Lição 1 - O
real significado da adoração e do louvor
02 de outubro de 2016
TEXTO DO DIA
"Ó, vinde, adoremos e prostremo-nos! Ajoelhemos diante
do SENHOR que nos criou." (Sl 95.6)
SÍNTESE
O louvor e a adoração são os atributos que o
verdadeiro cristão consagra a Deus.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA Dt 6.4: O
primeiro grande mandamento
TERÇA Jó 1.20:
Adoração como reconhecimento da soberania de Deus
QUARTA Mt 4.10: O
Senhor Deus é o único que merece louvor e adoração
QUINTA Sl 22.3: O louvor
como instante da manifestação da presença divina
SEXTA Mt 21.16; O
perfeito louvor
SÁBADO 2 Cr 7.3:
Adoração e louvor, o fundamento de nosso relacionamento com Deus
Objetivos
- APRESENTAR a
busca pela adoração como algo essencial ao ser humano.
- RELACIONAR adoração e louvor com amor e obediência.
- DISCUTIR a
respeito dos perigos que corre uma igreja quando não vive em adoração
TEXTO BÍBLICO
Marcos 12.28-34
28. Aproximou-se
dele um dos escribas que os tinha ouvido disputar e, sabendo que lhes tinha
respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos?
29. E Jesus
respondeu-lhe: O primeiro de todos os mandamentos é: Ouve, Israel, o Senhor,
nosso Deus, é o único Senhor.
30. Amarás, pois,
ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.
31. E o segundo,
semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro
mandamento maior do que estes.
32. E o escriba lhe
disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus e que não há
outro além dele;
33. e que amá-lo de
todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as
forças e amar o próximo como a si mesmo é mais do que todos os holocaustos e
sacrifícios.
34. E Jesus, vendo
que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do Reino de Deus. E
já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada.
INTRODUÇÃO
Adorar e louvar são as duas faces de uma mesma moeda muito
cara para nós: nosso relacionamento com Deus. Isto é um fato: quem não adora ou
louva ao Pai sequer consegue se perceber como alvo do amor do Criador. Por
isso, durante os próximos três meses estudaremos a respeito dos fundamentos de
nossa adoração e louvor a Deus. O objetivo é aprofundar nossa relação com Deus.
Muito mais que um árido e estéril exercício de diferenciações terminológicas,
nossas aulas serão momentos reservados para, em comunidade, desenvolvermos
nossa intimidade com Deus e o amor ao próximo. [COMENTÁRIO: Há muita confusão sobre
louvor e adoração e muots até dizem que o momento de louvor se restringe àquele
momento de canticos. Sabemos que Deus procura os verdadeiros adoradores, e isso
não se refere à adoração verbalizada em forma de cantico. Adoração é obediência
a Deus. O cristão adora porque obedece e porque tem prazer em adorar, e quer
sentir mais e mais a presença de Deus em sua vida. Este é o verdadeiro sentido
da adoração. Uma linda expressão de louvor não tem nada a ver com palavras
faladas, escritas ou cantadas se as mesmas não forem acompanhadas de vidas de
fé na Palavra de Deus e na obra do Senhor Jesus Cristo, resultando em vidas que
louvam, mesmo que não haja nenhum som. Creio que, quando o período de louvor é
realizado por pessoas consagradas a Deus, com equilíbrio espiritual, com
músicas (principalmente do Cantor Cristão) que trazem mensagens de edificação
para a igreja, com músicas que trazem mensagens evangelísticas, com músicas que
glorifiquem o nome do Senhor, com músicas cujos ritmos são coerentes com o
ambiente cristão e com a reverência que devemos ter com o nosso Deus, com
instrumentos consagrados a Deus, com músicos consagrados, dotados de bom senso
musical e que respeitam os ouvidos e gosto de todos os irmãos, creio que o
período de louvor será muito bem-vindo no louvor da igreja.] Dito isto, vamos pensar maduramente a fé cristã?
I-A SINCERA DÚVIDA
DE UM ESCRIBA
1. A relação de
Jesus com os líderes religiosos de sua época. O contexto no
qual está inserida a porção bíblica de nossa leitura em classe demonstra bem a
convivência tumultuada entre Jesus e as autoridades religiosas de sua época.
Quando de sua entrada triunfal em Jerusalém Ele foi criticado pelos fariseus
(Lc 19.38-40). Depois de expulsar os vendedores do Templo, escribas e
sacerdotes tramaram matá-lo (Mc 11.17,18). Sacerdotes, escribas e anciãos
tentaram constituir provas para uma acusação de blasfêmia indagando sobre sua autoridade
(Mc 11.27,28). Sacerdotes e fariseus quiseram prendê-lo (Mt 21.45,46),
herodianos e fariseus buscaram induzi-lo ao erro de insubordinação contra César
(Mc 12.13-17) e saduceus procuraram embaraçá-lo com uma questão a respeito da
interpretação da lei (Lc 20.27-33). [COMENTÁRIO: O ministério terreno de
Jesus foi cercado por movimentos de grupos filosóficos, políticos e religiosos
que exerciam forte influência na vida do povo. Quando examinamos as páginas das
Escrituras, mais especificamente os evangelhos, deparamo-nos com vários grupos
religiosos. Alguns são bem conhecidos, como escribas, fariseus, sacerdotes e
saduceus. Além desses, houve outros que, apesar de não terem o mesmo destaque,
participaram de alguma forma da vida e ministério de Jesus, como herodianos,
samaritanos, publicanos e zelotes. Os escribas difamavam Jesus publicamente e
jogavam o povo contra Ele, acusando-O de expulsar demônios pelo maioral dos
demônios (Mc 3.20-22). Os escribas e fariseus vivem ainda hoje e estão
presentes em algumas de nossas reuniões. São os que aceitam a lei como uma
carga e os que agem por interesse e por ostentação. Somos advertidos por Jesus
a acautelar-nos do fermento dos fariseus (Mt 16.6). Os sacerdotes, por serem
membros do Sinédrio (Mc 14.53-56) e por serem influentes, não perdiam uma
oportunidade para questionar a autoridade de Jesus. Os saduceus perseguiram com
violência a igreja nos seus primeiros anos de vida, conforme Lucas registra (At
4.1-4 e 5.27). Extraído de http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/grupos-religiosos-da-epoca-de-jesus/]
2. A dúvida do
escriba. Em meio a tantos embates, um daqueles religiosos parece
fazer uma pergunta genuína, desprovida de segundas intenções: "Qual é o
primeiro de todos os mandamentos?" (Mc 12.28). Claro que a inquietação do
doutor da lei não era sobre a sequência dos mandamentos, isto ele como guardião
da lei sabia muito bem. O questionamento era sobre qual o maior, o mais
importante, o mandamento imprescindível. Jesus cita o Shema Judaico, isto é, a
clássica declaração de Deuteronômio 6.4-9 que se inicia com o imperativo
"ouve," que no curso da construção da sociedade judaica tornou-se uma
espécie de "declaração de fé". Todavia, a conclusão que o escriba
tira das palavras citadas por Jesus é dura para o sistema religioso
tradicional, pois como conclui o doutor da lei, amar a Deus e ao próximo como a
si mesmo é mais importante "do que todos os holocaustos e
sacrifícios" (Mc 12.33). [COMENTÁRIO:
Os escribas ficaram conhecidos nas páginas do Novo Testamento como doutores da
Lei (Mt 13.52) por serem profundos conhecedores das Escrituras (Ed 7.12). Eles
não podem ser estritamente definidos como uma seita, mas sim, membros de uma
espécie de “academia” dos tempos bíblicos; por isso, se sentiam no direito de
interpretar a Lei para o povo judeu (Mt 23.1-7). Eram tão audaciosos que
chegavam a afirmar que os seus mandamentos excediam em dignidade os mandamentos
de Deus. Diziam eles: “As palavras dos escribas são mais amáveis que as da Lei;
entre as palavras da Lei, existem as importantes e as banais; as dos escribas,
todas são importantes” (Luis Claude Fillion, Enciclopédia da Vida de Jesus,
p.99). Extraído de http://ultimato.com.br/sites/estudos-biblicos/assunto/igreja/grupos-religiosos-da-epoca-de-jesus/.]
3. A declaração
de Jesus. Diante de uma afirmação tão radical, que colidia
diretamente com a natureza do culto sacrifical judaico, enfraquecido, mas ainda
existente naquela época, Jesus, assegura ao escriba que suas convicções o
aproximam do Reino de Deus (Mc 12.34). Jesus denuncia mais uma vez aqui neste
texto que adoração não tem relação com o que possuímos, isto é, com o
"capital" (financeiro, social ou intelectual) que temos, mas com
aquilo que somos. Se reconheço que não sou nada e que Deus é incomparável,
então sou adorador! Se não sou egoísta, mas percebo o outro como meu irmão,
merecedor de toda a misericórdia e amor que necessito, estou louvando a Deus! O
que faço não deve ser consequência de uma cobiça por algo a receber, mas o
resultado de um autoconhecimento básico: sou filho amado do Pai e membro do
Corpo de Cristo. [COMENTÁRIO:
Adoração está ligada a pelo menos três outras idéias: sacrifício, gratidão e
fé. Adoração e sacrifício. Conta o livro de Gênesis que Abraão, quando levava
seu filho Isaque para ser sacrificado, em certo momento falou aos servos que os
acompanhavam: "Fiquem aqui com o jumento enquanto eu e o rapaz vamos até
lá. Depois de adorarmos, voltaremos" (22.5). Podia ter dito "depois
de sacrificarmos", mas disse "depois de adorarmos". Podia ter se
referido ao ato exterior de sacrificar; mas preferiu indicar a atitude interior
de demonstrar reverência e respeito por Deus. É isso que Paulo quis dizer
quando falou aos cristãos de Roma: "Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias
de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o
culto racional [ou adoração] de vocês" (Romanos 12.1). Coração que adora é
coração que se entrega, é coração que doa de si mesmo. Adorar é entregar a
filha a Deus a fim de que ela se torne uma missionária em campo distante.
Adorar é ofertar com liberalidade para a obra de Deus. É também dar a uma
pessoa necessitada como se estivesse dando para Deus (Mateus 25.37-40). Adoração
e gratidão. Ainda em Gênesis, lemos a história do servo de Abraão que foi a um
lugar distante buscar uma esposa para Isaque, o filho de seu senhor (24.4, 10).
Durante a viagem o servo orou, pedindo orientação divina (24.12-14). Ao ver
respondida sua oração (24.15-20), ele "curvou-se em adoração ao Senhor"
(24.26) e disse "Bendito seja o Senhor, que me conduziu na jornada"
(26.27). Percebe-se claramente um elemento de gratidão. O que vemos nessa
passagem é alguém que reconhece a direção de Deus em sua vida e, por isso,
agradece, isto é, adora. Coração que adora é coração que agradece. Adorar é
lembrar de agradecer a Deus aquilo que pedimos e recebemos e também aquilo que
recebemos sem nem mesmo termos pedido. É agradecer coisas tanto grandes quanto
pequenas: a gripe que foi embora, o salário recebido, a promoção no emprego, a
reconciliação com alguém que virou as costas. Adoração e fé. Adoração pressupõe
fé. Isso fica patente num dos encontros entre Jesus ressuscitado e seus
discípulos: "quando o viram, adoraram; mas alguns duvidaram" (Mateus
28.17). Isso nos ensina que a dúvida é um obstáculo à adoração. A fé é parte
integrante da adoração. Sem fé não acontece adoração. Coração que adora é
coração que confia em Deus. Adorar é reconhecer que Deus continua no controle
mesmo quando se perde o emprego, quando chega a doença, quando se enfrenta uma
crise familiar, quando Deus responde "não" à oração. Agir assim
requer fé. Texto extraído de http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=78.]
Pense
É notório que boa parte dos
conflitos que Jesus tinha com as pessoas que comandavam o mundo religioso de
sua época estava relacionada à sua visão sobre adoração e louvor.
Ponto Importante
Ao ser indagado sobre o "maior
mandamento", Jesus não declara apenas: "Adorar a Deus!", o
Mestre preocupa-se em afastar sua resposta da pura teoria e procura
contextualizá-la associando-a diretamente ao amor a Deus e ao próximo,
conceitos muito mais acessíveis a qualquer pessoa.
II - A RESPEITO DA
ADORAÇÃO INDIVIDUAL
1. Possíveis
definições para louvor e adoração? Provisória e precariamente, podemos
descrever adoração e louvor como um estado de consciência onde se reconhece
simultaneamente a grandiosidade de Deus e a efemeridade da condição humana.
É a busca insaciável por mais da pessoa de Deus, sem nenhum
interesse alheio a esse fim.
É desejo pessoal de dedicar o máximo de si a Deus e ao
próximo. Partindo destas ideias fica evidente que existem níveis e intensidades
diferentes na adoração e louvor, não necessariamente uma hierarquia ou uma
escala. [COMENTÁRIO:
Louvar: quando consultamos dicionários da língua portuguesa, notamos que
refere-se ao ato de elogiar, exaltar, enaltecer, glorificar, aplaudir,
bendizer, expressar admiração, relatar os méritos.
· Louvor:
em dicionários bíblicos, como por exemplo “O Novo Dicionário da Bíblia” (Ed.
Vida Nova, p.960), percebemos que o substantivo Louvor no Antigo Testamento, é
relacionado a palavras hebraicas como halal, yadha e zamar. Estas palavras são
associadas à alegria manifestada diante de Deus, de diversas formas: cantos,
gestos, instrumentos etc.
Adorar: em dicionários da língua portuguesa, significa:
render culto, expressar uma admiração reverente, venerar, amar extremamente.
· Adoração:
todos os dicionários (bíblicos ou lingüísticos) definem esta palavra como um
tema muito extenso. Mas o conceito essencial é de que Adoração é a ação ou
atitude de cultuar. Dr. Russell Shedd no livro “Adoração Bíblica” (Ed. Vida
Nova, p. II), mostra que através dos séculos, a Igreja cristã utilizou
diferentes expressões de adoração, que caracterizam formas de cultuar e não
medem a realidade ou o grau de espiritualidade do adorador. Assim comenta o Dr.
Shedd:
“Qualquer que seja a expressão do culto como veículo de
adoração, a sua forma é externa, mas a atitude do coração é interna, muitas
vezes oculta da própria percepção do adorador. Deus preocupa-se mais com o
coração do que com a forma (…). E o próprio Deus quem toma a iniciativa na
busca de verdadeiros adoradores (…). Atos religiosos (…) não expressam
necessariamente um amor real. 0 mesmo acontece com a adoração; os atos externos
mais notáveis podem facilmente enganar”.Texto extraído de https://josiasmoura.wordpress.com/2012/07/19/estudo-entendendo-o-que-louvar-e-adorar-estudo-para-o-culto-de-doutrina-da-igreja-do-betel-brasileiro-geisel/. Em resumo, tem muita diferença
entre adoração e louvor. Louvar é falar bem de Deus, seja em uma oração, seja
em um hino, seja em uma conversa com o colega de trabalho. Louvor tem a ver com
o que eu digo. Já adoração é algo lá dentro de mim. É uma atitude que tenho
diante de Deus. Quando adoro, reconheço a minha pequenez e dependência de Deus,
coloco-me no meu devido lugar: sou criatura, e Deus é o criador. Quando adoro,
entrego a Deus o que sou e o que tenho, agradeço cada demonstração das bênçãos
divinas, reconheço que ele está no controle de tudo. Adorar é deixar que na
minha vida Deus seja verdadeiramente Deus. É mostrar com minhas ações e
palavras que Deus é o Senhor de todo o meu viver. Texto extraído de http://www.teologiabrasileira.com.br/teologiadet.asp?codigo=78.]
2. A
espontaneidade e simplicidade na adoração. Adoração não pode ser mecanizada.
Celebrações como "tarde de adoração", "noite dos
adoradores" podem ter um ótimo apelo midiático, mas não possuem garantias
espirituais. É possível a realização de cultos com outros fins - políticos,
econômicos, pessoais - que não a adoração. Nunca se deve associar a adoração e
o louvor a uma sequência de protocolos a serem seguidos, e que não podem ser
modificados. A adoração e louvor, por vezes, estão relacionados na Bíblia a
situações de fortes sentimentos, arrebatamentos, e muitas vezes surpreendentes
(Dn 10.7-10; At 22.7). Ao
falar a respeito do "perfeito louvor", Jesus cita a pureza e
simplicidade das crianças (Mt 21.16). Logo, devemos entender que louvar
a Deus, ainda que seja algo feito em um contexto coletivo, é uma atitude que
devemos fazer de forma espontânea, por meio da gratidão, quebrantamento e
humilhação. [COMENTÁRIO:
Quem é o maior no Reino dos céus? Os de espírito orgulhoso? Os ambiciosos? Não,
mas aqueles cujo espírito é semelhante ao de uma criança; aqueles que têm fé
simples e inabalável e se apresentam a Cristo sem medo e ostentação. A criança
é símbolo dos humildes e dos crentes em contraste com os orgulhosos, violentos
e arrogantes. É necessário que o indivíduo seja como uma criança, se tiver de
ganhar o reino, mas também deve tratar os outros bondosa e compassivamente se
tiver de ser grande, conforme Jesus fez às crianças. Aquele que age com
misericórdia está realmente favorecendo a Jesus, ou seja, servindo ao próprio
Jesus, tão íntima é sua identificação com os homens. Uma criança não tem ideia
do que é grande e, assim, no Reino dos céus o maior é aquele que tem menor
consciência de que é grande.As crianças antes de serem atingidas pelo orgulho,
pela maldade e pela ambição pessoal mundana, são dotadas de um espírito humilde
e de uma fé simples. Apesar de serem fracas e indefesas, as crianças simbolizam
com propriedade o povo simples que usualmente recebe a mensagem do evangelho
sem oferecer resistência, no que contrasta com os de nobre nascimento,
instruídos e sábios aos próprios olhos, que geralmente buscam justificativas
para não levar a sério as declarações e advertências do Senhor. Sejamos humildes
para que tenhamos acesso ao Reino dos céus! Lições Bíblicas CPAD. Jovens e
Adultos; 2º Trimestre de 2000; Título: Os ensinos de Jesus para o homem atual. Comentarista:
Elinaldo Renovato de Lima; Lição 10: Jesus e as crianças, Data: 4 de Junho de
2000]
3. Adoração
como acesso individual a Deus. Não dá para adorar mais ou menos,
"quase adorar" ou adora-se a Deus ou não! Por isso, muitas pessoas
procuram enganar a si mesmas achando que a simples presença num contexto
religioso as faz adoradoras do Pai. A verdade é que aqueles que creem e buscam
a Deus com simplicidade de coração, com certeza o acharão (Sl 119.7). Deus,
durante todo o curso da humanidade, convida-nos a adorá-lo, reconhecê-lo como
único Senhor (Sl 29.2; 150.6; Is 55.6). A Bíblia está repleta de narrativas a
respeito de pessoas que, em sua disposição pessoal para adorar ao Senhor, foram
abundantemente abençoados enquanto adoravam: Isaías teve o pecado perdoado (Is
6.7); Moisés conversou com Deus como quem dialoga com um amigo (Êx 33.11); Jacó
teve um encontro inesquecível com Deus (Gn 32.28) e Paulo teve toda sua visão
de mundo reorientada (2 Co 12.1-10). [COMENTÁRIO: Todos cristãos precisam
cultivar uma vida com Deus que está em crescimento e desenvolvimento. Se não
estivermos crescendo, estagnaremos ou morreremos. A adoçarão coorporativa,
oficial, do povo de Deus é um meio crucial e essencial que Deus deu para nos
ajudar a crescer. Pense sobre as palavras de Hebreus 10:19-22: “Tendo pois,
irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo sangue de Jesus, pelo
novo e vivo caminho que ele nos inaugurou, através do véu, isto é, da sua
carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus, cheguemo-nos com
verdadeiro coração, em inteira certeza de fé; tendo o coração purificado da má
consciência, e o corpo lavado com água limpa”. Esta passagem chama os cristãos
para se achegarem a Deus através de Cristo, visto que, mesmo como cristãos,
experimentamos uma distância entre nós mesmos e Deus, que somente a obra de
Cristo pode superar. Precisamos nos achegar a Ele pessoalmente e
individualmente em devoção, meditação e oração; mas nós também precisamos nos
achegar a Ele, encontrando-O na comunhão do Seu povo, onde Deus promete estar
especialmente presente (Mateus 18:20). Nos encontramos com Deus quando o povo
de Deus se reúne junto, ora junto, canta junto, e ouve a Sua palavra junto. O
Cristianismo é uma religião na qual indivíduos se tornam uma parte integral do
corpo de Cristo. Não somos simplesmente uma associação de indivíduos, mas
estamos organicamente unidos uns aos outros (1 Coríntios 12:12-27; Efésios
1:22-23). Expressamos que somos o corpo de Cristo, especialmente quando
encontramos a Deus juntos em adoração pública. Agradando a Deus em Nossa
Adoração, por Dr. Robert Godfrey, disponível em: http://www.monergismo.com/textos/liturgia/adoracao_godfrey.htm.
O Salmo 100 é um convite à adoração - “Celebrai com júbilo ao Senhor, todas as
terras”. É um convite da parte de Deus para ir adorar a Deus. O fato de que
Deus esteja estendendo o convite a nós nos mostra que Ele é o que inicia e nós
somos os que respondemos. Deus nos chama para ir diante dEle em Seus termos;
não nos nossos. Ele nos chama para servir com alegria e para ir diante dEle com
cânticos de júbilo. Como é Deus que está nos chamando, sabemos que se vamos
diante dEle, em seus termos, Ele aceitará nosso louvor.]
Pense
Adoração e louvor não são uma
sequência de protocolos a serem seguidos. Eles devem ser espontâneos e brotar
de um coração inteiramente rendido ao Pai.
Ponto Importante
Cada pessoa é única e reage de
maneira diferente ao sentir a presença de Deus nos momentos de adoração e
louvor.
III - ALGUNS DESAFIOS NA ADORAÇÃO EM COMUNIDADE
1. O
cerimonialismo legalista contemporâneo. Normas para se prestar um culto são
necessárias, e a própria Bíblia traz essas orientações. Entretanto, um culto
que se concentra em ritos e cerimônias, sem contemplar a atuação do Espírito
Santo, tende a engessar a liberdade da adoração e do Espírito Santo em atuar na
congregação. Para algumas pessoas a adoração está diretamente vinculada à
execução de determinadas formalidades espirituais. [COMENTÁRIO:
Um dos temas mais debatidos hoje em dia é o culto. As controvérsias, divisões e
a rejeição das heranças recebidas de nossos pais da fé têm criado muitos
problemas para a Igreja, bem como para a espiritualidade evangélica em geral. As
discussões são desenvolvidas sobre as perguntas: O que deve ser aceito no
culto, qual o papel do homem, até que ponto somos livres para expressar nossas
emoções, será possível algum entretenimento no culto público, etc? Culto Evangélico (Liturgia), por Glauco Pereira,
disponível em: http://opastorreformado.blogspot.com.br/2012/09/800x600-normal-0-21-false-false-false.html. O Pr
Claudionor de Andrade, no artigo ‘O culto
cristão e a liturgia’, escreve: “Karl Barth (1886-1968) afirmou, certa vez,
que o culto cristão é o ato mais relevante e glorioso na vida do homem.
Acredito que nenhum crente ousaria contraditar o teólogo suíço, pois todos nos
empenhamos a santificar a Deus os mais altos louvores. Além disso, nossa índole
espiritual induz-nos a adorá-lo; é uma necessidade que nos reclama pronta
satisfação. O que muitos não querem admitir, porém, é que o culto, por mais
singelo, não prescinde da liturgia. [...] O mal não está na liturgia; reside no
formalismo que, paulatinamente, vem destruindo igrejas e empalhando movimentos.”
http://www.cpadnews.com.br/blog/claudionorandrade/posts/79/o-culto-cristao-e-a-liturgia.html. ]
2. A
irreverência assumida como elemento litúrgico. Em nome de uma
suposta modernização, ou para usar um termo técnico, aculturação, algumas
igrejas perderam suas identidades. Já não se percebem como manifestações
históricas do Reino de Deus, são apenas meros ajuntamentos sociais. Não há
nenhum sentimento de reverência nesses locais. Para certos grupos, ir ao
shopping e ir à igreja significa a mesmíssima coisa, literalmente. O louvor é
um espetáculo de pirotecnia espiritual - às vezes nada mais que muito choro e
gritos, outras vezes apenas pulos e aplausos. Letras repetitivas à exaustão,
vazias de conteúdo bíblico e até mesmo de sentido lógico, povoam certas
igrejas. Em nome de atrair o público jovem o templo transforma-se em um local
de entretenimento. [COMENTÁRIO:
Percebe-se que em alguns lugares o culto a Deus (Mt 4.10), tem sido substituído
por reuniões de interesses comunitários ou de poder. Ex: reunião de campanhas,
libertação, empresários, milagres, busca por prosperidade e votos, reuniões,
reuniões e reuniões... . Também é notório que grupos tem se afastado
conscientemente do cristianismo histórico. O pós-modernismo tem sido um desafio
constante para a reflexão do culto, pois o exagero da busca por relevância tem
produzido novas igrejas e cultos “mundanizados”, secularizados e sem absolutos
bíblicos e estruturas formais, o Deus de ordem tem sido confundido com um deus
de confusão. É muito visível o desinteresse em seminários, onde são raros os
cursos com Teologia do Culto, é difícil compreender como um assunto tão sério e
essencial na vida cristã pode ser tão negligenciado Culto Evangélico (Liturgia), por Glauco Pereira,
disponível em: http://opastorreformado.blogspot.com.br/2012/09/800x600-normal-0-21-false-false-false.html.]
3. O que
significa realmente adoração e louvor? Perguntar-se a respeito do que é
adorar é um ótimo indício de que você está muito perto de experimentar a
plenitude da presença de Deus. Lembra do escriba cheio de dúvidas (v.34)?
Adoração e louvor são conceitos amplíssimos, enriquecidos pelas vivências
pessoais de cada um de nós. Muito mais importante que saber o conceito é poder
testemunhar as experiências quase indescritíveis de ter estado na presença de
Deus em amor e obediência, louvor e adoração, fragilidade e plenitude. Não há
pressa em compreender o que é adorar e louvar, temos mais doze domingos para
nos achegarmos mais a Deus, com muita humildade e temor, e perguntarmos a Ele:
podes me ajudar a viver diante de ti uma vida para teu louvor onde tudo o que
faça repercuta em adoração ao teu santo nome? [COMENTÁRIO: Diante de tudo o que foi
exposto, conclui-se que quando falamos em louvor e adoração, a idéia de cantar
um hino ou um cântico na igreja, mas o louvor e a adoração não se limitam
apenas a estarmos cantando hinos ou cânticos ao Senhor nos cultos de domingo. É
muito mais do que música! Na verdade,
eles não estão sujeitos e nem dependem da música para existirem ou serem
praticados! O louvor e a adoração são, antes de tudo, um estilo de vida.]
Pense
Você se sente motivado a louvar e
adorar a Deus durante as celebrações em sua igreja? De que forma você pode
contribuir para que o ambiente comunitário em que você serve a Deus torne-se um
espaço de vivências de adoração?
Ponto Importante
A moderação é uma palavra-chave na
construção das liturgias coletivas em uma comunidade. A igreja não pode
tornar-se um campo de combate de gostos e opiniões. Princípios como
"cuidado com os mais fracos" e "misericórdia" sempre devem estar
presentes.
SUBSÍDIO
"ADORAR. sãhãh:
'adorar, prostrar-se, curvar-se'.Esta palavra é encontrada no hebraico moderno
no sentido de 'curvar-se' ou 'inclinar-se', mas não no sentido geral de
'adorar'. O fato de que ocorre mais de 170 vezes na Bíblia hebraica mostra algo
do seu significado cultural. Aparece pela primeira vez em Gênesis 18.2. O ato
de se curvar em homenagem é feito diante de um superior ou soberano. Davi 'se
curvou' perante Saul (1 Sm 24.8). Às vezes, é um superior social ou econômico
diante de quem a pessoa se curva, como quando Rute 'se inclinou' à terra diante
de Boaz (Rt 2.10). Num sonho, José viu os molhos dos seus irmãos
'inclinando-se' diante do seu molho (Gn 37.5,7,8). A palavra sãhãh é usada com
o termo comum para se referir a ir diante de Deus e na adoração (ou seja, adorar), como em 1
Samuel 15.25 e Jeremias 7.2. Às vezes está junto com outro verbo hebraico que
designa curvar-se fisicamente, seguido por 'adorar',como em Êxodo 34.8: 'E
Moisés ... encurvou-se ['adorou', ARA]'. Outros deuses e ídolos também são o
objeto de tal adoração mediante a ação de se prostrar diante deles (Is 2.20;
44.15.17)" (VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; WHITE JR., William. Dicionário
Vine. 7.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007. p. 31).
CONCLUSÃO
Ao falarmos de louvor e adoração precisamos ter a
consciência de que estamos lidando com temas absolutamente relevantes para o
Reino de Deus. Neste tempo de poucos referenciais e muitos escândalos,
desenvolver um senso coletivo de intimidade e temor a Deus será essencial para
o amadurecimento de nossas igrejas. [COMENTÁRIO: Para o crente sincero
cada ato da vida deve ser um ato de louvor e de adoração a Deus. Não
confundamos louvor e adoração com cânticos. Tanto o louvor quanto a adoração,
devem estar presentes em tudo o que fazermos. Eles devem ser manifestados no
falar, pensar, vestir, trabalhar, estudar, orar, cantar, etc. O louvor é apenas
a forma que usamos para expressarmos a nossa gratidão ao Senhor. Adoração está
associada freqüentemente com a idéia de culto (resposta), reverência,
veneração, reconhecimento por aquilo que Deus é (Santo, Justo, Amoroso,
Soberano, Misericordioso, Imutável, etc.) (Sl 96.9; Ap 4.8-11; Ap 7.11-12; Ap
11.16-17), ou seja, independente do que Deus faz, fez ou fará, nós o adoramos
(cultuamos, reverenciamos, veneramos) por aquilo que Ele é, ou seja, sua pessoa
(natureza, caráter e atributos). Compreender isso é essencial para o
amadurecimento da igreja.] “NaquEle
que me garante: "Pela graça sois salvos, por meio da fé, e isto não vem de
vós, é dom de Deus" (Efésios 2.8),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Setembro de 2016
HORA DA REVISÃO
1. Apresente, segundo sua vivência espiritual, uma
definição para o que seja louvor e adoração.
Resposta pessoal. Sugestão: Adoração é um desejo pessoal de
dedicar o máximo de si a Deus e às demais pessoas.
2. É possível separar louvor e adoração? Justifique sua
resposta.
Sim. Adoração pode ser vista como uma veneração piedosa a
Deus e louvor como uma manifestação pessoal de gratidão e reconhecimento do
senhorio a Deus.
3. Por que a conclusão que o escriba chega a partir de sua
conversa com Jesus merece ser chamada de sábia resposta?
Porque por meio desta resposta, o escriba demonstra que
compreendeu que adoração e louvor são o resultado espontâneo de um coração
livre, e não de um sistema de práticas religiosas.
4. Quais os dois perigosos extremos em que a igreja pode
cair quanto ao louvor e adoração.
Cerimonialismo legalista e Liberalismo litúrgico.
5. Quais os riscos que surgem quando a igreja não é um
lugar de adoração e louvor?
Cultura de irreverência, descaracterização do louvor,
formalismo e esvaziamento da fé.
Fonte: Otexto da
Lição foi retirado de: Lições Bíblicas de Jovens – 4° trimestre 2016 – CPAD
/REVERBERAÇÃO: www.sub-ebd.blogspot.com, Acesso em 22
Set 16.