LIÇÕES BÍBLICAS CPAD –
ADULTOS - 1º Trimestre de 2017
Título: As Obras da Carne
e o Fruto do Espírito
Como o crente pode vencer
a verdadeira batalha espiritual travada diariamente
Comentarista: Osiel Gomes
- Lição
9 -
26 de Fevereiro de 2017
Fidelidade, firmes na fé
TEXTO ÁUREO
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VERDADE PRÁTICA
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“Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se
a si mesmo”
(2Tm 2.13).
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A fidelidade, como fruto do Espírito, ajuda o crente a
permanecer firme na fé em Cristo.
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LEITURA DIÁRIA
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Segunda - Dt 6.4
Deus é o único Senhor
Terça - Dt 5.7
Não terás outros deuses
Quarta - Dt 5.8
Não farás imagens de
escultura
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Quinta - Dt 6.5
Ame somente a Deus de
todo coração
Sexta - Ap 2.10
Permaneça fiel a Deus
até a morte
Sábado - 3Jo 5
Procedas fielmente em
tudo que fazes
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LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE
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Hebreus 10.35-39.
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35 Não rejeiteis, pois, a vossa
confiança, que tem grande e avultado galardão.
36 Porque necessitais de paciência, para
que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.
37 Porque ainda um poucochinho de tempo,
e o que há de vir virá e não tardará.
38 Mas o justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma
não tem prazer nele.
39 Nós, porém, não somos daqueles que se
retiram para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma.
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HINOS SUGERIDOS: 46, 225 e 400 da Harpa Cristã.
OBJETIVO GERAL
Explicar que a
fidelidade, fruto do Espírito, nos ajuda a permanecermos firmes na fé até a
Segunda Vinda de Jesus.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos
específicos referem-se ao que o professor deve atingir em cada tópico. Por
exemplo, o objetivo I refere-se ao tópico I com os seus respectivos subtópicos.
I.
Saber que a fidelidade é a característica do que é fiel;
II.
Mostrar que a idolatria e a heresia são um perigo à fidelidade;
III.
Compreender que precisamos permanecer fiéis até o fim.
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Vamos
continuar com os estudos a respeito do fruto do Espírito. Estudaremos a
fidelidade, contrapondo com a idolatria, uma das obras da velha natureza. No
início da conversão, muitos desenvolvem uma fé inabalável, revelando sua
fidelidade ao Senhor. Mas com o passar dos anos, diante das muitas
dificuldades, os crentes vão esmorecendo na fé e comprometendo a sua fidelidade
para com o Senhor. Não podemos nos esquecer que precisamos permanecer fiéis até
o fim (Ap 2.10). É preciso perseverar! Vivemos tempos difíceis e somente um
coração fiel a Deus e a sua Palavra pode nos livrar das heresias e da
apostasia. Nesta lição, também trataremos a respeito da idolatria. Alguns,
quando ouvem essa palavra, pensam logo em imagens de escultura. Porém,
idolatria é tudo aquilo que ocupa o lugar de Deus em nosso coração. A
fidelidade, fruto do Espírito, nos ajuda a banir de nossas vidas todo e
qualquer ídolo.
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos
outro aspecto do fruto do Espírito, a fidelidade. Veremos também a idolatria e
as heresias como obras da carne e como oposições, ou seja, contrárias à
fidelidade. Como novas criaturas, precisamos crer e confiar em Deus de todo o
coração, pois a nossa fé vai nos ajudar a permanecer fiéis até o dia em que nos
encontraremos com o Senhor. Aquele que realmente crê no Pai e no Filho não se
deixa levar por qualquer sorte de doutrina, pois está sempre vigilante e atento
à voz do Senhor. [Comentário: Fidelidade é uma
das palavras mais empregadas na Bíblia. Está relacionada à probidade,
integridade, fidedignidade, lealdade, honestidade e sinceridade. Frequentemente
ela é associada a Deus, cujo atributo mais caro ao ser humano é precisamente a
Sua fidelidade, pelo que muitas vezes é chamado de Rocha, numa indicação de Sua
imutabilidade (Dt 32.4). Como aprendemos no Novo Testamento, “fiel é Deus, pelo qual fostes chamados à
comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor” (1Co 1.9). Nele,
fidelidade é a Sua persistência no propósito de ser misericordioso e bondoso
para conosco. Como o salmista, sabemos que a Sua “misericórdia se eleva até aos céus e a Sua fidelidade, até às nuvens”
(Sl 57.10). Por isto, cada um de nós pode elevar a Ele a sua voz em termos
semelhantes ao dos Salmos 69.13 e 89.1. Tal é essa verdade que, em Deus,
misericórdia e fidelidade são sinônimas. Como fruto de Espírito, fidelidade (Gr. Pistis; fé, lealdade constante e inabalável a alguém com quem
estamos unidos por promessa. A fé é o princípio vivo, a essência das coisas que
se esperam e a certeza das coisas que se não vêem (Hb 11.1). É a dependência
absoluta e a confiança na Palavra de Deus e de Cristo (Mt 15.28). É entregar-se
a um novo modo de vida, é uma das coisas mais importantes na vida de todo
cristão: "ai de vós escribas e
fariseus hipócritas! Pois que dais o dizimo da hortelã e endro e do cominho e
desprezais o mais importante da lei, juízo, a misericórdia e a fé.”(Mt
23.23).] Dito
isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
PONTO CENTRAL
A fidelidade nos ajuda a permanecermos
firmes na fé.
1. Definição. Fidelidade, segundo o Dicionário
Houaiss é a “característica do que é fiel, do que demonstra zelo, respeito por
alguém ou algo, lealdade”. Logo, podemos afirmar que a fidelidade é a
característica de quem é leal. [Comentário: Em termos bíblicos, fidelidade é uma convicção e não um
sentimento; é uma decisão de permanecer firme no propósito que Deus tem para
cada um de nós, sem jamais fraquejar ou desistir, porque no final de tudo há um
galardão: a vida eterna. Assim, fidelidade
é um exercício da fé, é serviço prestado a Deus a despeito de qualquer
situação, como Tiago escreve: “Bem -
aventurado é o homem que suporta a provação com perseverança, porque após ter
sido aprovado receberá a coroa da vida a qual o Senhor prometeu para aqueles a
quem Ele ama” (Tg 1.12). Quando temos fé em Deus, agimos com fidelidade; os
atos de fidelidade são a demonstração de nossa fé e as linhas que dão coesão ao
nosso sistema de crenças e comportamento.]
2. A fidelidade como fruto do Espírito. Já vimos que a fidelidade é a característica
de quem é leal, mas, como fruto do Espírito, tal virtude é desenvolvida em nós
pela ação do Espírito Santo (Gl 5.22). À medida que confiamos em Deus e
passamos a ter uma maior comunhão com Ele, mediante a leitura da Palavra,
oração e jejum, desenvolvemos o fruto do Espírito.
[Comentário: Como dito acima, fidelidade é a característica de quem
possui fé. A fé que não conduz o crente à fidelidade, não tem valor nenhuma
para a prática na vida cristã, portanto é uma fé morta (Tg 2.14-26). Nas
Escrituras Sagradas vemos Deus a procura de pessoas fiéis para habitar com
Ele(Sl 101.6). Temos que ser fiéis em tudo, pois Deus habita em nós e Ele é
fidelidade: “Eis a Rocha! Suas obras são
perfeitas, porque todos os seus caminhos são juízo; Deus é fidelidade, e não há
nele injustiça; é justo e reto.”(Dt 32.4). A fidelidade como parte do fruto do Espírito, faz do cristão uma
pessoa confiável e sua palavra digna de crédito. Essa virtude torna o cristão
capaz de manter-se fiel ao Senhor em quaisquer circunstâncias. Implica em ser
fiel a Deus ainda que nos custe a vida. É sempre ter em mente a fidelidade a
Deus acima de qualquer outra autoridade ou poder – “Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para
mim mesmo, se tão-somente puder terminar a corrida e completar o ministério que
o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus” (At
20.24). A fidelidade como parte do fruto do Espírito é imprescindível ao
cristão em seu relacionamento com Deus, com os outros e consigo mesmo. Através
da fidelidade, tornamo-nos diferentes dos outros que não temem a Deus. O Senhor
está procurando os fiéis para andarem com ele e servi-lo (Sl 101.6).]
3. A fidelidade de Deus. Fidelidade é um dos atributos morais
de Deus. Ele é fiel em sua natureza (2Ts 3.3). O Deus que é fiel, pela sua
graça, nos salvou e nos deu uma nova vida a fim de que tenhamos comunhão com
Ele e com o seu Filho (1Co 1.9). Como filhos de Deus e novas criaturas,
precisamos ter para com Deus a mesma atitude de lealdade que Ele tem para
conosco. A nossa fidelidade ao Senhor nos ajuda a resistir à idolatria e às
heresias que tão de perto nos rodeiam. É importante ressaltar que idolatria não
é somente adorar imagens de escultura, mas é tudo que toma o lugar de Deus em
nossos corações, sejam pessoas, sejam objetos. Que Deus ocupe sempre o primeiro
lugar em nossas vidas. Muitos infelizmente têm deixando que os bens materiais,
os talentos e os cargos eclesiásticos ocupem o lugar em seus corações, lugar
que deve ser somente do Pai (Dt 6.5). Que o Senhor nos livre de cometer tal
loucura. [Comentário: “Saberás, pois, que o Senhor teu Deus, ele é
Deus, o Deus fiel”. (Dt 7.9). A fidelidade é um atributo da Trindade; consiste
no exato cumprimento de Suas promessas e/ou ameaças. A fidelidade fundamenta-se
na Sua onipotência e imutabilidade (Dt 7.9; Sl 36.5; 1Co 1.9; Hb 10.23; Dt 4.24;
2Tm 2.13 1Ts 5.24; 1Pe 4.19; Hb 10.23). Deus Pai é fiel (Dt 7.9; 1 Co 10.13); o
Senhor Jesus é chamado “Fiel e Verdadeiro”
(Ap 19.11); e o Espírito Santo tem o mesmo atributo (Gl 5.22). Deus se veste de
fidelidade. A fidelidade faz parte de Sua natureza pessoal (Is 11.5). É uma
bênção perene para o crente fiel, mas ela é ineficaz para com aqueles que
resistem à sua graça (ver 2.13, 2 Tm 2.13). A fidelidade de Deus, juntamente
com Seu imenso poder é nossa esperança eterna. Podemos enfrentar a infidelidade
e decepções em nossos relacionamentos, mas podemos confiar além destas e
avistarmos Um que é grande em fidelidade, “Porque
fiel é o que prometeu”. (Hb 10.23) - O que Ele propôs, isto fará, e o que
prometeu, isto executará. A respeito de Deus lemos que “Se formos infiéis, ele permanece fiel; não pode negar-se a si mesmo”
(2Tm 2.13). Isto significa que Ele efetuará tudo o que propôs. Romanos 8.28 diz
que tudo opera para o bem dos que amam a Deus e são chamados segundo seu
propósito.]
SÍNTESE DO TÓPICO I
Fidelidade é a característica de quem é leal.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“Fidelidade
Esta palavra é corretamente traduzida em Romanos 3.3 (fidelidade).
Em Gálatas 5.22, a ARA corrige fé (ARC) por fidelidade.
Fé, pistis, primeiramente, ‘persuasão firme’, convicção
fundamentada no ouvir (cognato de peitho, ‘persuadir’, sempre é usado no Novo
Testamento acerca da ‘fé em Deus ou em Jesus, ou às coisas espirituais’. A
palavra é usada com referência: (a) à confiança (por exemplo, Rm 3.25); (b) à
fidedignidade, fidelidade, lealdade (por exemplo, Mt 23.23); (c) por metonímia,
ao que é criado, o conteúdo da crença, a fé (At 6.7); (d) à base para a ‘fé’, a
garantia, a certeza (At 17.31); (e) a um penhor de fidelidade, fé empenhada
(1Tm 5.12).
Os principais elementos da fé em sua relação com o Deus
invisível, em distinção da fé no homem, são ressaltados sobretudo no uso deste
substantivo e do verbo correspondente, pisteuo. Tais elementos são: (1) uma
firme convicção, produzindo um pleno reconhecimento da revelação ou verdade de
Deus (por exemplo, 2Ts 2.11,12); (2) uma entrega pessoal a Ele (Jo 1.12); (3)
uma conduta inspirada por tal entrega (2Co 5.7)” (Dicionário Vine: O
significado exegético e expositivo das palavras do Antigo e do Novo Testamento.
1ª Edição. RJ: CPAD, 2002, p.648).
CONHEÇA MAIS
Heresia
“A palavra ‘heresiologia’
deriva-se do vocábulo grego hairesia, que significa opinião escolhida, seleção,
preferência, e ‘logia’ — tratado ou estudo. Assim a palavra exprime: Estudo
sobre a opinião escolhida, em oposição a uma disciplina aceita, acatada. É,
pois, uma doutrina falsa. A Bíblia fala de heresia em 2 Pedro 2.1 e Judas 4, e
afirma que é um fruto da carne (Gl 5.20)”. Para conhecer mais leia,
Heresiologia, Coleção Ensino Teológico, CPAD, p.12.
II. IDOLATRIA E HERESIA: UM PERIGO À FIDELIDADE
1. O que é idolatria? O vocábulo idolatria, no grego, é
eidololatria e significa culto destinado a adoração de ídolos. A idolatria
aparece na relação de obras da carne apresentada por Paulo aos Gálatas (Gl
5.20). Ela é proveniente da falta de conhecimento das Escrituras e de Deus,
pois quem conhece a Bíblia sabe que tal prática é condenada pelo Senhor (Lv 26.1;
1Sm 12.21; Sl 115.4; At 15.20; 1Jo 5.21). Os israelitas, embora tivessem visto
de perto a glória e o livramento de Deus, por diversas vezes se deixaram levar
pela idolatria. Ainda na travessia do deserto, quando Moisés estava no monte
Sinai para encontrar-se com o Senhor, o povo fez um bezerro de ouro e o adorou
(Êx 32.1-18). Já no período monárquico, depois da morte de Salomão e a divisão
do reino, todos os reis do Reino do Norte fizeram o que era mal aos olhos do
Senhor, levando o povo à adoração de ídolos (1Rs 16.25,30; 22.52-54; 2Rs 3.3).
Jeroboão fundou um sistema religioso idólatra, mandando fazer dois bezerros de
ouro, institucionalizando a idolatria em Israel (1Rs 12.26-33). [Comentário: O termo
“idolatria” vem de eidolon, “ídolo”, e latreia, “serviço sagrado, culto,
adoração”. Idolatria é a forma pagã de adoração a ídolos, de adorar e servir a
outros deuses ou a qualquer coisa que não seja o Deus verdadeiro. É prática
incompatível com a fé judaico-cristã, pois nega o senhorio e a soberania de Deus.
Moisés e os profetas viam na idolatria a destruição de toda a base religiosa e
ética dos israelitas, além de negar a revelação (Dt 4.23-25). Podemos definir
idolatria em um sentido mais abrangente, como qualquer dedicação ou amor
excessivo prestado a alguém ou algo sem ser Deus; em outras palavras: colocar
Deus em segundo plano. Idolatrar se refere ao reconhecimento público dado aos
“deuses”, ou ainda ao reconhecimento público de que algo é mais valioso do que
Deus para uma pessoa, ainda que muitas vezes não declare isso, mais os seus
gestos demonstrem. Esse pecado era considerado pelos judeus como o motivo
básico da corrupção do homem aquele que aliena o homem de Deus, servindo de
alicerce para todos os demais pecados. (Rm 1.18-32). A idolatria é uma obra da
carne (1Co 8.4-6 e 1Co 10.19-21, 1Co 5.10). Mediante a idolatria a natureza
humana não regenerada cria suas divindades segundo a imagem humana e conforme
os desejos mundanos, edificando uma teologia capaz de racionalizar a maneira
como os pagãos viviam e como tencionavam continuar vivendo. Por todo o discurso
da história da humanidade a sua forma mais sutil e perigosa tem sido sempre o
estado da adoração ao próprio eu (1Co 5.10). OBS.: Os idólatras são os
violadores do direito mais alto, isto é, de Deus. Essa é a instância mais
antiga que se conhece do uso dessa palavra. Idolatria é tudo aquilo que ursupa
o lugar que por direito cabe a Deus. A palavra diz-nos que a cobiça ou avareza
é idolatria, e que aquele cobiçoso é um idólatra. Algumas pessoas adoram o
dinheiro, outras adoram a posição social, outras ainda, o prestígio, e ainda
outras, os prazeres carnais. Existem inúmeras formas de idolatria, e quase
todas as pessoas, se não sempre, pelo menos ocasionalmente, se tornam culpadas
desse pecado Leia mais acessando o link: http://solascriptura-tt.org/VidaDosCrentes/ComDeus/ObrasCarneFrutoEspirito-IBR-StaCatarina.htm.]
2. A idolatria no Novo Testamento. Na Roma antiga adorar aos imperadores
era uma forma de lealdade e devoção. Por isso, os primeiros cristãos foram
severamente perseguidos e mortos, pois eles não aceitavam que o homem ocupasse
o lugar de Deus. Além dos imperadores, os romanos (e também os gregos) tinham
uma variedade muito grande de ídolos. Na cidade de Listra, Paulo foi confundido
com o deus Mercúrio, e Barnabé com o deus Júpiter (At 14.11-13). Passando por
Atenas, Paulo encontra um altar onde estava escrito: “Ao Deus Desconhecido” (At
17.23). Contudo, tanto no Antigo Testamento quanto no Novo, a idolatria é
condenada (Êx 20.3; Lv 26.1; Cl 3.5; Ap 22.15). Não podemos jamais esquecer que
tudo aquilo que usurpa o lugar de Deus, em nosso coração, é idolatria. Qualquer
pessoa ou objeto a que nos dedicamos com extremada atenção, e que não podemos
viver sem os quais, podem se tornar um ídolo. A idolatria é a quebra da nossa
fidelidade ao verdadeiro Deus. [Comentário: O primeiro mandamento
estabelece a adoração somente a Deus e a mais ninguém. A ordem do segundo
mandamento é para adorar a Deus diretamente, sem mediação de qualquer objeto. A
idolatria é o primeiro dos três pecados capitais na tradição judaica, “a
idolatria, a impureza e o derramamento de sangue”. Os cristãos devem se abster
da contaminação dos ídolos (At 15.20). Certa ocasião Lutero disse: “As pessoas que confiam e se apoiam na sua
grande habilidade, na sua inteligência, no seu poder, no seu trabalho, na sua
misericórdia, nas suas amizades, na sua honra também tem deuses, mas tal deus
não é o único Deus verdadeiro.” MARTINHO, Lutero.
In: PEIXOTO, Leandro B. Deus somente Deus. Disponível em: http://ibcentral.org.br/mensagem/i-deus-somente-deus/. A tradição: “E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que lhes falas
por parábolas? Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os
mistérios do reino dos céus, mas a eles não lhes é dado; Porque àquele que tem,
se dará, e terá em abundância; mas àquele que não tem, até aquilo que tem lhe
será tirado. Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não veem; e,
ouvindo, não ouvem nem compreendem. E neles se cumpre a profecia de Isaías, que
diz: Ouvindo, ouvireis, mas não compreendereis, e, vendo, vereis, mas não
percebereis. Porque o coração deste povo está endurecido, E ouviram de mau
grado com seus ouvidos, E fecharam seus olhos; Para que não vejam com os olhos,
E ouçam com os ouvidos, e compreendam com o coração, e se convertam, e eu os
cure.” (Mt 13.10-15). Perceba que o juízo que Jesus pronuncia sobre o povo
de sua época é o mesmo do profeta Isaías. Sendo assim, sobre que idolatria
Jesus condenara? O Evangelista Marcos responde: “E ele, respondendo,
disse-lhes: Bem profetizou Isaías acerca de vós, hipócritas, como está escrito:
Este povo honra-me com os lábios, Mas o seu coração está longe de mim; Em vão,
porém, me honram, Ensinando doutrinas que são mandamentos de homens. Porque,
deixando o mandamento de Deus, retendes a tradição dos homens; como o lavar dos
jarros e dos copos; e fazeis muitas outras coisas semelhantes a estas. E
dizia-lhes: Bem invalidais o mandamento de Deus para guardardes a vossa
tradição.” (7.6-9). Quando Jesus cita Isaías 29, sabia que o mandato profético
de Isaías 6 se cumprira em Isaías 29.9-14 e 63.17,[8] assim podemos entender o
que o profeta Isaías tinha predito sobre sua nação que prefiguravam aquilo que
ocorreria no Novo Testamento. Sendo assim, podemos ver que o pecado de
idolatria cometido pelos judeus da época de Jesus era invalidar a Palavra de
Deus em nome de suas tradições, ou daquilo que chamamos de “boa intenção”. No
entanto, a “boa intenção” da tradição, quando nos leva a desobedecer a Deus é
pecado. Veja, por exemplo, o caso do Rei Saul que recebera a ordem de Deus para
destruir todos os amalequitas e seus animais (1Sm 15.3,8). Não obstante, Saul
poupou “tudo o que era bom” (1Sm 15.9) para “oferecer ao Senhor” (v.19). A “boa
intenção” de Saul não agradou a Deus, pois Deus o respondera: “Não cumpriu as
minhas palavras” (v.11), que é a mesma coisa de invalidar “o mandamento de
Deus” (Mc 7.9). Mas alguém poderia dizer: “sacrificar animais não era
mandamento de Deus?”. Sim. No entanto, a ordem de Deus era eliminar tudo e Saul
não obedecera e, ainda mais, criou para si um estilo próprio e regra de
adoração não obedecendo a Deus. Portanto,
invalidar ou desobedecer a Palavra de Deus é pecado de idolatria, assim como
Saul o fez (cf. 1Sm 15.23) os judeus da época de Jesus também o fizeram. A glória dos homens: Outra passagem a
qual também cita Isaías 6 é João 12.37-43: “E,
ainda que tinha feito tantos sinais diante deles, não criam nele; Para que se
cumprisse a palavra do profeta Isaías, que diz: Senhor, quem creu na nossa
pregação? E a quem foi revelado o braço do Senhor? Por isso não podiam crer,
então Isaías disse outra vez: Cegou-lhes os olhos, e endureceu-lhes o coração,
A fim de que não vejam com os olhos, e compreendam no coração, E se convertam,
E eu os cure. Isaías disse isto quando viu a sua glória e falou dele. Apesar de
tudo, até muitos dos principais creram nele; mas não o confessavam por causa
dos fariseus, para não serem expulsos da sinagoga. Porque amavam mais a glória
dos homens do que a glória de Deus.” A passagem acima faz duas referências
a Isaías. Uma (Is 53.1) para indicar o cumprimento de que Israel não creria no
servo, e a menção de Isaías 6 indica o cumprimento de juízo sobre aqueles que
não creram. E, sendo assim, a preferência pela glória dos homens do que à
glória de Deus é uma prova de idolatria. Pois, eles rejeitaram o Filho de Deus
e Seus sinais, se assemelhando mais aos homens do que a Deus, preferindo a
glória dos homens à glória de Deus. J.C. Ryle comenta: “O temor dos homens os
impede de abandonar seu caminho. Têm receio de serem zombados, escarnecidos e
desprezados pelo mundo. Odeiam perder a boa reputação da sociedade e o
julgamento favorável de homens e mulheres semelhantes a eles.” Este texto foi extraído de: http://bereianos.blogspot.com.br/2015/11/a-idolatria-nossa-de-cada-dia.html]
3. O que significa heresia? No grego, esta palavra é hairesis e
significa preferência, escolha. Segundo o Dicionário Teológico (CPAD) podemos
definir heresia “como uma rejeição voluntária de um ou mais artigos da fé”.
Precisamos ter cuidado, pois atualmente, muitos estão se utilizando de
argumentos falsos para enganar e macular a Igreja do Senhor. Precisamos de
homens como Paulo, que não usavam de engano nem fraudulência (2Ts 2.3).
Contudo, também precisamos investir mais no ensino sistemático da Escrituras
Sagradas, pois as heresias só podem ser rechaçadas pelo conhecimento bíblico
(Mc 12.24). Estamos vivendo tempos difíceis, nos quais muitas igrejas já não
conservam mais a sã doutrina, sendo os crentes enganados por filosofias humanas
e ensinos de demônios contrários à Palavra de Deus. [Comentário: As palavras
“herege”, “heresia” e “seita” vêm de palavras gregas usadas no Novo Testamento,
derivadas da mesma raiz. A idéia fundamental atrás destas palavras é “escolher”
ou “escolha”. Assim a forma de verbo é usada quando Deus diz que escolheu seu
servo (Mt 12.18). Também, estas palavras se aplicam quando homens decidem
seguir suas próprias opiniões, criando novas doutrinas e facções religiosas. É
neste sentido que lemos no Novo Testamento sobre seitas como a dos saduceus em Atos
5.17 e fariseus em Atos 15.5, grupos que escolheram defender falsas doutrinas e
tradições humanas. A melhor definição do que significa heresia / herético /
herege não são aqueles encontrados nos dicionários de grego e português, nos
léxicos do grego, talvez na etimologia da palavra e nos livros de teologia, mas
a definição desses termos está na própria Bíblia, somente nela, comparando as
coisas espirituais com as espirituais. Heresia é o ensino de algo que está
frontalmente contrário a pelo menos um claro e explícito verso da Bíblia, cujo
significado literal, é indiscutível entre os verdadeiramente salvos que sejam
verdadeiramente sinceros, que sejam realmente seguidores do lema da Reforma
"Sola Scripturæ". Nesse sentido, em Gálatas 5.20, os apóstolos
condenaram o espírito faccioso, em 2Pe 2.1 alertaram sobre heresias
destruidoras e Tito 3.10 ensina os cristãos a admoestarem e depois rejeitarem
os hereges, ou homens facciosos. Escolher seguir qualquer doutrina que não vem
de Deus é uma infração gravíssima da vontade do Senhor.]
SÍNTESE DO TÓPICO II
Fidelidade é a característica de quem é leal.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
Idolatria
“Esta é uma transliteração da palavra gr. eidolatria,
cujo significado entendemos ser ‘a adoração a ídolos; a adoração a imagens como
divinas e sagradas’.
Como uma criatura ligada ao tempo e ao espaço, o homem
tem estado especialmente inclinado a prestar adoração a algum tipo de símbolo
visível de divindade. Ele aparece anelar por manifestações tangíveis da
presença divina. Durante a história humana, esta atitude tomou várias formas e
manifestações. Mesmo que o homem tenha abandonado a adoração ao verdadeiro
Deus, ele não renunciou à religião, mas procurou substituir o verdadeiro Deus por
um deus falso que tivesse de acordo com seu próprio gosto.
A proibição da idolatria é um dos poucos conceitos
absolutos e imutáveis no sistema judaico de ética (juntamente com o incesto e o
assassinato). A adoração sem a imagem de Jeová anunciava não meramente que Ele
era maior do que a natureza, mas que também não era limitado por ela. No Antigo
Testamento, há muitos termos hebraicos usados como escárnio à idolatria,
indicando sua infância e obscenidade, bem como seu absoluto vazio.
Todas as camadas da lei judaica dão testemunho da
oposição a se fazer um retrato de Deus. Os dois primeiros mandamentos proíbem a
adoração de imagens, bem como a adoração a qualquer outro deus (cf. Êx 20). A
idolatria era classificada como uma ofensa de estado e cheirava a traição,
devendo ser punida com a morte (Dt 17.2-7)” (Dicionário Bíblico Wycliffe. 1ª
Edição. RJ: CPAD, 2009, p.946).
III. SEJAMOS FIÉIS ATÉ O FIM
1. Olhando para o passado. Para se conquistar um bom futuro é
imprescindível ter estabelecido alicerces sólidos no passado. Por isso, o
escritor aos Hebreus pede que os crentes deem uma olhadinha no passado. O
propósito era que eles não se esquecessem das bênçãos que já haviam recebido da
parte de Deus e dos muitos combates e aflições quais enfrentaram e saíram
vitoriosos (Hb 10.32). O Senhor também cuidaria dos seus servos, dando-lhes
novamente força e vigor para permanecerem fiéis até o fim. A fé que recebemos
como fruto do Espírito nos ajuda a continuar firmes e fiéis a Cristo diante das
circunstâncias contrárias. [Comentário: É interessante
olharmos para aqueles memoriais do Antigo Testamento e sua finalidade. Estes
memoriais destinavam-se a lembrar Israel da vontade de Deus, Sua bondade, graça
e bênçãos da aliança. Eles apontavam para Deus, para o alto, em direção ao
Senhor. Nesse sentido temos
o arco-íris depois do Dilúvio (Gn 9.13), a circuncisão (Gn 17.10-17), a
festa da Páscoa (Nm 9.1-14), as borlas azuis nas roupas (Nm 15.38-41) e as
pedras comemorativas que Josué erguera na travessia do Jordão (Js 4.3-9).
Precisamos erguer nossos memoriais para não esquecermos a doutrina que temos
aprendido dos pioneiros. João exorta "a
senhora eleita e seus filhos" (2 Jo 1) a não confraternizarem com hereges
e a não darem nenhum crédito à falsa doutrina deles. Ele busca ajudá-los a
manter sua fé em face da oposição, como o escritor de Hebreus exorta em Hebreus
10.35: "Não abandoneis, portanto, a
vossa confiança; ela tem grande galardão."]
2. A fé que nos ajuda a permanecermos
fiéis. Já fomos justificados
perante Deus pela nossa fé em Jesus (Rm 3.21,22). Esta é a chamada fé salvífica
que vem pelo ouvir a Palavra de Deus (Rm 10.17). Mas, à medida que buscamos ter
maior comunhão com Deus, desenvolvemos a fé como fruto do Espírito. Essa fé
cresce em nós com o tempo e nos livra da idolatria, das heresias e da apostasia
(2Co 10.15; 2Ts 1.3). A nossa confiança em Deus nos ajuda a permanecer fiéis em
tudo até o dia em que iremos nos encontrar com o Senhor (Ap 2.10). [Comentário: A nossa fé
constante e inabalável em Deus confere-nos a certeza de que Ele cumpre sua
Palavra no tempo próprio. Para se ter Fidelidade é preciso ter fé e vice-versa;
na bíblia a fé é o tema central, tendo como fim a salvação de todos os seres
humanos. A fé é a expressão da fidelidade. Desde Gênesis 4, Abel apresentou sua
oferta a Deus e o Senhor a aceitou por sua fé ou fidelidade. (Hb 11.4). A
partir daí Deus vem procurando e encontrando, apesar de poucos, homens que se
aproximam D'Ele por fé, dispostos a permanecerem fiéis em todas as situações
advindas. Já foi esclarecido que a fidelidade é uma característica de quem tem
fé, ou seja, de quem recebeu o fruto do Espírito Santo pela fé em Deus, através
do sacrifício de Jesus Cristo. A fé é um dom de Deus (Rm 12.3; Ef 2.8; 6.23; Fp
1.29), exclui a vanglória pessoal (Rm
3.27) e a sua operação é pelo amor (Gl
5.6; 1Tm 1.5; Fl 5). Na prática da vida como proteção a fé é compara a um
escudo: "tomando, sobretudo, o
escudo da fé, com o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno"
(Ef 6.16). Ou a uma couraça: "mas
nós, porque somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do
amor, e tendo por capacete a esperança da salvação; (1Ts 5.8). A fé produz:
salvação (Mc 16.16; At 16.31; Rm 1.17); esperança (Rm 5.2); alegria (At 16.34; 1Pe
1.8); paz (Rm 15.3); confiança (Is 28.16 com 1Pe 2.6); ousadia na pregação (Sl
116.10 com 2Co 4.13).]
3. Seja fiel. O Deus fiel e imutável a quem adoramos
deseja nos ajudar a permanecer fiéis em toda a nossa maneira de viver, neste
mundo tenebroso, mau e que jaz no maligno (1Jo 5.19). Se quisermos permanecer
fiéis não podemos descuidar da nossa comunhão com o Senhor. Precisamos buscá-lo
enquanto é tempo, enquanto podemos achá-lo (Is 55.6). Noé, durante um bom
tempo, anunciou que o dilúvio viria. Mas aquela geração não deu crédito à
pregação do servo do Senhor. O dia do juízo chegou e somente ele e sua família
foram salvos da fúria das águas. Mesmo vivendo em uma sociedade corrompida pelo
pecado, Noé permaneceu fiel ao Senhor e cumpriu a sua missão com zelo e temor
até o fim dos seus dias. [Comentário: “Sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb
11.6,8). Como já foi bem definido, a palavra fé, no original do Novo Testamento,
significa plena persuasão ou certeza fundamentada no ouvir (Rm 10.17). Já em
Mateus 23.23, está relacionada à confiança ou fidelidade. É interessante
observar que Jesus enfatizou ser a verdade e digno de toda confiança, ao
introduzir suas declarações no Evangelho de João com a frase “na verdade, na verdade”, “em verdade, em verdade”, “digo-lhes a verdade” (Jo 1.51). Assim, o
fruto da fidelidade abrange as idéias básicas de integridade, fidelidade,
lealdade, honestidade e sinceridade. No novo concerto, a bênção de Deus e o
relacionamento certo com Ele também são concedidos mediante a fé. Aqui está uma
verdade fundamental no Novo Testamento (Rm 4.3; Gl 3.6; Tg 2.23;). É pela fé
que somos tornados descendência de Abrão, o pai de todos os que crêem (Rm 4.11).
A fidelidade como parte do fruto do Espírito é imprescindível ao cristão em seu
relacionamento com Deus, com os outros e consigo mesmo. Através da fidelidade,
tornamo-nos diferentes dos outros que não temem a Deus. O Senhor está
procurando os fiéis para andarem com ele e servi-lo (Sl 101.6). A fidelidade de
Deus é uma bênção perene para o crente fiel, mas ela é ineficaz para com
aqueles que resistem à sua graça (ver 2.13, 2 Tm 2.13).]
SÍNTESE DO TÓPICO III
A fidelidade, fruto do Espírito, nos ajuda
a nos mantermos fiéis até o fim.
SUBSÍDIO TEOLÓGICO
“A fidelidade como fruto do Espírito tem muito a ver com a moral e ética
cristã. Esse fruto abençoado coloca o padrão cristão no nível de
responsabilidade em palavras e ação. Houve um tempo em que a palavra de um
homem tinha grande valor, e um aperto de mão era tão bom quanto um contrato
assinado. Isto não parece ser verdade em nossos dias. Mas o homem que anda com
Deus é diferente, porque nele está o fruto que é lealdade, honestidade e
sinceridade. O Espírito Santo sempre concede poder para o cristão ser um homem
de palavra. A fidelidade como fruto do Espírito nos torna leais a Deus, leais a
nossos companheiros, amigos, colegas de trabalho, empregados e empregadores. O
homem leal apoiará o que é certo mesmo quando for mais fácil permanecer calado.
Ele é leal quer esteja calado. Ele é leal quer esteja sendo observado, quer
não. Este princípio é ilustrado em Mateus 25.14-30. Os servos que eram fiéis e
fizeram como foram instruídos mesmo na ausência do senhor foram elogiados e
recompensados. O servo infiel foi castigado” (GILBERTO, Antonio. O Fruto do
Espírito: A plenitude de Cristo na vida do crente. 2ª Edição. RJ: CPAD, 2004
p.112).
CONCLUSÃO
Que Deus nos ajude a
permanecer fiéis até o fim (Ap 2.10). A infidelidade ao Senhor tem feito com
que alguns ensinem heresias, levando muitos a apostatarem da fé. A fidelidade,
como fruto do Espírito, nos ajuda a não abrir mão de nossas convicções cristãs.
Que em nossa caminhada de fé possamos dizer como o apóstolo Paulo: “Combati o
bom combate, acabei a carreira, guardei a fé” (2Tm 4.7). [Comentário: Apesar de o Antigo
Testamento ser de uma gigantesca extensão, a palavra “fé” somente aparece por
duas vezes. A primeira delas, em I Samuel 21.5, quando, questionado pelo
sacerdote Aimeleque no tocante à pureza moral dos mancebos, Davi responde: “Sim
em boa fé, as mulheres se nos vedaram desde ontem; e, anteontem...” Porém como
substantivo, ela somente é vista em Habacuque 2.4, quando o profeta diz: “... mas o justo, pela sua fé, viverá”;
citação esta que é reiterada por três vezes no Novo Testamento (Rm 1.17; Gl
3.11; Hb 10.38). Neste ponto, a idéia é que aquele que é verdadeiramente justo
confia inteiramente em Cristo, seja na abundância, seja na necessidade. Em
todos os aspectos de sua vida Cristo ocupa o primeiro lugar (cf. Fp 4.11-13). A
fé deve estar presente em nosso viver, devendo também nos acompanhar quando
chegar a hora da partida desta vida para a outra. O sucesso daquelas
testemunhas que são mencionadas no capítulo 11 de Hebreus, é que todas elas
viveram e morreram na “fé” (11.13) - lealdade constante e inabalável a alguém
com quem estamos unidos por promessa, compromisso, fidedignidade e honestidade
(Mt 23.23; Rm 3.3; 1Tm 6.12; 2Tm 2.2; 4.7, Tt 2.10). É importante entender que
esta fidelidade está relacionada ao conhecimento da Palavra, a vontade revelada
de Deus. É preciso batalharmos por esta fé que nos foi entregue de uma vez por
todas (Jd 3) – fé aqui é o conjunto
das verdades em que cremos acerca da salvação. É claro que os salvos têm uma
confiança viva em Jesus como seu Salvador e Senhor, e por isso adotam um
conjunto de verdades sobre Deus Pai, Filho e Espírito Santo, sobre o homem,
sobre o pecado, sobre a igreja e o mundo, enfim, um conjunto de verdades que é
inerente ao cristianismo; é o corpo doutrinário do cristianismo, “a fé que uma
vez por todas foi entregue aos santos”.] “NaquEle que me
garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de vós, é
dom de Deus" (Ef 2.8)”,
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Fevereiro de 2017
PARA REFLETIR
A
respeito da fidelidade, firmes na fé, responda:
Defina
fidelidade.
Fidelidade, segundo o Dicionário
Houaiss é a “característica do que é fiel, do que demonstra zelo, respeito por
alguém ou algo, lealdade”. Logo podemos afirmar que a fidelidade é a
característica de quem tem fé.
Como
podemos definir fé?
Dentro da perspectiva bíblica,
podemos dizer que “é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova
das coisas que se não veem” (Hb 11.1).
Segundo a
lição, nossa fidelidade a Deus nos ajuda e nos livra de quê?
Livra-nos da idolatria.
O que é
idolatria?
O vocábulo idolatria, no grego,
é eidololatria e significa culto destinado a adoração de ídolos.
Quem
fundou, depois da morte de Salomão, um sistema religioso idólatra em Israel?
Jerobão fundou um sistema
religioso idólatra, mandando fazer dois bezerros de ouro, institucionalizando a
idolatria em Israel (1Rs 12.26-33).
SUBSÍDIOS ENSINADOR CRISTÃO
Fidelidade, firmes na fé
A lição
nove aborda sobre a oposição entre fidelidade x idolatria e heresia. O tema é
bem contemporâneo, pois nunca estivemos diante de tantas invencionices em nome
da pessoa do Senhor Jesus. São doutrinas, estratégias evangelísticas e músicas
que nada têm a ver com o Evangelho do nosso Salvador. Por isso, é importante
compreendermos bem o primeiro termo de nossa lição: fidelidade.
O
significado da palavra fidelidade, conforme se encontra na epístola de Paulo
aos Gálatas, se refere a lealdade. Mas é importante ressaltar que, na epístola
aos Gálatas, mais precisamente no capítulo quatro e no versículo seis, aparece
uma queixa de Paulo pela falta de fidelidade dos gálatas em relação ao
Evangelho. Lembre que o apóstolo iniciou a carta lamentando a atitude dos crentes
da cidade de Gálatas: “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que
vos chamou à graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, mas há
alguns que vos inquietam e querem transtornar o evangelho de Cristo” (Gl
1.6,7). Logo, podemos afirmar que o apóstolo Paulo está recomendando fidelidade
e lealdade dos gálatas a Deus e sua vontade. Ora, a vontade de Deus é revelada
em sua Palavra. Esta nos dá o norte, a direção e a orientação para vivermos
abundantemente na presença dEle.
A idolatria
conforme está posta na carta aos Gálatas não se refere somente à adoração de
imagens, mas a qualquer prática condenatória em relação aos ídolos. Um exemplo
é o que está relacionado em 1 Coríntios 10.14-16 e Colossenses 3.5, onde o
apóstolo recomenda a não participarmos de um banquete oferecido aos ídolos.
Entretanto, a recomendação aos colossenses aprofunda mais ainda a questão,
trazendo à tona a avareza, isto é, o apego ao dinheiro e às coisas materiais
como idolatria. Isto vai à contramão da lealdade ao Senhor. Acompanhada da
idolatria, vem a heresia. Heresia representa assumir um postulado de ensino
totalmente oposto ao que você recebeu outrora, ou seja, o Evangelho de Jesus
Cristo recebido pelo Espírito Santo, por intermédio da tradição dos santos apóstolos.
Aqui, a nossa fidelidade e lealdade para com Deus, o nosso Pai, também são
testadas.
Portanto,
após expor o conceito desses três termos — Fidelidade, Idolatria e Heresia —
faça uma reflexão com os alunos a respeito da fidelidade ao Evangelho do Senhor
Jesus Cristo. Encoraje-os a perseverarem no ensino do Evangelho! Boa aula!
Fonte: O
texto da lição foi retirado de: