LIÇÕES BÍBLICAS CPAD - ADULTOS
2º Trimestre de 2018
Título: Valores cristãos — Enfrentando as questões morais de nosso tempo
Comentarista: Douglas Baptista
Lição 6
6 de Maio de 2018
Ética Cristã e Suicídio
Texto Áureo
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Verdade Prática
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"O ladrão não vem senão a roubar, a matar e a
destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância." (Jo
10.10)
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O início e o término de nossa vida são
prerrogativas exclusivas de Deus.
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LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Almeida Corrigida e Revisada Fiel
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1 Samuel 31.1-6
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1 OS filisteus, pois, pelejaram contra Israel; e os homens de Israel
fugiram de diante dos filisteus, e caíram mortos na montanha de Gilboa.
2 E os filisteus perseguiram a Saul e a seus filhos; e mataram a
Jônatas, e a Abinadabe, e a Malquisua, filhos de Saul.
3 E a peleja se agravou contra Saul, e os flecheiros o alcançaram; e
muito temeu por causa dos flecheiros.
4 Então disse Saul ao seu pajem de armas: Arranca a tua espada, e
atravessa-me com ela, para que porventura não venham estes incircuncisos, e
me atravessem e escarneçam de mim. Porém o seu pajem de armas não quis,
porque temia muito; então Saul tomou a espada, e se lançou sobre ela.
5 Vendo, pois, o seu pajem de armas que Saul já era morto, também ele
se lançou sobre a sua espada, e morreu com ele.
6 Assim faleceu Saul, e seus três filhos, e o seu pajem de armas, e
também todos os seus homens morreram juntamente naquele dia.
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Comentário
INTRODUÇÃO
A expressão "suicídio" vem do Latim sui
(a si mesmo) e caedere (matar, cortar) que significa "matar a si
mesmo", também conhecida como "morte autoinfligida". Essa
prática tem sido um mal silencioso e o índice de pessoas que se suicidam vem
crescendo assustadoramente. Nesta lição, estudaremos o suicídio nas Escrituras
e no mundo, seus tipos e o posicionamento cristão quanto ao tema. (LB CPAD, 2º
Trim 2018, Lição 6, 6 Maio 18)
“O termo suicídio foi utilizado pela primeira vez em 1737 por
Desfontaines, cujo significado tem origem no latim, na junção das palavras sui
(si mesmo) e caederes (acção de matar), ou seja, é um ato que consiste em pôr
fim intencionalmente à própria vida”. (Dicionário inFormal)
“Em alguns idiomas, como o inglês, o verbo suicidar(-se) não existe: uma
pessoa commits suicide, ou seja, comete suicídio. Moralmente errado, mas
etimologicamente correto.” (Dicionário Etimológico)
Este é um tema atualíssimo e cheio de controvérsia
no meio cristão evangélico, dado algumas posições distintas quanto à salvação
do suicida. Uma lição apenas não será suficiente para elucidar a questão, primeiro
por que esta é uma questão muito difícil para se responder com certeza; Na
realidade, ela possa ser respondida com absoluta certeza. Assim, embora
possamos fazer alguns esforços para determinar a condição espiritual da pessoa,
no final das contas é o juízo final de Deus sobre a alma de uma pessoa.
Segundo, algumas linhas teológicas acreditam que o suicídio seja um pecado
imperdoável e nos Evangelhos lemos que o pecado imperdoável é blasfemar contra
o Espírito Santo (Lc 12.10). Em essência temos, então, quatro posições: (1) Todo aquele que comete suicídio, sob qualquer
circunstância, vai para o inferno (posição Católica Tradicional); (2) Um
cristão nunca chega a cometer suicídio, porque Deus impediria; (3) Um
cristão pode cometer suicídio, mas perderá sua salvação, e (4) Um
cristão pode cometer suicídio, sem que necessariamente perca sua salvação. Vale, ainda, afirmar que o sacrifício de Cristo
na cruz perdoou todos os nossos pecados: passados, presentes e futuros (Cl 2.13-14,
Hb 10.11-18). Assim, concluímos que dependendo da corrente teológica defendida,
quanto à segurança da salvação, um cristão defenderá a condenação ao inferno do
suicida (Arminianos) ou que, mesmo tirando a própria vida, sua salvação estará
garantida, porque esta não se perde jamais (Reformados). O que é certo
afirmarmos convictamente é que Deus é o autor da vida e não está dentro dos
nossos direitos acabar com qualquer vida, até mesmo a nossa. E como a lição
trata de ética cristã, devemos tratar esse assunto com muito temor e amor,
muitos irmãos na fé foram atingidos por essa tragédia em suas famílias, e
muitas vezes temos sido cruéis com estes ao tratarmos do tema, afirmando
convictamente sobre um fato não estabelecido de forma definitiva. Agostinho
tinha razão ao dizer: “Naquilo que é
essencial, unidade; naquilo que é duvidoso, liberdade; e em todas as coisas,
caridade”. Dito isto, convido-o a pensarmos maduramente a fé cristã!
TÓPICO l - O SUICÍDIO NAS ESCRITURAS E NO
MUNDO
As Escrituras registram seis casos de suicídio:
cinco no Antigo Testamento e um no Novo. Em situação de conflito, homens se
desesperam e tiram a própria vida no mundo todo.
1. No Antigo Testamento. A história de Sansão mostra que a tarefa dele era a de derrotar os
filisteus (Jz 13.5). Mas ele revelou o segredo de sua força e foi preso.
Decidido a cumprir sua missão, na festa a Dagon, derrubou o templo sobre si e
seus inimigos (Jz 16.30). Entretanto,
esta ação é vista como sacrifício de guerra e não suicídio. Por isso, Sansão
aparece na lista dos heróis da fé (Hb 11.32-34). Outro registro é o caso de
Saul e de seu escudeiro. O primeiro rei em Israel rejeitou o Senhor e buscou o
ocultismo (l Sm 28.7). Acuado na peleja contra os filisteus, Saul lançou-se
sobre a própria espada e seu auxiliar fez o mesmo (1Sm 31.4,5). O quarto caso
foi o de Aitofel, conselheiro de Absalão, que não suportou ter o seu conselho
rejeitado e se enforcou (2 Sm 17.23). O quinto registro é o do rei Zinri, que
derrotado e apavorado, tirou a própria vida (l Rs 16.18,19). Exceto Sansão,
tais homens, motivados pelo orgulho, escolheram a morte em lugar de confiarem em Deus. Aliás, podemos dizer que Sansão
morreu em combate. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 6, 6 Maio 18)
Sansão é um tipo de Cristo e não
um suicida. Alguns apontam a morte de Sansão (Jz 16. 29-31) como sendo um
exemplo de um servo de Deus que se suicidou. Mas observo que a posição de
Sansão não pode ser vista como normativa ou até exemplificativa da questão.
Sansão era mais um prisioneiro de guerra, do que qualquer outra coisa. Ele e o
país se achavam em uma situação emergencial de conflito, como descrevem os
capítulos 13 a 16 do livro de Juízes. Vemos, em sua ação, não um suicídio por
desespero, pelo fato de estar cego, mas um ato de um guerreiro que não hesita
em sacrificar sua vida em função de uma grande vitória - o seu brado final
comprova isso (“morra eu com os filisteus!”).
“O exemplo de
Sansão (Jz 16.30) não favorece o suicídio (autocheiria), porque nas ruínas da
casa que ele derrubou ele se sepultou não menos que os demais. Este foi um
feito singular, perpetrado pela influência extraordinária do Espírito Santo,
como transparece tanto do apóstolo (Hb 11.34), que declara que ele fez isso
pela fé, baseado nas orações que ofereceu a Deus para a obtenção de força
extraordinária para este ato, e no fato de que elas foram ouvidas (Jz 16.28).
Deus aumentou sua força e lhe outorgou o desejado sucesso para que assim ele
fosse um eminente tipo de Cristo, que causa grande destruição de seus inimigos
por meio de sua morte e que quebra o jugo tirânico posto no pescoço de seu
povo. Finalmente, o desígnio não visava simplesmente a uma vingança privada,
mas à vindicação da glória de Deus, da religião e do povo, visto que ele era
uma pessoa pública e levantada por Deus dentro o povo como vingador.” (O Suicídio e o sexto mandamento: “Não Matarás”.
Disponível em: https://bereianos.blogspot.com.br/2012/11/o-suicidio-e-o-sexto-mandamento-nao.html Acesso: em: 29 Abr, 2018)
Sobre Saul temos um
problema: o texto de 1 Samuel 31 diz que o rei Saul suicidou-se, caindo sobre a
sua espada, mas 2 Samuel 1 registra que ele foi morto por um amalequita. Mas
seguindo a maioria dos estudiosos que apontam para o suicídio como relato
verídico, Saul não é exemplo de homem temente à Deus, está mais para a semente
de Satanás. Agostinho declara corretamente que Saul “certamente era réprobo”
(Cidade de Deus, 17.6). Como primeiro rei de Israel, a iniqüidade de Saul é
especialmente evidente em seus pecados contra o reino de Deus.
O sanguinário Rei Zinri
morre violentamente como viveu, sete dias depois de assumir o trono de Israel. Conforme
a narrativa de 1 Rs 16,15, Zinri começou a reinar no ano 27 de Asa, e reinou
apenas uma semana.
2. No Novo Testamento. O mais emblemático caso é o suicídio de Judas Iscariotes. Ele fizera
parte do colegiado apostólico (Lc 6.16). Sua função de tesoureiro requeria
integridade (Jo 13.29). No entanto, ele furtava as ofertas que eram lançadas na
bolsa (Jo 12,6). Sua
ambição por dinheiro foi uma das motivações para entregar Jesus (Mc 14.11). Culpado por trair um inocente,
enforcou-se (Mt 27.4,5) e como resultado: "precipitando-se, rebentou pelo
meio, e todas as suas entranhas se derramaram" (At 1.18). Cristo já o
tinha alertado, "ai daquele homem por quem o Filho do Homem é
traído!" (Mc 14.21), porém. Judas não resistiu ao Diabo nem teve a
humildade para buscar o perdão do Senhor. Ele preferiu o suicídio a corrigir o
erro. Em nossos
dias, a banalização da vida e da fé tem contribuído para comportamentos
similares e consequente queda espiritual de pessoas. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 6, 6 Maio 18)
Em Marcos 14.21 Jesus diz que
seria melhor para Judas nunca ter nascido, por estas palavras, Judas provavelmente
esteja no inferno. Na oração sacerdotal de Jesus em João 17.12, é dito que ele
guardou os outros discípulos “no teu
nome, os que me deste”, mas ele não guardou Judas dessa forma, com o
resultado de que Judas, o filho da perdição, se perdeu. Não ter sido guardado
no nome divino é provavelmente equivalente a nunca ter sido salvo. A palavra
grega para “perdição” significa “destruição” ou “inferno”, de forma que Judas
era o “filho do inferno”, o que também parece indicar que Judas está no
inferno.
“No
Novo Testamento, temos o famigerado caso de Judas Iscariotes, o traidor, que se
enforcou depois de haver jogado as trinta moedas de prata sobre o pavimento do
templo diante do sumo sacerdote e dos anciões (Mt 27.3-5). Um dos textos
bíblicos que nos chamam a atenção sobre essa atitude de Judas foi registrado
por Lucas quando menciona que alguns dias antes de suicidar-se Satanás entrara
em Judas Iscariotes: “Entrou, porém, Satanás em Judas...” (Lc 22.3). O que nos
leva a entender que o suicídio também pode ocorrer por possessão ou, no mínimo,
por uma poderosa influência do diabo sobre os filhos da desobediência.” (Suicídio - De quem é a vida,
afinal?. Disponível em: http://www.icp.com.br/df34materia2.asp.
Acesso em: 30 Abr, 2018)
3. O suicídio no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as mortes por suicídio
aumentaram 60% nas últimas cinco décadas. Quase um milhão de pessoas tiram a
própria vida todos os anos e cerca de outros vinte milhões tentam ou pensam em
suicídio. Para cada suicídio, cerca de seis a dez outras pessoas são
diretamente afetadas. Na maioria dos países desenvolvidos, o suicídio é a
primeira causa de morte não natural. Desde 2015, as autoridades iniciaram o
movimento "setembro amarelo", que é estimulado pela Associação Internacional
pela Prevenção do Suicídio (IASP). O movimento consiste em sinalizar locais
públicos com faixas ou símbolos amarelos. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 6, 6
Maio 18)
De acordo com um estudo da
Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos uma pessoa se suicida no mundo a
cada 40 segundos. O suicídio se tornou uma verdadeira epidemia de proporções
globais, sendo uma preocupação constante para vários países ao redor da Terra (Megacurioso).
Ainda de acordo com a OMS, o suicídio é uma das três principais causas de
morte, em muitos países, entre pessoas de 15 a 44 anos. Alguns estudos revelam
que a maioria dos suicídios está ligada a transtornos psiquiátricos.
“O sociólogo
francês Émilie Durkhein produziu um estudo sobre o suicídio, classificando-o em
três categorias sociais: o suicídio egoísta, o altruísta e o anômico. Mais
tarde, ele acrescentou à sua tese o suicídio fatalista.
* O suicídio
egoísta. Seria o resultado de um individualismo excessivo, ou seja, a falta de
interesse do indivíduo pela comunidade.
* O suicídio
altruísta ou heróico. A pessoa é levada a cometer o suicídio por um excessivo
altruísmo e sentimento de dever, muito comum nas sociedades primitivas e
orientais.
* O suicídio
anômico. Em grego, o termo significa “sem lei”, mostrando a desorientação e o
choque produzidos na vida de uma pessoa por uma mudança abrupta qualquer.
O suicídio
fatalista, por sua vez, seria aquele decorrente do excesso de regulamentação da
sociedade sobre o indivíduo cujas “paixões” são reprimidas, de forma violenta,
por uma disciplina opressiva.”
(Suicídio - De quem é
a vida, afinal?. Disponível em: http://www.icp.com.br/df34materia2.asp.
Acesso em: 30 Abr, 2018)
TÓPICO II - TIPOS DE SUICÍDIOS
Os tipos de suicídio podem ser classificados em
convencional, pessoal e sacrificial. Neste tópico veremos suas principais
implicações.
1. Suicídio convencional. Dá-se o nome de "convencional" ao suicídio provocado pela
tradição cultural ou coerção do grupo social. Entre os esquimós, por exemplo, é
tolerado e esperado o suicídio de incapacitados e idosos. No Japão a prática do
hara-kiri expressava o orgulho do suicida em escapar de alguma situação
intolerável e era visto como um ato de nobreza. Em maio de 2007, ao ser
investigado por corrupção, o Ministro da Agricultura do Japão sentiu-se
extremamente envergonhado e cometeu o suicídio por enforcamento. Em 2014, a taxa
média de suicídios no Japão era de 70 pessoas por dia. Especialistas costumam
citar a antiga tradição de "suicídio em nome da honra" para explicar
que razões culturais tornaram os japoneses mais propensos à morte
autoinfligida. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 6, 6 Maio 18)
“A maioria
dos autores classifica o suicídio em duas grandes categorias, a saber: o
suicídio convencional e o suicídio pessoal.
O suicídio
convencional inclui os suicídios tradicionais e os baseados em costumes e
culturas de certos grupos. No Japão, por exemplo, existe a tradição do suicídio
honroso (hara-kiri). Em outras culturas, mulheres se suicidam para acompanhar
seus maridos que partiram. Este comportamento é aceito ali como um ato de
heroísmo.” (Esperança à beira do abismo - A problemática do
suicídio. Disponível em: http://www.metodista.org.br/esperanca-a-beira-do-abismo.
Acesso em: 30 Abr, 2018)
2. Suicídio pessoal. Praticado por iniciativa individual, sem a influência de tradição
cultural. As motivações para este tipo de suicídio são variadas e muitas vezes
não é possível apontar causas aparentes. Contudo, o suicídio é considerado uma
fuga radical e permanente dos problemas da vida, tais como dificuldades
financeiras, desilusões amorosas, sentimentos de culpa, depressão, neuroses,
desequilíbrios mentais e espirituais, e outros. Tais pessoas, desprovidas de fé
e de esperança, em um ato de desespero atentam contra a própria vida. Dados
oficiais indicam que 32 brasileiros cometem suicídio a cada dia. Esse índice é
superior as mortes causadas pela AIDS e pela maior parte dos tipos de câncer. (LB
CPAD, 2º Trim 2018, Lição 6, 6 Maio 18)
“Já o
suicídio pessoal, não está ligado a nenhum fator cultural ou tradicional. A
decisão é de foro intimo. Algumas pessoas se suicidam por problema de
depressão, outras por uma questão de fuga de problemas que julgam impossíveis
se resolverem, por se sentirem traídas e rejeitadas, querendo chamar a atenção,
outras ainda por vingança, por medo, dentre outros fatores e motivações.” (Esperança à beira do abismo - A problemática do
suicídio. Disponível em:
http://www.metodista.org.br/esperanca-a-beira-do-abismo. Acesso em: 30 Abr,
2018)
3. "Suicídio" sacrificial. Também conhecido como "morte em prol dos outros". Trata-se da
tentativa altruísta de alguém salvar a vida alheia em detrimento da sua
própria. Neste caso enquadra-se o bombeiro, que ao entrar no fogo, acaba
morrendo como resultado de sua ação ou o salva-vidas que se afoga ao entrar na
água para salvar o outro. Também o profissional ou voluntário que perde a vida
combatendo o crime ou socorrendo as vítimas de acidentes e de emergências.
Nessas circunstâncias, a morte de quem arrisca a vida em favor do próximo não é
suicídio, mas um ato de amor. Cristo disse que ninguém tem maior amor do que
este: "de dar alguém a sua vida pelos seus amigos" (Jo 15.13). O
próprio Senhor entregou a vida dEle por nós por meio de um sacrifício amoroso
(Jo 10.15). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 6, 6 Maio 18)
“O suicídio
sacrificial pode ser justificado nos casos em que as pessoas amam mais os
outros do que a si mesmas. Geisler (1988) fundamenta essa postura por meio de
textos bíblicos do Novo Testamento tais como o momento em que Jesus comenta
sobre a sua própria vida “ninguém a tira de mim, mas eu a dou livremente”
(João: 10: 18, Bíblia de Jerusalém), ou quando prescreve “Ninguém tem mais amor
do que aquele que dá a vida por seus amigos” (João: 15: 13, Bíblia de
Jerusalém). Assim, a morte voluntária torna-se um ato moralmente correto,
quando o sacrifício da própria vida objetiva a salvação de outras vidas.
Entretanto, para Fairbairn (1999), a morte por sacrifício ou em prol do outro
não seria concebida como suicídio, já que a morte não é a intenção final, mas um
meio para atingir outro objetivo.” (Thiago Antonio Avellar de Aquino. Tese de Doutorado; ATITUDES E
INTENÇÕES DE COMETER O SUICÍDIO: SEUS CORRELATOS EXISTENCIAIS E NORMATIVOS.
Disponível em:
http://vvgouveia.net/en/images/Teses/Aquino_T._A._A._2009.pdf.pdf. Acesso em:
30 Abr, 2018.)
TÓPICO III - O POSICIONAMENTO CRISTÃO PARA O SUICÍDIO
A posição teológica e a ética do cristão são
desfavoráveis à prática do suicídio por afrontar a soberania divina.
1. O posicionamento teológico. O cristão se posiciona contra o suicídio fundamentado no sexto
mandamento do Decálogo: "Não
matarás" (Êx 20.13). O princípio
que proíbe o homem de assassinar o outro, também o proíbe de
"assassinar" a si mesmo. A vida humana é uma dádiva divina e,
portanto, pertence a Deus (SI 100.3). O Criador é quem determina o início e o
término da vida, não a criatura (Ec 3.2). É Deus quem estabelece quando e como
a vida deve cessar, seja por doença, velhice ou acidente. Por conseguinte, o
fim da vida está sob a presciência e soberania divina. (LB CPAD, 2º Trim 2018,
Lição 6, 6 Maio 18)
““Sabei que o
SENHOR é Deus; foi ele que nos fez, de não nós a si mesmos; somos povo seu e
ovelhas do seu pasto” (Sl 100.3).Considerando que não somos de nós mesmos, mas
de Deus, por termos sido criados por Ele, a iniciativa de uma pessoa de tirar a
própria via significa que ela está-se colocando acima de Deus e agindo com
autoridade maior que a do Senhor, o autor da vida. O homem foi criado a imagem
e semelhança de Deus; destruiu o próprio corpo é desonrar o Criador. Paulo
disse: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que
habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?” (1Co 6.19).
Deus é o doador da vida, presente e futura. (Ver Gn 1.26-27; Sl 8.5; 24.1; Jo
1.3; 3.16; 10.10;11.25-26). É o Senhor que tem estabelecido as normas de
conduta para a nossa vida presente e para toda a eternidade.” (Esperança à beira do abismo - A problemática do
suicídio. Disponível em:
http://www.metodista.org.br/esperanca-a-beira-do-abismo. Acesso em: 30 Abr,
2018)
2. O posicionamento ético. A posição da Ética Cristã é contrária ao suicídio pelos seguintes e
principais motivos:
a) o suicídio implica banalizar a vida e afrontar a
soberania divina; b) o suicida viola o mandamento de amar "o próximo como
a si mesmo";
c) o suicídio é um ato egoísta de quem pensa em
aliviar seu sofrimento sem se importar com os outros;
d) suicidar-se denota inversão dos valores da vida
e falta de confiança em Deus;
e) o suicídio é um gesto de ingratidão que
interrompe o ciclo e a missão da vida outorgada por Deus. Mercê dessa posição a
igreja precisa ajudar as pessoas a não sucumbirem diante desse mal. (LB CPAD,
2º Trim 2018, Lição 6, 6 Maio 18)
“A ética
Cristã não justifica o suicídio quando este ocorrer para si mesmo. Segundo
pessoas que já tentaram o suicídio, a ação suicida ocorrer com o objetivo de
obter uma válvula de escape de algum problema. Entende-se que é um uso perverso
contra si mesmo, pois o objeto perdeu o interesse por si mesmo, sentindo ódio
de si de forma irracional. Quando a pessoa tem interesse em si mesmo, esta
preserva sua vida. A ética Cristã tem sua base no contexto de irracionalidade
do suicídio, onde entende-se que, embora alguns desejem tirar a própria vida,
há individuo que não determina se suicidar. Pois o suicido tem por fundamento
obter alívio de certo(s) problema(s). Agostinho entendeu que o suicido é um
fracasso de coragem. Pois este é o desejo de não existir mais. Já que este é um
problema psicológico e moral e não filosófico. É visto nesse ângulo, pois a
ética cristã compreende que, o suicida busca uma saída de forma fácil, já que
este não tem forças para enfrentar o problema. Nos fazendo perceber que não
existe suicídio egoísta, pois o verdadeiro amor próprio jamais irá eliminar o
próprio-eu que ama.” (Claudia
Souzaq, A ÉTICA CRISTÃ E O SUICIDIO. Disponível em: http://eueabibliaponderandoosfatos.blogspot.com.br/2014/10/a-etica-crista-e-o-suicidio.html.
Acesso em: 30 Abr, 2018).
“Rus Walton,
pesquisador cristão e ex-secretário do Desenvolvimento do governo de Ronald
Regan, não considera o suicídio um problema de patologia. Ou seja, não se trata
de um problema da mente, mas, sim, de enfermidade da alma: “Por que seríeis
ainda castigados, se mais vos rebelaríeis? Toda a cabeça está enferma e todo o
coração fraco. Desde a planta do pé até a cabeça não há nele coisa as, senão
feridas e inchaços e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas
com óleo” (Is 1.5-6). Essa enfermidade Jesus Cristo pode curar. O pecado e a
fonte das inclinações suicidas. Quando a alma está sem Cristo, a mente e
corrupta, perdida. As pessoas sem Cristo estão envolvidas em caminhos que
parecem direitos, mas que, por fim, conduzem a morte.” (Esperança à beira do abismo - A problemática do suicídio.
Disponível em: http://www.metodista.org.br/esperanca-a-beira-do-abismo. Acesso
em: 30 Abr, 2018)
CONCLUSÃO
O aumento do suicídio é resultado da ideologia que
enaltece a criatura
em lugar do Criador. Quando o homem evoca autonomia sobre o próprio corpo e a
vida, desprezando e afrontando a soberania divina, graves e funestas
consequências ocorrem. Ávida só tem sentido quando está sob o controle
irrestrito de seu Criador (Is 41.13). (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 6, 6 Maio
18)
Desde a queda da humanidade toda
sorte de pecado tem dominado a alma humana, o suicídio não é diferente, sempre
esteve presente. Mas há uma classe de pessoas que estão suscetíveis a esta
tragédia que ninguém lembra: os pastores - o suicídio de pastores, líderes e
filhos de líderes cresce e preocupa. “Pastores
têm uma tendência à solidão e a fazer tudo sozinhos. Muitos trabalham baseados
na identidade de servo e não de filho. Não sabem ou não gostam de delegar para
outros as tarefas que não são suas prioridades. Têm dificuldade para dizer não”
(Pr. Gedimar de Araújo). “O que está
acontecendo com os que estão na função de cuidado, mas não conseguem
administrar suas próprias demandas? Por que pessoas que já ajudaram a tantos,
desistem da própria vida? De acordo com o Instituto Schaeffer, “70% dos
pastores lutam constantemente contra a depressão, 71% se dizem esgotados, 80%
acreditam que o ministério pastoral afetou negativamente suas famílias e 70%
dizem não ter um amigo próximo”. [...]A causa mais comum noticiada para o
suicídio de pastores e líderes, é a depressão associada a esgotamento físico e
emocional, traições ministeriais, baixos salários e isolamento por falta de
amigos.” (SEPAL).
Ore por seu pastor!
“XXVII. É bom retribuir a Deus o que dado por
ele, mas quando isso é exigido de nós como devolvido de maneira devida; no
entanto, não quando nem é exigido nem devolvido da maneira devida. Admitimos que
a morte é às vezes melhor que a vida; porém infligida por outros, não buscada
por nós mesmos. A morte pode ser licitamente desejada, porém não buscada. Assim
como a vida é recebida só pela vontade divina, assim também não deve ser
entregue a não ser por sua ordem. É bravo desprezar aquele terribilíssimo
mensageiro (to phoberotaton) de Deus; porém, precipitar-se sobre ele
voluntariamente é temerário e insano (o que Aristóteles, Nichomachaen Ethics
3.8 [Loeb, 19:163-171]), ensina que não e bravura, mas covardia). E também o
amor pelo país, a segurança de outros e o anelo pela imortalidade, que podem
impelir à brava sujeição à morte enviada contra nós, não devem ter a mesma
influência em levar-nos a convidá-la quando não enviada.
XXVIII. Uma
coisa é suportar a morte, deixar-se matar; sim, inclusive apresentar-se a ela
bravamente ante o chamado de Deus. Outra coisa é matar-se. O primeiro caso, em
algumas circunstâncias, é lícito, e Cristo, os mártires e os heróis fizeram
algo semelhante; porém não igualmente o segundo caso.
XXIX.
"Dar o próprio corpo para ser queimado", no dizer de Paulo (1Co
13.3), não é um ato temerário e destituído de valor, pela qual alguém
voluntaria e desnecessariamente se expõe à morte em prol da causa de Deus.
Antes, é um ato necessário e santo, pelo qual ele enfrenta o martírio atendendo
ao chamado de Deus e não recusa tal chamado, ou mentindo, ou negando a verdade
pelo amor da família ou do mundo, quando lhe cabe por sorte ser levado aos
tribunais dos pagãos pelos inimigos do evangelho”. (Autor: François Turretini (1623-1687) Fonte: François Turretini,
Compêndio de Teologia Apologética, Livro II, Ed. Cultura Cristã, págs. 153-156.
Via: Blog 2Timóteo 3.16)
“Achando-se as tuas palavras, logo as
comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo
teu nome sou chamado, ó Senhor Deus dos Exércitos”. (Jeremias 15.16),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Abril de 2018
PARA REFLETIR
A respeito do tema "Ética Cristã e Suicídio", responda:
• Cite ao menos, dois casos de suicídio no Antigo
Testamento e explique o porquê do caso de Sansão não ser considerado suicídio.
- O caso de Saul e o caso de Aitofel. Decidido
a cumprir sua missão, na festa a Dagon, derrubou o templo sobre si e seus
inimigos (Jz 16.30). Entretanto, esta ação é vista como sacrifício de guerra e
não suicídio. Por isso, Sansão aparece na lista dos heróis da fé (Hb 11.32-34).
• Quais foram as motivações de Judas em entregar
Jesus?
- Sua ambição por dinheiro foi uma das
motivações para entregar Jesus (Mc 14.11).
• Mencione os três tipos de suicídios classificados
oficialmente.
- Suicídio convencional, pessoal e
sacrificial.
•Qual deve ser o posicionamento teológico do
cristão em relação ao suicídio?
- O cristão se posiciona contra o suicídio
fundamentado no sexto mandamento do Decálogo: "Não matarás" (Êx
20.13).
•Qual deve ser o posicionamento ético do cristão em
relação ao suicídio?
- A posição da Ética Cristã é contrária ao
suicídio pelos seguintes e principais motivos: a) banalização da vida; b)
violação do mandamento do amor; c) um ato egoísta; d) falta de confiança em
Deus; e) um gesto de ingratidão. (LB CPAD, 2º Trim 2018, Lição 6, 6 Maio 18)