza a vida com a mulher que amas" (Ec 9.9}. Assim,
na união conjugal, como também ensina o Novo Testamento, o homem e a sua mulher
devem buscar a satisfação sexual (1Co 7.5). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 8, 20
Maio 18)
É interessante notar
que muitos costumes adquiridos na época medieval só foram sofrer liberação com
a Reforma Protestante, como o divórcio, por exemplo, proibido pelo catolicismo,
passou a ser aceito na Igreja Anglicana. Mas as igrejas protestantes que
surgiram na Alemanha, Inglaterra e Holanda continuaram bem rigorosas no que se
refere às práticas sexuais.
“O 19º Concílio Ecumênico da Igreja, mais
conhecido como o Concílio de Trento, por ter se reunido em sua grande parte na
cidade de Trento, ao norte da Itália, realizou 25 sessões plenárias em três
períodos distintos, de 1545 a 1563. O primeiro período foi de 1545 a 1547. O
segundo começou 4 anos depois, em 1551, e terminou no ano seguinte. O último
período começou 10 anos mais tarde, em 1562, e terminou no ano seguinte. A essa
altura, a Reforma Protestante já tinha se espalhado por todos os países da
Europa Ocidental e da Europa Setentrional. A abertura do Concílio de Trento
deu-se 28 anos depois do rompimento de Martin Lutero com Roma (outubro de 1517)
e 9 anos depois da primeira edição das Institutas da religião cristã, de João
Calvino, em 1536 (um livro de formato pequeno, com 516 páginas). Outras edições
em latim e francês já tinham sido publicadas. Por ocasião da abertura do
Concílio (13 de dezembro de 1545), todos os reformadores, exceto Úlrico
Zuínglio, ainda estavam vivos: Martin Lutero com 62 anos, Guilherme Farel com
56, Filipe Melanchton com 48, João Calvino com 36 e João Knox com 31. Lutero
morreria no ano seguinte (1546). O propósito do Concílio de Trento era fazer
frente à Reforma Protestante, reafirmando as doutrinas tradicionais e arrumando
a própria casa. Houve portanto duas reações distintas, uma na área teológica e
outra na área vivencial. Um dos papas teria confessado que Deus permitiu a
revolta protestante por causa dos pecados dos homens, “especialmente dos
sacerdotes e prelados”.” (O Concílio de Trento. Disponível em: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/255/o-concilio-de-trento. Acesso 14 Maio,
2018)
3. O correto uso do corpo. No ato sexual ocorre a fusão de corpos: "Assim não são mais dois,
mas uma só carne"(Mt 19.6). O sexo estabelece um vínculo tão forte entre
os corpos que os torna uma só pessoa. Como os nossos corpos são membros de
Cristo (1Co 6.15), e templo do Espírito Santo (1Co 3.16), as Escrituras proíbem
o uso do corpo para práticas sexuais ilícitas (1Co 6.16). São condenadas,
dentre outras, as relações incestuosas (Lv 18.6-18), o coito com animal (Lv
18.23), o adultério (Êx 20.14) e a homossexualidade (Rm 1.26-27). O corpo não
pode servir a promiscuidade (1Co 6.13), mas deve glorificar a Deus, o nosso Pai
(1Co 6.20). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 8, 20 Maio 18)
Já no início da Igreja
encontramos a questão sexual sendo abordada com firmeza sendo os crentes exortados
a se absterem, entre outras coisas, das tais relações sexuais ilícitas (At 15.20,
29; 21.25). A Bíblia de Estudo Genebra comentando este texto afirma que o termo
‘relações sexuais ilícitas’ “é bastante ampla e inclui, além do
adultério, vários pecados de natureza sexual”. Há aqueles que entendem esta
passagem como inclusiva àquelas uniões irregulares enumeradas em Lv 18.6-18.
“Os cristãos não estão livres para exercer
sua sexualidade de qualquer jeito. Eles estão debaixo de normas, que vêm desde
o “princípio da criação” (Mc 10.6), portanto, bem antes da lei de Moisés.
Embora tenha mostrado misericórdia com os infratores, Jesus não aboliu nem
abandonou essas normas. Ao contrário, enquanto a lei enfatizava a concretização
do adultério, Jesus pôs-se contra o adultério na sua fase embrionária, quando é
praticado apenas na mente (Mt 5.27). Jesus foi a primeira pessoa da história
bíblica a usar a expressão “relações sexuais ilícitas” (Mt 5.32; 19.9). Os
apóstolos foram fiéis à teologia sexual do “princípio da criação”, de Moisés,
dos profetas e de Jesus”. (Relações sexuais fora da lei. Disponível
em: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/284/relacoes-sexuais-fora-da-lei. Acesso em: 14 Maio,
2018)
TÓPICO III - O CASAMENTO COMO LIMITE ÉTICO PARA O SEXO
O casamento é o legítimo limite ético dos impulsos
sexuais que podem ser satisfeitos sem que se incorra em atos pecaminosos.
1. Prevenção contra a fornicação. A fornicação está relacionada ao contato sexual entre pessoas solteiras,
ou seja, não casadas. Para prevenir este pecado, o apóstolo Paulo orienta os
cristãos a se casarem: "por causa da prostituição [ou fornicação], cada um
tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido." (1Co
7.2). Os ensinos de Paulo ratificam o propósito divino do casamento, ou seja,
"um homem para cada mulher" (Gn 2.24). Este princípio também foi
defendido por Jesus: "deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua
mulher" (Mt 19.5). Deste modo, a legitimidade cristã para a satisfação dos
apetites sexuais entre um homem e uma mulher restringe-se ao casamento
monogâmico heterossexual (1Co 7.9). Toda prática sexual realizada fora destes
moldes constitui-se em sexo ilícito. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 8, 20 Maio
18)
A reforma Protestante
inseriu novamente a sexualidade como dom concedido por Deus ao ser humano, e resgatou
o casamento, não apenas como metáfora teórica da relação entre Cristo e a
Igreja, mas como experiência abençoada por Deus e destinada a todos os que a
desejassem. A sexualidade vivida dentro do casamento é complementar à Espiritualidade
– isso porque, para o cristão, não existe o sagrado e o profano, mas tudo deve
ser feito para a máxima glória de Deus. “Donald Goergen afirma que sexualidade
e espiritualidade não são inimigas, mas amigas” (DSP, p.99). De fato não
podemos separar os dois temas, a beleza da sexualidade só poderá ser percebida
de verdade se houver também espiritualidade.
Em 1º Coríntios 7
Paulo responde às perguntas feitas pelos crentes daquela Igreja a respeito da
vida conjugal. O compromisso do casamento importa em cada cônjuge abrir mão do
direito exclusivo ao seu próprio corpo e conceder esse direito ao outro
cônjuge. Isso significa que nenhum dos cônjuges deve deixar de atender os
desejos sexuais normais do outro. Tais desejos, dentro do casamento são
naturais e providos por Deus, e evadir-se da responsabilidade de satisfazer as
necessidades maritais do outro cônjuge é expor o casamento às tentações de
Satanás no campo do adultério (v. 5). O casamento é uma barreira para a onda de
fornicação (relações sexuais fora do casamento).
“Menos de 5 anos depois, por volta do ano 55,
Paulo afirma categoricamente “à igreja de Deus que está em Corinto” que “nem
imorais [ou libertinos, ou impudicos, ou devassos] nem idólatras, nem
adúlteros, nem homossexuais passivos [ou efeminados, como está na EP, CNBB e
TEB, ou depravados, como está na BJ] ou “ativos” [ou sodomitas, como está na
ERA, CNBB e EP, ou pederastas, como está na TEB ou “pessoas de costumes
infames”, como está na BJ], nem ladrões, nem avarentos, nem alcoólatras, nem
caluniadores, nem trapaceiros herdarão o Reino de Deus” (1 Co 6.9,10, NVI).
Pouco mais adiante, no mesmo capítulo, aconselha-os: “Fujam da imoralidade
sexual” (6.18, NVI). A ordem é fugir do “pecado sexual”, ou da “devassidão”, ou
da “prostituição”, ou da “fornicação”, como querem outras versões, e não se
aproximar dela ou deixar que ela se aproxime deles, porque “o nosso corpo não
existe para praticar a imoralidade, mas para servir ao Senhor” (6.13, NTLH).
Além do mais, Paulo quer que os coríntios saibam que o corpo deles “é o santuário
do Espírito Santo” (6.19). Porque a cultura de Corinto era acentuadamente
libidinosa, é nesta epístola que Paulo mais fala sobre as distorções sexuais.
Noutra exortação, por exemplo, ele tenta criar neles o temor do Senhor nessa
área: “Não pratiquemos imoralidade, como alguns deles fizeram — e num só dia
morreram vinte e três mil” (10.8). O apóstolo se reporta à imoralidade sexual
cometida ostensivamente pelos israelitas na travessia do deserto, quando as
moabitas se ofereceram a eles (Nm 25)”. (Relações sexuais fora da lei.
Disponível em: http://www.ultimato.com.br/revista/artigos/284/relacoes-sexuais-fora-da-lei. Acesso em: 14 Maio,
2018)
2. O casamento e o leito sem mácula. As Escrituras ensinam que o casamento é digno de honra (Hb 13.4) e que a
união conjugal deve ser respeitada por todos (Mt 19.6). O leito conjugal não
pode ser maculado por ninguém. Quem o desonrar não escapará do juízo divino (Hb
13.4b). Aqui a desonra refere-se ao uso do corpo para práticas sexuais ilícitas
com ênfase nos casos de relações extraconjugais (1Co 6.10). Inclui também as
relações conjugais resultante de divórcios e de segundo casamentos antibíblicos
(Mt 19.9). Embora, muitas vezes, os imorais escapem da reprovação humana, não
poderão fugir da ira divina (Na 1.3). A práxis da sociedade e a condescendência
de muitas igrejas não invalidam a Palavra de Deus. (LB CPAD, 2º Trim 2018,
Lição 8, 20 Maio 18)
Paulo honrou com excelência o matrimônio quando o
comparou ao relacionamento entre Cristo e a igreja (Ef 5.22-33). Ele não só
cita o texto de Gênesis 2.24, mas adiciona: “Grande é este mistério, mas eu me
refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5.32). Fica claro que há uma ligação muito
íntima e espiritual entre o relacionamento do homem e da mulher com o
relacionamento da igreja com Cristo. Não poderia deixar de citar o fato de
Paulo ter indicado o celibato (1Co 7.1,8), porém, no mesmo capítulo 7 de
Coríntios, ele se preocupou em reafirmar o valor do casamento nos padrões
bíblicos. (ULTIMATO).
Leito sem mácula é leito sem mancha, sem
contaminação, sem infâmia. As relações sexuais fora do casamento nunca foram
aceitas, quer em Israel, quer na Igreja Primitiva, a julgar pela quantidade de
leis contra a fornicação e a impureza sexual e pelas leis e exemplos que
fortalecem o casamento como instituição para o povo de Deus em todas as épocas.
Em Hb 13.14, o autor fala basicamente, sobre sexo. Temos uma clara ordem para honrarmos
dois ambientes sexuais intercambiáveis: o matrimônio e o leito sem mácula. Deus
julgará os que vivem uma sexualidade oposta ao que deveria ser honrado, ou
seja, os que vivem em prostituição e os que vivem em adultério. Podemos
perceber, sem muito esforço, que matrimônio é contrastado com prostituição e
leito sem mácula, com adultério.
“Deus criou o
homem (macho) e, posteriormente, a mulher com a finalidade de uni-los,
tornando-os “uma só carne”. Gênesis 2.24 “enfatiza a completa identificação
das duas personalidades no casamento. A passagem nos diz que Deus instituiu o
casamento e que este deve ser monogâmico e heterossexual, a união completa
entre duas pessoas (homem e mulher)” (Charles C. Ryrie, A Bíblia Anotada e
Expandida, Editora Mundo Cristão, p.10). Deus reafirma esse padrão em Marcos
10.7-9 e Efésios 5.31. Notem também em 1Coríntios 7.2 a ênfase que Paulo
apresenta: “Cada um tenha a sua própria esposa, e cada uma, o seu próprio
marido”. Deus efetivamente excluía a poligamia de qualquer tipo que fosse. A
afirmação de Paulo também implica que, uma vez consumado o casamento, a união
é permanente até que a morte os separe (1Co 7.39-40; Mc 10.7-9).” (Sexualidade e
Espiritualidade. Disponível em: http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/vida-crista/sexualidade-e-espiritualidade/.
Acesso em: 14 Maio, 2018).
CONCLUSÃO
O sexo e a sexualidade são atos da criação divina e
não podem ser tratados como algo pecaminoso e nem como mero elemento de
procriação ou fonte de prazer. Cabe ao cristão cumprir o propósito estabelecido
por Deus para a sexualidade (Gn 2.24). O desvirtuamento desse padrão implicará
punição aos que praticam a imoralidade (Hb 13.4). Portanto, vivamos para a
glória de Deus! (LB CPAD,
2º Trim 2018, Lição 8, 20 Maio 18)
Sexualidade faz parte do projeto
de Deus, e o sexo é bênção de Deus no casamento, expressão de amor e forma de
comunicação – ambos se tornaram uma só carne (Mc 10.8). O que Deus projetou
para o homem (Gn 2.24) cumpre-lhe obedecer. O padrão de Deus determina caráter
santo e piedoso. O rompimento desse padrão implica punição (Rm 1.26-27). Seja
com relação ao ato sexual, ou outra área da vida, melhor é obedecer a Deus que
seguir as práticas do mundo (1Jo 2.15-17). Toda atitude sexual que ocorre fora
do casamento é considerado como um ato de prostituição. As Escrituras ordenam: “Fugi da prostituição”, e completa: “Todo o pecado que o homem comete é fora do
corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo” (1 Co 6:18).
Fuja de toda atitude prostituta, fuja de todo ato sexual que acontece fora do
matrimônio.
“Achando-se as tuas palavras, logo
as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque
pelo teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Maio de 2018
PARA REFLETIR
A respeito do tema "Ética Cristã e Sexualidade", responda:
• Qual a diferença entre "sexo" e
"sexualidade"?
A biologia define
"sexo" como um conjunto de características orgânicas que diferenciam
o macho da fêmea. Já o termo "sexualidade" representa o conjunto de
comportamentos, ações e práticas dos seres humanos que estão relacionados com a
busca da satisfação do apetite sexual, seja pela necessidade do prazer ou da
procriação da espécie.
• Por que o sexo não pode ser tratado como algo
imoral ou indecente?
Sendo criação divina, o sexo não
pode ser tratado como algo imoral ou indecente.
• Qual a finalidade primordial do sexo?
A finalidade primordial do ato
sexual refere-se à procriação.
• A finalidade do sexo, segundo a Bíblia, é só para
procriar?
Não, a satisfação e o prazer
conjugal também são finalidades do sexo.
•O que é fornicação?
A fornicação é o contato sexual
entre pessoas solteiras, ou seja, não casadas. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 8, 20 Maio 18)